Tópicos | Itaipu

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, minimizou as divergências entre Brasil e Paraguai para definir a tarifa da usina binacional de Itaipu. "Estamos em uma negociação diplomática. O modelo de gestão compartilhada de Itaipu é de sucesso. Sempre houve estresse natural e legítimo, pois características do Brasil e Paraguai são diferentes", disse ele.

Os dois países precisam chegar a um acordo sobre os valores cobrados pela eletricidade gerada na usina - os paraguaios, que vendem seu excedente para o Brasil, buscam uma forma de aumentar a tarifa ou poder comercializar a energia com outros países ou empresas por valores mais altos. As regras estavam estipuladas no tratado original para construção de Itaipu, e expiraram no ano passado com o término dos pagamentos da obra.

##RECOMENDA##

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Santiago Peña, não chegaram a um acordo nesta segunda-feira, dia 15, sobre a revisão das condições de venda da energia gerada pela usina hidrelétrica Itaipu Binacional. Eles ficaram reunidos por quase 5 horas no Palácio do Itamaraty, e ao fim do encontro, Lula reconheceu as divergências sobre o valor da tarifa de Itaipu, afirmou que o assunto será rediscutido e prometeu buscar uma solução rápida em reuniões futuras.

O impasse se arrasta desde agosto do ano passado, e levou o Paraguai a bloquear a aprovação do orçamento de 2024 da empresa, o que provocou problemas para que Itaipu honrasse os pagamentos em dia, embora não houvesse falta de caixa. Os atrasos pressionaram politicamente os presidentes a realizar a reunião nesta segunda.

##RECOMENDA##

A usina tem 12 diretores, seis de cada país-sócio. O conselho de adminsitração se reúne a cada dois meses. Mas, no segundo semestre do ano passado, os representantes paraguaios passaram a protelar decisões e diziam aguardar pela definição do valor da tarifa, segundo os gestores brasileiros.

Assinado em 1973 pelos governos militares, o Tratado de Itaipu estabeleceu as bases para a construção, a operação e o pagamento da dívida contraída para financiar a obra da usina. Cada país ficou com metade da energia gerada, mas o Brasil compra, com exclusividade, do Paraguai mais 30%, pelo mesmo valor. O Anexo C trata dos termos financeiros.

"Temos que fazer uma discussão profunda sobre o Anexo C. Tenho muito interesse que isso seja feito o mais rápido possível e que a gente possa trabalhar para apresentar tanto ao Paraguai quanto o Brasil uma solução definitiva de novas relações entre Paraguai e Brasil na gestão de nossa importante empresa Itaipu", afirmou Lula, em breve declaração após o fim da visita de trabalho do paraguaio. "Nós vamos rediscutir a questão das tarifas de Itaipu. Nós temos divergência na tarifa, mas estamos dispostos a encontrar uma solução conjuntamente e nos próximos dias vamos voltar a fazer uma reunião."

Lula afirmou que agora é o Brasil quem deve fazer uma reunião em Assunção, como visitante, para retomar as tratativas em busca da "solução definitiva" a respeito da tarifa de Itaipu, e sugeriu um encontro conjunto em Porto Murtinho (MS), na Ponte da Integração. "Espero que na próxima reunião a gente possa dizer o que aconteceu de fato e o acordo que fizemos", afirmou o petista.

Peña disse que deseja receber a visita de Lula, mas que pretende voltar ao País muitas vezes e conversar com toda a classe política para "mudar a visão que o Brasil tem do Paraguai". "O Paraguai é um parceiro, um amigo do Brasil, e um trabalho que temos que fazer é mudar a visão que o Brasil tem sobre o Paraguai. Quero trabalhar nisso, em todas as regiões, e com a classe política, claro. É meu desejo falar com o Congresso Nacional. É um desejo muito importante para mim falar com os senadores, deputados e governadores, nesse processo de construção juntos", afirmou Peña.

Após 50 anos, a dívida total de US$ 63,5 bilhões foi quitada em fevereiro do ano passado. E o acordo previa que, em 13 de agosto de 2023, venceriam as condições do Anexo C, que poderiam ser mantidas ou renegociadas durante a revisão. A tratativa é coordenada pelas chancelarias dos países.

"Os objetivos (do tratado) foram alcançados. Tem muita gente que estudou os ganhos e perdas, mas a hidrelétrica está lá", afirmou Peña. "Paraguai e Brasil são campeões do mundo em geração de energia elétrica, mas temos que olhar o futuro e sou muito ambicioso no que podemos atingir. A reunião de hoje foi muito importante, transmitimos a visão do Paraguai, escutamos a posição do Brasil, que tem muito para contribuir nesse processo."

Em sua primeira visita do País, ainda como presidente eleito, Peña afirmou que defendia a necessidade de revisar e renegociar o Anexo C.

Anexo C prevê que cada país tem direito à metade da energia gerada pela usina e venda ao outro o que não utilizar. O Paraguai já defendeu, por exemplo, que o excedente possa ser comercializado com outros países - o que foi contestado pelo lado brasileiro - e argumentou que o Brasil paga muito barato pela energia excedente que compra.

No anexo, estão as condições de suprimento de energia, o custo do serviço de eletricidade, a receita e outras disposições que compõem as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade, conforme a empresa.

As decisões do conselho de administração precisam ser tomadas por consenso, mas há interesses opostos na definição da tarifa de Itaipu. Ela é calculada pelo Cuse (custo unitário dos serviços de eletricidade), composto por dívidas, despesas de operação, caixa e os encargos do Anexo C, que está em revisão, entre eles rendimentos de capital, royalties, ressarcimento e cessão de energia.

O objetivo não é o lucro, mas somente cobrir os custos de operação.

Com dupla gestão, a usina responde atualmente por 86,4% de toda a energia elétrica consumida no Paraguai - e não há mais demanda. No Brasil, a proporção é de 8,7%. Para comparação, em 2008, por exemplo, a usina era responsável por fornecer 20% de toda a energia elétrica consumida no território brasileiro.

O Brasil entende que a tarifa deve ser estabelecida levando em conta uma nova realidade global e outras fontes de energia renovável em expansão. A tarifa de Itaipu acaba por impactar o custo de energia interno no País.

