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Em sessão no Senado Federal, nesta terça-feira (3), o senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou que caso o Supremo Tribunal Federal (STF) negue o pedido de habeas corpus preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente Lula, o estado de direito estaria sendo afrontado pela corte mais alta do país.

“Há uma caçada política pela prisão do ex-presidente. Não é o caso Lula que os ministros do STF julgarão apenas. O que eles julgarão é o destino do Estado de Direito”, enfatizou o senador.

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Em plenário, Humberto mencionou o ato realizado no Rio de Janeiro, na noite da segunda-feira (2), em favor de Lula, no qual estavam presentes: o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), entre outras personalidades.

O STF julga na quarta (4) o recurso da defesa, e diversas manifestações de grupos pró e contra o Lula estão marcadas em todo país.

Por Fabio Filho 

Presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson disse, nesta quinta-feira (25), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “conseguiu escapar” do Mensalão, mas não ocorreu o mesmo com a Lava Jato. Para o petebista, que foi o delator do esquema de pagamento de propina a parlamentares da base do governo petista entre 2003 e 2005, a condenação confirmada nessa quarta-feira (24) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) “acabou” com Lula.

“O Lula conseguiu escapar do mensalão, mas veio a Lava Jato para juntar todo o bando de novo”, salientou Roberto Jefferson, em publicação no Twitter. Ao contrário do Mensalão que não foi alvo de processos, na Lava Jato o ex-presidente virou réu por sete vezes. Um dos processos, inclusive, foi o julgado ontem em segunda instância que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão.

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Na avaliação do ex-deputado federal, o país vai virar a página da “era Lula”. “Tem gente dizendo que a prisão de Lula ‘incendiaria o País’. Conversa fiada. Lula acabou. O Brasil já está virando e rápido essa página”, completou, no microblog. A prisão do ex-presidente só pode acontecer depois que esgotar a tramitação dos recursos que serão impetrados pela defesa dele. 

 

 

A coordenadora do Vem Pra Rua em Pernambuco, Maria Dulce, foi uma das pessoas que mais comemorou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF-4). Nesta quarta-feira (24). Dulce, em entrevista ao LeiaJá, disse que já estava esperando por essa sentença e disse que foi importante porque Lula estava "debochando" da Justiça.

"Eu acho que isso mostra que o Brasil tem jeito. Mostra que nós devemos acreditar nas nossas instituições. Então, a Justiça foi feita finalmente porque Lula estava debochando da Justiça, se vitimizando como um perseguido político levando para um outro lado, quando nós vivemos um julgamento estritamente técnico, que provou que realmente Lula é o proprietário do triplex. Ficamos felizes, principalmente, pelo resultado de 3 x 0, então a Justiça foi feita", declarou.

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Dulce comentou também sobre outros processos envolvendo o petista. "Temos que atentar que este é um dos inúmeros processos em que Lula está envolvido. Então, muita coisa ainda vem por aí. Esse resultado foi muito importante porque foi o princípio do fim da impunidade".

"Nós já estávamos esperando porque nós sabemos que uma peça escrita pelo juiz Sérgio Moro é muito difícil que as pessoas não acatem. Foi uma vitória da ética contra a corrupção. Foi uma vitória para todos nós que estamos querendo o fim da impunidade", ressaltou.

Sobre a possibilidade de Lula recorrer da decisão, Dulce não se mostrou preocupada. "Ele vai recorrer porque a nossa Justiça dá direito a isso, mas só dele ter perdido de 3x0 ele não poderá fazer os embargos infringentes que foi o que aconteceu no mensalão. Agora, quando recorrer pode até que continue como candidato, mas vai perder o apoio dos partidos políticos que apoiaram o PT porque ninguém vai apoiar um candidato condenado em segunda instância", afirmou.

 

Ela ainda destacou acreditar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o prazo estipulado, vai retirar o líder petista do pleito. "Isso se a lei prevalecer porque existe a lei da ficha suja e ele foi condenado em segunda instância. Sem Lula a eleição vai ser muito melhor porque com ele que mensagem nós vamos passar para o mundo que mensagem? Seria uma mensagem péssima, inclusive para a classe política e para o mundo. Estamos mostrando que o país tem jeito, que tirando Lula vão aparecer candidatos sérios. Acho que tem que mudar os candidatos velhos, tem que acabar isso e tem que começar uma nova forma de fazer política neste país sem barganha, sem troca de favores e sem balcão de negócios. É isso que estamos precisando para o país", pontuou.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) também expôs sua opinião sobre a condenação em segunda instância do processo envolvendo o ex-presidente Lula. Jarbas falou que Lula pode recorrer, mas que é preciso se cumprir a decisão da Justiça. “Vivemos num Estado Democrático de Direito, onde as instituições estão funcionando e precisam ser respeitadas. Decisão da Justiça é para se cumprir. Os desembargadores se ativeram aos autos para decidir pela condenação do ex-presidente. Caso ele, o ex-presidente Lula, queira recorrer disso, que recorra”, disse.

