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Os juros elevados, que encarecem o crédito e desmotivam investimentos, derrubaram o desempenho dos setores industriais mais tecnológicos no segundo trimestre deste ano. Apenas a indústria de média-baixa tecnologia, que inclui ramos da extrativa, registrou aumento de produção no País no período, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

"Aqueles setores que dependem muito de financiamento continuam muito restringidos, e eles estão super-representados na indústria de alta e média-alta tecnologia", explicou Rafael Cagnin, economista responsável pelo estudo do Iedi.

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O levantamento do Iedi separa os ramos industriais em quatro faixas de intensidade tecnológica, seguindo uma metodologia difundida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): alta, média-alta, média e média-baixa.

A produção da indústria de alta tecnologia recuou 1,7% no segundo trimestre de 2023, ante o segundo trimestre de 2022, com destaque para as perdas no complexo eletrônico, especialmente a menor fabricação de equipamentos de rádio, TV e comunicação.

Já a média-alta registrou um tombo de 7,6% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, segunda queda consecutiva, impactada pelos bens de capital mecânicos e elétricos e produtos químicos, apontou o Iedi.

"O quadro de juros é bastante elevado, os juros básicos, mas também os juros finais. Nesse período de relativo endividamento, também as garantias e contrapartidas finais (para concessão de crédito) tendem a ser mais rígidas. Em 2023, ainda teve o problema da crise das Americanas, que aumentou o spread dos mercados de capital e piorou as condições de financiamento das empresas", disse Cagnin.

VALOR

Esses segmentos industriais mais tecnológicos são importantes não apenas pela geração de valor de seus produtos, mas também por replicar seus ganhos na economia, movimentando o restante da cadeia produtiva, e por ofertar empregos de maior qualidade no mercado de trabalho, mais qualificados, e, consequentemente, mais bem remunerados e formais, disse Cagnin.

"Têm efeitos multiplicadores maiores. O exemplo mais indiscutível é a indústria automobilística, de média-alta tecnologia, que esparrama muito o crescimento, porque congrega uma diversidade muito grande de serviços e de componentes e insumos industriais, que vai da siderurgia, borracha, plástico, tecido, eventualmente couro, cada vez mais eletrônicos embarcados."

A produção dos setores de média intensidade tecnológica caiu 1,8% no segundo trimestre de 2023, completando sete trimestres seguidos de perdas. A última vez que houve expansão foi há dois anos, no terceiro trimestre de 2021, quando subiu 6,6%.

O que salvou a indústria de um desempenho ainda pior no segundo trimestre foram os avanços de produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,9%) e derivados de petróleo (4,9%), na faixa de média-baixa tecnologia, que cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2023, ante o segundo trimestre de 2022.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com quase 15 mil empresas e cerca de 200 mil trabalhadores, o setor industrial é uma das peças fundamentais da engrenagem econômica de Pernambuco. No cenário de pós-pandemia da Covid-19, o segmento precisa vencer uma série de desafios em um processo árduo de retomada da economia.

Sob esse contexto, o LeiaJá publica, nesta quarta-feira (27), o podcast jornalístico "Indústria da Resistência". Conduzido pelo jornalista Nathan Santos e com edição técnica de Caio Lima, o trabalho mostra como empresas e trabalhadores do setor resistiram aos efeitos pandêmicos e quais são as estratégias adotadas, atualmente, para resgatar números positivos para Pernambuco.

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Economistas, empresários e trabalhadores da indústria são alguns dos personagens ouvidos no podcast. Entre as abordagens, estão os planos estratégicos que poderão recolocar o Estado em uma posição de destaque. Ouça agora:

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) recebeu, nesta sexta-feira (11), o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), para se reunir com empresários do setor da indústria. Na ocasião foram discutidas a conjuntura econômica nacional e as sugestões do setor produtivo para definição de medidas prioritárias em prol da retomada da industrialização no país.

Estiveram presentes no evento o prefeito do Recife, João Campos (PSB), a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), o ministro Márcio França, de Portos e Aeroportos, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, entre outros.  

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O evento foi encabeçado pelo presidente da Fiepe, Ricardo Essinger. Em sua fala inicial, Essinger entregou ao ministro um documento contendo as demandas do setor para aprimorar o cenário industrial no Brasil e no estado, e afirmou que “a base industrial de Pernambuco é de média e pequena empresa”, devendo ser estudada com maior prioridade e urgência para o crescimento.  

Propostas nacionais e estaduais 

O documento entregue ao ministro é dividido em duas linhas de propostas, nacionais e estaduais. As propostas nacionais abrangem a implementação do Programa Nacional de Modernização da Indústria, acesso a uma linha de crédito mais ágio e específica para o setor industrial, estabelecimento de um programa de Recuperação Fiscal (Refis) com foco nas empresas de médio e pequeno porte, e a aceleração de comércio e integração internacional, com estratégias de desburocratização e eliminação de barreiras às exportações. 

As propostas para o estado de Pernambuco, por sua vez, foram registradas em seis demandas: ferrovia Transnordestina; refinaria de Abreu e Lima; Arco metropolitano; duplicação da BR-104; adutora do Agreste; e Metrorec, com a implementação de melhorias no sistema de transporte ferroviário. 

A presença de Alckmin no evento marcou algumas certezas para o setor, além de promessas antigas que foram retomadas, como a da continuidade da Transnordestina, projeto secular que, em Pernambuco, vai ligar o município de Salgueiro, no Sertão, até o Porto de Suape, no litoral Sul do estado. Parafraseando o presidente Lula, Alckmin foi enfático: “vai sair, mesmo que saia do tesouro nacional”. 

Além da Transnordestina, outros investimentos já serão enviados para Pernambuco por meio da terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro. O estado receberá cerca de R$ 92 bilhões nos próximos anos, e atenderá algumas das demandas apresentadas por Ricardo Essinger a Geraldo Alckmin na Fiepe. 

