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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta terça-feira, 25, do evento de filiação do PL na Câmara Municipal de São Paulo. Na cerimônia, ele atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que um retorno ao Palácio do Planalto é uma "missão". A declaração do ex-chefe do Executivo ainda foi marcada por outros ataques à esquerda e palavrões.

"A quem interessa, leva-se em conta alguns países europeus, países do norte (...) interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto? Um jumento, por que não dizer assim", disse o ex-presidente sobre o sucessor.

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Durante o evento, Bolsonaro também dirigiu ataques ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao expressar sua discordância em relação à reforma tributária aprovada na Câmara. Outro alvo da ofensiva do ex-presidente foi a Comissão da Verdade, responsável por investigar os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura militar.

Além disso, Bolsonaro indicou que considera uma possível volta à Presidência da República como uma missão. "Triste um País que pune um político não pelos seus erros ou defeitos, mas por suas virtudes. Vontade de ser presidente novamente? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão."

Holiday diz se sentir como o 'filho pródigo'

Na cerimônia, foi realizada a filiação do vereador de São Paulo Fernando Holiday ao PL. Como mostrou o Estadão, ele não será candidato à reeleição como vereador para focar na construção de candidatura a deputado federal em 2026. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, confirmou o nome de Holiday à Câmara na solenidade.

Holiday, que há dois anos havia dito que se arrependeu do apoio dado a Bolsonaro nas eleições de 2018, contou a parábola do filho pródigo como analogia à sua relação com o ex-presidente. "Me sinto como um filho pródigo, um filho que cometeu muitos erros e se arrepende amargamente, mas que está sendo recebido de volta em casa", disse o vereador.

Na tarde desta terça-feira, 25, Carlos Bolsonaro usou sua rede social para indicar contrariedade. Sem citar Holiday, criticou aqueles que falaram mal da gestão de seu pai e agora querem se aproximar dele.

Além do vereador, outras lideranças de direita da capital paulista se filiaram ao PL, como o pré-candidato ao legislativo municipal Lucas Pavanato. A legenda planeja concentrar esforços e recursos financeiros para, nas eleições de 2024, formar uma espécie de corredor de direita no Estado de São Paulo.

Para isso, Costa Neto vem utilizando o capital político de Bolsonaro para lançar nomes alinhados a um discurso mais conservador, como o da deputada federal Rosana Valle (PL), que estava presente no evento e é a pré-candidata do partido à Prefeitura de Santos. "O Bolsonaro é a última palavra dentro do partido. Nunca faremos nada sem consultar o Bolsonaro", disse Costa Neto no evento.

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Na manhã desta segunda-feira (18), duas famílias que ocupavam as lojas do térreo do Edifício Holiday, Avenida Conselheiro Aguiar, bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foram retiradas do local pela Prefeitura do Recife. Desocupado desde 2019 por risco à estrutura, o prédio vinha sofrendo furtos e invasões.

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A secretária de Controle Urbano do Recife, Marta Lima, disse que a movimentação de pessoas aumentava o risco de acidentes e incêndios por conta de gambiarras. Com o início da ação, as famílias deixaram o local sem resistência e disseram que já esperavam o cumprimento da ordem judicial. 

"A questão aqui é salvaguardar as vidas. O prédio estava desocupado e alguns pessoas começaram a ocupar a parte de baixo fazendo estacionamento, passando o dia. Mas moradia mesmo, só identificamos duas famílias e essas pessoas estão sendo encaminhadas para um abrigo", descreveu a secretária.

Outras pessoas também estavam nas dependências, mas não fixaram moradia e deixaram o edifício espontaneamente. Marta acrescenta que eles não quiseram se cadastrar para serem acompanhados pela Assistência Social. 

Os tapumes instalados ao redor do Holiday em 2019 não impediram a entrada de pessoas. Para evitar novas invasões, um bloqueio mais contundente será adotado no térreo. 

"A gente vai demolir todas as construções irregulares que existem no prédio e fechar tudo com alvenaria para evitar que, novamente, essas pessoas possam ocupar o prédio. Então, cada lojinha dessa vai ser fechada com alvenaria e qualquer entrada com prisma de concreto para que a gente possa ter uma visão", anunciou.

A nova estratégia não prevê a inclusão de tapumes para acompanhar a movimentação interna nos arredores.

O deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) usou suas redes sociais para defender a demolição do edifício Holiday, localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O parlamentar pede que a Prefeitura desaproprie a edificação e indenize os proprietários dos 476 apartamentos e dos boxes localizados em seu térreo.

"Nós estamos aqui iniciando um movimento para que esse prédio possa ser desapropriado e colocado em leilão pela Prefeitura do Recife. Esse prédio precisa ser demolido. Hoje, virou um local de encontro de uso de drogas, prostituição e do medo aqui no bairro de Boa Viagem", afirma Florêncio.

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De acordo com o deputado, uma possibilidade de viabilizar recursos para indenizar os proprietários seria a realização de um leilão do terreno. "A Gestão Municipal não pode continuar se omitindo. São centenas de famílias afetadas, uma situação de insegurança na localidade, além do risco iminente de uma tragédia com o prédio em abandono", conclui a publicação.

História

Construído em 1956, o edifício Holiday se destaca na paisagem da Zona Sul da capital pernambucana. Com seu estilo tipicamente modernista, o prédio é uma imensa curva de concreto de 17 andares, nos quais são distribuídos 476 apartamentos. Diante do excesso de fiações irregulares e do grande risco de incêndio, a 7ª Vara da Fazenda Pública determinou, em março de 2019, a interdição e desocupação imediata dos imóveis. Cerca de 3 mil moradores precisaram deixar o local.

