Tópicos | Interpol

A Polícia Federal (PF) prendeu na última quinta-feira, 30, um cidadão britânico que estava na lista de procurados da Interpol. O estrangeiro foi preso no centro de Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina, acusado de envolvimento com tráfico internacional de drogas.

O mandado de prisão foi expedido pela Corte de Magistrados do Juízo Distrital em Manchester, na Inglaterra. A partir dele o Escritório Central Nacional da Interpol no Brasil solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva visando facilitar o processo de extradição do suspeito.

##RECOMENDA##

Segundo informações que a PF recebeu das autoridades inglesas, o homem — que vivia em Santos (SP) e viajava esporadicamente para cidades de Santa Catarina — é suspeito de integrar uma organização criminosa que traficava grandes quantidades de cocaína e drogas controladas na Europa. A organização era responsável por exportar as substâncias para o Reino Unido por meio de embarcações que atracavam no porto de Liverpool, cidade portuária da Inglaterra.

Ele foi encaminhado para o sistema prisional de Itajaí (SC), cidade vizinha a Balneário Camboriú, e será extraditado para a Inglaterra. A operação da PF teve apoio da Polícia Militar de Santa Catarina.

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) completa 100 anos de combate ao crime, mas também é marcada pela controvérsia sobre os seus alertas vermelhos, que alguns Estados estariam utilizando para perseguir rivais políticos.

Mais de mil responsáveis de todo o mundo se reúnem nesta semana em Viena para a assembleia geral da Interpol, organização nascida há 100 anos na capital austríaca.

"Passamos de uma estrutura de 20 membros em 1923 para 196 membros hoje", disse à AFP o alemão Jürgen Stock, secretário-geral da Interpol, em entrevista na terça-feira.

Após a Segunda Guerra Mundial, esta "plataforma de troca de informações" estabeleceu a sua sede na cidade de Lyon, centro-leste da França.

A principal missão da Interpol é transmitir aos seus membros avisos de busca, conhecidos como "alertas vermelhos", emitidos pela Justiça de um país.

O objetivo é facilitar a prisão desses suspeitos, classificados como "pessoas procuradas" ("wanted persons").

"Ajudamos a conectar continentes para identificar e localizar criminosos fugitivos", diz Stock, de 64 anos.

Os alertas vermelhos serviram para prender em 2008 o ex-líder político sérvio da Bósnia Radovan Karadzic, fugitivo há quase 13 anos, e o serial killer francês Charles Sobhraj, conhecido como "A Serpente".

Com a ajuda da Interpol, a Itália também conseguiu, nos últimos anos, reforçar o seu controle sobre a 'Ndrangheta, a máfia mais poderosa da península.

O banco de dados da organização possui 125 milhões de arquivos policiais e 16 milhões de buscas são realizadas diariamente.

Além do seu trabalho de combate ao crime, a Interpol lançou em maio uma campanha em que pede ao público que identifique os corpos de 22 mulheres encontrados ao longo de várias décadas na Alemanha, Bélgica e Países Baixos.

Graças a esta iniciativa, uma delas, conhecida como "a mulher da flor tatuada", assassinada em 1992, conseguiu recuperar o seu nome, Rita Roberts.

- "Falta de recursos" -

Mas por trás destes sucessos, a organização é acusada de ser usada por certos Estados para rastrear os seus dissidentes.

Em 2014, logo após assumir o cargo, Jürgen Stock abordou esse problema e formou uma equipe de cerca de quarenta especialistas, encarregados de verificar os anúncios de busca antes de serem publicados.

"É claro que analisamos a situação geopolítica do mundo e verificamos o cumprimento dos alertas", afirma o secretário-geral. Em 2022, foram cancelados 1.465, de um total de cerca de 70 mil válidos, "uma pequena porcentagem".

"Se um caso tiver dimensões políticas, militares ou religiosas, se tivermos dúvidas, a Interpol retira-se imediatamente", afirma Stock.

Vários Estados estão atualmente sob vigilância da organização, incluindo a Rússia, que não pode mais transmitir avisos diretamente a outros membros desde que invadiu a Ucrânia. Agora seus pedidos passam primeiro pelo secretário-geral da organização.

Mesmo assim, "erros podem ser cometidos, simplesmente porque não existe uma definição comumente aceita de terrorismo", reconhece Stock, referindo-se aos casos relatados pela ONG londrina Fair Trials.

O jornalista Mathieu Martinière, que publicou em outubro uma investigação exaustiva sobre a Interpol com Robert Schmidt, aponta "a falta de recursos" da organização, com um orçamento de apenas 155 milhões de euros (cerca de 170 milhões de dólares ou 831 milhões de reais) no ano passado.

Martinière lembra que todos os anos "mais de cem pessoas inocentes escapam dos filtros e podem ser extraditadas e depois presas", disse à AFP.

Outro motivo de preocupação é a eleição em 2021 como presidente da Interpol do general dos Emirados Ahmed Naser Al Raisi, alvo de uma investigação na França por suposta cumplicidade em tortura.

Mas diante desta polêmica, a organização defende a sua independência e lembra que o papel do presidente é essencialmente protocolar.

Um pernambucano de 29 anos, foragido da Justiça brasileira, foi preso em La Paz, capital da Bolívia, na última quinta-feira (12). Ele tinha três mandados de prisão em aberto por homicídio e tráfico de drogas. Há três anos, o criminoso havia fugido da Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, localizada na cidade de Limoeiro, no Agreste pernambucano.

O homem, de nome ainda não revelado, esteve preso entre janeiro de 2014 e julho de 2020, quando fugiu do presídio junto com outros 26 detentos. A fuga aconteceu após a explosão de um muro da unidade junto com a parte interna de um pavilhão próximo de onde foram detonados os explosivos.

##RECOMENDA##

O suspeito é investigado por crimes praticados na cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com a Polícia Civil do estado, a operação de prisão do homem foi coordenada em conjunto entre os escritórios brasileiro e boliviano da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). 

A ação foi baseada em investigações da Polícia Civil de Pernambuco, através do Núcleo de Inteligência do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (Dintel), com o apoio adicional da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Pernambuco (Ficco) e de representantes da Polícia Federal em La Paz.