“O câmbio está bem, competitivo, o juro é alto, mas está em queda. Nós deveremos ter uma redução gradual da taxa SELIC. A reforma tributária vai ajudar a indústria, ela simplifica, desonera investimento, desonera exportação, a logística tem tudo a melhorar”, afirmou Alckmin ao final do evento. 

Na manhã desta quarta-feira (12), um incêndio atingiu a fábrica da WEG, em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. A empresa foi evacuada, mas ainda não há informações sobre feridos.

O Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade foi chamado para a ocorrência na Avenida Prefeito Waldemar Grubba, no bairro Vila Lalau, por volta das 8h50.

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Uma explosão na área metalúrgica, aparentemente na usinagem, pode ter resultado no incêndio. A indústria do setor de distribuição de energia ainda vai se pronunciar oficialmente sobre os danos nas estruturas e as possíveis causas do incidente.

 

O governo federal deve lançar no dia 25 de maio, Dia da Indústria, um plano de incentivo com foco no setor automotivo. Em discurso no 5º Fórum Paulista de Desenvolvimento ontem o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que o Executivo prepara "boas notícias para a indústria", sem detalhar as medidas. Em conversa reservada com autoridades que participavam do evento, porém, ele disse que o programa vai incluir, por exemplo, a redução da carga tributária para incentivar a venda de carros populares.

Como mostrou o Estadão, o retorno ao mercado brasileiro do chamado carro popular entrou na agenda do governo e, nas últimas semanas, tem sido citado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para algumas montadoras e para os concessionários, o tema é visto com certa urgência em um momento de queda de vendas, fábricas suspendendo a produção e sindicatos de trabalhadores temendo demissões.

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Segundo o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, anfitrião do Fórum de Desenvolvimento, o vice-presidente indicou que a desoneração da carga tributária deve valer para veículos abaixo de R$ 100 mil.

"Nós esperamos medidas efetivas para aquecer a indústria. Ele deu pontos que possam estar envolvidos, não há nada conclusivo, mas existe uma expectativa muito grande para veículos abaixo de R$ 100 mil terem redução na carga tributária como um todo", disse. Empresários do setor também cobraram Alckmin pela volta de mecanismos de financiamento.

"O grande instrumento para aquecer a volta da venda de veículos, além da redução da carga, é dar uma garantia que o dr. Geraldo deixou claro, que é usar o FGTS como fundo garantidor. Nós precisamos oferecer ao órgão financiador uma facilidade de retomar o bem caso o credor se torne insolvente", disse. O prefeito também apresentou demandas para que o pacote inclua benefícios tributários para pessoas jurídicas, como as montadoras.

A volta do tema ganhou corpo no início de abril, quando a Fenabrave, a associação de concessionários de veículos, e algumas montadoras passaram a defender a necessidade de oferta de carros mais baratos para tentar recuperar o mercado.

PPPs

Durante o discurso, Alckmin ainda enumerou pontos para melhorar a competitividade do País. Segundo ele, o governo prepara um programa de Parcerias Público-Privadas e concessões para reduzir o custo de logística despendido pela indústria. Ele também voltou a argumentar a favor de dois projetos estruturantes encampados pelo governo federal: a reforma tributária e a nova âncora fiscal.

Outro ponto destacado por Alckmin foi a estabilidade do preço do dólar. "Hoje, o câmbio de R$ 5 o dólar, é o câmbio competitivo, câmbio bom, não pode ter grandes oscilações", disse.

Sobre a disputa com o Banco Central pela redução da taxa de juros, Alckmin afirmou estar "otimista" de que "os juros vão cair". "Você não tem uma inflação de demanda. Não está tendo fila para comprar carro, caminhão. O juro futuro, do mercado, já aponta abaixo de 6%, indica queda. Com câmbio bom, melhorando o sistema tributário e juros para baixo, economia cresce e com uma agenda de competitividade", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A governadora Raquel Lyra participou, nesta quarta-feira (26), da inauguração da nova fábrica e Centro de Distribuição da Ypê, localizada em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Com investimentos de R$ 420 milhões, o empreendimento gerou 250 empregos diretos e deve chegar a 350 até o final do ano.

A chefe do Executivo também compareceu ao início da entrada em operação da linha de cerveja sem álcool da Ambev, que contou com o valor de R$ 10 milhões. O empreendimento recebeu incentivo do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe). A vice-governadora Priscila Krause também acompanhou a agenda.

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"Estamos fortalecendo a indústria pernambucana para que o nosso Estado se torne um polo de desenvolvimento no Nordeste brasileiro. Temos vocação logística, gente trabalhadora, capacidade empreendedora e, além disso, um grande mercado consumidor, onde as indústrias querem se instalar. São investimentos como esses que nos ajudam a impulsionar a geração de empregos, superando o desafio da pobreza”, destacou Raquel Lyra. 

A unidade produzirá diversos itens que compõem o portfólio de produtos da marca, como lava-louças, amaciantes, lava-roupas, água sanitária e a esponja de aço Assolan, atendendo os mercados de Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.

De acordo com o presidente executivo da Ypê, Waldir Beira Junior, a inauguração da unidade reflete o plano de aproximação da empresa com o consumidor nordestino. “No nosso plano estratégico percebemos que o Nordeste é a região de maior desenvolvimento do Brasil. Já temos uma fábrica na Bahia e identificamos um potencial em Pernambuco para construção de um novo empreendimento, seja pela infraestrutura, a qualificação da mão de obra pela disponibilidade de água e uma série de condições que nos levaram a escolher o Estado”, enfatizou.

Seguindo com os compromissos do dia, ainda no município de Itapissuma, a governadora visitou a fábrica da Ambev e participou da inauguração da nova linha de fabricação da Budweiser Zero, ampliação que fortalece o polo de bebidas de Pernambuco. O Estado é o maior produtor de cervejas puro malte no Norte e Nordeste e, agora, passa a ser também líder na produção de cervejas zero nessas regiões. 

“Vemos uma retomada da confiança dos empresários em Pernambuco. A atração de empreendimentos como a planta da Ypê e a ativação de uma nova linha de produção da Ambev mostram que esse movimento avança”, enfatizou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Guilherme Cavalcanti.

STELLANTIS — Encerrando a agenda, a chefe do Executivo visitou o Polo Automotivo Stellantis de Goiana, na Zona da Mata Norte, responsável por desenvolver, na região, um novo polo industrial, com uso intensivo de tecnologia e participação importante nas exportações do Estado e do país.

A Stellantis encontra-se em um ciclo de investimentos de R$ 7,5 bilhões na planta pernambucana até 2025, focados principalmente no desenvolvimento de novos produtos, na atração de fornecedores e desenvolvimento de sistemas de produção. Com o ciclo atual, já foram investidos 18,5 bilhões desde a implantação.

Estiveram presentes nas agendas os secretários estaduais coronel Mamede (Casa Militar), Guilherme Cavalcanti (Desenvolvimento Econômico) e Fabrício Marques (Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional), o diretor-presidente da Adepe, André Teixeira; o vice-presidente de Operações da Ypê, Jorge Eduardo Beira; a sócia conselheira da Ypê, Ana Maria Veroneze Beira; o diretor Nacional de Supply da Ambev, Flávio Donato; o diretor Nacional de Relações Institucionais da Ambev, Rodrigo Moccia; o gerente-executivo de Relações Institucionais da Ambev, Lucas Baggi; os deputados estaduais, Mário Ricardo e Antônio Moraes; e os prefeitos Zé de Irmã Teca (Itapissuma) e Eduardo Honório (Goiana).

*Da assesssoria 

Nesta terça-feira (28), o secretário de Desenvolvimento de Pernambuco Guilherme Cavalcanti apresentou os projetos do setor produtivo que foram atraídos ao estado através do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe). A previsão é que sejam investidos R$ 54,6 milhões e gerados 242 empregos diretos. 

O resultado da votação do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) foi divulgado nesta manhã, no auditório da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife. 

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Com o incentivo a 16 projetos de ampliação e implantação de atividades industriais, 14 municípios serão beneficiados com estímulo no setor, sendo cinco na Região Metropolitana do Recife (RMR) - com a possibilidade de abertura de 78 vagas de emprego - e nove no interior - com 164 vagas projetadas. 

Os maiores incentivos do governo atenderão à Ambev, em Itapissuma, no valor de R$ 10 milhões; à Indústria Brasileira de Farmoquímicos (IBF), com o aporte de R$ 19,8 milhões, em Vitória de Santo Antão; e à Maxlim Indústria em Lajedo, com o investimento de R$ 4,3 milhões. 

O anúncio também contou com a aprovação de seis projetos de Importação, com a previsão anual de R$ 161,2 milhões, sendo cinco na RMR e uma no Agreste Setentrional. Além de 14 Centrais de Distribuição com a projeção de R$ 301,3 milhões entre compras e transferências anuais previstas. Dessas, 11 serão espalhadas na RMR, duas no Pajeú e uma no Agreste Meridional. 

Com a próxima reunião do Condic marcada para abril, Guilherme Cavalcanti pregou cautela sobre a expectativa pela vinda de novas empresas até o fim do semestre e apontou que a retomada da competitividade da Indústria de Pernambuco passa por mudanças na Legislação. 

"A partir da próxima reunião, a gente deve perceber uma mudança de perfil no tipo de aprovação e no tipo de empresa. À medida que for implementando as mudanças legislativas para melhorar e simplificar o campo tributário, à medida que o mercado retome confiança no programa de investimentos em infraestrutura que estamos fazendo no estado e à medida que a econômica como um todo vá retomando a sua capacidade, a gente vai ver um avanço significativo", afirmou o secretário de Desenvolvimento. 

O gestor sinalizou que "o mar tá alto", mas pontuou que Pernambuco, além de sofrer os reflexos da macroeconomia, ainda tenta contornar os impactos deixados por gestões passadas.  

"Aqui a gente tem um agravante, a gente tem um lapso investimento em infraestrutura, a gente tem um lapso de investimento em uniformização de práticas na atração de investimento, então a gente tem um conjunto de problemas que resultam do natural acúmulo e não alternância de gestões. São fatores que estão efetivamente contribuindo para os altos índices de desemprego e o baixo desempenho da nossa economia", analisou Cavalcanti. 

LeiaJá também: PE: secretário de Desenvolvimento apoia Reforma Tributária

Três projetos de indústria e um de Importação foram rejeitados pelo Conselho. Segundo o secretário, a avaliação das propostas precisa estar alinhada aos critérios de isonomia para garantir igualdade de condições de competição entre o setor privado. Entretanto, é preciso "forçar a barra" em determinados casos para manter essa competitividade em relação a outros estados.  

"Não é papel do Governo criar situações de excepcionalidade, a gente pode eventualmente tratar setores com abordagem específica, que alguns setores têm complexidade própria, mas não é papel do Governo dar diferenciais competitivos", complementou.    

Almejada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda em 2023, a Reforma Tributária é a prioridade do setor junto ao Governo Federal. Nessa terça-feira (28), o secretário de Desenvolvimento de Pernambuco Guilherme Cavalcanti apoiou um novo entendimento legislativo para que o mercado aqueça através de um modelo de cobrança de impostos mais simplificado. 

A atual forma de taxação é reconhecida pela Indústria como um peso que retrai as expectativas de crescimento da economia brasileira e trava a possibilidade de investimentos no setor produtivo.  

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Para o secretário, as discussões sobre a reforma apontaram que partes do sistema tributário nacional ficaram inaceitáveis. Como sugestão para agilizar a aprovação no Congresso, a sugestão seria fatiar a reforma. "Talvez a gente consiga evoluir à medida em que a gente fatie esses avanços, que é como as reformas no Brasil têm sido feitas", comentou. 

