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O que lhe vem à mente quando se fala em inovação? Grandes soluções tecnológicas revolucionárias, como o iPhone? Rompantes de criatividade aplicados em um produto ou serviço super novo? Ora, isso é, de fato, inovar, mas não se deve pensar que a inovação se resume a algo grandioso ou muito disruptivo. Ela pode – e deve – acontecer no dia a dia, nos mais variados níveis. Sua importância se reforça ao analisarmos o cenário do mercado atual, cada vez mais mutante e competitivo.

Neste novo mundo, especialmente no pós-pandemia, devemos ter consciência de que nossa vida está mudando radicalmente, em especial por causa da inteligência artificial e da automação, que foram altamente impulsionadas pela crise sanitária e seus reflexos. Os competidores das pessoas físicas não têm mais apenas domicílio na cidade, no estado, na região ou no país onde habitam, mas em todos os lugares do planeta. Agora, com o metaverso, a localização geográfica se torna cada vez menos uma barreira. Profissionais competem entre si em escala mundial. Ao mesmo tempo, os concorrentes de pessoas jurídicas não são mais empresas tradicionais, mas as empresas de tecnologia, que vêm causando grandes mudanças no mercado. Com elas, ganharam força a criatividade e a inovação.

Pode-se dizer que a criatividade é o “passo anterior à inovação”. Tem início em uma ideia, que, colocada em prática, desperta o processo de inovação. Inovar é, basicamente, fazer algo diferente. Um conceito simples, que pode ser aplicado no dia a dia. Por exemplo, é sempre possível mudar processos internos, adaptar produtos ou serviços para oferecer melhores experiências aos clientes. Isso é inovar. No ambiente de trabalho, quem mais pode inovar são os colaboradores de uma empresa, que identificam nas rotinas os pontos de gargalos e possíveis aperfeiçoamentos. Cabe à gestão estimular e desenvolver esse pensamento inovador e criativo, já que ele é benéfico à própria organização.

Ou seja, a inovação precisa estar inserida no modelo de negócio da empresa, estabelecida como preceito. Isso também se aplica a profissionais e suas carreiras: há que se ter em mente que pensar e agir de forma inovadora garante diferencial competitivo importante, ainda mais diante de um cenário cada vez mais “apertado”, em que postos de trabalho são bastante disputados. Não se pode contentar em fazer sempre a mesma coisa, há que buscar o novo, o melhor.

O mundo está mudando e, com ele, nossa vida muda também. Negar as tendências e evoluções é estacionar no processo de desenvolvimento. Profissionais e empresas não podem se dar esse luxo, que se configura, na verdade, mais como uma condenação. Quem não inovar está fadado ao fracasso. Pensar e agir fora da caixa nunca foi tão importante.

Falar de educação é pensar, normalmente, na educação tradicional, com a figura do professor e, mais recentemente, o uso das tecnologias nas salas de aula como um suporte de aprendizado. No entanto, esse conceito vem mudando, junto com a expectativa de pais e filhos em relação às escolas.

Educação é a maneira que a nossa mente e comportamentos são moldados para viver em sociedade. É errado pensar que nesse processo devemos inibir nossa criatividade, afinal, ela é parte fundamental para o processo educacional. A criatividade é ferramenta principal dos empreendedores e deve ser encarada como chave para tudo: é através da criatividade que o homem consegue superar a maioria de seus problemas.

Quando se fala de criatividade, achamos que ela está ligada exclusivamente às artes. Quase não imaginamos que a criatividade é uma capacidade que todo ser humano possui e que pode ser desenvolvida, mas também pode ser reprimida. Na educação antiga, a criatividade era reprimida, porém, esse pensamento tem mudado e, cada vez mais, estamos influenciando nossas crianças e jovens a serem criativos.

Muitas escolas e outros espaços ligados à educação têm tentado adotar um tipo de educação diferenciada e inovadora, mas na verdade acabam caindo no mesmo modelo educacional de anos atrás. Por isso, é fundamental entender a importância da criatividade e saber como ela pode ser estimulada no processo educacional, permitindo que a escola esteja mais conectada com o mundo contemporâneo.

Estimular a criatividade no cotidiano de uma sala de aula é um desafio quando nem o currículo nem a própria organização escolar são pensados neste sentido. Mesmo não é impossível. É possível trabalhar de forma que o processo de criação caminhe em paralelo ao conteúdo das disciplinas tradicionais, favorecendo o aprendizado e a busca por novas respostas para as situações.