O delegado de Polícia Federal Valdecy Urquiza, diretor de Cooperação Internacional da PF, pode se tornar o primeiro policial brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal que mantém bases e correspondentes em quase todo o planeta. O processo de seleção para um dos postos mais sensíveis da Interpol foi aberto em julho passado e deve se prolongar até junho de 2024. Urquiza tem recebido sucessivas declarações de apoio para chegar lá.

Aos 42 anos, pai de dois filhos, maranhense de São Luís, Urquiza ingressou na Polícia Federal no concurso de 2004 e iniciou as atividades em 2007. Ao longo da carreira, atuou em cargos estratégicos na corporação.

##RECOMENDA##

O secretário-geral representa a Interpol em questões internacionais e é o principal responsável por promover a cooperação entre as unidades nacionais e "garantir a execução eficiente das operações policiais internacionais".

Diversos países já se manifestaram a favor da candidatura brasileira. A expectativa é de que o delegado federal poderá assegurar uma maior "diversidade, dinamismo e inovação" à organização que completará 100 anos em 7 de setembro próximo.

Os ministérios brasileiros de Relações Exteriores e de Justiça e Segurança Pública estão empenhados nos esforços da candidatura brasileira.

O cargo de secretário-geral da Interpol é crucial na administração da organização. É nomeado pelo Comitê Executivo e confirmado pela Assembleia-Geral. Cabe a ele liderar o corpo executivo da instituição, formado por mais de 1.000 profissionais, entre homens e mulheres que atuam nas atividades estratégicas e operacionais da Interpol.

Após a apresentação das candidaturas, o Comitê Executivo da Interpol avalia cada candidato com base em critérios estabelecidos, como experiência em aplicação da lei, liderança, habilidades diplomáticas e capacidade de gestão.

A conclusão dessa etapa do processo de seleção está prevista para ocorrer em junho de 2024.

Encerrado o processo de seleção, o candidato que alcançar o apoio da maioria dos membros do Comitê Executivo é indicado como novo secretário-geral, sendo então confirmado e formalmente designado durante a Assembleia-Geral da Interpol que ocorrerá em novembro de 2024.

Fontes ouvidas pelo Estadão destacaram que esse processo assegura a escolha de um "líder competente e qualificado para dirigir a organização em seus esforços contínuos de combate ao crime em escala global".

A Interpol mantém uma rígida e efetiva estrutura de governança, com a missão de garantir que as atividades da organização respeitem os objetivos e interesses comuns de seus membros. Essa estrutura é formada pela Assembleia-Geral, pelo Comitê Executivo e pela Secretaria-Geral.

Em um século de existência, o cargo de secretário-geral foi sempre ocupado por representantes de países europeus e um dos Estados Unidos. Urquiza poderá romper essa tradição.

O processo de candidatura ao cargo de secretário-geral da Interpol é um procedimento rigoroso e transparente. As candidaturas são abertas a representantes de todos os países-membros. Os candidatos devem apresentar suas credenciais formalmente, acompanhadas de currículo detalhado e uma carta de motivação, onde demonstram suas "habilidades e experiências" relevantes para liderar a organização policial internacional.

Policiais brasileiros ouvidos pela reportagem do Estadão avaliam que Valdecy Urquiza ostenta currículo, experiência e liderança para chegar à Secretaria-Geral da Interpol.

Quem é Valdecy Urquiza

Aos 42 anos, pai de dois filhos, Valdecy Urquiza é delegado da Polícia Federal desde 2004. Atualmente, o Brasil ocupa a vice-presidência da Interpol - cargo ocupado por Urquiza, por mandato.

Eleito em 2021, com término de sua gestão previsto para 2024, ele representa todos os países das Américas no Comitê Executivo da organização.

Urquiza já representou a Polícia Federal junto à Interpol na sede da organização em Lyon, na França, onde liderou a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e proteção de comunidades vulneráveis.

O delegado federal coordenou as atividades globais da Interpol nas áreas de tráfico de seres humanos, contrabando de migrantes e exploração sexual de crianças na internet.

Acumula a função de diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal.

Em 2021, foi eleito pelos 195 países-membros da Interpol para servir como vice-presidente da Interpol para as Américas, para mandato de 2021 a 2024.

Anteriormente, atuou como chefe de Cooperação Jurídica Internacional na PF. Também exerceu o cargo de diretor na Diretoria de Crimes Organizados e Emergentes da Interpol em Lyon, na França, onde liderou a estratégia global da organização sobre crimes contra crianças, tráfico humano e contrabando de migrantes. Nessa função, liderou operações da Interpol na África, Oriente Médio e nas Américas.

Ele foi chefe do Escritório Central Nacional da Interpol no Brasil, chefe da Divisão de Cooperação Policial Internacional e liderou a Diretoria de Tecnologia da Informação na Polícia Federal.

Urquiza é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, possui MBA em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela PUC/SP.

Estudou Justiça Criminal na Universidade de Virginia, Telecomunicações e Tecnologia da Informação na Agência Japonesa de Cooperação Internacional em Tóquio e Gestão e Liderança na Universidade Harvard em Boston.

Também é formado pela Academia Nacional do FBI em Quantico/Virgínia.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal solicite a inclusão do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio na Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Desde o final das eleições de 2022, Eustáquio saiu do Brasil, considerado foragido desde dezembro e acusado pelo STF por atos antidemocráticos. As informações são do portal G1. 

O blogueiro teria participado de manifestações públicas defendendo a intervenção militar, ato considerado inconstitucional. Eustáquio mantinha um blog, que ainda está no ar, com críticas negativas à manutenção do lockdown durante a pandemia da Covid-19 em 2020. A última publicação é de novembro de 2022. Autodeclarado “um dos únicos jornalistas censurados no mundo”, o bolsonarista chegou a ser preso em junho de 2020 por determinação de Alexandre de Moraes. 

##RECOMENDA##

A Difusão Vermelha da Interpol é um instrumento que permite que os dados de alguém considerado procurado sejam divulgados para todos os países vinculados à organização, 194 no total, para que seja permitida sua extradição. 

Justificativa de Moraes 

Segundo o ministro do STF, a inclusão de Eustáquio na lista se sustenta pela justificativa de que ele "se evadiu do território nacional e tem histórico relevante de desobediência às decisões desta Suprema Corte". 

