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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça que os bancos terão de seguir o exemplo da Caixa Econômica Federal e reduzir os juros das suas linhas de crédito. Durante cerimônia de lançamento de linhas de crédito imobiliário com atualização pelo IPCA, no Palácio do Planalto, Bolsonaro lembrou que a Caixa reduziu, há poucas semanas, em até 40% os juros do cheque especial. "Com certeza, outros bancos vão ter de ir no mesmo caminho", disse. "Não vai ser uma imposição. Ou eles vão atrás, ou o número de clientes da Caixa vai aumentar e muito", acrescentou.

No último dia 31 de julho, a Caixa anunciou cortes nas taxas de juros de suas principais linhas de crédito, tanto para empresas como para pessoas físicas. Ainda anunciou na ocasião um novo pacote de serviços, chamado "Caixa Sim", com corte de até 40% nos juros. Com relação específica ao cheque especial, a redução para pessoas físicas na taxa cobrada pela Caixa foi de 26% e, para pessoas jurídicas, de 33%.

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O diretor executivo e de Relações com Investidores do Bradesco, Leandro Miranda, disse que o banco não teria nenhum problema de oferecer crédito imobiliário com taxas baseadas no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como referência. O problema é se o mutuário gostaria de assumir o risco inflacionário por um período tão longo.

Nesta tarde, o presidente da Caixa Econômica Federal,Pedro Guimarães, anunciou que a Caixa vai oferecer taxas de juros atreladas ao IPCA, inflação oficial do País, para contratos de 360 meses. A Caixa e o Bradesco brigam pela liderança dos financiamentos imobiliários, segundo o executivo.

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Ele questiona se 12 anos atende o cliente, já que o valor da prestação ficaria elevada, e, no caso da oferta de 20, 30 anos, como é mais comum para o crédito imobiliário, o mutuário gostaria de se comprometer com a inflação por um período tão longo. Mesmo no prazo de 12 anos, segundo Miranda, que ainda não havia tomado conhecimento diretamente do anúncio da Caixa, haveria um risco inflacionário que o brasileiro talvez não queira tomar.

"Para nós, bancos, faríamos sem problemas, mas não sei se o cliente gostaria de 12 anos. Para nós acho viável porque tem proteções de inflação através de derivativos. Se quiser transformar a taxa em fixa você tem possibilidade de securitizar essa carteira de 12 anos junto a fundos de pensão e companhias de seguro. Mas atende o consumidor?", questiona Miranda.

"Vamos primeiro entender o regulamento (anunciado nesta terça). Nós temos capacidade de prover todo e qualquer produto bancário no Brasil, se tiver demanda a gente pode fazer a inflação por 12, 20, 30 anos", afirmou o executivo. "Não temos necessidade de limitar a 12 anos porque temos capital robusto", concluiu.

O governo ganhou fôlego de pelo menos algumas horas para negociar a derrubada do projeto que suspende a regra de cálculo da dívida dos Estados e municípios com a União. A proposta já estava em discussão no plenário no início da tarde desta quarta-feira, 9, quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve que encerrar a sessão extraordinária e reabrir os trabalhos. Com isso, o painel de presença foi zerado - e não havia, ainda, quórum para votar o projeto.

O número de deputados que registraram presença é de 180 até por volta das 15h. O mínimo necessário para a votação é de 257 parlamentares. Cunha afirmou que vai seguir um acordo feito em plenário de manter o projeto como primeiro item da pauta.

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Nas últimas semanas, o governo abriu uma ofensiva para convencer o Congresso a derrubar o projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado Esperidião Amin (PP-SC).

O texto susta o artigo do decreto presidencial que trata da metodologia de cálculo dos saldos devedores dos contratos. Pelos cálculos do governo, a proposta poderia reduzir em R$ 300 bilhões o valor total que a União tem a receber dos Estados e municípios, hoje em R$ 463 bilhões.

Cunha criticou a atuação do governo e disse que o projeto apenas torna ineficaz o decreto presidencial, que poderia ser reeditado no dia seguinte. "Discurso de que decreto modifica fórmula de juros é populista", afirmou, argumentando que a lei aprovada no ano passado pelo Congresso para mudar os indexadores continua valendo.

Em plena crise fiscal, o governo federal pode perder R$ 300 bilhões da dívida que tem a receber dos Estados e municípios. Decreto Legislativo, que está prestes a ser votado pela Câmara dos Deputados, reduz de R$ 463 bilhões para R$ 163 bilhões o saldo credor do Tesouro Nacional dessas dívidas, renegociadas no final da década de 90 e início dos anos 2000.

A proposta é considerada uma "bomba fiscal" pela equipe econômica. O decreto só não foi votado na quinta-feira, 25, porque a base aliada obstruiu a sessão.

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De autoria do deputado Esperidião Amin (PP-SC), o decreto suspende metodologia da troca de indexador de IGP-DI para a taxa Selic ou IPCA mais 4% (o que for menor) que corrige os contratos de renegociação da dívida dos Estados e municípios.

A metodologia de cálculo definida pelo Tesouro tem base nos juros compostos, sistema de matemática financeira amplamente utilizado no País que leva em consideração um regime em que juros são gerados em cada período e acrescentados ao capital principal para o cálculo dos juros no período posterior. Já o decreto que entrará em votação quer que o cálculo seja feito com base em juros simples, pelo qual a taxa de juros é somada ao capital inicial durante o período da aplicação. Em alguns casos, a União teria de devolver recursos aos Estados.

