Tópicos | João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto, se estivesse vivo, faria 100 anos nesta quinta-feira (9). Por sua obra, o pernambucano é considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa. Seu valor é tanto, que suas palavras ultrapassaram o campo literário. Além de referência para inúmeros escritores, ele inspirou a composição de músicas e até de álbuns inteiros, durante décadas. O LeiaJá separou cinco exemplos.

Chico Buarque

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Em 1966, Airton Barbosa e Chico Buarque musicaram o poema Morte e Vida Severina, que tinha sido publicado em 1955. Esse foi o segundo álbum do cantor.

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Paralamas do Sucesso

Em seu sétimo disco, lançado em 1994, Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone usaram a visão nordestina de João Cabral de Melo Neto para compor não só uma música, mas um álbum inteiro, batizado de Severino.

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Cordel do Fogo Encantado

A banda pernambucana é carregada de poesia e como conterrânea de um dos maiores poetas do país, não poderia deixar João Cabral de Melo Neto de fora das influências. No disco O Palhaço do Circo sem Futuro, de 2002, eles já tinham gravado o poema Os Três Mal-Amados. Em Transfiguração, de 2006, beberam da fonte mais uma vez para modernizar o conto sobre o sofrimento nordestino na canção Morte e Vida Stanley.

Eddie

A banda olindense, em 2015, se rendeu ao poeta com um disco inteiro inspirado na sua obra, intitulado Morte e Vida.

Raimundos

Até gente que não tem nada a ver com poesia, chegou a reverenciar João Cabral de Melo Neto. A canção Bê a Bá, da banda de rock Raimundos, é politicamente incorreta, falando de drogas, brigas e cheia de palavrões, mas não deixa de ter uma citação à Morte e Vida Severina na letra.

 

“E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida.” 

Os versos de Morte e Vida Severina, obra mais famosa de João Cabral de Melo Neto, sintetizam uma vida devotada à arte e à diplomacia.  O trabalho que o consagrou é uma das poesias nascidas da sensibilidade do escritor nascido no dia 9 de janeiro de 1920 e que morreu em 1999. Modernista, tem versos simples e rigor formal. Inspirações para as obras nasceram, por exemplo, de seu inconformismo diante de dramas de seus conterrâneos nordestinos.  O recifense, que faria 100 anos, nesta quinta-feira, tem uma trajetória com cenários múltiplos e engajados, que lhe valeram prêmios e a imortalidade na Academia Brasileira de Letras.

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Parte da infância, João Cabral passou nos engenhos da família nas cidades de São Lourenço da Mata e de Moreno, paisagem de canaviais que marcaram a vida do poeta. Depois, voltou para o Recife e, nos anos 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro.

A Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar, o aterro do Flamengo, as belezas da então capital brasileira não inspiraram a obra de João Cabral.  Ele não conseguia se desligar do Recife e das imagens de sua infância nos engenhos. Era um tema recorrente em uma obra diversa como a dele.

O Brasil da política e dos grandes centros de poder, foi secundário na poesia de João Cabral, se é que não foi alvo de crítica ou de ironia. O Brasil que o interesse é somente o Brasil do Nordeste.

Apesar de morar no Rio, João Cabral tinha uma espécie de implicância com a cidade, e também com São Paulo, como focos do poder do país. Ele as considerava como duas cidades – ou estados – que abafaram a autonomia e a vida do Nordeste.

No Rio, João Cabral se tornou diplomata e começou uma peregrinação por diversos países, do Senegal a Portugal. Mas foi no primeiro posto dele, ainda nos anos 40, em Barcelona, que ele sentiu-se confortável, principalmente em Andaluzia e Sevilla. A paisagem lembrava muito a de Pernambuco e isso se refletiu em sua poesia, dedicando às cidades e à paisagem espanholas muitos poemas.

Seja no Brasil, seja no exterior, João Cabral produzia. E foi premiado: Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988), entre outros.

Também entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1968. Morreu no Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1999.

O poeta, ensaísta e crítico literário Antônio Carlos Secchin, membro da Academia de Letras, cursou mestrado e doutorado pesquisando a obra de João Cabral de Melo Neto e foi amigo do pernambucano durante quase 20 anos, até a morte do escritor. Com exceção dos dados biográficos, ele é a fonte das informações que estão na primeira parte desta reportagem (com exceção dos enxertos de poemas, é claro, que tem autoria de João Cabral de Melo Neto).

Os dois se conheceram em 1980, quando Secchin procurou João Cabral para fazer uma entrevista para sua tese de doutorado. “Ele gostou muito do trabalho que eu havia escrito sobre ele [no mestrado] e, a partir daí, nós cultivamos uma amizade muito fraterna, muito franca”, disse.

Para Secchin, a obra de João Cabral pode ser examinada por vários ângulos. “Do ponto de vista do conteúdo, é uma poesia importante porque ela enfatiza, com grande interesse, as questões sociais do Brasil, as condições de vida dos nordestinos, a injustiça social de um modo geral, essa parte geral engajada é importante, mas eu gosto de enfatizar também o aspecto da consciência literária”. O pesquisador considera que João Cabral foi um poeta extremamente preocupado com a qualidade do verso e com o rigor da construção do poema. “Então, essa combinação de uma consciência da forma junto com a questão social é o que faz da obra do João Cabral algo absolutamente fundamental na poesia brasileira.”

Na avaliação de Secchin, João Cabral, ao lado de Manuel Bandeira e de Carlos Drummond de Andrade são os três nomes mais importantes no campo da poesia brasileira no século 20.

Leia aqui alguns poemas de João Cabral de Melo Neto.

"Homem nacional"

Já o homem João Cabral de Melo Neto era uma pessoa completamente diferente do poeta, segundo Secchin. “Nós encontramos a imagem do poeta como alguém claro, alguém racional, alguém absolutamente senhor de tudo o que estava fazendo e o homem João Cabral me parecia inseguro, me parecia alguém um pouco assustado diante da vida e que ele usava essa literatura dele tão clara, tão racional, tão digamos, domada por ele, como uma compensação para aquilo que ele não conseguia fazer na sua própria vida particular”, disse.

Perfeccionista

Na confecção de sua poesia, João Cabral era um perfeccionista. Secchin conta que, no processo de criação de suas obras, nada podia fugir ao controle do pernambucano. “Ele planejava o poema em todos os detalhes e às vezes, como ele fez em dois livros pelo menos, um chamado ‘Serial’ e o outro ‘Educação pela Pedra’, não contente em trabalhar a arquitetura do poema, ele trabalhou a arquitetura do livro. Ele bolou um esquema de livro totalmente rigoroso e, a partir daí, ele foi fazendo poemas que se encaixavam como módulos no conjunto maior que era o próprio livro”.

Por todo esse perfeccionismo com o rigor estético de sua obra, João Cabral não acredita muito em inspiração. Ele abraçava apenas o trabalho. Secchin conta que o poeta delimitava o poema que ele queria fazer.

O pesquisador testemunha que “João Cabral admitia que, de vez em quando, não sabia a origem das inspirações. “Vinha uma ideia, vinha uma frase, uma palavra e, se essa frase e essa palavra ou esse verso viesse muito fácil, ele desconfiava. Achava que aquilo não era bom, achava já tinha ouvido aquilo de outra pessoa”. Para Antônio Carlos Secchine, João Cabral era alguém que voluntariamente se impunha muita dificuldade, se impunha muito obstáculo, mas tendo a esperança, a certeza de que conseguiria vencer esses obstáculos e fazer o poema praticamente, exatamente como ele queria”, disse.

Obras

João Cabral de Melo Neto tem 33 livros de poesias publicados e sete de prosa. Neste ano, em comemoração ao centenário, Secchin vai lançar, pela Editora Alfaguara, uma nova edição da poesia completa de João Cabral de Melo Neto com poemas inéditos descobertos pela pesquisadora Edineia Ribeiro.

Dos mais de 30 livros de poesias, um é considerado por Secchin como o maior sucesso da poesia brasileira de todos os tempos: Morte e Vida Severina. Para o ensaísta, a obra não apenas vai garantir a permanência da poesia de João Cabral, mas vai trazendo a reboque, como uma locomotiva puxa seus vagões, o conjunto da obra dele.

“O próprio Cabral lamentava que os outros livros dele não fossem conhecidos na mesma proporção que Morte e Vida Severina. Eu próprio não considero Morte e Vida Severina o grande livro dele, acho que tem quatro ou cinco pelo menos iguais”, disse Secchin.

Morte e Vida Severina virou peça em 1966, foi premiado e um sucesso de público e crítica. Depois virou disco, programa de TV e, mais recentemente, história em quadrinhos e filme de animação.

Antônio Carlos Secchin afirma que João Cabral apreciou as adaptações de poesias para cinema, teatro e TV.

João Cabral esteve presente na primeira montagem para o teatro que desencadeou todo o sucesso de Morte e Vida Severina em 1966, na França. O poema tinha sido escrito dez anos antes sem nenhuma repercussão no Brasil. Na França, a montagem venceu um festival e, segundo Secchin, foi a partir daí que o sucesso ocorreu.

“Na sequência, a peça foi para o Porto [Portugal], ele estava presente, ele se emocionou e apesar de às vezes ele ficar implicando, ‘não, esse poema meu é fraco, não é o melhor que surgiu’ eu tenho o registro de que ele sempre se emocionava quando ele assistia às montagens de teatro desse poema.”

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) vai celebrar o centenário do poeta João Cabral de Melo Neto e os 120 anos do escritor Gilberto Freyre, patrono da fundação, no Seminário Internacional Casa-Grande Severina. O evento começa na próxima quarta (4) e segue até sábado (6), com a participação de estudiosos pernambucanos, além de sessões de filmes, lançamentos e atividades lúdico-educativas. 

O seminário contará com diversas conferências e mesas-redondas, com pesquisadores da vida e obra de Gilberto Freire e João Cabral de Melo Neto. Também acontecerá o lançamento da exposição que celebra o centenário de João Cabral, Educação pela pedra, que tem formato multimídia e conta com 19 peças de linguagem documental, fotográfica e audiovisual, entre outras. A instalação fica aberta à visitação, na Galeria Vicente do Rego Monteiro, no Derby. 

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O público também contará com uma mostra de filmes, que vai exibir seus curtas e média-metragens que enfocam a vida e a obra dos escritores. Dentre os destaques estão O Mestre de Apipucos, de 1959; e o curta O Caseiro. A programação completa pode ser conferida no site da Fundaj. 

Serviço

Seminário Internacional Casa-Grande Severina: 120 anos de Gilberto Freyre, 100 anos de João Cabral de Melo Neto

Quarta (4) a sábado (6)

Fundação Joaquim Nabuco - Campus Derby (Rua Henrique Dias, 609 - Derby)

 

 

Misturando dança e cinema, a companhia Deborah Colker sobe ao palco do teatro Guararapes, nos dias 17 e 18 de março, para apresentar o espetáculo Cão sem Plumas. A montagem é baseada no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto e tem as participações dos músicos Lirinha e Jorge du Peixe e do cineasta Cláudio Assis. 

Este é o primeiro espetáculo da companhia de temática explicitamente brasileira. O poema de João Cabral versa sbre o percurso do Rio Capibaribe, que corta parte do estado de Pernambuco, denunciando a pobreza da população ribeirinha. No palco, os bailarinos da companhia se cobrem de lama e se movimentam como caranguejos, em passos elaborados com influências nos ritmos brasileiros do maracatu, coco e samba, entre outros.

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Serviço

Cão sem Plumas

17 de março | 21h

18 de maço  | 20h

Teatro Guararapes (Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N - Salgadinho)

Pláteia 1 R$140,00 (inteira); R$70,00 (meia entrada)

Platéia 2 R$120,00 (inteira); R$60,00 (meia entrada)

Platéia 3 R$100,00 (inteira) ; R$50,00 (meia entrada

Balcão: R$60,00 (inteira); R$30,00 (meia entrada)

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Para além da interpretação de texto, as questões do caderno de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exigem que os candidatos tenham o conhecimento sobre autores e obras da cultura brasileira. O professor Diogo Xavier comenta que as questões nem sempre abordam os aspectos literários, mas apresentam relação com a linguística. Diogo ressalta que os feras precisam ficar atentos às características estéticas e sociais das obras. 

O docente salienta que os candidatos devem prestar atenção nos temas relacionados à estética dos escritores e obras, assim como, a poeticidade e construção do texto. “Ultimamente a prova de linguagens, no que se refere à literatura, cobra dos candidatos questões atreladas às questões sociais, linguísticas e estéticas. Um exemplo disso é a poética de João Cabral de Melo Neto, que apresenta uma carga social e estilística forte". Em entrevista ao LeiaJá, o docente listou os principais autores presentes no exame. Confira:

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Prosa

Clarice Lispector - Escritora da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de "Geração de 45", Clarice nasceu na Ucrânia, mas ainda criança veio morar com a família no Brasil. Possui um estilo marcado pela inovação. Em sua literatura, os sentimentos e sensações dos personagens estão presentes, assim como, características intimistas e a representação do pensamento é feita de forma representação do pensamento não é feita de forma linear. Entre as obras mais conhecidas estão ‘Laços de Família’ e ‘A Hora da Estrela’.

Machado de Assis - De origem humilde, o escritor recebeu pouca educação formal e desempenhou diferentes funções, tais como: tipógrafo, editor de gravação, jornalista. Suas obras apresentam ironia e senso de humor para retratar os costumes da sociedade brasileira. Além disso, Machado mostra uma narrativa única e trava um diálogo com os leitores. Dentre as suas temáticas estão a escravidão, filosofia, ciúmes, mulher, papéis sociais, solidão. As obras mais conhecidas são Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.

José de Alencar -  Classificado como um escritor da primeira fase romantismo brasileiro, Alencar possuía obras que apresentavam características realistas. Essas são classificadas em indianistas, históricas ou urbanas. Além disso, suas obras representava a cultura do povo, a história e as regiões brasileiras com uma linguagem, que para muitos, foi considerada inovadora para a época. Nas narrativas urbanas, costumava tecer críticas à sociedade, presente no livro Senhora. As obras indianistas, como em Ubirajara, Iracema e O Guarani, Alencar apresenta a figura do índio de forma idealizada. Já nas histórias regionalistas, ele fala dos costumes do campo, retratando o interior de São Paulo, os Pampas e o Sertão nordestino.

Guimarães Rosa – Representante da terceira fase do modernismo, o escritor apresenta uma escrita carregada de regionalismos, influenciada pela linguagem popular, recriando a linguagem com neologismos. Os costumes sertanejos e a paisagem são mostrados nas histórias. Assim como a figura do sertanejo é apresentado de forma a caracterizar o ser humano, seus percalços e lutas. Guimarães Rosa se consagrou na literatura brasileira após a publicação das obras Grande Sertões: Veredas e Corpo de Baile.

Ariano Suassuna – Um dos grandes nomes da cultura nordestina, o escritor e dramaturgo fundou o Movimento Armorial, na década de 70, cujo objetivo era apresentar a cultura popular em suas diversas faces. Pertencente a terceira fase do modernismo, sua produção carrega características da improvisação e do texto popular e mescla elementos do simbolismo, barroco e literatura de cordel. As obras ‘O Auto da Compadecida’, ‘O Santo e a Porca’ e ‘O Romance da Pedra do Reino’ se configuram como as mais discutidas.

Poesia

João Cabral de Melo Neto - Pertencente à geração de 45 do modernismo, João Cabral de Melo Neto apresenta em suas poesias características surrealistas, o rigor formal, formas fixas e versos ritmados. Desprendida de sentimentalismo, as obras descreviam as ações reais e possuíam um caráter construtivista. Uma de suas obras mais importantes é “Morte e Vida Severina”, que narra as pelejas do sertanejo.

Carlos Drummond de Andrade – Com características da segunda fase do movimento modernistas, Drummond apresenta nas poesias versos livres, sem métrica, concretas e com linguagem mais popular. Com uma escrita ácida, com versos irônicos e sarcásticos, o mineiro também teve uma fase mais social. Em seus poemas, ele escrevia sobre a terra natal e falava sobre angústia em relação ao futuro. As obras ‘A Rosa do Povo’, Sentimento do Mundo’ e o poemas ‘No meio do caminho’ são os mais icônicos.

Oswald de Andrade – Fundador do movimento modernista, iniciado na Semana de Arte Moderna, em 1922, Oswald de Andrade escreveu os primeiros textos com estilo modernista como o “Manifesto Antropófago” e “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”. Caracterizada pó pregar a liberdade na construção do texto, o autor buscava criar e apresentar uma identidade nacional nas obras.

Cecília Meireles -  Autora da segunda fase do modernismo, Meireles utilizava técnicas tradicionais na construção dos versos, sonetos. Em suas poesias estão presentes temas como morte, o amor, o efêmero e o eterno. Suas obras apresentavam influências dos movimentos simbolista, romântico e parnasiano. “Romanceiro da Inconfidência”, “Viagem” e “Ou isto ou aquilo” são algumas obras que marcam a carreira da poetisa. 

No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a prova de Linguagens vai além dos clássicos da literatura brasileira. Assim como suas obras, os autores acabam sendo incluídos em todo o contexto da história. Em mais uma edição do programa 'Vai Cair no Enem', o Circuito da Poesia no Recife, virou sala de aula para dar dicas aos feras sobre as obras literárias do poeta João Cabral de Melo Neto.

O professor de Literatura Diogo Xavier conta um pouco sobre os famosos trabalhos do brasileiro que foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968 e ocupou a cadeira de nº 37, que antes pertencia ao jornalista Assis Chateubriand.

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Confira o vídeo:

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--> Confira outras edições do Vai Cair no Enem

De 28 a 31 de março, o poeta João Cabral de Melo Neto será homenageado no Festival RioMar de Literatura Pernambucana. O evento, que é gratuito e acontece a partir das 17h, conta com a participação do jornalista pernambucano Gerson Camarotti, produtor responsável pelo documentário ‘Morte e Vida Severina - 60 anos depois’. Ele percorreu mais de um milhão de quilômetros entre o Recife e o Sertão de Pernambuco.

A curadoria do festival é da Presidente da APL, Margarida Cantarelli e de Carmen Peixoto. Participarão de palestras e mesas de debate durante os quatro dias nomes de acadêmicos como Ana Maria César, Marcus Accioly, Raimundo Carrero, Luzilá Gonçalves, entre outros.

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Festival RioMar de Literatura Pernambucana

‘Morte e Vida Severina - 60 anos depois’

De 28 a 31 de março | 17h

Teatro RioMar (Av. República do Líbano, 251, Recife)



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Um público pequeno, formado por menos de 50 pessoas, foi conferir nesta quarta-feira (18) o encerramento do CINEFoot Recife, cuja programação teve início no último domingo (15) e foi sempre realizada no Cinema São Luiz, área central da capital pernambucana. Na ocasião, foram exibidos o até então inédito curta O Poeta Americano, de Lírio Ferreira, e o longa Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg. 

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A última sessão do CINEFoot 2014 no Recife começou com um pouco de atraso, por volta das 20h, para que Lírio Ferreira pudesse participar do evento. Antes do curta O Poeta Americano ser projetado na telona, o diretor pernambucano deixou um recado. “Queria dedicar a sessão de hoje ao Ocupe Estelita. Infelizmente não pude estar aqui ontem (17), mas o movimento tem meu apoio”, declarou o diretor pernambucano, em referência ao que vem acontecendo em torno do Cais José Estelita ultimamente.   

Para Lírio Ferreira, que produziu um curta sobre a paixão do poeta João Cabral de Melo Neto pelo América Futebol Clube, é sempre uma honra voltar para o Recife e apresentar trabalhos no Cinema São Luiz. “É algo realmente emocionante. Foi muito legal me debater com essa história linda do João Cabral, essa paixão que ele levou até o fim da vida pelo América, o time dele do coração. Inclusive a última entrevista que o poeta deu antes de morrer só aconteceu porque foi sobre o clube América. Ele não queria mais falar sobre poesia”, revelou Lírio. O curta foi produzido pelo SescTV e cedido ao festival.

Segundo Antônio Leal, a presença do Recife no circuito do CINEFoot 2014 foi importante para o festival, tendo em vista a importância do cinema e do futebol local a nível nacional. "Isso nos estimula cada vez mais a seguir com essa proposta, que é única na América Latina", comemora o diretor do evento. 

Crianças de comunidades do Recife participam do CINEFoot

Fundado no dia 12 de abril de 1914, o América Futebol Clube estava representado pelo seu atual presidente, Celso Muniz Filho, que agradeceu a homenagem. “Eu tenho dito sempre que cem anos é uma data emblemática e nos dá uma responsabilidade maior. Queria agradecer e dizer a vocês que fazem o cinema acontecer que são todos lutadores. A gente sabe a dificuldade no Brasil de colocar essa arte pra frente”, comentou Celso Muniz. 

A programação do CINEFoot encerrou com o longa Democracia em Preto e Branco, sobre o lendário movimento surgido no Corinthians durante a redemocratização brasileira na década de 80. Dirigido por Pedro Asbeg, o filme foi vencedor nas etapas paulista e carioca do festival.

 

 

 

O poema O Cão sem Plumas, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, inspira a nova mostra que entra em cartaz, nesta quarta (23), no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam). As obras pertencem a 25 artistas visuais brasileiros que retratam o poema de Cabral por todo o Brasil. A inauguração acontece às 19h, com entrada aberta para o público. 

Intitulada Cães sem Plumas, a exposição é uma realização conjunta do Mamam com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Com curadoria de Moacir dos Anjos, a mostra integra trabalhos de artistas como Eduardo Coutinho, Gil Vicente, Paulo Bruscky e Claudia Andujar. As obras retratam pessoas em situações precárias que são vítimas do abandono, preconceito, vício, pobreza e outras mazelas humanas. 

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Ciclo de debates

Integrado à exposição, haverá um ciclo de debates na Fundação Joaquim Nabuco nesta quinta (24) e nos dias 5 e 7 de maio. Na ocasião, artistas, sociólogos e pesquisadores discutirão os seguintes temas: Falar de quem não tem fala, A pobreza de quem não interessa e O invisível representado. O início dos debates é sempre às 19h, com entrada gratuita.

Serviço

Exposição Cães sem plumas

Abertura nesta quarta (23) | 19h

Terça e sexta | 12 às 18h

Sábados e domingos | 13h às 17h

Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Rua da Aurora, 265-Boa Vista)

Gratuito

Obras em papel machê, fotografias e releituras poéticas dos alunos do Movimento Pró-Criança sobre o trabalho de escritores e artistas nordestinos. Este acervo faz parte da mostra Seguindo a Poesia, que está no térreo do Paço Alfândega, no Bairro do Recife, até o dia 10 de novembro. A visita é gratuita.

Nesta edição, a mostra faz uma homenagem à poetisa Maria do Carmo Barreto Campello. A exposição é resultado do contato de aproximadamente 60 jovens de comunidades carentes com o Circuito da Poesia, passeio pelo Recife que envolve esculturas de ícones da cultura nordestina, como João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Antônio Maria, Capiba, Joaquim Cardozo, Luiz Gonzaga e Chico Science.

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Serviço

Seguindo a Poesia

Até 10 de novembro

Paço Alfândega (Rua da Alfândega, 35 - Bairro do Recife)

Gratuito

(81) 3194 2100

Com objetivo de resgatar ícones da cena musical brasileira, o projeto Downtown Private Session traz como primeira atração o cantor, produtor e compositor Kiko Klaus, no dia 17 de agosto, às 22h, no Downtown Pub, localizado no Bairro do Recife. O artista vai apresentar o repertório do seu novo trabalho, o DVD Eiê, que reúne canções influenciadas pelos aboios e cirandas ouvidos desde a infância em Pernambuco, das percussões do candomblé e umbanda, passando pelos grandes nomes da MPB, do rock, soul e funk americanos, além do flamenco.

A ideia do trabalho é compartilhar vivências e histórias utilizando narrativa, música e poesia inspirada em grandes nomes como João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Paulo César Pinheiro, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Lula Queiroga. No repertório, músicas autorais como Mesmalua e o solo O Vivido e o Inventado, que ganham novos arranjos e perspectivas para o show. 

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Kiko Klaus já trabalhou com artistas como Naná Vasconcelos, Lenine, Nação Zumbi, Arto Lindsay, Marcos Suzano, Mestre Salustiano, Mundo Livre S/A, Marina Machado, Kristoff Silva e por dois anos seguidos com a banda espanhola Ojos de Brujo (vencedora do Grammy Latino 2007 e prêmios BBC em 2003 e 2004). 

O valor do ingresso ainda não foi divulgado.

Serviço
Downtown Private Session com Kiko Klaus
Sábado (17) | 22h
Downtown Pub (Rua Vigário Tenório, 105 - Bairro do Recife)
R$ 60 (A meia entrada só é válida para quem comprar na Downtown - R$30), à venda na Chilli Beans dos shoppings Recife e Plaza, Esposende dos shoppings Recife e Tacaruna e Ingresso rápido

A Galeria Arte Plural, que fica no Bairro do Recife, realiza a partir das 19h desta terça (28) o evento Sarau Plural. Mariane Bigio é a convidada especial deste mês do sarau, se unindo a Homero Fonseca e Marco Polo nas leituras de textos e poemas de João do Rio, João Cabral de Melo Neto, Cida Pedrosa, Gilka Machado, Hilda Hilst e Marco Polo.

A noite também reserva um encontro com a música de Geraldo Maia & Vinícius Sarmento, que apresentam o repertório do CD recém-lançado com um show no Teatro de Santa Isabel. O recital é inteiramente gratuito e acontece sempre na última terça-feira do mês, sempre aproximando a leitura de versos, com a participação de convidados especiais e acompanhamento musical.

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Serviço

Sarau Plural - com Mariane Bigio, Homero Fonseca, Marco Polo e Geraldo Maia

Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140 - Bairro do Recife)

28 de maio | 19h

(81) 3424 4431

Gratuito

A noite do próximo sábado no Roof Tebas será de festa. O responsável pela trilha sonora do evento "Enquanto os Editais não Chegam..." A Festa é o DJ Alexandre da Maia, que recebe convidados. O dinheiro arrecadado será revertido para a produção e montagem da peça teatral Os Três Mal Amados em três direções, baseada no texto de João Cabral de Melo Neto, com os atores Beto Nery, Morse Lyra e Silvio Pinto. Quem for ao Tebas poderá também adquirir camisas confeccionadas com a arte da artista plástica Tereza Costa Rego. 

Serviço
Enquanto os Editais não Chegam... A Festa
Com DJ Da Maia e Convidados
Sábado (14)
Roof Tebas (Avenida Nossa Senhora do Carmo, 60 São José)
R$ 15

O lúdico como isca para incentivar a leitura. Essa é a estratégia de um projeto da Secretaria de Educação do Estado (SEE) para atrair a atenção dos estudantes para os clássicos da língua portuguesa. Trata-se do Cinema & Literatura, realizado esta semana no auditório da SEE. Durante o evento, voltado para professores, foi exibida uma animação baseada na obra Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e feita a partir de quadrinhos do ilustrador Miguel Falcão. O trabalho audiovisual integra do 5º volume do Kit DVD Escola, distribuído nas instituições de ensino rede pública estadual.
 
Morte e Vida Severina faz parte da série “Poemas Animados”, iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), da TV Escola e do Ministério da Educação (MEC). Depois da exibição do média-metragem, o cartunista Miguel Falcão, explicou todo o processo para a criação do filme, além de participar de uma mesa redonda com a Produtora audiovisual da Fundaj, Germana Pereira e o Gerente de Políticas Educacionais de Educação Infantil e Ensino Fundamental (GEIF) da SE, Hugo Monteiro. “Pensamos num modo de incentivar o estudo e compreensão da Língua Portuguesa e, no ano do cinqüentenário de João Cabral de Melo Neto, decidimos fazer o filme do quadrinho”, contou Germana sobre o processo de idealização do filme.

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