Moraes ainda sustenta que o blogueiro levantou arrecadação de dinheiro com base em mensagens fraudulentas na internet. Uma conta bancária pertencente à sua filha, foi identificado um crédito de R$ 374.741,67, sem origem declarada. 

Defesa alega inconstitucionalidade 

Nesta segunda-feira (31), os advogados de defesa de Oswaldo Eustáquio, Ricardo Freire Vasconcellos e Levi de Andrade, afirmam que os mandados de prisão expedidos no passado são ilegais, e também contestam o pedido de inclusão de seu nome na lista da Interpol. Segundo os magistrados, “um dos supostos crimes seria atentado violento ao estado democrático de direito, delito que não é reconhecido internacionalmente e não tem validade perante a ausência de reciprocidade".

Procurado em mais de 190 países pela Interpol, um paraibano de 29 anos foi preso em Massachusetts, nos Estados Unidos. Condenado por assaltar vários postos de gasolina, ele era foragido da Justiça brasileira desde 2021. 

Natural da João Pessoa e morador do bairro Castelo Branco III, o criminoso foi encontrado pela Interpol norte-americana no último dia 7. Ele foi condenado em 2017 por diversos assaltos com uso de arma de fogo ocorridos em fevereiro de 2015. 

##RECOMENDA##

A 4ª Vara Criminal da Paraíba fixou a sentença de cinco anos de reclusão e, após o cumprimento de parte da pena em regime aberto, ele não deu entrada na Penitenciária de Segurança Média Juiz Hitler Cantalice, onde era esperado em junho de 2018. Por não ter se apresentado, a prisão preventiva foi decretada em fevereiro de 2021, com validade até 2030. 

Seu nome foi colocado na difusão Vermelha da Interpol no dia 30 de setembro do ano passado, após solicitação da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça da Paraíba. A Polícia Federal aguarda a autorização do tribunal para realizar a extradição de Massachusetts a João Pessoa. Ao desembarcar no Brasil, ele será encaminhado ao sistema prisional e ficará à disposição da Justiça da Paraíba. 

A Polícia Federal (PF) concluiu a extradição de um homem condenado a 25 anos de prisão por atropelar e matar duas pessoas no bairro de Beberibe, na Zona Norte do Recife, em 2011. Ele foi encontrado em Portugal e deu entrada no sistema prisional de Pernambuco após desembarcar no Aeroporto dos Guararapes. 

Segundo a PF, em janeiro de 2011, o homem de 40 anos dirigia com sinais de embriaguez, pela contramão e em alta velocidade, quando bateu em uma moto e em outro carro, próximo à Praça da Convenção. As vítimas fatais foram identificadas como David Timóteo de Carvalho e Gildo Alves Pereira Júnior. Outra vítima foi Ingrid Maria de Lima, que sobreviveu aos ferimentos.

##RECOMENDA##

O acusado foi condenado pelo Tribunal do Júri da Capital em 2014, mas só teve a prisão preventiva decretada em agosto do ano passado. A prisão em Portugal ocorreu no dia 2 de fevereiro deste ano, com apoio da Interpol. Ele ficou custodiado até a conclusão dos procedimentos da extradição. 

Na última quinta (1º), o fugitivo desembarcou no Recife, por volta as 22h, e foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML), para realizar o exame de corpo de delito. Em seguida, foi encaminhado ao  Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (COTEL), em Bareu e Lima, onde ficou à disposição da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Pernambuco. 

A Interpol portuguesa localizou um recifense de 40 anos que estava foragido após deixar o Brasil para não cumprir a sentença por dois homicídios. Procurado em 190 países desde agosto do ano passado, ele foi preso no último dia 2 após solicitação da Justiça pernambucana. 

O acusado foi responsável pela morte de duas pessoas em um acidente em janeiro de 2011, próximo aa Praça da Convenção, na Avenida Beberibe. Ele apresentava sinais de embriaguez e conduzia um carro em alta velocidade quando atingiu uma moto e um veículo ocupado por três pessoas que seguia na contramão. Uma das vítimas deixou a esposa e dois filhos, informou a Polícia Federal (PF). 

##RECOMENDA##

A sentença de mais de 25 anos de reclusão foi preferia pelo Tribunal do Júri em agosto de 2014. Após a análise de recursos, a manutenção definitiva pela prisão preventiva foi decretada em agosto de 2022, com validade até fevereiro de 2042. 

Localizado pela divisão internacional da PF,  a extradição de Portugal ao Recife foi solicitada e depende de autorização judicial. Conforme a anuência, policiais federais serão designados para escoltar o retorno do condenado ao Brasil, onde ele será preso e ficará a disposição do 1º Tribunal do Júri do Recife. 

A Interpol de Portugal prendeu um recifense, de 27 anos, pelos crimes de tráfico de drogas e homicídio, cometidos em 2018. Ele era considerado foragido em 190 países desde 2021, quando teve a prisão decretada pela Justiça de Pernambuco. 

A Polícia Federal apontou que o acusado dirigiu um veículo usado para buscar uma vítima de homicídio em casa e levar ao local da execução, próximo ao estacionamento da Marinha, na Rua do Cais de Santa Rita, no Centro do Recife, em março de 2018. O corpo foi jogado no rio e encontrado três dias depois em estado avançado de decomposição. No mesmo ano, o acusado deixou a capital pernambucana e foi morar em Copacabana, no Rio de Janeiro. 

##RECOMENDA##

A investigação apurou que o homicídio foi motivado por um roubo de 19 quilos de skunk, além da quantia de R$ 10 mil que estavam com traficante recifense. Ele teve a prisão preventiva decretada seis meses depois e foi condenado para a prisão definitiva em agosto de 2021, pela 4ª Vara do Tribunal do Júri de Pernambuco. 

Processo de extradição

Seu nome foi incluído na difusão Vermelha da Polícia Internacional em agosto do ano passado por solicitação da justiça pernambucana. A partir daí, ele foi dado como procurado em 190 países que compõe a Organização Internacional de Polícia Criminal – OIPC.   

A prisão em Portugal ocorreu no último dia 4 e a Justiça de Pernambuco aguarda sua extradição. O retorno do acusado ainda depende da autorização da suprema corte portuguesa e, caso a extradição seja aceita, agentes federais viajam ao país para conduzir o preso até o Recife, onde dará entrada no sistema prisional do estado e ficará à disposição da 4ª Vara do Tribunal do Juri. 