Foi aprovado na manhã desta terça-feira (2), pela Câmara Municipal do Recife, o requerimento que solicita a criação de uma comissão especial suprapartidária para acompanhar a situação das famílias do Edifício Holiday, no bairro de Boa Viagem, zona Sul do Recife, de autoria do vereador Osmar Ricardo (PT). 

A comissão, que será formada por cinco vereadores, tem a finalidade de verificar as ações realizadas pelo Poder Público e a situação dos dois mil moradores e moradoras após a interdição do Edifício ocorrida em 13 de março de 2019. Com a duração de 180 dias, a comissão poderá ser prorrogada por igual período. 

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O requerimento já foi protocolado pela Câmara Municipal do Recife e pode ser acessado através do link.

*Da assessoria 

 

 

Na manhã desta quarta (10), agentes da Guarda Municipal do Recife realizaram varredura no edifício Holiday, localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Desocupado por ordem judicial desde março de 2019, o prédio vem sofrendo diversas invasões e furtos. A Polícia Militar também esteve no local para auxiliar a operação.

O motorista Renato Gomes da Costa, proprietário do apartamento de número 703, comenta que ladrões já levaram, além de portas e grades, as janelas de alumínio de boa parte dos imóveis. “É triste de ver, estamos chocados, fora a insegurança que está aqui, de dia e de noite. Há quase dois anos, quando a prefeitura pediu para a gente sair daqui, tiraram até as tampas dos meus balcões. Em relação à estrutura, não estão me roubando mais porque fico vindo direto e chamo a polícia quando acontece alguma coisa”, comenta.

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Renato Gomes faz visitas regulares ao prédio, na tentativa de conter os roubos. (Júlio Gomes/LeiaJa Imagens)

Renato lembra que os moradores reivindicam indenização pela saída dos imóveis. “Só não estou morando aqui por causa da ordem judicial. A gente está aguardando que o prédio seja restaurado, para voltar a morar nos apartamentos, não tenho interesse em vender o meu. Comprei para morar e essa área é sensacional”, coloca.

Há quem tenha, contudo, menos fé no retorno ao antigo lar. O aposentado Ibege Frasão dos Santos, que viveu quase cinquenta de seus 75 anos de vida no prédio, ressalta os danos estruturais sofridos pelo Holiday durante o período de desocupação. “Ninguém dá mais jeito nisso, nem um milagre. Quando eu cheguei lá em cima, encontrei três motores de elevador desmontados, assim como a fiação central, que a gente poderia usar para fazer instalações, danificada, tiraram tudo”, lamenta.

"Nem um milagre", diz ex-morador Ibege Santos, que não acredita na reocupação do local. (Júlio Gomes/LeiaJa Imagens)

História

Construído em 1956, o Edifício Holiday se destaca na paisagem da Zona Sul do Recife. Com seu estilo tipicamente modernista, o prédio é uma imensa curva de concreto de 17 andares, nos quais são distribuídos 476 apartamentos. Diante do excesso de fiações irregulares e do grande risco de incêndio, a 7ª Vara da Fazenda Pública determinou, em março de 2019, a interdição e desocupação imediata dos imóveis. Cerca de 3 mil moradores precisaram deixar o local.

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No próximo sábado (23) completa 8 meses que o Edifício Holiday, localizado no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foi totalmente desocupado. A determinação para a saída dos moradores do prédio tornou o espaço propício para o consumo e repasse de drogas. Além disso, os criminosos estão levando fios de cobre e tudo o que encontram que pode ser revendido com facilidade. A sensação de quem vive ao redor é de pouca esperança do retorno da 'onipresença' do Holiday. Rufino Neto, síndico do local, é quem está colocando o peito à prova na tentativa de não permitir a proliferação do crime no local. "Esse lugar tem donos", afirma.

Foram quase sete meses que Rufino acampou dentro do seu carro em frente ao edifício que proporcionou para ele acomodação durante 13 anos. O síndico revela que até mordidas já levou de criminosos que tentaram derrubar os tapumes que cercam o prédio para "fazer baderna".  

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“Eu estou presente aqui todos os dias, sempre fazendo rondas com moradores que me apoiam. Os vizinhos que veem alguma coisa errada me chamam. O problema são esses ‘noiados’ daqui da área que arrombam os tapumes para fumar ou roubar alumínio do edifício”, lamenta Neto. Ele revela que há, sim, uma ronda diária feita pela polícia, mas diz que essas rondas deveriam ser mais intensas, com mais horários. 

Como o Holiday está fincado num dos bairros que tem o metro quadrado mais caro de Pernambuco, o síndico acredita que as dificuldades encontradas para solucionar os problemas do edifício podem estar sendo causadas por conta da especulação imobiliária. “Apesar de não poder comprovar, eu acredito que esse espaço esteja sofrendo com a especulação imobiliária porque tudo é muito difícil para esse prédio”, salienta. 

No que depender do auxílio das pessoas que estão trabalhando para a recuperação do Holiday, a esperança para os moradores vai ser renovada. Isso porque os projetos de recuperação estrutural e instalação elétrica foram concluídos por professores e alunos de uma instituição de ensino particular do Recife.  

Stênio Cuentro, engenheiro civil responsável pela requalificação do Holiday, afirma que estão em fase de revisão final dos projetos para que consigam saber qual vai ser o impacto financeiro das obras no local. Ele explica que o projeto tem algumas etapas. 

