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A Receita Federal deu início na manhã desta quinta-feira (4) à Operação “PATÓGENO”. O objetivo é combater uma fraude na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física envolvendo 35.230 declarantes que informaram falsas despesas de saúde, a fim de reduzir o imposto de renda devido.

As investigações identificaram que esses contribuintes declararam, nos exercícios de 2018 a 2022, aproximadamente R$ 350 milhões em despesas de saúde fictícias para 472 profissionais liberais.

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Embora os profissionais tenham informado os recebimentos em suas próprias declarações, a comparação com outros dados fiscais, patrimoniais e financeiros levou a Receita a suspeitar que os pagamentos eram fictícios.

Em um dos casos, um fisioterapeuta do Mato Grosso declarou em 2021 ter recebido R$ 4,4 milhões de clientes de sete estados distintos. Para receber o rendimento declarado, seria necessário que ele trabalhasse 24 horas por dia, durante todos os 365 dias do ano, cobrando em média R$ 502 por hora.

Em outro caso, um odontólogo com domicílio fiscal no Rio de Janeiro declarou ter recebido, de 2018 a 2022, cerca de R$ 5,5 milhões de clientes de 5 estados distintos (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio de Janeiro e Roraima).

Como alguns contribuintes recebem as restituições, fica a impressão de que o intermediário entrega o que prometeu. No entanto, como a Receita Federal tem 5 anos para realizar a auditoria, é provável que a fraude seja identificada – como ocorreu nessa operação.

Sanções previstas

A Receita Federal intimará os declarantes e os profissionais de saúde investigados a comprovar o pagamento e a prestação do serviço. No entanto, enquanto não intimados, os contribuintes podem se autorregularizar, apresentando declarações retificadoras.

Caso não retifiquem as declarações, nem comprovem os pagamentos e a prestação dos serviços, os contribuintes estarão sujeitos ao pagamento do imposto acrescido de multa e juros, além de eventuais sanções penais e administrativas.

A Receita Federal alerta aos contribuintes que desconfiem de pessoas que dizem conhecer mecanismos para aumentar restituições de imposto de renda e recomenda que, caso o contribuinte opte por não fazer a sua própria declaração, sempre exija cópia das declarações entregues, para conferir o que foi informado.

Da assessoria

A candidata ao Governo de Pernambuco Marília Arraes (Solidariedade) entrou com uma representação judicial no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE/PE) denunciando a divulgação de fake news publicadas em sites e disseminadas em grupos de WhatsApp. A deputada federal declarou estar sendo atacada por pessoas que "não conseguem conviver com a democracia, a transparência e a verdade".

“Em 2020 sofremos ataques inimagináveis. Me agrediram como mulher, como mãe, como cristã, como política, como cidadã. Atacaram minha fé, minha família, minha história. Não me calei e jamais me calarei. Muito pelo contrário. Respeito a todos e exijo ser tratada com o devido respeito", declara Marília, fazendo referência à disputa da Prefeitura do Recife.

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Na ação, a candidata pede à Justiça Eleitoral a exclusão imediata do texto que contém conteúdo inverídico e difamatório, sob pena de imputação de multa a ser arbitrada pela Justiça Eleitoral, dobrando-se a cada reincidência.

Também é exigido que o provedor onde o site está hospedado repasse as informações que possibilitem oficialmente a identificação do responsável legal por sua criação e administração, assim como registros de conexão e de acesso (IPs).

“As Fake News são, na atualidade, uma das maiores afrontas e ameaças à Democracia. Por isso, não podemos permitir que este tipo de prática continue acontecendo, e o caminho é a Justiça. Estamos atentos e nossas respostas serão, como sempre, dentro da Lei”, sentenciou Walber Agra, responsável pela coordenação do Jurídico da coligação Pernambuco na Veia.

Suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e devolvida ao Governo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), a 'Medida Provisória (MP) das Fake News' ainda é um dos pontos polêmicos da política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em torno do uso das redes sociais e do compartilhamento de informações falsas. A proposta dificulta a remoção de conteúdos das plataformas, que entram no debate criminal quando são tomadas por discurso de ódio.