Talvez a melhor definição de educação criativa é aquela que nos instiga a descobrir nosso potencial e possibilidades. Investir na educação criativa é a inovação do ensino. É ter a certeza que o currículo escolar precisa de aulas de português, matemática e inglês, mas, precisa também de robótica, artes, música e gastronomia. É enxergar uma nova maneira de ensinar e, também, de aprender.

Israel é um país do tamanho do estado brasileiro de Sergipe, tem apenas 70 anos de existência e menos de 9 milhões de habitantes. Além disso, está situado em uma região desértica com escassez de recursos. Como poderia, então, esta nação se tornar uma potência no desenvolvimento de tecnologias inovadoras? A resposta vem em dois fatores principais: educação e necessidade.

A educação é uma prioridade israelense e sua sociedade dá grande valor ao conhecimento. Para se ter ideia, o país, com menos de 9 milhões de habitantes, já acumula doze ganhadores do Prêmio Nobel - enquanto o Brasil, que tem 200 milhões de pessoas e 500 anos de história, nunca teve um vencedor.

Além disso, após sua criação, Israel teve um grande desenvolvimento militar, a fim de se proteger de possíveis ameaças externas. Com isso, nas Forças Armadas, passou a ser estimulado o estudo das engenharias, não só para criação de soluções bélicas, mas para várias outras frentes. Isso abriu portas para o desenvolvimento de produtos de tecnologia avançados, um mercado que Israel soube e sabe explorar com propriedade. Hoje, é o país que mais investe em pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB: 4,5%. Além disso, o governo e as universidades trabalham sempre em parceria com a iniciativa privada para expandir o conhecimento e a inovação.

Para se ter ideia, surgiram em Israel startups que hoje são grandes empresas conhecidas mundialmente. Por exemplo, o Waze, aplicativo de navegação por GPS que se tornou quase indispensável para motoristas, surgiu lá. Em 2013, foi comprado pelo Google por US$ 1 bilhão. Já a Mobileye, startup de soluções para mobilidade de carros autônomos, também é israelense e foi adquirida pela Intel pela fortuna de US$ 15,3 bilhões. Ainda é possível citar como criações israelenses o Viber, pioneiro no uso de VoIP, e o ICQ, famoso mensageiro sucesso nos anos 1990 e 2000. 

O fator necessidade também foi um grande impulsionador da inovação em Israel. Por estar situado em uma região desértica, o país sempre precisou criar soluções para se manter e par movimentar sua economia. A alta tecnologia foi uma das saídas encontradas. Hoje, 40% das exportações israelenses são de produtos tecnológicos. Some-se a isso a obrigatoriedade do serviço militar para homens e mulheres, a cultura militar incute no pensamento dos jovens o senso de responsabilidade e trabalho em equipe, o que faz com que muitos deixem o Exército já com o desejo de empreender e criar soluções que gerem impacto na sociedade.

Israel é, de fato, um exemplo a ser seguido pelo Brasil, que vem cortando seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento e que, mesmo com um povo bastante criativo e inovador, não consegue liberar todo seu potencial. É fato que, em um país de dimensões continentais, estabelecer políticas que abranjam todo o território e atendam às diversas necessidades da população é mais difícil, mas é um esforço necessário se quisermos nos desenvolver mais e competir internacionalmente. Caso contrário, continuaremos a ser os históricos exportadores de commodities.

Inovação deve ser uma constante para qualquer empresa que deseja se manter acima das outras. É preciso buscar constantemente novas opções, criar, diferenciar-se. Quem permanece no mesmo lugar perde espaço para aqueles que pensam fora da caixa. Isso acontece até mesmo com a Apple. A companhia caiu da primeira para a 17ª colocação no ranking das 50 empresas mais inovadoras do mundo da revista Fast Company. O primeiro lugar ficou com a chinesa Meituan Dianping, plataforma digital que integra serviços para facilitar a vida dos usuários.

Foi uma queda e tanto para a empresa de Steve Jobs, que desde 2015 se mantinha entre as 10 mais e chegou à primeira colocação em 2018. Acontece que, como analisou a Fast Company, diferente da edição anterior da lista, em que a Apple teve destaque pelo lançamento do iPhone X e dos Air Pods, a companhia não trouxe grandes inovações esse ano, apresentando basicamente melhorias de processamento em seus gadgets.

