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Um barco com 160 africanos a bordo, incluindo mulheres e crianças, virou na costa do Iêmen na noite desta quinta-feira (19).

A informação é de agentes de segurança iemenitas, que falaram sob a condição de anonimato porque não estão autorizados a dar entrevistas. Ainda não se sabe quantas pessoas foram salvas. O barco partira da Somália e levava 100 somalis e 60 etíopes.

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Apesar de o Iêmen estar em guerra, pessoas do Chifre da África continuam se arriscando para chegar ao país, onde não há um governo estabelecido que possa impedi-las de seguir para as ricas monarquias do Golfo Árabe. Apenas em 2018, 118 pessoas já morreram tentando concluir a travessia, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Da Ansa

A Anistia Internacional considerou nesta quinta-feira (12) que as violações dos direitos humanos em prisões secretas dos Emirados Árabes Unidos no sul do Iêmen podem "constituir crimes de guerra".

Em seu relatório publicado um ano após o surgimento das primeiras informações sobre estas prisões secretas, a Anistia afirma que nelas são cometidos "flagrantes violações, incluindo desaparecimentos forçados, tortura e maus tratos sistemáticos, que constituem "crimes de guerra".

A Anista apela "aos aliados dos Emirados Árabes Unidos, incluindo os Estados Unidos, que combatem o terrorismo e se "manifestem contra os atos de tortura denunciados, o que inclui investigar o papel do pessoal americano (...) e não utilizar informação que provavelmente foi obtida sob tortura ou maus tratos".

O relatório "God only knows if he’s alive" ('Só Deus sabe se estas vivo') descreve o sofrimento de parentes de dezenas de detidos sobre os quais não se tem qualquer informação.

"Quando exigem saber onde estão ou se permanecem vivos, só são respondidos com silêncio ou intimidação", denuncia no relatório Tirana Hassan, diretora de Resposta a Crises da Anistia Internacional.

A organização investigou entre março de 2016 e maio de 2018 os casos de 51 homens sequestrados e detidos no sul do Iêmen pelos Emirados Árabes Unidos e as forças iemenitas aliadas deste país membro da coalizão militar que combate os rebeldes huthis.

A Anistia afirma que "19 destes homens permanecem em paradeiro desconhecido".

Os Emirados negam dirigir ou manter prisões secretas no sul do Iêmen.

O Unicef ​​divulgou nesta terça-feira números chocantes das consequências da guerra no Iêmen, apontando que mais de 5.000 crianças foram mortas ou feridas na violência e que 1,8 milhões sofrem de desnutrição aguda.

Em um relatório apresentado à imprensa na capital iemenita Sanaa, o Fundo das Nações Unidas para a Infância acrescentou que quase dois milhões de crianças não estão mais na escola, incluindo meio milhão desde a escalada do conflito em março de 2015, após a intervenção militar da Arábia Saudita e seus aliados.

Mais de três milhões de crianças nasceram desde então e "toda uma geração" será marcada pela violência, deslocamentos, doença, pobreza e desnutrição, observa o relatório.

Mais da metade dos jovens iemenitas não têm acesso a água potável ou saneamento adequado, segundo o Unicef, que ressalta que 1,8 milhão de crianças sofrem de desnutrição aguda, incluindo quase 400.000 que precisam de tratamento urgente para sobreviver.

Mais de 5.000 crianças foram mortas ou feridas na violência desde março de 2015, 1.000 a mais do que em março de 2017, segundo dados da agência da ONU. As crianças no Iêmen "sofrem as consequências devastadoras de uma guerra que não é delas", declarou Meritxell Relano, representante do Unicef no Iêmen.

Além disso, nesta terça-feira, um novo relatório do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) assinala que 22,2 milhões de iemenitas (76% da população) precisam de ajuda alimentar, ou seja, um aumento de 1,5 milhão de pessoas nos últimos seis meses.

O risco da fome também cresce, com 8,4 milhões de pessoas confrontadas com a falta de alimentos, frente aos 6,8 milhões em 2017. No ano passado, as Nações Unidas declararam que o Iêmen era o cenário "da pior crise humanitária do mundo".

A guerra opõe as forças do governo aos rebeldes huthis, que conquistaram vastos territórios, incluindo a capital Sanaa, em setembro de 2014. Os huthis são apoiados pelo Irã. Em março de 2015, uma aliança militar liderada pela Arábia Saudita entrou em ação no Iêmen para apoiar as forças governamentais.

Mais de 9.200 pessoas foram mortas e cerca de 53 mil feridas, incluindo muitos civis, desde a intervenção da coalizão, de acordo com os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mais de 2.200 pessoas morreram como resultado de uma epidemia de cólera que atinge o país desde abril, de acordo com a OMS.

O Iêmen depende fortemente da ajuda internacional e das importações de alimentos, que são alvos de restrições da Arábia Saudita e seus aliados.

Testemunhas e agentes de segurança do Iêmen afirmam que ataques aéreos realizados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita mataram pelo menos 23 pessoas na cidade portuária de Hodeida. Os ataques, ocorridos nesta segunda-feira (1°), deixaram ainda oito pessoas feridas.

A ação provocou chamas em um mercado próximo de um posto de gasolina no distrito de el-Garrahi, de acordo com as fontes, que pediram anonimato.

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A coalizão não comentou o tema. Grupos pelos direitos internacionais têm acusado a coalizão de bombardear locais com civis, como mercados, hospitais e áreas residenciais pelo Iêmen desde o início da campanha aérea contra os rebeldes apoiados pelo Irã, conhecidos como houthis, em março de 2015.

A guerra já matou mais de 10 mil civis e deixa o país mais pobre do mundo árabe sob risco de enfrentar uma crise de fome. Fonte: Associated Press.

O número de casos de suspeita de cólera no Iêmen chegou a um milhão, anunciou nesta quinta-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em um momento em que a coalizão liderada pela Arábia Saudita segue atacando os rebeldes huthis.

"Os casos de suspeita de cólera atingiram a marca de um milhão, o que amplifica os sofrimentos do país, mergulhado em uma guerra brutal", tuitou a organização. Entre 27 de abril e 8 de novembro de 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 913.741 casos de suspeita de cólera, o que representa um em cada 30 habitantes, e 2.196 mortes vinculadas a esta doença.

A Arábia Saudita dirige desde 2015 uma coalizão militar que intervém contra os rebeldes huthis no Iêmen, sobretudo através de ataques aéreos. Os huthis ocupam amplos territórios do país, incluindo a capital, Sanaa, desde que expulsaram as forças pró-governo.

Riade impõe um bloqueio ao país e só autoriza a entrada de envios humanitários e comerciais com inspeção prévia, o que gera críticas de ONGs e organizações internacionais. A OMS advertiu em 10 de novembro, durante um ato com a imprensa em Genebra, que a luta contra a cólera no Iêmen poderia sofrer um "duro revés" se o bloqueio do país continuasse.

O coordenador de emergência do Médicos Sem Fronteiras (MSF) para o Iêmen, Marc Poncin, declarou à AFP que as taxas de mortalidade por cólera haviam diminuído nos últimos meses, mas que a epidemia está longe de terminar, especialmente agora que se aproxima a temporada de chuvas.

Chegada de ajuda humanitária

No início de novembro, a coalizão liderada pelos sauditas reforçou o bloqueio no Iêmen em resposta ao lançamento de um míssil pelos huthis xiitas, interceptado perto do aeroporto de Riade.

Depois, o bloqueio foi parcialmente retirado devido à pressão internacional, e a coalizão assegurou na quarta-feira que o porto de Hodeida, no mar Vermelho, permaneceria aberto "por um período de 30 dias" para a ajuda humanitária e os barcos comerciais que transportam alimentos e combustível.

Ao mesmo tempo, aumentou a pressão sobre os rebeldes ao sul de Hodeida, multiplicando os ataques aéreos contra suas posições. Ao menos 43 huthis morreram nesses ataques em 24 horas, afirmaram nesta quinta-feira fontes médicas e militares.