Com a intenção de alterar o Marco Civil da internet, Bolsonaro justifica o projeto ao defender que as plataformas são arbitrárias ao excluir determinadas publicações. A cientista política Letycia Raila explica que a aprovação da MP iria impor barreiras à gestão das empresas de mídias sociais. 

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"Isso seria um ponto a se questionar no sentido de que seria muito mais fácil propagar mensagens que não são verdadeiras através das mídias sociais uma vez que as empresas que cuidam dessas redes sociais precisariam fazer uma análise que já não seria mais 'programada' para tirar determinadas informações. Para que existisse essa tal 'justa-causa', as mídias sociais precisariam de uma espécie de permissão para excluir e tornaria essa questão muito mais lenta", detalhou.

A estudiosa lembra que o Marco Civil da internet foi aprovado em 2014 para garantir direitos e deveres aos usuários, o que regulamentou o uso das plataformas. "Não é como se o ambiente virtual fosse uma 'terra sem lei', pelo contrário, a gente tem leis que regulamentam bastante a utilização das redes sociais", acrescentou.

Outra brecha seria o afrouxamento do ponto de vista penal, já que as publicações geralmente são compartilhadas com discurso de ódio e agressões direcionadas. "Não existiriam nenhum tipo de penalidade nessas questões, o que tornaria o sistema muito mais moroso". 

Aos usuários, a MP pode ser compreendida como um retrocesso, bem como à política pregada pelo Marco Civil, pois diminui a autonomia das empresas referente ao disparo de informações falsas no Instagram, Facebook, WhatsApp e outras redes. "Não vejo muitas evoluções visto que o próprio Marco Civil da internet já garante os direitos dos indivíduos que utilizam a internet. Ela é regulamentada, então não vejo grandes melhorias ao usuário”, pontuou a especialista.

A dupla recusa à proposta dá indícios de uma nova derrota de Bolsonaro no Congresso. No entanto, aprovada ou não, o processo eleitoral ainda deve sofrer com o disparo de informações falsas como estratégia para direcionar votos e atacar adversários.

"Não acho que isso enfraqueça de forma muito extensiva a campanha eleitoral. Supondo que a gente vai ficar da forma que estamos, as informações vão continuar sendo passadas pelo WhatsApp, pelo Facebook, pelo Instagram e pelos meios de comunicação”, sugeriu a cientista, que não prevê grandes efeitos para 2022.

O Twitter colocou um alerta de publicação enganosa em uma postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). No conteúdo, publicado nessa segunda-feira (12), o parlamentar disse que lockdown era o oposto do distanciamento social.

Mesmo com a informação falsa, que desestimula as normas de enfrentamento à Covid-19 preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a plataforma não excluiu o post com a justificativa de que a opinião do deputado "pode ser do interesse público".

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Reprodução/Twitter

O Facebook informou nesta segunda-feira (8) que intensificou seus esforços para conter a disseminação de informações falsas ou enganosas sobre as vacinas contra a covid-19 e divulgar fatos comprovados.

Para isso, começou a banir grupos que publicam sistematicamente informações incorretas e desacreditam afirmações verdadeiras sobre o vírus e as vacinas.

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Há meses, a rede social líder tem tornado as recomendações de saúde de agências confiáveis mais visíveis e eliminado a desinformação sobre a covid-19.

Agora, com a colaboração da Organização Mundial da Saúde, ampliou uma lista de alegações sobre as vacinas que foram refutadas por cientistas e que não são bem-vindas em sua plataforma.

Esta lista inclui argumentos como o de que a covid-19 foi criada por humanos e de que seria mais seguro pegar o vírus do que tomar a vacina. Também há falsas alegações de que as vacinas são tóxicas ou causam autismo.

Os críticos do modo como o gigante das mídias sociais está lidando com a desinformação estão céticos em relação ao novo anúncio.

"O Facebook tem prometido medidas enérgicas contra a desinformação sobre a covid e os antivacinas desde o ano passado", disse no Twitter a Center for Countering Digital Hate, uma organização sem fins lucrativos de combate às manifestações de ódio digitais.

"Repetidamente ele falha em transformar esses anúncios em ação."

Grupos e contas que compartilham informações incorretas sobre o coronavírus ou tópicos relacionados serão removidos indefinidamente, alertou o Facebook.