Um homem de 53 anos e nacionalidade portuguesa foi preso na última quarta-feira (9), em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, após oito anos sendo procurado pela polícia internacional. Em 2014, ele foi condenado por lenocínio — crime que consiste na exploração da prostituição ou em coagir alguém à prática; por importunação sexual e também por cooperar com a imigração ilegal sob intenção lucrativa. Os crimes foram cometidos entre os anos de 2005 e 2008. 

A prisão foi realizada pela Polícia Federal em Pernambuco através de sua Representação Regional da Interpol. Em 2014, o europeu teve sua sentença proferida e deveria ter cumprido uma pena de quatro anos e dois meses, mas fugiu de Portugal com destino ao Brasil, para evitar a condenação. Seu nome foi colocado na difusão vermelha da Interpol em junho deste ano, e o homem passou a ser procurado em 190 países que compõem a organização. 

##RECOMENDA##

O português foi preso quando estava em seu apartamento, em Boa Viagem, por policiais federais que já haviam feito um levantamento, com base na decisão do Supremo Tribunal Federal, favorável à prisão preventiva para fins de extradição, após solicitação do governo português. De acordo com a PF, não houve qualquer tipo de resistência por parte do preso. 

O homem informou que é empresário e possui um estabelecimento de culinária portuguesa no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. Não existe informação de que ele tenha se envolvido em atos ilícitos ou que tenha cometido algum crime no estado de Pernambuco ou no Brasil.  

Após fazer exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal, o preso foi encaminhado para o COTEL e, assim que for concedida sua extradição pelo Supremo Tribunal Federal, policiais federais pernambucanos irão entregá-lo aos policiais federais portugueses. 

O herdeiro e empresário Thiago Brennand, de 42 anos, foi preso pela Polícia Federal (PF) em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele estava foragido após ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo e ter prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores.

O suspeito viajou para Dubai no dia 4 de setembro e chegou a publicar vídeos nas redes sociais sem a localização. Nascido Thiago Fernandes Vieira, seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol, que conseguiu localizá-lo.

##RECOMENDA##

Investigado por 11 crimes sexuais, desde estupros a tatuagens com suas iniciais 'TFV' feitas à força, Thiago voltou a ser denunciado por agressão contra a modelo Alliny Gomes, de 37, em uma academia na Zona Oeste de São Paulo. Segundo a investigação, ele ainda teria incentivado o filho adolescente a ofender a mulher.

O herdeiro e sua defesa negam as acusações e ele diz que é alvo de uma conspiração. Em um vídeo, Thiago disse que não era fugitivo, mas indicou que não se submeteria ao que classificou como "tribunal de exceção". "Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre", afirmou.

A Justiça francesa investiga desde o final de março o presidente da Interpol por "cumplicidade em torturas", após a denúncia de dois britânicos, numa nova frente judicial contra Ahmed Nasser al-Raisi, dos Emirados Árabes Unidos.

A Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) confirmou à AFP que confiou a investigação a um juiz de instrução de Paris após uma denúncia sobre "torturas" e "detenções arbitrárias" em 2018 e 2019.

Como autoridade policial nos Emirados Árabes Unidos (EAU), Al-Raisi seria considerado cúmplice.

Esse tipo de denúncia na França, cujo sistema de justiça tem jurisdição universal em casos de tortura se os suspeitos estiverem em seu território, permite atribuir quase automaticamente o caso a um juiz de instrução.

Al-Raisi viajou várias vezes desde janeiro a Lyon (leste da França), onde fica a sede da agência internacional de cooperação policial Interpol.

Em um comunicado, os dois britânicos informam que "vão fornecer na quarta-feira as provas das torturas" das quais acusam Al-Raisi durante uma audiência "a pedido do juiz de instrução" da seção de crimes contra a humanidade.

O primeiro denunciante, Matthew Hedges, é um estudante de doutorado na Universidade de Durham, na Inglaterra, especialista nos Emirados Árabes Unidos. Durante uma entrevista coletiva em Lyon em outubro, ele explicou a suposta espionagem que sofreu durante uma viagem de estudos aos Emirados, onde alegou ter sido detido e torturado entre maio e novembro de 2018 e "forçado a fazer uma confissão falsa".

Hedges, condenado à prisão perpétua em novembro de 2018, recebeu indulto uma semana depois, em meio à pressão internacional.

Durante a coletiva de imprensa, Ali Issa Ahmad, agente de segurança de Wolverhampton (centro da Inglaterra), explicou que foi espancado várias vezes e até esfaqueado entre janeiro e fevereiro de 2019 no emirado de Sharjah.

Ahmad foi acusado de apoiar claramente a seleção de futebol do Catar, vestindo uma camisa com a bandeira do país rival dos Emirados Árabes Unidos durante uma partida da Copa da Ásia.

Para os denunciantes, Al-Raissi "é o responsável final pela tortura perpetrada contra eles pelas forças policiais dos Emirados". "Nada disso teria acontecido sem o consentimento ou envolvimento dele", asseguram.

 "Sem fundamento"

Diante das acusações, o presidente da Interpol poderia usar sua imunidade diplomática? Uma fonte próxima ao caso disse à AFP que cabe ao juiz de instrução verificar se ele pode se beneficiar de tal mecanismo.

"Al-Raisi não tem imunidade", declarou em janeiro o advogado britânico dos denunciantes, Rodney Dixon. "Esperamos dele, como presidente da Interpol, sua total cooperação durante toda a investigação sobre seu papel nas torturas e nos abusos perpetrados", acrescentou.

Em seu comunicado, os denunciantes asseguram que iniciaram ações penais na Noruega, Suécia e Turquia, bem como uma ação civil no Reino Unido.

A presidência da Interpol é um papel essencialmente honorário, que Al-Raisi obteve em novembro após sua eleição pelos países-membros, apesar dos protestos de defensores de direitos humanos e líderes políticos.

A PNAT também abriu uma investigação preliminar contra o alto funcionário dos Emirados após uma denúncia de "tortura" e "atos bárbaros" pela ONG Gulf Center for Human Rights (GCHR).