A primeira é a inspeção visual de todos os elementos que constituem a estrutura do prédio como pilares, vigas, lajes e fundações. “Já que os projetos originais do edifício não foram encontrados, a gente partiu para uma etapa de ‘Review’. É como se fosse a recuperação da memória do projeto original”, diz Stênio. 

Rufino Neto e Stênio agora esperam que a população, que se disponibilizou para ajudar financeiramente no início da desocupação do Holiday, possa agora ajudar. Os moradores do Holiday são pobres e, segundo o engenheiro civil, será preciso um grande esforço para angariar os recursos necessários.  

Em dezembro deve acontecer uma assembleia com os condôminos do Holiday, onde tudo deve ser apresentado para eles - inclusive o impacto financeiro das obras. O Edifício Holiday foi erguido em 1957, possui 17 andares e 476 apartamentos.  

Interdição

A Prefeitura do Recife, que solicitou a interdição, diz ter baseado o pedido em laudo do Corpo de Bombeiros, que constatou risco quatro de incêndio em uma escala de um a quatro. Segundo a prefeitura, a condição estrutural do edifício é alvo de preocupação do Poder Público desde 1996. Desde então, o edifício foi alvo de vistorias, intervenções e recomendações de diversos órgãos públicos a exemplo do Corpo de Bombeiros, CREA, Procuradoria Regional do Trabalho, Ministério Público de Pernambuco, Dircon, Vigilância Sanitária e Defesa Civil do Recife.

Neste sábado (23), os últimos ocupantes do Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife, deixaram o local e agora o prédio está totalmente desabitado, informou a Secretaria de Defesa Social (SDS). As últimas seis famílias deixaram o local sem resistência.

A SDS agora reforça que aqueles que saíram do local mas deixaram os móveis, façam a mudança. O prazo para retirada de pertences e objetos vai até as 17h da próxima terça-feira (26). A partir de quarta feira (27), os pertences encontrados em cada apartamento irão para um depósito da Prefeitura do Recife, onde serão catalogados e ficarão à disposição dos proprietário.

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Neste sábado, a Defesa Civil do Recife realizou 37 mudanças. Ao todo, foram 252 mudanças de moradores e comerciantes do Edifício Holiday. Faltam 21 mudanças de mobílias e a expectativa é finalizá-las no domingo (24), entretanto, a perspectiva é que outros moradores procurem ajuda da prefeitura para se mudar.

O Holiday foi interditado judicialmente após ser identificado um grande risco de incêndio no local. Cerca de três mil moradores residiam no prédio. O edifício modernista foi construído em 1957, tem 476 apartamentos e 17 andares.

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A Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deu entrada no processo de tombamento do Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife. O pedido, anunciado nessa quinta (21), foi feito ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O prédio, que abrigava cerca de três mil moradores, foi interditado por ordem judicial porque apresenta problemas estruturais e risco de incêndios.

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Presidente do colegiado, a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), informou também ter se reunido com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para tratar do caso. “Não conseguimos muitos avanços e um novo encontro vai ser agendado. De qualquer forma, estamos acompanhando a retirada dos moradores, para verificar o que pode ser feito”, observou a parlamentar.

A Comissão de Cidadania ainda anunciou que vai realizar uma audiência pública, após a Semana Santa, para discutir a situação dos povos indígenas em Pernambuco.

*Do site da Alepe

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Com o fim do prazo para desocupação do edifício Holiday, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, um Comitê Operacional foi montado para, segundo a Polícia Militar, preservar a segurança durante a retirada dos moradores. Para prestar o apoio, diversos órgãos se uniram em uma operação nesta quinta-feira (21). Os arredores da edificação serão isolados com tapumes, a fim de controlar o acesso de pessoas.

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Ainda de acordo com a PM, os residentes do Holiday que ainda não conseguiram deixar o prédio vão continuar recebendo assistência da Prefeitura do Recife, sobretudo, em relação ao processo logístico de mudança. Com agendamentos realizados pela Defesa Civil e Secretaria de Desenvolvimento Social, caminhões estão disponíveis para o transporte de móveis e encaminhamento das pessoas que serão destinadas à abrigos municipais.

A prioridade é dada aos idosos, crianças e a pessoas com dificuldades de mobilidade. Além disso, as equipes estão presentes no local para negociar a saída daqueles que se negam a cumprir a ordem judicial. De acordo com a Polícia, a prefeitura pretende encontrar uma solução pacífica para desocupar o edifício.

Nesta quinta-feira (21), apenas as pessoas deixarão as residências, enquanto seus móveis e bens serão removidos nos dias seguintes. O Edifício Holiday está voltado para a Avenida Conselheiro Aguiar e para as ruas Ribeiro de Brito e Salgueiro. Dentro desse perímetro, conforme a PM, haverá um controle de acesso, para entrada e saída de pessoas autorizadas pela coordenação da operação.

Participam do comitê operacional: a Secretaria de Defesa Social do Estado, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Civil, outros órgãos e secretarias do Estado (de Saúde; de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude; de Justiça e Direitos Humanos; Compesa; Casa Militar), Celpe e Crea.

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Com informações da assessoria

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Após o fim do prazo para desocupação, entre 50 a 60 famílias ainda permanecem no Edifício Holiday, segundo o síndico do histórico prédio do bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Um número elevado de guardas municipais, a presença de um veículo de monitoramento da Secretaria de Defesa Social (SDS), além da informação de que a Polícia Militar está chegando são indícios de que eles deverão ser retirados nesta quinta-feira (21). 