Os ataques da coalizão em vários pontos do país também mataram civis, 11 deles em Saada (norte), segundo um chefe tribal e a televisão Al Masirah, controlada pelos huthis. A Arábia Saudita acusa seu grande rival regional, Irã, de apoiar militarmente os huthis, o que Teerã nega.

O conflito no Iêmen teve início há mais de 1.000 dias e, desde que começou a intervenção da coalizão, foram registrados ao menos 8.750 mortos, entre eles muitos civis. A coalizão afirma ter matado 11.000 rebeldes huthis desde março de 2015.

Por outro lado, o chefe de propaganda da Al-Qaeda na Península Arábica, o saudita Abu Hayer al Mekki, e outros cinco membros da rede jihadista, morreram na noite de quarta-feira em ataques de drones americanos contra seus veículos em Wadi Obeida, na província de Marib, afirmaram nesta quinta-feira fontes tribais.

Um avião carregado com ajuda humanitária do Unicef aterrissou neste sábado (25) em Sanaa, pela primeira em três semanas, desde o bloqueio total imposto no início de novembro pela coalizão liderada pela Arábia Saudita que intervém militarmente no Iêmen, constatou a AFP.

A coalizão interveio no país em março de 2015 para impedir a progressão dos rebeldes iemenitas huthis diante das forças governamentais.

Em novembro, impôs um bloqueio total ao país depois que os rebeldes - que controlam a capital Sanaa e Hodeida - dispararam um míssil balístico em direção a Arábia Saudita em 4 de novembro. O artefato foi interceptado acima do aeroporto internacional de Riad.

Na quarta-feira (22), a coalizão anunciou a reabertura do porto de Hodeida e do aeroporto de Sanaa para o transporte de ajuda humanitária, em resposta aos apelos da ONU.

O representante do Unicef para o Iêmen, Meritxell Relano, anunciou no Twitter que 1,9 milhão de vacinas contra a poliomielite chegaram na capital iemenita no carregamento deste sábado.

Segundo Fundo das Nações Unidas para a Infância, essas vacinas vão ser utilizadas para proteger 600.000 crianças contra a difteria, uma doença que tem progredido rapidamente no país em guerra.

A difteria se somou a uma epidemia de cólera que também atinge o Iêmen. Entre 27 de abril e 8 de novembro, a OMS registrou 913.741 casos suspeitos de cólera e 2.196 mortes ligadas a esta doença, mesmo que o número de casos esteja em queda há várias semanas.

Um fotógrafo da AFP constatou na pista do aeroporto de Sanaa os carregamentos de vacinas.

Três outros aviões fretados pelo Programa Mundial de Alimentos (PAM) e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pousaram neste sábado em Sanaa, mas transportando apenas funcionários, de acordo com o jornalista da AFP no aeroporto.

"Posso confirmar que o nosso avião pousou esta manhã em Sanaa", transportando pessoal, indicou à AFP a porta-voz do CICV para o Oriente Médio, Iolanda Jaquemet.

Um porta-voz do PAM indicou que um navio com ajuda ainda estava aguardando autorização para entrar no porto de Hodeida, igualmente controlado pela rebelião

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o conflito no Iêmen deixou mais de 7.750 mortos e 50.600 feridos, incluindo muitos civis, desde a intervenção da coalizão militar árabe em março de 2015.

O país tem vivido "a pior crise humanitária do planeta", segundo as Nações Unidas, que advertiram recentemente que sete milhões de iemenitas estão à beira da fome em razão do conflito.

"O impacto humanitário do que está acontecendo é inimaginável", disse o coordenador de ajuda da ONU no Iêmen, Jamie McGoldrick.

A guerra no Iêmen opõe as forças do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que foram expulsas em setembro de 2014 da capital Sanaa, aos rebeldes huthis, muito presentes no norte do país, na fronteira com a Arábia Saudita.