Informações desacreditadas sobre vacinas ou a pandemia já são proibidas em anúncios na rede social.

Solicita-se aos administradores dos grupos que, antes de compartilharem publicações de membros propensos a espalhar notícias falsas, exijam que as informações sejam creditadas.

No Instagram, de propriedade do Facebook, será mais difícil encontrar contas de pessoas que desencorajam a vacinação contra a covid-19 usando ferramentas de busca automatizadas, de acordo com a rede social.

O Facebook também anunciou que recebeu mais de 50 milhões de respostas a uma pesquisa sobre covid-19 que lançou no ano passado em colaboração com duas universidades americanas.

A consulta teve como objetivo coletar informações sobre os sintomas da doença, o uso de máscaras e o acesso aos cuidados de saúde.

"O programa de pesquisa é um dos maiores já realizados e tem ajudado pesquisadores de saúde a monitorar e prever melhor a disseminação da covid-19", disse o Facebook.

"Os dados da pesquisa fornecerão uma melhor compreensão das tendências na aceitação da vacina em termos sociodemográficos, raciais, geográficos e muito mais", acrescentou.

Os resultados da pesquisa sobre os comportamentos em relação às vacinas serão compartilhadas globalmente, disse a rede social.

Após um fortalecimento de mobilizações anti-científicas, como o movimento antivacina, notícias falsas envolvendo as eleições de diversos países e a chegada da pandemia de Covid-19, plataformas como Facebook, Instagram e YouTube tiveram que rever suas diretrizes para impedir a propagação de mensagens de ódio, entre outros conteúdos que levam a desinformação de seus usuários. Entre elas, o Twitter - uma das redes mais populares do mundo, solidificou sua posição com medidas simples e eficazes que se destacaram ao longo de 2020, por conseguirem alertar seus usuários de forma rápida e eficiente. 

Com ajuda do Twitter Brasil, o LeiaJá reuniu todas as medidas adotadas pela ferramenta durante este ano. Elas tentam proteger os usuários, principalmente, a respeito da pandemia, além de fornecer o contexto do que está “trendando” na rede.

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As primeiras medidas

No dia 29 de janeiro de  2020, a rede anunciou um prompt de pesquisa em diversos países para que, ao procurar por termos relacionados ao novo coronavírus, os usuários da plataforma fossem levados a informações de fontes oficiais. Isso porque, de acordo com o próprio Twitter, durante as quatro primeiras semanas do ano, mais de 15 milhões de tuítes com o tema foram compartilhados na plataforma.

No mês seguinte, a Política de Mídia Sintética e Manipulada, desenvolvida após um processo de consulta pública, foi criada para fazer frente aos chamados deepfakes e a mídias distorcidas com o objetivo de enganar as pessoas. Ela permite que o Twitter inclua avisos em publicações contendo mídias com alterações significativas para ajudar as pessoas a entender a sua autenticidade, bem como fornecer contexto adicional.

Covid-19 e informações enganosas

Em março, considerado o início da pandemia no Brasil, a rede atualizou sua estratégia contínua sobre a doença e, dois meses depois, a abordagem a informações enganosas que poderiam piorar os casos do novo coronavírus. Foram estabelecidos três critérios para o controle de conteúdo: se ele traz a afirmação de um fato referente a Covid-19; se esta afirmação é comprovadamente falsa ou enganosa e se a crença nessas informações, conforme apresentadas, levaria a danos. 

Essas publicações não podem ser compartilhadas no Twitter e estão sujeitas a remoção. Contas que violam essa regra repetidamente podem ser, inclusive, suspensas permanentemente. Na época, segundo a plataforma, foram removidos 14.900 tuítes e mais de 4,5 milhões de contas precisaram ser notificadas. Atualmente, houve uma ampliação dos critérios para abranger conteúdos que vão diretamente contra orientações para Covid-19 advindas de fontes oficiais em saúde pública de todo o mundo.

Avisos de conteúdo controverso

Outra coisa que também começou a funcionar esse ano foram os avisos de conteúdos duvidosos. Quando você ou alguém que você segue publica uma informação que não parece ser verdadeira o conteúdo pode receber uma marcação de informação controversa.  