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Os moradores ainda se apegam a esperança de que a primeira Câmara de Direito Público defira um agravo de instrumento protocolado pela advogada voluntária Maiza Amaral. "O desembargador relator pode decidir monocraticamente ou passar para a Câmara decidir. Foi apresentado um laudo técnico assinado por engenheiro civil com ART (atestado responsabilidades técnica) do Crea. O que consta nesse laudo é que o prédio não corre risco de desabamento", resume a advogada.

O síndico do prédio, Rufino Neto, disse temer a chegada da polícia militar. "Toda hora isso não sai da nossa cabeça. Estamos esperando ser enxotados feito marginais das nossas próprias residências", lamentou.

A moradora e comerciante Jeane da Silva, que é inquilina no 15° andar, também se mostrou abatida com a saída iminente. "A esperança está se apagando. A gente está com vontade de lutar, mas agora falta pouco tempo. Já acabou o prazo. A gente está no automático agora", diz.

Ela continua: "não é fácil sair assim, como se fosse um bandido. Eu nunca me senti tão humilhada. Como esse povo que não tem para onde ir ou idade para se mudar, eu me sinto um lixo".

Jeane culpa a prefeitura do Recife pela situação. "Do jeito que Geraldo Julio promoveu força-tarefa para jogar as pessoas fora, ele poderia de fato ajudar, fazer força-tarefa para reerguer o quadro de energia. Fico sem entender como eu, que sou pobre, consigo me sensibilizar mais do que quem tem o poder", completa.

As deputadas das Juntas (Psol) estiveram no local e informaram que vão dar entrada hoje com um pedido de tombamento do edifício no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "É um prédio histórico. Queremos garantir que ele fique de pé", destaca a deputada Carol Virgulino.

Durante reunião plenária na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a deputada estadual Teresa Leitão (PT) repercutiu o posicionamento da Arquidiocese de Olinda e Recife sobre a situação dos moradores do Edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Nesse final de semana, o órgão da Igreja Católica pediu que seja tomada uma solução que respeite os direitos das pessoas e ainda reforçou o desejo de participar do processo de negociação com as autoridades.

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“Parabenizo a Arquidiocese por se integrar a essa causa, atuando em defesa de uma saída humanitária, negociada, e que respeite a vida e os direitos de todos os moradores e moradoras”, afirmou a parlamentar.

Leitão ainda disse que é preciso cuidar das pessoas que estão vivendo esse momento de incertezas. “A preocupação é mais que legítima. É uma situação dolorosa, que merece atenção, ainda mais em tempos de quaresma, de solidariedade e de reflexão sobre o outro”, complementou.

O arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, realiza uma reunião emergencial, nesta segunda-feira (18), para discutir alternativas para os moradores do Edifício Holiday. No último domingo (17), o arcebispo celebrou uma missa na capela Nossa Senhora das Graças, localizada na área externa do Holiday.

Foram convidados para a reunião representantes da sociedade civil, do poder público, autoridades locais, além de moradores do imóvel. O encontro ocorrerá na Cúria Metropolitana, no bairro das Graças, às 15h.

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Segundo a Arquidiocese, o arcebispo não se opõe à medida judicial de interdição e de desocupação do prédio e entende que ela foi necessária para preservar vidas. "No entanto, a convocação do arcebispo metropolitano para a reunião desta segunda-feira reflete a preocupação da Igreja Católica no tocante à garantia dos direitos dos moradores do Edifício Holiday", diz nota.

Constam na pauta da reunião as seguintes propostas: apoio às famílias de proprietários residentes que não disponham de meios para a locação de imóvel até que sejam sanados os problemas motivadores da ordem de desocupação; garantia de imóveis desocupados até a volta de seus proprietários; convocação de entidades e órgãos com expertise em projetos de engenharia, para sanar os riscos motivadores da ordem de desocupação; estudo de financiamento das obras necessárias.

Na missa do domingo, Saburido cobrou mobilização da sociedade. “Convidamos quem possa contribuir para a solução desta problemática enfrentada pelos moradores. Vi lá fora da capela o síndico do prédio chorando, aflito, por não ter para onde ir, com a sua família. É papel da igreja e da sociedade lutar contra a indiferença ao sofrimento humano", afirmou. A decisão judicial colocou prazo para desocupação do prédio até a próxima quarta-feira (20). Segundo o síndico do Holiday, Rufino Neto, cerca de 70% dos moradores já haviam deixado o prédio no domingo.

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Minutos antes da reunião, o síndico Rufino Neto fumava cigarros, andava de um lado para o outro e dava respostas curtas, parecia inquieto. Aos poucos, as pessoas foram entrando na capela. Josy Miranda foi a primeira a falar. “Amanhã serão oito dias de angústia e incertezas. A gente não vai desistir, aqui a gente vai ficar. Temos fé em Deus”, ela disse. Aplausos. Discursaram também as deputadas da Juntas (Psol), que presidem a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Uma moradora se exaltou e começou a acusar o síndico de ter subtraído pagamentos, enquanto ele ouvia de braços cruzados em silêncio. “Se ele não tem condições, coloque outro no lugar”, ela esbravejou. Josy pedia para a reunião não perder o foco. Na entrada da capela, uma senhora com camiseta da Paixão de Cristo rezava de olhos fechados e mãos juntas. Outra moradora gritava para todos: “A discussão é pela moradia. Depois a gente decide sobre o síndico. A gente tem que se unir agora. Acorda!”. Desencantados com a falta de perspectiva, moradores começaram a deixar o recinto. Rufino ameaçou renunciar caso alguém encontrasse alguma irregularidade sua. “Eu quero assistir a minha novela, quero tomar banho de chuveiro”, reclamava outra pessoa do lado de fora. Em poucos minutos a reunião acabou. Lá do alto do prédio, Regina Pires ouviu nada daquilo.

