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Com trabalhos que começaram desde o início do ano, reeducandos do regime aberto e livramento condicional de Pernambuco estão cultivando mudas para a implantação de hortas urbanas em 22 escolas municipais e uma estadual. Na sementeira da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana do Recife, localizada no Parque de Exposições de Animais, Zona Oeste da capital, os reeducandos fizeram 30 canteiros onde plantam hortaliças e plantas fitoterápicas, além de milhos, feijão e macaxeira. 

“Essa oportunidade é de fundamental importância na formação do reeducando como cidadão. O trabalho junto com a educação são dois fatores determinantes para quebrar o ciclo da reincidência criminal, o que é importante para a sua sobrevivência e consequentemente para a transformação de suas vidas," explica Josafá Reis, superintendente do Patronato Penitenciário.

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De acordo com Socorro Seau, gestora da Unidade de Produção Agroecológica da Prefeitura do Recife, o grupo tem compromisso com o trabalho e é dedicado, atuando na sementeira no horário das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira.

“Eles são muito carentes de reconhecimento, mas têm clareza da responsabilidade e da importância de estarem desenvolvendo um trabalho que dará retorno às suas famílias. Tratamos o reeducando de forma humanizada, valorizando as relações interpessoais”, pontua Seau.

Pessoas em situação de rua em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, estão recebendo alimentos vindos da horta cultivada por detentos do Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho. O CRA está colaborando com o projeto Mãos Solidárias, que atende a população vulnerável de Garanhuns. 

Os legumes e verduras das hortas estão sendo usados nas refeições servidas à população em situação de rua e famílias necessitadas, especialmente, pelo agravamento da situação durante a pandemia do novo coronavírus.

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Cerca de 30 detentos, entre concessionados - trabalhadores assegurados pela Lei de Execução Penal - e voluntários, trabalham na horta do CRA. A doação já soma 73 quilos de macaxeira, abobrinha, coentro, cebolinha, alface e couve

Distante das políticas de lazer, as crianças da Vila Santa Luzia, comunidade no bairro da Torre, estavam fadadas a observar de longe o desenvolvimento urbano da Zona Norte do Recife. A região tomada pelos imóveis mais caros da cidade soma parques públicos. Em contrapartida, a infância local mergulha no Rio Capibaribe para emergir com o sustento, facetando trabalho em diversão. Inquieto com o que via da sua janela, o marceneiro Claudemir Amaro da Silva construiu uma possibilidade para que os pequenos pudessem sonhar. Ao longo de 12 anos, seu esforço vem se materializando em um espaço sustentável de ‘brincadeira, alegria e amizade’.

O pedaço de chão envolto pelo mangue abriga uma biblioteca, uma horta comunitária e diversos brinquedos. Antes, o local era tomado por palafitas, quando uma ação da prefeitura retirou as famílias da condição de risco, mas não propôs nenhum projeto à comunidade. Cheio de atitude e com pouca ajuda, Claudemir começou a capinar o ‘mato’ ao passo que plantava árvores no seu tempo livre. Porém, o germinar das plantas ainda era muito pouco.

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Para ele, a retirada das moradias, em 2007, não havia transformado a vida na Vila efetivamente. "Eu fiz uma área para as crianças daqui, que os pais não têm tempo de ir para um parque distante e deixar o menino sozinho. Aí os meninos têm que ficar de frente para o celular, acabando com a visão. Isso aqui é para elas brincarem e ter infância. Isso é importante", explica.

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Cada palavrinha tem um significado

"Pensei num lugarzinho maravilhoso que é esse aqui. Olha que sombra", convida o marceneiro, sem esconder o orgulho de idealizar a RioTeca. O nome veio junto com os primeiros livros doados, que hoje, tomam conta da pequena instalação feita com tábuas. "Com a leitura a gente aprende a ser sábio e viver a vida. A RioTeca é o ponto de tudo", destaca enquanto varre e limpa o pó das prateleiras de caixote.

À princípio, a biblioteca era destinada aos pequenos, mas a expectativa foi superada com a visita de ‘pessoas de fora’, atraídas pelo acervo. Estudantes universitários e concurseiros também vão ao cantinho em busca de calmaria e referência para os estudos.