A mudança proposta pelo Tesouro foi definida no final do ano passado, em decreto preparado pelo Ministério da Fazenda que regulamentou a lei que permitiu a troca de indexador e deu um alívio nas dívidas dos governos regionais, tanto no fluxo de pagamentos como no estoque. A mudança ainda não foi implementada porque o Tesouro Nacional está acertando os termos dos aditivos dos contratos. A previsão era de que os aditivos estivessem todos assinados até o final de março.

Um integrante da equipe econômica informou à reportagem que a operacionalização da troca de indexador pelo Tesouro será interrompida, caso o decreto legislativo seja aprovado.

Decreto Legislativo não pode ser vetado pela presidente Dilma Rousseff. "Não tem o que fazer. Vai parar a substituição dos indexadores que está em andamento com os Estados", disse a fonte da equipe econômica, argumentando que o Tesouro não teria como tornar operacional a mudança, porque a parte do decreto do governo que diz como se faz a conta para a troca do indexador não estaria mais em vigor.

Dessa forma, o efeito que a proposta de Amin teria de imediato, se aprovada, seria inviabilizar as discussões que estão sendo feitas, segundo o governo.

Votação

O projeto estava na pauta de votação ontem. Mas após obstrução comandada pela liderança do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encerrou a sessão sem votar o projeto.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), pediu aos deputados da base que passassem a obstruir a votação, após tentar, sem sucesso, acordo para adiar novamente a votação da proposta. Ele pedia que a Câmara só votasse a matéria após reunião entre União e secretários estaduais de Fazenda, na próxima segunda-feira, para discutir o tema.

Em uma das formas de obstrução, o líder do governo apresentou requerimento para adiamento da votação. O pedido foi rejeitado em votação simbólica, mas o governo pediu votação nominal. A votação, contudo, não foi concluída, pois o quórum da sessão caiu, ao não alcançar os 257 votos mínimos, metade dos 513 deputados.

Irritado com o governo, Cunha prolongou a votação do requerimento de adiamento até as 14 horas, horário prometido por ele para acabar a sessão. Sem a votação, o presidente da Câmara informou que convocará sessão extraordinária para a próxima terça-feira, cuja pauta única será a proposta.

Para o Ministério da Fazenda, a aprovação do decreto abriria um precedente perigoso para toda a economia, já que o sistema de juros compostos é usado pelo sistema financeiro, Estados e municípios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a regulamentação do novo indexador das dívidas de Estados, Distrito Federal e municípios, o estoque da dívida do governo de Minas Gerais com a União diminuirá em R$ 5 bilhões, de R$ 77 bilhões para R$ 72 bilhões. A avaliação é do Superintendente da Central de Governança de Ativos e da Dívida Pública da Secretaria de Estado de Fazenda mineira, Osmar Teixeira de Abreu.

O novo indexador foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) da terça-feira, 29, com circulação nesta quarta-feira, 30. Pelo Decreto 8.616, assinado pela presidente Dilma Rousseff, o governo passará a corrigir as dívidas a partir da taxa Selic ou pelo IPCA (o que for menor) mais 4% ao ano a partir de 1.º de janeiro de 2016. Antes, os entes federativos eram taxados pelo IGP-DI mais 6% a 9% ao ano.

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"Com essa alteração, tudo nos leva a quitar a dívida em um prazo menor. Devemos terminar de pagar todos os resíduos até 2033, enquanto a nossa previsão anterior era de quitação em 2038", afirmou Abreu.

Embora a reivindicação dos Estados e municípios fosse de uma taxa que considerasse o IPCA mais 2%, a regulamentação é de suma importância para as finanças de Minas. "Ela torna a trajetória mais favorável. Nós ganhamos espaço para novas operações de crédito no futuro, já que a relação dívida consolidada líquida e receita consolidada líquida diminui com a redução do estoque da dívida, mesmo diante de uma receita sem crescimento", disse.

O superintendente destacou ainda que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais já aprovou uma lei que autoriza o governo do Estado a fazer aditivos nos contratos da dívida com a União.

O Ministério da Fazenda destacou na manhã desta quarta-feira, 30, em nota, que a regulamentação do novo indexador da dívida dos Estados, Distrito Federal e municípios com a União vai impactar mais de 200 contratos de refinanciamento e "deverá permitir aos entes a possibilidade de redução em seus pagamentos futuros para a União". A legislação, segundo a Fazenda, não traz impactos para a dívida pública e não afeta o resultado primário da União e dos entes federativos.

A regulamentação do novo indexador consta do Decreto nº 8.616, editado ontem em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), com divulgação nesta quarta-feira. Entre outras disposições, a norma permite a adoção de novas condições nos contratos de refinanciamento de dívidas dos Estados e municípios com a União.

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Dentre as principais inovações trazidas, a nova legislação concede desconto sobre os saldos devedores dos contratos de refinanciamento de dívidas dos Estados e dos municípios e substitui o indexador de correção dos débitos. Agora, os entes que firmarem os convênios para aditivos contratais dentro das novas regras, terão os valores da dívida corrigidos pela taxa Selic ou pelo IPCA - o que for menor - mais 4% ao ano. Essa nova metodologia alivia o peso da conta para os entes, antes taxados pelo IGP-DI mais porcentuais que variavam de 6% a 9% ao ano.