O governo reclama que há forte pressão política e da sociedade paraguaia por ganhos e que isso torna a negociação mais complexa. Desde sua eleição, em abril de 2023, Peña trata diretamente com Lula, sempre que se encontram, sobre a necessidade de revisão do tratado. O assunto é considerado uma "causa patriótica" no país.

A negociação é complexa, segundo diplomatas, porque os ganhos com a venda de energia de Itaipu representam uma grande parte do orçamento do Paraguai. Um diplomata brasileiro afirmou que o assunto é tão sensível que pode "derrubar um governo" no país vizinho.

Em 2019, os países assinaram um acordo secreto estabelecendo as condições da compra da energia até 2022. Na prática, os termos acordados elevariam custos à Ande, estatal de energia paraguaia, em cerca de US$ 200 milhões. Por isso, levou a um pedido de impeachment do então presidente paraguaio Mario Abdo Benítez.

Entre 2009 e 2021, o valor ficou fixado em US$ 22,60/kW.mês (quilowatt-mês). Em 2022, o governo Jair Bolsonaro conseguiu reduzir para US$ 20,75/kW.mês (quilowatt-mês).

No ano passado, o governo Lula conseguiu uma redução ainda maior, e passou a vigorar a tarifa de US$ 16,71/kW.mês (quilowatt-mês), queda de 8% em relação ao a 2022 e de 26% em relação à tarifa que vigorou por 12 anos.

O governo do Paraguai quer a volta da tarifa a US$ 20,75, enquanto o Brasil pretende manter o mais baixo possível. Como não houve acordo até o fim do ano, a Cuse permaneceu provisoriamente em US$ 16,71, o que a gestão brasileira considera positivo manter.

Em outubro do ano passado, o diretor-geral de Itaipu pelo lado brasileiro, o petista Enio Verri, disse que a Cuse deveria ser de US$ 12,47, o que permitiria a realização de investimentos mínimos. Ele reconheceu, porém, que a prioridade do Paraguai é aumentar a tarifa, enquanto a do Brasil é reduzir.

Os paraguaios defendem novas formas e mais liberdade de uso de sua cota na energia gerada pela usina, como forma de pressão. Ou cobram a elevação da tarifa, que permite investimentos do governo paraguaio em infraestrutura e geração de empregos internamente, como também vem fazendo o Brasil. Esse é um interesse político comum e cada vez mais usual, por meio do caixa de Itaipu.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, receberá na segunda-feira, 15, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, em Brasília. Ambos se encontrarão às 11 horas (de Brasília) no Palácio Itamaraty, de acordo com a agenda oficial divulgada neste domingo, 14.

Segundo nota do Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira, um dos temas da conversa será a usina hidrelétrica de Itaipu.

##RECOMENDA##

Brasil e Paraguai negociam um novo acordo sobre a divisão da energia produzida na planta, que fica na fronteira entre os dois países.

Outros compromissos

Além do encontro com o presidente do Paraguai, Lula tem mais três compromissos oficiais marcados.

Ele receberá no Palácio do Planalto a ministra da Cultura, Margareth Menezes, às 15; o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, às 15h30; e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, às 15h45.

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, disse que os dois países devem pensar o futuro da Usina Hidrelétrica de Itaipu para os próximos 50 anos. Segundo ele, o acordo entre Brasil e Paraguai sobre os aspectos econômicos da usina binacional deve ser finalizado ainda este ano. “Estou muito otimista de que as negociações possam ser concluídas muito rápidas”, disse Peña.

Segundo o presidente eleito, o objetivo é construir uma visão conjunta dos dois países sobre o futuro da hidrelétrica. O Tratado de Itaipu, assinado em 1973 pelos governos de Brasil e Paraguai, fala que, depois de 50 anos, o anexo C, que estabelece os termos financeiros, deve ser rediscutido.

##RECOMENDA##

“Quando o acordo foi assinado, o objetivo foi construir, operar e pagar a dívida de Itaipu, o que foi feito. A obra foi construída, opera corretamente e a dívida foi paga totalmente. Hoje, temos que falar qual é o novo papel que vai ter para os próximos 50 anos”, disse Peña, ao sair do encontro com Lula no Palácio da Alvorada.

O presidente eleito do Paraguai diz que acredita ser possível manter as condições de compra do excedente de energia pelo Brasil. Atualmente, cada país tem direito a metade da energia produzida pela usina, mas o Paraguai usa apenas cerca de 15% do total. Pelo tratado, o Brasil tem preferência de compra da energia excedente dos paraguaios.

“O Paraguai não está buscando uma política rentista, está buscando uma política desenvolvimentista. O Paraguai quer desenvolver seu país, temos muita gente jovem que quer trabalhar. Estamos buscando uma política econômica que vá gerar emprego, e a ideia não é mudar o emprego do Brasil para o Paraguai”, disse Peña.

O encontro entre Lula e Peña tratou de uma agenda ampla de integração global, regional e bilateral entre os dois países. Foram discutidos temas de cooperação na área de segurança, econômica, passagem de fronteira e também a melhoria da cooperação na área de investimentos para a região.

Lula já confirmou a presença nas cerimônias de posse presidencial do paraguaio, em Assunção, no dia 15 de agosto.   Acordo Mercosul e União Europeia  Outro assunto tratado na reunião, segundo Peña, foi a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

“Estou muito otimista que o presidente Lula, como presidente pro tempore do Mercosul vai levar essa negociação de maneira muito exitosa”, disse Peña.   

Nas redes sociais, Lula disse que gostou muito da reunião. “Falamos do acordo da União Europeia e Mercosul e a necessidade de nos engajarmos para fazer as coisas rápido. Também dos paraguaios no Corinthians. Queremos trabalhar juntos nesses anos que teremos pela frente com nossos mandatos em comum”, declarou o presidente brasileiro.

[@#video#@]

O Congresso Nacional analisa um projeto de lei que libera mais de R$ 1,2 bilhão para o Ministério de Minas e Energia. O dinheiro será usado para a capitalização inicial de uma nova estatal, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A., a ser criada para atuar como controladora das empresas Itaipu Binacional e a Eletrobras Termonuclear S.A. 

 O PLN 16/2022 responde sozinho por quase metade dos créditos pendentes de votação no Congresso, que somam mais de R$ 3 bilhões. Ao todo, 16 projetos abrem créditos especiais ou suplementares que ainda precisam passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), antes de serem votadas por senadores e deputados em sessão conjunta. 

##RECOMENDA##

Dos 16 projetos em tramitação, nove são recentes e ainda não foram encaminhados à CMO. Eles dependem de despacho do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, como o que abre crédito para a nova estatal. Segundo o Palácio do Planalto, o crédito especial não afeta a obtenção da meta de resultado primário fixada para este ano. 

Outro projeto que aguarda despacho à CMO é o PLN 23/2022, que libera R$ 379,7 milhões para a Petrobras. Os recursos devem ser aplicados na implantação de unidades de processamento de gás natural do pólo pré-sal da Bacia de Santos, com capacidade de processamento de 21 milhões de metros cúbicos por dia.

  O PLN 26/2022 também depende de despacho. O texto abre crédito de R$ 136,6 milhões para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O dinheiro deve ser usado para reforçar a manutenção e a adequação de bens móveis, veículos, máquinas e equipamentos. 

Segundo o Poder Executivo, o valor originalmente previsto no Orçamento para a aquisição de veículos “mostrou-se insuficiente”, tendo em vista o aumento da carga em 39% e a elevação dos preços dos veículos em mais de 75%. “Ademais, 29% da frota de motos e furgões encontram-se fora da vida útil e a falta de renovação acarreta a elevação das despesas de custeio como o custo com manutenção por quilômetro rodado dos veículos”, justifica o Palácio do Planalto. 

PLNs com emendas

Dos sete projetos que já foram encaminhados à CMO, dois receberam emendas dos parlamentares. O mais expressivo é o PLN 12/2022, que libera R$ 596,2 milhões para diversos órgãos do Poder Executivo e operações oficiais de crédito. 

O relator da matéria, senador Alexandre Silveira (PSD-MG), deve apresentar parecer sobre as sete emendas propostas. Os senadores Davi Alcolumbre (União-AM) e Rose de Freitas (MDB-ES) estão entre os parlamentares que sugeriram alterações no texto encaminhado pelo Poder Executivo. 

O Ministério do Desenvolvimento Regional fica com 69,8% dos recursos previstos no PLN 12/2022 por meio de operações oficiais de crédito. O dinheiro reforça dotações do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO). 

O Ministério da Infraestrutura deve receber 15,4% dos recursos. Parte do crédito será usada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em serviços de controle de velocidade e pesagem em rodovias federais. A outra parte vai para o Fundo Nacional de Segurança e Educação do Trânsito (Funset) e deve ser usado na promoção de cursos de capacitação para integrantes do Sistema Nacional de Trânsito. 

O Ministério da Educação fica com 5,1% dos recursos. O dinheiro vai para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e para o Complexo Hospitalar e de Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os 9,7% remanescentes serão distribuídos entre as pastas de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Justiça e Segurança Pública; Saúde; Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; e Cidadania.  Outro projeto que recebeu emendas é o PLN 11/2022, que libera R$ 35,3 milhões para vários ministérios. São beneficiadas as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovações; Educação; Justiça e Segurança Pública; Minas e Energia; Infraestrutura; Comunicações; e Desenvolvimento Regional. O texto aguarda designação de relator na CMO. 

PLNs sem emendas

Quatro projetos encaminhados à CMO não receberam emendas e agora dependem da apresentação de relatórios para votação no colegiado. Destaque para o PLN 7/2022, que libera R$ 524 milhões para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Segundo o Banco Central, os recursos disponíveis atualmente são insuficientes para cobrir obrigações estimadas em R$ 2,9 bilhões. 

“A necessidade dessa dotação decorre de evento climático extremo, anormal e inesperado ocorrido no fim do ano de 2021 e início de 2022, que impactou fortemente o agronegócio, com volume elevadíssimo de pedidos de cobertura de indenizações e restituições, as quais extrapolaram as estimativas de orçamento do programa gerando despesas adicionais ao Proagro”, justifica o Poder Executivo. 

Prazo para emendas

Apenas um projeto aguarda apresentação de emendas: o PLN 20/2022, que libera R$ 58 milhões para o Poder Judiciário. A maior parte do crédito especial (94,8%) vai para reformas no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, na Bahia. Os 5,2% restantes devem ser aplicados na implantação de usinas fotovoltaicas em imóveis da Justiça Federal em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O prazo para apresentação de emendas vai até o dia 8 de agosto. 

*Da Agência Senado

O presidente Jair Bolsonaro nomeou a ex-governadora do Paraná Cida Borghetti, mulher do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), para compor o conselho da Itaipu Binacional. Em entrevista ao Estadão, em fevereiro, o parlamentar defendeu a contratação de parentes de políticos para ocupar cargos públicos, prática que pode ser enquadrada como nepotismo.

Cida vai substituir o ex-ministro Carlos Marun (MDB-MS), que estava na função desde o governo de Michel Temer (MDB). A empresa pública tem sido usada por seguidos governos para abrigar indicações políticas. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-deputado Jorge Samek (PR) ocuparam diretorias nas gestões petistas.

##RECOMENDA##

Bolsonaro, que se elegeu com o discurso de que não lotearia cargos no governo, já havia nomeado o ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) no conselho da hidrelétrica. Com a indicação da mulher do líder do governo, o presidente faz um aceno ao Progressistas, principal partido do Centrão.

Antes de entrar para a política, Cida era jornalista e empresária. Ela foi governadora do Paraná durante nove meses. Assumiu o cargo em abril de 2018, quando Beto Richa (PSDB) renunciou para disputar uma vaga no Senado. Na época, a então vice-governadora chamou o cunhado para integrar sua equipe no comando do governo estadual. Ela nomeou Silvio Barros, irmão de seu marido, como secretário de Desenvolvimento Urbano. Cida concorreu à reeleição, mas foi derrotada pelo atual governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Marun foi ministro de Temer e, ao deixar o cargo, foi nomeado para o Conselho de Administração da Itaipu em dezembro de 2018. No ano passado, ele havia sido reconduzido ao posto de conselheiro da empresa por Bolsonaro para um mandato que se encerraria em 2024.

O conselho da Itaipu se reúne a cada dois meses e seus integrantes recebem salário de cerca de R$ 25 mil.

Nepotismo

Em fevereiro, Barros disse ao Estadão que "o poder público poderia estar mais bem servido, eventualmente, com um parente qualificado do que com um não parente desqualificado". "Só porque a pessoa é parente, então, é pior do que outro? O cara não pode ser onerado por ser parente. Se a pessoa está no cargo para o qual tem qualificação profissional, é formada e pode desempenhar bem, qual é o problema?", declarou o parlamentar, na ocasião.

O nepotismo é proibido desde 2008 pelo Supremo Tribunal Federal por violar o princípio constitucional da impessoalidade na administração.

O caso de Cida, porém, não se enquadraria como nepotismo porque, embora Barros exerça a função de líder do governo na Câmara, o deputado não tem vínculos formais com o Executivo.

Apesar de ter sido proibido pelo Supremo, o nepotismo vem sendo questionado em várias frentes. Com o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) à frente da Câmara, o Centrão ganhou musculatura para pregar mudanças na lei que atualmente pune a prática. A Casa discute o afrouxamento da Lei de Improbidade Administrativa, o que pode levar à exclusão justamente do artigo que prevê sanções ao nepotismo. A proposta é apoiada por Barros. Bolsonaro também defende alterações na atual Lei de Improbidade.

Hidrelétrica. Os governos do Brasil e do Paraguai têm a atribuição de nomear a Diretoria Executiva da Itaipu Binacional, por meio de indicação da Eletrobras e da Administración Nacional de Electricidad (Ande). Para cada cargo reservado a um país, existe um posto equivalente destinado à outra margem.

Itaipu possui um Conselho de Administração composto por 12 conselheiros, seis brasileiros e seis paraguaios, e dois representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, um de cada país.

Por meio de nota, Carlos Marun agradeceu a Temer e a Bolsonaro pela nomeação na função e disse que sua substituição é "resultado de um diálogo que já acontecia há mais de 40 dias". A substituição de Marun por Cida foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU).

Procurados pela reportagem, Barros e Cida não quiseram se manifestar.

O presidente Jair Bolsonaro exonerou Carlos Marun do cargo de conselheiro da Itaipu Binacional e nomeou para ocupar o seu lugar a ex-governadora do Paraná Maria Aparecida Borghetti, que é esposa do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defensor da contratação de parentes de políticos para cargos públicos.

Em fevereiro, o marido da nova conselheira da estatal disse ao Estadão que "o poder público poderia estar mais bem servido, eventualmente, com um parente qualificado do que com um não parente desqualificado". O nepotismo, que é proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por violar o princípio constitucional da impessoalidade na administração, vem sendo questionado em várias frentes. Mas, com Arthur Lira (Progressistas-AL) à frente da Câmara, o Centrão ganhou musculatura para pregar mudanças na Lei de Improbidade Administrativa, que hoje pune a prática. A proposta é apoiada por Barros.

##RECOMENDA##

Carlos Marun foi ministro do ex-presidente Michel Temer e, ao deixar o cargo, foi nomeado para o Conselho de Administração da Itaipu ainda na gestão de Temer. No ano passado, ele havia sido reconduzido ao posto de conselheiro da empresa por Bolsonaro para um mandato que se encerraria em 2024.

Em nota, Marun agradeceu Temer e Bolsonaro pela nomeação na função e disse que sua substituição é "resultado de um diálogo que já acontecia há mais de 40 dias". A troca está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira.

Com mais de 337 mil mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que "não adianta chorar o leite derramado". A declaração aconteceu nesta quarta-feira (7), durante cerimônia de posse do General João Francisco como novo diretor-geral brasileiro da Itaipu, em Foz do Iguaçu.

O presidente ainda disse que parte da pandemia que o país atravessa é usada de forma política para derrubá-lo. "Todos nós somos responsáveis pelo que acontece no Brasil. Em qual país do mundo não morre gente? Infelizmente, morre gente em tudo que é lugar. Queremos minimizar esse problema", disse.

##RECOMENDA##

Bolsonaro ainda afirmou que o governo quer vacina, desde que aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas que é necessário preservar o direito do médico em receitar medicamentos que achar necessário, como Cloroquina e Ivermectina. 

"Tenho certeza que brevemente será apresentado ao mundo um remédio para a cura da covid. Porque a gente fica assustado, prezada imprensa brasileira, tanta eficiência, né, tanto foco apenas na vacina de 10, 20 dólares a unidade", pontuou.

Os chanceleres do Paraguai e do Brasil, Euclides Acevedo e Ernesto Araújo, decidiram nesta quarta (17) adiar o início da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que vence em 2023 e trata da comercialização e dos preços da energia gerada pela usina binacional. Após reunião em Brasília, os ministros disseram que pretendem começar as discussões "em breve", quando a pandemia da Covid-19 permitir. Eles não fixaram data.

"Reiteramos, por parte do Brasil, que estamos prontos para começar discussões sobre a revisão do anexo C do Tratado de Itaipu, tão logo as circunstâncias da pandemia minimamente o permitam", disse Araújo.

##RECOMENDA##

O chanceler paraguaio afirmou que as conversas sobre o uso da energia gerada em Itaipu devem respeitar "direitos legítimos de dois sócios-irmãos e paritários". Assinado em 1973 pelos governos militares, o Anexo C prevê que cada país tem direito à metade da energia gerada pela usina e determina a venda ao outro do que não utilizar.

O Paraguai defende que o excedente possa ser comercializado com outros países e argumenta que o Brasil paga barato pela energia a mais que compra. O anexo será revisto porque a dívida de construção da usina estará quitada.

Em 2019, os países assinaram um acordo estabelecendo a compra da energia até 2022. Na prática, os termos elevariam custos à estatal de energia paraguaia, em cerca de US$ 200 milhões. Por isso, motivou um pedido de impeachment do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. A negociação com a Eletrobrás foi refeita, sem elevação de custos tarifários, no ano passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro reconduziu Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da gestão Temer (MDB), e o deputado José Carlos Aleluia (DEM), parlamentar citado na delação da Odebrecht, ao Conselho de Administração da Itaipu Binacional. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial nesta sexta, 15, assinadas por Bolsonaro e pelo ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que também foi conduzido ao conselho, ele pela primeira vez. Os mandatos vão até maio de 2024.

O Conselho de Administração da Itaipu Binacional é composto de 14 integrantes, sendo sete de cada país - seis conselheiros e um representante do Ministério de Relações Exteriores. Também foram reconduzidos ao colegiado Pedro Miguel da Costa e Silva, Célio Faria Júnior e Wilson Pinto Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras.

##RECOMENDA##

Marun chegou ao conselho por indicação feita pelo ex-presidente Michel Temer no último dia de seu mandato. Ele chegou a ser afastado do cargo em março por liminar do desembargador Rogerio Favreto, mas em setembro o Tribunal Regional Federal da 4ª Região acabou suspendendo a decisão e liberando sua permanência no colegiado.

O ex-deputado pelo MDB foi quem comemorou com dança o resultado da votação do parecer pela rejeição de denúncia contra Temer no plenário da Câmara dos Deputados. Em vídeo, Marun disse que 'surrou' a oposição ao adaptar letra da música Tudo Está no Seu Lugar, sucesso na voz do cantor Benito de Paula.

Advogado, Marun também foi ao encontro de Temer nas duas vezes que o ex-presidente foi preso no âmbito da Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato.

Marun também é aliado do ex-deputado Eduardo Cunha, tendo o visitado na prisão da Lava Jato no fim de 2016. Depois teve que devolver à Câmara R$ 1.242,62 que gastou para fazer uma 'visita natalina' ao amigo.

Já o outro nome reconduzido por Bolsonaro ao conselho da Itaipu, Aleluia, foi citado na delação da Odebrecht. Documento produzido pelo Ministério Público Federal em 2018 apontou que relatórios com dados extraídos do sistema do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira revelavam evidências de suposto pagamento de R$ 300 mil ao deputado.

Anexado ao inquérito que investiga o parlamentar no Supremo Tribunal Federal (STF), o documento indicava que o pagamento ocorreu no dia 17 de setembro de 2010, em favor do codinome 'Missa', que, segundo executivos da empreiteira, identifica Aleluia.

À época, o parlamentar reagiu enfaticamente. "Não houve absolutamente nenhum pagamento. As evidências que têm são de que o dinheiro teve outro destino, porque inclusive a época é incompatível, eu estava com a eleição perdida".

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) reconduziu a seu antigo cargo o aliado do ex-presidente Michel Temer e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que se encontra preso. Marun fez parte do conselho de 31 de dezembro de 2018 até o último mês de março, quando a decisão de uma desembargador o afastou com base na Lei das Estatais de 2016.

A lei afirma que ministros não podem integrar conselhos administrativos, mas como Itaipu se trata de uma binacional, há divergências de interpretação. Antes de assumir a pasta no governo Temer, Marun ficou conhecido por defender Cunha, que foi preso e transferido para Bangu 1, mas hoje cumpre pena domiciliar devido ao coronavírus.

##RECOMENDA##

Marun também foi um grande defensor de Temer, chegando até mesmo a visitá-lo na prisão nos momentos em que o ex-presidente foi preso. Quando a denúncia contra Temer foi barrada no Congresso, Marun chegou a dançar na Câmara dos Deputados.

Bolsonaro também reconduziu o ex-deputado federal e delatado pela Odebrecht Célio Faria Junior, o assessor-chefe da assessoria especial da Presidência Wilson Ferreira Junior, o presidente da Eletrobras, e o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, ao conselho de Itaipu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), José Carlos Aleluia era suspeito de receber R$ 300 mil por meio de caixa 2 para campanha eleitoral. À época, ele negou quaisquer irregularidades.

O engenheiro Pedro Ferreira, ex-presidente da Ande (a estatal de energia do Paraguai) disse, em depoimento à CPI criada para investigar a venda de energia de Itaipu, que o empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), citou o nome da família Bolsonaro em uma reunião entre representantes da Léros e da estatal.

É a segunda vez que o nome de Giordano surge em meio às investigações. Em agosto, o advogado José "Joselo" Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico da vice-presidência do país vizinho, disse ter ouvido Giordano usar o nome da família Bolsonaro. Na CPI, no entanto, o advogado recuou.

##RECOMENDA##

De acordo com o senador Eusebio Ramon Ayala, presidente da comissão, o depoimento de Ferreira trouxe novos dados sobre a posição da Léros para negociar no Brasil a energia paraguaia. "O engenheiro trouxe dados mais precisos sobre a possibilidade de a Léros obter autorização (do governo brasileiro) para vender energia no Brasil", disse o senador.

Segundo Pedro Ferreira, o encontro entre representantes da Léros e da Ande aconteceu no dia 10 de maio em Ciudad del Este, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter ido à tríplice fronteira para a cerimônia de início das obras da Ponte da Integração, ao lado do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

Ainda segundo o relato do ex-presidente da Ande, Giordano se apresentou como "representante eleito do governo brasileiro" e disse que tinha influência suficiente para conseguir uma autorização para comercializar a energia excedente do Paraguai no mercado brasileiro. "Ele se apresentou como representante eleito do governo. Disse que poderia conseguir a permissão, porque era bem relacionado", afirmou Ferreira.

O engenheiro disse que foi informado diretamente pelo presidente Abdo Benítez sobre o interesse da Léros em comercializar a energia paraguaia numa reunião da qual também participaram o vice-presidente, Hugo Rodríguez, e o ministro da Fazenda, Benigno López, no palácio do governo, em Assunção, algumas semanas antes da reunião. "Já estavam falando que havia pessoas muito bem conectadas que viriam (à tríplice fronteira) com o presidente Bolsonaro no dia 10 de maio", afirmou Ferreira no depoimento.

Os nomes do suplente de senador e dos empresários não constam na lista da comitiva presidencial. Embora tenha previsão tanto no tratado binacional para construção de Itaipu quanto em acordos posteriores, a possibilidade de empresas privadas venderem energia da usina no Brasil nunca foi regulamentada e depende de atos administrativos do governo.

Ferreira disse à CPI que no palácio do governo ficou combinado que ele e o vice-presidente receberiam os representantes da empresa brasileira em Ciudad del Este, no dia 9, mesmo da visita do presidente Bolsonaro. O engenheiro, no entanto, foi informado em cima da hora e só pôde ir no dia seguinte, levando ao adiamento do encontro.

A viagem na qual lançou a pedra fundamental da Ponte da Integração foi a segunda de Bolsonaro à tríplice fronteira desde que assumiu o cargo. Antes, ele foi à posse de Joaquim da Silva e Luna como presidente de Itaipu, no dia 27 de fevereiro. Um dia depois, Giordano esteve no Palácio do Planalto.

