Tópicos | Jogos de Tóquio

A Corte Arbitral do Esporte anunciou, na sexta-feira (18), que a equipe de revezamento 4x100 metros da Grã-Bretanha perdeu a medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. O motivo foi a constatação de doping praticado pelo atleta CJ Ujah, situação que deixou seus companheiros arrasados, conforme afirmado por Richard Kilty, um dos integrantes do time, formado também por Zharnel Hughes e Nethaneel Mitchell-Blake.

"É simplesmente arrasador que colegas de equipe não tenham seguido as regras como o resto de nós. Estamos sofrendo por isso", afirmou Kilty em entrevista à rádio BBC. "A felicidade para mim era ganhar uma medalha olímpica e dar ela para meu filho levar para escola e dizer: ‘meu pai ganhou uma medalha na Olimpíada'", completou.

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Exames realizados em amostras da urina de CJ Ujah apontaram a presença de ostarina e S-23, substâncias proibidas. O caso foi levado ao CAS em audiência realizada ainda em novembro do ano passado, mas a punição só foi confirmada nesta sexta. Após a decisão ser comunicada publicamente, o atleta divulgou uma nota dizendo que consumiu as substâncias sem intenção.

"Aceito a decisão emitida pelo tribunal de arbitragem do esporte hoje com tristeza. Gostaria de deixar claro que consumi um suplemento contaminado sem saber", afirmou. "Eu sinto muito que essa situação tenha custado aos meus companheiros as medalhas pelas quais eles trabalharam tão duro, e mereciam tanto. É algo de que vou me arrepender pelo resto da vida", completou.

Na prova em questão, o pódio terminou com a Itália em primeiro, a Grã-Bretanha em segundo e Canadá em terceiro. Com a decisão, os canadenses herdam a medalha de prata, enquanto a China, até então quarta colocada, sobe para terceiro e fica com o bronze.

A Associação Olímpica Britânica também se manifestou sobre o caso, pedindo desculpas aos adversários da equipe na competição. "Pedimos desculpas sem reservas aos atletas cujo momento foi perdido em Tóquio devido às ações de Ujah. Também estamos desapontados pelos três colegas de Ujah que, sem culpa, agora perderão suas medalhas de prata".

Atual tetracampeão, o Brasil se garantiu na final do futebol de 5 nos Jogos de Tóquio (Japão), após vitória sobre Marrocos na manhã desta quinta-feira (2). A partida foi decidida com um gol contra, marcado pelo jogador marroquino Berka, após jogada do de Jefinho. Com o triunfo de 1 a 0 na semifinal, a seleção disputará a quinta medalha de ouro seguida na competição contra a Argentina, que venceu a China por 2 a 0 na outra semi. A final sul-americana será sábado (4), às 5h30 (horário de Brasília). Já Marrocos vai duelar pelo bronze a China amanhã (3), às 23h30.

Não foram poucas as dificuldades encontradas pelo equipe brasileira no duelo desta manhã, sob intensa chuva. Bem posicionado defensivamente, Marrocos dificultou bastante o trabalho dos atacantes brasileiros, chegando a colocar quatro zagueiros em campo. Já a seleção, com sua fome de gol, arriscou, em alguns momentos, uma formação sem defensores, com o time composto apenas por meias e atacantes.

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O gol brasileiro foi marcado aos 12 minutos do segundo tempo, com a ajuda de um jogador marroquino. Após jogada de Jefinho, a bola tocou no contrapé do jogador Berka, do Marrocos e, para a sorte dos brasileiros, foi parar no fundo da rede, fora do alcance do goleiro Samir Bara.

Mesmo com a vantagem, o Brasil manteve a postura ofensiva, o que acabou por possibilitar duas chances de gol para o Marrocos, em especial com o jogador Snisla. Com muita raça, o time brasileiro conseguiu manter a vantagem para, enfim, conquistar a tão desejada vaga na final. 

 

Apesar de serem disputados a portas fechadas devido à pandemia, os Jogos de Tóquio-2020 deixaram momentos que ficarão na história do olimpismo, desde eventos inéditos, homenagens e despedidas, e até um pedido de casamento diante das câmeras de televisão.

Amizade acima do ouro

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O salto em altura masculino teve um resultado nunca visto antes. O italiano Gianmarco Tamberi e o catariano Mutaz Essa Barshim saltaram 3,27 m após uma disputa acirrada. O juiz explicou que eles poderiam disputar um desempate ou dividir o ouro. Os dois amigos se entreolharam, apertaram as mãos e celebraram o triunfo juntos.

"Eu merecia a medalha de ouro. Ele também merecia. Queremos deixar uma mensagem para as novas gerações: a amizade vale mais do que tudo", disse o catariano.

Sim, aceito

Depois de ser eliminada, a esgrimista argentina María Belén Pérez estava sendo entrevistada pela televisão argentina, quando seu treinador e parceiro há 17 anos, Lucas Saucedo, apareceu atrás dela com uma placa que dizia: "Flaca. Quer casar comigo?"

Após a surpresa inicial e visivelmente emocionada, ela rapidamente aceitou a proposta estampando um beijo no futuro marido, que já a havia pedido em casamento durante o Mundial de 2010 em Paris, mas de forma mais íntima e ela disse não. Na segunda vez, e na frente das câmeras, foi vencida.

Nota 10

A China é a grande potência atual nos saltos ornamentais e em Tóquio-2020 perdeu apenas um título dos oito em disputa (o dos saltos sincronizados masculinos). Portanto, não é estranho que Hongchan Quan tenha conquistado o ouro na prova feminina da plataforma de 10 metros, mas a forma como o fez é notável: com três saltos (em cinco rodadas) que mereceram um 10 perfeito. E com apenas 14 anos!

Homenagem de adversários e árbitros

Um dos atletas que se aposentou após os Jogos foi o jogador de basquete Luis Scola.

Na partida das quartas de final, com o placar já decidido a favor da Austrália, Sergio Hernández tirou de quadra o último sobrevivente da 'Geração de Ouro' do basquete argentino para que recebesse uma última homenagem.

Por mais de um minuto o jogo foi interrompido e companheiros, adversários, árbitros e o pequeno público presente em Saitama se levantaram para se despedir de uma lenda, que não conseguiu conter as lágrimas.

Êxtase na piscina

A americana Katie Ledecky chegou a Tóquio como a rainha das piscinas, mas a australiana Ariarne Titmus se atreveu a desafiá-la pelo trono e, em um duelo épico, a derrotou nos 400 metros livres.

Após a confirmação do ouro para a australiana, seu técnico Dean Boxall 'enlouqueceu' e comemorou de forma tão efusiva nas arquibancadas que até assustou uma voluntária da organização, cena que rapidamente viralizou nas redes sociais.

Demonstração tecnológica

Uma das coisas pelas quais o Japão é reconhecido mundialmente é por sua indústria tecnológica, uma das mais avançadas. O anfitrião dos Jogos não perdeu a oportunidade de demonstrar mais uma vez do que é capaz, com um enxame de 1.824 drones que desenhou um globo no céu na cerimônia de abertura.

Também impressionou o robô que entretinha as pausas nos jogos de basquete, capaz de arremessar de várias posições, até mesmo no meio-campo, sem errar um arremesso.

Juventude ao poder

O Comitê Olímpico Internacional (COI) busca atrair a atenção de um público mais jovem com a introdução de novos esportes mais 'modernos', como BMX, escalada, skate e surfe. Isso também significa que nessas especialidades os medalhistas costumam ser adolescentes.

Na modalidade de skate park, a prata foi para a chinesa Kokona Hiraki (12 anos e 343 dias) e o bronze para a britânica Sky Brown (13 anos e 28 dias). No street, a brasileira Rayssa Leal conquistou a prata aos 13 anos e 203 dias. Todas aspiravam a se tornar o campeão olímpico mais jovem da história, um recorde que a americana Marjorie Gestring continuará a deter: ela foi ouro no trampolim de 3 metros nos Jogos de Berlim-1936 aos 13 anos e 268 dias.

Um bronze contra os 'demônios'

A ginasta americana Simone Biles chegou a Tóquio como uma das grandes estrelas dos Jogos. Mas a pressão e a ansiedade, que ela mesma definia como "demônios", fizeram com que deixasse a competição por equipes, revelando ao mundo os problemas de saúde mental que afetam muitos atletas.

Ela voltou no último dia da ginástica para participar da final na trave de equilíbrio e, apesar de não ter conquistado o ouro, subiu ao pódio para um bronze que foi um bálsamo para seus problemas, embora a jovem natural de Ohio tenha afirmado: "Minha saúde física e mental conta mais do que todas as medalhas que eu possa ganhar".

Após 16 dias de competições, Tóquio encerrou seus Jogos Olímpicos neste domingo (8) e passou o bastão para Paris, sede de 2024, com a esperança de uma situação sanitária melhor do que a atualmente provocada pela pandemia de covid-19.

"E agora, devo encerrar esta complexa viagem olímpica a Tóquio. Declaro encerrados os Jogos da 32ª Olimpíada", declarou Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), que também falou sobre a mensagem de "esperança" transmitida pelo evento.

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"Conseguimos juntos", assegurou Bach em seu discurso sobre um evento que durante meses esteve em risco diante da situação sanitária internacional e que precisou ser adiado de 2020 para 2021.

Momentos depois dos discursos das autoridades e das palavras de Bach, a pira, acesa no dia 23 de julho pela tenista Naomi Osaka, apagou o fogo olímpico, enquanto uma mensagem de "Arigato" (Obrigado, em japonês) podia ser lida no placar.

Os fogos de artifício, como num fim de festa, colocaram o ponto final dos Jogos Olímpicos mais atípicos da história.

A cerimônia teve mais um dos momentos tradicionais de cada despedida olímpica, o da transferência da bandeira de cinco anéis, que a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, entregou à prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

A capital francesa exibiu um vídeo de apresentação com foco no turismo e mostrando alguns dos seus locais mais emblemáticos, incluindo a Torre Eiffel, onde, neste domingo, foi organizada uma festa com atletas e torcedores, com conexão ao vivo.

EUA vence no quadro de medalhas

Antes da cerimônia que encerrou os Jogos de 2020, as últimas competições esportivas foram disputadas neste domingo e os Estados Unidos, que haviam começado o dia atrás no quadro de medalhas, acabaram se impondo sobre a China.

A delegação americana terminou com 39 ouros, 41 pratas e 33 bronzes, totalizando 113 medalhas, enquanto a China ficou com um título olímpico a menos, permanecendo em segundo lugar no quadro de medalhas com 38 ouros, 32 pratas e 18 bronzes, totalizando 88 medalhas.

Os Estados Unidos confirmaram, assim, seu reinado como primeira potência olímpica e a China continuará com Pequim-2008 como a única edição em que liderou o quadro de medalhas.

O último dia de Tóquio-2020 não começou sua competição esportiva na capital japonesa, mas sim em Sapporo, onde a maratona foi realocada.

Lá, na prova masculina, o queniano Eliud Kipchoge, atual recordista mundial, revalidou seu ouro olímpico ao vencer com o tempo de 2 horas, 8 minutos e 38 segundos.

"Isso significa muito para mim, especialmente neste momento. O ano passado foi muito difícil porque (as Olimpíadas) foram adiadas. Estou feliz que essa corrida tenha sido possível. É um sinal que mostra ao mundo que estamos indo na direção certa, para uma vida normal", comentou a estrela queniana, que recebeu seu ouro na cerimônia de encerramento em Tóquio.

O restante do dia teve as conquistas dos Estados Unidos na categoria feminina tanto no basquete, pelos sétimos jogos consecutivos, quanto no vôlei, pela primeira vez em sua história, contra o Brasil.

O último dos 339 títulos conquistados nesses Jogos foi pela seleção masculina de polo aquático da Sérvia.

0,02% positivos

Quase todas as competições de Tóquio-2020 tiveram em comum um aspecto impensável em outros Jogos: o silêncio das arquibancadas, privadas de espectadores pela pandemia de covid-19.

O Japão vai acordar na segunda-feira após ter virado a página dos considerados 'Jogos da Pandemia', um evento impopular entre a população local e para o qual visitantes estrangeiros foram impedidos de entrar, com exceção de 68.000 pessoas entre os competidores, delegações, árbitros, autoridades ou jornalistas.

Os protocolos e restrições fizeram com que o número de infecções fosse muito baixo, com apenas 0,02% de casos positivos todos os dias na chamada 'bolha olímpica'.

Na Vila Olímpica, onde os atletas viveram, não houve grande foco de contágio, evitando o que era um dos maiores temores.

Junto com o coronavírus, outra questão de saúde, no caso mental, centrou o debate durante a quinzena olímpica, com a ginasta Simone Biles admitindo seus problemas de perda de confiança diante do estresse e da pressão, o que a fez perder referências no ar.

Só a evolução da pandemia nos permitirá saber se os próximos Jogos Olímpicos de Verão, em 2024, poderão ser disputados no tradicional modelo de festa popular.

Os Jogos de Tóquio-2020 já fazem parte da história. Paris-2024 se prepara para sua contagem regressiva.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) comemorou a melhor campanha do Brasil na história dos Jogos Olímpicos. O País terminou a competição em Tóquio com 21 pódios, um recorde, com sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze. No final ficou com a 12ª colocação, à frente de Nova Zelândia, Cuba, Hungria, Coreia do Sul e Espanha.

"Tivemos a melhor campanha do Brasil em Jogos Olímpicos. Nós entregamos o que tínhamos como meta. Claro que o sarrafo subiu e queremos continuar com esse objetivo", explicou Paulo Wanderley, presidente do COB. "Ficamos em 12º lugar no mundo, entre 206 países. E reforço que 87% dos recursos recebidos foram canalizados para atividade fim, com transparência", continuou.

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Os investimentos no ciclo olímpico, que foi de 2017 até 2021, envolve a participação em diversos eventos internacionais e a Missão Tóquio neste ano custou R$ 46,5 milhões. Já o custo da Missão Europa foi de R$ 14,3 milhões em 2020 e 2021 (das 13 modalidades que subiram ao pódio, nove passaram pela Missão Europa), e R$ 470 milhões foram repassados às confederações nos últimos quatro anos. E ainda teve apoio às confederações na pandemia de R$ 7 milhões, entre outras coisas.

Um outro feito do Time Brasil nos Jogos de Tóquio foi conseguir ter um desempenho superior à edição anterior, quando recebeu a Olimpíada em casa, no Rio, em 2016. Isso é algo bem raro de ocorrer na história. "Conseguimos o maior número de medalhas no total, subimos para o 12º lugar, conseguimos realizar o feito que só a Grã-Bretanha tinha realizado antes, que era superar a marca de quando fomos sede. Estamos satisfeitos com o resultado", disse Paulo Wanderley.

Um dos trunfos do COB no Japão foi a criação de oito bases no país asiático para que os atletas pudessem se adaptar ao fuso horário e fizessem uma aclimatação adequada. Essa iniciativa partiu de análises de desempenho do Brasil em Jogos realizados na Ásia, geralmente com desempenho abaixo do esperado.

"A gente entendeu que era importante montar essas bases para melhor adaptação. Se olhar para o resultado final, todos os medalhistas saíram de alguma dessas bases, elas foram construídas lá. Toda a estrutura foi montada de modo a que tivéssemos a melhor performance possível", comentou Marco La Porta, vice-presidente do COB e chefe de Missão em Tóquio.

Com 317 atletas de 35 modalidades (incluindo os reservas), 54 conquistaram medalha e vão participar de uma divisão de R$ 4,65 milhões que o COB ofereceu aos medalhistas. Quem ganhou o ouro no individual vai receber R$ 250 mil enquanto nos esportes coletivos o título olímpico valeu R$ 750 mil.

Para além do resultado esportivo, o comitê também comemorou o fato de não ter tido qualquer caso positivo de covid-19 entre sua delegação, incluindo atletas, comissão técnica e outros credenciados. "Não tivemos nenhum caso na Missão e isso é muito importante para a gente", comentou Manoela Penna, diretora de comunicação e marketing do COB.

Para prevenir os casos de coronavírus, a entidade adotou protocolos ainda mais rígidos para todos os seus membros, com testagens mais frequentes e restrição ainda maior de circulação. "Fizemos um protocolo extremamente rigoroso, que começou a ser pensado meses antes. Toda a delegação passou por testes diários e fizemos orientações frequentes para usar os equipamentos de proteção", explicou a médica Beatriz Perondi.

O COB levou 68 mil máscaras descartáveis, 2.400 máscaras N95 e divulgou que entre os 317 atletas, 96% tomaram a primeira dose da vacina. "O Brasil não trouxe o vírus para o Japão. Foi nossa medalha invisível", comentou a especialista, reforçando que houve 436 casos positivos no Japão, com 33 atletas, sendo 286 residentes no Japão e 150 estrangeiros, sem nenhum deles brasileiros.

Com 42 pontos do armador Patty Mills, a Austrália venceu a Eslovênia por 107-93 e conquistou a medalha de bronze no torneio de basquete masculino dos Jogos de Tóquio-2020.

Depois de quatro derrotas na disputa do terceiro lugar em Olimpíadas (Seul-1988, Atlanta-1996, Sydney-2000 e Rio-2016), a Austrália finalmente conseguiu subir ao pódio no basquete masculino.

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Derrotada pelos Estados Unidos nas semifinais, a equipe da Oceania liderou o placar pela maior parte do jogo e limitou a atuação do astro esloveno Luka Doncic, que terminou com 22 pontos e sete assistências.

Mills, armador do San Antonio Spurs durante 10 anos e que na próxima temporada jogará no Brooklyn Nets, teve uma atuação espetacular, com 42 pontos e quase 50% de aproveitamento nos arremessos de quadra, além de nove assistências.

Em uma decisão adotada para atender os pedidos da televisão americana, a final do torneio foi disputada antes da disputa do terceiro lugar. A seleção dos Estados Unidos conquistou a medalha de ouro ao vencer a França por 87-82.

Quadro de medalhas após as finais deste sábado (7) nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020:

Ouro Prata Bronze Total

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China 38 31 18 87

Estados Unidos 36 39 33 108

Japão 27 12 17 56

Comitê Olímpico Russo 20 26 23 69

Grã-Bretanha 20 21 22 63

Austrália 17 7 22 46

Alemanha 10 11 16 37

Holanda 10 11 12 33

Itália 10 10 19 39

França 9 12 11 32

Nova Zelândia 7 6 7 20

Brasil 7 4 8 19

Hungria 6 7 6 19

Canadá 6 6 11 23

Coreia do Sul 6 4 10 20

Cuba 6 3 5 14

Polônia 4 5 5 14

República Tcheca 4 4 3 11

Noruega 4 2 1 7

Jamaica 4 1 4 9

Espanha 3 8 6 17

Suécia 3 6 0 9

Suíça 3 4 6 13

Dinamarca 3 4 4 11

Quênia 3 4 2 9

Croácia 3 3 2 8

Irã 3 2 2 7

Bélgica 3 1 2 6

Eslovênia 3 1 1 5

Geórgia 2 5 1 8

Taiwan 2 4 6 12

Turquia 2 2 9 13

Sérvia 2 1 4 7

Bulgária 2 1 2 5

Uganda 2 1 1 4

Equador 2 1 0 3

Israel 2 0 2 4

Uzbequistão 2 0 2 4

Catar 2 0 1 3

Grécia 2 0 1 3

Bahamas 2 0 0 2

Kosovo 2 0 0 2

Ucrânia 1 5 12 18

Belarus 1 3 3 7

Romênia 1 3 0 4

Venezuela 1 3 0 4

Índia 1 2 4 7

Hong Kong 1 2 2 5

Eslováquia 1 2 1 4

Filipinas 1 2 1 4

África do Sul 1 2 0 3

Áustria 1 1 5 7

Egito 1 1 4 6

Indonésia 1 1 3 5

Etiópia 1 1 2 4

Portugal 1 1 2 4

Tunísia 1 1 0 2

Irlanda 1 0 2 3

Estônia 1 0 1 2

Fiji 1 0 1 2

Letônia 1 0 1 2

Tailândia 1 0 1 2

Bermuda 1 0 0 1

Marrocos 1 0 0 1

Porto Rico 1 0 0 1

Colômbia 0 4 1 5

Azerbaijão 0 3 4 7

República Dominicana 0 3 2 5

Armênia 0 2 2 4

Quirguistão 0 2 1 3

Mongólia 0 1 3 4

Argentina 0 1 2 3

San Marino 0 1 2 3

Jordânia 0 1 1 2

Nigéria 0 1 1 2

Arábia Saudita 0 1 0 1

Bahrein 0 1 0 1

Lituânia 0 1 0 1

Macedônia do Norte 0 1 0 1

Namíbia 0 1 0 1

Turcomenistão 0 1 0 1

Cazaquistão 0 0 8 8

México 0 0 4 4

Finlândia 0 0 2 2

Botsuana 0 0 1 1

Burkina Faso 0 0 1 1

Costa de Marfim 0 0 1 1

Gana 0 0 1 1

Granada 0 0 1 1

Kuwait 0 0 1 1

Malásia 0 0 1 1

Moldávia 0 0 1 1

Síria 0 0 1 1

A seleção francesa de vôlei masculino sagrou-se campeã olímpica pela primeira vez na história ao derrotar a equipe do Comitê Olímpico Russo por 3 a 2, neste sábado (7), na Ariake Arena, na capital japonesa.

O time francês, que nunca havia subido ao pódio olímpico, surpreendeu ao conquistar o ouro: a vitória veio com parciais de 25-23, 25-17, 21-25, 21-25, 15-12, graças a uma grande atuação Earvin Ngapeth, que fez 26 pontos na decisão.

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Os franceses chegaram à final ao vencer a Argentina por 3 a 0 nas semifinais, embora o grande golpe tenha sido dado nas quartas de final, quando derrubaram bicampeã mundial Polônia (3 a 2), que havia liderado seu grupo na primeira fase com autoridade e compartilhava o status de favorito ao lado do Brasil.

Já os representantes do Comitê Olímpico Russo, liderados por Maxim Mikhaylov, chegaram à final após vencer o Brasil (3 a 1), atual campeão olímpico, nas semifinais.

Mais cedo, neste sábado, o Brasil perdeu para a Argentina por 3 sets a 2 na disputa pelo terceiro lugar e os adversários conquistaram o bronze olímpico no vôlei masculino pela segunda vez em sua história, 33 anos depois de Seul-1988, neste sábado em Tóquio.

Os argentinos chegaram a ficar em uma desvantagem de dois sets a um no placar, mas conseguiram vencer os dois últimos e fechar com parciais de 25-23, 20-25, 20-25, 25-17 e 15-13.

O norueguês Jakob Ingebrigtsen, de apenas 20 anos, venceu a final dos 1.500 metros, este sábado nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Ingebrigtsen bateu o recorde olímpico ao completar a prova em 3 minutos, 28 segundos e 32 centésimos. O queniano Jimothy Cheruiyot (3:29.01) levou a prata e o britânico Josh Kerr (3:29.05) a medalha de bronze.

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Um dia após encerrar sua participação nos Jogos Olímpicos, a capitã da seleção indiana de hóquei, Rani Rampal, denunciou neste sábado os "vergonhosos" ataques racistas recebidos pela família de uma companheira de equipe.

A Índia viveu um renascimento do hóquei em Tóquio, onde a seleção masculina terminou em terceiro e conquistou sua primeira medalha em 41 anos em um esporte no qual detém oito ouros.

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Já a equipe feminina sofreu derrotas acirradas na semifinal contra a Argentina (2-1) e para a Grã-Bretanha (4-3) na disputa pelo bronze.

O desempenho da seleção feminina, o melhor de sua história olímpica, foi ofuscado pelos abusos sofridos pela família da jogadora Vandana Katariya, pertencente à comunidade dalit, que por gerações foi discriminada por ser considerada no nível mais baixo do sistema de castas no país.

Os jovens zombaram da família em sua casa no estado de Uttarakhand, culpando as jogadoras daquela comunidade pela derrota. A família também disse ter sofrido ameaças.

"Isso é muito ruim", disse Rampal a repórteres. "Colocamos nossa vida e alma, lutamos e nos sacrificamos muito para representar nosso país, e quando vemos o que aconteceu com a família de Vandana, só quero dizer às pessoas que, por favor, deixem de lado essa divisão religiosa e de castas".

"Temos que superar isso. Viemos de diferentes religiões - hindus, muçulmanos, sikhs - e de toda a Índia, mas aqui trabalhamos para a Índia", enfatizou.

Rampal disse que a equipe sentiu "muito amor do povo" apesar de não ter conquistado sua primeira medalha, mas pediu o fim desses abusos "se quisermos fazer do nosso país uma nação esportiva".

O choro descontrolado e o beijo emocionado na medalha de ouro no pódio de Tóquio representaram toda a tensão sofrida pelo boxeador Hebert Conceição na final da categoria dos pesos médios (até 75 kg) diante do ucraniano Oleksabdr Khyzhniak, por nocaute técnico, a 1min29 do terceiro assalto, após acertar espetacular gancho de esquerda. Em entrevista, o brasileiro revelou sua estratégia para buscar a vitória, mesmo depois de ter perdido os dois primeiros assaltos.

"Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um, apesar de a pontuação ser adversa eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei, 'se tomar nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu'. E sabia que na troca de golpes era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino muito também quando estou simulando situações de troca de golpes. Eu não sou nocauteador, sou mais estiloso. Mas também tem que treinar golpes encaixados para em situações como essa ter outras armas e outros planos para poder executar na hora. Acreditei até o fim e o nocaute veio. Essa medalha de ouro é para o Brasil", disse o atleta, de 23 anos, que estava atrás na opinião dos cinco jurados após os dois primeiros rounds por 20 a 18.

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Baiano, de 23 anos, Hebert também falou da emoção ao receber a medalha. "Difícil falar a sensação, é incrível, uma emoção muito grande, senti e energia de todo mundo que estava torcendo. Eu pensei durante os rounds que tinha muita gente mandando energia por esse nocaute. Eu acreditei que eu podia e que bom que aconteceu, eu fui premiado e a gente merece."

O brasileiro também elogiou o adversário. "O atleta que eu enfrentei tem um jogo difícil de trabalhar, é um cara muito forte, intenso, é espetacular a forma física com que ele sempre se apresenta nas lutas. É um lutador incrível, respeito muito. Mas eu sabia da minha capacidade também. Treinei muito, levei muito a sério todo trabalho que foi passado durante o ciclo, durante toda minha iniciativa desde que comecei no boxe"

O brasileiro Kawan Pereira entrou para a história do esporte brasileiro ao se classificar para uma final olímpica e terminar na 10ª posição geral nos saltos ornamentais na plataforma de 10 metros, neste sábado, nos Jogos de Tóquio.

Entre os 12 atletas que participaram da prova decisiva no Centro Aquático de Tóquio, o atleta de 19 anos somou 393.85 pontos em seis saltos, recebendo a melhor nota na quarta tentativa, 79.55.

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A medalha de ouro foi conquistda pelo chinês Yuan Cao, com 582.35 pontos, seguido pelo compatriota Jian Yang (580.40), prata, enquanto o bronze foi para o britânico Thomas Daley (548.25), que repetiu assim o terceiro lugar que conquistou em Londres-2012 e Rio-2016.

Já Isaac Souza, o outro representante brasileiro na modalidade, não conseguiu passar das eliminatórias e terminou na 20ª posição no geral, com uma pontuação total de 339.30.

O baiano Isaquias Queiroz conquistou a medalha de ouro na canoagem C1 1000m dos Jogos de Tóquio, neste sábado.

Esta foi a quarta medalha olímpica na carreira do brasileiro, que completou a prova em 4min04s408, seguido pelo chinês Hao Liu (4:05.724), que ficou com a prata, e o moldávio Serghei Tarnovschi (4:06.069), que foi bronze.

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"Tô meio que aéreo ainda... É diferente ganhar uma medalha de ouro. Estou feliz, mas estou mais feliz por estar deixando vocês no Brasil mais felizes", declarou após a prova ao canal SporTV o atleta de 27 anos.

Com este ouro e as duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e o bronze (C1 200m) conquistados na Rio 2016, Isaquias Queiroz se iguala em conquistas olímpicas a Serginho, que tem dois ouros e duas pratas com a seleção de vôlei, e Gustavo Borges, com duas pratas e dois bronzes, sendo três medalhas em provas individuais e uma em revezamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira (30) que o Japão está fazendo todo o possível para controlar a covid-19 durante as Olimpíadas de Tóquio, mas reconheceu que não existe risco zero.

As declarações da agência da ONU vêm depois que as autoridades japonesas estenderam a emergência sanitária em Tóquio e aplicaram essas medidas a outras quatro regiões, após registrar um número recorde de casos no país, uma semana após o início dos Jogos.

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“O risco zero não existe. Pode haver mais ou menos perigo. Para que haja um risco menor, tentamos fazer o melhor possível”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa remota da sede da agência em Genebra.

O Japão e o Comitê Olímpico Internacional (COI) "estão fazendo todo o possível para minimizar o risco", disse. "Sei que eles estão fazendo o melhor que podem e nós os apoiamos", acrescentou Ghebreyesus, que participou da cerimônia de abertura dos Jogos.

O chefe da OMS também pediu para se inspirar no espírito olímpico de unidade e fraternidade para combater a pandemia até o fim.

O Japão registrou mais de 10 mil casos de coronavírus pela primeira vez na quinta-feira, o que levou as autoridades e especialistas em saúde a alertar sobre o risco representado pela disseminação da variante delta.

Milhões de pessoas estão acompanhando as grande competições olímpicas realizadas em Tóquio. As disputas despertam o espírito esportivo e fortalecem a torcida da população pelos representantes de seus países. Os Jogos Olímpicos, a propósito, fazem nossas mentes viajarem à época de escola, quando éramos tomados por emoção e euforia durante os jogos internos escolares, também conhecidos como interclasses.

Tomadas por nostalgia, gerações de brasileiros relembram das acirradas competições dos jogos internos, do sentimento de rivalidade entre as turmas e do desejo de vitória. Lucas Alexandros Correia Palmeira, de 27 anos, ex-estudante da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Nóbrega, localizada na Zona Norte do Recife, sebem bem o que é vivenciar as disputas esportivas entre as turmas escolares.

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De 2010 a 2012, Lucas organizou e participou os jogos internos da sua escola, que eram, segundo ele, o momento mais aguardado pelos discentes. "Os jogos eram excelentes. Eu diria que era um dos momentos mais esperados do ano letivo, envolvia toda escola", conta. Ele complementa: “No clima de Jogos oOímpicos bate saudade, uma verdadeira nostalgia. Aquela adrenalina para competir, fazer o melhor e ganhar.”

Vôlei, futsal, handebol, futebol, zadrez, dominó e queimado eram algumas das modalidades na sua época de escola. Alegre, Lucas recorda como a competição era tensa e despertava muita rivalidade entre as turmas. "Existia muita rivalidade, muita 'rixa', mas, no final, estava tudo bem. Era uma disputa acirrada, cada um queria mostrar e dar o seu melhor, muitas vezes tínhamos que falar com cuidado nos corredores para ninguém ouvir a estratégia de jogo, não saber a cor da camisa, não saber os dizeres das faixas... tudo era motivo de segredo, no dia da abertura dos jogos era aquela surpresa”, detalha.

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 Aos 21 anos, Weslley José Santos da Silva recorda, em entrevista ao LeiaJá, como foi participar das competições tanto no ensino fundamental quanto no nível médio. “No fundamental era mais esperado [os jogos internos], todo mundo ficava louco quando estava chegando, já montando os times. As salas ficavam se rivalizando, nem sempre de maneira saudável, mas era muito massa. No médio continuou, mas era menos esperado, talvez pela correria”, relembra.

Para Weslley, os jogos internos sempre foram palco de grandes competições. No ensino fundamental ele participou de futsal, vôlei e de alguns outros jogos que os professores criavam. Já no ensino médio existiam, além do futsal e vôlei, o badminton, xadrez, dominó, damas, e partidas on-line de League of Legends. “É bem legal lembrar dos momentos com os amigos, a emoção momentânea que dava nervosismo, parecia realmente que era uma competição importante, era bem divertido. Cada vitória era uma vibração da turma, cada derrota um suspiro, era muito bom de assistir também, torcer, zikar e tudo mais. Era como uma mini-olimpíada onde você conhece quase todos os participantes", diz Weslley José.

Entusiasmado com as Olimpíadas de Tóquio, o professor de educação física José Victor Corrêa de Carvalho, de 32 anos, do Colégio Decisão, localizado no Bairro da Estância, Zona Oeste do Recife, revive, em entrevista ao LeiaJá, o passado em que coordenava os jogos internos escolares. O docente, envolvido com as competições desde 2014, afirma que um dos anos mais memoráveis foi em 2016, quando sentiu o espírito esportivo e o comprometimento dos alunos com os jogos. "Foi excelente a participação dos alunos, a vontade de competir e o engajamento daqueles que até mesmo não jogaram nenhum esporte", conta.

 Um dos momentos mais emblemáticos dos jogos internos são, além das grandes competições e disputa pela vitória, os adereços elaborados pelas turmas. O professor recorda que na final do futsal no ensino médio, em 2016, os estudantes fizeram de tudo para ganhar. "Primeiro, já existia a rivalidade de salas, também havia a competitividade de atletas que jogam na equipe da escola. As torcidas organizaram banner, bandeiras e até acessórios para competir entre si", conta.

Com o passar do tempo, o educador físico nota a diminuição desse espírito esportivo e competitivo nos alunos. "Com o tempo, essa disputa diminui cada vez. E nós até incentivamos muito nas aulas de educação física. Acredito que seja devido aos jogos eletrônicos. Sendo bem sincero, dá tristeza. Estamos cada vez mais perdendo grandes atletas devido aos jogos eletrônicos, não que eu seja contra, mas acredito que tudo tem limites", opina.

Por fim, o professor destaca a importância da educação física para o bem estar dos alunos. “É importante a atividade física que o esporte proporciona, pois estimula o trabalho em grupo, a cooperação e a interseção social. Além disso, tira também um pouco a pressão e a cobrança exacerbada que os estudos geram”, conclui.

O dia que o Japão esperava desde 13 de setembro de 2013, quando Tóquio foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2020, finalmente chegou, com o início da cerimônia de abertura da mais caótica e complicada edição do evento esportivo planetário da era moderna.

Pouco depois das 20h locais (8h de Brasília), a cerimônia de abertura começou em um Estádio Olímpico sem público, devido às restrições sanitárias adotadas para evitar o avanço da pandemia da Covid-19.

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Esta pandemia já provocou por um ano o adiamento dos Jogos, que deveriam ter sido disputados em 2020, e que serão oficialmente inaugurados por volta das 23h (11h de Brasília) pelo imperador Naruhito, com o posterior acendimento da chama, que brilhará até o próximo dia 8 de agosto.

Em um contexto particular, com Tóquio em estado de emergência, a cerimônia, cujos detalhes foram mantidos em segredo como manda a tradição, é mais simples e sóbria.

Embora tenha sido mantido o tradicional desfile de atletas representando as 206 delegações participantes, que como grande novidade contará com dois porta-bandeiras por país, um homem e uma mulher, a cerimônia é realizada pela primeira vez na história sem a presença de público nas arquibancadas, em virtude das restrições sanitárias impostas pelo governo do Japão.

Apesar de as 68 mil cadeiras do Estádio Olímpico estarem vazias, a cerimônia conta com a presença, reduzida, de algumas personalidades. Entre elas, o imperador japonês, Naruhito, e a primeira-dama americana, Jill Biden.

O presidente francês, Emmanuel Macron, é o único líder do G7 presente em Tóquio, como o maior representante também da próxima sede dos Jogos, Paris 2024.

- "Os Jogos da Pandemia" -

A cerimônia contará ainda com outros momentos tradicionais, como o juramento olímpico e o acendimento da pira olímpica, que marca o início oficial do evento, mas não há grande festa, e o clima é diferente para este que já foi batizado de "Os Jogos da Pandemia".

O medo do aumento do contágio levou grande parte da opinião pública japonesa a se manifestar nos últimos meses contra a realização do evento, além da aplicação de restrições mais rígidas para delegações e imprensa.

Publicada pelo jornal Asahi Shimbum, a pesquisa mais recente mostra que 55% dos japoneses não querem a realização das Olimpíadas.

Em outro sinal de contrariedade com os Jogos, vários dos principais patrocinadores locais, como as multinacionais Toyota, Panasonic, Fujitsu e NEC, não enviaram seus dirigentes à cerimônia de abertura.

Até o imperador Naruhito admitiu as dificuldades: "Administrar os Jogos, tomando, ao mesmo tempo, todas as medidas possíveis contra a covid-19, está longe de ser uma tarefa fácil", teria dito ele ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, em uma visita do dirigente olímpico ao palácio imperial na quinta-feira (22), de acordo com a agência de notícias Kyodo News.

Esta visita aconteceu no dia em que 1.979 novos casos de covid-19 foram registrados, o maior número desde o início do ano. O país tem sido pouco afetado pela pandemia até agora, apesar de acumular cerca de 15.000 mortes, um número muito menor do que em muitas outras nações.

Depois de lutar, nos últimos meses, para evitar o cancelamento do evento, Bach também admitiu as dificuldades: "Nos últimos 15 meses, tivemos que tomar muitas decisões por motivos muito incertos. Tínhamos dúvidas todos os dias. Temos deliberado e discutido. Foram noites sem dormir", disse o executivo, na abertura da sessão do COI na terça-feira (20).

- "O fim do túnel" -

"Estamos finalmente vendo o fim do túnel. O cancelamento nunca foi uma opção para nós. O COI nunca abandona seus atletas", acrescentou Bach.

Mas, na manutenção dos Jogos, os interesses econômicos também são mistos. O Japão gastou quase 15,5 bilhões de dólares no evento, com um custo extra de 2,7 bilhões de dólares para o adiamento e as medidas sanitárias implementadas.

Os organizadores japoneses nã tiveram que enfrentar apenas os problemas derivados da pandemia, mas também vários escândalos que mancharam sua imagem.

Na quinta-feira, o diretor da cerimônia de abertura, Kentaro Kobayashi, foi demitido por uma piada sobre o Holocausto feita há duas décadas.

Ele é o quarto dirigente da organização, pelo menos, a ser obrigado a deixar suas funções, devido a vários escândalos desde fevereiro.

No plano esportivo, algumas competições já começaram, como futebol e softbol, e, nesta sexta-feira, o remo.

Na quinta-feira (22), Brasil e México estrearam com vitórias no torneio olímpico masculino (4-2 contra a Alemanha, e 4-1, diante da França, respectivamente), enquanto a Espanha não passou do empate sem gols com o Egito, e a Argentina perdeu por 2 a 0 para a Austrália.

A República da Guiné, que deveria enviar uma pequena delegação de cinco atletas às Olimpíadas de Tóquio, decidiu cancelar sua participação no evento devido à pandemia de Covid-19, anunciou na quarta-feira (21) o ministro do Esporte do país africano.

Uma fonte próxima do governo local indicou problemas financeiros para justificar a desistência deste país da África Ocidental dois dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

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"Devido ao recrudescimento das variantes da Covid-19", o governo, "preocupado em proteger a saúde dos atletas guineenses, decidiu com pesar cancelar a participação de Guiné" nos Jogos de Tóquio, escreveu o ministro do Esporte, Sanoussy Bantama Sow, em carta dirigida ao presidente do Comitê Olímpico da Guiné (CNOSG) .

“Surgiu um custo extra para o envio da delegação, e o ministério não tem como pagar”, disse à AFP a fonte próxima ao governo, que preferiu manter o anonimato, sem dar mais detalhes.

Já a imprensa do país indicou que haveria um impasse em relação ao pagamento de prêmios.

A Guiné participou de 11 edições das Olimpíadas, mas nunca conquistou uma medalha. Os atletas que vão ficar fora da competição são Fatoumata Yarie Camara (luta livre), Mamadou Samba Bah (judô), Fatoumata Lamarana Touré e Mamadou Tahirou Bah (natação) e Aïssata Deen Conté (atletismo, 100m feminino).

Antes do país africano, a Coreia do Norte já havia anunciado em abril que não participaria dos Jogos de Tóquio para proteger seus atletas de todos os riscos ligados à pandemia do coronavírus. A mesma decisão foi adotada por Samoa, pequeno país da Oceania.

Os atletas estão na Vila Olímpica e a mídia do mundo inteiro já chegou, mas para muitos no Japão há pouco o que comemorar um dia antes do início dos Jogos de Tóquio.

Não há torcedores estrangeiros nas ruas e os atletas são levados da vila até os locais de competição em uma bolha com a intenção de mantê-los a salvo, assim como o público japonês.

A maioria dos eventos acontecerá com portões fechados e apenas cerca de 900 pessoas deverão comparecer à cerimônia de abertura no Estádio Olímpico de Tóquio na sexta-feira, das quais apenas 150 japoneses.

Portanto, não é de se estranhar que muitos no Japão tenham que lutar para enxergar o espírito olímpico na contagem regressiva para esses Jogos que foram adiados pela pandemia.

"É completamente diferente dos outros Jogos (em 1964), quando a cidade inteira se cobriu de um espírito festivo", disse Michiko Fukui, de 80 anos, enquanto passeava pelo sofisticado bairro de Ginza nesta quinta-feira.

A cidade foi enfeitada com bandeiras e anúncios de Tóquio-2020, e mascotes futuristas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos estão em ônibus e prédios.

Mas, não há muito mais que faça pensar que alguns dos melhores atletas do mundo chegaram a Tóquio.

O aumento de casos de covid-19 fez com que todos os eventos públicos para assistir aos jogos fossem cancelados, e o estado de emergência significa que os bares e restaurantes devem fechar às 20h - horário de início da cerimônia de abertura - e não podem servir bebidas alcoólicas.

Seira Onuma é uma entre os milhares de japoneses que participaram en uma loteria para ganhar ingressos antes do adiamento dos Jogos, e agora ela nem tem certeza de que os assistirá pela televisão.

"Ganhei alguns ingressos para as finais de atletismo no Estádio Olímpico", disse a dona de casa de 29 anos à AFP.

"Fiquei decepcionada com a decisão de não ter público e agora também estou perdendo o interesse", acrescentou Seira na área de Koto, em Tóquio, perto da vila olímpica.

- 'Enfim vão começar' -

Satoshi Hori, morador do bairro de Koto, até se pergunta se suas duas filhas vão se lembrar desses Jogos no futuro, devido à falta de entusiasmo.

"Moro em Koto, onde há muitas instalações, mas não vejo entusiasmo entre meus vizinhos", disse este homem de 39 anos, que planeja assistir judô e beisebol na televisão.

"Espero que minhas filhas se lembrem dessas Olimpíadas de Tóquio no futuro. É tudo o que posso esperar", diz ele.

Mas outros estão tentando retomar o espírito olímpico, apesar das restrições, como Yumiko Nishimoto, que mora em Fukushima, onde os Jogos começaram esta semana com o softbol.

"Parece que está acontecendo", disse Nishimoto, que lidera um projeto comunitário para plantar 20.000 cerejeiras na região afetada pelo desastre de 2011.

"Você tem a sensação de que eles estão finalmente começando", acrescentou.

Os espectadores tampouco poderão assistir aos eventos nesta região, mas os estudantes locais planejaram executar um mini revezamento da chama olímpica na noite da cerimônia de abertura.

As pesquisas de opinião mostram que o público japonês ainda é amplamente contrário à realização dos Jogos neste ano, e a maioria preferia um adiamento ou cancelamento.

O morador de Koto Noboru Kashiwagi acredita que as Olimpíadas são a última das preocupações de seus vizinhos.

"Ninguém se importa com os Jogos", diz este senhor de 79 anos.

"Se as pessoas que moram perto das instalações olímpicas não estão interessadas, eu me pergunto se pessoas de outros lugares têm algum interesse", acrescenta.

"Sinto pelos atletas. Não é culpa deles", concluiu.

Dos 302 atletas do Time Brasil, 91 são militares, o que corresponde a 30% da equipe. A proporção nos Jogos de Tóquio é equivalente à participação no Rio-2016, quando dos 465 que integraram a delegação brasileira, 145 eram militares em 27 modalidades. Como efeito de comparação, na Olimpíada de Londres, em 2012, de um total de 259 atletas, 51 eram militares, o que significava 19% da delegação do País à época.

Os militares são integrantes do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) do Ministério da Defesa, que vão competir em 21 das 46 modalidades do programa olímpico no Japão. E muitos são candidatos à medalha em várias modalidades. São os casos, por exemplo, de Beatriz Ferreira (boxe, terceiro-sargento da Marinha), Arthur Nory (ginástica, terceiro-sargento da Força Aérea), Duda Lisboa (vôlei de praia, terceiro-sargento do Exército) e Ana Marcela da Cunha (maratona aquática, terceiro-sargento da Marinha).

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Na Olimpíada do Rio, atletas militares conquistaram 13 das 19 medalhas do Brasil, o correspondente a 68% dos pódios do Brasil. Em Londres, eles conseguiram cinco medalhas.

O Ministério da Defesa gasta aproximadamente R$ 38 milhões por ano com 549 atletas do PAAR, mas o montante pode oscilar dependendo do desligamento de alguns militares ou incorporação de outros ao programa. O valor inclui salário, assistência médica e locais de treinamento nas instalações esportivas localizadas em organizações militares das Forças Armadas. O soldo recebido pelos atletas das Forças Armadas gira em torno de R$ 4 mil, dependendo da patente e da corporação.

Criado em 2008, o programa considera os resultados em competições nacionais e internacionais e as medalhas para incluir novos atletas. Assim, para ser um atleta das Forças Armadas é preciso fazer parte da elite do esporte. Mesmo em um cenário marcado pela retração de gastos nas esferas pública e privada por causa da pandemia de covid-19, sob o governo do presidente Jair Bolsonaro os investimentos nos atletas militares não foram prejudicados.

Em meio às dificuldades impostas pela pandemia tanto do ponto de vista financeiro quanto técnico, o auxílio das Forças Armadas acabou sendo fundamental para atletas como Gabriel Constantino, atual recordista sul-americano nos 110m com barreiras (13s18) e terceiro-sargento do Exército. "Tivemos diversas adaptações e não seria possível treinar com tão alta performance. Continuei mantendo meus treinos, fisioterapia, acompanhamento médico e com nutricionista", disse.

Keno Marley, de 21 anos, boxeador meio-pesado (até 81kg) e também terceiro-sargento do Exército, é outro atleta que destaca a importância das Forças Armadas em sua preparação para os Jogos. "Estou me preparando há bastante tempo. O PAAR tem uma importância grande, porque consigo me manter no esporte e com alto rendimento", disse o vice-campeão nos Jogos Pan-Americanos Lima, em 2019, que deixou o interior da Bahia, seu Estado natal, para se dedicar ao boxe em São Paulo com apenas 13 anos.

No ano passado, com os centros de treinamento fechados por causa do novo coronavírus, instalações das Forças Armadas serviram como tábua da salvação para dezenas de atletas militares manter uma rotina mínima de trabalho na tentativa de eles não prejudicarem o condicionamento físico durante a pandemia. Entre as estruturas que receberam atletas naquele período estão o CEFAN (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), da Marinha, e a EsEFEx (Escola de Educação Física do Exército), ambos localizados no Rio.

"É um orgulho ter essa oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos e fazer parte da Marinha. Fico mais confiante, com o apoio recebido, para realizar um sonho que é trazer uma medalha e estar no pódio", disse a líder do ranking mundial de boxe Beatriz Ferreira.

Se a pugilista e os demais atletas bem cotados à medalha subirem ao pódio em Tóquio, eles deverão bater continência na hora do hino nacional e hasteamento da bandeira. "Essa polêmica sobre a alusão da continência com patrocinador já está superada e há um consenso geral de que o gesto não tem o cunho de propaganda ou manifestação política. Aqueles que o fizerem estarão prestando uma saudação voluntariamente, sem qualquer cobrança de seus superiores. A continência é uma saudação formal entre militares aos símbolos nacionais", disse o major-brigadeiro do ar José Isaias Augusto de Carvalho Neto, diretor do Departamento de Desporto Militar.

O Estadão apresenta aos torcedores uma lista de atletas e de modalidades que pode fazer com que o Time Brasil, a partir de 23 de julho, alcance nos Jogos Olímpicos de Tóquio a meta estabelecida pela Comitê Olímpico do Brasil (COB) de superar a quantidade de pódios conquistados no Rio de Janeiro, quando o País sediou pela primeira vez o evento esportivo. Há cinco anos, o Brasil ficou na 13ª colocação geral no quadro geral, com 19 medalhas, sendo sete delas de ouro, seis de prata e outras seis de bronze. Nesta edição dos Jogos, além de ter se preparado para receber competidores do mundo todo, as federações esportivas se esforçaram ao máximo para conciliar e desenvolver atletas em todas as modalidades, com investimentos financeiros altos.

Além dos esportes tradicionais, como vôlei, futebol, judô e natação, as novas modalidades olímpicas skate e surfe são fundamentais para que esse objetivo brasileiro em Tóquio seja alcançado. Alguns dos principais nomes do mundo desses esportes são brasileiros, como o surfista Gabriel Medina e a skatista Pâmela Rosa, ambos estarão no Japão representando a modalidade que amam e o País. Medina não se cansa em dizer que está bastante ansioso por disputar uma Olimpíada e descobrir o que isso representa na vida de um atleta profissional. O mesmo acontece com a skatista Pâmela Rosa.

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Para subir ao pódio ao menos 20 vezes, o Brasil terá a maior delegação de sua história para uma Olimpíada fora de casa. Os números ainda podem ser maiores, mas até o momento já estão garantidos 307 atletas para a competição, superando a maior marca anterior, dos Jogos de Pequim, em 2008, quando o Time Brasil contou com 277 pessoas. A representatividade nesta edição olímpica só não é maior do que no evento anterior, no Rio, em 2016, quando o Brasil contou com 465 representantes já que, por ser sede dos Jogos, muitas modalidades tinham suas cotas máximas de vagas garantidas nas disputas.

Nesse time, o País conta com 31 atletas medalhistas de outras edições olímpicas, sendo que 18 deles ganharam medalhas de ouro, como Arthur Zanetti, na ginástica artística, e Fernanda Garay, do time de vôlei, por exemplo.

Em junho, o Estadão apresentou estudo da Gracenote, subsidiária da Nielsen, com projeção de 20 medalhas para o Brasil. A conta é a mesma que o COB tem para superar o Rio-2016. O trabalho em questão foi feito após análise dos resultados esportivos das principais modalidades desde a última edição dos Jogos, acompanhando o desempenho de alguns dos principais atletas do País. Seriam cinco conquistas de ouro, mais cinco de prata e dez de bronze segundo as previsões. Em algumas modalidades, no entanto, o Brasil chega mais fraco, como no futebol. Em 2016, o time tinha Neymar com a camisa 10. A seleção ainda não tinha conquistado o ouro, único título que faltava à sua galeria. Desta vez, os clubes europeus não liberaram seus jogadores, por isso Neymar ficou fora. Ele jogou a Copa América no Brasil e pegou férias antes de se apresentar ao Paris Saint-Germain, assim como outros que poderiam estar na lista do técnico André Jardine. O veterano Daniel Alves é o mais experiente do time.

A premiação aos atletas também será recorde neste ciclo. Campeões olímpicos em modalidades individuais serão premiados em R$ 250 mil. Nunca ganharam tanto. A recompensa pela medalha de prata será de R$ 150 mil e pelo bronze, R$ 100 mil. Equipes com até seis atletas terão os seguintes valores para dividir em caso de conquista: R$ 500 mil (ouro), R$ 300 mil (prata) e R$ 200 mil (bronze). Já os atletas das modalidades coletivas acima de seis competidores, como o vôlei e o próprio futebol, masculino e feminino, receberão R$ 750 mil (em caso de ganhar o ouro), R$ 450 mil (com a prata) e R$ 300 mil (pelo bronze). Essas quantias serão repartidas entre seus membros. Atletas com medalhas em mais de uma prova acumulam os valores, como na natação, por exemplo, em que alguns dos nossos representantes participam de uma ou mais disputas.

PANDEMIA - A Covid-19 continua sendo um dos principais temores do Jogos Olímpicos de Tóquio. Foi por causa da pandemia que a competição não foi disputada em 2020, seu ano original. Por isso, medidas e protocolos de segurança foram tomados durante as provas. Uma delas diz respeito à cerimônia de premiação de medalhas. Para evitar maior contato físico, cada atleta terá de colocar a medalha ao redor do próprio pescoço no pódio, sem repetir o solene momento em que autoridades e dirigentes fazem o gesto, seguido de aperto de mão aos competidores.

"As medalhas não serão colocadas no pescoço do atleta. Elas serão apresentadas ao atleta em uma bandeja e, então, cada colocará a medalha em si mesmo", explicou o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. "Vamos garantir que a pessoa que colocar a medalha na bandeja o fará com luvas desinfetadas para que o atleta possa ter certeza de que ninguém tocou nela ante."

Confira abaixo a lista dos 20 mais cotados ao pódio em Tóquio:

Gabriel Medina (surfe)

Pâmela Rosa (Skate)

Arthur Zanetti (ginástica artística)

Arthur Nory (ginástica artística)

Rebeca Andrade (ginástica artística)

Seleção masculina de vôlei

Seleção feminina de vôlei

Martine Grael e Kahena Kunze (vela)

Ana Marcela Cunha (maratona aquática)

Isaquias Queiroz (canoagem velocidade)

Bia Ferreira (boxe)

Ágatha e Duda (vôlei de praia)

Seleção masculina de futebol

Pedro Barros (skate)

Italo Ferreira (surfe)

Letícia Bufoni (skate)

Bruno Fratus (natação)

Henrique Avancini (ciclismo)

Mayra Aguiar (judô)

Milena Titoneli (taekwondo)

Nathalie Moellhausen (esgrima)

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