Já a Meituan Dianping, líder do ranking atual, é uma plataforma que facilita a reserva e entrega de serviços como alimentos, estadias em hotéis e ingressos de cinema. O “super app”, como é chamado, facilitou 27,7 bilhões de transações, no valor de US$ 33,8 bilhões, para mais de 350 milhões de pessoas em 2.800 cidades. Os números superlativos, claro, se devem ao gigante mercado chinês, país mais populoso do mundo, mas também aos investimentos em inovação e aprimoramento de seus serviços que a Meituan realiza.

É uma prova de que dedicar recursos para pesquisa e desenvolvimento resulta em diferenciais competitivos. O mercado atual é acirradíssimo e globalizado, o que requer das empresas a constante preocupação com oferecer novas soluções a seu público, atendendo as necessidades da clientela de forma criativa e personalizada. A Meituan Dianping criou uma espécie de “hub de serviços”, concentrando funcionalidades de vários aplicativos em um só lugar. Isso é inovar.

O ranking da Fast Company também tem espaço para brasileiros. A Nubank, fintech nacional que vem ganhando cada vez mais notoriedade, ficou na 36ª colocação, sendo a de maior destaque da América Latina. O banco digital inovou ao oferecer alternativas aos clientes, antes presos a um limitado número de instituições financeiras que praticam juros altos e ainda são muito tradicionais. A Nubank apostou na tecnologia para descomplicar a vida do usuário e vem expandindo seu portfólio de produtos.

Todos esses pontos corroboram a ideia de que a inovação é uma real necessidade. É preciso pensar diferente, agir diferente, ser diferente. Quem mais consegue se diferenciar tem mais chance de ter sucesso e progredir. O que não pode é insistir em modelos tradicionais que não atentam para os novos pleitos do mercado.

Falar sobre inovação ainda é assustador para muitas pessoas e empresas. Claro que inovar não é fácil, mas também não pode ser tão difícil a ponto de ser evitada. O primeiro e maior obstáculo à inovação é o medo, de variadas formas, como aversão ao risco, por exemplo. Entretanto, verdade é que não inovar é um caminho, sem volta, para o fracasso.

 Quando pensamos em inovação tecnológica, a primeira palavra que nos vem à cabeça são as startups, tão em moda nos últimos anos. Porém, não podemos restringir nosso olhar. Existem vários ambientes que são propícios e proporcionam inovação. Empresas, lugares e até programas que ajudam a quebrar as barreiras do medo e transformam pessoas e negócios. O ambiente não só influencia a empresa como costuma ser o causador das demandas de inovação. Afinal, grande parte das empresas precisa inovar em função da concorrência ou precisa se adequar às mudanças externas.

 Com certeza você já ouviu falar de coworking, incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos e ambientes de inovação digital. O primeiro deles, ganhou muita força no Brasil nos últimos anos, principalmente por apresentar resultados positivos de aumento de produtividade e inovação. No coworking, os escritórios coletivos permitem que pessoas de várias áreas trabalhem juntas e acabem trocando ideias e networking.

 As incubadoras e aceleradoras passaram a ter visibilidade com o crescimento do mercado de startups. Nas incubadoras, os empreendedores recebem ajuda para iniciar seu projeto desde o princípio, dando suporte para formatar o negócio, gerir e ajudar o empreendedor a se posicionar no mercado.

 As aceleradoras funcionam como um estágio após a incubação. Nesse caso, as aceleradoras estão focadas no desenvolvimento de startups, ou seja, quando sua ideia já está formatada, mas ainda não tem folego para se sustentar por conta própria. As aceleradoras trazem investimento financeiro às empresas, além de investimento em novos conteúdos, mentoria, etc.. Tudo para fazer com que o negócio possa se desenvolver.

Entretanto, pensando em um mundo online, também devemos falar dos ambientes de inovação digitais, que ajudam os empreendedores a desenvolver suas ideias através de grupos e fóruns de discussão, onde é possível não apenas realizar networking, mas descobrir soluções tecnológicas e serviços para quem precisa inovar.

 Por fim, outro ambiente de inovação são os parques tecnológicos. Os parques são grandes centros de integração profissional que une diversas esferas de poder e conhecimento para desenvolver ideias. Normalmente, nesse ambiente, há seleção de empresas que trazem propostas de tecnologias viáveis para participar do programa.