De acordo com o ex-presidente da Ande, além de Giordano, participaram do encontro outros dois representantes da Léros. Um deles, segundo o empresário, era Adriano Rosa, dono da Léros. O outro, segundo Ferreira, se chama "Koc", possivelmente Nicolás Martins Koc Pinto, segundo integrantes da investigação.

Ferreira disse que Giordano mencionou Bolsonaro durante a reunião. "(Giordano) voltou a mencionar o nome Bolsonaro na frente de todos. Não entendi muito bem de qual Bolsonaro ele falava, mas depois, conversando entre nós (da Ande) entendemos que era um dos filhos", disse o engenheiro.

Ligação

Giordano sublocou uma sala comercial no prédio onde fica seu escritório, em Santana (zona norte de São Paulo), para ser a sede do diretório estadual do PSL, cujo presidente é o deputado Eduardo Bolsonaro. Segundo o ex-presidente da Ande, Giordano chegou a apresentar uma credencial de identificação e, em momento algum, disse que era representante da Léros. O crachá era branco com a marca impressa em verde, mas o engenheiro não conseguiu ler o que estava escrito. "Ele (Giordano) mostrou fora do meu campo de visão", disse Ferreira.

O suplente negou ter usado o nome de Bolsonaro e disse que foi ao Paraguai na qualidade de empresário interessado em comercializar a energia excedente de Itaipu no Brasil. Ele disse ter desistido do negócio posteriormente. "Não falei nada disso. Jamais. É o contrário. Quanto menos eu falar sobre política mais tenho sucesso (nos negócios)", disse Giordano.

A Léros é um dos focos da investigação que corre no Congresso paraguaio. A CPI investiga irregularidades na assinatura da ata bilateral firmada entre Brasil e Paraguai para comercialização da energia excedente de Itaipu. Um dos pontos contestados é a exclusão do acordo do item 6, que dava à Ande o monopólio para venda de energia paraguaia no Brasil.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse nesta terça-feira, dia 1º, que o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios da autodeterminação dos povos e da não intervenção. "Os ministros das Relações Exteriores, das Minas e Energia e o diretor-geral de Itaipu tem atualizado Bolsonaro", disse. Segundo ele, o governo continua dialogando com o Paraguai para encontrar soluções para corrigir o desequilíbrio em relação à contratação de energia produzida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), esteve no Palácio do Planalto no dia 27 de fevereiro, segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A visita ocorreu um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter ido a Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, para dar posse ao diretor brasileiro da hidrelétrica de Itaipu, o general Joaquim Silva e Luna - o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, também participou da cerimônia.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Giordano disse que foi se encontrar com o então chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Floriano Amorim, na condição de empresário. Segundo ele, a visita foi a única vez que esteve no Planalto.

##RECOMENDA##

"Fui lá para conhecer o chefe da Secom, sempre na minha carreira solo como empresário. Não tem nada, absolutamente nada a ver com Itaipu", afirmou o empresário.

De acordo com Giordano, Bolsonaro não estava no palácio no momento da visita. A agenda do presidente não registra eventos na manhã do dia 27 de fevereiro. A Secom foi procurada mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

Segundo resposta do GSI a um pedido de informações feito pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), Giordano esteve no Palácio às 8h59 do dia 27 de fevereiro. A resposta não especifica com quem o empresário foi se encontrar nem em quais salas esteve. O documento foi revelado na terça-feira pela revista Carta Capital.

Um dia antes, Bolsonaro esteve com Abdo Benítez em Foz do Iguaçu. A revelação dos termos do acordo firmado - e depois cancelado - entre os dois países, que permitiria a venda de energia paraguaia por empresas privadas no Brasil, provocou uma crise política no país vizinho e chegou a ameaçar o mandato de Abdo.

Negociação

O suplente de senador participou das negociações sobre a comercialização no Brasil da energia excedente de Itaipu pertencente ao Paraguai. Ele foi duas vezes ao país vizinho em aviões particulares ao lado de representantes da empresa Léros, que é alvo de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso paraguaio que apura um suposto privilégio à empresa brasileira na comercialização da energia paraguaia.

Em mensagens entregues ao Ministério Público do Paraguai, o advogado José "Joselo" Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico da vice-presidência do Paraguai, dizia que a Léros representava o "governo brasileiro".

Giordano, que possui empresas interessadas no comércio de energia, chegou a sublocar uma sala para o diretório estadual do PSL, cujo presidente é o deputado Eduardo Bolsonaro. O empresário brasileiro também chegou a se reunir com dirigentes da Administração Nacional de Energía (Ande, a estatal paraguaia) duas vezes para negociar a comercialização do excedente de Itaipu, mas desistiu do negócio.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Novos registros de telefonemas revelados ontem pelo jornal paraguaio ABC Color apontam que o vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez, falou diretamente com o ex-presidente da estatal responsável por Itaipu, a Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Pedro Ferreira, sobre a reunião com a comitiva brasileira para tratar do acordo de venda de energia excedente da usina.

Em um telefonema de cinco minutos, no dia 9 de maio, Velázquez telefonou para o número de Ferreira, por volta das 16 horas. Nesse mesmo dia, estava agendada a reunião na sede da Ande em Ciudad del Este.

##RECOMENDA##

Com a transferência do encontro do dia 9 para o dia 10, a presença de Velázquez teria ficado comprometida. Horas depois do telefonema, na noite do dia 9, o representante jurídico de Velázquez, José "Joselo" Rodríguez, escreveu a Ferreira "em nome do vice-presidente da República" e confirmou sua presença na reunião da manhã do dia 10.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas semanas depois do início da crise que quase derrubou o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, o governo brasileiro se pronunciou oficialmente a respeito da ata que estabelecia a contratação da potência da usina de Itaipu.

Nota oficial assinada pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério de Relações Exteriores afirma que a ata buscava corrigir uma "defasagem histórica" na contratação da potência de Itaipu pela estatal paraguaia Ande, "de modo que cada parte pague pela energia que efetivamente consome", conforme termos do Tratado de Itaipu.

##RECOMENDA##

De acordo com o governo brasileiro, "diferentemente do que tem sido divulgado", o processo de negociação da ata - assinada no dia 24 de maio e anulada unilateralmente pelo país vizinho em 1º de agosto - "não foi secreto". A nota oficial sustenta que representantes dos ministérios de Relações Exteriores de ambos os países, Eletrobrás, Ande e Itaipu participaram de "todas as reuniões".