O decreto estabelece as fórmulas para reprocessamento das dívidas pelos novos encargos autorizados, bem como para a apuração mensal do coeficiente de atualização monetária da dívida remanescente. Dispõe ainda sobre as providências a serem adotadas pelos devedores antes da celebração dos aditivos contratuais com a União para aplicação das disposições da Lei Complementar 148/2014, como obtenção de autorização legislativa, conferência e concordância prévia com os cálculos, observação das exigências contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal para essas operações e desistência de ações judiciais eventualmente propostas sobre os contratos de refinanciamento.

A Fazenda explicou que, de acordo com a Lei Complementar 151/2015, o prazo para celebração dos aditivos contratuais e aplicação dos novos encargos é 31 de janeiro de 2016. Após essa data, os devedores que não tiverem reunido as condições exigidas para o aditamento continuarão pagando suas dívidas com a União nas condições vigentes até que a alteração contratual seja feita.

A presidente Dilma Rousseff assinou o Decreto 8.616, que regulamenta a aplicação do novo indexador das dívidas de Estados, Distrito Federal e municípios com a União. Bastante aguardada pelos Estados, que passam por dificuldades financeiras, a regulamentação está publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de ontem com circulação nesta quarta-feira, dia 30.

Esta semana, em visita a Brasília, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que a regulamentação abre capacidade de endividamento dos Estados. Para ele, "é uma decisão que ajuda muito".

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Pelo decreto, a partir de 1º de janeiro de 2016 o governo irá corrigir as dívidas pela taxa Selic ou pelo IPCA - o que for menor - mais 4% ao ano. A nova metodologia alivia o peso da conta para os entes federativos, que antes eram taxados pelo IGP-DI mais 6% a 9% ao ano.

A adoção das condições previstas na legislação, incluindo a concessão de desconto, serão efetivadas pela União mediante a celebração de termos aditivos aos contratos firmados entre União e Estados, Distrito Federal ou municípios.

O texto publicado dispõe sobre os critérios de indexação dos contratos de financiamento e de refinanciamento das dívidas; procedimentos para a formalização dos termos aditivos; Programas de Acompanhamento Fiscal celebrados entre a União e os municípios das capitais ou os Estados; e Programas de Reestruturação e de Ajuste Fiscal celebrados entre a União e os Estados ou o Distrito Federal.

O plenário do Senado adiou nesta quarta-feira, 22, a votação do projeto de lei que amplia o prazo para a entrada em vigor do novo indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. Após intensa discussão, os senadores decidiram adiar para a próxima semana a decisão sobre a entrada em vigor do novo fator de correção.

O principal ponto de debate foi o apelo do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para incluir no projeto uma proposta do senador José Serra (PSDB-SP) que permite a Estados e municípios usar recursos oriundos de depósitos judiciais e administrativos.

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Renan Calheiros defendia a inclusão da proposta de Serra, que liberaria aos entes federados sacar imediatamente R$ 21,1 bilhões de recursos de depósitos judiciais. Nos bastidores, a iniciativa de Renan visa a aumentar a capacidade de investimentos do governo de Alagoas, comandado por seu filho, Renan Filho (PMDB).

Os senadores preferiram deixar para a próxima semana a discussão sobre o projeto e a eventual inclusão da questão dos depósitos judiciais. Eles decidiram esperar a volta da relatora original do projeto do indexador, Marta Suplicy (PT-SP), que não estava presente na votação em plenário de hoje. Na semana passada, a petista sinalizou ser a favor da inclusão, mas não chegou a preparar um parecer sobre a proposta de Serra.

A proposta de postergar a imediata vigência do indexador fez parte de um acordo costurado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em março para não prejudicar o esforço que o governo federal começou a fazer para o ajuste fiscal. Uma eventual entrada em vigor da medida acarretaria uma perda de arrecadação de R$ 3 bilhões para os cofres da União este ano.

A lei que muda o indexador das dívidas é de novembro de 2014. Desde então, não foi regulamentada pelo Planalto porque isso abriria espaço para que governos regionais gastassem mais, algo que contraria o atual esforço fiscal em razão da crise econômica.

O senador Walter Pinheiro (PT-BA), designado relator em plenário na ausência de Marta, chegou a apresentar na sessão desta quarta seu voto especificamente sobre o novo indexador das dívidas. Pinheiro rejeitou seis emendas propostas por senadores e, no seu texto, determinou que a União terá até 31 de janeiro de 2016 para promover a entrada em vigor do novo indexador.

Contudo, diante da falta de consenso entre os senadores de incluir no texto do indexador a proposta de Serra, o presidente do Senado preferiu encerrar a apreciação do texto e deixar sua análise para a próxima semana.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira, 14, que a Casa vai votar o projeto de lei que trata da fixação de prazo para entrada em vigor dos novos indexadores das dívidas de Estados e municípios com a União. O peemedebista também anunciou que os senadores vão começar a votação da reforma política.