Cavalcanti explicou que falta o mínimo de coesão social em torno do tema. Essa condição deixa o debate restrito a atores com interesses pessoais ou setoriais. “Sobre reformas em geral, no Brasil existe um grau de complexidade muito grande. algumas dessas reformas nós estamos discutindo há 30 anos e é necessário um conjunto de fatores que convirjam para esses avanços. Parte desses fatores envolvem coesão social em torno desses temas, e essa coesão ainda não está construída, principalmente no tema da reforma tributária', lamentou. 

Ele disse que o posicionamento do Governo do Estado sobre as mudanças tributárias ainda não foi definido e que prefere aguardar o entendimento da governadora Raquel Lyra (PSDB), mas frisou que “Pernambuco vai tá de forma austera, debatendo nacionalmente, exercendo seu papel de liderança e fazendo aquilo que é melhor para o país”.

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O Encontro de Design Gráfico da UNAMA - Universidade da Amazônia chega à segunda edição nos dias 23 e 24 de março com discussões sobre as várias possibilidades de campos profissionais do design. O evento, que será realizado no auditório David Mufarrej, na UNAMA Alcindo Cacela, em Belém, reservará aos participantes momentos de palestras, bate-papos e oficinas.

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De acordo com o professor Robson Macedo, organizador do encontro, a segunda edição seguirá o mesmo formato da primeira. A principal diferença será o tema, que dessa vez é "A Indústria e o Design Gráfico", focando sempre em questões amazônidas. “A Indústria é um dos maiores campos profissionais que absorvem os designers. Mesmo assim percebemos uma distância muito grande entre nossos estudantes e essa área. Precisamos criar interfaces entre a indústria e nossos alunos”, disse o professor sobre a importância da temática escolhida.

A programação terá início às 9 horas do dia 23 de março, com palestras e bate-papos. Os horários da tarde serão reservados às oficinas, que irão de impressão 3D, ministrada pelo designer Flávio Andrade, a animação digital, ministrada pelo professor Robson Macedo.

Thyago Rego, designer e diretor da Talento Design & Marketing, e Elen Néris, jornalista e gerente de comunicação da Federação das Indústrias do Estado do Pará(Fiepa), são os profissionais convidados do encontro, que discutirão o tema central com os participantes.

O encontro foi realizado pela primeira vez em setembro de 2022 e trouxe para o foco das conversas os caminhos do design na Amazônia. De acordo com Robson Macedo, a ideia do evento passa por aproximar os diversos campos profissionais do design dos alunos. “A nossa região sempre foi referência para o campo do design. Sempre tivemos excelentes profissionais, além de uma rica cultura que fomenta ótimos trabalhos na área. Mas nos últimos tempos temos visto a questão do design sumir das discussões. A proposta do encontro é estimular essa discussão e fazer o design amazônida ser protagonista novamente”, disse o docente.

Apesar da participação no evento ser aberta ao público, será necessário inscrição para garantir espaço nas oficinas, pois as vagas são limitadas. Além disso, as oficinas geram certificados de horas complementares para os participantes. As inscrições deverão ser feitas por meio de link que será divulgado nas redes sociais do curso de comunicação social da UNAMA.

A graduação em Design Gráfico da UNAMA dura dois anos e reúne no corpo docente mestres e doutores atuantes na área. “O objetivo principal da nossa grade curricular é cercar as áreas possíveis para a atuação dos designers. Temos um perfil que passeia tranquilamente pelo design de animação, design de interfaces, motion design, design de serviços, design de ilustração, branding design”, explicou o professor Robson Macedo, que dá aulas no curso.

O Encontro chama a atenção para a importância do profissional do design gráfico na atualidade e para as várias oportunidades que o mercado de trabalho tem ofertado nessa área. “O profissional do design gráfico é múltiplo. A necessidade por esse tipo de profissional está em todas as áreas da sociedade. Desde uma ilustração até a criação de projetos de novos produtos, passando pelos produtos digitais como os APPs”, disse Robson Macedo.

Por Maria Clara Passos (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

 

 

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,1 ponto em fevereiro, após queda de 0,2 ponto em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atingiu 92,0 pontos, o menor nível desde julho de 2020, quando havia atingido 89,8 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) cedeu 0,1 ponto porcentual, a 78,7%, o pior resultado desde maio de 2021 (77,8%).

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O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 0,3 ponto, para 92,8 pontos. Dentro dos quesitos do ISA, o resultado foi puxado pelo indicador que mede o nível de estoques, que recuou 3,6 pontos, para 106,6 pontos. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Em contrapartida, ainda dentro do ISA, a percepção dos empresários em relação à situação atual subiu 2,0 pontos para 92,9 pontos, o que, segundo a FGV, parece estar relacionado a uma ligeira melhora da demanda, que avançou 0,9 ponto, para 92,8 pontos.

Houve queda da confiança em 8 dos 19 segmentos industriais monitorados em fevereiro, de acordo com a FGV. O Índice de Expectativas (IE) caiu 1,8 ponto para 91,4 pontos. A tendência dos negócios para os próximos seis meses também apresentou queda, de 2,5 pontos, para 89,4 pontos, ainda abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).

No horizonte mais curto, de três meses, as perspectivas sobre emprego caíram 0,8 ponto, para 94,8 pontos, pior patamar desde julho de 2020 (93 pontos). Apesar disso, o indicador se mantém abaixo dos 100 pontos, ainda sinalizando uma desaceleração das contratações à frente. O indicador que mede as perspectivas sobre a produção para os próximos três meses também apresentou retração, recuando 2,0 pontos para 90,5 pontos.