A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou preocupação com o fechamento de todos os portos, aeroportos e acessos por terra ao Iêmen, pela coalizão liderada pela Arábia Saudita, alertando que isso pode prejudicar a entrega de ajuda humanitária ao povo iemenita.

O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, disse que a organização esperava dois voos para o Iêmen nesta segunda-feira, mas nenhuma autorização foi concedida.

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"Estamos em contato com nossos contrapartes para ver se conseguimos restaurar nosso acesso normal, e estamos esperançosos de que seremos capazes de continuar nossas operações", disse.

A ONU ainda pediu para que as partes envolvidas nos conflitos protejam os civis e a infraestrutura do país, como exigido pela lei humanitária internacional. Fonte: Associated Press.

A força aérea do Iêmen tentou atingir com um míssil balístico de longo alcance o Aeroporto Internacional King Khalid, na capital da Arábia Saudita, Riad, neste sábado, de acordo com o Ministério da Defesa do Iêmen, controlado por rebeldes Houthi. As informações são da CNN.

Em mensagem transmitida pela TV Al-Arabiya, o Ministério da Defesa da Arábia Saudita disse que o míssil foi interceptado a nordeste de Riad. Já o Ministério da Defesa do Iêmen disse que o ataque "abalou a capital saudita" e que a operação foi bem sucedida. Disse também que foi usado no ataque um míssil balístico de longo alcance fabricado no Iêmen e chamado "Burqan 2H".

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Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita vem combatendo rebeldes Houthi, que são apoiados pelo Irã, no Iêmen. Os rebeldes derrubaram em 2015 o governo internacionalmente reconhecido do país.

Os Estados Unidos conduziram o primeiro ataque aéreo no Iêmen contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), destruindo dois campos de treinamento e matando "dezenas" de militantes da organização terrorista, informou o Pentágono nesta terça-feira (17).

Segundo as autoridades norte-americanas, os ataques tinham como objetivo acabar com as "tentativas do EI de adestrar novos combatentes". A rede CNN informou que, nos dois campos de treinamento destruídos, havia cerca de 50 homens do EI. Os centros de treinamento ficam na zona de Al-Bayda e eram usados para ensinar os combatentes a realizarem ataques com AK-47, metralhadoras e lançadores de foguetes.

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"O EI usou territórios de fora do controle do governo do Iêmen para planejar, inspirar e recrutar combatentes para ataques terroristas contra a América e seus aliados em todo o mundo. Há anos, o Iêmen é usado como hub por terroristas", disse o Pentágono. Alem do Estado Islâmico, a organização Aqap (Al Qaida na Península Arábica) também está na mira das forças norte-americanas. O Pentágono pretende reduzir a capacidade dos dois grupos de coordenar ataques no exterior e manter o controle de áreas do Iêmen.

Um bombardeio da coalizão saudita contra os rebeldes Houtis no Iêmen causou dezenas de mortes nesta quarta-feira (23), informa a mídia local.

Segundo a emissora "Al Jazeera", ao menos 35 pessoas morreram em um ataque próximo à capital Sanaa, sendo a maior parte das vítimas civis. Já a TV local "Al Maseera", afirma que um hotel foi atingido na ação e o número de mortes ultrapassa 60, além de centenas de feridos.

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De acordo com fontes locais, o ataque tinha como objetivo um campo militar dos rebeldes na área de Arhan, ao norte da capital do país, mas acabou atingindo uma área urbana.

Desde fevereiro de 2014, quando o conflito armado explodiu no Iêmen, cerca de 10 mil pessoas foram mortas e mais de três milhões precisaram abandonar suas casas. Além disso, o país enfrenta um surto de cólera, registrando mais de 500 mil casos da doença.

A guerra civil, como ocorre em diversos países da região, tem vários agentes e várias frentes de batalha. De um lado, estão os rebeldes Houthis, que contam com o apoio do Irã, e as forças ainda fiéis ao líder deposto Ali Abdullah Saleh. Do outro, estão as tropas do novo governo reconhecido internacionalmente, liderado por Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiadas pela coalizão de países árabes liderados por Arábia Saudita e pelos Estados Unidos.

Quase 2 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda no Iêmen, um país que a combinação de guerra, pobreza e cólera coloca "à beira da inanição" - alertou a ONU nesta quarta-feira (26).

O alerta foi feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) depois de uma visita de seus representantes ao país.

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O Iêmen está em guerra há mais de dois anos e sofre uma epidemia de cólera, que deixou cerca de 1.900 mortos e registra pel menos 400 mil possíveis casos.

"O país está à beira da inanição e mais de 60% da população não sabe onde obterá sua próxima comida", concluíram em um comunicado os diretores da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus; do PMA, David Beasley; e do Unicef, Anthony Lake.

"Cerca de 80% das crianças no Iêmen precisam de ajuda humanitária imediata", acrescentaram.

"A desnutrição faz que as crianças sejam mais sensíveis à cólera, e as doenças criam maior desnutrição, uma combinação viciosa", afirmaram, depois de visitarem Áden (sul), capital provisória do governo reconhecido pela comunidade internacional, e Sanaa, capital controlada pelos rebeldes.

No conflito no Iêmen, estão confrontados o governo apoiado por uma coalizão militar árabe dirigida pela Arábia Saudita e os rebeldes huthis, aliados a unidades do Exército que mantêm sua lealdade ao ex-presidente Ali Abddulah Saleh.

A situação se deteriorou ainda mais com a explosão, no final de abril, de uma epidemia de cólera que pode alcançar 600 mil casos até o final de 2017, alertou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que também esteve no Iêmen.

O balanço da epidemia de cólera no Iêmen se agravou com 315 mortes no país em guerra, onde 29.300 pessoas podem ter contraído a doença desde o fim de abril, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS)

De acordo com a OMS foram registradas vítimas da doença em 19 províncias do país desde o surgimento da epidemia, em 27 de abril, e até 21 de maio.

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A epidemia se expande rapidamente neste país pobre da Península Arábica, onde as instalações médicas e as condições de higiene se deterioram completamente com a guerra.

O conflito bélico opõe, há mais de dois anos, os rebeldes huthis e as forças leais ao governo, apoiadas pela coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

A ONG Save the Children informou que dos mais de 1.000 possíveis caso diagnosticados a cada dia, 600 deles correspondem a crianças.

A guerra provocou uma grave crise humanitária no Iêmen. Quase 19 milhões de habitantes, ou seja dois terços da população, precisam de ajuda humanitária urgente. Destes, 17 milhões passam fome.

A grave epidemia de cólera no Iêmen causou somente nessa quinta-feira (18) a morte de 20 pessoas e 3.460 novos casos, elevando o número total de mortos para 242 e o de afetados a 23.425 em três semanas, informou nesta sexta-feira (19) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A doença se espalhou para 18 das 23 províncias e a taxa de mortalidade de 1% da que se fala é enganosa porque há áreas com pouco acesso, as pessoas chegam tarde aos hospitais. Ali a mortalidade é 4% ou 5%", disse em uma teleconferência de imprensa desde o Iêmen o representante da OMS neste país, Nevio Zagaria.

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"Estamos surpresos com a rapidez com a qual ressurgiu esta epidemia. Estamos diante de uma situação sem precedentes, que destaca a grave situação da economia por causa do conflito. Não há eletricidade e, como consequência, o fornecimento de água é intermitente", explicou Zagaria.

A gravidade da situação e a rapidez com a qual piora faz a OMS acreditar que em um prazo de seis meses o número de casos poderia chegar a 300 mil.

O pico da epidemia coincide com a temporada de chuvas, com o agravamento da situação econômica e o colapso do sistema de saúde, que faz com que a maioria dos trabalhadores do setor não tenha recebido seu salário nos últimos seis meses.

Para enfrentar esta crise de saúde, a OMS com outras agências humanitárias da ONU reabriram meia centena de centros de tratamento de cólera e cerca de 300 pontos de reidratação oral.