O clima de nervos à flor da pele observado naquela reunião da tarde de terça-feira (12) domina os moradores do Edifício Holiday, localizado a uma quadra da Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Mal sabiam eles que a situação ainda iria piorar no dia seguinte: a Justiça determinou que o prédio seja interditado e que os moradores deixem o local no prazo de cinco dias úteis - até a próxima quarta-feira. É mais um drama na vida dessas pessoas que estão há nove dias sem energia elétrica e sem água. Mais um drama para Regina.

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Regina é um claro exemplo de como a situação dos moradores do Edifício Holiday está dramática. Ela não estava na reunião porque estava ilhada em sua casa. A mulher de 63 anos mora no 16º andar e, desde a falta de energia, com os elevadores parados, não sai mais de casa. Ela já sofreu dois AVCS, é hipertensa, diabética, com dificuldade de locomoção, tendo recebido 59 pontos nas costas após um acidente, não pode ficar sentada por muito tempo porque começa a sentir dor. E não tem parentes próximos. “Eu não tenho para onde ir”, resumiu.

No dia dos três pipocos, Regina estava no térreo. De repente, todo o prédio ficou no escuro. Ela precisou ser levada por amigas até o seu andar pois não consegue subir sozinha e os elevadores não funcionavam mais. Certa vez ela tentou arriscar as escadas e, quando estava no sétimo andar, seu coração acelerou e ela acabou sendo socorrida para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde ficou três dias internada. A casa é minúscula. O sofá vermelho de um lado e a estante cheia de imagens de santos do outro permitem apenas um apertado corredor que leva ao outro cômodo, onde a cama de solteiro é colada com o fogão. “Aqui é maravilhoso. Não quero sair daqui”, disse sem hesitar. Apesar do gênio alegre, precisou ser amparada na igreja semanas atrás de tanto chorar preocupada com o seu futuro. “Já chorei que só uma louca”, admitiu.

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No escuro, ela mostra o recipiente com insulinas descongeladas. “Tenho medo de tomar assim e bater as botas”, comentou, também aos risos. A insulina deve ser conservada na geladeira, podendo perder a capacidade de ação se mantida em temperatura ambiente.

O Edifício Holiday foi erguido em 1957, possui 17 andares e 476 apartamentos. Na época de sua construção, o bairro de Boa Viagem ainda estava em formação e consistia basicamente de residências de veraneio. Acredita-se que a construção modernista foi erguida com o objetivo principal de servir de residência para fins de semana e férias ou moradia para jovens casais e solteiros, por isso o formato de apartamentos pequenos. Há três tipos de apartamentos no Holiday: kitnet, com um quarto e com dois quartos.

Boa Viagem sofreu uma transformação desde a década de 50 e virou bairro nobre. O Holiday agora é cercado por prédios intimidadores, direcionados para quem tem maior poder aquisitivo. Mesmo com sua estrutura singular, o Holiday virou o patinho feio da vizinhança. “As pessoas olham para cá discriminando. Meu irmão não entra aqui com vergonha”, diz Cláudio Laureano, de 71 anos. Entre os residentes, corre o zumzumzum  de que haveria grande interesse do setor imobiliário na interdição do Holiday devido ao local ser estratégico.

Cláudio é outro morador que tem sofrido em especial com a falta de energia e água. Também diabético e com prótese no quadril, o aposentado tem ficado recluso. “Como eu vou descer essas escadas de noite?”, questionou. Cláudio abriu a geladeira e um cheiro ruim invadiu o ambiente. Sob a luz de várias lanternas ligadas em cima do armário, ele exibiu um recipiente onde guarda as insulinas. “Estão todas estragadas”, salientou. Além desses moradores, o imóvel abriga idosos, cadeirantes, doentes e crianças. Os condôminos são, em grande maioria, de baixa renda. Apesar de uma grande rotatividade, o prédio é conhecido por abrigar em maior parte comerciantes da Praia de Boa Viagem e algumas garotas de programa da região.

Em fiscalização recente, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) disse ter identificado um “risco elevadíssimo” de incêndio no Holiday. “Nós identificamos diversas ligações clandestinas, gambiarras, condutores expostos, um risco elevadíssimo de curto circuito e incêndio. Era necessário um corte de imediato para proteger a vida das pessoas”, explicou o gerente operacional da Celpe, Fábio Barros. Em uma tentativa de desligamento da energia, os técnicos foram impedidos pela população. “Chamamos a polícia para nos apoiar, mas mesmo assim, não conseguimos realizar o corte”, recordou Barros. Após a queda de energia, os moradores esperaram o religamento, que não ocorreu. Por meio de nota, a Celpe destacou que estava amparada por determinação judicial, acrescentando que o fornecimento só será restabelecido após as correções elétricas necessárias.

A Prefeitura do Recife, que solicitou a interdição, diz ter baseado o pedido em laudo do Corpo de Bombeiros, que constatou risco quatro de incêndio em uma escala de um a quatro. “Eles são desorganizados, não se dão bem entre eles, não se acertam. Eu dei sugestões. Sugeri criar um grupo para decidir sobre a restauração do prédio, fazer uma conta bancária, emitir um boletim para tudo ser feito com transparência, cobrar taxa de aluguel, regular a situação do pagamento dos condomínios”, citou o secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, antes de ocorrer a solicitação de interdição. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também acompanha o caso, tendo instaurado um inquérito civil e solicitado laudos sobre as condições de habitabilidade. O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), encaminhou uma equipe do Centro Integrado de Atendimento e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (CIAPPI) para fazer um levantamento do perfil socioeconômicos dos idosos.

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Aos poucos, as famílias estão indo embora. Entra e sai de caminhões de mudança virou algo corriqueiro nos últimos dias. Antes desse drama, cerca de três mil pessoas viviam no local. “Se tem 200 pessoas agora é muito”, calculou Josy. Para ela, a saída dos condôminos é ruim para quem quer continuar lutando para morar no Holiday. De maneira geral, a situação chegou a esse ponto por causa da inadimplência dos moradores, que alcança até 80% dos ocupantes. O síndico alega não haver dinheiro para fazer os ajustes no prédio e que a inadimplência existe desde síndicos anteriores.

Segundo a prefeitura, a condição estrutural do edifício é alvo de preocupação do Poder Público desde 1996. Desde então, o edifício foi alvo de vistorias, intervenções e recomendações de diversos órgãos públicos a exemplo do Corpo de Bombeiros, CREA, Procuradoria Regional do Trabalho, Ministério Público de Pernambuco, Dircon, Vigilância Sanitária e Defesa Civil do Recife. O lixo, por exemplo, sempre foi outro problema recorrente do edifício. Ele costuma ficar acumulado no térreo, causando mau cheiro e risco de doenças. Em cada andar há uma espécie de lixeira-canaleta, que joga os dejetos para baixo. Certos andares têm forte mau cheiro porque estas calhas não recebem a devida limpeza.

O síndico pretende recorrer da decisão de interdição. A gestão municipal está oferecendo abrigos públicos a partir desta quinta-feira (14), porém, de forma praticamente consensual, os residentes rejeitam a ideia. Força policial pode ser usada para que determinação seja cumprida.

 Após 8 dias sem energia e vivendo em situação precária, os moradores do edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, receberam uma resolução quanto as condições de moradia no local. Após a Prefeitura do Recife solicitar judicialmente a interdição do edifício, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) acolheu ao pedido e emitiu, nessa quarta-feira (13), uma ordem de desocupação imediata do imóvel.

O juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital determinou, na terça-feira (12), em caráter liminar, que os moradores do edifício deixem os apartamentos em cinco dias úteis. O prazo começa a valer a partir desta quinta-feira (14) e se encerra na próxima quarta (20). No entanto, muitos moradores alegam não ter para onde ir com a interdição do imóvel. Nesse caso, o que acontece com essas pessoas?

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A visão do TJPE

 Após o fim do prazo de evacuação voluntária, os moradores que não deixarem o edifício sofrerão com uma desocupação compulsória. De acordo com a decisão, a “Polícia Militar de Pernambuco – PMPE, Polícia Civil de Pernambuco, Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco – CBMPE, Guarda Municipal do Recife, Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife – CTTU e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU” estão convocados à promoverem a “desocupação com uso das forças policiais e municipais”.

“A desocupação será feita com ponderação, mas caso a Polícia precise agir, ela saberá como atuar”, disse o juiz Luiz Gomes, em entrevista ao LeiaJá.

O magistrado ainda falou que o prazo para saída dos moradores foi estipulado de acordo com a gravidade e circunstâncias em que o edifício se encontra e foi tomado em caráter de emergência. No dia 28 de fevereiro, o juiz participou de uma inspeção judicial e constatou a urgência da desocupação do imóvel.

O que dizem os Bombeiros?

A avaliação do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco é de que a situação do Edifício Holiday constitui uma ‘tragédia anunciada’. Na decisão proferida pelo juiz, o órgão aponta diversas irregularidades do imóvel como cozinhas clandestinas e depósitos de gás. Assim como as demais instituições convocadas na decisão, o Corpo de Bombeiros também prestará apoio na desocupação.

Auxílio-moradia

Em nota, a Prefeitura do Recife informou que a partir desta quinta-feira (14) começará a prestar auxílio aos moradores do edifício e a Defesa Civil do Recife (Sedec) está fornecendo apoio aos moradores com a logística das mudanças.

Já as pessoas que não têm para onde ir, irão ser acolhidas em abrigos públicos do município provisoriamente. No entanto, a assessoria da Sedec informou que nenhum tipo de auxílio-moradia será prestado à essas pessoas, pois o edifício é particular e cabe aos moradores realizar a reparação dos ajustes solicitados, para que o prédio volte a ser habitável.

Famílias não podem ficar desamparadas

Para o advogado Rafael Accioly, especialista em Direito Imobiliário do escritório Queiroz Cavalcanti Advocacia, se o caso não for solucionado em curto ou médio prazo, o governo pode disponibilizar medidas assistencialistas de moradia para as pessoas que não têm onde viver. “É uma questão de não deixar essas pessoas desamparadas”, ressalta.

O advogado também explica que toda pessoa que tenha se sentido prejudicada com a desocupação do imóvel (no caso de moradores com imóveis próprios e que pagam regularmente o condomínio) podem recorrer da decisão. No entanto, para reverter a ordem os quesitos apontados como motivo para interdição teriam que ser desconstruídos, o que no caso do Holiday, seria difícil, visto que um dos motivos da desocupação visa proteger a vida os moradores.

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Com a determinação judicial para que os moradores do Edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, deixem o prédio devido problemas estruturais, a maioria dos moradores e comerciantes garante que não deixará o local. Para eles, o prazo de cinco dias é inviável. Equipes da prefeitura e uma comissão de moradores prestam assistência às famílias.