 

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O parlamentar ainda destacou os efeitos da condenação do petista para a eleição de outubro. “É preciso enfrentar as consequências em todos os cenários, ou seja, com o ex-presidente Lula sendo candidato, sendo candidato sub judicie ou não sendo candidato”, destacou.

 

O advogado Cristiano Zanin, que lidera a equipe de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu nesta quarta-feira, 24, que vai tomar todas as medidas legalmente cabíveis para tentar reverter a decisão da turma de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que condenou o petista a 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá.

"Vamos esperar a publicação do acórdão, vamos analisar e tomar as medidas legalmente cabíveis, com a expectativa de reverter a decisão, mostrando incongruências presentes nos votos apresentados e que não afastaram a garantia da presunção de inocência, e garantia só pode ser afastada através de exame racional que mostre provas da prática de um crime, o que não aconteceu hoje", disse.

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Se por um lado, grupos ligados ao PT reforçaram durante uma caminhada, no bairro do Recife, a luta para que Lula possa ser candidato, logo após o resultado do Tribunal Regional da 4ª Região que manteve a condenação do ex-presidente, o movimento Vem Pra Rua e o MBL comemora a decisão da Justiça. Os líderes do grupo convocaram os que são contra a candidatura do presidente Lula para celebrar "o fim da impunidade". A manifestação acontece, na noite desta quarta, no Segundo Jardim de Boa Viagem.

O movimento definiu Lula como “o chefe da maior quadrilha que já passou por nossa República”. Também ressaltam que a Justiça foi feita. “E é isso que o povo brasileiro esperava dos desembargadores do TRF-4. Ninguém está acima da lei. Queremos o fim da impunidade”. Ainda ressaltaram que a condenação é “importantíssima” para o fim da impunidade.

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O grupo que está presente é pequeno. Vestidos de verde e amarelo, eles trazem faixas que ressaltam: "Lula na cadeia". Outro cartaz pede que os motoristas buzinem pelo fim da corrupção.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chamou de "injusta" a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo Dilma, os aliados do petista vão "reagir" a postura dos magistrados de  confirmar "a sentença absurda e facciosa" do juiz Sérgio Moro. Mais que confirmar, o TRF4 aumentou a pena de Lula para 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado.

"Mesmo quando nos golpeiam, como hoje, vamos lutar ainda mais. A consciência da razão jurídica e a convicção da razão histórica são motivos fortes para que a luta continue. Vamos lutar em todas as instâncias do Judiciário pelo direito do ex-presidente Lula ser candidato. Mas vamos lutar por Lula e pela democracia em todos os recantos, nas ruas, na cidades e no campo do nosso  Brasil", salientou, em nota.

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Dilma reforçou no texto também a "inocência" e "a perseguição política expressa" ao ex-presidente visando a retirada dele da corrida presidencial em outubro. "Uma eleição que vier a impedir o ex-presidente Lula de concorrer não terá legitimidade. Será tão desastrosa quanto o governo que se impôs ao país em 2016, por meio de um golpe parlamentar, jurídico e midiático. A condenação do ex-presidente Lula constitui, infelizmente, a mais nova e perigosa etapa do golpe", destacou, deixando claro que vão "lutar pelo direito de Lula ser candidato".

Aliado histórico do PT, o PCdoB divulgou nota nesta quarta-feira, 24, na qual critica a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atribui a condenação do petista em segunda instância a um "processo de exceção".

"A condenação do ex-presidente Lula em segunda instância pelo TRF-4 nesta quarta-feira (24) é um arbítrio, o ponto culminante de um verdadeiro processo de exceção. Desde a primeira instância, o processo foi conduzido sem levar em conta o princípio básico do juiz natural; em nenhum momento foram apresentadas provas de qualquer tipo de que o tal tríplex é de propriedade ou esteve em posse do ex-presidente. Não há qualquer ato de ofício que demonstre que ele beneficiou a empresa em questão, dentre muitas outras inconsistências largamente demonstradas pela defesa", afirma o texto, assinado pela presidente da legenda, a deputada Luciana Santos (PE), e pela pré-candidata do partido à Presidência, Manuela D'ávila.

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"No momento em que é cometida essa violência contra o Estado Democrático Direito, o PCdoB abraça Lula e a militância do PT, e reafirma a convicção de que deve prosseguir a luta para que as próximas instâncias do Judiciário revertam este arbítrio, permitindo que o ex-presidente dispute livremente as eleições, garantindo que todos os brasileiros e brasileiras tenham assegurado seu direito de votar livremente", diz o texto.

O partido mantém a defesa pelo direito do petista ser candidato, embora tenha lançado Manuela como alternativa do campo de esquerda. Segundo a líder do partido na Câmara, a deputada federal Alice Portugal (BA), não há o que se falar sobre a possibilidade de uma eleição sem Lula enquanto houver a possibilidade de recursos. "O PCdoB tem a sua candidata, mas foi ponta de lança de que o ex-presidente possa se candidatar", disse. "O PCdoB precisa efetivamente se colocar com o seu perfil, mas sempre de olho na unidade. Nós temos lado."

O PT divulgou uma nota nesta quarta-feira (24) garantindo que, mesmo com a condenação no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será candidato. 

“Vamos confirmar a candidatura de Lula na convenção partidária e registrá-la em 15 de agosto, seguindo rigorosamente o que assegura a Legislação eleitoral”, registra a legenda no texto assinado pela presidente nacional da sigla, senadora Gleisi Hoffmann. A executiva do partido vai se reunir nesta quinta-feira (25) para definir os próximos passos que serão adotados diante da sentença, por unanimidade, na segunda instância federal. 

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De acordo com a nota, o partido não vai “aceitar passivamente que a democracia e a vontade da maioria sejam mais uma vez desrespeitadas”. “Vamos lutar em defesa da democracia em todas as instâncias, na Justiça e principalmente nas ruas”, crava o texto.

Veja o texto na íntegra:

O dia 24 de janeiro de 2018 marca o início de mais uma jornada do povo brasileiro em defesa da Democracia e do direito inalienável de votar em Lula para presidente da República.

O resultado do julgamento do recurso da defesa de Lula, no TRF-4, com votos claramente combinados dos três desembargadores, configura uma farsa judicial. Confirma-se o engajamento político-partidário de setores do sistema judicial, orquestrado pela Rede Globo, com o objetivo de tirar Lula do processo eleitoral.

São os mesmos setores que promoveram o golpe do impeachment em 2016, e desde então veem dilapidando o patrimônio nacional, entregando nossas riquezas e abrindo mão da soberania nacional, retirando direitos dos trabalhadores e destruindo os programas sociais que beneficiam o povo.

O plano dos golpistas esbarra na força política de Lula, que brota da alma do povo. Esbarra na consciência democrática da grande maioria da sociedade, que não aceita uma condenação sem crime e sem provas, não aceita a manipulação da justiça com fins de perseguição política.

Não vamos aceitar passivamente que a democracia e a vontade da maioria sejam mais uma vez desrespeitadas.

Vamos lutar em defesa da democracia em todas as instâncias, na Justiça e principalmente nas ruas.

Vamos confirmar a candidatura de Lula na convenção partidária e registrá-la em 15 de agosto, seguindo rigorosamente o que assegura a Legislação eleitoral.

Se pensam que história termina com a decisão de hoje, estão muito enganados, porque não nos rendemos diante da injustiça.

Os partidos de esquerda, os movimentos sociais, os democratas do Brasil, estamos mais unidos do que nunca, fortalecidos pelas jornadas de luta que mobilizaram multidões nos últimos meses.

Hoje é o começo da grande caminhada que, pela vontade do povo, vai levar o companheiro Lula novamente à Presidência da República.

Sao Paulo, 24 de janeiro de 2018

Gleisi Hoffmann, Presidenta Nacional do PT

Quem imaginava, no Recife, um grande protesto organizado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e defensores de Lula, após a decisão unânime do tribunal regional federal da 4 região que decidiu, na tarde desta quarta-feira (24), não apenas manter a condenação do ex-presidente da República como aumentar, se enganou. Logo após o resultado, militantes petistas saíram em caminhada da Praça Tirandentes até a praça do diário de Pernambuco.

O que chama atenção é o número de participantes do ato. Cabisbaixos, nada comparado com a manifestação de ontem na praça Tiradentes, onde até "brincaram" carnaval com a aparição de dois bonecos gigantes de Lula e Dilma, no final da tarde de hoje eles entoam mais timidamente: "Lula, guerreiro do povo brasileiro", "olé, olé, olá, Lula, Lula", "Lula ê meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo". 

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Os manifestantes caminham com o crucifixo no qual compara Jesus Cristo a Lula. Uma frase na cruz destaca: "condenados sem provas".

 

O militante Rogerio Cavalcanti ressaltou, no final da caminhada, que a luta começa agora. "Se condena todo dia pobre e negro nesta cidade, mas a gente não fica triste. A nossa força redobra para conscientizar as pessoas porque do jeito que está não dá mais. Não dá mais para se alimentar, não dá mais para pagar passagem, não dá mais para comprar o gás. Por isso, a luta continua companheiros e companheiras", destacou.

Aos gritos de "Fora, Lula" e "Viva Sérgio Moro", cerca de 30 manifestantes estiveram concentrados durante todo do dia em frente ao Edifício Solaris, em Guarujá (SP), onde fica o triplex apontado como propriedade do ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além dos protestos, muitos dos presentes gritavam palavras de apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro e ao regime militar.

As ações em frente ao apartamento localizado na praia das Astúrias iniciaram às 10 horas da manhã, quando membros do Movimento Brasil Livre (MBL), da Direita de Praia Grande e do Ativistas Independentes instalaram o boneco Pixuleco, que possui mais de 10 metros de altura e simboliza o ex-presidente Lula vestido de presidiário. O boneco virou atração por quem passava a pé ou com seu veículo pela Avenida General Monteiro de Barros.