"Mas estes números não são suficientes para enfrentar esta epidemia", destacou o especialista da OMS.

A guerra do Iêmen deixou milhares de mortos e uma destruição em grande escala. Agora o conflito ameaça também acabar com uma rara coleção de múmias que os arqueólogos tentam desesperadamente preservar.

O museu da Universidade de Sana, a capital iemenita, abriga esta pequena coleção que data de 400 a.C. e representa uma civilização pouco conhecida da "Arábia Feliz", antiga denominação do Iêmen. O museu recebe há décadas visitantes em busca dos restos embalsamados de homens e mulheres de mais de dois milênios atrás, alguns com dentes ou mechas de cabelo ainda intactos.

Mas com os cortes de eletricidade e o bloqueio quase total dos portos controlados pelos rebeldes huthis, o futuro destas múmias está nas mãos dos beligerantes. Um grupo de arqueólogos se esforça para conversar as 12 múmias, descobertas durante escavações nos anos 1980 e 1990.

Estes restos humanos são afetados pelo calor, a umidade e a escassez de produtos de conservação, segundo os especialistas. "Estas múmias são testemunhas tangíveis da história de uma nação (...) e estão afetadas pela guerra", lamenta Abdel Rahman Jarala, responsável pelo departamento de Arqueologia da Universidade de Sana.

"Necessitam um entorno controlado e cuidados regulares, incluindo uma desinfecção a cada seis meses. Algumas começaram a se desintegrar porque não podemos assegurar (o fornecimento de) eletricidade e produtos químicos de preservação, e lutamos contra o mau cheiro", disse à AFP.

"Estamos preocupados tanto com a conservação das múmias como com a saúde dos que as manipulam", acrescentou.

Patrimônio em perigo

Da cidade antiga de Palmira, na Síria, ao centro histórico de Sana, muitos tesouros arqueológicos e museus do Oriente Médio estão ameaçados por conflitos que não parecem estar em vias de solução.

O centro histórico de Sana, inscrito desde 1986 na lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco, é considerado em perigo devido ao conflito iemenita, que começou em 2015. Neste conflito, os rebeldes huthis pró-iranianos vindos do norte, que se apoderaram de Sana em 2014, enfrentam o governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiado por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

Sana é habitada há 2.500 anos e tem uma importância particular para o patrimônio islâmico, com mais de 100 mesquitas antigas e cerca de 600 casas anteriores ao século XI. A cidade antiga é conhecida por suas casas de vários andares construídos com tijolos e pedras basálticas e com janelas ricamente decoradas.

Em 2015, um dos bairros do centro histórico sofreu o que foi descrito como um ataque aéreo da coalizão árabe. Cinco pessoas morreram e várias casas medievais de adobe e um forte otomano foram destruídos.

As destruições geralmente são acompanhadas de saques. As autoridades suíças confiscaram no ano passado peças arqueológicas procedentes do Iêmen, assim como da Síria e da Líbia, outros dois países em conflito. Os arqueólogos iemenitas fizeram um apelo aos partidos políticos e às organizações internacionais para que ajudem na conservação das múmias, que podem sofrer ainda mais com a chegada do verão.

Fahmi al Ariqi, especialista em restauração na Universidade de Sana, está preocupado. "Precisamos de especialistas para salvar as 12 múmias que estão aqui e as outras 12 que estão no Museu Nacional de Sana", declarou. E, embora seus apelos ainda não tenha surtido efeito, os arqueólogos iemenitas se mantém confiantes.

"Nossa cultura e nossa história nunca desaparecerão", assegura Jarala. "O Iêmen transborda sítios arqueológicos e ainda restam muitas múmias por descobrir".

A coalizão militar árabe que opera no Iêmen sob o comando saudita voltou a utilizar foguetes com ogivas de fragmentação fabricados no Brasil, acusou nesta quinta-feira a Anistia Internacional.

A organização de defesa dos direitos humanos afirma que a coalizão utilizou tais foguetes no dia 15 de fevereiro passado, em um ataque contra três áreas residenciais e zonas agrícolas na província de Saada (norte).

Os ataques contra a zona controlada pelos rebeldes xiitas huthis deixaram dois feridos, segundo a Anistia, que afirma que a coalizão já utilizou bombas de fragmentação no Iêmen em outubro de 2015 e maio de 2016.

As bombas de fragmentação trazem centenas de explosivos menores, que se espalham por uma ampla área e nem sempre explodem no ato, se transformando em um pesadelo de mutilação para a população civil.

A Human Rights Watch já havia denunciado, em dezembro passado, a utilização no Iêmen de foguetes brasileiros com ogivas de fragmentação, em um ataque que matou dois civis e feriu outros seis.

O ataque ocorreu um dia após a abstenção de Brasil, Arábia Saudita, Estados Unidos e Iêmen em uma votação na Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a proibição do uso de bombas de fragmentação.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos informou na terça-feira (28) que registrou cerca de 1.500 crianças soldados no Iêmen, recrutadas principalmente pelos rebeldes xiitas huthis, em guerra com as forças do governo. 

"Recebemos vários relatórios sobre o recrutamento de crianças no Iêmen para servir no conflito armado, especialmente por parte dos comitês populares afiliados aos huthis", declarou a porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, em um comunicado publicado em Dubai.

Entre março de 2015 e janeiro de 2017, "a ONU conseguiu verificar o recrutamento de 1.476 crianças, todos meninos", detalhou, acrescentando que este número pode ser "muito maior, já que a maioria das famílias não fala sobre o recrutamento de seus filhos por medo de represálias".

"Na semana passada, recebemos novos relatórios sobre crianças recrutadas sem que suas famílias soubessem", acrescentou a porta-voz, explicando que os meninos menores de 18 anos "costumam começar a combater depois de ser enganados ou atraídos por promessas de melhoras financeiras ou de status social".

Shamdasani recordou também que o recrutamento de crianças em conflitos armados é "estritamente proibido pelo direito internacional", e que fazer menores de 15 anos combaterem pode ser considerado um "crime de guerra".

O Iêmen está devastado por uma guerra entre os rebeldes huthis e seus aliados - as forças leais ao ex-presidente Ali Abdalá Saleh - e as tropas do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi.

Cerca de 1.400 crianças iemenitas morreram e cerca de 2.000 escolas estão fora de uso desde a escalada da guerra no Iêmen, em março de 2015, anunciou nesta quarta-feira (11), em Sanaa, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"Desde a escalada do conflito, as Nações Unidas verificaram que cerca de 1.400 crianças foram mortas e mais de 2.140 feridas", declarou à imprensa a representante do Unicef no Iêmen, Meritxell Relano.

"Quase 2.000 escolas no Iêmen não podem ser usadas porque foram destruídas, danificadas, usadas para abrigar famílias deslocadas ou para fins militares", acrescentou.

Relano cita como exemplo a morte confirmada na terça-feira de uma criança perto de uma escola ao norte de Sanaa durante um ataque aéreo que feriu outras quatro.

Um oficial militar iemenita e uma fonte médica forneceram números diferentes para o ataque atribuído à coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, evocando cinco mortos, incluindo duas crianças, e 13 feridos.

O ataque teve como alvo um mercado perto da escola al-Falah no bairro de Nihm, ao nordeste da capital, sob controle dos rebeldes xiitas huthis.

"As escolas deveriam ser zonas de paz, santuários onde as crianças podem aprender, crescer, brincar e estar em segurança", acrescentou o representante do Unicef.

Ele voltou a pedir a todas as partes em conflito e àqueles que têm influência sobre os protagonistas para "proteger as crianças e parar os ataques contra infraestruturas civis".

- 1.363 crianças-soldados -

Relano também pediu aos beligerantes para facilitar a entrega de ajuda humanitária e impedir o recrutamento de crianças-soldados. Segundo ela, 1.363 crianças foram recrutados pelas partes em conflito no país.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o conflito no Iêmen já provocou mais de 7.350 mortos e 39.000 feridos em 20 meses, números que incluem civis e combatentes.

Esta guerra opõe os rebeldes huthis apoiados pelo Irã às forças pró-governo apoiadas pela coalizão árabe sob a liderança saudita.

Relano também detalhou as intervenções do Unicef no ano passado para ajudar as crianças no Iêmen, "apesar da difícil situação no terreno", e os seus planos para 2017.

Segundo ela, em 2016, o Unicef prestou assistência médica a mais de um milhão de crianças menores de cinco anos, bem como para mais de 550.000 mulheres grávidas ou amamentando.

O Unicef contribuiu para uma campanha de vacinação contra a poliomielite que atingiu quase 5 milhões de crianças e tratou 237.000 outras por desnutrição aguda.

A organização planeja aumentar em 2017 esse número para 320.000 e oferecer assistência médica a 1,3 milhão de crianças.

Um homem-bomba causou explosão do lado de fora de um campo militar na cidade iemenita de Aden nesta manhã de domingo, matando ao menos 30 soldados, disseram autoridades iemenitas. As autoridades disseram à Associated Press que investigações preliminares apontaram que a explosão foi causada por um homem que usava colete explosivo.

Ao menos 50 pessoas ficaram feridas no ataque, que ocorreu quando os soldados estavam reunidos para coletar seus salários, disseram. As fontes não se identificaram, porque não estão autorizadas a falar com a imprensa.

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O acampamento onde a explosão ocorreu é a mesma base militar que foi atingida por ataque suicida em 10 de dezembro, matando 57 soldados.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque deste domingo. No entanto, a filial no Iêmen do Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo bombardeio de 10 de dezembro.

Além disso, o Iêmen é o lar de longa data de uma filial da Al-Qaeda que é considerada a mais perigosa do grupo extremista.

Uma criança morre a cada 10 minutos no Iêmen, onde quase 2,2 milhões de menores de idade sofrem de desnutrição aguda e precisam de tratamento médico urgente, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"A desnutrição no Iêmen alcançou um nível recorde, que continua aumentando", afirmou Meritxell Relano, representante do Unicef no país, o mais pobre da península arábica, com 26 milhões de habitantes. "O estado de saúde das crianças nunca foi tão catastrófico como agora", completou.

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"Ao menos uma criança morre a cada 10 minutos no Iêmen em consequência de diarreias, desnutrição e infecção das vias respiratórias", informou o Unicef. Ao menos 462.000 crianças sofrem de "desnutrição aguda severa", o que representa um aumento de 200% na comparação com 2014, informa um comunicado do Unicef.

A guerra civil entre rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, e as forças governamentais, respaldadas pela Arábia Saudita, agravou a situação humanitária no Iêmen em 2015. Os grandes prejudicados são os menores de idade.

A província de Saada, reduto huthi na região norte do Iêmen, tem o índice de atraso de crescimento na infância mais elevado do mundo. Oito em cada 10 crianças sofrem desnutrição crônica nesta região do Iêmen, afirma o Unicef.

A coalizão liderada pela Arábia Saudita que combate rebeldes xiitas no Iêmen afirmou que não haverá extensão do cessar-fogo de 48 horas no país, de acordo com um porta-voz. A trégua tem sido desrespeitada pelos lados em conflito.

O general Ahmed al-Assiri afirmou à rede Al-Arabiya, sediada em Dubai, que o cessar-fogo não será ampliado. A coalizão havia declarado a trégua no sábado, porém não pararam os confrontos desde então.

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A violência mostrou-se particularmente intensa na cidade de Taiz, no oeste iemenita, onde os rebeldes conhecidos como houthis e seus aliados têm cercado as forças ligadas ao governo reconhecido internacionalmente do presidente Abed-Rbbo Mansour Hadi, que é apoiado pela coalizão, há cerca de um ano.

A coalizão retomou nesta segunda-feira ataques na capital do país, Sanaa, e também nas cidades de Marib e Jouf, no leste, e em Madi, na fronteira norte do Iêmen. Fonte: Associated Press.

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