O tom do comunicado é de resposta às notícias publicadas na imprensa paraguaia a partir do vazamento de mensagens trocadas entre o ex-presidente da Ande Pedro Ferreira e o presidente Abdo Benitez. Nas mensagens, Ferreira se opõe aos termos da ata bilateral, que, depois de revelados, quase derrubaram o governo de Mario. A ata foi considerada "entreguista" pela oposição e por membros do Partido Colorado, base do presidente.

A ata previa que o Paraguai aumentasse a contratação da potência de Itaipu em 9,6% neste ano. Para os próximos três anos, a alta seria de 12% ao ano. Ao final do período, ainda haveria uma defasagem que permitiria aos paraguaios pagar menos pela energia do que os brasileiros. À imprensa paraguaia, Pedro Ferreira disse ser contra o acordo e negou ter participado das negociações. A crise paraguaia só diminuiu depois que a ata foi anulada, mas o país ainda passa por turbulências políticas relacionadas ao tema.

A nota oficial do governo brasileiro afirma que a ata "foi fruto de consenso entre os representantes dos dois países" e tinha como objetivo "chegar a um acordo justo para ambas as partes". Com a anulação da ata, a contratação da potência da usina ainda não foi definida para este ano, e Itaipu não está sendo remunerada por toda a energia produzida.

"O Brasil continua dialogando com o Paraguai, de forma a construir as soluções que contribuam para a correção dos eventuais desequilíbrios em relação a contratação da energia produzida", diz a nota oficial.

Comercializadora

A nota oficial do governo brasileiro também menciona o episódio da comercializadora Leros, que envolve Alexandre Giordano, representante da empresa e suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP). Segundo mensagens vazadas e publicadas na imprensa paraguaia, ele teria procurado um assessor jurídico do vice-presidente paraguaio, Hugo Velázquez, para fechar um acordo para comercializar a energia excedente de Itaipu. Velázquez, por sua vez, teria procurado Pedro Ferreira para tratar da proposta.

Na nota, o governo destaca que o Tratado de Itaipu "somente permite a venda da energia produzida pela usina para a Eletrobrás e para a Ande". "Portanto, não tem qualquer fundamento a especulação sobre a possibilidade de comercialização da energia da usina binacional por parte de alguma empresa que não seja a Eletrobrás e a Ande."

O presidente Jair Bolsonaro nomeou o ex-deputado federal José Carlos Aleluia Costa para exercer a função de conselheiro da Itaipu Binacional, usina hidrelétrica que pertence ao Brasil e ao Paraguai.

José Carlos Aleluia tentou um novo mandato de deputado federal pelo DEM da Bahia ano passado, mas não conseguiu se reeleger. Ligado a temas do setor elétrico, Aleluia é professor e engenheiro eletrotécnico e terá mandato de conselheiro da usina até 16 de maio de 2020.

##RECOMENDA##

A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 10, que traz ainda a exoneração de Adailton da Rocha Teixeira da função de conselheiro da Itaipu. Na quinta-feira, 9, o governo já havia trocado três outros conselheiros da empresa.

O presidente Jair Bolsonaro fez uma homenagem aos generais que comandaram as ditaduras militares do Brasil e do Paraguai. Em discurso de posse do novo diretor da Itaipu Binacional, general Joaquim Luna e Silva, Bolsonaro disse que a usina só saiu do papel devido ao papel dos militares. O tratado que deu origem à usina foi assinado em 1974, e a hidrelétrica começou a produzir energia em 1984.

"Eu queria, se me permitem, recordar, relembrar aqueles que realmente foram responsáveis por essa obra. Isso tudo, as primeiras tratativas começaram ainda lá atrás, no governo do marechal Castelo Branco", disse o presidente.

##RECOMENDA##

Em seu discurso, Bolsonaro disse que Castelo Branco foi eleito em 11 de abril de 1964 e que tomou posse em 15 de abril daquele ano, "tudo à luz da Constituição vigente naquele momento". O presidente não mencionou o fato de que, depois do golpe militar, em 31 de março de 1964, os presidentes eram escolhidos pela cúpula do regime e, somente depois disso, eleitos indiretamente por um colégio eleitoral. Além disso, a Constituição de 1946 não previa ruptura democrática.

Bolsonaro mencionou ainda tratativas que continuaram durante o governo dos presidentes Costa e Silva, que sucedeu Castelo Branco, e Garrastazu Médici. A obra, na avaliação de Bolsonaro, "realmente saiu do papel e tomou corpo" durante o governo de Ernesto Geisel. Ao "saudoso e querido" João Figueiredo, último presidente do regime militar, Bolsonaro disse que coube a inauguração da primeira turbina. Nenhum presidente civil foi mencionado no discurso.

Bolsonaro aproveitou ainda para homenagear o general Alfredo Stroessner, ditador que governou o Paraguai entre 1954 e 1989. O pai do atual presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, conhecido como Marito, foi secretário particular de Stroessner.

"Mas Marito, isso tudo não seria suficiente se não tivesse do lado de cá um homem de visão, um estadista, que sabia perfeitamente que o seu país, Paraguai, só poderia prosseguir e progredir se tivesse energia. Então aqui também a minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner", disse.

Bolsonaro citou ainda trecho da Bíblia e disse que Marito é cristão, conservador e um homem de família. "Esses valores nos trouxeram até aqui e com a graça de Deus continuaremos juntos para o bem dos nossos povos", afirmou. "Esquerda, nunca mais", enfatizou.

O presidente disse que vai receber Marito em Brasília no dia 11 de março, em uma reunião bilateral. No encontro, os países devem tratar de assuntos como a própria revisão do Tratado de Itaipu, cujos termos se encerram em 2023, as duas pontes entre Brasil e Paraguai sobre o Rio Paraná, que serão pagas com recursos da usina, com custo repassado aos consumidores brasileiros. "Conte com o apoio do nosso governo para concretizarmos esse objetivo", disse.

Bolsonaro citou ainda uma parceria entre Brasil e Paraguai no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. O presidente citou o ministro da Justiça, Sergio Moro, e agradeceu ao Paraguai "por rapidamente mandar para nós brasileiros criminosos que agiam em seu Estado". Há dois anos e meio, por meio de um acordo firmado entre os dois países, o Paraguai tem deportado criminosos de facções procurados pela polícia e Justiça brasileiras.