A denúncia refere-se ao caso de Ahmed Mansoor, um dos principais defensores de direitos humanos nos Emirados. A Interpol disse em janeiro que este caso era "um assunto entre as partes afetadas".

Em um comunicado publicado em janeiro de 2020, o ministério das Relações Exteriores dos Emirados rejeitou as alegações "infundadas" da ONG sobre Mansoor.

Um fotógrafo foi preso em Santa Catarina e nove pessoas foram indiciadas na manhã desta quinta-feira (28) em uma operação da Polícia Federal que desarticulou um grupo suspeito de produzir e vender fotos e vídeos de menores sem roupa em sites no exterior e na deep web. A organização atuava há 21 anos e teria feito mais de 120 vítimas com idades a partir dos quatro anos.

Mais de 200 mil arquivos estão sendo analisados pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (SERCOPI/DRCC), que contou com informações da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations- HSI), da Embaixada dos Estados Unidos, e com o apoio do Secretariado Geral da Interpol, localizado na cidade francesa de Lyon.

##RECOMENDA##

Imagens eram comercializadas nos EUA e na Europa

De acordo com a investigação, desde 2001 as meninas eram convencidas a serem filmadas e fotografadas sem peças íntimas e com roupas de banho com a promessa de que o conteúdo era exigido por empresas do mercado de agenciamento de modelos. 

"O principal fotógrafo do grupo também é acusado da prática de crimes sexuais e de induzir as modelos a trocarem de roupa em seu carro e em seu estúdio fotográfico, onde haveria espelhos e câmeras estrategicamente posicionadas", destacou a PF.

O material era comercializado em países como a República Tcheca, Estados Unidos e Rússia para indivíduos que mostravam interesse em abuso sexual infantil e em fazer contato com as garotas.

Operação Abusou

Dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Itajaí, em Santa Catarina. As ordens judiciais foram cumpridas no município de Balneário Camboriú, em Santana do Parnaíba, Interior de São Paulo, e na capital, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro.

A organização foi indiciada pelos crimes de organização criminosa, violação sexual mediante fraude, importunação sexual, assédio sexual, registro não autorizado da intimidade sexual, disponibilização de material pornográfico e estupro de vulnerável. 

"Na medida de suas participações, os indiciados poderão responder pelos crimes citados, tipificados em Lei e no Estatuto da Criança e do Adolescente", reforçou a PF.

Na manhã desta quinta-feira (17), um morador de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, teve celulares, computadores e pen drives apreendidos em casa pela Polícia Federal (PF) por suspeita de armazenar e compartilhar pornografia infantil na internet. O homem de 54 anos será interrogado na delegacia do município.

Os aparelhos serão periciados para confirmar o possível envolvimento do suspeito nos crimes tipificados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Caso condenado, ele pode receber a pena de até seis anos de reclusão.

Abuso de vulnerável intrafamiliar

##RECOMENDA##

A primeira fase da Operação Protec ocorreu em 11 de abril de 2021, quando o radar da Interpol identificou um pai que estuprava uma criança, de cinco anos, desde agosto de 2020. Ele registrava os abusos em foto e vídeo e compartilhava na camada oculta da rede mundial de computadores chamada de DeepWeb.

Na ocasião, a PF cumpriu dois mandados de prisão temporária e três de busca e apreensão em Araripina, também no Sertão do estado, e Caldeirão Grande do Piauí.

Os investigados foram conduzidos à Delegacia da Polícia Federal em Salgueiro, onde foram autuados por estupro de vulnerável e produção e difusão de pornografia infantil.

Balanço dos primeiro meses de 2022

A PF informou que 28 operações contra pornografia infantil na internet foram deflagradas em 2022. Ao todo, 68 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e 22 pessoas presas.

A Interpol (divisão internacional da Polícia Federal) resgatou um menino, de cinco anos, que deixou a Suíça e foi trazido a Pernambuco pela mãe, sem o consentimento do pai. A criança foi encontrada em Candeias e embarcou de volta à Zurique na manhã da última quarta (14).

As autoridades definem o caso como sequestro interparental cometido pela mãe, uma brasileira de 43 anos. Ambos foram anunciados como desaparecidos desde o dia 4 de agosto, após ela deixar a Suíça e voltar ao Brasil contra a vontade do pai.

##RECOMENDA##

Sem comunicar sobre o retorno ao Brasil, a mulher desobedeceu a lei local e a Polícia Cantonal de Solothurn suspeitou que ela tivesse voltada à casa de parentes no Brasil, e decidiu acionar Cooperação Internacional da PF em Brasília.

Por conta da origem da mãe, as buscas começaram em Pernambuco no dia 1º de setembro. A Polícia descobriu no dia 6 de outubro que ela havia retornado à Suíça para renovar o passaporte da criança e resolver questões pessoais com o ex-marido. Conforme informações colhidas pela Polícia Judiciária de Portugal no Aeroporto de Lisboa, o filho havia sido deixado com a avó no Brasil.

O menino foi encontrado na casa da tia, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Na última sexta (10), a Vara da Infância e da Juventude do município expediu o alvará que autorizou sua viagem de retorno à Suíça, acompanhado do primo brasileiro.

Ele embarcou no Aeroporto do Recife por volta das 11h25 da terça (14) e chegou seguro à Zurique no dia seguinte, onde foi recebido pelo pai, informou a PF.

A Justiça brasileira entendeu que não houve abandono de incapaz, pois a criança foi deixada com parentes durante a ausência da mãe. Porém, ela permanece na Suíça e pode ser penalizada por deixar o país de forma irregular.

Envolvida no processo de extradição do blogueiro Allan dos Santos dos Estados Unidos, Geórgia Renata Sanchez Diogo foi exonerada da chefia da Assessoria Especial Internacional do Ministério da Justiça nesta sexta-feira (3).

Ela indicou que vai assumir outro cargo na assessoria internacional e o conselheiro da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Lauro de Castro Beltrão Filho, vai para seu lugar.

##RECOMENDA##

"No passado, também já teve diplomatas nesse cargo. Faz parte, né?", comentou ao Globo.

Prática comum

Também envolvida na extradição do bolsonarista responsável por fake news para favorecer o presidente, a delegada Silvia Amélia já havia sido exonerada da chefia da Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.