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Há 56 anos morando no 2° andar, com a esposa e quatro filhos, Ibege Frazão, de 73 anos, afirma que não deixará o edifício. "Não tenho destino. O pior já está acontecendo, sem água e no candeeiro", relatou. O proprietário do bar mais antigo do condomínio também conta que ainda não foi negociado nenhum tipo de indenização.

Um dos participantes da comissão dos moradores Fernando Leão mora há 37 anos no prédio e garante que os 2.500 moradores não vão ceder. "A gente não invadiu. Isso aqui foi comprado! Nós não estamos pedindo esmola", afirmou.

"É revoltante! A gente não tem para onde ir. Eles tão tirando o que a gente lutou. Eu mesma batalhei a vida toda por isso, e moro aqui há 50 anos", relatou a moradora do apartamento 112, Luzinete Silva, que reitera o sofrimento vivido para quitar as dívidas apenas com o Bolsa Família.

Equipes da prefeitura estão no local oferecendo assistência aos que desejam sair. A intenção é realocar os moradores em abrigos do município. O secretário executivo da Defesa Civil Coronel Cassio Sinomar explicou o trabalho realizado pelas equipes. "Com a interdição, o que cabe à prefeitura é dar esse apoio logístico às pessoas que desejam se deslocar para um local. A gente sabe que é dificultoso conseguir um caminhão", esclareceu.

Sem vontade alguma de deixar o lar para ficar em um abrigo, a moradora do apartamento 128, Girlene Santos, revela a preocupação de deixar sua residência. "Nem os idosos querem ir. A preocupação também é com nossos móveis. Eu mesma não deixo minhas coisas nesses abrigos, é capaz de se perder", finalizou.

As famílias do edifício contam com apoio de voluntários. Um deles é o engenheiro Lupercio Luizines, que mora em um prédio a frente do Holiday e se solidarizou com a situação. Ele explica que o projeto inicial apontava que a edificação teria 27 andares, porém, apenas 17 foram construídos, o que - segundo ele - garante uma margem de segurança estrutural de aproximadamente 40%, porcentagem que "é muito tratando-se de engenharia".

Há duas semanas ele ajuda os moradores e afirma que já conseguiu melhorias com a retirada de alguns componentes elétricos até o 7° andar, para que tudo seja refeito do zero. Ele exemplifica: "se em um hospital for necessário trocar a rede elétrica, vão retirar os pacientes também?", questionou.

Outro grupo de apoio presente é o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A coordenadora estadual Cristiane Pedrosa defende a moradia digna aos residentes e reafirma que sua equipe está à disposição das famílias para que continuem em seus lares.

Mesmo com alguns optando pela mudança, a maioria aguarda uma reconsideração judicial e uma nova vistoria, visto que modificações já foram realizadas pelos próprios moradores, sob supervisão do engenheiro voluntário.

Após a Prefeitura do Recife solicitar judicialmente a interdição do Edifício Holiday, que fica em Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, a justiça determinou, na tarde desta quarta-feira (13), pela interdição total desse, que é um dos edifícios mais antigos e históricos da cidade.

A prefeitura justifica que essa interdição se dá "após três meses de tentativa de uma solução negociada com o condomínio" e que o pedido "se baseou em laudo do Corpo de Bombeiros que atestou risco 4, em uma escala de 1 a 4, de incêndio do Holiday".

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Também foi explanado pela prefeitura que "a condição estrutural do edifício é alvo de preocupação desde, pelo menos, o ano de 1996. Desde então, o holiday foi alvo de vistorias, intervenções e recomendações de diversos órgãos públicos".

Os gestores da cidade do Recife apontam que iniciou-se um trabalho de diálogo entre os moradores e os diversos órgãos envolvidos "na tentativa de evitar o  prejuízo social de uma interdição imediata no edifício de 476 apartamentos". A gestão garante que esteve diariamente no Holiday para que "a situação fosse solucionada sem a necessidade da saída das famílias".

No dia 28 de fevereiro, foi realizada uma audiência com o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, envolvendo representantes dos moradores do edifício, da Celpe, da Prefeitura do Recife, da Compesa, da Polícia Civil e Militar.  Após a audiência, o juiz e os demais presentes fizeram uma vistoria no Holiday.

O Ministério Público de Pernambuco também investigou as condições de habitação do Holiday

Na tarde desta quarta (13), a Justiça decidiu pela interdição do Edifício. Após a notificação do condomínio, os moradores e comerciantes do terreno terão cinco dias para deixar o local de forma voluntária, do contrário, força policial pode ser usada para que a determinação seja cumprida.

A Prefeitura do Recife diz que está mobilizando equipes das secretarias de Desenvolvimento Social, Juventude, Política Sobre Drogas e Direitos Humanos, Saúde, Mobilidade e Controle Urbano e Defesa Civil da cidade.

"Já a partir desta quinta-feira (14), estará disponível, para quem necessite, apoio para a logística da mudança e vagas em abrigo público municipal", aponta a prefeitura. Equipes da Secretaria de Saúde farão o acompanhamento de moradores idosos, deficientes e com mobilidade reduzida e o SAMU 192 estará a disposição.

O pré-candidato a presidente do Brasil Ciro Gomes (PDT) virou protagonista de mais uma polêmica nesta segunda-feira (18). Em entrevista à rádio “Jovem Pan”, o pedetista chamou o vereador paulista Fernando Holiday de “capitãozinho do mato”. Ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), Holiday disse que vai processar o presidenciável. 

Ciro fez a declaração quando respondia sobre a possibilidade de uma aliança com partidos do campo de centro-direita, como o DEM. “Esse Fernando Holiday é o capitãozinho do mato. A pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar. Esse era o capitão do mato no passado”, declarou. 

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Pouco tempo depois da entrevista, o vereador se pronunciou chamando Ciro de “destemperado e frouxo”. “Está acostumado a ofender mulheres, homossexuais no estado dele, mas aqui em São Paulo ele vai ter que me respeitar. Não estamos mais no tempo em que racistas como Ciro são tolerados. Vai responder por isso na Justiça”, avisou no Twitter. 

 

Nesta segunda, durante um evento, Ciro teria se justificado. “Esse rapaz faz apologia do fim das cotas em um país em que a população negra é a primeira vitima da violência, a primeira vítima da exclusão do ensino de qualidade. Portanto, capitão do mato é uma metáfora segura que eu tenho de que ele faz esse papel em pleno século 21”, explicou. 


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Quem transita pelo bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, comumente vê o edifício Holiday, imóvel de arquitetura grandiosa. O que muitos não imaginam é que, além do muro, uma espécie de lixão a céu aberto existe nas dependências do local. 

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Com 17 andares, 476 apartamentos e cerca de duas mil pessoas, o Holiday é um dos pontos de referência no bairro de Boa Viagem. O prédio possui um sistema de dispensa do lixo, com um compartimento (boca) disponível por andar, para que os sacos sejam despejados e caiam no local da coleta. O que acontece é que os moradores atiram seus excessos pela janela, caindo no terreno do quintal do edifício.

Wilton Vieira, 80, mora no prédio há 40 anos e é síndico há 12. Em sua gestão, Vieira diz que já tentaram retirar o lixo várias vezes, porém a sujeira torna a aparecer. "Já tentamos fazer de tudo, retirar o lixo, queimar, porém as pessoas acabam jogando novamente", declarou Vieira.

Um dos responsáveis por fiscalizar e limpar o lixo deixado é Carlinhos, 60 anos, zelador do edifício. Segundo ele, a Prefeitura não se responsabiliza pelo local, por ser parte privada, cabendo aos próprios funcionários do local a limpeza. 

Segundo Carlinhos, um mutirão será feito a partir da primeira semana de janeiro de 2016 visando retirar o lixo do quintal.  "Esse lixo aqui não é ninguém de fora que vem colocar não, são os próprios moradores que jogam". A atitude é reprovada inclusive por outros habitantes do Holiday, que condenam a sujeira existente no quintal.

Com o acúmulo de lixo e com as chuvas, o local pode virar um potencial foco de Aedes aegypti, mosquito vetor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. Contra o mosquito, Vieira cita que antigamente existia um "fumaceiro", dedetizador que afastava os mosquitos, e que hoje não há uma fiscalização dentro do prédio em relação a isso. 

Sem denúncia, gestão pública não interfere

De acordo com a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (EMLURB), por se tratar de uma área interna, não pode ser feita uma intervenção, a não ser que seja contatado um risco à saúde pública. Neste caso, é necessário haver uma denúncia à Secretaria de Saúde do Recife.

Em conversa com o Portal LeiaJá, a assessoria de comunicação da Secretaria afirmou que a área e quarteirão em questão já são monitorados por Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias. Além disso, não há nenhuma denúncia relacionada a doenças ou ao lixo (que não é de responsabilidade da Saúde).

A Secretaria-Executiva de Controle Urbano (Secon) está fiscalizando o depósito irregular de carroças nas ruas próximas à Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A operação foi iniciada nesta quarta-feira (24) na Rua Salgueiro, próximo ao edifício Holiday.

De acordo com a Secon, durante os trabalhos de hoje não foram recolhidos equipamentos, pois ao perceber a presença da equipe de fiscalização os donos das barracas retiraram os produtos. "Mesmo assim nós vamos manter uma equipe de fiscais no local, para impedir que as carroças sejam depositadas na via novamente", esclareceu o chefe da Gerência Operacional da Secon, Anísio Aziz. 

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A iniciativa obedece a Lei Municipal 16.053/95, que proíbe colocar, ainda que temporariamente, veículos e quaisquer outros bens, sobre passeios públicos, canteiros, divisores de pistas de rolamento, praça, parque e jardins públicos. ”Esta ação atende a um apelo da população vizinha ao Holiday, que sofre com os transtornos causados pelo depósito irregular das carroças no passeio público", afirmou a secretária-executiva da Secon, Cândida Bomfim. 

Caso alguma carroça seja apreendida durante as operações, o proprietário paga multa que varia de R$ 242,65 a R$ 606,54, mais taxa de R$ 12,73 por cada dia que o equipamento permanecer no depósito municipal. 

Com informações da assessoria

A polícia prendeu em flagrante na manhã desta sexta-feira (12) um homem que estava entregando drogas no Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. De acordo com delegado, Erivaldo Guerra, o acusado João Carlos de Oliveira, de 29 anos, foi pego após uma denúncia anônima.

“Recebemos a ligação e o seguimos até o local onde ele realizaria uma entrega. De lá fomos até a casa dele em Cavaleiro onde encontramos 150 gramas de cocaína pura, R$ 400 e uma balança de precisão”, detalhou. Além disso, foram encontrados telefones celulares e cartões de crédito. O homem não tem antecedentes criminais. Segundo o delegado, a polícia investiga quem passava a droga para o traficante. 

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