"Não tem coisa melhor que ver uma criança lendo um livro, folheando sozinha. Isso é que dá mais força ainda de fazer as coisas aqui, ver uma criança querendo aprender alguma coisa pra no futuro ter uma vida melhor”, conta entre sorrisos. "As pessoas também têm que ter respeito pelas crianças. A gente tem que educar de alguma forma, sem grosseria. Ninguém quer uma pessoa com grosseria pro seu lado. Aqui é um lugar de educação", avalia Claudemir.

Muito do apreço que conserva pela garotada e a ligação com o rio é fruto do passado de subsistência na Zona Canavieira de Rio Formoso. Sua diversão também foi privada e seu brinquedo era uma foice para cortar cana-de-açúcar junto ao pai, morto ao se afogar em um rio, quando Claudemir tinha apenas 10 anos. Desde então, o primogênito de quatro irmãos assumiu o posto e aos 16 mudou-se para a capital, embalado pelo desejo de melhorar a condição da família.

Um pé de mesa vira a alegria de todo mundo

Já no Recife, ele lembra que fugiu ao conhecer uma serra elétrica e chegou a acidentar um dos chefes pela falta de experiência. Entretanto, teimava em não desistir e, a caminho do serviço, percebia que havia valor nas lixeiras. Os itens que "a turma jogou fora" passaram a ser revitalizados pela vontade de ressignificar aquele espaço em prol do bem comum. "Onde eu passo numa calçada, se eu ver uma cadeira, um pé de mesa ou alguma coisa, eu trago já pra consertar e fazer a alegria de todo mundo", descreve.

O marceneiro relembra a alegria da sua primeira doação. Um dos irmãos é zelador e ligou para Claudemir à pedido da síndica, que queria pagar R$ 100 para alguém se livrar de um antigo brinquedo do residencial. "‘Tu vai querer? Eu Quero!”, respondeu prontamente. Já com o arco de serra e uma chave à postos, desligou o telefonema e, sem avisar, foi atrás do ‘lixo’. O irmão ficou surpreso com a recusa a quantia. "Eu não queria nada da síndica. Só queria o brinquedo. Aí meu irmão: 'pega o dinheiro, ela não quer pagar a tu?' Quero não", respondeu entre os cumprimentos aos visitantes da RioTeca.

Aos poucos a biblioteca crescia e o parque vinha cumprindo seu papel social. Tanto que até hoje, livros e brinquedos são doados e passam pelos reparados do marceneiro. Apontada para a educação, a ideia do parque partiu do entendimento que o conhecimento só é pleno se for divertido. Escorrego, pula-pula de pneus, balanço e casa da árvore eram as atrações da criançada do bairro e logo chegaram pedidos para realizar eventos na pracinha.

Madeira que cupim não rói

Os esforços de Claudemir se popularizaram na comunidade e geladeiras quebradas ganharam uma cara nova para equipar uma cozinha humilde. Devido a demanda de pedidos, ele controla o fluxo das festas de aniversário, chá de fralda e demais comemorações com seu caderninho, "as crianças não querem nem saber de comer, só querem saber de brincar", conta. Em troca, fixou apenas uma regra: "eu entrego [o local] limpo e peço limpo de volta. Não custa nada a pessoa sujar e limpar".

Detentor da admiração e da gratidão da Vila Santa Luzia, Claudemir lamenta que a RioTeca foi ameaçada em 2018. No mês de maio, policiais militares e uma equipe da Brigada Ambiental notificou o local como construção irregular. “Então eu tô errado de plantar árvore?”, questionou ao reforçar que o esgoto é despejado no Rio Capibaribe.

"Eu batalhei 12 anos e não tive ajuda. Aí o poder público querer tirar um negócio que é pra todos nós viver em paz, em harmonia um com o outro e fazer amizade? Isso é maravilhoso pra mim e não tem coisa melhor do que ver a alegria estampada no rosto do outro", comenta.

Ao lado do advogado, foi à sede do órgão ambiental para lutar pela RioTeca. "Se vai sair ou não, eu sei que a população aqui tá do meu lado. Enquanto vocês não fazem uma coisa boa aqui, a coisa boa é esse lugar para estudar", disse aos agentes. Perguntado se teme sofrer novos embargos, ele ressalta a união da comunidade e a força das redes sociais para impedir. "Vou juntar com a população e a gente vai ter que fazer uma barreira para proteger a leitura", sugere.

Os sonhos para o espaço fluem com o rio

Perguntado sobre o futuro da RioTeca, Claudemir foi categórico, "tenho tantos sonhos que não cabem dentro de mim". Todos os recursos vêm dos lixeiros ou do próprio bolso, contudo ele sente falta de companheiros para tocar o projeto. "Não tem gente empenhada em ajudar. Então os moradores deveriam se empenhar mais uns com os outros para cuidar de um espaço lindo desse, que você pode colher um remédio pra um filho a noite", pontuou apresentando a horta.

Dentro do cercado, a beleza das borboletas colore o local, no entanto, ele lamenta o desinteresse, “tem gente que só vem pra colher”. A horta lhes rende plantas medicinais, frutas - como abacaxi e maracujá -, além de verduras e hortaliças. 

Com o desejo de expandir a RioTeca, um dos ‘tantos sonhos’ de Claudemir é promover um ‘dia de educação’. Ele requisita parceiros para instruir a molecada. "É muito raro ter um voluntário, mas não será possível que um dia não apareça um né? Era para ter mais gente pela quantidade de criança que vem aqui, mas com o passar do tempo, vamos começar a educar essas crianças da comunidade", planeja enquanto contempla um grupo de crianças aos risos, correndo entre as instalações da sua obra.

 

 

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Levar conscientização aos alunos do ensino fundamental sobre agricultura, economia, interação entre homem e meio ambiente e sua valorização como cidadão é um dos princípios da Escola Estadual Eugênia Cavallero de Macedo, que fica em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. Com orientação e apoio dos professores que desenvolveram o projeto “Valores para a vida no século XXI”, os alunos criaram uma horta na escola, onde eles cultivam legumes e verduras.

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A horta, criada em abril deste ano, surgiu com o interesse de mostrar aos alunos a importância da alimentação saudável e sustentabilidade. Segundo a diretora da escola, Josiane Vieira, ações como essa são cruciais na educação dos alunos.

Todos os alimentos colhidos da horta são usados na merenda da escola, como caruru e cebolinha, por exemplo. Para Ithamar Borge, professor de Ciências da escola, e que orientou os alunos na criação da horta, junto com o professor Amadeu Cabral Júnior, professor de Matemática, o projeto também serve para mostrar, na prática, o ciclo de vida dos vegetais. “É para que eles tenham noção das substâncias nutritivas presentes nas verduras e a importância delas para o nosso corpo”, disse o professor.

Os alunos que participaram do projeto são do sexto e oitavo anos. Ana Carolina Soares, aluna do oitavo ano, e que sonha em ser psicóloga ou professora de Educação Física, disse que a horta trouxe vários benefícios para os alunos e para a escola. “Com ela aprendemos a nos alimentar bem, a abrir a mente sobre a importância dos alimentos e a ser uma pessoa mais feliz e saudável. Aprendemos a cuidar dela de uma forma muito especial”, concluiu a aluna.

 

Dois homens estão sendo procurados por tentativa de furto em uma horta na cidade de Americana, em São Paulo. O roubo deu errado e os suspeitos não levaram os pés de alface a o brócolis que haviam retirado da terra. O pior é que um dos trapalhões deixou o documento pessoal na cena do "crime".

Segundo o jornal 'O Liberal', o curioso caso ocorreu na Avenida da Música, bairro de Nova Carioba nessa segunda (4). A guarda municipal foi acionada pelo dono da horta, que afirmou estar saindo de viagem quando viu os dois indivíduos retirando os vegetais da terra.

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Algo deu errado e os dois fugiram antes da chegada dos agentes, deixando para trás os quatro pés de alface e um brócolis que pretendiam roubar. A polícia ainda tenta localizar os 'ladrões de verduras'.

No meio da correria do mundo moderno, parar por um tempo e entrar em contato com a natureza, em um espaço verde, traz vários benefícios para a mente e o corpo. Isso é o que a oficina de Horta Terapêutica, que ocorrerá neste sábado (27), organizada pelo instituto Alachaster, vai proporcionar: uma oportunidade de dar uma pausa para relaxar e se conectar aos elementos da terra.

A relação entre os seres humanos e as hortas caseiras é real. Do início da civilização às novas gerações, as hortas fascinam por vários motivos: beleza, possibilidade de cultivar seus próprios alimentos, frescor, saúde etc. Porém, com o crescimento das cidades, essa tradição, muitas vezes passada por gerações, se perdeu.

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Luciene Aviz, professora da oficina, explica os benefícios de ter um espaço verde em casa e a importância de ter um ponto onde descansar a mente e criar uma rotina saudável durante o dia. “O contato com a horta ou com o espaço verde em casa ajuda a pessoa ter um ponto onde focar, refletir e ali criar uma rotina, fora os benefícios para a sua alimentação, pois ajuda a consumir menos agrotóxico. Independente do local, a horta se adequa com facilidade, pode ser casa ou apartamento dá para cultivar hortaliças”, afirma a professora.

Soraya Costa, administradora do Instituto Alachaster, explica a importância da oficina e para quem a participação é indicada. “Bom, o objetivo da oficina é mostrar os benefícios que essa atividade de cultivo pode proporcionar, como relaxamento, contato maior com o meio ambiente, o despertar da consciência e também o exercício físico de leve impacto. A oficina é aberta ao público pra qualquer faixa etária a partir dos 12 anos”, afirma Soraya.

O Instituto é formado por empreendedores que atuam em diversas áreas da sociedade, com o objetivo de promover a conscientização e a educação ambiental através de hortas urbanas para uma nova cultura de alimentação e vida saudável. São missões do grupo, também, trabalhar para desenvolver a autonomia do indivíduo e apoiar o surgimento de um novo modelo econômico justo, através de ações colaborativas.

Serviço

Data: 27 de janeiro

Horário: 9h às 11h

Local: Empório Orgânico

Tv. Dom Romualdo Coelho, 991, 66055190 Belém. 

Valor: R$60,00

Por Maria Clara Silva.

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Um dos conceitos nevrálgicos da obra do cientista social pernambucano Josué de Castro foi o de “agricultura de sustentação”. O termo se refere aos cultivos que ampliam as possibilidades alimentares de uma região e contribuem diretamente com as demandas da população. Seu Mielson Silva não sabe quem é Josué de Castro, mas há mais de vinte anos mantém o cultivo de diversos vegetais em uma horta urbana na BR-232, no Recife, para consumo próprio e venda. Ao longo da rodovia, bem como na BR-101, outras propriedades com estrutura similar chamam atenção: vendo as terras inativas, dezenas de agricultores passaram a ocupar o espaço com plantações.

Seu Mielson conta que era morador de uma vila nas proximidades da horta, desapropriada por iniciativa do governo. “Com a indenização que recebi, comprei uma casa no Curado I, mas eu já tinha reparado no terreno. Comecei plantando quiabo, quando vi que estava dando certo passei para o alface e coentro. Agora temos muitos clientes, gente até que faz questão de colher os vegetais com as próprias mãos”, comemora. De acordo com Dona Josefa da Conceição, companheira de Mielson e parceira no empreendimento, os preços baixíssimos em relação às feiras e a ausência de agrotóxicos são as características da plantação que mais atraem consumidores. “Só uso estrume e água. A gente se sente feliz de estar trabalhando para passar uma mercadoria de qualidade para os clientes. A unidade do alface aqui custa R$ 1, já o ‘mói’ de coentro vendemos a partir de R$ 2 reais”, comenta.

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Josefa e Mielson contam com seis funcionários fixos em horta na BR-232. (Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens)

Basta passar alguns minutos na horta para observar a aproximação dos clientes. A missionária Hercília Bezerra sai do Bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, para fazer a feira na horta de Mielson e Josefa. “Um pé de alface onde moro custa R$ 5 e aqui compro por muito menos e ele ainda dura até 15 dias sem estragar, porque não possui produtos tóxicos”, conta. Com uma cesta repleta de hortaliças, a consumidora comenta que levará boa parte dos produtos para parentes e amigos. “O pessoal fica impressionado com a aparência e o sabor dos vegetais e sempre me pede para comprar alguns para eles. Aqui também tenho a vantagem de comprar direto do produtor e pode negociar o preço com ele quando compro em grande quantidade”, explica. 

 

Hercília Bezerra sai do bairro de Cadeias, em Jaboatão dos Guararapes, para fazer a feira em hortas urbanas da BR-232

O casal de agricultores autônomos já gera seis empregos fixos. Uma notícia animadora diante do quadro de crescente concentração fundiária e de terras inativas do Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), as grandes propriedades privadas passaram de 238 milhões para 244 milhões de hectares. A área é dividida entre 130 mil grandes imóveis rurais, que possuem 47,23% das terras cadastradas no Incra. Já o Atlas da Terra Brasil 2015, realizado pelo CNPq/USP, aponta 175,9 milhões de hectares.

“O território brasileiro possui 850 milhões de hectares, cerca de 300 milhões de hectares são áreas devolutas. Essa área citada pelo Incra poderia ser utilizada para reforma agrária, mas falta a vontade do governo de construir isso”, lamenta Paulo Mansan, que compõe a diretoria estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). De acordo com o Incra, “o imóvel rural é considerado improdutivo quando, ao aferir sua produtividade, o órgão constatar que imóvel não alcança os graus de exploração exigidos por lei”. Assim, ao não cumprir o que a instituição chama de “função social”, de acordo com a Lei 8.629/03, o imóvel pode ser “desapropriado para fins de reforma agrária”.  

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Acompanhamento da Ceasa

De acordo com a coordenadora do projeto integrado das hortas Comunitárias do Centro Estadual de Abastecimento (Ceasa), em parceria com o Sindicato do Comércio de Hortifrutigranjeiros (Sindifrutas), Jaciara Pereira, a Ceasa já possui 90 agricultores cadastrados nos 37 hectares dos nove anéis rodoviários na área de entorno da instituição. “O projeto existe desde 2008 e foi criado com o intuito de organizar os terrenos próximos à Ceasa. Essas áreas são patrimônio da União. Desta forma, os agricultores não podem morar nelas, mas podem utilizá-las para o plantio”, explica. 

Francisco Santos é um dos agricultores que já está cadastrado na Ceasa. “Posso cultivar, mas nada é meu. Eles doam adubo orgânico e sempre vem fiscalização da Adagro (Agência Embrapa de Informação Tecnológica, pois não podemos usar agrotóxicos”, coloca. Seu Francisco observa a presença de seguranças na área. “Mesmo assim, acontecem muitos assaltos nessa região”, completa. De acordo com Jaciara Pereira, apenas dois policiais fazem a cobertura da área. “Não tem segurança 24 horas, mas eles passam o dia monitorando toda a área e mantém contato constante com a gente”, afirma. 

Agricultor Francisco Santos é cadastrado pela Ceasa e recebe adubo gratuitamente. (Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens)

De acordo com a assessoria de imprensa do Ceasa, “no decorrer do programa, houve uma acentuada redução na utilização de agrotóxicos, sendo incentivado o controle de pragas e doenças por meio de técnicas alternativas, que não prejudicam o meio ambiente nem os consumidores desses produtos”. A instituição coloca ainda que as culturas predominantes das hortas urbanas são quiabo, coentro, alface, cebolinha, capim milhã, sendo secundário o plantio de macaxeira, bredo, pepino, maracujá, batata-doce, rabanete, rúcula, plantas ornamentais e paisagísticas. 

Para Jaciara Pereira, um dos maiores ganhos das hortas urbanas é o contato com a natureza que elas proporcionam. “Muita gente nunca viu um pé de alface na vida. É uma questão de saúde trazer mais pessoas para perto do campo, afinal dependemos dele”, afirma. Francisco Santos relata receber, além de consumidores, excursões estudantis em sua horta. “Os colégios trazem as crianças para fazer visita. Elas não têm contato com a terra, ficam impressionadas quando veem a plantação. Não troco meu trabalho por nenhum outro”, conclui.

A experiência de Casa Amarela

Há cerca de dois anos, cansada de esperar por soluções do governo para uma praça abandonada na Rua Professor Souto Maior, a população do Bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, resolveu se organizar para fundar uma horta comunitária. “O terreno não tinha posse e era repleto de sujeira e rejeito de obras descarregado por algumas construtoras na área e na beira do canal. A terra estava tão comprometida que precisamos bater com marreta para alcançar o chão. Fizemos e limpeza, trouxemos terra de fora e começamos a plantar”, lembra o agronômo Augusto Neto, um dos moradores de Casa Amarela responsáveis por revitalizar a área.

Atualmente com grande diversidade de árvores, ervas e frutas, a horta comunitária é conservada pelos moradores da região, que já consomem os frutos plantados.  O aposentado Manoel Guedes, morador da Rua Professor Souto Maior, destaca o poder da horta de integrar a vizinhança. “Passo de uma a duas horas por dia cuidando da plantação. O pessoal aqui colhe os frutos, faz chá, conversa. Cada um cultiva uma coisa. O mundo precisa de mais verde”, coloca o aposentado Manoel Guedes.

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Faça sua horta urbana

A experiência bem-sucedida de Casa Amarela serviu de exemplo para a comunidade do Poço da Panela. “O nome da horta é Jardim Secreto. Houve uma receptividade muito grande dos moradores e fui chamado para ajudar na construção da horta de lá. Já iniciamos o plantio”, comemora Augusto. O agrônomo dá dicas sobre o que é preciso para construir uma horta urbana.

1) Quanto mais longe dos carros melhor. Os gases poluentes prejudicam o desenvolvimento da plantação. Caso a horta esteja perto das vias, uma primeira camada, mais próxima à rua, deve conter espécies mais resistentes, como macaxeira, batata doce e frutas em geral;

2) Crie canteiros nas áreas mais centrais do terreno para acomodar as ervas, que são mais delicadas;

3) Os terrenos urbanos costumam ser bastante desgastados. É importante utilizar adubo e retirar pedras, para que as plantas se enraizem;

4) Por fim, é determinante fazer limpezas constantes do terreno, retirando as ervas daninhas antes que cresçam e regando bastante as plantações.

Uma startup portuguesa criou um aplicativo destinado para aquelas pessoas que desejam ter uma horta orgânica em casa. Disponível para Android e iOS gratuitamente, o Plantit foi criado pela empresa homônima, que se dedica à implementação de jardins ecológicos em diversos espaços.

Esta nova ferramenta disponibiliza informação e dicas práticas sobre como cultivar alho francês, rúcula, coentros, salsa, morangos, entre outras variedades de legumes e ervas aromáticas. Tendo por base o método da agricultura biológica, o aplicativo ensina quando, como e onde semear, plantar, colher e regar cerca de 28 tipos de cultivos.

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A informação está disponível de forma simples e de fácil compreensão a qualquer agricultor urbano, com ou sem experiência, tais como a exposição solar adequada, o tipo de solo, a estação do ano, como colher e em que pratos utilizar os produtos.

O aplicativo vai além e também ensina a preparar biofertilizantes, bem como métodos simples para controle de pragas. A empresa prevê, num futuro próximo, aumentar a informação disponível no serviço, criando canais para que os usuários possam interagir.

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Michelle Obama, a primeira-dama dos Estados Unidos, promoveu na última terça-feira (7) autógrafos do seu livro "Cultivando na América, a história da horta da Casa Branca e por todo o País, com o intuito de relembrar a luta contra a obesidade infantil.

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O livro que foi lançado no ano  de 2012, bem No início da campanha política do  atual presidente Obama, mostra a história da  horta do presidente, e receitas saudáveis e baratas de dietas. Assim que a família Obama se mudou para a Casa Branca em 2009, Michelle Obama decidiu plantar uma horta no local, passando a se dedicar a programas contra a obesidade infantil. Todo o lucro do livro foi arrecadado para instituições.

 

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