 O mais importante para registrar é que, seja online, no escritório ou em uma sala compartilhada, o importante é que o ambiente inovador é o lugar para quem quer desenvolver sua ideia, inovar e mostrar ao mundo seu negócio.

Os alunos de graduação de todas as universidades do país têm a oportunidade de se inscrever no Concurso Inovar promovido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. O concurso é uma competição entre estudantes e tem como objetivo analisar o impacto da inovação e dos direitos de propriedade intelectual na economia. 

Podem se inscrever equipes de dois a quatro alunos e um professor. O trabalho deve ser composto de um artigo para publicação, além de um breve vídeo com a explicação das análises e descobertas do projeto elaborado, que deverá ser postado no YouTube. Para se inscrever, os interessados precisam estar cadastrados em um curso de graduação ou pós-graduação de uma instituição de ensino superior brasileira até 1º de dezembro de 2013.

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Os interessados devem se inscrever até o dia 15 de setembro através do email concursoinovar@state.gov. O prazo para envio do material – artigo e vídeo – é até o dia 1º de dezembro. O anúncio dos finalistas será feito no dia 26 de janeiro de 2014 e no dia seguinte (27) será feito o concurso via Facebook. 

Os vencedores serão anunciados no dia 18 de fevereiro. Os membros da equipe campeã receberão passagens aéreas e hospedagem de três noites para Nova York. Na cidade, eles irão participar da Conferência Anual de Direitos de Propriedade Intelectual da Fordham University, nos dias 24 e 25 de abril de 2014. Antes da viagem internacional, os vencedores passarão um dia em Brasília, onde irão apresentar sua análise e descobertas e participar de uma cerimônia de premiação nos dias 21 e 22 de abril de 2014. Outras informações através do site ou pelo setor de Relações Internacionais do Grupo Ser Educacional (81) 2121-5906.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, declarou que o setor depende da regulamentação de itens técnicos no regime automotivo, o Inovar Auto, lançado no ano passado. O assunto foi pauta da reunião na semana passada com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel. "Isso deve sair nos próximos dias, em portarias dos ministérios envolvidos, ou seja, além do MDIC, o da Fazenda e o da Ciência e Tecnologia."

Outra pendência do setor é a renovação do acordo automotivo com a Argentina. "As reuniões começam e não sabemos as perspectivas dos dois países", disse. "Agora as relações estão indo bem. De repente dá uma esfriada, as coisas mudam, mas o importante é o horizonte de longo prazo, pois precisamos de fornecedores que vão produzir na Argentina e eles, com a insegurança atual, não vão", completou.

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Belini retomou ainda o discurso antigo da perda da competitividade do setor industrial brasileiro e atribuiu o problema à política monetária internacional, com o aumento recente de liquidez de moedas estrangeiras. "O País procura um caminho de longo prazo para recuperar a competitividade, que começa pelo Inovar Auto, e uma política de atração de investimentos, pesquisa e inovação para desenvolver a engenharia para o setor e estimular a compra aqui no Brasil de componentes."

Já as previsões para 2013 para o setor são as mesmas divulgadas no fim do ano passado: produção de 3,49 milhões de unidades e vendas de até 3,97 milhões de veículos, altas de até 4,5% sobre 2012. "O grande desafio é setor bater a marca de 4 milhões de unidades vendidas."

David Richter, vice-presidente de soluções de infraestrutura da Kimberly-Clark, sabe que criar uma cultura de inovação pode ser um desafio, mas ainda assim é gratificante. Ao incentivar seus funcionários a ter ideias inovadoras, e recompensá-los se elas forem bem-sucedidas ou não, tem conseguido aumentar a eficiência, reduzir custos e ampliar a motivação da equipe.

Por exemplo, as máquinas que produzem o papel da empresa do setor de higiene e bem-estar demoravam até 25 horas para serem restabelecidas após uma falha no sistema. Entretanto, sua equipe encontrou uma maneira de restaurá-las em menos de 30 minutos, e tudo isso veio de uma ideia simples de uma pessoa da equipe. “Essas máquinas enormes custam dezenas de milhões de dólares, e elas não podem ficar ociosas", afirma.

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Quando Richter foi contratado em 2008 pela fabricante, ele foi encarregado de transformar a infraestrutura de TI. Na época, o moral dos funcionários foi reduzido. Não houve inovação porque as pessoas estavam com medo de perderem o emprego.

Alguns anos antes, a empresa havia passado por uma reestruturação que resultou na terceirização da infraestrutura, causando medo para quase todos no grupo, detalha Richter. Cerca de um ano depois, a companhia contratou de volta cerca de 200 engenheiros, enquanto continuou a terceirizar outros.

"A confiança tinha sido quebrada. Tínhamos o moral e o engajamento dos funcionários muito baixos", observa. "A infraestrutura estava desenhada de tal forma que se criaram silos. As pessoas estavam em um modo de autopreservação”, lembra.

Enquanto a pressão para reduzir custos deve ser motivador para qualquer organização buscar ser inovadora, para Richter e para a Kimberly-Clark, a inovação foi a chave para aprimorar o ciclo de vida da tecnologia em vez de manter o que a empresa estava fazendo há anos.

Em seus mais de 30 anos na área de TI, Richter afirma que viu três barreiras comuns à inovação e que todas elas estavam presentes na Kimberly-Clark. O primeiro foi a resistência cultural à mudança. "Já vi muitos grandes ideias que não vão para qualquer lugar porque a empresa não quer", garante. A segunda barreira são os processos. "Eles são capazes de matar a inovação", afirma.

A terceira, prossegue, é o medo do fracasso. Na Kimberly-Clark, esse obstáculo era evidente e muito presente. "Havia um medo palpável de tentar algo e não dar certo. As pessoas pensavam que isso iria prejudicar a carreira para sempre. Eu nunca vi um único caso em que isso de fato se concretizou, mas a percepção estava lá."

Richter lidera um grupo de cerca de 250 funcionários que trabalham em 29 países. O problema com a criação de um grupo separado apenas para a inovação é que seus membros seriam os únicos "encarregados" de ter novas ideias, afirma.

Qualquer empresa pode adaptar seus métodos para promover a inovação em toda a força de trabalho. Na Google, por exemplo, os funcionários ficam focados, a cada semana durante um tempo determinado, na descoberta de novas ideias. Isso não funcionou para a Kimberly-Clark, no entanto, por causa da limitação de tempo, Richter explica.

Em vez disso, ele teve uma abordagem de risco que deu certo. Ele buscou startups para vender, por 30 minutos ou menos, uma ideia. "É muito simples. Faça-me uma proposta e se for boa, vamos prosseguir com ela”, explica.

A empresa também tem um formulário em que os funcionários com novas ideias podem preenchê-lo, mas Richter não o lê. Estranho? Não, diz. O objetivo do formulário é estimular os funcionários a argumentar suas ideias e ser um guia para as perguntas que Richter deverá fazer.

Não se trata de forçar o profissional a ter ideia ou fazê-lo criar um business case, ressalta Richter. "Para mim, o melhor resultado da inovação está em observar o processo criativo e o fato de que eles estão se divertindo com isso”, assinala.

"Não há caso de negócios para a inovação, na minha opinião. É algo novo. Eu duvido seriamente que a Apple fez um business case, quando lançou o iPad, por exemplo", argumenta "Não mate uma ideia, exigindo um business case.”

Se Richter gosta da ideia, ela recebe sua primeira rodada de financiamento. "Se eu somar todas as ideias inovadoras que chegaram até mim nos últimos dez meses elas não custam mais do que 10 mil dólares. Geralmente, não é uma questão de dinheiro, mas de aprovar uma ideia para que ela seja testada", sintetiza.

De acordo com ele, todas as novas ideias devem ter data de vencimento. Se ela funciona, recebe uma segunda rodada de financiamento para provar que pode tornar-se realidade e ser comercializada.

Richter também faz questão de publicar todas as ideias de seus funcionários no site interno da empresa, sejam elas bem-sucedidas ou não, juntamente com seus resultados. Isso, segundo ele, é tão motivador como a possibilidade de financiamento de um projeto.

"Todos querem o sucesso, mas a natureza da inovação é entender que ela pode falhar", diz. "Isso importa? Claro que não. É simplesmente uma oportunidade para começar de novo, dessa vez de forma mais inteligente. Podemos aprender muito com o fracasso e é necessário celebrar a aprendizagem”, finaliza.

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