Dependendo da propensão a dano e do tipo de informação enganosa, alertas também podem ser aplicados ao tuíte. Esses avisos informarão às pessoas, antes que elas visualizem o conteúdo publicado, que a informação ali contida é conflitante com as orientações de especialistas em saúde pública.

Os avisos aparecem em três classificações, como informações enganosas, sendo declarações ou afirmações que tenham sido confirmadas como falsas ou errôneas por especialistas no tema em questão; afirmações questionáveis: declarações ou afirmações cuja precisão, veracidade ou credibilidade é genuinamente contestável ou desconhecida; e afirmações não confirmadas - informações (que podem ser verdadeiras ou falsas) que ainda não foram verificadas e confirmadas no momento em que são compartilhadas.

A adição do contexto

Mas nem tudo foi para coibir informações falsas. No segundo semestre, o Twitter adicionou algo importantíssimo em qualquer conversa: contexto. No dia 1º de setembro a plataforma procurou ajudar seus usuários a entender por qual motivo uma palavra estava nos assuntos mais comentados do mundo, ou seja, no Trending Topics.

Para isso, a rede introduziu avisos em tuítes e contas, ou em suas páginas de curadoria (conhecidas como Moments), além de destacar matérias relacionadas ao que está “trendando”. Também é possível ver tuítes fixados, além de descrições que passaram a explicar porque algo está sendo comentado.

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Leia antes de compartilhar 

Por fim, duas grandes adições envolveram a reeducação do próprio usuário. Em outubro, o Twitter passou a incentivar o Retweet com Comentário ao invés de apenas RT, estimulando usuários a debater e refletir sobre o conteúdo que estavam passando para frente. 

A segunda, foi a exibição de aviso em caso de tentativa de dar Retweet sem ler um artigo linkado. A proposta tinha, mais uma vez, a intenção de estimular o usuário a se informar corretamente antes de compartilhar, com intenção de diminuir e, quem sabe, até mesmo acabar com o compartilhamento de Fake News. Se isso será possível, não sabemos, mas as medidas têm tornado, cada vez mais, o Twitter um lugar mais seguro para buscar informações.

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A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse nesta segunda-feira (25) que os cientistas têm um papel importante no combate ao que ela chamou de “infodemia”, uma pandemia de informações falsas e fake news sobre a pandemia da covid-19. Ela defendeu que os cientistas precisam falar numa linguagem mais simples, para que todas as pessoas entendam.

“A OMS publica vídeos explicando o que é verdade e o que é falso sobre esse vírus, nós conseguimos comunicar muito. Temos conferências de imprensa três vezes por semana. É importante que os cientistas tenham a voz, mas as pessoas leigas não entendem, então temos que aprender a usar a linguagem leiga para comunicar”, disse.

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A cientista participou, hoje (25), da cerimônia virtual em homenagem aos 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Swaminathan destacou a cooperação global científica para enfrentar a pandemia, independentemenre de posições geopolíticas e ideológicas dos diferentes países. A cientista disse que esta é a maior cooperação já vista. “A única forma de vencer essa pandemia é compartilhando conhecimento e recursos”, afirmou.

“Em janeiro tivemos um fórum de pesquisa e inovação, isso produziu um mapa que delineou quais são as lacunas de conhecimento que temos sobre a doença, o que sabemos e o que precisamos aprender. Identificamos nove áreas temáticas onde grupos de trabalho começaram a trabalhar com teleconferências semanais desenvolvendo suas áreas de pesquisa, como transmissão da doença, conhecer o vírus propriamente, os hospedeiros, como passou para os seres humanos, até o manejo clínico, vacina, tratamento, ciência comportamental e social e ética nesse contexto de emergência”, explicou

Segundo Swaminathan, as pesquisas avançaram muito nos últimos quatro meses e foi feito um banco de dados público com mais de 30 mil sequências genômicas do vírus, que está sendo usado no desenvolvimento de vacinas. “É uma luz no fim do túnel”, disse, lembrando do papel de destaque do Brasil na área.

“Temos hoje mais de 200 vacinas em desenvolvimento e oito candidatas que já estão em ensaios clínicos mais avançados. O Brasil será um ator importantíssimo para o desenvolvimento de novas vacinas, pela capacidade do país e a liderança da Fiocruz para conseguir realizar esses estudos de alta qualidade que vocês precisam”, disse.

Ela disse que os países que estão na fase mais complicada da pandemia no momento, como o Brasil, precisam aprender com as nações que conseguiram controlar a doença.

"Vimos que houve diferenças na reação dos países a esse novo vírus, e como tem sido enfrentado. Ainda estamos aprendendo, mas o que fica claro é que se saíram melhor os países que têm bons sistemas de saúde pública, bons mecanismos de vigilância ou uma força de trabalho na saúde que pode rastrear contatos e isolar os pacientes, colocar em quarentena os que tiveram contato com eles. E redes de laboratórios mobilizadas para fazer os testes diagnósticos”.

Para Swaminathan, é muito importante também ter boas instituições científicas nos países que possam prover orientação com base em evidências para os governos sobre as medidas necessárias. Ela alertou, ainda, que o vírus ataca outros órgãos do corpo humano, além do sistema respiratório, e pode ter graves consequências em pacientes jovens.

“Estamos aprendendo que ele não afeta só o sistema respiratório, mas outros órgãos também, como o sistema vascular, o coração, o sistema nervoso, gastrointestinal, os rins, vimos manifestações raras em crianças e sequelas crônicas nos pacientes. Adultos jovens podem ter um AVC como primeira manifestação”, alertou.

De acordo com a cientista, pesar de “ainda termos um caminho difícil pela frente”, há otimismo entre os pesquisadores, já que foi verificado que o vírus tem uma taxa de mutação pequena, o que possibilita a criação de uma vacina segura e eficaz.

 

À medida que a epidemia do novo coronavírus supera os 400 mortos na China, onde há mais de 20 mil casos de contaminação confirmados, informações falsas se propagam rapidamente nas redes sociais. Abaixo, alguns exemplos analisados pela equipe de checagem da AFP em todo o mundo:

- Médicos recomendam chá de erva-doce para combater o novo coronavírus: FALSO

De acordo com postagens (A) compartilhadas em diversos idiomas no Facebook, médicos recomendam beber chá de erva-doce para combater o vírus 2019-nCoV, pois a infusão possui a mesma substância do remédio Tamiflu. No entanto, além da erva-doce não conter o princípio ativo do medicamento, este não é indicado para tratamento do novo coronavírus (B).

A: https://perma.cc/FU86-L2Z2

B: http://u.afp.com/ErvaDoceCoronavirus

- Foto mostra pessoas mortas pelo novo vírus detectado na China: FALSO

Uma foto (A) de diversas pessoas caídas no chão foi replicada por múltiplas páginas no Facebook alegando mostrar a "realidade da China". Compartilhada em meio à epidemia do novo coronavírus detectado na cidade chinesa de Wuhan, a imagem data, na verdade, de 2014 e mostra uma performance artística realizada em Frankfurt, na Alemanha (B).

A: https://perma.cc/P9XG-YLDN

B: http://u.afp.com/FotoCoronavirus

- Autoridade canadense indica beber água morna para se proteger do novo coronavírus: FALSO

Um suposto boletim médico (A) em que autoridades de Saúde do Canadá recomendam manter a garganta úmida bebendo água morna para se proteger do novo vírus foi amplamente compartilhado em português, inglês, francês e espanhol.

Consultada pela equipe de checagem da AFP, a autoridade sanitária do Canadá negou ter emitido as recomendações viralizadas, que, por sua vez, não constam em listas de medidas oficiais de prevenção do 2019-nCoV (B).

A: https://perma.cc/8B7R-MJAH

B: http://u.afp.com/CoronavirusAgua

- Homem desmaia após ser contaminado pelo 2019-nCoV: FALSO

Dois vídeos (A), visualizados dezenas de milhares de vezes em redes sociais, foram compartilhados como se mostrassem um homem que desmaiou no Sri Lanka após ser contaminado pelo novo coronavírus. No entanto, o governo do país indicou que sua condição não tinha qualquer relação com o 2019-nCoV, e representante do prédio onde ele passou mal disse que o homem desmaiou devido a fadiga (B).

A: https://perma.cc/HA7Q-2SDR

B, Em inglês: http://u.afp.com/SLcollapse

- O novo coronavírus contaminou 300 mil pessoas na China: FALSO

De acordo com diversas publicações (A) compartilhadas amplamente na Nigéria, mais de 300 mil chineses foram contaminados pelo novo coronavírus. A alegação é falsa. Autoridades de saúde da China registraram, até 4 de fevereiro, cerca de 20.400 casos confirmados (B).

A: https://perma.cc/TX2J-8J5K

B: Em inglês: http://u.afp com/Coronavirus300mil

- O 2019-nCoV é uma variedade do vírus da raiva: FALSO

Publicações (A) compartilhadas milhares de vezes nas Filipinas afirmam que a nova variedade de coronavírus é "um tipo de raiva". A Secretaria de Saúde das Filipinas classificou a afirmação como "quase ridícula"; especialistas dizem que os dois vírus são intrinsecamente diferentes (B).

A: https://perma.cc/3W9J-DXY4

B: Em inglês: http://u.afp.com/RabiesHoax

- Checagens anteriores

Anteriormente, a AFP já havia verificado essas informações falsas:

- O novo coronavírus foi criado e patenteado pelo governo dos Estados Unidos: FALSO

http://u.afp.com/PatenteCoronavirus

- Vídeo mostra o mercado chinês onde teria surgido o vírus: FALSO

http://u.afp.com/CoronavirusMercado

- Uma solução salina para se proteger do coronavírus: FALSO

Em inglês, http://u.afp.com/CoronavirusAdvice

- Foto mostra hospital construído em Wuhan em 16 horas: FALSO

Em inglês, http://u.afp.com/wuhanhospital

- Modo correto de utilizar máscaras para se proteger do coronavírus: FALSO

Em inglês, http://u.afp.com/FaceMasks

- Médicos preveem que os 11 milhões de habitantes de Wuhan vão morrer: FALSO

Em inglês, http://u.afp.com/CoronavirusDead

Uma enxurrada de informações falsas sobre a epidemia de pneumonia viral que afeta a China se propaga nas redes sociais a alimenta o pânico da população, como o vídeo de uma pessoa comendo um morcego ou balanços equivocados de vítimas fatais.

Em Hong Kong, Phoebe, uma médica de 40 anos, afirma estar consternada com as mensagens recebidas nos últimos dias no grupo formado por sua família no Whatsapp.

"Vi uma informação que aconselhava o uso de secador para desinfectar o rosto e as mãos. Ou beber água quente a 60 graus para não ficar doente", conta à AFP a profissional da área da saúde, que prefere não revelar o sobrenome.

Como médica, ela sabe naturalmente que nenhum destes procedimentos é eficaz e que podem inclusive ser perigosos, o que a levou a alertar os parentes. Mas quantas mensagens deste tipo são espalhadas atualmente na internet ou em aplicativos de mensagem?

Desde o anúncio, no início de janeiro, do surgimento do novo coronavírus na cidade chinesa de Wuhan, as falsas informações invadiram a rede. Cristina Tardáguila, do Poynter Institute, afirma que mais de 50 organizações que realizam "fact-checking" em 3 países registraram "três ondas" de informações falsas.

"Uma sobre as origens do vírus, outra sobre uma falsa patente de medicamentos e uma terceira sobre a forma de prevenir ou curar", explica à AFP.

- Estereótipos racistas -

Os jornalistas responsáveis pelo "fact-check" na AFP detectaram várias informações falsas. Uma delas, que circulou no Sri Lanka, afirmava que os 11 milhões de habitantes de Wuhan iriam morrer.

Outra alegava que vários produtos alimentícios e localidades australianas seriam contaminados pelo novo coronavírus ou que uma solução salina permite evitar o contágio. Algumas informações alimentam preconceitos sobre hábitos alimentares ou propagam estereótipos racistas.

Um vídeo, que viralizou, mostra uma mulher comendo um morcego com hashi. As imagens, reproduzidas por alguns tabloides ocidentais, pretendem demonstrar que o apetite de alguns chineses por animais exóticos está na origem da crise.

O vídeo, na realidade, foi feito em 2016 no arquipélago de Palau por um blogueiro. Embora a tradição culinária chinesa utilize vários ingredientes ignorados ou desprezados em outros países, e a venda de animais em mercados seja considerada preocupante, o morcego não é consumido com muita frequência.

Na Austrália, que tem uma importante comunidade chinesa, as informações falsas se multiplicam.

Na segunda-feira, um deputado de Brisbane advertiu seus eleitores contra um comunicado de imprensa falso no qual supostamente o ministério da Saúde alertaria a população contra os riscos de frequentar bairros com forte concentração de pessoas de origem chinesa.

"Ter falsas informações divulgadas por cretinos racistas cria um sentimento de medo e incerteza", disse o deputado à AFP.

- Balanços fantasiosos -

Na internet, os sites de extrema-direita se apoderaram da epidemia. Uma das primeiras informações falsas divulgadas foi a existência de uma vacina contra o novo coronavírus que teria sido patenteada em 2015.

Na verdade, a patente era sobre um coronavírus detectado entre aves. Hal Turner, apresentador de uma rádio de extrema-direita acusada de apoiar supremacistas brancos, publicou um artigo na internet em que afirmava que 112.000 pessoas já morreram na China e que 2,8 milhões foram colocadas em quarentena.

As manchetes dos sites sensacionalistas e a histórica desconfiança a respeito do governo chinês facilitam a propagação de boatos, afirma o sociólogo neozelandês Robert Bartholomew.

"Para muitas pessoas, as principais fontes de informação são as redes ou mídias sociais conhecidos por veicular informações não verificadas", completa. Para as autoridades da área da saúde, o fluxo incessante de falsas informações complica o trabalho.

"Em Taiwan, as pessoas começam a ligar para os hospitais ou agências governamentais com muitas perguntas, o que mobiliza preciosos recursos humanos", afirma Kevin Hsueh, diretor do hospital Cardinal Tien em Taipé.

A partir de desta quinta-feira (15), usuários do Instagram poderão relatar à plataforma quando encontrarem conteúdo falso. A ação fará com que os chamados “verificadores de fatos” contratados pela empresa analisem a veracidade das publicações. Por enquanto, essas análises só poderão ser feitas por funcionários alocados nos Estados Unidos. 

Para denunciar conteúdo suspeito, é preciso clicar nos três pontos no canto superior direito da postagem, escolher “denunciar” e depois “informações falsas”. Então as postagens serão revisadas pelos membros da International Fact-Checking Network (IFCN), que já estão trabalhando em parceria com o Facebook em mais de 30 países.

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Apesar das denúncias, as postagens marcadas como falsas não serão excluídas da plataforma. Elas devem ser minimizadas para aparecerem com menos frequência nas páginas “explore” e “hashtag”. Por enquanto, a verificação de notícias ainda não chegou por aqui, mas deve crescer em breve.

Uma pesquisa realizada pela consultora empresarial ‘DNA Outplacement’ apontou que, no Brasil, 75% dos currículos enviados aos setores de recursos humanos tinham informações distorcidas. Com duração de seis meses, o estudo foi promovido junto a 500 empresas.

Os currículos analisados foram passados aos contratantes em 2018. O levantamento aponta que as principais “mentiras” inseridas nos documentos são relacionadas ao valor do salário atual ou recebido no último trabalho e à fluência em inglês. São considerados tópicos deturpados tempo inativo, grau de escolaridade e cursos realizados.

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De acordo com a pesquisa, a prática de informações inverídicas ocorre tanto com profissionais de carreira consolidada, quanto com os que almejam retornar ao mercado de trabalho. Segundo o diretor regional da ‘DNA Outplacement’, Hugo Liguori, trabalhadores de diferentes níveis recorrem às colocações falsas.

“As razões são diferentes, mas ocorre entre os diversos níveis profissionais. Os jovens normalmente não colocam tanto peso na elaboração de seu currículo, enquanto executivos e gerentes se agarram à urgência em conseguir uma nova oportunidade para cometer essa irregularidade”, comenta Liguori, conforme informações da assessoria de comunicação.

O Facebook anunciou que encerrou perfis e páginas italianos que divulgavam informações falsas antes das eleições parlamentares da União Europeia, o que ocasionou em uma convocação de uma reunião extraordinária pela oposição para debater leis mais rígidas para conter a desinformação online. "Nós removemos várias contas falsas e duplicadas que estavam violando nossas políticas de autenticidade", disse o Facebook no domingo. A rede social também deu fim a páginas que estavam postando informações falsas, bem como algumas que tinham começado como páginas não-políticas, mas que começaram a falar sobre política.

As ações do Facebook vieram após o grupo de esquerda Avaaz ter dito, em declaração, que sua investigação encontrou 23 páginas no Facebook que espalhavam informações falsas, como citações inventadas e anti-imigração. "Isso é mais uma prova de que mentiras destinadas a semear o ódio e a divisão em nossas sociedades estão sendo disseminadas deliberadamente nas mídias sociais antes das eleições na UE", afirmou o diretor de campanha do Avaaz, Christoph Schott.

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Senadores da oposição na Itália, incluindo o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, disseram que, em breve, apresentarão ao Parlamento uma proposta de lei para prevenir de forma mais adequada e combater de maneira mais eficaz notícias falsas. O Avaaz apontou que as páginas em questão tinham cerca de 2,5 milhões de seguidores, e mais de uma dúzia de páginas apoiava o partido italiano Liga ou o populista Movimento 5 Estrelas. Fonte: Associated Press.

O Facebook lançou uma ofensiva nesta quinta-feira (7) para reprimir a disseminação de desinformações sobre vacinas na rede social, de 2,3 bilhões de membros.

A empresa tem sido pressionada nas últimas semanas para enfrentar o problema, em meio a surtos de sarampo nos Estados Unidos, atribuídos a um número crescente de pais que se recusam a vacinar seus filhos.

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Legisladores dos EUA têm denunciado o aumento da incidência de doenças evitáveis na sequência de um movimento contra a vacinação infantil, em grande parte devido a rumores de que podem causar problemas de saúde ou de desenvolvimento.

Monika Bickert, vice-presidente de gerenciamento de políticas globais do Facebook, disse que a rede social reduzirá a distribuição de dados falsos e fornecerá aos usuários informações confiáveis sobre vacinas.

"Vamos reduzir a classificação de grupos e páginas que espalham informações erradas sobre vacinas em feeds de notícias e buscas", disse Bickert em um comunicado.

O Facebook também removerá o conteúdo enganoso das recomendações e previsões de busca, rejeitará anúncios que contenham informações erradas sobre vacinas e desabilitará as contas que continuem a violar as políticas da empresa relativas a informações sobre vacinas, acrescentou.

A empresa não permite mais segmentar com base no interesse dos usuários em "controvérsias sobre vacinas" e vai compartilhar materiais educacionais com usuários que se depararem com informações erradas.

O ministro Sergio Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta segunda-feira (15) que o Facebook retire da página pessoal de 38 usuários um vídeo que contém informações falsas sobre Manuela D'Ávila (PCdoB), candidata à Vice-Presidência na chapa do petista Fernando Haddad. Com a decisão, a empresa terá 24 horas, após ser notificada, para remover o conteúdo.

A decisão do ministro foi motivada por pedido de remoção feito pelos advogados da Coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS), sustenta a candidatura de Haddad.

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Segundo a defesa, uma decisão anterior determinou a retirada dos vídeos, que foram considerados ofensivos a Manuela, mas o conteúdo continuou postado na rede social.

Ao recorrer ao TSE, a coligação alegou que foram divulgadas notícias falsas (fake news) e difamatórias contra a candidata.

De acordo com os advogados, os perfis de usuários divulgaram "imagens que hipersexualizam crianças, sugerindo que a candidata incentivaria tais situações”.

Na mesma decisão, Sergio Banhos determinou que os usuários sejam identificados e incluídos no processo.

"Conforme registrei na decisão liminar anteriormente deferida, as afirmações inverídicas e injuriosas trazidas nas mídias impugnadas, pelas razões já endereçadas, autorizam a limitação à livre manifestação do pensamento, com remoção de conteúdo, uma vez que configura ofensa à honra e consubstancia agressão e ataque à candidata em sítio da internet", decidiu.

 

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