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"Trouxemos este boneco de São Paulo, em parceria com o ator Alexandre Frota, que é um dos fundadores do MBL, para mostrar nosso repúdio ao ex-presidente e apoio ao TRF-4, que neste momento faz justiça ao nosso país", destacou o empresário Welton Fernandes de Alcântara, que é ex-militar e um dos donos do boneco junto ao ator.

Além deste protesto, outras duas manifestações contra o petista foram feitas em frente ao edifício de 14 andares, uma com carros de som e outra com um luau organizado por moradores de Guarujá. A assistente social Rosana Marques era uma das que guardavam o boneco e ostentava uma bandeira brasileira em suas mãos. "Nosso movimento quis mostrar a nossa indignação ao ex-presidente Lula e apoiar o juiz Sérgio Moro, que vem fazendo um trabalho de limpeza no Brasil", pontuou Rosana.

Apesar da manifestação contra Lula, algumas pessoas se mantinham contrárias ao ato que acontecia em frente ao Edifício Solaris. Uma delas foi a professora Maria Regina Batista, que possui um apartamento em Guarujá, mas é moradora de Fernandópolis, no interior de São Paulo. "Acho ridículo ter apoio para algo que não apresentaram provas contra e mesmo assim estão querendo sustentar uma condenação. Este povo participa de um golpe, estão querendo tirar o Lula das eleições deste ano", afirmou.

Assunto mais comentado nas redes sociais desde o início da manhã desta quarta-feira (24), a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já rendeu diversos memes na internet. Em algumas manifestações, inclusive, o triplex do Guarujá, alvo da investigação do processo da Lava Jato que rendeu a sentença ao petista de 12 anos e um mês de prisão, aparece como o ponto principal de ironia. Já em outros, aparece foto do ex-presidente sendo preso anteriormente.  

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O Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) manteve a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso da Lava Jato que investiga o benefício de vantagens ilícitas oferecidas pela empreiteira OAS ao petista por meio do triplex no Guarujá (SP). A decisão foi unânime e, inclusive, aumentou a pena de Lula diante da sentença proferida em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro.

O resultado do julgamento cabe recursos denominados embargos de declaração e, com isso, Lula não será preso de imediato; eventual prisão só ocorre depois de esgotadas as apelações. O placar da votação também deixa a vida eleitoral do ex-presidente mais complicada, já que os recursos possíveis tramitam de forma mais rápida e não podem mudar a pena aplicada.

O Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) manteve a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso da Lava Jato que investiga o benefício de vantagens ilícitas oferecidas pela empreiteira OAS ao petista por meio do triplex no Guarujá (SP). A decisão foi unânime e, inclusive, aumentou a pena de Lula diante da sentença proferida em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro.

A partir de agora, o ex-presidente terá que cumprir 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, e pagar uma multa de R$ 1,1 milhão. Na decisão em primeira instância, a detenção prevista era de 9 anos de 6 meses e a multa R$ 669,7 mil.

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O resultado do julgamento cabe recursos denominados embargos de declaração e, com isso, Lula não será preso de imediato; eventual prisão só ocorre depois de esgotadas as apelações. O placar da votação também deixa a vida eleitoral do ex-presidente mais complicada, já que os recursos possíveis tramitam de forma mais rápida e não podem mudar a pena aplicada.

Apesar da condenação, Lula pode ser candidato a presidente pelo PT e ainda que a apelação do ex-presidente seja negada há brechas na legislação que permitem a ida dele para a disputa nas urnas.

Votos

O relator do processo, desembargador João Pedro Gebran Neto, foi o primeiro a votar e anunciou na decisão o aumento da pena. O revisor, Leandro Paulsen, seguiu integralmente a decisão do par. E o último a votar foi o desembargador Victor dos Santos Laus.

Ao explanar seus argumentos, registrados em um relatório com cerca de 430 páginas, Gebran Neto fez um apanhado dos depoimentos coletados em delação premiada durante o processo e disse que é possível afirmar com certeza o contexto em que ocorreram os crimes de corrupção. “Há prova, acima do razoável, de que o ex-presidente foi um dos principais articuladores, se não o principal, do esquema de corrupção na Petrobras", salientou.

"As provas aqui colhidas levam à conclusão de que, no mínimo, tinha ciência e dava suporte àquilo que ocorria no seio da Petrobras, destacadamente destinação de boa parte da propina para o Partido dos Trabalhadores para o financiamento de campanhas políticas. Episódios como a nomeação de Paulo Roberto Costa e a outro episódio que talvez eu mencione, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, entre outros, não deixam margem às dúvidas da intensa ação dolosa no esquema de propinas", complementou o relator, ao discursar por mais de duas horas.

Segundo a votar, o desembargador Leandro Paulsen mencionou, ao abrir a leitura de seu voto, que Lula é acusado por crimes com base em leis promulgadas em governos de seu partido. Ele destacou, como exemplo, as leis Anticorrupção, de tipificação de organização criminosa e das delações premiadas, sancionadas pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), indicada para governar o país por Lula.

"Tal qual ocorreu com o presidente americano Richard Nixon no caso Watergate cujas investigações se viabilizaram com a aplicação de leis que ampliaram as possibilidades de investigação criminal por ele próprio promulgadas agora vemos um presidente se deparar com acusações baseadas em leis que sobrevieram durante os governos de seu partido. Mas a lei é para todos", destrinchou Paulsen.

Ele considerou ainda que "a autoria e os vínculos de casualidade entre sua [Lula] conduta e atos praticados é inequívoco. Agiu pessoalmente para tanto. Bancou queda de braços com a diretoria da Petrobras e ameaçou substituir diretores da Petrobras para facilitar contratações". "Há elemento que [Lula] concorreu de modo livre e consciente para os crimes”, justificou-se.

Último a votar, Laus começou dizendo: "após ouvir o relator e o revisor, eu anulei qualquer dúvida que tinha sobre o caso". Já dando o tom que seguiria os demais desembargadores, ele ponderou que era importante considerar a proeminência das provas. "Provas que resistiram à crítica, ao contraponto, ao embate. Fossem frágeis, não teriam resistido", considera. 

O magistrado salientou também que Lula obteve benefícios em razão de sua posição como presidente da República. "Sua Excelência, em algum momento, perdeu o rumo, passou a confundir suas atribuições de primeiro mandatário talvez com aquelas que no passado lhe conferiam as de presidente partidário", declarou.

Acusação e defesa

O petista foi acusado pelo Ministério Público de receber propina, no valor de R$ 2,2 milhões, da empreiteira OAS em troca de favorecimentos em contratos da Petrobras. O montante teria sido pago através da reforma de um apartamento no Guarujá, em São Paulo.

Ao fazer a sustentação de acusação no julgamento de hoje, o procurador Regional da República Maurício Gotardo Gerum disse que o ex-chefe do Executivo se corrompeu e argumentou que a defesa não conseguiu provar a inocência dele. “Lamentavelmente, Lula se corrompeu”, resumiu.

Gerum ainda apontou o petista como o dono do triplex e rebateu a tese de que ele não interferia em indicações ou decisões da Petrobras. “Era evidente e transparece nos autos a atuação de Lula na indicação de diretores da Petrobras”, afirmou.

Já o advogado de defesa Cristiano Zanin, argumentou que o processo é nulo e que, na sentença, não foi feita prova da culpa, mas, sim, da inocência do ex-presidente. Na alegação, Zanin apontou o que chamou de “inconsistências no processo”.

Além disso, durante os 15 minutos concedidos para as alegações finais, Zanin também negou, mais uma vez, que o triplex seja de Lula. "Todos nós sabemos que o triplex pertence e sempre pertenceu à OAS Empreendimentos. A propriedade, segundo a lei, segundo o artigo 1228, é aquele que detém, que consta no cartório de registro de imóveis. Também não tem a posse, ficou claro pela prova dos autos que o ex-presidente jamais recebeu as chaves, jamais passou um dia e jamais passou uma noite. Não há nada que se possa demonstrar essa propriedade", afirmou.

O desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, também votou nesta quarta-feira, 24, pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, em julgamento que ocorre em Porto Alegre. A Corte tem maioria para condenar o petista.

"Mantenho uma única condenação por corrupção e uma única condenação por lavagem de dinheiro", afirmou.

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O desembargador João Pedro Gebran Neto, primeiro a votar, aumentou a condenação do ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado no caso triplex - em 1.ª instância, Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão.

Gebran Neto impôs ao petista 8 anos e 4 meses de reclusão por corrupção passiva e mais três anos e nove meses por lavagem de dinheiro. A execução da pena só ocorrerá depois de esgotados todos os recursos ainda no âmbito do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), Corte de apelação da Lava Jato.

Leandro Paulsen começou a ler seu voto por volta das 15h. Durante sua fala, o magistrado afirmou que "a lei é para todos".

"O julgamento é realizado por juízes togados, com formação e experiência para atuar equidistância e imparcialidade e orientado pela estrita do Direito ao caso concreto, mediante criteriosa análise dos fatos. As práticas de compadrio, de barganha, de arregimentação de apoios e de ameaças de retaliações são estranhas ao ambiente judicial. E se houver, serão criminosas. A linguagem, a lógica, o encaminhamento, não são os do tráfico de influência, da camaradagem, do tapinha nas costas. Aqui, ninguém pode ser condenado por ter costas largas e ser absolvido por ter costas quentes."

Ainda falta votar o terceiro magistrado do colegiado, desembargador Victor Laus.

Esta é a 24.ª apelação julgada pela Corte federal contra sentenças da Operação Lava Jato. A condenação de Lula chegou ao Tribunal em 23 de agosto do ano passado.

Além de Lula, recorreram da sentença de Moro o ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho - condenado a 10 anos e 8 meses de prisão -, o ex-diretor da empreiteira, Agenor Franklin Magalhães Medeiros (6 anos), e o ex-presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto, absolvido em primeira instância, mas que requer troca dos fundamentos da sentença.

O Ministério Público Federal recorreu da absolvição em primeira instância de três executivos da OAS: Paulo Roberto Valente Gordilho, Roberto Moreira Ferreira e Fábio Hori Yonamine.

A denúncia da força-tarefa da Lava Jato atribui a Lula a lavagem de R$ 2,2 milhões. O valor corresponde ao triplex e suas respectivas reformas no condomínio Solaris, no Guarujá, supostamente custeadas pela empreiteira OAS. O processo envolve o suposto favorecimento da construtora em contratos com a Petrobras.

Lula nega que tenha aceitado o imóvel da empreiteira e apela por sua absolvição.

O Ministério Público Federal, no Paraná, sustenta que a empreiteira pagou propina de R$ 3,7 milhões ao PT e ao ex-presidente, por meio do apartamento triplex do Guarujá e do depósito do acervo presidencial. Lula foi absolvido por Moro do crime de lavagem de dinheiro ligado a suas "tralhas" - como o próprio ex-presidente chamou as lembranças e os mimos que ganhou durante os oito anos em que ocupou o Palácio do Planalto.

Se a sentença for confirmada pelo Tribunal da Lava Jato, a determinação de execução provisória da pena pelo TRF4 só ocorrerá após o julgamento de todos os recursos do segundo grau.

Os recursos possíveis, em caso de condenação, são os embargos de declaração, utilizados pela parte com pedido de esclarecimento da decisão, e os embargos infringentes - este último recurso só pode ser pleiteado quando a decisão for por maioria e "tenha prevalecido o voto mais gravoso ao réu".

Por meio deste recurso o réu pode pedir a prevalência do voto mais favorável.

Os embargos infringentes são julgados pela 4.ª Seção do TRF4, formada pelas 7.ª e 8.ª Turmas, especializadas em Direito Penal, e presidida pela vice-presidente da Corte.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) analisou o discurso e o voto do desembargador João Pedro Gebran Neto, responsável pela relatoria dos recursos apresentados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4). O magistrado negou a apelação e aumentou a pena do petista no caso da Lava Jato que versa sobre o triplex do Guarujá. Fazendo um paralelo entre a postura de Gebran e a sentença dada pelo juiz Sérgio Moro, Wyllys considerou “obsceno” o relatório apresentado nesta quarta-feira (24). 

“A sentença de Sérgio Moro já é um escândalo, ele já estava desmoralizado no resto do mundo. Juristas desmontaram sua sentença e mostraram que sua decisão é obscena no ponto de vista jurídico, porque não há sentença no ponto de vista político. Gebran apresenta seu relatório que é igualmente obsceno por não ser um relatório justo, ser político”, argumentou o parlamentar, completando que o relator fugiu do objeto principal do processo. 

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Segundo Wyllys, a postura já era esperada, uma vez que, “a Justiça no Brasil é política”. “Não se enganem, não há justiça. A Justiça no Brasil tem lado, sempre esteve ao lado dos brancos, ricos, héteros e cisgêneros. Mas antes não mostrava de maneira tão clara. O importante é que Lula não estará só independente do resultado e a eleição de outubro deste ano não está definida. Os ‘putocratas’ que acham que mandam no país, podem estar enganados e o resultado pode ser outro, tendo Lula como candidato ou não”, sustentou.

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O desembargador João Pedro Gebran Neto foi o primeiro, dos três a votar. Ele determinou que a pena de Lula seja de 12 anos e um mês de prisão em regime fechado. Além disso, ele condenou o petista a uma multa de R$ 1,1 milhão. 

Em primeira instância, Sérgio Moro havia condenado Lula a cumprir 9 anos e 6 meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além da detenção, a sentença de Moro também o proíbe de exercer cargos públicos por 7 anos e a pagar uma multa de R$ 669,7 mil. 

Várias cidades do País realizaram manifestações contrárias e a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, 24, dia do julgamento do petista no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.

PORTO ALEGRE

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Na manhã desta quarta-feira, uma embarcação com um grande 'Pixuleco', boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, foi abordada no Rio Guaíba. O barco estava posicionado na mesma direção do Tribunal Regional da 4ª Região e do Anfiteatro Pôr do Sol, onde estão os acampamentos dos movimentos sociais pró-Lula.

Ainda em Porto Alegre, um ato de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconteceu, por volta das 10h desta quarta-feira, no acampamento onde estão concentrados os simpatizantes petistas que se deslocaram ao Rio Grande do Sul para acompanhar o julgamento que ocorre no TRF-4. O acampamento reúne pessoas de todo o Brasil e até simpatizantes de outros países da América Latina.

SÃO PAULO

Sob calor de 36°C, dois grupos anti-PT fizeram uma manifestação na Avenida Paulista, região central de São Paulo, defendendo a condenação e a prisão do ex-presidente. Com um caminhão de som e um pixuleco inflado em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), manifestantes do grupo Revoltados On Line fizeram um show com músicas que satirizam os processos envolvendo Lula, como o do triplex no Guarujá, para um ainda pequeno grupo de simpatizantes que se aglomeram no local.

RIBEIRÃO PRETO

Um boneco gigante chamou a atenção em protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Ribeirão Preto (SP). Com 13 metros de altura, o pixuleco de Lula foi colocado no cruzamento das Avenidas Presidente Vargas e Professor João Fiusa para alertar sobre o julgamento do ex-presidente da República.

BELO HORIZONTE

A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG) realizou vigília em frente ao prédio da Justiça Federal na capital de Minas Gerais, em apoio ao petista.

VITÓRIA

A capital capixaba também realizou ato em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira na Praça Costa Pereira, no centro de Vitória (ES).

CUIABÁ

Militantes de movimentos populares e sindicalistas que apoiam o petista chegaram cedo, às 6 horas, em frente ao prédio da Justiça Federal em Mato Grosso, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça. Eles realizaram vigília em defesa do ex-presidente. "Defendemos o direito de o Lula participar do processo eleitoral em 2018" disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores em MT (CUT/MT), João Dourado. As polícias Federal e Militar acompanharam a manifestação.

SALVADOR

Manifestações em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram início nesta madrugada de quarta-feira. Um pequeno grupo se encontrou em frente ao Fórum Ruy Barbosa, no bairro de Nazaré, no centro da capital baiana, para acompanhar a sessão. Houve manifestação também na Avenida Caribé, de acesso ao Aeroporto de Salvador, com bloqueio da pista, impedindo o tráfego dos veículos que se dirigiam ao terminal aéreo.

SÃO LUÍS

Integrantes do PT e PCdoB, assim como as Centrais Sindicais CUT e CTB ao lado da FETAEMA (Federação dos Trabalhadores Agrários do Maranhão) realizaram um grande ato em defesa do petista em frente à sede da Justiça Federal no bairro da Areinha.

JOÃO PESSOA

Um protesto terminou em confronto com a Polícia Militar um ato em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na capital da Paraíba. Um grupo ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) teria tentado invadir o prédio da Justiça Federal, causando a reação da Polícia Militar, que disparou balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes. Um policial e ao menos três manifestantes ficaram feridos.

FORTALEZA

Manifestantes contrários à condenação do ex-presidente Lula se reuniram nesta quarta-feira na Praça General Murilo Borges, no centro da cidade, onde fica o fórum da Justiça Federal no Ceará. No interior do Estado, militantes do MST bloquearam a BR-402, no trecho próximo à Itapipoca. Os manifestantes atearam fogo em pneus.

RECIFE

Segundo os organizadores da mobilização, 1,5 mil pessoas acompanharam o julgamento do ex-presidente na Praça Tiradentes, no bairro do Recife, em frente à sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Boa parte dos manifestantes dormiu no local. O clima foi de tranquilidade. Bandeiras, cartazes e panfletos com palavras de apoio a Lula e críticas ao Judiciário e ao governo federal marcaram presença no local.

PORTO VELHO

Manifestantes organizaram círculo de orações em apoio ao ex-presidente Lula. O ato ocorreu em frente à sede da Justiça Federal, na manhã desta quarta-feira. Com leituras, discursos, faixas e cartazes, os manifestantes declararam acreditar que esse não é o último dia e sim apenas uma fase do processo para fortalecer a luta política.

GOIÂNIA

Militantes, integrantes de sindicatos e movimento sociais participaram na manhã desta quarta-feira de ato a favor da absolvição do ex-presidente Lula nas ruas do centro da cidade. A concentração foi em frente ao prédio da Justiça Federal, no centro da capital, de onde os participantes saíram em passeata.

MANAUS

Um grupo de aproximadamente 150 pessoas estava reunido nesta manhã em frente à sede da Justiça Federal em Manaus para protestar contra o julgamento do ex-presidente Lula. Uma parte dos militantes pernoitou em frente ao local. Orações e músicas, além de cartazes e frases de efeito fizeram parte da manifestação.

MOVIMENTOS AGRÁRIOS

Integrantes do Movimento Social de Luta (MSL) voltaram a ocupar a Fazenda Espinheiro Preto, na madrugada desta quarta-feira, em Dracena, interior de São Paulo. Antes de entrar na área, cerca de 50 militantes bloquearam a rodovia vicinal Noritaro Murata. A fazenda já havia sido ocupada na semana passada. Os manifestantes protestaram contra a condenação do ex-presidente Lula e pediram a retomada da reforma agrária.

No sul da Bahia, integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) bloquearam a rodovia BR-101, em Teixeira de Freitas, em defesa do ex-presidente Lula e para reivindicar a reforma agrária. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deslocou viaturas para o local.

Em Mato Grosso do Sul, militantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), movimento dirigido por José Rainha Junior, bloquearam a entrada da unidade da empresa JBS, na Vila Popular, em Campo Grande (MS), na manhã desta quarta-feira. Os manifestantes pediram o direito do ex-presidente Lula de concorrer à eleição presidencial deste ano. A Polícia Militar acompanhou o protesto.

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Apesar classificar como essencial a conclusão dos votos dos três desembargadores que analisam, nesta quarta-feira (24), o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4), o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) considerou que se o líder-mor petista for condenado é a prova de que ele “é um criminoso”. 