"Nós vamos primeiro concluir a votação do marco da biodiversidade. Em seguida, a troca do indexador (das dívidas de Estados e municípios com a União), a medida provisória e vamos anunciar uma pauta de interesse do País", afirmou. "Nós já começamos a votar a reforma política e vamos retomar. Nós separamos o tema por itens e vamos ver, na medida do possível, o que podemos avançar em relação a eles", completou.

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Renan Calheiros defendeu que se encontrem saídas criativas para que o ajuste fiscal não cause grandes impactos para os municípios brasileiros. Ele disse que o Senado vai identificar as matérias em tramitação no Congresso que sejam de interesse dos municípios. "Eu acho que tudo o que puder ser feito sem mexer no ajuste fiscal, sem prejudicar a qualidade do ajuste fiscal, devemos fazer", afirmou.

Terceirização

Questionado sobre a apreciação do projeto de lei que trata da terceirização, cujos destaques serão analisados esta semana pela Câmara dos Deputados, antes de chegar ao Senado, Renan ponderou que é preciso aguardar a chegada da proposta. Ele disse que é "fundamental" a regulamentação, uma vez que ela vai ampliar a segurança jurídica. Mas destacou que é preciso pôr limites à própria regulamentação.

Ontem, durante audiência pública que discutiu o assunto, o presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), afirmou ter recebido um telefonema de Renan Calheiros no qual ele disse que será realizada uma sessão temática no plenário para discutir o projeto.

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) informou nesta quarta-feira, 1º, que será encaminhado hoje à Justiça do Rio o acordo feito com a União em que a prefeitura se compromete a pagar parcela de dívida com o índice de reajuste atual e o governo federal assume compromisso de devolver o que foi pago em fevereiro do ano que vem.

O acordo foi feito depois de Paes entrar na Justiça para fazer valer a lei, ainda não regulamentada pelo governo, que altera o indexador de reajuste e que, na prática, diminui as dívidas de Estados e municípios com a União.

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Segundo Paes, os R$ 29 milhões que a prefeitura depositou em juízo e que quitam a dívida do Rio, segundo os cálculos com base no novo indexador, continuarão no caixa da União. A prefeitura fará novos depósitos em juízo que serão devolvidos em 2016. "É como se fosse uma poupança que estou fazendo. Eu viro credor da União", afirmou.

A ação movida pela prefeitura, que já teve liminar favorável a Paes, autorizando o pagamento dos R$ 29 milhões para quitar a dívida, não será extinta, segundo o prefeito. "O processo fica lá dormindo e a liminar continua valendo", afirmou.

Paes voltou a dizer que houve uma crise política desnecessária até que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aceitasse devolver o que for pago a mais por Estados e municípios devedores. Com o acordo, o governo adiou para 2016 a regulamentação de lei que fixa novo indexador para as dívidas.

"Tanta confusão para nada", disse Paes. "O mercado havia precificado (fixado o preço) essa lei (que reduz o índice de reajuste). Agora se precificou de novo o que já estava precificado. Do ponto de vista da comunicação, não foi a coisa mais inteligente", criticou. Paes tem dito que a lei fará a União deixar de cobrar "juros de agiota" e passar a cobrar juros de mercado.

O prefeito disse que está em dia com as contas municipais. "Até me dou ao luxo de emprestar um dinheiro para a União fechar suas contas", completou. O prefeito elogiou a presidente Dilma Rousseff por mudar o cálculo do pagamento das parcelas da dívida. "Ela acabou com um problema eterno".

O Congresso aprovará lei que permitirá a todos os municípios e Estados devedores receberem de volta da União o valor que pagarem a mais em 2015. "Estou protegido agora pela lei e pela decisão judicial", disse Paes.

Nessa terça-feira, 31, o ministro Levy disse na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a lei que trata do indexador é autorizativa e que a União não pode comprometer o equilíbrio das contas públicas para garantir a mudança. "A União não abre mão de diálogo, mas não pode abrir mão da sua responsabilidade de garantir o equilíbrio nacional", completou. "É muito significativo R$ 3 bilhões, é mais da metade da economia que se esperava para este ano com a mudança na desoneração da folha".

Os municípios vão entrar na Justiça para garantir a renegociação das dívidas que têm com a União, seguindo o caminho do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Prefeitos (CNP), Paulo Ziulkoski, um dos defensores da ideia, a tese do governo federal, de que a lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff no fim do ano passado não "obriga" a União a reduzir a dívida dos Estados e municípios, não faz o menor sentido.

"Como que o governo envia o projeto de lei com a renegociação, consegue aprovar no Congresso, sanciona em lei e agora se recusa a regulamentar? A judicialização é o único caminho hoje", diz Ziulkoski.

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Segundo o líder da entidade dos prefeitos, a atuação da presidente Dilma é "como a de alguém que admite que deve algo, já que sancionou a lei, mas que vai decidir a hora de pagar". "Não é assim que funciona", disse ele.

Segundo a lei sancionada pela presidente em novembro do ano passado, a dívida de Estados e municípios com a União sofrerá um desconto de R$ 35,6 bilhões. Além disso, haverá a troca do indexador da dívida, que passaria a ser a taxa Selic, hoje em 12,75% ao ano, ou a soma do IPCA e uma taxa de 4%.