"Em fevereiro, a confiança da indústria apresentou nova queda refletindo maior cautela dos empresários quanto ao futuro dos negócios. O resultado, contudo, é bem heterogêneo com perspectivas mais favoráveis para a categoria de bens não duráveis. Apesar de ligeira melhora da demanda interna, os resultados mostram aumento do nível dos estoques" afirma o economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini, em nota.

"As perspectivas futuras voltam a ficar mais pessimistas com empresários projetando queda na produção e nas contratações para o primeiro semestre. O cenário ainda parece indefinido para a indústria, com sinais diversos entre os diversos segmentos", acrescenta o economista.

Os preços do setor industrial caíram 1,29% em dezembro de 2022 frente a novembro, o quinto resultado negativo em sequência. Com o resultado, a inflação da indústria fechou o ano de 2022 com alta de 3,13%, terceiro menor valor acumulado no ano desde o início da série histórica, em 2014.

Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta quarta-feira (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A alta de 2022 foi aproximadamente 25 pontos percentuais menor que a de 2021. Segundo o gerente do IPP, Felipe Câmara, esse resultado consolida a trajetória deflacionária da indústria iniciada no segundo semestre, que pode ser associada, em grande medida, aos preços em baixa das commodities no mercado internacional.

“Barril de petróleo, minério de ferro e insumos fertilizantes são alguns dos produtos de destaque nesse sentido. A redução do preço do óleo bruto, acompanhando os preços internacionais, além de exercer impacto direto sobre o resultado das indústrias extrativas, naturalmente provoca uma queda de custos ao longo da sua cadeia derivada, como o refino e os outros produtos químicos com reflexo no preço final praticado nesses setores”, explicou Câmara.

Aumentos pontuais

No caso dos alimentos, a ligeira alta observada em dezembro está associada a aumentos de preço pontuais. “Produtos com influência grande no resultado do setor, como carne bovina e leite, mantiveram a dinâmica de meses anteriores, com os preços em viés de baixa em face da maior oferta nesta época do ano. Influência superada por aumentos como o do açúcar cristal, provocado por uma expansão lenta da oferta nacional, ou do farelo de soja, que acompanhou a alta corrente do mercado internacional”, acrescentou o pesquisador.

Segundo o IBGE, o IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, ou seja, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.

As atividades que, em dezembro de 2022, tiveram as maiores variações no acumulado no ano foram papel e celulose (19,45%), impressão (19,17%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (16,99%) e fabricação de máquinas e equipamentos (15,71%).

Já as principais influências no acumulado da indústria geral vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (1,23 ponto percentual -pp), outros produtos químicos (-1,21 pp), alimentos (1,20 pp) e metalurgia (-0,87 pp).

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, recusou o convite para ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chamou Josué na quarta-feira, 14, durante encontro em Brasília. Nesta sexta-feira, 16, porém, ele disse não ter condições de aceitar, sob o argumento de que não poderia assumir o cargo como um "derrotado" na Fiesp. O empresário alegou que, se fizesse isso, pareceria um "refugiado" dentro do governo.

Josué viajou com a família para os Estados Unidos nesta sexta e conversou com Lula, por telefone, antes de embarcar. O presidente da Fiesp tem enfrentado uma crise na entidade porque parte da diretoria quer destituí-lo. Ele, porém, reagiu ao edital assinado por sindicatos patronais, que convocavam uma assembleia para o próximo dia 21, com o objetivo de tirá-lo do posto. Na tentativa de ganhar tempo, o herdeiro da Coteminas conseguiu marcar uma assembleia da Fiesp para 16 de janeiro de 2023.

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A insatisfação com Josué aumentou quando a Fiesp divulgou uma carta em defesa da democracia, há quatro meses. O texto foi lido pelo ex-ministro da Justiça José Carlos Dias na manifestação em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 11 de agosto, e provocou protestos de representantes da indústria por ser interpretado como um aceno a Lula.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, é um dos principais críticos de Josué e critica sua administração. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em 2011, Josué tem trânsito nos três Poderes e é muito próximo de Lula. A amizade aumentou durante os dois mandatos do petista. No ano passado, Lula chegou a sondar o dono da Coteminas para ser vice em sua chapa, mas ele recusou.

A volta do MDIC

A pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que será recriada como fruto da divisão do "superministério" da Economia, de Paulo Guedes, nascerá fortalecida no governo Lula 3. Na semana passada, o gabinete de transição confirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - a ser comandado por Aloizio Mercadante - e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) terão suas estruturas subordinadas ao MDIC.

Hoje, a estrutura do BNDES, que é o principal instrumento de fomento do governo federal, está sob o guarda-chuva do Ministério da Economia. Já a Apex Brasil, um serviço social autônomo, é vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Como mostrou o Estadão, o futuro ministério deve assumir a elaboração de metas de médio e longo prazos, atribuição que, segundo a equipe de Lula, deixou de ser desempenhada por governos anteriores. Os acordos internacionais, área que o presidente eleito quer priorizar, também serão abarcados pelo novo ministério.

Nessa nova configuração, a pasta do Planejamento poderá ter a função esvaziada para a área de gestão de recursos humanos, inclusive de negociações salariais, além de demandas orçamentárias mais imediatas.

No novo mandato de Lula, o atual "superministério" da Economia deve ser dividido em quatro pastas, que ainda podem mudar de nome: Fazenda; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Planejamento e Orçamento e, ainda, Gestão. O Estadão apurou que este último formato, separando Planejamento e Orçamento de Gestão, foi um pedido feito a Lula pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo pesquisa feita em outubro pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o setor de serviços está muito otimista quanto à geração de empregos durante o período de fim de ano.

Os dados apontam que 19,8% dos micro e pequenos empreendimentos de serviços apostam em novas contratações para estes últimos meses. A diferença é de 2,2 pontos percentuais a mais que o registrado no levantamento anterior, feito em setembro. Nessa procura, 74,8% devem manter o tamanho das equipes e 5,4% prevê uma redução de funcionários.