Na avaliação do tucano, a apreciação dos fatos juntados no processo por um colegiado torna a sentença individual do juiz Sérgio Moro mais respaldada. Questionado sobre como avaliava a postura do relator, o desembargador João Pedro Gebran Neto, que negou a apelação do ex-presidente e aumentou sua pena, Coelho disse que “primeiro temos que aguardar o resultado geral”. 

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“Lula enfrentou o julgamento em primeira instância, mas tendo um voto em colegiado, tem a segurança que a decisão é votada na maioria e referenda a interpretação do juiz Sérgio Moro sobre os fatos”, observou Coelho.  “Uma decisão colegiada, independente de qual seja ela, precisa ser respeitada para que tenhamos o cumprimento da legislação e a democracia seja cumprida”, acrescentou.

Ao comentar sobre o impacto que a condenação traria para a conjuntura política do país, Daniel Coelho salientou que “a condenação tem seu impacto, principalmente porque, por mais que se tente distorcer a realidade dos fatos, a maioria da população sabe que alguém condenado, em órgão colegiado, é um criminoso que desrespeitou a legislação”.

Para o tucano, “a maioria da população brasileira condena atos de corrupção e isso terá um impacto” na eleição deste ano. 

Se por um lado aliados questionam o voto do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª região, negando o recurso do petista, por outro opositores comemoram. Pré-candidato à Presidência, o deputado federal Jair Bolsonaro celebrou, nas redes sociais, a postura do magistrado. 

“Falta pouco”, comemora Bolsonaro. “Nossa liberdade acima de tudo”, acrescenta ao compartilhar uma foto em que faz pose ao lado de uma televisão exibindo o voto do relator. Jair Bolsonaro é segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto para a disputa eleitoral em outubro, perdendo apenas para o ex-presidente.

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Gebran Neto determinou que a pena de Lula seja aumentada de 9 anos e 6 meses para 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado. Além disso, ele condena o petista a uma multa de R$ 1,1 milhão, o pagamento previsto pelo juiz Sérgio Moro era de R$ 669,7 mil.

Ainda faltam dois desembargadores votar, mesmo que eles acompanhem o relator Lula poderá ser candidato a presidente e enfrentar Bolsonaro nas urnas. Segundo especialistas, o que poderá retirar o ex-presidente do pleito é a conclusão da análise de embargos de declaração ou infringentes, mas ainda assim há brechas na justiça eleitoral que permitem a candidatura.

Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hofmann (PR) questionou o voto do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª região. Gebran Neto negou a apelação do líder-mor petista e aumentou a pena. Para a petista, a postura do magistrado é “militante”. 

“O voto do Relator é resultado do compadrio, do entorpecimento do power point e do preconceito  político. É um voto militante”, disparou Gleisi. 

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Na decisão, o desembargador determina que a pena de Lula seja de 12 anos e um mês de prisão em regime fechado. Além disso, ele condena o petista a uma multa de R$ 1,1 milhão.

Em primeira instância, Sérgio Moro havia condenado Lula a cumprir 9 anos e 6 meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além da detenção, a sentença de Moro também o proíbe de exercer cargos públicos por 7 anos e a pagar uma multa de R$ 669,7 mil. 

Depois da conclusão da leitura do voto do desembargador, o TRF4 abriu um recesso de um hora. Gebran foi o primeiro dos três desembargadores a votar, a expectativa é de que o julgamento dure até por volta das 16h.

Membros de movimentos, centrais sindicais e partidos que compõem a Frente Brasil Popular em Pernambuco assistem ao julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (24), acampados na Praça Tiradentes, no bairro do Recife. A apreciação do recurso apresentado pelo líder-mor petista ao Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) está sendo exibida em uma televisão instalada embaixo de uma tenda e o áudio transmitido no carro de som. 

A maioria dos presentes estão no local desde a noite dessa terça (23), quando iniciou a vigília em defesa de Lula. A sessão no TRF4 iniciou por volta das 7h30, horário de Recife. Antes de iniciar o julgamento, o grupo realizou um café da manhã coletivo, intitulado "Os inocentes com Lula".

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Um dos organizados do ato, o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT), Carlos Veras, afirmou que eles estavam ali para "defender a democracia, a justiça e os direitos dos trabalhadores". Segundo ele, o grupo deixará o acampamento na praça apenas depois da votação do recurso de Lula.  "O povo brasileiro tem o direito de decidir o que é melhor para o Brasil. E nós queremos Lula presidente", destacou.

Lideranças do PT também estão no local, como o ex-prefeito do Recife, João Paulo, o deputado estadual Odacy Amorim e o presidente da legenda no estado, Bruno Ribeiro, que já defendeu a falta de provas na sentença contra o ex-presidente. 

O recurso julgado hoje é em reação a sentença do juiz Sérgio Moro que o condenou a cumprir 9 anos e 6 meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além da detenção, a sentença de Moro também o proíbe de exercer cargos públicos por 7 anos e a pagar uma multa de R$ 669,7 mil.

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