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O cartaz oficial da Semana Santa de Sevilha, no sul da Espanha, provocou indignação em meios de comunicação católicos ultraconservadores, que exigiram sua remoção por considerá-lo ofensivo.

Apresentado no sábado (27), o cartaz do artista natural de Sevilha Salustiano García mostra um Jesus Cristo ressuscitado, ligeiramente coberto por um pano branco da cintura para baixo.

Mostra "a parte luminosa da Semana Santa", no "mais puro estilo deste prestigiado pintor", ressaltou em um comunicado a organização que reúne as irmandades da cidade que participam das procissões da Semana Santa.

A obra, que deveria ser exposta por toda a cidade, gerou polêmica nas redes sociais, após inúmeros internautas e uma associação católica ultraconservadora denunciarem seu caráter "sexualizado".

O cartaz é "uma verdadeira vergonha e aberração", de acordo com o Instituto de Política Social, uma organização que defende os "símbolos cristãos" e que é contra o aborto.

Julgando o que consideram ser um Cristo "afeminado", a instituição pediu sua remoção e exigiu um pedido público de desculpas do artista, argumentando que esta representação não está de acordo com o espírito da Semana Santa.

O líder do partido de extrema direita Vox, Javier Navarro, também se juntou às críticas, declarando na rede social X que o cartaz "buscava a provocação" e se distanciava de seu objetivo de "encorajar a participação devota dos fiéis na Semana Santa de Sevilha".

- "Politização" -

Nesta segunda-feira (29), mais de 10.000 pessoas assinaram uma petição pública na plataforma Change.org pedindo a defesa da "tradição" e do "fervor religioso" de Sevilha contra a pintura.

Algumas reações foram denunciadas pelo autor da obra, que, em entrevista ao jornal ABC, afirmou que sua pintura é "gentil, elegante e bonita", e é feita com "respeito".

"É preciso estar doente para ver sexualidade em meu Cristo", afirmou García, explicando que "não há nada" em seu quadro que "não esteja representado em obras de arte de muitos séculos atrás".

Salustiano García, cujo trabalho está exposto em galerias de todo o mundo, explicou que usou seu filho como modelo para o cartaz. "Nós dois rimos com esta polêmica e estamos muito surpresos com a politização que está sendo feita com o quadro", contou à ABC.

Os socialistas, que governam o país, saíram em defesa do cartaz e denunciaram "as expressões de homofobia e ódio" a que deu origem, disse Juan Espadas, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) na Andaluzia.

As procissões da Semana Santa, que comemoram a Paixão, morte e ressurreição de Cristo, ocupam uma posição importante em Espanha, onde as tradições católicas ainda são muito presentes, sobretudo em Sevilha, considerada a capital das procissões religiosas.

A Páscoa, uma comemoração cristã a ser celebrada pelos católicos no próximo domingo (9). Simboliza o renascimento de Jesus Cristo e uma época de transformação e reconstrução. Os católicos evitam comer carne vermelha na Sexta-feira da Paixão e optam pelo consumo de peixes. Para o especialista na arte de preparar churrasco, o cozinheiro Cássio Cruz, a reunião familiar pode ser apropriada para experimentar novidades ao fogo.  

 

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“A grelha também pode receber peixes. Aliás, com um bom tempero, com tempo de cognição e assamento, levar à mesa um prato bem assado, simplesmente resultará em um certo gostinho de quero mais dos convidados familiares e amigos”, frisou Cássio. Dentre as diversas opções oferecidas nas peixarias, o especialista destaca sete tipos de peixes como saborosas sugestões a serem servidas no almoço da Sexta-feira Santa ou no Domingo de Páscoa. Confira a seguir quatro peixes além de Tilápia e Bacalhau: 

Salmão: Se revela como uma sofisticada opção que agrada aos mais exigentes paladares. Suas preparações combinam com molhos brancos tradicionais ou cítricos, feitos à base de frutas. Acompanhamentos como batatas, diferentes tipos de arroz, e principalmente, saladas caem bem.

Linguado: Ele é um peixe delicado com postas (parte do osso dorsal) bem finas. Ele também é fonte de ômega-3 para a alimentação, além de concentrar minerais como zinco e o ferro em sua composição. A indicação é servi-lo com molhos preparados com frutas como o mirtilo ou a uva.  

Atum: Se caracteriza por ser uma carne firme, com coloração escura. O peixe acompanha bem saladas, pães e legumes refogados.  

Abadejo: Se assemelha ao bacalhau, por contar com postas altas, sabor e cheiro marcantes. A sugestão é servir o peixe com farofa temperada e pedaços de batata.

Em mais uma defesa do armamento da população, o presidente Jair Bolsonaro fez leitura conservadora da Bíblia e afirmou nesta quarta-feira que Jesus Cristo "não comprou pistola porque não tinha" na época em que viveu.

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, divulgada nesta tarde por canais bolsonaristas na internet, o presidente resgatou um trecho bíblico para justificar sua tese. "Jesus os adverte: 'Agora, porém, quem tem bolsa, pegue-a, assim como a mochila de viagem; e quem não tem espada, venda a própria capa e compre uma'", diz, citando o capítulo 22, versículo 36 do Evangelho de Lucas.

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Bolsonaro também teceu novas críticas ao ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano. "Para ele, fazer aborto é igual extrair um dente", declarou aos apoiadores presentes.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro reproduziu, em uma rede social, uma captura de tela com a manchete da Folha de São Paulo para um estudo que defende a tese de que Jesus Cristo foi vítima de abuso sexual antes de ser crucificado. Na publicação da esposa do presidente da República, ela condenou a opinião do teólogo inglês David Tombs, de 57 anos, autor do estudo. “Cristofobia e insanidade”, escreveu. 

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*Perfil que replica as publicações de Michelle Bolsonaro 

Segundo a reportagem da Folha, "por séculos, as artes plásticas traduziram o desnudamento antes da execução como um aspecto lateral, que Jesus encarou serenamente ao subir à cruz que marcou o pensamento do Ocidente." 

Para o teólogo David Tombs, isso significaria que Jesus Cristo foi vítima de um abuso sexual: "exposto em sua nudez, espancado e humilhado enquanto nu, em uma recreação sádica que contou com 500 soldados, entre participações diretas e olhares curiosos". 

David Tombs é professor de teologia e questões públicas na Universidade de Otago, na Nova Zelândia, e publicou em 1999 seu primeiro artigo sobre o tema, intitulado "Crucificação, terrorismo de Estado e abuso sexual". 

Michelle tem boa parte da sua atuação filantrópica baseada em princípios cristãos e se considera "uma mulher de Deus". A primeira-dama costuma ser neutra diante de assuntos polêmicos, mas compartilha dos mesmos ideais que o marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e é uma conservadora convicta do bom exemplo que representa, apesar do envolvimento com supostos privilégios em ações do Governo Federal. 

Print da publicação original de Michelle Bolsonaro, no Instagram. Foto: Reprodução

A produtora de esquetes de comédia Porta dos Fundos divulgou um novo trailer da animação natalina “Te Prego Lá Fora”, que chega em 15 de dezembro na plataforma de streaming Paramount+. Acompanhe: https://www.youtube.com/watch?v=gQB6zenjDuk&t=1s

A animação é protagonizada por Jesus Cristo e faz uma paródia à vida adolescente do personagem bíblico, que no decorrer da história entrará em conflito com outras figuras da bíblia, como Barrabás e Maria Madalena.

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O melhor amigo de Jesus será Lázaro de Betânia e, no decorrer da narrativa, como de costume, o Porta dos Fundos colocará seus tons de comédia para mostrar um Cristo que se corrompe, a ponto de se transformar em um garoto mal.

“Te Prego Lá Fora” contará com vozes de diversos atores, entre eles Rafael Portugal (Jesus Cristo), Fábio Porchat (Herodes e Jaqueu), João Vicente (Barrabás), Fábio de Luca (Lázaro) e Estevam Nabote (Deus).

Não é a primeira vez que o Porta dos Fundos cria paródias polêmicas com temáticas bíblicas, a produtora também é responsável pelo “Especial de Natal: Se Beber, Não Ceie” (2018) e “A Primeira Tentação de Cristo” (2019), disponíveis no serviço de streaming Netflix.

Ambas as produções receberam elogios por parte da crítica especializada, mas também foram bastante criticadas por grupos religiosos, que chegaram a processar o Porta dos Fundos por desrespeito à imagem de Cristo. Ao final, a produtora saiu vitoriosa.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), em mais um episódio de ataques aos opositores de Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter, publicou nessa terça-feira (26) uma montagem na qual faz uma comparação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à caricatura do que seria o diabo, para a religião cristã, junto ao símbolo do comunismo; ao lado de uma imagem comparando Jair Bolsonaro (sem partido) a Jesus Cristo, junto à bandeira do Brasil. Na legenda entre as fotos, a sugestão: “escolha o seu lado”.

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Na plataforma, Zambelli recebeu críticas de eleitores da direita e da esquerda. A publicação se tornou piada em tempo real e muitos consideraram de mau gosto o uso da imagem de Cristo para falar de um “homem comum”, já outros disseram se tratar de “desespero”. A parlamentar está entre as 81 pessoas cujo indiciamento foi proposto pelo relatório final da CPI da Covid, sob acusação de incitação ao crime.

“O debate político no Brasil se transformou numa mistura de 5ª série B com grupo das tias do zap”, resumiu Antonio Tabet, do Porta dos Fundos.

“KKKKKKKKKKKKKK a pessoa pra acreditar que JESUS apoiaria o Bolso nunca abriu uma bíblia na vida”, respondeu um internauta.

Em continuidade à piada de que “a crise também é estética”, que faz referência aos layouts simples e geralmente grosseiros desse tipo de publicação, internautas sugeriram que a deputada contratasse novos designers.

“Carla, minha querida, esta imagem é brega demais! Precisa contratar designers melhores”, disse outro usuário do Twitter.

O escritor e professor Geovane Moraes criticou a associação entre Bolsonaro e o filho de Deus, à qual chamou de “afronta” e “escárnio”.

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A Igreja Universal do Reino de Deus teve pedido de “patente” negado pela Justiça de São Paulo nesta quinta-feira (12). O império de Edir Macedo havia solicitado proibição do uso de nome, marcas e símbolos semelhantes aos seus por parte de uma outra organização religiosa. A Universal disse à Justiça que a Igreja das Nações do Reino de Deus, criada em maio do ano passado por um ministro dissidente, tenta confundir os fiéis com o objetivo de obter "vantagens econômicas indevidas" por meio de doações.

O ministro em questão é o ex-número dois da instituição, o bispo Romualdo Panceiro. O pedido foi aberto em julho de 2020. Apontado por Macedo como o seu sucessor, Panceiro rompeu com o antigo chefe e lançou, no início de junho, a sua própria igreja. O nome é praticamente idêntico ao da Universal: Igreja das Nações do Reino de Deus. A nova denominação usa como um de seus símbolos uma pomba branca, semelhante à utilizada pelo grupo mais antigo embora esteja junto de uma cruz. No caso de Jesus Cristo, o questionamento é motivado pela representação gráfica do nome, que segundo a Universal seria muito similar à sua.

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A Universal entrou, então, com uma ação na 1ª. Vara Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem do Fórum Cível de São Paulo reivindicando o direito de imagem.

"São utilizados os mesmos aspectos gráficos, fonéticos e ideológicos, sem nenhum símbolo ou imagem para a diferenciação, o que causa extrema confusão", disse a Universal no processo. A Universal citou que a pomba da Igreja das Nações é "praticamente idêntica" à sua, diferindo apenas na direção do voo e no fato de que uma está inserida num coração (a da Igreja fundada por Edir Macedo em 1977), enquanto a outra está dentro de uma cruz. As marcas da Universal são registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). "Há uma clara e evidente má-fé", afirmou a Universal.

A Igreja das Nações, na defesa apresentada à Justiça, afirmou que Romualdo Panceiro "nunca teve a intenção de ludibriar as pessoas, mas, sim, de propagar a palavra de Deus". Disse que "Reino de Deus" é um termo bíblico e que a Universal não pode se apropriar de algo "que é tão importante aos cristãos".

A pomba, da mesma forma, é, de acordo com a Igreja das Nações, um signo importantíssimo para a fé cristã, pois remete ao batismo de Jesus Cristo. No processo, citou um trecho da Bíblia. "Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele." A Igreja das Nações declarou ainda que mudou o desenho, bem como a fonte da letra do nome de "Jesus Cristo" no seu logotipo, a fim de provar que seu único objetivo é propagar a palavra de Cristo.

O juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi deu razão à Igreja das Nações. Disse que não houve reprodução ou imitação integral das marcas da Universal e que os termos utilizados são comuns ao ramo religioso, citando as palavras "Igreja" e "Deus". A Universal ainda pode recorrer da decisão.

Como de costume, na saída do Palácio da Alvorada o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou com os seus apoiadores. Desta vez, o presidente da República fez uma comparação entre a multiplicação dos pães de Jesus, contado na Bíblia, com os benefícios dados pelo PT. 

“Tem uma passagem bíblica de quando Jesus dividiu o pão. Depois ele deu uma desaparecidinha, neh? Daí o povo foi atrás, e foi atrás porquê? Para mais benefício. Fizeram a ligação com o PT dando bolsa isso, bolsa aquilo?”, indagou.

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O feriado da Semana Santa é comumente aproveitado por muitos estudantes e trabalhadores para descansar. Mas, é importante lembrar que as celebrações da Páscoa não são apenas ligadas a um ritual religioso, uma vez que existe muita história por trás. O período é uma chance para os estudantes aproveitarem os dias de folga para relacionar alguns fatos históricos com o que pode ser cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O professor de história, sociologia e filosofia Hilton Rosas conta ao LeiaJá, em parceria com o Vai Cair no Enem, cinco fatos curiosos sobre o feriado, em que os feras podem estudar o contexto. Confira

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1 - A Páscoa é um feriado judaico

Segundo o professor, durante a chamada Semana Santa, é celebrado o período do êxodo. Período este em que os Hebreus eram escravos no Egito durante a fase do Novo Império e que foram conduzidos por Moisés, que recebeu os dez mandamentos que unificaram o povo hebreu na volta à Palestina.

2 - Roma dominava a Palestina

Durante as pregações de Jesus pela Galiléia, no século I da era cristã, a Palestina estava sob domínio dos romanos no Império Ocidental. Durante sua expansão territorial, eles também ocuparam regiões do Oriente Médio.

3 - A origem da crucificação

O professor de história relata que a crucificação era uma condenação romana. A técnica era usada como forma de punir os acusados e alertar o povo para as consequências de cometer crimes.

4 - A relação do Carnaval com a Páscoa

A páscoa cristã é marcada pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, na elaboração do calendário gregoriano (cristão). Esse foi colocado no período que antecede o Solstício de Primavera, no Hemisfério Norte, quando após o inverno, povos pagãos consumiam em festas e banquetes seus estoques de comida, para não apodrecer. Essa festa ficou conhecida como festival da carne ou carnaval, quando aguardavam pelo retorno do sol, que para muitos destes povos era visto como a renovação da vida.

A Igreja Cristã usa dessa prerrogativa para instaurar o período de resguardo da quaresma até a espera do retorno do sol (luz) que cabia muito bem com a ideia da ressurreição de Jesus; a luz que traria uma nova vida. Esse sincretismo foi muito favorável na conversão desses povos pagãos para o cristianismo durante a idade média, período marcado pela centralização religiosa do teocentrismo.

5 - A Páscoa como ferramenta de conversão

A páscoa cristã também retrata não só a renovação do povo hebreu/judeu, mas também a ressurreição de Jesus pelos cristãos, feriado importante e tradicional para esse povo, pois reforça a ideia da importância do Cristo para o despertar de uma nova vida. Esse discurso favoreceu a ampliação da fé pelo ocidente e regiões colonizadas por europeus.

Entre os eventos históricos que, pela sua natureza, são quase inesquecíveis, destaca-se o nascimento de Jesus Cristo, celebrado nesta sexta-feira (25). Para entender melhor todo o contexto histórico em volta deste acontecimento, o LeiaJá conversou com professores de Ciências Humanas que contaram o que aconteceu naquela época.

Nascimento de Cristo

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Na Judeia, antiga província do Império Romano, Maria e José, um carpinteiro, começam a procurar por estalagens, no entanto, os estabelecimentos estavam todos lotados e, à noite, em uma estrebaria cercada de feno com alguns animais em volta, a virgem Maria tem seu primogênito, o menino Jesus. Após o nascimento, segundo escritos bíblicos, o anjo avisa aos pastores que vão ao encontro dele. “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”, relatam os versículos da Bíblia.

Guiados pela estrela de Belém, os três magos do Oriente também foram ao encontro do bebê. Ao chegarem na estrebaria, encontraram o pequeno em uma manjedoura e o presentearam com ouro, incenso e mirra. Naquela mesma noite, segundo os textos bíblicos, José, pai do garoto, soube que o rei Herodes, temendo perder seu trono, ordenou que matassem o menino. “Eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar”, contam os textos bíblicos.

Nessa época, o Império Romano era fundado e o primeiro imperador, Otávio Augusto, começava a passar por diversos problemas sociais, sobretudo devido ao surgimento de uma nova classe social, 'os proletários’. Essas pessoas eram famintas, moravam nas ruas e estavam realizando diversas manifestações contra o governo. “Para tentar conter essa classe, Otávio Augusto investiu em obras públicas, inclusive, é do governo dele que vem aquela famosa frase: 'todos os caminhos levam a Roma', porque foi ele que mandou construir muitas estradas para gerar empregos, e ao mesmo tempo, facilitar o deslocamento do exército para conter as revoltas", explica o professor de história Everaldo Chaves.

O imperador, para mostrar o seu poder, expandiu as fronteiras, reformou o exército e a política, e instaurou de forma autoritária a "Pax Romana" (a paz romana). Suas expansões territoriais, segundo o professor de história Arthur Lira, foram bem significativas: “[Otávio Augusto] conquistou o norte da península ibérica, as regiões alpinas da Europa, da Récia e Nórica (atuais Suíça, Baviera, Áustria, Eslovênia), Ilíria e Panônia (atuais Albânia, Croácia, Hungria, Sérvia, Montenegro, Bósnia e Herzegovina), e estendeu as fronteiras na África e Oriente Médio, incluindo a região em que Cristo nasceu”, explica Lira. No entanto, a realidade dentro e fora de Roma estava longe da paz.

Jesus, em sua passagem pela terra, conviveu com civilizações constantemente em guerra. Os gregos, persas, hebreus, fenícios, egípcios e, principalmente, os romanos, participaram de diversas batalhas. “A guerra era uma constante no mundo antigo, pois as civilizações estavam sempre dispostas a conquistar novas terras e expandir seu poderio. Entre elas, podemos destacar a violência dos assírios na Mesopotâmia, o expansionismo grego ao longo da Europa, África e Ásia, sem esquecer o poder dos romanos, que conseguiram erigir um dos maiores impérios que o mundo antigo já viu", comenta o educador de história, filosofia e sociologia Marcos Otoch.

Após a morte do rei Herodes, a Judeia ficou dividida para seus três filhos: Felipe (leste do Rio Jordão), Arquelau (Judeia, Samaria e Idumeia) e Herodes Antipas (Galileia). À noite, José recebe novamente uma notícia do anjo: “Levante-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino”, descrevem os versículos da Bíblia.

Ouvindo que Arquelau reinava na Judeia, José, preocupado com seu filho, vai para as regiões da Galileia. Chegando no vilarejo de Nazaré, Jesus começou a pregar e foi aclamado como Messias. Em 6 d.c., segundo Arthur Lira, o território da Judeia foi adicionado à província da Síria quando o imperador Otávio Augusto depôs Herodes Arquelau.

Sob o domínio do imperador, as regiões da Galácia (na atual Turquia) e da Judeia foram convertidas em províncias, passando a ter uma organização regular sob a administração romana. “É nesse contexto inclusive que Pôncio Pilatos foi governador da província romana da Judeia. Cristo conviveu com todas essas 'expansões' e mudanças administrativas do Império Romano sob a região do que denominamos hoje Oriente Médio”, detalha Lira.

Os diversos feitos de Jesus foram divulgados e o seu nome se tornou popular. “Todavia, a difusão do cristianismo na Europa se dá após a morte de Cristo, especialmente com o Apóstolo Paulo de Tarso, que viveu do século 5 ao 67 d.c, no que nós chamamos de Cristianismo Primitivo, propagando o evangelho por todo o Império Romano”, conclui o professor Arthur.

Como é cobrado no Enem?

Para presentear os estudantes neste Natal, o LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem, conversou com professores que compartilharam como todo esse contexto histórico do nascimento e da vida de Cristo pode ajudar os vestibulandos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020.

Marcos Otoch, professor de história, afirma que pode ser cobrado no exame o Império Romano, período do nascimento de Cristo. “O fera tem que se ligar no Império Romano. Os governos dos imperadores, suas principais características e loucuras, o surgimento e crescimento do Cristianismo e, sobretudo, o estudante não pode esquecer das perseguições e mortes aos quais eram submetidos os cristãos”, comenta.

Os vestibulandos devem ficar de olho, segundo o docente Arthur Lira, no período da disseminação do Cristianismo, no Édito de Milão e no Édito de Tessalônica. “Os vestibulares trazem muitas questões sobre o período da difusão do Cristianismo, desde o Século 1 até o Século 4, sobretudo, marcado pela popularização e consolidação no Império Romano. Também, em 313, o Cristianismo legalizado pelo imperador Constantino através do Édito de Milão e, ao final deste mesmo século, o Édito de Tessalônica, do imperador Teodósio I, que fez do Cristianismo a única religião autorizada em todo o império, passando do politeísmo ao monoteísmo”, pontua.

A educadora de história, sociologia e filosofia Cristiane Pantoja listou os seguintes contextos históricos que podem aparecer no exame ligados ao nascimento de Cristo: “os alunos devem estudar a Idade Média e toda a influência da igreja na vida e na morte dos homens. Também devem estudar o contexto moderno quanto às reformas protestantes diante a moralidade do clero católico”, destaca.

No dia 25 de dezembro é celebrado o nascimento de Jesus Cristo. Neste ano de 2020, o Natal será festejado de uma maneira um pouco diferente por causa da pandemia da Covid-19, que recomenda evitar aglomeração de pessoas para evitar o contágio do vírus. Durante este ano, pessoas de todo o mundo perderam amigos e parentes para o vírus. No Brasil, há um total de 189.220 óbitos acumulados. Nesta quinta-feira (24), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que Pernambuco registrou mais 36 mortes e 1.457 casos. 

Para refletir sobre o atual cenário vivenciado atualmente, o LeiaJá reuniu representantes de diversas igrejas para compartilhar mensagens otimistas e explicar a representação do Natal sob a ótica religiosa.

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Bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antonio salientou que no Natal o “Deus que estava longe se tornou próximo, esse Deus que era todo poderoso se fez uma criança, esse Deus que tem tudo se esvaziou de seu filho (Jesus) para nos dar a lição que devemos também nos esvaziarmos de nós mesmos: do nosso egoísmo, das nossas pretensões e abrir o nosso coração para acolher todas as pessoas que passam pelo nosso caminho”.

O líder religioso ainda ressaltou que “somos filho de Deus e de consequência somos irmãos”.”Se somos irmãos, somos responsáveis uns pelos outros, portanto, se Deus assumiu nossa dor, somos também convidados a assumir a dor dos irmãos e das irmãs. Olhar, acompanhar e rezar para aqueles que estão na solidão, para aqueles que perderam sua esperança, por aqueles que às vezes tem tudo, mas falta o necessário, o mais interior e o mais profundo”, disse.

Limacêdo aproveitou também para desejar forças diante da pandemia.  “Que Deus abençoe a todos e nos prepare com força e sabedoria para enfrentar e acolher um ano novo que vem com uma boa notícia: está chegando a vacina e essa vacina vai nos ajudar a retornar  a vida que tínhamos, mas esperando que não seja com tanta maldade, egoísmo, inveja e corrupção, e sim com plena graça do amor e da partilha da generosidade de Deus”, desejou.

Representante da Igreja Ortodoxa, o padre Aldo Mota disse que este é um “momento de refletir mais sobre a simplicidade, sobre o amor que é fundamental e sobre as coisas pequenas porque Deus, que é todo poderoso, se fez homem e nasceu em um lugar simples, mostrando que o desapego das coisas da terra nos dá conforto e é essencial para uma vida feliz e em paz”.

Mota ainda observou que “a sociedade, muitas vezes, tem entendido o Natal como um momento de presentes, comércios, festas e roupas bonitas. O Natal é simplesmente o nascimento do nosso senhor e salvador Jesus Cristo. Ele veio para nos dar vida, então nós celebramos essa data e queremos levar para todos os sentidos desse nascimento que é a paz, solidariedade, harmonia, respeito e amor entre os homens”.

Seguindo a mesma linha, o pastor da Igreja Batista, Kinno Cerqueira, ressaltou que “atravessamos um tempo difícil”.  “Vírus, fundamentalismos religiosos e necropolítica são fios que formam um manto sinistro que envolve o sol da esperança. Às vésperas do Natal, uma questão excruciante brota destemida dentro de nós: como celebrar a vida sob nuvens tão lúgubres?”, questionou.

Além disso, para ele o isolamento domiciliar e a solidão que decorre do vírus é metáfora concreta da caminhada por vezes solitária de quem sonha com um mundo renascido do amor. “A memória do nascimento de Jesus é vela acesa em meio a densas trevas, possibilidade de entreabrir janelas, de banir a mortandade, de curar corações golpeados, de entretecer um novo existir sem pedras nem cruzes, mas com flores e gozo”, comentou.

Por fim, o padre Fábio Santos, presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso (CODEIR) da Arquidiocese de Olinda e Recife, acrescentou que o Natal é um convite para nos encher de esperança. “Os anjos disseram: eu anuncio para vocês uma alegria, no meio da escuridão da noite brilha uma luz, no meio da escuridão de pandemias e pandemônios, Deus nos clareia e renova em nós a esperança de seguir em frente”, frisou.

Não será um presépio em Belém. Neste Natal, Jesus nascerá no Brasil, em meio a uma Amazônia devastada pelas chamas. E será um bebê negro, filho de uma virgem negra, rodeado de querubins indígenas.

Esse presépio natalino repleto de simbolismo atrai olhares curiosos na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde a Igreja do Santuário do Sagrado Coração de Jesus tem uma tradição de expor assuntos contemporâneos em sua representação anual do nascimento do menino Deus que, para os cristãos, dividiu a história em um antes e depois.

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Havia muitos temas para escolher em 2020, mas essa paróquia escolheu dois temas que se tornaram mais relevantes no Brasil desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo no ano passado: racismo e aumento do desmatamento na Amazônia.

"O presépio mostra que as pessoas que queimam a natureza, pessoas que agridem seus irmãos por diferença de cor, não têm Deus no coração", afirma Maurício Rodrigues dos Santos, porta-voz desse templo católico.

Há uma década este santuário cria presépios que carregam mensagens, aproveitando sua localização privilegiada perto da muito movimentada estação de metrô da Glória, em frente à sede da arquidiocese do Rio.

Há dois anos, essa igreja exibiu uma Maria amamentando seu bebê, após vários incidentes em que as autoridades impediram as mães de alimentar seus filhos em público. No ano anterior, o presépio teve como tema o combate à corrupção e foi vandalizada.

No último ano, o padre Wanderson Guedes, o artista que dá vida a essas exibições, descartou a luta contra o desmatamento da Amazônia como tema depois de receber ameaças. Mas este ano a igreja, que monta os presépios graças ao trabalho voluntário e às doações de seus fiéis, decidiu abraçar o tema e incluir uma mensagem antirracista.

São temas que voltam incessantemente à tona no Brasil governado por Bolsonaro. O presidente defende a exploração agrícola e mineradora da maior floresta tropical do mundo. Durante seus dois anos de mandato, o desmatamento na Amazônia atingiu níveis recordes em uma década e os incêndios se multiplicaram.

Bolsonaro também foi acusado de fomentar um discurso de ódio por fazer comentários pejorativos sobre negros e índios no país. Apesar das tensões políticas, Dos Santos diz que a igreja não tem medo de represálias por seu novo presépio.

"Se eles vierem, como já vieram radicais, e quebrarem uma peça, eles quebram uma peça. A gente refaz. A gente tem um ano para refazer tudo" disse à AFP. "Mas não quebra a ideia. Não quebra a motivação. Não quebra o espírito. Isso permanece. Esse menino (Jesus) inteiro aqui, ou esse menino quebrado, têm mensagens diferentes, e as duas mensagens são muito importantes", finaliza.

"Quando um cristão carrega a cruz no cordão, coloca na parede de casa, usa estampada na camiseta ou em uma tatuagem, não carrega apenas a recordação do assassinato de Jesus, carrega um ideal". É assim que o teólogo e editor da Revista Vozes, Welder Lancieri Marchini, analisa um dos maiores símbolos do cristianismo.

Tanto no catolicismo romano quanto no ortodoxo, a cruz representa a vida e a morte de Jesus Cristo e também o estilo de vida por ele propagado. "Seja com a imagem de Jesus, que chamamos de crucifixo, ou sem a presença do Cristo, a cruz que habita os altares, o alto das torres ou mesmo a parede de nossas casas nos lembra que o cristianismo não é apenas uma teoria um uma ideia, mas é um projeto de vida, um ideal que foi vivenciado com doação total pelos credores do homem de Nazaré", explica Marchini.

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A pedagoga Suely Batista Rios, 51 anos, é católica e afirma que a cruz sempre esteve presente em sua casa. "Cresci ouvindo as histórias por meio de minha mãe, que sempre foi muito religiosa. Carrego um crucifixo, assim como o uso do escapulário em todos os lugares que vou. É meu amuleto", comenta.

Hoje utilizado como um objeto de proteção, a cruz já foi sinônimo de tortura, humilhação, fracasso e morte. "Povos antigos como os romanos e até os judeus utilizavam a cruz para expor pessoas condenadas por grandes crimes, como uma forma levá-las a vergonha pública", explica o doutorando em teologia Valdecir Ferreira.

Ao longo do tempo, a cruz foi ressignificada diversas vezes. "A cruz ganhou espaço pelas obras de arte. Foi pintada, esculpida, poetizada, escrita, teatralizada, tocada e cantada. São muitas as formas de representação da cruz. Ora popularizada pela via artística, ora revivida nas muitas cruzes do nosso povo, esse objeto se atualiza e é mostrado de inúmeras vias: em pessoas passando fome, morrendo sem assistência e dignidade, nas mães, nos trabalhos desumanos, na falta de dignidade, nas guerras, nas doenças incuráveis e em tantas outras formas de sofrimentos que se atualizam todos dos dias", comenta Valdecir, que considera a cruz também como um símbolo de renovação. "O adereço ou o enfeite cederá espaço para a memória contínua daquele que nos garante que a morte não é o fim e que o sofrimento é uma passagem que nos insere na dinâmica do mistério do próprio Jesus Cristo", finaliza.

 

Do despertar para a vocação até a licença para conduzir celebrações e liderar uma paróquia, o percurso é longo. A trajetória dos padres da Igreja Católica Apostólica Romana requer anos de estudo e dedicação aos mais necessitados. Além do conhecimento acadêmico e da fé, é a missão pastoral dos sacerdotes que os habilita a seguir um caminho próprio, que lhes permite a capacidade de guiar os adeptos do catolicismo na trilha do Evangelho.

Aos 71 anos, sendo 40 destes como sacerdote, o padre Dervile Alonço explica que teve parte dos estudos abreviados por ter concluído o curso superior em Biologia, antes de descobrir que seguiria o caminho pastoral. "O passo normal seria cursar três anos de Filosofia e depois mais quatro anos de Teologia. No meu caso, fiz apenas a Teologia com algumas matérias da Filosofia, então tive uma formação acadêmica um pouco diferente dos outros", conta.

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Para Alonço, a convivência com os presidiários do Pavilhão 5 na extinta Casa de Detenção, em São Paulo, enquanto cursava a segunda faculdade, deixou claro que sua trilha seria de dedicação aos que vivem à margem da sociedade. "Durante três anos, tínhamos um grupo de estudantes da Pontifícia Universidade Católica [PUC] que se ofereceu para dar aulas no sistema Paulo Freire para os presos. Foi uma experiência muito interessante para a minha formação", conta.

O padre Dervile Alonço | Foto: Arquivo Pessoal

Formado por meio da Teologia da Libertação, Alonço acredita que todo homem possa se tornar padre. "Isso desde que tenha uma amorosidade, uma convivência com os mais pobres. Não é ser padre para fazer uma carreira eclesiástica, e sim para um serviço àqueles que mais necessitam da nossa assistência", alerta. "Com o passar do tempo, vejo que a maior preocupação de muitos dos nossos seminaristas é com vestes, com a condição da paróquia que vão assumir e se vão ser respeitados enquanto autoridade. Nós não somos autoridades, somos servidores dos excluídos da sociedade", complementa.

Juventude no seminário

Foi em 2017 que o seminarista Lucas Martins, 20 anos, decidiu que seu caminho seria trilhado a partir do altar. A influência da família católica sempre o fez admirar a figura sacerdotal, mas jamais havia pensado em seguir dedicando-se ministério religioso. "Sempre participei da vida da minha comunidade, mas até os 17 anos nunca tinha me visto como padre. Foi nessa idade que comecei a sentir o desejo de seguir o caminho do sacerdócio", recorda.

A escolha exigiu discernimento para prosseguir na missão. "No início foi difícil, mas sendo acompanhado, pude perceber que Deus estava me chamando ao seminário para fazer um maior aprofundamento vocacional", conta Martins, que é seminarista da Diocese de Governador Valadares (MG).

O seminarista Lucas Martins | Foto: Arquivo Pessoal

O cotidiano do seminário apresenta algumas novidades para Martins, como a convivência com pessoas que mostram realidades diferentes da que ele vivera até então. "A primeira dificuldade é desgarrar da família, depois o convívio com pessoas diferentes, uma rotina de estudo muito mais exigente. Porém, todas as dificuldades valem a pena quando percebo que elas te fazem uma pessoa bem melhor", comenta.

Apesar de muito jovem, o seminarista não teme a mudança rápida e constante do mundo atual. "Isso vai exigir muito de mim, mas creio que chegará um dia que tantas mudanças serão uma provação. O maior de todos os desafios é não esmorecer, não deixar a chama da vocação se apagar", diz Martins que quer ser exemplo para os jovens. "Entre tantos sonhos, tenho o de ser uma referência para os jovens, em especial para aqueles que desejam seguir essa vocação também", complementa.

Visão da Teologia

Para o padre e teólogo Antonio Manzatto, um dos maiores desafios para os sacerdotes da atualidade é a manutenção da fidelidade ao que Jesus Cristo apregoou. "Ter fama, riqueza, privilégios, continuam sendo propostas da sociedade que não se coadunam com a perspectiva de serviço, com a afirmação da igualdade e com a solidariedade, que são exigidos de quem quer ser seguidor do Evangelho, mais ainda como agente de igreja", considera. Segundo ele, ser sacerdote é uma aptidão. "Todos podem viver a solidariedade com os pobres, é claro, mas na sua radicalidade, isso é uma vocação. Não é um dom que se acrescenta de fora pra dentro, mas uma perspectiva de vida que afirma que o sentido da existência não está em outro lugar que não no serviço aos mais pobres", explica Manzatto.

De acordo com o teólogo, as normas da Igreja Católica devem ser cumpridas à risca. Entretanto, não há motivo para que o regimento em voga seja similar às praticadas na Idade Média. "Quem vai ser padre, vai sê-lo no mundo contemporâneo, mas não adianta colocar regras medievais para quem vai ser formado hoje. Há normas, porque ninguém vai ser padre à sua maneira e será membro da Igreja, mas as condições de vida presbiteral hoje em dia estão em sintonia com a sociedade onde vivemos", finaliza Manzatto.

Números

Segundo o Vaticano, até o ano de 2017, era 414,5 mil o número de padres em todo o planeta. No Brasil, o último levantamento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2019 mostra 27,3 mil sacerdotes no país.

O ator Caco Ciocler, que esteve recentemente na novela Éramos Seis, bateu um papo sobre carreira e cinema durante uma live no Instagram, nessa quarta-feira (1º). Promovida pelo Ingresso.com, a conversa explorou alguns desejos artísticos de Caco. Convidado para protagonizar a Paixão de Nova Jerusalém este ano, ele garantiu que ainda pretende interpretar Jesus Cristo, caso o espetáculo seja realizado pós-pandemia .

"Sempre que me perguntam quem eu gostaria de fazer o papel um dia, a minha resposta é Jesus Cristo. E olha que loucura, eu ia fazer o papel agora na Paixão de Cristo, cancelada por causa da pandemia e adiada para Setembro. Vamos ver se acontece, mas esse sonho eu vou realizar. Além dele, tem um personagem da dramaturgia que sou fascinado: o Ricardo III", disse.

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Em um outro momento da entrevista, Caco Ciocler revelou os diretores de cinema que mais admira: "Gosto de Woody Allen, Tarkovsky e Tarantino, um cara que brinca com a própria linguagem do cinema". Aproveitando o isolamento social, ele declarou que está acompanhando a série Transparent.

Retratada no livro de Mateus, da Bíblia Sagrada, a ressurreição é um marco para a fé Cristã e relatada nas mais diversas religiões. A história detalha o retorno à vida de Jesus Cristo ao terceiro dia depois de ser crucificado, morto e sepultado. A sexta-feira santa marca o dia da crucificação e o domingo, o renascimento. O fato é celebrado na Páscoa, a maior e mais antiga festa do Cristianismo. No sentido literal, a palavra ‘ressurreição’ significa ressurgir; erguer ou levantar. Diante do cenário atual em que o mundo vive após a pandemia do novo coronavírus, a mensagem carregada pela história da cruz pode trazer um novo significado para a humanidade.

Para o teólogo Rodrigo Alves, a ressurreição garante àqueles que creem na história que eles não estão sozinhos durante este momento caótico. “Um dos aspectos mais importantes na ressurreição de Jesus Cristo é acreditar em um Deus vivo. E essa prova que nós temos, biblicamente falando, ela pode ser encontrada no Evangelho de São Mateus, capítulo 28, versículo 20, quando Jesus vai dizer: ‘Eis que estou convosco todos os dias’. Ele está garantindo que está conosco. Não existe a possibilidade de um Deus morto estar presente na vida de alguém”, diz o teólogo.

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“Neste período que estamos vivendo, neste caos, partindo do coronavírus, a ressurreição garante a sua presença conosco, com aqueles que creem e o seguem. Agora isso não quer dizer que estamos blindados ou estamos com um escudo, mas nós temos a garantia da presença desse Deus conosco”, completa Rodrigo.

A ressurreição, o Cristianismo e a Covid-19

Segundo o pastor Rodrigo Botelho, da Igreja Verbo da Vida Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, o ensinamento de toda a história vem antes mesmo da ressurreição, propriamente dita. “Para haver a ressurreição de Jesus Cristo, foi necessário que ele fizesse o sacrifício de morrer pela humanidade. A primeira mensagem é o tão grande amor que Deus amou toda a humanidade a ponto de enviar seu filho unigênito para que morresse pagando o pecado de todas as pessoas”, afirma.

O pastor ainda destaca a mensagem de esperança ligada à história da cruz e lembra que, para o Cristianismo, o que é vivido hoje é passageiro. “Jesus pagou o preço dos nossos pecados e ressuscitou. Todo aquele que nele crê não ficará na morte, mas também irá ressuscitar. Muitas vezes, nós nos apegamos tanto à essa vida terrena que só o pensamento de deixá-la, deixa as pessoas atônitas e em desespero. Quando na realidade, aqui na terra, estamos passando um tempo. Mas irá ter o tempo da volta daquele que ressuscitou”, alega o pastor.

“É lógico que neste assunto só vai crer aquele que tem fé. Mas a mensagem da ressurreição é uma mensagem de esperança dizendo que Deus amou o mundo a tal ponto que Jesus morreu e ressuscitou e todo aquele que nele crê não vai ficar na morte. Deus ama a humanidade e tem um plano melhor para ela”, encerra.

Assim como Rodrigo, o também Pastor, Carlos Júnior, da Igreja Verbo da Vida Zona Norte, no Recife, acredita que além, da esperança, a ressurreição carrega a mensagem de que terá um novo tempo pela frente. “Creio que nós podemos aprender sobre recomeços. A ressurreição fala sobre de uma nova vida. Essa é uma grande oportunidade das pessoas recomeçarem uma nova história”, diz Carlos.

“Ressurreição fala de um começo de uma nova vida e eu creio que essa é a maior lição que devemos tirar para esse tempo. Temos que saber que, após esse período, haverá novos começos para empresas, negócios, empreendimentos e que as pessoas não devem ficar com medo”, acrescenta. Além do lado religioso, a história da ressurreição pode ser analisada, estudada e explicada por outros vieses.

A ressurreição e a sociologia

Para o professor de sociologia e filosofia João Pedro Holanda, os sociólogos e Jesus têm muitas semelhanças entre si. “Podemos dizer que muitos autores, ao analisar a sociedade, detectaram problemas como egoísmo, a falta de empatia, falta de alteridade, e, portanto, propuseram como soluções para resolver esses grandes males sociais, a tentativa de uma educação mais solidária, mais crítica, formadora do sujeito”, aponta o professor.

“Em outras palavras, quando Jesus se propõe a ajudar os que mais precisam, ajudar os mais vulneráveis socialmente, ele se aproxima muito do que boa parte dos sociólogos tem tentado fazer. Estudar as condições de vulnerabilidade, entender as condições que levam as pessoas a estarem em condições desumanas. E mais do que isso, sendo a sociologia uma ciência sempre prática, os sociólogos também têm a intenção de resolver esses problemas e propor soluções”, continua.

“Assim como Jesus, de alguma forma, amparou os desamparados, acho que a sociologia vem cumprindo esse papel também. Não só analisar e descrever as desigualdades do contexto social que a gente vive, mas propor soluções para resolver e, portanto, propor amor e esperança”, conclui o docente de sociologia.

A ressurreição e a história

“Historicamente e também teologicamente, o significado da ressurreição, em várias religiões, não apenas no Cristianismo com Jesus, mas também, por exemplo, Osíris para mitologia egípcia, quando ela aparece em alguma crença religiosa, ela está sempre atrelada à questão da superação. A questão de ir além”. É assim que o professor de história Pedro Botelho explica o significado da ressurreição para a história. Segundo ele, na Ciência Humana, a principal mensagem do retorno à vida de Jesus é a transcendência dele.

“A ressurreição para o Cristianismo, não só no primitivo, que é o início da religião Cristã, ali nos Séculos I, II e III, que é quando o Cristianismo chega à Roma e começa a se espalhar, a noção de que Jesus era um homem pobre, um judeu da Galileia, que pregou uma nova mensagem religiosa, uma nova mensagem de amor, e que ele passa do humano, morre e transforma-se numa figura divina. É isso que a ressurreição, normalmente, deixou para posteridade, para a história”, explica Pedro.

“Historicamente, a gente vai ter essa posição reafirmada a partir do Concílio de Niceia, em 325, que é quando o Império Romano passa a aceitar o culto cristão e que os primeiros líderes das igrejas cristãs começam a deliberar sobre quais são as crenças corretas e aí a ressurreição de Cristo é uma das primeiras coisas a se esquematizar, além da questão da Santíssima Trindade. E a grande mensagem que é passada é a transcendência dele. Ele ascende, cresce, se transforma em uma figura sagrada, sobe ao Reino dos Céus a partir da ressurreição”, encerra.

Pedro Botelho também acredita que é possível tirar uma lição com toda essa história cristã para os tempos atuais de pandemia. “Além de ser uma data comemorativa religiosa, ela ensina a gente a se superar, nos ensina a passar pelas provações, a passar pela dor, para que a gente possa ser mais além. A mensagem principal, da ressurreição de Cristo, é isso. É ser mais, ser maior. É passar pela dor e entender a nossa humanidade”, finaliza o professor de história.

Conteúdo publicado originalmene no site institucional da UNINASSAU

Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) segue com cronograma mantido. Algumas datas comemorativas do nosso calendário, como a Páscoa, festividade religiosa celebrada no próximo domingo (12), pode indicar abordagens cobradas na prova. Estabelecendo uma interdisciplinaridade entre filosofia, sociologia e história, professores analisam as questões para o Enem .

Em entrevista ao LeiaJá, o professor de história, sociologia e filosofia Hilton Rosas explica que, desde o início dos tempos, existem marcas da relação do ser humano com alguma religião. Trata-se de uma relação que culmina na formação dos indivíduos através do tempo, considerada uma instituição social.

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Construídos em uma correlação entre as filosofias das épocas, existiram os costumes pagãos e adaptações. “A religião é embasada em seus elementos culturais, que definem outras relações da complexa vida em sociedade. Sendo assim, é nossa necessidade quase que essencial nos prendermos ao metafísico como contemplação ou satisfação no que remete ao espiritualidade”, completa o professor.

Rosas ainda explica que esta relação ocorre em mesmo nível para os ocidentais, regidos pela moral judaica-cristã. Desde a queda do Império em 476 d. c., a Igreja Cristã inicia a sua consolidação, mesclando pensamentos de “Platão com a filosofia patrística de Agostinho de Hipona, e relacionando os conceitos filosóficos do autor citado aos dogmas da Igreja, enquanto instituição”.

Neste primeiro momento do Cristianismo, esses conceitos foram fundamentais para “criar um pensamento de ideias, juízos e valores que determinaram a imposição cultural do Cristianismo durante a Idade Média na Europa como ideologia dominante”. Através das obras de Aristóteles, resgatadas pelos muçulmanos, os cristãos passam a conhecer e desenvolver “dentro da filosofia aristotélica a sua conciliação com os dogmas da instituição religiosa".

"Neste período medieval, o Cristianismo vem a sofrer seu primeiro cisma [separação de um grupo, organização ou movimento]. O oriente dividindo-se em católico e ortodoxa”, explica o professor.

Já na Idade Moderna, teremos a segunda divisão através da reforma protestante. Neste período, a Igreja Católica era acusada de corrupção e com isso perdia fiéis para os princípios protestantes. Para se recuperar das perdas, a Igreja de Roma instituiu o contragolpe para difundir a instituição de roma pelo Novo Mundo, o continente Americano. “Foi pela mão do colonizador que a os catequistas, missionários de Roma, impuseram o etnocentrismo [quando uma cultura se sobrepõe a outra] aos povos nativos [povos indígenas]”, aponta o professor de história. “Hoje, por exemplo, nós brasileiros somos cristãos por uma imposição cultural”, ressalta Rosas.

Agora, entendendo melhor como o Cristianismo tomou forma ao longo do tempo, estudantes que se preparam para o Enem devem ficar atentos às abordagens durante o Exame. O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair no Enem (@vaicairnoenem), preparou uma lista com exemplos de abordagens do tema na prova. Para traçar as resoluções, tivemos ajuda dos professores de história Hilton Rosas, Thaís Almeida e Everaldo Chaves, parceiros do projeto. Confira as questões: 

Questão 1

Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da:

A) Incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.

B) Incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.

C) Permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.

D) Relação de integração entre Estado e Igreja.

E) Influência das religiões de origem africana.

Resolução: A resposta correta é: letra “D”. No período colonial, quando o Brasil estava subordinado ao governo português, a religião católica era oficial e a única admitida. Qualquer outra expressão religiosa estava proibida e sujeita a perseguição. Após a independência, o Brasil manteve essa tradição e se constituiu como um ‘Estado Católico’, ainda oficial, no qual a Igreja estava subordinada ao Estado através de práticas como o padroado e o beneplácito.

Questão 2

Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa:

A) Foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.

B) Mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.

C) Passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.

D) Diferenciam-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.

E) Resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.

Resolução: A resposta correta é: letra “A”. Os dois processos de colonização ocorreram em contextos distintos. A América portuguesa teve sua colonização iniciada no século XVI, época da contra reforma apoiada no Concílio de Trento, quando a questão religiosa era determinante, principalmente nos reinos católicos. A América inglesa foi colonizada no século XVII e aqueles que buscaram o novo continente o faziam para exploração, no Sul, usando o escravo africano; ou como refugiados, no Norte, dada a situação de crise da Inglaterra devido à Revolução Puritana e a seus efeitos. Não havia, por parte da igreja anglicana ou dos protestantes, uma política de conversão dos nativos.

Questão 3

O texto a seguir reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance: - Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? perguntou Sofia. - Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até às três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida. (...) Até às dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades. Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que:

A) As Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.

B) A Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.

C) O Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.

D) As peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.

E) Os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

Resolução: A resposta correta é: letra “A”. Se o texto apresentado considera que cada hora corresponde a um século, a queda do Império Romano, no século V, ocorreu às 5 horas e as grandes navegações do século XV ocorreram às 15 horas; mesmo momento em que se iniciou a Idade Moderna em 1453. A Propagação do cristianismo começou na primeira hora, no primeiro século da Era Cristã e os mosteiros perderam o monopólio da educação entre os séculos X e XI, sendo que a Idade Média termina no século XV.

Questão 4

Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a representa. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado). No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado retoma a/o:

A) Pensamento idealista de Platão

B) Conformismo estoico de Sêneca

C) Ensinamento místico de Pitágoras

D) Paradigma de vida feliz de Agostinho

E) Conceito de bem comum de Aristóteles

Resolução: A resposta correta é: letra “E”. Essa questão faz referência à um período importante da história do cristianismo, que é o período da Baixa Idade Média. Nele, a igreja já era institucionalmente forte e coesa, sendo a maior detentora de terras. Então o poder do clero era grande e a doutrina da cristã, da qual Aquino é um dos mais importantes representantes e tinha forte influência nas mentalidades sociais. Fica evidente, na questão, quando observamos que a filosofia cristã está legitimando o poder da lei a partir dos princípios que vinculam razão e cristianismo. Além de evidenciar a forte influência da produção filosófica clássica na construção da filosofia cristã.

Questão 5

O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa sincrética. A igreja retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e da luz no entanto não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e associá-las à doutrina cristã. CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista Anthropológicas, n. 18, 2007 (adaptado). Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que consistem em:

A) Promoção de atos ecumênicos

B) Fomento de orientação bíblicas

C) Apropriação de cerimônias seculares

D) Retomada de ensinamentos apostólicos

E) Ressignificação de rituais fundamentalistas

Resolução: A resposta correta é: letra “C”. Após a adoção do cristianismo como religião oficial na Europa ocidental e, principalmente, a partir do início do feudalismo no século V, a igreja católica, diante da necessidade de conversão dos pagãos à nova religião, acabou por sincretizar celebrações seculares, ou seja, pagãs, aos ritos católicos.5

Centenas de manifestantes hindus, militantes do partido no poder na Índia, protestaram nesta segunda-feira (13) contra os planos de construir uma estátua de Jesus Cristo para disputar com o tamanho do Cristo Redentor do Rio do Janeiro.

O Partido de Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro Narendra Modi, foi considerado intolerante com outras religiões e acusado de querer transformar a Índia em um país hindu, algo que ele nega.

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As manifestações realizadas no estado de Karnataka, no sul, foram lideradas por Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), uma organização afiliada ao BJP.

Cerca de mil policiais foram destacados para monitorar a marcha.

"Não queremos a estátua, porque ela contraria o espírito de harmonia comum e estimula conversões religiosas, algo que os missionários cristãos fazem cada vez mais", disse à imprensa indiana o chefe do RSS, Prabhakar Bhat.

A construção da estátua de granito branco, 34,7 metros de altura - um pouco menor do que a do Rio de Janeiro, embora sua base seja maior -, foi interrompida logo após o início da obra no mês passado. Muitos hindus acreditam que a colina, sobre a qual está planejada a construção da estátua, em uma cidade de maioria cristã, Harobele, seja a morada de uma divindade hindu, embora não haja templos na área.

O governo do estado, liderado pelo BJP, acusou o governo anterior - controlado pelo Partido do Congresso - de ter atribuído o lote para a construção ilegal da estátua.

Ele já havia proibido um festival para comemorar um rei muçulmano que lutou contra a Companhia Britânica das Índias Orientais. Por este episódio, foi acusado de discriminação.

Nos últimos anos, a Índia registrou um aumento de crimes contra minorias religiosas e uma erosão da liberdade religiosa desde que Modi chegou ao poder em 2014.

Durante um mês, a Índia tem sido palco de grandes protestos contra uma nova lei que facilitará a naturalização de minorias religiosas perseguidas, mas não se forem muçulmanos.

 

Esse ano, o especial de Natal do canal de humor Porta dos Fundos, intitulado “A primeira tentação de Cristo”, provocou imensos debates sobre a forma como a ficção pode abordar elementos religiosos. A revolta de alguns cristãos gerou até pedidos para que a plataforma Netflix tirasse o programa do seu catálogo.

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O fato é que essa não foi a primeira vez que um produto audiovisual causou polêmica ao abordar elementos do cristianismo. Aproveitando o momento, o LeiaJá relembra alguns filmes que polemizaram com o tema.

Jesus Cristo Superstar (1973)

O musical dirigido por Norman Jewison não faz piada com Jesus, mas só o fato de ter os personagens bíblicos dançando já causou um rebuliço gigante. O longa, porém, foi muito bem recebido pela crítica e concorreu a duas categorias no Globo de Ouro de 1974.

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A Vida de Brian (1979)

A comédia do grupo humorístico inglês Monty Python arrumou um monte de treta no seu lançamento. O filme conta a história de um judeu que acaba confundido com Jesus e passa a ser seguido e adorado por uma multidão. O roteiro faz paródias com várias passagens da Bíblia, até mesmo com a crucificação.

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A Última Tentação de Cristo (1988)

Antes de brigar com a Marvel, Martin Scorsese brigava com os cristãos. Tudo por conta da sua adaptação do livro de Níkos Kazantzákis, que mostra um Cristo mais humano, inclusive com desejos sexuais. No ano do seu lançamento, um grupo fundamentalista cristão lançou coquetéis molotov no interior do teatro parisiense Saint Michel, onde o filme estava sendo exibido. O ataque feriu treze pessoas.

Dogma (1999)

A comédia maluca de Kevin Smith, que mistura anjos, apocalipse, maconha e Alanis Morissette fazendo o papel de Deus, rendeu até ameaças de morte ao diretor. Você já deve ter visto por aí uma imagem de Cristo sorrindo e 'dando legal', né? Pois bem, é desse filme.

O Código Da Vinci (2006)

O filme de Ron Howard, baseado no livro de Dan Brown, é focado na teoria que Jesus Cristo teve uma filha com Maria Madalena e que não era um ser celestial e sim um descendente de reis judeus. Cristãos defenderam um boicote, mas a produção faturou 760 milhões de dólares ao redor do mundo.

Você está pronto para lutar com Satanás no deserto, exorcizar demônios e curar pessoas doentes? Essas são apenas algumas das ações prometidas em 'I am Jesus Christ', um jogo de simulação realística anunciado pela PlayWay, na última semana. E não, você não entendeu errado. No jogo, você controla Jesus Cristo e o objetivo é percorrer os mesmos caminhos que ele trilhou, de acordo com o Novo Testamento.

No trailer do jogo é possível conferir o personagem realizando alguns dos famosos milagres do Messias, como devolver a visão de uma senhora, multiplicar peixes e até mesmo ressuscitar. Apesar da história ser sobre Jesus, ele não cobre toda a vida do salvador, oferecendo apenas as partes entre o batismo e a ressurreição. O game está na página oficial da Steam, mas ainda não tem data de lançamento confirmada, nem há outras informações disponíveis. Confira o trailer:

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