Na última quarta (1º), a delegada da Interpol Dominique de Castro Oliveira foi demitida da organização internacional vinculada à Polícia Federal com apenas 16 meses de atuação. Ela processou a solicitação para incluir Allan na lista vermelha da Interpol.

Ao deixar o posto, ela apontou que deve ter feito "algum comentário que contrariou" a direção da PF. Qual foi, quando, para quem, em que contexto e ambiente, não sei. A chefia também disse que não sabe, cumpriu uma ordem que recebeu”, descreveu na despedida.

Moro denuncia interesses pessoais

A instituição sofre recorrentes trocas de superintendentes que assumem investigações contra pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim ocorreu com os delegados dos inquéritos do filho Renan e do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O controle sobre a PF motivou o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que revelou que foi impedido de investigar os filhos do presidente e que Bolsonaro usa a instituição para defender interesses pessoais.

Quase um século após sua criação, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) pode ter pela primeira vez um representante brasileiro na vice-presidência do Comitê Executivo. O delegado de Polícia Federal Valdecy Urquiza Júnior disputa a vaga com candidatos da Colômbia e de Trinidade e Tobago.

A eleição está marcada para a próxima quarta-feira, 25, quando representantes dos países-membro vão se reunir pela primeira vez desde o início da pandemia em Istambul, na Turquia, para participar de uma versão encurtada da Assembleia Geral - que, em condições normais, é convocada anualmente.

##RECOMENDA##

Ao todo, 194 nações integram hoje a Interpol em um esforço coletivo para oferecer resistência a crimes transnacionais. Sem uma perspectiva concreta para o fim da crise sanitária, alguns países decidiram não enviar delegações ao evento, o que deve reduzir o universo de participantes a 160 nações, aumentando o peso de cada voto.

O Comitê Executivo da Interpol é responsável por indicar, a cada cinco anos, o secretário-geral da organização. Há também outras atribuições estratégicas, como a definição do orçamento, das metas a serem priorizadas a cada gestão e das diretrizes de fiscalização das atividades. A perspectiva de participar das tomadas de decisão faz com que, tradicionalmente, as vagas sejam disputadas até a véspera da votação. As eleições deste ano acontecem em meio a uma demanda crescente por maior diversidade geográfica nos cargos de tomada de decisão.

"De fato, o poder da organização vem desse conselho. Isso porque todos os países participam da organização em um espírito de cooperação multilateral, mas evidentemente que cada um tem sua agenda prioritária", explica o delegado Valdecy Urquiza Júnior em entrevista ao Estadão. "Hoje ainda há uma concentração, nos cargos de direção da organização, de países da Europa. O Comitê Executivo traz a possibilidade de o Brasil influenciar mais nas decisões pensando em seus interesses nacionais e regionais", acrescenta o candidato brasileiro.

Urquiza disputa a vaga de vice-presidente das Américas para um mandato de três anos. O Comitê tem ainda vice-presidentes oriundos da Ásia, África e Europa, além de delegados para cada região do globo e de um presidente que comanda o colegiado.

Embora a articulação para angariar apoio em torno da candidatura do delegado tenha sido iniciada com antecedência, há pouca margem para prever o resultado da votação. Isso porque, até o dia que antecede a eleição, os países ainda podem colocar novos nomes na disputa. Fora o fator surpresa, outro aspecto que dificulta prognósticos é a definição de alianças estratégicas pessoalmente, nos primeiros dias da Assembleia Geral, quando representantes dos países sentam à mesa em sucessivas reuniões bilaterais.

"Nesse termômetro das bilaterais é que a gente consegue de fato sentir o volume de apoio. A impressão que nós temos até agora é que a candidatura é robusta e viável, mas pela experiência de eleições anteriores, a gente só consegue saber no curso da Assembleia. É um ambiente muito volátil", avalia Urquiza.

Entre os pares, o delegado é visto como alguém que tem uma ‘visão global’ do trabalho das polícias. Além de ter comandado o escritório central da Interpol no Brasil, entre 2015 e 2018, também liderou uma equipe de 60 policiais, de diferentes nacionalidades e espalhados em seis países, enquanto chefiou a Diretoria de Crime Organizado na Interpol em Lyon, na França, até dois meses atrás.

"Esses trabalhos deram uma projeção não só ao Brasil, mas também a mim enquanto delegado de Polícia Federal. A experiência em Lyon fez com que eu mantivesse, ao longo desse período todo, uma articulação muito forte com os diversos países que são membros da organização", afirma.

Desde 2018, o Brasil é representado no Comitê Executivo pelo delegado de Polícia Federal Rogério Galloro no posto de delegado para as Américas. O fim mandato, no entanto, coincide com as eleições na próxima Assembleia Geral. A PF apostou na candidatura de Urquiza como uma estratégica para manter a participação do País no conselho.

Leia a entrevista completa com o delegado Valdecy Urquiza Júnior:

 

Como o nome do Sr. foi escolhido? É uma escolha do diretor-geral da Polícia Federal?

 

Qualquer país pode apresentar candidatura estabelecidos alguns critérios. O Brasil pode concorrer, no Comitê Executivo, às vagas que são destinadas a representantes dos países Américas. Essas vagas são: uma vaga de vice-presidente e duas vagas de delegados. São três postos para cada região do globo. A decisão de aplicar uma candidatura e, aplicando a candidatura, quem será o candidato é uma decisão do país. No caso do Brasil, foi uma decisão tomada em conjunto pela Polícia Federal, Ministério da Justica e Ministério de Relações Exteriores. Os critérios analisados para essa escolhas são a capacidade de exercer as atribuições do cargo uma vez eleito e, evidentemente, aquele nome que puder agregar mais apoio de outros países em torno da sua candidatura. Essa decisão foi tomada aqui na Polícia Federal, depois de uma análise entre vários potenciais candidatos, basicamente considerando a experiência que eu tive desde 2014 à frente das diversas áreas de cooperação internacional da Polícia Federal e junto à própria Interpol. O processo de escolha foi desenvolvido ao longo desse ano todo.

Por que é importante para o Brasil ocupar esse cargo? De onde vem essa avaliação de que o País deveria concorrer esse ano?