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Além do setor de serviços, a Indústria também apresenta perspectivas positivas quanto à geração de novas vagas. São 18,3% os empreendedores que apostam em novas contratações, um percentual 1,7 maior do que o registrado em setembro. Nesse setor, a taxa de empresários que pensam em manter a equipe é de 69,3%, enquanto 12,4% deles acreditam que pode haver demissão entre esses três meses.

Já no comércio, 79,9% pensam em manter o número de funcionários, enquanto 15,3% planejam criar novas vagas de trabalho. Apenas 4,8% afirma que é possível haver redução no quadro de funcionários.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,8 ponto em setembro, após alta de 0,8 ponto em agosto, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atingiu 99,5 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), por sua vez, recuou 1,4 ponto porcentual, a 80,8%.

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A queda do ICI em setembro foi puxada pela avaliação da conjuntura atual, enquanto as perspectivas para o setor se mantiveram estáveis. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 1,9 ponto, para 100,9 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) cresceu 0,1 ponto, para 98,0 pontos. No mês, houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais monitorados pelo levantamento.

Nas aberturas do ISA, o indicador que mede o nível dos estoques variou 0,3 ponto em setembro, mantendo resultado favorável abaixo de 100 pontos. Os indicadores que medem a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios e o grau de satisfação das empresas com o nível de demanda caíram, respectivamente, 4,1 pontos e 1,7 ponto, para 97,6 pontos - o menor nível desde março de 2022 (91,9 pontos) - e 101,5 pontos.

Entre os componentes do IE, a tendência dos negócios para os seis meses seguintes subiu 1,7 ponto em setembro, para 98,5 pontos - próximo dos patamares observados no último trimestre de 2021. O otimismo com a evolução da produção física nos três meses seguintes recuou 1,0 ponto, para 91,1 pontos - o pior desempenho desde março de 2022 (90,3 pontos).

"Em setembro, a confiança da indústria recuou influenciada por uma percepção dos empresários de queda na demanda por produtos industriais de todas as categorias de uso, exceto nos produtos de consumo de bens não duráveis. Tal resultado afeta negativamente a avaliação sobre a situação atual dos negócios, apesar de uma descompressão nos custos com a redução dos preços do petróleo e da energia", afirma o economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini, em nota.

O economista do Ibre/FGV pondera que as expectativas melhoram um pouco nos próximos seis meses, mas indica cautela considerando um cenário de contenção de investimentos por uma política monetária mais restritiva.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 26, durante evento da Cotrijal, em Passo Fundo (RS), que não quer a "chinesada" entrando no País para quebrar a indústria nacional. Segundo Guedes, o plano da equipe econômica é acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para tonar o setor mais competitivo.

"Não queremos a chinesada entrando aqui quebrando nossas fábricas. Queremos uma coisa moderada. Baixei o IPI em 35%. Vamos acabar com o IPI. O IPI é um imposto de desindustrialização em massa. Está destruindo o Brasil há 40 anos. É ridículo, é patético, está errado. É um imposto pago antes de ter renda", disse o ministro da Economia.

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Segundo Guedes, o governo está comprometido em reduzir os impostos, abrir a economia e gerar mais empregos. Além disso, o chefe da equipe econômica voltou a se comprometer a manter o Auxílio Brasil em R$ 600. "Vamos manter o Auxílio Brasil em R$ 600 com a aprovação da reforma tributária, tributando dividendos. Se ganharmos a eleição, aprovaremos a tributação de dividendos no dia seguinte no Senado", disse.

Juros

No mesmo evento, o ministro da Economia afirmou que os juros no Brasil estão altos até demais e devem começar a cair no próximo ano. Para combater a inflação, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 13,75% ao ano. "O Brasil já está com tudo no lugar. O Brasil está com o juro até alto demais. O ano que vem vai descer. O fiscal está zerado e já temos um pequeno superávit. Nenhum deles está assim. Um único país do mundo está como a gente, que é Cingapura, uma cidade-Estado. Honramos o compromisso assumido com as gerações futuras", comentou.

Segundo Guedes, o Brasil está crescendo e gerando emprego, mas ainda tem gargalos que afetam a competitividade. O ministro citou como exemplo o minério de ferro, que é produzido no Brasil, exportado para a China e que volta como aço mais barato do que o produzido pelas indústrias brasileiras. "A logística no Brasil é inadequada e fere a competitividade. Além disso, o excesso de impostos faz o aço chinês ser 30% mais barato que o brasileiro", disse.

O chefe da equipe econômica ainda afirmou que não há um armadilha fiscal no Brasil e que a bomba dos precatórios foi desarmada. "A indústria de precatório assaltava a viúva, que é o Tesouro. Resolvemos esse problema", comentou.

A produção industrial caiu 0,4% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio pior que a mediana (-0,3%) das estimativas de analistas captadas pelo Projeções Broadcast, que iam de uma queda de 0,7% a um avanço de 0,7%.

Em relação a junho de 2021, a produção caiu 0,5%. Nessa base de comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 1,0% a um aumento de 3,8%, com mediana de queda de 0,3%.

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No acumulado do ano, a indústria teve queda de 2,2%. No acumulado em 12 meses, houve queda 2,8%. No segundo trimestre, houve alta de 0,9% na comparação com os três primeiros meses do ano, informou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Segundo o pesquisador, foi o terceiro trimestre seguido de alta, na comparação com os períodos imediatamente anteriores. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou variação nula em junho.

A produção da indústria de bens de capital encolheu 1,5% em junho ante maio, informou o IBGE. Na comparação com junho de 2021, o indicador avançou 0,2%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).

Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 0,4% na passagem de maio para junho. Na comparação com junho de 2021, houve aumento de 1,5%. Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção saltou 6,4% em junho ante maio. Em relação a junho de 2021, houve alta de 2,3%. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve queda de 0,7% na produção em junho ante maio. Na comparação com junho de 2021, a produção subiu 1,3%.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção caiu 0,8% em junho ante maio. Em relação a junho de 2021, houve uma queda de 1,8%.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação de preços na saída das fábricas, registrou inflação de 1% em junho. O percentual é menor que os observados em maio deste ano (1,81%) e em junho de 2021 (1,29%).

Segundo dados divulgados hoje (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPP acumula inflação de 18,78% em 12 meses. No primeiro semestre, o acumulado é de 10,12%.

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Quinze das 16 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE tiveram alta de preços em junho, com destaque para refino de petróleo e biocombustíveis (4,05%).

“O setor de refino foi impactado principalmente pelas variações observadas em produtos derivados do petróleo, em especial pelas altas do óleo diesel e da gasolina”, disse Murilo Alvim, analista do IBGE.

Preços de alimentos

Outra atividade com alta importante de preços foi a indústria de alimentos (1,99%). “O setor de alimentos teve seu resultado influenciado, em grande parte, pelos maiores preços do leite e dos seus derivados. O grupo de laticínios apresentou aumento de 14,91% no mês. Essa variação é justificada pelo período de entressafra do leite, junto a uma oferta já escassa por conta de questões climáticas e dos maiores custos de produção”, explicou.

Paralelamente, entre as nove atividades com deflação (queda de preços), destacam-se indústrias extrativas (-2,89%) e metalurgia (-1,50%).

Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, as maiores altas de preços em junho foram observadas nos bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (1,04%), e nos bens de consumo semi e não duráveis (1,01%).

Os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos utilizados no setor produtivo, tiveram inflação de 0,98%, enquanto os bens de consumo duráveis apresentaram a menor alta de preços: 0,48%.

A guerra na Ucrânia e os lockdowns em regiões industriais da China estão prolongando um problema que começou com a pandemia de Covid-19, em 2020. A escassez ou o encarecimento de insumos afeta 22 de 25 setores da indústria, revela levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo a CNI, há oito trimestres seguidos as indústrias citam a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema. No segundo trimestre deste ano, o setor mais afetado foi o das indústrias de impressão e reprodução, com 71,7% das empresas citando o problema. Em seguida, vêm os setores de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (70%) e indústrias de veículos automotores (69,8%).

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Apenas três segmentos da indústria não mencionaram a falta ou os preços altos das matérias-primas como o principal problema. Entre as indústrias de couros e artefatos de couro o problema apareceu em terceiro lugar, citado por 37,2% das empresas entrevistadas. Nos segmentos de móveis (38,7%) e de manutenção e reparação (45,5%), o problema ficou em segundo lugar na lista.

Para a economista da CNI, Paula Verlangeiro, cerca de metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria. Dessa forma, a escassez ou os preços altos dos insumos não atingem apenas os fabricantes e se disseminam pela cadeia produtiva, atingindo o consumidor por meio de aumento de preços ou de queda na produção.

De acordo com a economista, os gargalos na cadeia logística e produtiva provocados pela pandemia de Covid-19, que persistiam desde o fim de 2020, foram agravados neste ano com a guerra entre Rússia e Ucrânia e os severos lockdowns na China. Esses dois últimos fatores atrasaram a normalização das cadeias globais de insumos, que ainda não tinham se recuperado da pandemia.

A pesquisa revela, ainda, que os empresários acreditam que a situação se normalizará apenas em 2023. “Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter - a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos reajustes nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica a economista da CNI.

Juros altos

Além dos gargalos no acesso a matérias-primas, a pesquisa da CNI revelou que a alta dos juros preocupa a indústria brasileira. Segundo o levantamento, 16 dos 25 dos setores analisados consideram as recentes elevações da taxa Selic (juros básicos da economia brasileira) como um dos cinco principais problemas econômicos.

Para segurar a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic de 2% ao ano, em agosto de 2020, para 13,25% ao ano atualmente. Na avaliação da CNI, a alta é excessiva e prejudica a produção, o consumo e o emprego, ao encarecer o crédito.

Segundo a CNI, a preocupação com a taxa de juros cresce há cinco semestres seguidos, sendo cada vez mais citada pelos empresários industriais. Na divisão por setores, os segmentos de produtos diversos e de veículos automotores mencionaram a Selic como o segundo maior problema atual. Nos setores de alimentos, madeira, máquinas e equipamentos, materiais elétricos, metalurgia, têxteis e vestuário e acessórios, o item ocupa o terceiro lugar.

Com a demanda em queda livre por conta da inflação, as redes de supermercados têm trabalhado com estoques menores e buscado equilibrar pedidos, ao encomendar apenas a previsão do que o consumidor vai de fato comprar. Com essa maior seletividade, porém, tem aumentado a queda de braço entre lojistas e indústria, que tem sido mais criteriosa nos descontos para grandes encomendas.

Os mercados têm acertado em suas previsões. O índice geral de rupturas (produtos que faltam nas prateleiras) calculado pela Neogrid, empresa especializada em cadeias de suprimentos, teve ligeira queda em junho e ficou em 11%, comparado aos 11,5% de maio. Esse não é um indicador de desabastecimento, mas, sim, de faltas pontuais, que ocorrem em razão de estoques menores e entregas postergadas.

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Segundo Robson Munhoz, diretor da Neogrid, o varejo alimentar vem trabalhando com o menor índice de estoques em dois anos. "As varejistas não estão mais comprando por oportunidade, mas sim por necessidade. Diversas indústrias têm limitado os volumes e, por isso, os descontos concedidos têm sido mais criteriosos", afirma.

Para ele, as varejistas estão aprendendo a calcular a demanda do ponto de vista do consumidor. "É um ensaio mais apurado sobre o que de fato vende", diz. "Estão aprendendo a entender a demanda principalmente pelo uso de tecnologia."

Mais negociações

O vice-presidente institucional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, afirmou na quinta-feira, 14, que a entidade tem estimulado os associados a negociar mais intensamente com a indústria. A lógica é entender os aumentos de preços e identificar determinadas altas injustificáveis. Ele diz que as negociações têm sido mais longas, exigido mais informações e que isso não tem causado desabastecimento nas lojas.

"Não identificamos falta de produtos em razão da maior negociação de supermercados com indústria", afirmou. Ainda assim, eventuais quebras no fornecimento podem acontecer de maneiras pontuais. "Ruptura é algo inerente à operação dos supermercados. Em momentos inflacionários, normalmente há uma tendência disso aumentar", diz.

Isso ocorre porque, na tentativa de melhorar o preço de compra da mercadoria, os estoques diminuem e faltam determinados itens nas gôndolas até que se chegue a um acordo com o fornecedor. Como a demanda está menos aquecida, porém, essas quebras estão menos frequentes. O consumo nos lares brasileiros subiu 0,39% em maio em relação ao mesmo mês de 2021. Na comparação com o mês imediatamente anterior, porém, houve queda de 3,47%, influenciada pela sazonalidade. Os dados são da pesquisa Consumo nos Lares Brasileiros da Abras.

Para Joelson Sampaio, professor de economia da FGV, o cenário de inflação eleva o desafio para indústria e varejo na mesa de negociações. "As varejistas têm de aumentar a pesquisa e comparação de preços e produtos para conseguir melhorar as negociações. O atual momento demanda mais estratégias para se obter um bom planejamento."

Mesmo com a perspectiva de melhora da crise do combustível, por conta da recente medida do governo envolvendo o ICMS, a continuidade da ruptura na cadeia produtiva deve seguir tendo impacto para o varejo e a indústria, afirma. "A falta de insumos e produtos na indústria acaba dificultando as negociações", diz.

O que falta

A indisponibilidade do leite longa vida nas gôndolas dos supermercados em junho atingiu o maior patamar em um ano, e o segundo maior desde janeiro de 2019. De acordo com dados da Neogrid, a falta do item nas prateleiras registrou índice de 19,4% em junho, ante 18,8% no mês anterior. Outro produto que também registrou alta de ruptura em junho, de 19,4% - a segunda maior no ano -, foram os ovos, que acabam substituindo a proteína animal em muitas mesas. Em maio, o índice foi de 17%.

No caso do leite, Munhoz afirma que a ruptura elevada deve se manter até o fim deste trimestre. Entre os motivos, estão estiagem, aumento no custo da ração do gado e do valor do leite no varejo. "Isso afeta também parte dos derivados, como leite condensado, iogurte, queijos, entre outros", afirma.

Já os ovos obedecem a outro fenômeno: "O dólar aumentando, a situação ainda de guerra na Ucrânia, a inflação elevada e o aumento nas tarifas de luz causam efeitos em toda a cadeia de abastecimento. A indústria não consegue sustentar aumentos e precisa repassar parte do custo - com supermercados registrando margens muito apertadas e também não conseguindo segurar o reajuste dos valores. Isso afeta o consumidor final - que passa a buscar mais ofertas, marcas mais baratas, troca proteínas pelas mais em conta", diz Munhoz.

Diferentemente do leite que, no mesmo período do ano passado estava em um patamar parecido de rupturas (em 19,2% frente os 19,4% de agora), os ovos estão 2,4 pontos porcentuais acima do registrado em junho de 2021.

Na busca do apoio dos empresários descontentes com a política industrial e com a redução das tarifas de importação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu recriar ainda este ano o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, extinto e anexado ao superministério da Economia no início do governo.

Rival de Bolsonaro na corrida presidencial deste ano e liderando as pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também já deu sinais de que, se eleito, pode desmembrar o Ministério da Economia e repetir o que fez no seu primeiro mandato, em 2003, quando nomeou um empresário para o comando de um novo ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. O empresário Luiz Fernando Furlan foi o primeiro ministro da pasta e tinha uma relação próxima com Lula para levar diretamente ao presidente as demandas do setor.

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Os empresários que pediram ao presidente a recriação do ministério reclamam agora que não há essa interlocução direta e que a pasta de Guedes é muito grande, o que na avaliação deles acaba deixando os assuntos da indústria e comércio exterior em segundo plano.

"O presidente Bolsonaro foi sensível à nossa demanda. Depois da pandemia e da guerra na Ucrânia, há uma necessidade de fortalecer a indústria", disse ao Estadão o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe. "Na hora que concentra muita coisa no ministério, que já é grande, a indústria acaba virando um apêndice", disse ele, ressaltando que não é uma insatisfação especificamente com Guedes, mas ponderou que no seu ministério há uma visão financista de um conjunto de economistas liberais que "às vezes não fazem uma relação de custo e benefício de toda a sociedade".

Para o empresário, o Brasil não pode estabelecer uma política industrial sem ter um ministério da indústria e do comércio exterior. Ele disse que vê com preocupação as últimas medidas tomadas pelo governo, como a redução de alíquotas de importação, o que favorece a competição de produtos estrangeiros.

Centrão

Em evento da Fiemg em Minas, segundo maior colégio eleitoral, com a presença de boa parte da bancada mineira, Bolsonaro se comprometeu a recriar a pasta ainda este ano. Por trás dessa pressão, há também a cobiça das lideranças do Centrão em abocanhar o comando de mais ministérios e as eleições deste ano.

Como mostrou o Estadão, a formalização da aliança de Lula com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que vai concorrer ao governo do Estado, acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto.

Desde o início do governo, Guedes foi alvo de fogo amigo de aliados do presidente de olho em nacos do seu superministério, que chegou a ter cinco áreas: Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior, Previdência e Trabalho. As duas últimas já foram desmembradas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressista-AL), é um dos patrocinadores da mudança. Presente também no evento organizado pelo Fiemg, Lira disse que com a promessa o presidente marcou um gesto firme. "Só precisamos de mais quatro anos", disse o presidente da Câmara.

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