A Itaipu Binacional, empresa de energia hidroelétrica, está com inscrições abertas para seu novo concurso. Ao todo, são ofertadas 23 vagas para profissionais de nível médio, técnico e superior. A remuneração pode chegar a R$ 7.090,22, dependendo da área de atuação. A maioria das oportunidades é para atuar em Foz de Iguaçu, no estado do Paraná.

Para os cargos de nível superior, os candidatos devem possuir graduação em ciências contábeis, direito, engenharias (elétrica, eletrônica, automação ou telecomunicações, civil, florestal), secretariado executivo, biblioteconomia ou gestão da informação, arquivologia ou gestão da informação, medicina veterinária, zootecnia, agronomia ou engenharia agronômica, pedagogia, psicologia, ciências biológicas ou ecologia, geografia, comunicação social – habilitação em jornalismo.

##RECOMENDA##

Para profissionais de nível médio/técnico, os requisitos são: ensino médio completo, curso técnico em hidrologia, técnico em mecânica ou eletromecânica, técnico em agropecuária ou florestal/ambiental.

O processo seletivo será comporto por quatro fases. A primeira etapa será realização de prova objetiva, para todos os cargos, e discursiva, destinada aos profissionais de direito, secretário executivo, comunicação social – jornalismo. Posteriormente, será realizada análise documental dos requisitos para as funções. Na terceira etapa, candidatos a técnico em hidrologia, mecânica ou eletromecânica e agropecuária passarão por avaliação física. Por último, os selecionados passarão por avaliação médica. Com exceção da primeira etapa, que também tem caráter classificatória, todas as outras fases são eliminatórias.

Os interessados podem realizar inscrição até o 02 de janeiro de 2019, pelo site do Núcleo de Concursos da UFPR. A taxa de inscrição custa R$ 67, R$ 78, R$ 100, para candidatos de nível médio, técnico e superior, respectivamente. Conforme consta no Edital do Concurso, o pedido de isenção da taxa pode ser efetivado até o dia 09 de dezembro.

LeiaJá Também 

-->Confira: concursos para todos os níveis de escolaridade

-->Marinha abre novo processo seletivo com 533 vagas

A falta de chuvas acima do esperado na Região Sul no segundo semestre deixou para trás o que poderia ser mais um recorde de produção de energia na usina binacional de Itaipu, informou ao Estadão/Broadcast o superintendente de Operação de Itaipu, Celso Torino.

Depois de um primeiro trimestre "extraordinário", segundo Torino, com recorde de produção de energia elétrica, a hidrelétrica reduziu sua capacidade nos últimos dois meses e deve ficar no máximo entre os cinco melhores anos. "A fotografia deste início do segundo semestre é mais difícil em termos de produção, por escassez de água, do que foi o primeiro semestre", disse Torino.

##RECOMENDA##

Segundo o superintendente, o mês de maio foi a pior afluência de água da história de 34 anos de Itaipu, mas a produção do primeiro semestre ajuda a manter ainda uma alta de 1,64% em relação ao ano passado, ou 55,4 milhões o megawatt-hora até domingo. O volume no entanto é 6% inferior ao último recorde, registrado em 2016, de 103 milhões de Mwh.

Comparação

"O nosso primeiro semestre foi fantástico e inclusive contribuiu para preservar os reservatórios nacionais, mas em maio a gente percebeu que as afluências começaram a reduzir de forma relevante", afirmou.

Com isso, a produção deve encerrar o ano em torno dos 95 milhões de MWh, o que ainda garantirá a marca entre as cinco melhores da história da usina. No ano passado, foram produzidos 96,4 milhões de MWh, a quarta melhor performance. A quinta maior produção foi registrada em 2008, de 94,7 milhões de MWh. "Queremos colocar 2018 pelo menos como a quinta melhor produção", avaliou.

Período seco

Apesar de todo ano as hidrelétricas registrarem queda por conta do período seco, que vai de abril a outubro, Torino classifica a seca deste ano com uma intensidade acima da média. Além disso, observa, o Operador Nacional do Sistema (ONS) vem administrando as afluências no País para poupar alguns reservatórios de outras hidrelétricas. Outra causa da expectativa frustrada de um novo recorde de produção, de acordo com o Torino, foi a ausência do fenômeno El Niño este ano.

"Mesmo que agora seja uma época naturalmente de seca, estamos com uma seca mais intensa do que a média, isso é um fato. Parte disso é que não tivemos El Niño este ano, que traz mais chuvas para a Região Sul", observou. Para o próximo ano, porém, o superintendente de Operações de Itaipu, prevê que a presença do El Niño pode ajudar a melhorar a performance da usina.

"Mensalmente fazemos uma análise de meteorologia e nossa visão é que está havendo uma tendência, tem uns critérios técnicos que já percebemos uma tendência de El Niño para o próximo verão", previu, lembrando que a Região Sul é beneficiada pelo fenômeno com mais chuvas, mas é neutro para os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste considerado a "caixa d’água" do Brasil.

Nível preocupante

Segundo o boletim preliminar da operação do ONS referente a domingo passado, os reservatórios do sul do País, onde Itaipu está instalada, estavam 50,2% cheios, enquanto os do Sudeste/Centro-Oeste operavam com 34,7% de capacidade, um nível preocupante, segundo Torino, mas superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

"Não é um valor que a gente gostaria, mas ele ficou ainda melhor do que na mesma data de 2014 e 2015, que foram bem piores", explicou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer nomeou o engenheiro Mauro José Corbellini para o cargo de diretor técnico executivo de Itaipu. Ele era coordenador de Mudanças Climáticas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná.

Nesta quarta-feira, 27, também foi nomeado Carlos Felipe Alencastro Fernandes de Carvalho para o cargo de diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, que entra no lugar de Jefferson de Almeida, que foi exonerado. Carvalho era diretor-executivo do mesmo departamento.

##RECOMENDA##

O Diário Oficial da União desta quarta também traz as exonerações de Cloves Eduardo Benevides do cargo de diretor de Articulação e Projetos da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e de Maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves do cargo de secretária de Habitação do Ministério das Cidades.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando