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O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou, nesta quarta-feira (8), em sessão plenária na Câmara dos Deputados, que se sua filha de 17 anos, que prestou vestibular por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tirar uma nota boa na prova “vai sofrer punição”. A fala foi proferida durante reunião com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios. 

O primeiro dia da avaliação, aplicada no último domingo (5), contou com as provas de Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, e a redação, cujo tema foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. 

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O parlamentar, que faz parte da Frente Pela Educação Sem Doutrinação, criticou a formulação de diversas questões da prova. “Porque se uma pessoa que tirou uma nota boa nisso aqui, uma pessoa que se sai bem nessa abominação, já não é mais um indivíduo, é um avatar ideológico”, declarou em sua fala. 

As críticas continuaram, se estendendo a todos que tirarem boas notas nas provas. “É uma pessoa que nunca vai alcançar os seus reais potenciais, nunca vai conseguir pensar por conta própria. Mas talvez um dia vire um parlamentar pra sentar aqui pra defender as abominações que a esquerda defende”, declarou. 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (15), que é preciso racionalidade com as políticas agrícola e ambiental e que o problema do setor do agronegócio com o governo atual é ideológico e não de gestão. Lula deu entrevista nesta manhã a rádios do estado de Goiás.

Segundo o presidente, ele não trabalha para agradar determinados setores, mas para criar condições de trabalho para todos os brasileiros, inclusive o agronegócio. Lula citou que o setor foi muito beneficiado em seus governos anteriores, com recursos e condições de crédito.

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“Eu tenho noção do que nós fizemos, eu tenho noção que o problema deles conosco é ideológico, não é um problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Nós vamos fazer um bom Plano Safra porque nós queremos que a agricultura brasileira continue produzindo, continue plantando cada vez mais para continuarmos exportando cada vez mais”, disse Lula. “O que está em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva desse país e aumentar essa capacidade produtiva sem desmatamento e sem queimada na Amazônia”, acrescentou.

Segundo o presidente, é preciso recuperar os 30 milhões de hectares de terras degradas para “dobrar a nossa produção agrícola”.

Ele cobrou racionalidade do setor para que a política internacional do país não fique prejudicada. Lula lembrou que ontem (14) o parlamento da França vetou o acordo Mercosul-União Europeia (UE) porque quer mudança no comportamento brasileiro com relação a agricultura. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. Uma tramitação que envolve 31 países.

“É preciso que a gente tenha consciência da racionalidade que tem que prevalecer na nossa política internacional. Ontem, o parlamento francês disse que não vai votar o acordo a Mercosul-União Europeia por causa da quantidade de veneno utilizado nos produtos agrícolas brasileiros. É importante a gente levar em conta que ser racional, cuidar da agricultura de boa qualidade é uma necessidade competitiva do Brasil pra China e para França, para os Estados Unidos e para Alemanha e é assim que eu quero tratar o agronegócio”, afirmou Lula.

Ele destacou ainda que o cuidado do governo envolve também os pequenos produtores rurais que produzem os alimentos que vão direto à mesa, citando o estabelecimento de uma política de preço mínimo para a produção. “Esta gente também tem que ser tratada com muito respeito, porque se um do agronegócio tem um valor extraordinário para produzir commodities pra gente exportar, o outro tem uma extraordinária coragem de plantar aquilo que a gente vai comer”, disse.

Meio ambiente

Para o presidente, o produtor rural sério tem responsabilidade com o meio ambiente. “Aquela pessoa que vive da produção e da exportação sabe que será prejudicial para os seus negócios a gente extravasar em queimadas, entrar em terras que não podem entrar e poluir rio que a gente não pode poluir. Todo agricultor inteligente e todo agricultor de bom senso sabe que a preservação ambiental é um valor a mais para os produtos que a gente está produzindo para exportar”, afirmou.

Lula disse ainda que o governo será “muito duro” na fiscalização e na punição das pessoas que cometem crimes ambientais e, por outro lado, tratará decentemente aqueles que estão cumprindo a lei, “aqueles que sabem que a preservação é um valor a mais nos produtos que nós fazemos nesse país”.

Após se reunir em Montevidéu com o presidente do Uruguai, Lacalle Pou, de centro-direita, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta, 25, que suas relações com chefes de Estado não têm viés ideológico. "Não precisam pensar como eu sob o ponto de vista ideológico, não precisam gostar de mim do ponto de vista pessoal", declarou.

Lula fez novos acenos ao multilateralismo e reforçou sua vontade de uma nova governança mundial. "Voltei à Presidência porque acredito no multilateralismo e quero fortalecer o Mercosul, Unasul, Celac e brigar por uma nova liderança mundial", afirmou o presidente em Montevidéu. "Quem sabe, não estaria havendo a guerra da Rússia e Ucrânia se a ONU tivesse mais representatividade", acrescentou. "Até hoje os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Kyoto", cobrou ainda o presidente.

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O petista ainda prometeu discutir com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, a possibilidade de transformar o aeroporto de Rivera em aeroporto internacional. A construção de uma ponte entre os países também foi citada.

"Única mágoa que tenho do Uruguai foi a Copa do mundo de 1950. Mas já faz muito tempo", brincou Lula, após dizer que espera mais reuniões com Lacalle Pou.

Vitor Valim (Pros), prefeito de Caucaia, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará, sancionou uma lei que proíbe a inclusão de assuntos ligados à sexualidade, linguagem neutra e "ideologia de gênero" nas escolas públicas e privadas. Além disso, pessoas trans não poderão usar o banheiro de sua identidade de gênero.

"Os banheiros, vestiários e demais espaços destinados, de forma exclusiva, para o público feminino ou para o público masculino, devem continuar sendo utilizados de acordo com o sexo biológico de cada indivíduo, sendo vedada qualquer interferência da chamada 'identidade de gênero'", diz a lei sancionada no dia 21 de dezembro.

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Por conta disso, todos os profissionais da educação de Caucaia não poderão abordar questões que tratem da educação sexual. Também estão proibidos de utilizar a chamada linguagem neutra, que visa reduzir os preconceitos manifestados pela língua portuguesa. 

Os profissionais da educação da cidade poderão sofrer sanções administrativas se descumprirem as determinações da lei. 

Uma espécie de "salada ideológica" se repete nas disputas nas eleições 2020 a prefeito em diversas cidades do interior paulista, com partidos de diferentes tendências, e até adversários ferrenhos no plano federal ou estadual, se unindo para conquistar o Executivo municipal. As campanhas alegam que, na eleição para prefeito, o eleitor leva em conta, mais do que o partido, a pessoa do candidato.

Em Sumaré, na região de Campinas, o prefeito Luiz Dalben, do Cidadania, formou uma coligação para disputar a reeleição com partidos de diferentes perfis ideológicos. Além do Republicanos de seu candidato a vice, a chapa reúne PT, PSL, PSDB, PSB, DEM, PP, Solidariedade, PSD e PL.

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"Fomos vice do Dalben em 1996 e 2000, depois governamos com José Antonio Bacchim (2005 a 2012), e eles de vice. Lançamos candidatos desde 1982, mas neste ano não tínhamos quadro disponível e era natural a aliança", afirma o presidente do PT, Roberto Vensel. "Assumi um ano antes de Jair Bolsonaro se eleger presidente (então pelo partido), sou cristão, contra ideologia de gênero. A aproximação agora é com o Luiz, não pedimos bênção ao PT nem ele a nós", diz Alisson Chuma, presidente do PSL local.

"O protagonismo desses partidos na disputa presidencial os fez manter distanciamento, para fidelizar o eleitor e até para construir uma nova candidatura presidencial", diz o cientista político da Unicamp Henrique dos Santos Curi, especializado em partidos políticos. Segundo ele, se em 2016, 9,5% das chapas encabeçadas pelo PT incluíam o PSL, agora são só 0,5%. Do outro lado, coligações do PSL com o PT caíram de 28,5% para 1% pelo País no período.

Antagônicos nas esferas estadual e federal, PT e PP dividem o mesmo palanque em Araraquara. O petista Edinho Silva, atual prefeito e candidato à reeleição, trouxe para sua chapa como candidato a vice-prefeito Damiano Barbiero Neto, presidente local do PP, um partido de espectro direitista.

A campanha de Edinho afirma que ele está apenas repetindo a fórmula da eleição de 2016, quando se elegeu prefeito tendo o empresário Damiano Neto como vice. Diz, ainda, que a chapa também está coligada ao PCdoB, aliado tradicional do PT.

A chapa encabeçada pelo petista, no entanto, reúne outros partidos do "Centrão" que, no plano federal, apoiam o governo Jair Bolsonaro. Além de PP e PCdoB, fazem parte da coligação PSC, PL, PSD e Solidariedade. Araraquara tem 177 mil eleitores e, além de Edinho, outros oito candidatos estão no páreo.

Em Taubaté, o candidato a prefeito pelo PSDB, Eduardo Cursino, fez aliança com o PSL. Bolsonaro deixou o partido, mas a legenda se mantém como principal adversária do PSDB, travando uma guerra política com o governador tucano de São Paulo, João Doria. Além do PSL, o PSDB de Taubaté compôs com outras siglas do "Centrão" que apoiam o governo Bolsonaro, como o PP, PTB, PL, PSD e Avante. Segundo Cursino, seus aliados formam um time com experiência para continuar cuidando de Taubaté, tradicional reduto tucano.

O PSDB também fez alianças com partidos do "Centrão" em Piracicaba, onde o prefeito, o tucano Barjas Negri, tenta a reeleição. Embora o candidato a vice, José Godoy, também seja do seu partido, a coligação de Negri inclui PP, PSC, Solidariedade, Cidadania, Podemos, PTB, PSD e Republicanos, partidos alinhados com o governo federal. Com 290 mil eleitores, Piracicaba ainda tem outros 11 candidatos, além de Barjas Negri, concorrendo à prefeitura.

Em São José do Rio Preto, o candidato do PSL, Marco Casale, tem como vice Terezinha Pachá, do PSB. Casale se declara bolsonarista. Em sua propaganda eleitoral incluiu vídeo da visita de Bolsonaro à cidade, em 2018.

Terezinha fez parte da chapa graças ao líder da legenda, o ex-prefeito Valdomiro Lopes, que tentou viabilizar a própria candidatura, mas não conseguiu. Para Casale, a opção nada tem a ver com a ideologia. "Valdomiro foi o prefeito que mais trouxe recursos para a cidade, por meio de projetos federais. As pessoas precisam ter suas necessidades atendidas", justifica.

O novo ministro da Educação nomeado nesta quinta-feira (25), Carlos Alberto Decotelli, declarou em entrevista ao jornal O Globo que diferentemente de seus antecessores Ricardo Vélez e Abraham Weintraub, não pretende fazer uma gestão pautada em discussões de cunho ideológico na pasta da educação. 

“Eu sou uma pessoa que sou professor da FGV há muito tempo e a minha questão é o trabalho. Eu não tenho nem preparação para fazer discussão ideológica. Vou conversar, dialogar. Minha visão é transformar o ambiente da política educacional em ambiente de sala de aula, e na sala de aula conversamos. A minha função é técnica”, afirmou o novo ministro.

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Militar da reserva da marinha, ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com formação na área econômica, Decotelli comentou outros assuntos como a pretensão de tocar adiante temas como a continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) como uma de suas prioridades no ministério. 

“São três as prioridades: a primeira é ampliar o diálogo e interlocução para que haja divulgação correta em relação às políticas do MEC; atualizar o cronograma dos compromissos que estão estabelecidos; as ponderações em relação ao novo Fundeb; as políticas envolvendo a covid-19  e a parte de biossegurança. Queremos fazer um trabalho de gestão interna integradora, com diálogo mais forte entre FNDE e a Capes, e a estrutura operacional que é a estrutura estratégica no gabinete. A preocupação com a biossegurança para reativação das aulas e o Fundeb (são as principais questões)”, disse o novo comandante do MEC. 

No que diz respeito ao combate à Covid-19, Carlos Alberto Decotelli destaca o desejo de se aproximar do Conselho de Secretários de Educação (Consed) para discutir e viabilizar o retorno dos estudantes às aulas presenciais junto aos secretários estaduais de educação. 

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Muitos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se mostraram ansiosos e tensos devido às declarações de membros do governo federal sobre o “fim da ideologia” na prova, feitas antes da realização do Exame. As provas de Linguagens, Redação e Ciências Humanas, que eram as que mais despertavam polêmicas nesse sentido, foram aplicadas neste domingo (3). 

Na análise do professor de Linguagens e Redação Diogo Xavier, houve mudanças que levaram a “um certo favoritismo puxavam para fatores positivos para o governo”. Segundo ele, “teve alguns teóricos que a gente viu desaparecer da prova, em uma questão ou outra aparecem [temáticas] polêmicas para o governo, como questões ambientais".

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Já Diogo Didier, que também ensina linguagens e redação, afirmou que o Enem 2019 foi uma prova sem polêmicas. “Não teve [ideologia]. A prova do Enem não teve tempo de mudar o banco de questões, então foi o mesmo. Não teve nada muito transgressor, tudo formal, certinho, padronizado. A gente não teve nenhuma exaltação à esquerda ou direita, houve uma neutralidade, como o governo gosta de pontuar. Foi tudo muito baseado em texto, interpretação e regras”, disse ele.

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Neste domingo (3), começou o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Milhões de estudantes de todo o Brasil se reuniram em diversas instituições para realizar a prova que os levará rumo à universidade. Três horas e meia após o início do certame, quando o relógio bateu 15h30, poucos feras começaram a deixar o prédio da Uninabuco, no centro do Recife.

Sem querer esperar o prazo limite para a entrega do caderno de questões os candidatos saíram otimistas de seus resultados na avaliação. Para Deborah 'Morgana' Brito, 20, a prova pareceu fácil, com viés mais conteudista, sem as já esperadas polêmicas. No que diz respeito à redação, ela achou o tema estranho e inesperado. 

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Já o estudante Guilherme Márcio Lucena da Silva, de 17 anos, deseja estudar ciências biológicas e se sentiu frustrado após perder tempo fazendo uma redação sobre o tema errado devido a uma orientação do fiscal. 

“O aplicador da prova não soube dizer o tema da redação, disse que era para eu fazer com tema livre, de minha escolha. Eu fiz, tinha terminado e quando estava terminando a prova vi que tinha um tema no final da prova de português. Eu achei bem interessante, queria ter falado sobre isso, mas por causa do erro não consegui fazer”, disse o jovem.

Sobre as questões da prova, Guilherme Márcio afirmou que foi uma prova com menos contextualização e mais pesada na cobrança dos conteúdos em relação aos anos anteriores. “Eu preferia quando abordava outras coisas ligadas à sociedade, ao cotidiano, eu acharia mais interessante”, afirmou o estudante.  

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Com informações de Katarina Bandeira

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Nas redes sociais, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho - uma das responsáveis pela investigação da execução de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes - exibe seu lado bolsonarista e orgulha-se das atitudes da direita, tanto que chegou a publicar uma foto com um dos deputados responsáveis por quebrar a placa em homenagem à vereadora.

Nesta quinta-feira (31), uma série de publicações da promotora, nas quais reforçam seu lado pró-Bolsonaro, foram compartilhadas pelo editor do Intercept Brasil, Leandro Demori. Vestida com uma camisa estampada com o rosto do presidente eleito, Carmen exprimiu seu sentimento após a posse do presidente Jair Bolsonaro. “Há anos que não me sinto tão emocionada. Essa posse entra naquela lista de conquistas, como se fosse uma vitória…”, publicou.

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Em outro registro, ela vibra com o resultado das eleições: “O Brasil venceu! 57,7 milhões! Libertos do cativeiro esquerdopata”, e faz referência a prisão do ex-presidente Lula com a hashtag ‘#vaificarpresobabaca”. Na legenda, ela reafirma uma das premissas do capitão do PSL. “Patriotismo. Assim que se constrói uma nação”.

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Em meio a tantas dúvidas sobre a abordagem dos assuntos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação não passa batido. Ela é parte fundamental para compor a nota final da prova. No aulão do Vai Cair do Enem realizado neste sábado (26), na UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, no bairro das Graças, no Recife, a professora Tereza Albuquerque deu dicas de como redigir uma boa redação dissertativo-argumentativa e disse que não existe texto neutro.

A aula de redação foi a terceira das quatro aulas que fora revisadas no evento. A professora Tereza iniciou a aula falando dos elementos que em maior ou menor grau, regem qualquer tema de redação. São eles: ética, cidadania, capitalismo e preconceito. "Não precisa ficar angustiado por não saber tudo sobre o tema porque o tema pode perpassar por discurssões próximas do que o Enem pede. Por exemplo: o tema do [Enem] passado que falou da manipulão por meio de dados dos usuários. Eu poderia fazer uma discussão sobre o sistema capitalista e a ética", esclareceu. 

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A docente ressaltou que o conhecimento da língua portuguesa é a base para o estudante saber o que dizer em uma redação. De acordo com Tereza, se o participante fala e escreve bem, não precisa ficar receoso, pois ele, de alguma forma vai saber como construir o texto.

Sobre usar ideiais pessoais na redação, Tereza foi objetiva: não existe texto neutro. Contudo, a professora disse que não se deve levar em conta as declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, pois, ela acredita que não haverá mudanças radicais na prova. "Não tem perigo nenhum porque falar de ideologia não é necessariamente falar de marxismo, é falar da realidade brasileira", pontuou. 

Perguntada por um aluno se catástrofes ambientais no Brasil pode ser tema da redação, a professora não descartou a possibilidade e falou que, inclusive, os participantes podem abordar a bioética. Confira: 

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Mesmo antes de assumir a presidência e durante o período de mandato, o presidente da República Jair Messias Bolsonaro exalta os militares e questiona fatos históricos acerca da violência do Regime Militar. Ele tem apoio de outros membros do alto escalão do governo, entre eles o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que frequentemente afirma que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não trará questões com “ideologia” na prova. Diante desses posicionamentos públicos, o professor de história José Carlos Mardock analisa que, na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os temas ligados à disciplina podem trazer uma exaltação ao militarismo.

Guerra do Paraguai e República da Espada

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“Dê ênfase à formação do exército. Nós temos Guerra do Paraguai, que foi um divisor de períodos. O espírito do corpo militarista surge e se valoriza ainda no século XIX com a Guerra do Paraguai, os militares voltam defendendo a República, a abolição do trabalho escravo, voltam valorizando princípios da cidadania do novo país. Proclamam a República e aí você vai ter o Marechal Deodoro e o Marechal Floriano Peixoto”, orientou o professor.

A República da Espada, como ficou conhecido o período em que o Brasil foi governado por presidentes militares, também foi destacado pelo professor Mardock, com atenção especial ao governo do Marechal Floriano Peixoto. “Ele conseguiu consolidar a República, que no período vivia uma grave crise econômica. Era a crise do encilhamento (crise gerada pelo jurista Rui Barbosa e que persistiu até 1930). Nós temos um pacote econômico que fará parte de todas as leis econômicas praticadas desde a formação do Estado Republicano a década de 80 com a Nova República. O grande “papa” da organização econômica, da estrutura, está lá: Floriano”, disse o professor.

Abordagem do Regime Militar 

Perguntado se o Regime Militar do Brasil, que foi de 1964 a 1985, deverá ser abordado na próxima edição do Enem como uma época sem opressões, violência ou repressão, o que contraria a construção de conhecimento histórico que se tem acerca do período, o professor José Carlos Mardock diz acreditar que as questões devem tratar de um regime militar “florido”. 

“[O Regime Militar]  ganha um eufemismo, uma nova cor, uma nova luz, colocando os militares como peça chave para impedir a invasão comunista no Brasil. O presidente já deu ênfase a isso, o discurso usado na época populista ‘O Brasil não será uma outra Cuba’, foi esse o discurso dele”, disse o professor.  

Diante de declarações do presidente Bolsonaro, que nega fatos históricos a respeito do que aconteceu durante o Regime Militar e questiona o trabalho de apuração das violações de direitos humanos e crimes cometidos pelos militares na época, muitos estudantes podem se sentir inseguros com a possibilidade de questões do Enem apresentarem enunciados e alternativas que contrariem o conhecimento construído através dos livros e das aulas. Questionado sobre o que fazer caso acontecer de o fera se deparar, na hora da prova, com uma situação como essa, o professor Mardock explicou que qualquer questão que contrarie o conhecimento historicamente reconhecido não pode ter validade. 

“Até agora não foi apresentado qualquer documento comprovando o contrário do que  afirmam os livros, documentos, depoimentos, documentários nacionais e internacionais, todos oficiais, ou seja, abalizados por órgãos competentes civis e militares. Logo, uma questão que traga outro entendimento que não o reconhecido na esfera oficial seria derrubada, as escolas, cursinhos e professores vão se manifestar contra qualquer análise sem fundamento apresentada”, disse ele. Veja mais detalhes no vídeo a seguir:

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Um mar de questionamentos invadiu as salas de aula nos últimos dias. Após a declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, enfatizando que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não terá questões de cunho ideológico, professores e estudantes passaram a se perguntar como deverão ser as questões da edição 2019 do processo seletivo?

“Não vai cair ideologia, a gente quer saber de conhecimento científico, técnico, de capacidade de leitura, de fazer contas, de conhecimentos objetivos”, afirmou o ministro da Educação. Muito além das questões objetivas, a declaração do Weintraub tem um peso significante para a redação, considerada um dos momentos mais importantes do Enem. Como é possível escrever um texto dissertativo-argumentativo sem ideologia?

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Em participação na live do Vai Cair No Enem produzida pelo LeiaJá, o professor de redação Diogo Xavier analisou a declaração do ministro. Para Diogo, toda redação tem aspectos ideológicos e, dessa forma, é impossível construir um texto sem incluir ideologias.

Xavier, em sua análise, afirmou que os candidatos podem sim citar pensadores ideológicos em seu texto, apesar da afirmação do ministro da Educação, desde que estejam em conformidade com o tema proposto. O professor alerta, porém, que é necessário ter equilíbrio no texto e evitar o que ele chama de “panfletário”.

“Você tem que argumentar seguindo um contexto ideológico que o próprio candidato vai levar. Use, mas não seja panfletário. Use de maneira consciente, com argumentação formal. Panfletário vai simplesmente atacar, levantar uma bandeira. Mas se ele argumentar que tal decisão, de tal governo, ou de governos em geral, pode prejudicar a sociedade de tal forma, ele está argumentando”, esclarece o professor de redação. Confira, no vídeo a seguir, os comentários de Xavier e de outros professores sobre como deverão ser as questões do Enem 2019:

“Não vai cair ideologia, a gente quer saber de conhecimento científico, técnico, de capacidade de leitura, de fazer contas, de conhecimentos objetivos”. Em mais um depoimento que instigou opiniões nas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deu indícios de como serão as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas provas serão realizadas nos dias 3 e 10 de novembro. Diante da declaração, estudantes de todo o Brasil começaram a questionar: afinal, quais ideologias não aparecerão na prova do Enem 2019? Na redação, por exemplo, podem ser citados pensadores ideológicos? Matemática, física e química terão quesitos mais difíceis do que as últimas edições?

Para analisar a fala de Weintraub e responder aos questionamentos dos candidatos, professores participam, nesta quinta-feira (26), de uma live do LeiaJá. Ao vivo, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem, os educadores revelam suas opiniões sobre o Exame e previsões acerca do nível do processo seletivo. Benedito Serafim (geografia e atualidades), Cristiane Pantoja (filosofia e história), Salviano Feitoza (sociologia), Alberto César e Diogo Xavier (redação) são os professores convidados. Assista:

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Relembre – No início do ano, o governo federal anunciou que criaria uma comissão para impedir questões ideológicas no Enem. Meses depois, o ministro da Educação afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não leu os quesitos no Enem. Por causa dessas informações, estudantes e professores começaram a discutirem sobre como deverão ser as questões do Enem 2019.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a falar sobre a abordagem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Em entrevista ao programa 'Em Pauta', da TV Brasil, da EBC, o chefe da pasta disse que a edição 2019 do Enem será mais objetiva, focando em conhecimentos científicos e técnicos e que não cairão conteúdos “ideológicos”.

A questão da ideologia no Enem é um dos pontos fortes do governo de Jair Bolsonaro desde os tempos de campanha. Mas o que o governo quer dizer quando fala em ideologismos na prova? Professores expõem o que pensam sobre a postura do governo frente ao Exame.

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Para a professora de filosofia e sociologia Thais Almeida, a ideia criada pelo atual governo de que a prova do Enem é “ideológica” não corresponde à realidade. “Primeiro, porque parte de uma noção é distorcida do que é ideologia e segundo porque tem como finalidade mascarar o real objetivo da atual gestão que é perseguir qualquer tipo de abordagem de temas contrários à ideologia do governo que possa vir a aparecer na prova”.

Segundo a docente, a fala do ministro é “hiper ideológica”, porque impõe a ideologia dos atuais dirigentes do Estado sob a desculpa de estar combatendo uma “ideologia de esquerda”.  “As questões apontadas pelos representantes do MEC e pelo próprio presidente como 'ideológicas' não abordam questão 'de esquerda', mas temas relativos ao conjunto dos Direitos Humanos e das chamadas minorias sociais, que nada tem a ver com campo político ideológico, mas com valores de qualquer regime democrático”, completa.

O professor de química Francisco Coutinho concorda com Weintraub em partes, visto que ele acredita que a prova deve propor conteúdos equilibrados, sem que haja uma “supervalorização” ideológica. “No meu ponto de vista, temos que ter cuidado até certo ponto, para que não exista uma generalização dos fatos, nem da retirada da ideologia, pois, mesmo que queira, faz parte de nossa sociedade e do estudo das Ciências Humanas. Mas também não podemos supervalorizar as ideologias em uma prova tão ampla e mista como é a prova do Enem. Não concordo com a ação tendenciosa em uma prova em que teremos vários tipos de pessoas”, conclui.

Na opinião do professor Berg Figueiredo, que também dá aulas de química, já era de se esperar que a prova do Enem, mais especificamente nas disciplinas da área de exatas, os conteúdos surgissem de uma forma mais conteudista. “Eu acredito que a prova vem mais objetiva e com um grau de dificuldade maior, lembrando as provas da antiga Covest, em que o aluno precisa saber de conhecimentos específicos para ter bons resultados no Enem”.

Sobre a abordagem nas outras áreas do conhecimento, Berg não acha que o discurso do ministro, bem como do governo Federal, pode interferir no Exame, pois, segundo o professor, a didática conteudista já é trabalhada nos cursos pré-vestibulares, com um conhecimento mais aprofundado. 

Nas Ciência Humanas e suas Tecnologias, além de Linguagens, é mais provável que haja uma interferência nos assuntos tratados. É o que diz o professor Felipe Rodrigues de português e redação que já está trabalhando na sala de aula propostas de redação e questões mais objetivas que podem exigir mais técnica do aluno. “Na proposta da redação, pode vir um tema que todos concordem de que se trata de um problema, mas que não necessariamente seja algo de cunho social. O problema da redação pode ser um tema mais abrangente como a questão da seca, do clima, a questão do efeito estufa, do aquecimento global. Questões que sejam mais abrangentes, como até mesmo o Ensino a Distância”. Com relação ao discurso do governo contra “ideologias”, Felipe Rodrigues enxerga como sendo declarações contraditórias, pois o próprio presidente já havia dito que não leria a prova.

Ao falar de conteúdos mais técnicos no Enem, Abraham Weintraub proferiu que o Exame vai avaliar os conhecimentos técnicos, incluindo a capacidade de fazer contas. Nas palavras dele, espera-se selecionar os melhores estudantes para ocupar as vagas no ensino superior.

O professor de matemática Ricardo Rocha concorda que alunos devem ter um conhecimento matemático, mas que tal exigência já era cobrada nas edições passadas do Enem. “É natural que as mudanças que o novo governo pode trazer para a prova não nos deixe confortáveis. Mas eu acho que se caírem conteúdos mais específicos e técnicos na prova, não será algo novo, porque já caíam em anos anteriores. O Enem nunca foi uma prova de brincadeira, pelo contrário, sempre exigiu conhecimentos do estudante sobre os assuntos. Em todos os anos a gente ensina o aluno a ter um conhecimento específico na prova”, diz.

Doses de ironias e frases duras contra opositores marcaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL), durante a reunião da cúpula dos países na 74ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nessa terça-feira (24). 

Além de salientar sobre a preservação da Amazônia, soberania do país, política externa, terras indígenas, Mercosul e economia, por exemplo, o presidente aproveitou o holofote para expor sua avaliação diante de assuntos que, na ótica de estudiosos, não deveriam ter norteado a fala. 

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O LeiaJá separou trechos da intervenção do presidente na ONU que foram mais polêmicos. Veja: 

1 - [Mais Médicos] “Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir.

Um verdadeiro trabalho escravo, acreditem... Respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU!”

2 - [Cuba e a difusão da ditadura] “A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados!”

3 - [Emmanuel Macron] “É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”.

4 - [Cacique Raoni -1] “A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.”

5 - [Cacique Raoni -2] “Acabou o monopólio do senhor Raoni”.

6 - [Ideologia] “Durante as últimas décadas, nos deixamos seduzir, sem perceber, por sistemas ideológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto... A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que Ele nos revestiu”.

7 - [ONU] “Esta não é a Organização do Interesse Global! É a Organização das Nações Unidas. Assim deve permanecer!”

8 - [Amazônia] “Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece praticamente intocada”.

O presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar, compareceu ao comitê do partido no Recife na tarde deste sábado (17) para endossar o incentivo à novas filiações à sigla. Em seu discurso, Bivar reafirmou a postura do PSL diante da política nacional.

“O sucesso dessa campanha do PSL é estrondoso em âmbito nacional. Joice Hasselmann e vários deputados no Brasil inteiro estão embutidos nesse processo para mostrar que o PSL tem uma capilaridade nacional. Nós somos um partido que seremos o maior da América Latina”, afirmou o presidente do PSL.

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Bivar também destacou que a sigla foi convidada nesta semana pelo BRICS para participar de encontro de partidos internacionais. “Isso quer dizer que o PSL será o grande protagonista deste evento. Isso é pra mostrar a vocês a dimensão do nosso partido. Mas pra crescer ainda mais precisamos contar com o povo brasileiro”, pontuou.

Ele acrescentou: “Nós somos, sim, um partido de direita assumido. E um partido liberal. Se há 20 anos nós vivíamos à margem, agora chegou o momento de mostrar nossa ideologia. Vamos lutar pela igualdade de oportunidades no Brasil. Para que todos tenham acesso à saúde pública de qualidade, a segurança, a tudo. Nosso princípio é igualdade de oportunidade, enquanto o de partidos socialistas é a igualdade de resultado”.

Estiveram no evento de incentivo a filiações pré-candidatos a prefeituras ou câmaras municipais de 13 cidades pernambucanas. São elas: Timbaúba, Serrita, Taquaritinga do Norte, Tamandaré, Carpina, Glória do Goitá, Igarassu, Garanhuns, Aliança, São José da Coroa Grande, Barreiros, Recife e Olinda.

 

Em campanha para filiação de novos integrantes ao partido, o PSL, sigla do presidente Jair Bolsonaro, passará a fazer uma espécie de ‘triagem ideológica’ com os interessados em se filiarem à legenda, sejam possíveis candidatos, seja em possíveis diretórios regionais.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o objetivo é evitar que pessoas anteriormente ligadas a partidos de esquerda se juntem à sigla. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 4% dos filiados ao PSL já estiveram vinculados a partidos como PT, PDT, PSB, PSOL, PC do B, PCB, PSTU e PCO.

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No Recife, a filiação de novos nomes ao partido está acontecendo neste sábado (17) na Avenida Boa Viagem, no bairro do Pina. O Presidente nacional do partido, Luciano Bivar, estará presente no local durante a tarde recebendo caravanas do interior do Estado.

O PSL pretende fazer a triagem ideológica por meio de um sistema eletrônico. O objetivo de Bivar é chegar a um milhão de filiados até as eleições de 2020.

As duas principais regras para ingressar no PSL são: não pode estar filiado a outro partido que não o PSL e não pode ter sido filiado ou ter tido qualquer envolvimento com partidos de esquerda nos últimos cinco anos.

O Brasil tem 1,4 milhão de pessoas que atendem pelo nome de Paulo, segundo o IBGE. Dois deles ocupam cadeiras na Câmara dos Deputados e carregam consigo sobrenomes que, no imaginário político brasileiro, representam o oposto do que defendem. No Parlamento, Paulo Freire é bolsonarista; Paulo Guedes, petista.

Levantamento feito no Basômetro, ferramenta relançada pelo jornal O Estado de S. Paulo que mede o governismo na Câmara, mostra que Paulo Freire Costa (PL-SP), homônimo do patrono da Educação brasileira que é alvo de bolsonaristas por sua obra ser considerada como parte da estratégia de dominação da esquerda, é um dos deputados que mais votaram de acordo com a orientação do governo de Jair Bolsonaro: 97% das vezes.

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O parlamentar Paulo Freire está em seu terceiro mandato. Ele também é presidente da Escola Teológica da Assembleia de Deus, em Campinas (SP), - igreja na qual é pastor, assim como seu pai e irmãos. No campo da Educação, apoiou projetos de lei como o do pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), que propõe a obrigatoriedade do ensino religioso no País. O texto ainda está parado na Comissão de Educação da Câmara e, saindo de lá, ainda precisaria passar pelo plenário.

Paulo Freire, o educador, é conhecido por defender um modelo de ensino que fugisse do que chamava de "educação bancária", em que o professor, detentor do conhecimento, apenas o depositava nos alunos. Para ele, era importante entender a realidade de cada estudante - e ensiná-los a "ler o mundo".

Guedes

Xará do ministro da Economia, o deputado Paulo Guedes (PT-MG) se opôs ao governo em 82% das votações com orientação, mostra o Basômetro. Os homônimos já se encontraram na Câmara, em audiência na Comissão de Finanças e Tributação na terça-feira. Na ocasião, o parlamentar se manifestou contra a principal bandeira do ministro, a reforma da Previdência.

"Frente a frente agora, xará!", brincou ele. "Embora sejamos xarás, somos de extremos bem diferentes, até porque o senhor vem do mercado financeiro e eu venho dos trabalhadores rurais. Eu sou da região mais pobre de Minas Gerais, do norte de Minas, o Vale do Jequitinhonha", provocou.

Nas redes sociais, o parlamentar usa a coincidência de nomes de forma bem humorada. Em uma imagem no Twitter, ele se chama de "Robin Hood do sertão". Já o ministro da Economia, formado na Universidade de Chicago, no Estados Unidos, é classificado como o "Tio Sam Guedes", em alusão ao símbolo nacional americano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o fim do presidencialismo de coalizão, representado pela eleição de Jair Bolsonaro (PSL), as votações na Câmara dos Deputados têm sido marcadas pela clivagem ideológica: direita de um lado, esquerda de outro. É a primeira vez que isso acontece desde 2003, segundo análise feita com dados do Basômetro, ferramenta do jornal O Estado de S. Paulo que mede o governismo de partidos e parlamentares.

Nos governos do PT, tanto Luiz Inácio Lula da Silva quanto Dilma Rousseff cooptaram partidos de centro-direita com a distribuição de ministérios e outros cargos. Como contrapartida, essas legendas apoiavam projetos de interesse do Executivo no Congresso. Nos cinco primeiros meses do segundo mandato de Lula, por exemplo, partidos de perfil conservador como PMDB, PTB e PP tiveram taxa de governismo superior a 90%, desempenho similar ao de legendas mais à esquerda, como PSB e PDT.

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O governismo foi medido a partir dos dados que alimentam o Basômetro, ferramenta criada pelo Estadão Dados em 2012 e relançada no último domingo, em parceria com a equipe de infografia. A base de dados registra tudo o que aconteceu no plenário da Câmara desde 2003: 844 mil votos de 1.811 deputados em 2.427 votações.

Mesmo no período em que Michel Temer (MDB) governou, após o impeachment de Dilma, as linhas ideológicas da Câmara ficaram difusas. Nos primeiros cinco meses de Temer, por exemplo, PT e PSDB não tiveram padrões de comportamento muito diferentes - os partidos votaram 61% e 65% das vezes com o Palácio do Planalto.

Bolsonaro qualifica o modelo do presidencialismo de coalizão como "velha política", e afirma que não dará ministérios em troca de votos. Mesmo sem pertencer formalmente à base, porém, os partidos cujo viés ideológico vai do centro à direita têm votado de forma parecida, com alta taxa de apoio ao governo.

Bolsonaro conta com 13 legendas que lhe dão mais de 90% dos votos alinhados com o que orienta. O PSL, partido do presidente, vota totalmente de acordo com o governo quando é orientado a fazê-lo. O Novo, alinhado com a política econômica, deu 99% dos votos segundo a orientação. Também estão na lista dos mais fiéis DEM, Progressistas, MDB e PL.

No polo oposto está um bloco formado por PSOL, PT, PCdoB, PDT e PSB. O PSOL é o partido que menos concordou com as indicações do governo: votou com ele em apenas 9% das ocasiões. No caso de PCdoB e PT as taxas foram de 11% e 12%. O cientista político Rodrigo Prando, do Mackenzie, identifica como uma reação natural o fato de a esquerda ser contrária às pautas governistas, já que sofreu ataques na campanha eleitoral e no início do governo. "Bolsonaro foi o candidato anti-esquerda, antilulismo, antipetismo", afirma. "Certamente haveria uma frente, uma reação, ainda que não unificada."

Do outro lado do espectro, o pesquisador do Mackenzie entende que partidos como Novo e DEM têm sido favoráveis a pautas do governo apenas na economia. "Dentre esses que estão votando a favor, não é porque gostam do Bolsonaro, mas porque entendem como essencial a reforma da Previdência, a liberdade econômica, a redução do Estado. Já é algo que eles queriam implantar."

Segundo o professor, o apoio deve flutuar conforme as pautas interessem aos partidos. "Não é um apoio unânime, é específico. Vários serão contrários, por exemplo, à questão da liberação das armas, da cadeirinha, das pautas ambientais que o governo tem defendido."

Para o professor de filosofia da FAAP Luiz Bueno, a ideologia se faz mais presente nos votos dos partidos de esquerda do que nos que apoiam o governo. "No caso de partidos como DEM, MDB, PP, há um histórico de ser mais governista", diz.

Apesar de a Câmara ter uma taxa de governismo de 76% na gestão Bolsonaro, próxima à media histórica desde 2003, o presidente não tem boa relação com o Legislativo. A taxa se baseia apenas nas votações em que o Planalto orientou a base a votar de determinada forma. No entanto, o Estado mostrou ontem, também com base no Basômetro, que o governo abriu mão de orientar o voto dos aliados em 31% das votações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, utilizou seu perfil oficial no Twitter, nesta segunda-feira (15), para falar sobre a atual situação em que se encontra o programa Mais Médicos.

O psolista mencionou a questão da ocupação das vagas por novos profisisonais, após os cubanos terem deixado o programa. “Ao menos 15% das vagas do Mais Médicos  supostamente preenchidas após o rompimento do convênio com Cuba estão vazias”, iniciou.

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Os municípios mais humildes foram lembrados por Boulos pelo fato de estarem com déficit na assistência médica. “1.052 profissionais deixaram os postos, nas cidades mais distantes e vulneráveis”, comentou o psolista.

Por fim, Boulos alfinetou Bolsonaro e suas atitudes, que fizeram os cubanos desistirem de estar no Brasil. “Os brasileiros mais pobres pagam o preço do chilique ideológico de Bolsonaro”, afirmou.

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