 

Ao longo das últimas duas décadas, os crimes passam a ser cada vez mais transnacionais e exigem que a produção de prova seja realizada em mais um país. Ano após ano, o trabalho de cooperação policial internacional ganha mais relevância. A Interpol foi criada, em 1923, pensando só em fugitivos. Hoje basicamente qualquer tipo de delito é transnacional e exige atividade internacional para elucidação do fato. A Polícia Federal vem expandindo nos últimos anos a atuação nessa área para garantir que nossas investigações continuem eficazes. O Brasil faz parte de algumas plataformas regionais, como Europol e Ameripol. Há também plataformas próprias da Polícia, como seus adidos no exterior. Mas há uma única plataforma global de fato que é a Interpol. O diferencial é que, desde a sua constituição, a Interpol mantém o mandato legal de armazenar e compartilhar informações de natureza criminal. Além da troca sistematizada de informações, você consegue a união de esforços em torno de interesses regionais ou até mesmo nacionais. Aí começa a discussão da importância de aplicar para uma vaga. A organização é dirigida por um grupo de diretores, o braço executivo, liderados por um secretário-geral. Por outro lado, há o braço de governança, que é o Comitê Executivo, uma espécie de conselho de administração com atribuições estratégicas, como a definição de orçamento, priorização e fiscalização das atividades, indicação e manutenção do secretário. Tradicionalmente esse comitê sempre foi muito disputado por todas as nações. De fato, o poder da organização vem desse conselho. Isso porque todos os países participam da organização em um espírito de cooperação multilateral, mas evidentemente que cada um tem sua agenda prioritária. Nosso interesse é participar da tomada de decisões estratégicas. Hoje ainda há uma concentração, nos cargos de direção da organização, de países da Europa. O Comitê Executivo traz a possibilidade de o Brasil influenciar mais nas decisões pensando em seus interesses nacionais e regionais.

Qual função efetiva que desempenha o vice-presidente da Interpol?

 

O vice-presidente é a voz final para a região. O representante da região, de fato, não só nas reuniões do comitê, mas para as diversas ações da organização, é de fato o vice-presidente. Também é o responsável por promover a articulação dos países da região, principalmente por meio das reuniões bianuais com todos os chefes de Polícia das Américas, presididas pelo vice-presidente. É o momento em que são preparados os temas que a região quer dar encaminhamento na Assembleia Geral.

O Sr. foi chefe do Escritório Central da Interpol no Brasil (2015-2018) e diretor de crime organizado da Interpol em Lyon, na França (2018-2021). Como foi esse trabalho anterior na organização?

 

Esses trabalhos deram uma projeção não só ao Brasil, mas também a mim enquanto delegado de Polícia Federal. A experiência em Lyon fez com que eu mantivesse, ao longo desse período todo, uma articulação muito forte com os diversos países que são membros da organização. Na chefia do escritório da Interpol no Brasil, nós iniciamos a estratégia de robustecer nossa atuação internacional e reestruturar nossa atividade na Interpol. Disso resultou a restauração do nosso grupo de capturas internacionais. Em 2015, chegamos a bater o recorde histórico da localização de foragidos internacionais do exterior no Brasil. Tivemos ainda uma reestruturação da nossa atividade operacional, para fortalecer o desenvolvimento de operações conjuntas com outros países. Passamos a focar também na qualidade do uso dos dados criminais mantidos pela Interpol, alimentando de forma mais sistematizada e consumindo melhor esses bancos de dados. Um exemplo: passamos cruzar, em tempo real, todo o nosso controle migratório e toda a lista de passageiros de voos internacionais com os bancos de dados da Interpol. Nós instituímos também a utilização do banco de dados para rastreamento de armas. Outra iniciativa foi a inclusão de informações de veículos roubados do Brasil que possam ter sido desviados para outros países. Passamos a usar também mais os dados de biometria na identificação não só de fugitivos, mas também de pessoas desaparecidas, e a enviar especialistas em identificação facial e biometria para trabalhar na Interpol construindo metodologias e aprendendo novas técnicas. Outra iniciativa foi a nossa entrada oficial, em 2015, no complexo global de inovação tecnológica da Interpol em Singapura, que é o maior centro global de inovação policial do mundo. Esse foi o trabalho desenvolvido ao longo de quase quatro anos e, por conta dele, a Interpol convidou o Brasil, pela primeira vez, para participar do processo seletivo para uma vaga de direção. Nessa posição em Lyon, me coube definir e implementar a estratégia global da organização na área de crime organizado, com foco mais específico em um programa prioritário para comunidades vulneráveis e um componente muito forte também da parte de crimes financeiros e cibernéticos. Esse trabalho envolvia tanto atividades estratégicas quanto operacionais. Paralelo a isso, cabia também a liderança de um esforço na atividade de identificação de vítimas de exploração sexual infantil.

O Sr. calcula que sua candidatura tem apoio de quais países? A PF tem dialogado com representantes de outras delegações?

Na manhã de quinta-feira, dia 25, lá em Istambul eles vão abrir a votação para escolha do presidente do Comitê Executivo e dos representantes de cada região. Até o dia anterior, há possibilidade dos países apresentarem novas candidaturas. O que a gente tem de mais claro hoje são as candidaturas oficialmente postas (Colômbia e Trindade e Tobago), mas não é incomum que na abertura da Assembleia outras delegações apresentem nomes para a disputa. Evidentemente que eles não têm o mesmo peso de uma candidatura que vem sendo trabalhada de forma estruturada, mas é um fator que que torna difícil fazer previsões. Dos 194 países membros, há uma expectativa de presença de cerca de 160 delegações, cada uma delas tem um voto. Esse voto é influenciado por alguns fatores: as características técnicas e pessoais de cada candidato; o trabalho diplomático construído em torno daquela candidatura, desenvolvido em conjunto pela Polícia Federal e o Ministério de Relações Exteriores; e o histórico de relações de cooperação entre as polícias dos países. É o conjunto desses fatores que vai definir a massa de votos. No dia anterior à votação é reservado um momento para cada um dos candidatos apresentar um discurso ao plenário, que também costuma influenciar a escolha daqueles países que ainda não definiram o voto até o último instante. De modo que, para ter um panorama mais específico, é preciso aguardar o andamento da Assembleia Geral. Durante o evento, é feito um trabalho de reuniões bilaterais constantes. Esse ano, como a Assembleia foi reduzida, os países resolveram iniciar esses trabalhos antes do evento, no domingo, para manter a possibilidade do volume esperado de reuniões. Elas servem para discutir assuntos diversos, inclusive as possibilidades de apoio ainda não-declarados para as candidaturas. Nesse termômetro das bilaterais é que a gente consegue de fato sentir o volume de apoio. A impressão que nós temos até agora é que a candidatura é robusta e viável, mas pela experiência de eleições anteriores, a gente só consegue saber no curso da Assembleia. É um ambiente muito volátil.