A vitória de Paes na Justiça foi considerada um "marco" pelos demais prefeitos. O desconto da prefeitura carioca foi de R$ 5 bilhões e o recálculo com o novo indexador, que é retroativo a janeiro de 2013, segundo a lei, reduziria o passivo em mais R$ 1 bilhão. Pelas contas do município, faltariam apenas R$ 29 milhões para que a dívida do Rio com a União acabasse.

Com a liminar obtida por Paes na Justiça, o pagamento foi feito em juízo. "Como que vamos continuar transferindo recursos fiscais da cidade, que poderiam servir para saúde, educação, saneamento e lazer dos cariocas, para a União sendo que não devemos mais? É estranho, no mínimo", disse o secretário Pedro Paulo Teixeira (PMDB), que comanda a secretaria executiva de coordenação da prefeitura do Rio.

O governo federal teme regulamentar a lei, concedendo os descontos e o recálculo das dívidas aos Estados e municípios, e assim ficar sem o dinheiro esperado para 2015 pela dívida antiga. Serão quase R$ 2,9 bilhões que governadores e prefeitos pagarão neste ano à União caso o governo consiga segurar a regulamentação da lei até dezembro.

Em nota, a Federação Nacional dos Prefeitos defendeu a regulamentação imediata da lei.

O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, afirmou anteontem que o momento para definição do indexador da dívida deve ser decidido pela União e não pode ser imposto. "A lei autoriza e não determina - e é até questionável que possa determinar. Por essa razão, a decisão é da Administração de que momento fazer esse ajuste."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A relação de deputados com os prefeitos foi preponderante no apoio dado à aprovação na Câmara na terça-feira, 24, do projeto que obriga a União a assinar em 30 dias os aditivos contratuais com mudança no indexador da dívida de Estados e municípios.

Dos 391 votos, 389 foram favoráveis à aprovação do projeto, inclusive os 53 do PT. Dois deputados, Ronaldo Lessa (PDT-AL) e Nelson Marquezelli (PTB-SP), se abstiveram. Ninguém votou contra.

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Parlamentares disseram ter levado em conta a necessidade de seus prefeitos. Segundo um petista, os deputados do partido votaram para ajudar, principalmente, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).

Todos os partidos orientaram seus membros a votar "sim". A liderança do governo liberou o voto. "Liberei porque a base estava dividida", disse o líder José Guimarães (PT-CE). Ao ser lembrado de que todos os petistas votaram pela aprovação do projeto, disse ter sido pego de surpresa. "A matéria entrou de surpresa. Nem no plenário estávamos. A votação de uma matéria como esta deveria obedecer a todos os trâmites", lamentou o deputado.

Paes

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi ao Rio na noite de anteontem para conversar com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) sobre a ação judicial da prefeitura contra a União, na residência oficial do prefeito. O petista deixou o local sem que Paes mudasse seu posicionamento em relação ao novo indexador das dívidas de Estados e municípios. A prefeitura carioca foi a primeira a ingressar com ação para pedir o cumprimento da lei sobre o indexador. A Justiça concedeu liminar que permite a redução da cobrança. Com isso, o saldo devedor do Rio passa de R$ 6,2 bilhões para R$ 1,2 bilhão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ganhou nessa quarta-feira (25) um pouco mais de tempo para negociar o prazo de regulamentação da lei que altera o indexador de correção da dívida dos Estados e municípios. Apelando para os riscos de uma batalha jurídica - o governo não quer mudar o indexador porque isso prejudicaria o ajuste fiscal da União -, Levy conseguiu que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiasse para a próxima semana a votação do projeto que dá um prazo de 30 dias para a presidente Dilma Rousseff regulamentar a lei.

A lei que muda o indexador das dívidas e beneficia Estados e municípios é de novembro de 2014. Desde então, não foi regulamentada pelo Planalto porque isso abriria espaço para que governos regionais gastassem mais, algo que contraria o atual esforço fiscal em razão da crise econômica.

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Na terça-feira, 24, deputados aprovaram a toque de caixa um projeto que dá prazo de 30 dias para a presidente Dilma Rousseff regulamentar a lei que beneficia os Estados e municípios. Foi mais uma derrota imposta à petista pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O texto, então, seguiu para o Senado, que estava disposto a votá-lo o quanto antes. Foi aí que o ministro da Fazenda entrou na negociação.

Levy usa como trunfo um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) segundo o qual a lei de novembro de 2014 não obriga a mudança contratual das dívidas com a União. Portanto, a mudança das regras do contrato exigiria concordância das partes e não "poderia ser imposta" pelo Congresso. O governo aposta que os governadores e prefeitos vão preferir negociar em vez de ir para embates jurídicos nos quais esse parecer seria usado.

Levy quer deixar para 2016 a regulamentação e abrir uma negociação mais ampla com os parlamentares sobre o chamado "pacto federativo", que trata da distribuição de receitas entre a União e os governo regionais.

Se regulamentada, a lei reduziria em R$ 65 bilhões o estoque das dívidas de Estados e municípios com a União e abriria espaço para que novos empréstimos fossem contratados.

A União assumiu e repactuou as dívidas de Estados e municípios no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no âmbito dos novos parâmetros de responsabilidade fiscal adotados na época.

Ajuste

Em café da manhã com um grupo de dez senadores ontem, depois do incêndio político provocado pela Câmara no dia anterior, Levy alertou para os riscos que a regulamentação traz para o cumprimento da meta fiscal deste ano, mas também chamou a atenção para as dificuldades jurídicas.

Segundo o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o governo entende que o momento de definição do indexador é da União. "Na nossa opinião, a lei autoriza e não determina - e é até questionável que possa determinar. Por essa razão, a decisão é da Administração de que momento fazer esse ajuste", disse.

Para facilitar o acordo que selou o adiamento da votação, Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, "embalou" no pacote o discurso de uma negociação mais ampla da reforma do ICMS e da convalidação dos incentivos fiscais concedidos pelos Estados. Mas as duas propostas são ainda mais difíceis de andar, o que poderá ser um complicador mais à frente, segundo admitem fontes do governo. Delcídio disse que o impasse pode ajudar "a fazer do limão uma limonada" e permitir avanços na reforma do ICMS. "O presidente da CAE sinalizou a possibilidade de discutir uma agenda de crescimento, como o ICMS", disse Levy em entrevista após o encontro com os senadores. Ele prometeu apresentar os detalhes do que tem sido chamado de "Plano Levy" de ajuste fiscal e uma proposta de pacto federativo em audiência no Senado na próxima terça-feira.

Se a Fazenda conseguir apresentar na CAE sinalizações concretas de avanço nesses dois pontos, a expectativa de aliados do Planalto é de que haverá espaço para negociar a retirada de pauta do projeto que obriga o governo a regulamentar a mudança no indexador.

Logo depois da reunião com os senadores, o presidente do Senado adiou a votação do projeto para a próxima terça-feira. Mas, no início da noite, os senadores aprovaram requerimento de urgência para o projeto. (Ricardo Colleta e Beatriz Bulla)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Presidente da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), está encorajando seus colegas a seguirem o exemplo do Rio de Janeiro a buscarem na Justiça o cumprimento da lei que altera o indexador das dívidas dos municípios. Nessa terça-feira, 23, a 30.ª Vara Federal concedeu liminar que permite a redução da cobrança. Com a decisão, o saldo devedor do Rio passa de R$ 6,2 bilhões para R$ 1,2 bilhão.

"A Frente de Prefeitos não tem a personalidade jurídica que permita que isso aconteça, mas estamos incentivando que 180 cidades entrem na Justiça. São cidades que concentram o grosso da população, e é nas cidades que o cidadão busca o atendimento de suas demandas, como mobilidade, educação, saúde", avalia. Além do Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Natal, João Pessoa, Cuiabá e Vitória fazem parte do grupo de municípios que esperam ser agraciados pelo novo cálculo de renegociação da dívida aprovado pelo Congresso, mas que precisa ser regulamentado pela presidente Dilma Rousseff.

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Para Fortunati a busca pelo recurso judicial está além de disputas políticas. "Das 180 cidades, 81 têm mais de 100 mil habitantes. Trinta e cinco são governadas pelo PSDB, 33 ligadas ao PMDB e 31 ao PT. Isso mostra que não é uma questão partidária", disse.

Aprovada em novembro do ano passado, a lei que renegocia a dívida altera o indexador. Com isso, o índice de refinanciamento passa a ser corrigido pela taxa Selic ou pelo IPCA, o que for menor, mais 4% ao ano. Sem a legislação, as dívidas continuam corrigidas pelo IGP-DI mais 6% ou 9% ao ano. "É um contrassenso que o governo vai ao mercado cobrando juros da Selic, e aos municípios com juros exorbitantes. O papel do governo não é o de agente financeiro", explica o presidente da Frente de Prefeitos.

Nota

Nesta quarta, a FNP divulgou nota de apoio à aprovação pela Câmara do projeto de lei que permite a renegociação imediata das dívidas de Estados e municípios com a União. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. A entidade defende a renegociação dos valores a serem pagos e afirma que a medida proporcionará reequilíbrio nos contratos.

A nota também cobra a alteração no indexador das dívidas prevista na Lei Complementar 148/2014, até hoje não regulamentada pelo governo federal. A mudança, conforme a nota "é uma das reivindicações da Carta dos prefeitos e prefeitas da FNP aos candidatos à Presidência da República, divulgada em setembro passado. Há mais de uma década, a renegociação dessas dívidas é uma bandeira de luta da FNP pelo equilíbrio federativo e responsabilidade fiscal".

Após adiar para a próxima semana a votação do projeto que regulamenta a troca do indexador das dívidas dos Estados e municípios, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, uma solução para o impasse. "Nós vamos votar a matéria na terça-feira. Se até lá o governo construir uma solução dentro do que o governo quer com o ajuste, melhor", disse.

Segundo o presidente do Senado, cabe a Levy apresentar uma alternativa de como recuperar os R$ 3 bilhões que a União vai perder com a regulamentação da lei que permite a Estados e municípios renegociarem as suas dívidas. A norma foi aprovada em novembro do ano passado, mas ainda não passou a valer porque o governo teme que isso prejudique o ajuste fiscal em curso.

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"Qualquer solução que implemente a decisão do Congresso que já aprovou a troca do indexador, ela será bem recebida pela Casa. O que não pode é os Estados continuarem pagando 18% de juros ao mês", afirmou Calheiros.

Nesta terça-feira, 24, a Câmara aprovou um projeto que dá 30 dias para o governo regulamentar a lei. O projeto estava na pauta do Senado e seria votado nesta quarta-feira, 25, mas foi adiado após um apelo do ministro da Fazenda, que se reuniu pela manhã com um grupo de senadores.

Após o pedido de Levy, Calheiros decidiu votar nesta quarta somente o requerimento de urgência para o projeto e esperar para aprová-lo na próxima semana, após visita do ministro da Fazenda à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para detalhar o plano de ajuste fiscal elaborado pela equipe econômica.

O presidente do Senado também voltou a cobrar que outras medidas sejam tomadas para melhorar a situação financeira da União, como a redução do número de ministérios. "O ajuste do governo não pode se encerrar em si mesmo. Como fazer ajuste sem tocar no setor público? Como fazer ajuste sem diminuir o número de ministérios e de cargos de comissão? Por que, nessa onda de denúncias, não fazer uma revisão de todos os contratos públicos?", questionou.

O Senado aprovou no início da noite desta quarta-feira requerimento de urgência para dar celeridade à votação do projeto que obriga a presidente Dilma Rousseff a regulamentar em 30 dias a troca do indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. Após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pedir ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o adiamento da discussão da matéria, a votação do projeto ficou para a próxima semana. "Nós vamos votar a matéria na terça-feira. Se até lá o governo construir uma solução dentro do que o governo quer com o ajuste, melhor", disse Renan antes da votação do requerimento de urgência no plenário.

Segundo o presidente do Senado, cabe a Levy apresentar uma alternativa de como recuperar os R$ 3 bilhões que a União vai perder com a regulamentação da lei que permite a Estados e municípios renegociarem as suas dívidas. A norma foi aprovada em novembro do ano passado, mas ainda não passou a valer porque o governo teme que isso prejudique o ajuste fiscal em curso. "Qualquer solução que implemente a decisão do Congresso que já aprovou a troca do indexador será bem recebida pela Casa. O que não pode é os Estados continuarem pagando 18% de juros ao mês", afirmou Calheiros.

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Na noite de ontem, a Câmara aprovou o projeto que estabelece prazo de 30 dias para a regulamentação da lei, iniciando dessa forma a etapa de discussões entre senadores. Embora o Congresso tenha aprovado no final do passado a lei que estabelece novos parâmetros para o indexador das dívidas dos municípios e Estados, ainda falta o governo regulamentá-la. Em razão disso, as unidades da federação estão sendo impedidas de se beneficiar dos fatores de correção mais vantajosos, o que desencadeou um batalha judicial com a cidade do Rio de Janeiro. "Nada ocorreu, porque quando um projeto não é regulamentado, ele não existe e isso fez com que Estados e municípios estejam estrangulados há anos", ressaltou a senadora Marta Suplicy (PT-SP).

Após apelo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu adiar para a semana que vem a votação do projeto que dá um prazo de 30 dias para que o governo regulamente a lei que altera os indexadores das dívidas de Estados e municípios com a União. Aprovado na Câmara nesta terça-feira, 24, o projeto estava na pauta do dia do Senado e seria votado nesta quarta-feira, 25.

O peemedebista resolveu ceder após um grupo de parlamentares, que se reuniu com Levy pela manhã, levar o pedido do ministro a ele. Segundo o senador Walter Pinheiro (PT-BA), Renan aceitou votar nesta quarta somente o requerimento de urgência para o projeto e esperar para aprová-lo na próxima semana, após a vinda de Levy à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para detalhar o plano de ajuste fiscal elaborado pela equipe econômica.

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Na conversa com senadores, Levy afirmou que o governo está disposto a fazer uma negociação mais ampla para a regulamentação do indexador da dívida, incluindo também os projetos de reforma do ICMS e de convalidação dos incentivos fiscais concedidos pelos governadores no passado.

A estratégia é acenar com a disposição de discutir efetivamente mudanças no chamado "pacto federativo", que trata do equilíbrio da distribuição de receitas entre a União e os governos regionais, para ganhar tempo e não colocar em risco o ajuste fiscal.

Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, a mudança no indexador das dívidas dos Estados e municípios fará com que o governo federal abra mão de R$ 163,1 bilhões até 2040.

Pela manhã, Renan havia dito que iria votar o projeto o "mais rapidamente possível" e sinalizado que o Congresso derrubaria um eventual veto da presidente Dilma Rousseff, caso ela resolvesse barrar o projeto.

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Educação e da Justiça Tarso Genro (PT-RS) criticou a "inércia" de seu partido e do governo Dilma Rousseff na questão das dívidas dos Estados e municípios. No Twitter, Genro afirmou que o PMDB, que controla o Congresso Nacional, tem projeto próprio e "esnucou" o governo federal. O PT, por outro lado, "emudeceu", disse Genro.

"Reestruturação da dívida dos Estados é a determinação de lei duramente conquistada. Não fazê-la é obrigar os Estados a uma austeridade inviável", escreveu. "O PT ficou inerte total e o PMDB, 'aliado' já com projeto próprio e claro, 'esnucou' o governo, na questão da dívida dos Estados", acrescentou Genro, que foi ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governador do Rio Grande do Sul de 2011 a 2014.

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Genro concluiu: "Resultado: em face desta inércia, aliado 'mui amigo' desgasta governo que não reestrutura dívida e partido da presidenta que emudeceu". Segundo ele, o desgaste do governo Dilma e do PT poderia ser resolvido com uma "concertação" com forças sociais e políticas que "não querem o quanto pior melhor".

Mesmo após aceitar nomear, nos próximos dias, o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para o comando do Ministério do Turismo, a presidente Dilma Rousseff sofreu nesta terça-feira, 24, uma derrota no Congresso, com a ajuda do PMDB. Na contramão dos interesses do governo, a Câmara aprovou um projeto que obriga Dilma a regulamentar, em até 30 dias, o projeto de lei que trocou os indexadores das dívidas dos Estados e municípios com a União, pondo em risco o ajuste fiscal.

A votação da proposta foi definida à tarde pelos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Dilma aceitou fazer um acerto "pontual" para agradar à ala do PMDB controlada por Cunha, ao decidir nomear Alves.

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Com a atitude, a presidente conseguiu com que Cunha retirasse da pauta de votações da Câmara um projeto de lei propondo estender até 2019 a fórmula de reajuste do salário mínimo para os aposentados. Se o projeto fosse aprovado com a vinculação do mínimo aos benefícios dos aposentados, o governo sofreria um rombo de R$ 16,4 bilhões nas contas públicas.

Após o sinal verde de Cunha, Dilma assinou uma medida provisória prorrogando até 2019 apenas a atual fórmula de correção do salário mínimo - que leva em conta a inflação somada à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. A MP deixa de fora os aposentados e pensionistas.

Sem essa providência, Dilma fatalmente seria derrotada nessa votação da Câmara e sofreria o desgaste de ser obrigada a vetar a política de valorização do mínimo vinculada aos salários dos aposentados perto do Dia do Trabalho. "Temos no dia 1º de maio, daqui a um mês, o Dia do Trabalhador. Tradicionalmente foi sempre o Executivo que enviou as medidas provisórias de valorização do salário mínimo. Essa não foi a primeira vez que fizemos (isso). Não estamos atropelando nada, nem ninguém. Estamos exercendo uma coisa que é característica do governo: o direito de iniciativa em algo que gera despesas", afirmou Dilma.

Cunha não escondeu a satisfação com a garantia dada a ele pelo vice-presidente, Michel Temer, de que Alves será nomeado para o Turismo. Isso não o impediu, porém, de dar nova estocada em Dilma no fim da tarde, ao se aliar com Renan e manter a pressão sobre o Planalto, ameaçando novamente atrapalhar o ajuste fiscal.

A proposta que prevê a regulamentação do projeto de lei que troca os indexadores das dívidas de Estados e municípios ainda terá de passar pelo crivo do Senado, mas conta com o apoio maciço de parlamentares, mesmo os da base aliada. "O Congresso fez toda a jogada para a presidente Dilma, no momento final do jogo, apenas tocar para dentro do gol", afirmou o líder do Solidariedade, Arthur Maia (BA). "Mas à noite mudou tudo."

Com a notícia de que Alves iria para o Turismo houve especulações de que Renan estivesse contrariado pelo fato de o titular atual da pasta, Vinícius Lages, ser seu aliado. A troca, porém, já estava acertada.

Alves só não havia entrado na equipe porque havia dúvidas se o seu nome estaria ou não na lista de políticos citados no escândalo de corrupção da Petrobras. O governo procura agora um lugar para acomodar Lages e também promete destravar nomeações do segundo e terceiro escalões.

Alves foi deputado federal por 11 mandatos consecutivos. Em 2014, ele foi derrotado por um candidato apoiado pelo PT na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte. O acerto pontual feito entre a presidente e Cunha para o ministério, porém, garantiu apenas uma trégua momentânea na questão do salário mínimo.

Cunha disse que o PMDB não está posição em enfrentamento com Dilma. "Ninguém quer mudar a lei que trocou os indexadores das dívidas de Estados e municípios com a União. A lei já foi sancionada pela presidente da República, então tem de ser executada", insistiu. A equipe econômica, porém, segura a regulamentação da lei, sob o argumento de que pode prejudicar o ajuste fiscal. (Lisandra Paraguassu, Isadora Peron, Erich Decat, Bernardo Caram e Vera Rosa)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou nesta terça-feira, 24, que a presidente Dilma Rousseff regulamente a lei que muda o indexador das dívidas de Estados e municípios. Apesar de ter sido sancionada em novembro, a lei ainda não foi regulamentada, tornando sem efeito, na prática, a mudança aprovada pelos parlamentares.

"É fundamental que o governo mande logo a regulamentação, porque não acontecendo isso, os Estados continuarão pagando juros escorchantes, e o Congresso não vai concordar com isso", disse ao chegar ao Senado.

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Renan afirmou também que tem conversado com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e de São Paulo, Fernando Haddad, e disse concordar com a ideia de ir à Justiça para implementar a mudança. "Tenho conversado com os prefeitos de São Paulo e Rio. Eu os apoio na pretensão da rápida regulamentação da troca do indexador das dívidas", disse o presidente do Senado, que é pai do governador de Alagoas, Renan Filho, um dos Estados mais beneficiados com as novas regras.

A demora para a regulamentação da lei se dá por conta do ajuste fiscal que o governo está tentando implementar, já que a mudança prejudica os cofres da União.

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