Qual será a composição da delegação enviada pelo Brasil para participar da Assembleia? Além do diretor-geral, os ministros da Justiça e das Relações Exteriores vão ao evento?

 

No passado, a gente já teve presença de ministros de Estado. Depende da agenda também. Esse ano quem vai liderar a delegação é o diretor-geral da Polícia Federal. É o esperado, independente da candidatura, porque é o mais relevante evento de discussão estratégica para as polícias. É um evento que dificilmente é perdido por algum chefe de organização policial. Também é quase obrigatória a presença do chefe do escritório da Interpol em cada país para discussões de ordem técnica, que não raro só podem ser travadas pessoalmente. Outra presença esperada é do coordenador de cooperação internacional para reuniões bilaterais que discutem, por exemplo, o estabelecimento de missões diplomáticas policiais e o fortalecimento de posições nos diversas organismos regionais. Eu estarei presente, como candidato, uma vez que o candidato só pode ser votado se comparecer na Assembleia. Há ainda técnicos designados para conduzir apresentações em painéis. Via de regra, a Polícia Federal também sempre convida o Ministério de Relações Exteriores para participar e é esperada a presença deles na delegação, principalmente porque estamos no processo de eleição, a participação deles é ainda mais relevante.

Com a prisão de um casal de equatorianos em Corumbá, na fronteira do Mato Grosso do Sul com a Bolívia, no último sábado, dia 13, agentes da Interpol bateram a marca de 60 foragidos capturados em território nacional ao longo de 2021.

A Interpol no Brasil é formada por grupo de agentes e delegados da Polícia Federal. O trabalho é dividido em duas grandes frentes: receber os pedidos de cooperação internacional de outros países e investigar os crimes notificados, que vão desde tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, crimes cibernéticos e outros; e transmitir as solicitações da polícia brasileira, inclusive com a publicação de "difusões vermelhas", o alerta máximo da Organização Internacional de Polícia Criminal que limita os deslocamentos do alvo, seja ele um brasileiro no exterior ou um estrangeiro foragido no Brasil.

##RECOMENDA##

Quando há suspeita de que um fugitivo poderia estar no País, a Polícia Federal inicia os procedimentos de localização e, uma vez encontrada, solicita ao Supremo Tribunal Federal a autorização para sua prisão e posterior extradição.

Entre os 60 foragidos presos pela Polícia Federal em 2021 estão traficantes, mafiosos e homicidas, incluindo o integrante da máfia calabresa N’Drangheta Rocco Morabito, o traficante colombiano do cartel de Medellín Efe Sullivan Loaiza Durango e um abusador sexual do Uruguai.

A prisão mais recente, do casal de equatorianos, foi motivada por um homicídio que aconteceu em outubro. Eles são acusados de ter provocado a morte de uma criança de sete anos, filha da mulher equatoriana, decorrente de severas agressões que lhe provocaram traumatismo craniano.

Uma recifense que fugiu para Portugal após causar o prejuízo de R$ 300 mil à empresa em que trabalhava há 21 anos foi extraditada nessa quarta-feira (13). A auxiliar administrativa, de 36 anos, desembarcou no Aeroporto Internacional dos Guararapes sob custódia da Polícia Federal (PF) por volta das 20h40 e foi encaminhada direto para o sistema prisional feminino.

Foragida há cerca de três anos em Lisboa, agentes federais viajaram para capturá-la após tratativas diplomáticas entre as autoridades brasileira e portuguesa. Ela morava do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, e foi denunciada por efetuar os descontos de duplicatas sem que a fábrica localizada no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, prestasse os serviços.

##RECOMENDA##

A denúncia foi feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em julho de 2016 e sua prisão preventiva decretada em outubro de 2019. No mesmo ano ela fugiu do Brasil e a Justiça acionou a Núcleo de Cooperação Policial Internacional (Interpol) para incluir seu nome na difusão vermelha.

Após integrar a lista de procurados internacionais, no dia 20 de julho deste ano, a recifense foi localizada na capital portuguesa no último 31 de agosto. Ela é acusada de furto qualificado com abuso de confiança e por emitir duplicatas simuladas, cujas penas variam de 4 a 12 anos de reclusão.

Procurada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), uma recifense foi presa em Portugal após aplicar um golpe na empresa em que trabalhava e fugir do Brasil. Ela foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 2016 e estava foragida das autoridades brasileiras desde 2019, quando teve a prisão preventiva decretada.

De acordo com a investigação que uniu as Polícias Federais dos dois países, a suspeita de 36 anos era auxiliar administrativa e trabalhava na empresa de fabricação de peças em Afogados, Zona Oeste do Recife, há 21 anos.

##RECOMENDA##

Ela desviava dinheiro da fábrica ao emitir duplicatas sem a devida correspondência dos serviços prestados efetuando os respectivos descontos. Conforme a denúncia, o prejuízo foi de R$ 300.000.

Crimes

Moradora do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, a pernambucana foi denunciada pelo MPPE em julho de 2016 pelos crimes de furto qualificado com abuso de confiança e duplicata simulada, cujas penas variam de quatro a 12 anos de reclusão.

A prisão preventiva foi decretada em outubro de 2019 e, desde então, a Polícia brasileira buscava informações após confirmar a fuga para Lisboa. No dia 20 de julho deste ano, a Interpol incluiu seu nome na 'difusão vermelha' com intuito de localizá-la e cumprir a extradição.

Prisão

A captura por policiais federais portugueses foi realizada na última terça-feira (3), mas o núcleo brasileiro aguarda autorização para viajar ao país e concluir o processo de extradição. No Brasil, ela deve ser encaminhada ao sistema prisional, onde começa a cumprir determinada pela Justiça.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando