Tópicos | Justiça

A Justiça Federal suspendeu o prazo de inscrições dos alunos e a divulgação dos resultados da pré-seleção e da lista de espera para o Financiamento Estudantil (Fies). O mandado de segurança impede o prosseguimento do programa até que o Ministério da Educação (MEC) esclareça os critérios adotados na definição das vagas ofertadas. O MEC informou, na noite desta sexta-feira (7), que ainda não havia sido notificado da decisão e, por isso, não comentaria a decisão judicial.

A ação foi iniciada pela Anima Educação, um dos principais grupos educacionais do País, que até o ano passado tinha 39% dos alunos com mensalidades pagas por intermédio do Fies. O grupo apresentou como justificativa à ação que o ministério restringiu o número de vagas a serem contempladas pelo financiamento e definiu critérios para a distribuição de vagas, mas há "inconsistências e desigualdades" na escolha.

##RECOMENDA##

Um dos exemplos usados agora é de que o curso de Engenharia Civil de uma instituição do grupo, apesar de ter conceito 4, teve a aprovação de apenas 20 das 90 vagas que foram solicitadas. "Enquanto o mesmo curso de outro centro universitário, com conceito inferior, teve 46 vagas aprovadas", disse em nota a Anima.

A decisão, da 15.ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, definiu que foram constatadas "inconsistências no procedimento". "Tratando-se de política pública financiada por recurso público é absolutamente necessário que os interessados diretos (instituições e alunos) e a sociedade como um todo conheçam não apenas os critérios de seleção, mas, também, como eles foram aplicados ao caso concreto, já que, em princípio, parece que os critérios não foram objetivamente observados", disse, em sua decisão, o juiz Francisco Renato Codevila Pinheiro Filho.

As inscrições do processo seletivo do Fies para o segundo semestre deste ano terminaram na quinta-feira e o resultado da pré-seleção seria divulgado na segunda-feira. O processo fica então suspenso pela decisão liminar (de caráter temporário) até que o MEC esclareça as informações solicitadas.

Briga

A seleção do Fies no primeiro semestre deste ano também foi marcada por batalhas judiciais, quando o MEC definiu novos critérios para "enxugar" as despesas com o programa, como por exemplo o limite de 6,4% para o reajuste das matrículas nos cursos contemplados pelo financiamento.

Ao determinar ainda nota mínima de 450 pontos no Enem para que o estudante tenha acesso ao financiamento, o ministério também enfrentou protestos e ações judiciais de alunos. Em março, a presidente Dilma Rousseff admitiu que houve "erro" no programa, ao delegar o controle das matrículas às instituições, e prometeu criar um sistema único para o Fies, assim como ocorre nas universidades federais com o Sisu.

Para o segundo semestre de 2015, o MEC definiu que estabeleceria como critérios para definição do programa mais vagas para os cursos com conceito 5 e 4, daria prioridade para as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (consideradas prioritárias) e para as carreiras da área de saúde, engenharias e de formação de professores (licenciatura e Pedagogia).

Grupo

A Anima Educacional é dona de cinco instituições de ensino (duas em Belo Horizonte, uma em Santos e uma em São Paulo - a Universidade São Judas). Ela faz parte dos quatro grandes grupos educacionais do País que concentram 23% de 1,9 milhão de contratos do Fies firmados até o ano passado.

Esses grupos, que têm capital aberto, tiveram, em média, um salto de 201% na receita líquida entre 2010 e 2014. A bruta, sem desconto de impostos, saltou 233% - um desempenho considerado extraordinário no País. A maior parte desses recursos foi revertida em lucro para os acionistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A greve dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran), deflagrada na última quarta-feira (5), foi considerada ilegal pela Justiça na noite desta sexta (7). A decisão liminar ainda determina que o Sindicato dos Servidores do Detran suspenda imediatamente a paralisação sob pena de multa diária de R$ 30 mil.

O desembargador Fausto de Castro Campos acatou os argumentos apresentados no pedido de antecipação da tutela feito pela Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE), considerando existir indício de ilegalidade do movimento paredista, devido aos transtornos gerados à população, com a impossibilidade de regularização de documentos e habilitações, quitações de multas, obtenção de habilitação, vistoria em veículos, entre outros serviços. De acordo com a decisão, a greve causou um prejuízo financeiro diário de mais de R$ 50 mil aos cofres públicos.

##RECOMENDA##

Também considerou que houve afronta à Lei de Greve, com a deflagração da paralisação por tempo indeterminado. Em sua decisão, Fausto Campos ainda acatou o argumento de que houve substancial variação remuneratória em favor dos servidores de 142,94%, entre os anos de 2007 e 2014, quando a inflação verificada no mesmo período pelo IPCA/IBGE foi de 52,25%.

O sindicato, por sua vez, afirmou na manhã deste sábado (8) que ainda não foi notificado da decisão. De acordo com o representante da categoria, Alexandre Bulhões, os trabalhadores mantêm a paralisação, mas vão debater os rumos do movimento na próxima semana, com assembleias em Caruaru, no Agreste do Estado, e no Recife.

“Vamos recorrer. O que a categoria não entende é a fundamentação caluniosa do governo ao dizer que a população está sendo prejudicada com a paralisação. Os serviços essenciais estão funcionando. O nosso sentimento é de indignação, porque não vamos admitir que o poder judiciário tenha um reajuste acima da inflação enquanto o servidor público do Estado é colocado no banco como réu”, pontua o sindicalista. 

A categoria pede a progressão do plano de cargos e carreiras, gratificação de produtividade para servidores que fazem atendimento na sede e nos Ciretrans, discussão da reposição das perdas salariais e a licitação definitiva do plano de saúde. 

Uma empresa de ônibus de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, foi condenada ao pagamento de R$ 100 mil por não conceder o Descanso Semanal Remunerado (DSR) dentro de sete dias aos seus funcionários. A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que conseguiu vitória na justiça. Além da multa, a empresa será obrigada a regularizar a conduta conforme a legislação.

De acordo com o procurador do Trabalho à frente do caso, José Adilson Pereira da Costa, os empregados trabalhavam mais de seis dias seguidos sem ter folga, nem o intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas, nem o mínimo de uma hora de descanso dentro da jornada diária. A Capital do Agreste também não incluía na base de cálculo das horas noturnas ou extras o adicional de insalubridade ou periculosidade.

##RECOMENDA##

Na ação, o órgão havia pedido condenação da empresa para o pagamento de dano moral coletivo no valor de R$ 200 mil, entretanto a justiça decidiu pelos R$ 100 mil, e multa diária de mil reais. A quantia deverá ser revertida à Fundação Terra.

Para ficarem regularizados, os empregadores deverão conceder aos trabalhadores os intervalos interjornada (mínimo de 11 horas) e intrajornada (mínimo de uma hora e máximo de duas para jornadas maiores que seis horas), pagando como hora extra o tempo que não for concedido para o referido descanso, sem prejuízo da multa pela não concessão.

Terão também que conceder ao empregado o descanso semanal remunerado, dentro de sete dias, de modo que nenhum empregado trabalhe mais de seis dias seguidos sem tal descanso, e pague em dobro esse descanso quando não concedido dessa forma, sem prejuízo da multa pela não concessão.

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte determinou a retirada do ar do site Tudo Sobre Todos, que disponibilizava informações pessoais de brasileiros. A decisão foi do Juiz Federal Magnus Augusto Costa Delgado, da 1ª Vara Federal, em liminar concedida a ação promovida pelo Ministério Público Federal (MPF).

LEIA MAIS

##RECOMENDA##

Site divulga dados pessoais de brasileiros sem autorização

O magistrado determinou que empresas brasileiras de internet não permitam o acesso ao endereço eletrônico do site. Na decisão, o juiz também determinou que seja solicitado ao Reino da Suécia, via Departamento de Recuperação de Ativos/Secretaria Nacional de Justiça/Ministério da Justiça do Brasil, a retirada provisória da internet da página, hospedada no top-level domain (TLD) daquele país.

Além disso, ainda foram solicitados os dados completos das pessoas físicas que criaram e mantém o site, inclusive os números de IP e os logs de acesso e endereço de e-mail. “A empresa demandada, ao disponibilizar dados de caráter pessoal, sem que tenha autorização dos seus titulares para tanto, viola a Constituição Federal, atingindo-lhe o núcleo dos direitos e garantias individuais, mais especificamente, os direitos à intimidade e à vida privada”, escreveu o magistrado na decisão.

Ele observou que a gravidade dos fatos é mais acentuada porque, por estarem os dados na internet, possibilita o intercâmbio de informações de toda natureza, em escala global, com um nível de interatividade jamais visto.

A Justiça paraguaia decidirá na próxima segunda-feira se aceita ou rejeita o pedido do Ministério Público para prorrogar por três a dez dias o prazo para apresentar a sua opinião sobre o mandado de extradição enviado pelos Estados Unidos contra Nicolas Leoz, ex-presidente da Conmebol e ex-membro do Comitê Executivo da Fifa.

A secretaria do juiz de instruções penais Humberto Otazú confirmou que os representantes do Ministério Público e o advogado de defesa de Leoz, Ricardo Preda, foram convocados para a audiência de segunda-feira.

##RECOMENDA##

A meia-noite da última quarta-feira era o prazo determinado pela Justiça para que o Ministério Público e Preda entregassem a Otazú as suas respectivas argumentações.

No entanto, o promotor Federico Espinoza adiantou na última terça-feira que pediu dez dias para examinar o mandado, as leis paraguaias, as leis penais norte-americanas, os acordos de extradição entre os dois países, entre outros documentos.

Eventualmente, se o pedido do promotor for rejeitado, ele tem a possibilidade de

recorrer para o tribunal de apelações. E se a rejeição for confirmada, o Ministério Público tem o direito, se desejado, de pedir ao Supremo Tribunal de Justiça uma nova revisão do pedido de prorrogação do prazo.

Leoz, de 86 anos, presidiu a Conmebol entre 1986 e 2013 e está sendo acusado pelas autoridades norte-americanas de suborno, crime organizado e outros crimes relacionado com a venda dos direitos de transmissão de torneios. O paraguaio está sendo mantido sob prisão domiciliar desde 1º de junho.

José Maria Marin tenta prorrogar ao máxima sua detenção na Suíça e evitar uma extradição aos Estados Unidos. Os advogados do ex-presidente da CBF entraram com um pedido perante o Ministério Público em Berna para que sejam beneficiados com uma extensão do prazo para defender o brasileiro. Marin tinha até esta terça-feira para apresentar sua defesa contra a extradição por escrito. Agora, terá até o dia 10 de agosto.

Preso no dia 27 de maio em Zurique, Marin é acusado de corrupção pela Justiça dos Estados Unidos. A procuradoria-geral em Nova York pediu sua extradição para que responda a processo no país. Na Suíça, a meta de seus advogados é o de adiar ao máximo a extradição.

##RECOMENDA##

Há duas semanas, o brasileiro foi ouvido pela Justiça suíça. O interrogatório não se referia aos supostos crimes, mas sim sobre a questão da extradição. Marin se recusou a ser voluntariamente enviado aos Estados Unidos e seus advogados argumentam que as provas apresentadas pelos americanos são "frágeis". Agora, terão de apresentar por escrito essa argumentação, na esperança de impedir a extradição. Se convencerem os juízes suíços, Marin então estaria livre e poderia retornar ao Brasil.

Advogados indicaram que uma recusa dos suíços de extraditar Marin ainda teria outra consequência: Marco Polo Del Nero poderia voltar a viajar, com a segurança de que a investigação envolvendo membros da CBF estaria enfraquecida. Em setembro, por exemplo, a Fifa volta a se reunir e sua esperança é de que, até la, o ex-presidente da CBF já esteja de volta ao Brasil.

Desde que voltou à pressas ao Brasil depois da prisão de Marin, Del Nero evitou deixar o território nacional. O presidente da CBF foi nem à Copa América no Chile, às reuniões da Fifa em Zurique, ao Mundial Feminino no Canadá, ao Mundial Sub-20 na Nova Zelândia, ao Mundial de Futebol de Areia em Portugal ou ao sorteio das Eliminatórias na Rússia.

Mas a Suíça já deu claras indicações de que considera que o pedido dos Estados Unidos tem "base legal". Entre os dias 22 e 26 de maio, antes das prisões, a solicitação americana foi considerada até mesmo pela ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga.

O São Paulo terá novamente parte de uma venda de jogador bloqueada pela Justiça para pagar uma dívida antiga, que dura desde 2002. Em decisão publicada nesta terça-feira no Diário Oficial pelo juiz Christopher Alexander Roisin, o clube do Morumbi não receberá R$ 1,2 milhão dos R$ 9,7 milhões que teria direito pela negociação do volante Souza ao Fenerbahçe, da Turquia.

Anteriormente o juiz havia determinado primeiramente o bloqueio de parte da renda do jogo com o Cruzeiro, pela Copa Libertadores, e depois, escolheu parte da venda do zagueiro Rodrigo Caio. Como essa transferência não se concretizou, a Justiça ordenou a retenção de R$ 1,9 milhão pelas vendas do volante Denilson e do zagueiro Rodrigo Caio. A esse montante se soma o valor de R$ 1,2 milhão, anunciado nesta terça, para inteirar os R$ 3,1 milhões exigidos pelo credor.

##RECOMENDA##

"Deverá o Banco Central do Brasil reter e depositar em conta judicial vinculada a estes autos os valores oriundos da(s) operação(ões) entre o São Paulo Futebol Clube e a agremiação turca Fenerbahce referentes à transferência do atleta acima mencionado até o limite de R$ 1.212.185,87", diz trecho do texto publicado no Diário Oficial nesta terça-feira.

A dívida do São Paulo é com a empresa Prazan Comercial Ltda., que exige o pagamento em valor corrigido de uma comissão de cerca de R$ 700 mil paga em 2002 pela negociação do lateral-esquerdo Jorginho Paulista. O jogador teve passagem apagada pelo clube.

Uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), em Caruaru, para evitar a destruição de áreas tombadas em Gravatá, no Agreste pernambucano. Um pontilhão ferroviário e trecho da antiga Rede Ferroviária Federal foram danificados durante obra de readequação do tráfego do cruzamento da avenida Amaury de Medeiros.

Sob responsabilidade dos procuradores da República Natália Lourenço Soares e Luiz Antônio Amorim, a ação foi destinada à prefeitura de Gravatá e à Construtora BG Eireli EPP. Caso descumpram, os responsáveis podem receber multas diárias de R$ 50 mil. O MPF requer também que a gestão municipal e a construtora apresentem, em 30 dias após a notificação, projeto complementar de requalificação da avenida em questão, além de outro projeto que reconstitua a estrutura ferroviária, aproveitando parte do material original recolhido após a demolição.

##RECOMENDA##

O local é tombado desde 1986. O MPF deve pedir à Justiça Federal a condenação da Prefeitura e da Construtora para que arquem com os custos das futuras despesas das obras. A destruição do pontilhão e do trecho da ferrovia foi iniciado no dia 21 de maio, sem licenciamento ambiental e autorização dos órgãos competentes. 

A Justiça Federal bloqueou os bens de dois servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de Limoeiro, no Agreste, acusados de improbidade administrativa por conceder benefícios previdenciários irregularmente. Os valores das concessões irregulares variavam entre R$ 1,8 mil e R$ 56,9 mil. O dano aos cofres públicos chegou a R$ 371 mil.

As fraudes foram cometidas durante o ano de 2009. Segundo o Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE), os suspeitos usavam documentos falsificados por Maria de Fátima Nascimento e Misael dos Santos Silva, que já foram condenados por fazerem parte de uma organização criminosa desarticulada na Operação Cabo.

##RECOMENDA##

Caso condenados, os dois servidores poderão pegar como penas: ressarcimento integral do dano corrigido monetariamente, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até oito anos, pagamento de multa e proibição de contratar com o Poder Público, receber benefícios, incentivos fiscais ou creditícios por até três anos. A dupla ainda está sendo processada criminalmente pela conduta irregular.

Com informações da assessoria

Neymar Silva Santos, pai e empresário de Neymar, divulgou documento intitulado "Esclarecimento Público" no início da tarde desta quinta-feira para rebater as acusações de "traição" feita pelo Grupo DIS sobre a transferência do filho para o Barcelona, e também revelar informações sobre a negociação de 2013.

Em um longo documento, de 8 páginas, Neymar pai reconhece que recebeu 40 milhões de euros (R$ 128,6 milhões em valores atuais) do Barcelona para "contratar" o atleta depois de seu vínculo com o Santos e antes que ele se tornasse totalmente livre para o mercado. Nas explicações do pai do jogador, o clube espanhol pagou para que Neymar não ouvisse sequer outras ofertas, uma vez que o garoto já despertava interesse da Europa.

##RECOMENDA##

O Barcelona alega o mesmo. Em entrevista feita um dia depois da renúncia de Sandro Rosell, o atual presidente Josep María Bartomeu detalhou as condições da compra do atacante, reconhecendo os 40 milhões de euros pagos à empresa do pai de Neymar. Barcelona e a NN Consultoria, do pai do jogador, então negociaram o repasse do atleta após seu vínculo com o Santos. Foi por isso que o jogador pediu para encurtar seu acordo com o time da Vila em um ano, do fim de 2015 para após a Copa do Mundo de 2014. Nessa época, o então presidente do Santos, Luís Álvaro, disse que Neymar ficaria no clube até o Mundial do Brasil, o que não ocorreu.

"Realmente recebi (esse dinheiro), como indenização do Barcelona por descumprimento do contrato. Tenho certeza de que se fosse do outro lado, com o meu descumprimento, o Barcelona me cobraria também, como já externado. Se o meu filho tivesse sido transferido para outro clube, a NN Consultoria, que tem como sócios tão somente eu e Nadine, teria então, sozinha, um passivo de 40 milhões de euros. Santos F.C., DIS e Teisa não seriam corresponsáveis ou solidários em tal pagamento porque não eram parte do nosso contrato com o F.C. Barcelona", atesta o documento.

O pai de Neymar havia recebido um adiantamento no valor de 10 milhões de euros. Portanto, tinha mais xxxxxxx R$ 30 milhões a receber do Barcelona. "Assim, por nos ter frustrado o direito de transferir e registrar, conforme previsto no contrato, o atleta na condição de atleta livre e usufruir de todos os benefícios econômicos e desportivos de tal condição (que não era pouca coisa considerando o momento do atleta no ato de sua transferência), a multa passou a ser devida e foi paga pelo F.C. Barcelona, sem violação alguma às regras da Fifa e àquelas do direito brasileiro e internacional."

Ou seja, o Barcelona não esperou pelo fim do contrato e a empresa do pai de Neymar acionou a multa rescisória feita entre as partes, os 40 milhões de euros. Se tivesse esperado pelo fim do contrato do jogador com o Santos, o Barcelona não teria de pagar sequer os 17,1 milhões de euros. Porque a lei diz que qualquer jogador sem contrato pode negociar seu futuro diretamente com clubes interessados. Talvez a motivação do Barcelona de antecipar o acordo tenha sido o interesse do rival Real Madrid no brasileiro. O valor negociado com o clube foi então de 17,1 milhões de euros, alegam o pai de Neymar e o Barcelona.

DIREITO FUTURO - Ao longo das 8 páginas, o pai do jogador cita todas as passagens da negociação. "Para acabar por completo com a polêmica e a dúvida que cercam os tão alardeados 40 milhões de euros, esclareço definitivamente os pontos do contrato que firmei em 2011 com o F.C. Barcelona, que em sua parte principal versa de forma clara e evidente que não transacionei 'direitos econômicos' ou tampouco 'direitos federativos'", diz.

"Negociei, na verdade, um 'direito futuro', o direito de 'free agent' (todo atleta após seu vínculo de trabalho e sem contrato se torna 'agente livre', conforme práticas nacionais e internacionais) do meu filho e atleta agenciado de escolher o seu novo clube conforme livre escolha."

O novo presidente do Santos, Modesto Roma Jr., mesmo a despeito do silêncio de seus antecessores, entende que o clube da Vila foi prejudicado nessa transação, e levou o caso para a Fifa, pedindo ressarcimento pelos danos causados ao clube nos valores. "O Santos considera que Barcelona, Neymar e a empresa dele incorreram em violações de contratos de transferência, em razão do que reclama indenização dos prejuízos, mais juros e despesas", alegou o dirigente.

Da mesma forma, representantes da DIS, que compraram 40% dos direitos do jogador em 2009, por 2 milhões de euros, entendem que Barcelona e o pai do jogador não poderiam fazer esse acordo, uma vez que o atleta tinha contrato, ou no mínimo que teriam de participar de tudo isso. A DIS alega que merece sua parte também nesses 40 milhões de euros ganhos pelo pai de Neymar. Para a empresa, e também para o Santos, a venda total do contrato de Neymar engloba essa "luva" dada pelo Barcelona, totalizando valor da compra em 86,2 milhões de euros. É isso que a Justiça da Espanha, e talvez até a Fifa, terão de decidir.

No documento divulgado nesta quinta, o pai de Neymar menciona a polêmica com o Grupo DIS após seu representante declarar se sentir "traído" por Neymar. De acordo com a empresa, ele "descumpriu seu compromisso" e lesou seus direitos. "Ciente de todas as consequências legais e sob orientação jurídica, o Santos F.C. outorgou ao meu filho o direito de negociar o seu futuro, podendo desde então firmar quaisquer contratos com outras agremiações, no Brasil ou no exterior, desde que fosse respeitado o contrato vigente naquela ocasião. O Santos F.C., então qualificou o meu filho e atleta agenciado na condição de jogador livre, status que obteria a partir de 2014. Muito simples e nada mais do que isso", afirma o empresário, que anexa o documento emitido pela presidência do Santos.

"Tendo adquirido, pois, o status de jogador livre para 2014, aditamos o contrato firmado entre a NN Consultoria e meu filho na qualidade de atleta agenciado. A partir de então, negociei com o Barcelona este direito futuro, ou seja, a prioridade de contratação do meu filho e atleta agenciado a partir de 2014." No trecho seguinte do documento, o pai de Neymar revela o acordo com o Barcelona.

"A NN Consultoria, representante do atleta, firmou, portanto, em novembro de 2011 um contrato com o F.C. Barcelona contendo obrigações e direitos recíprocos, fixando uma cláusula penal no importe de 40 milhões de euros, devida pela parte que descumprisse os termos e condições do contrato. É importante destacar que a multa valia para os dois lados, ou seja, se a NN Consultoria descumprisse o contrato, teria de pagar tal montante sozinha ao F.C. Barcelona, sem qualquer participação ou solidariedade do Santos F.C., DIS ou Teisa."

O pai de Neymar esclarece que Santos, DIS e Teisa não faziam parte desse novo contrato. "Nesse ponto, aliás, tem de ficar muito claro que o Santos F.C., DIS e Teisa não eram parte do contrato (nem deveriam ser) e, portanto, não participariam em conjunto com a NN Consultoria do prejuízo." Ao Santos e à DIS, entende o pai de Neymar, cabe somente a parte paga pelo Barcelona pelo contrato do jogador, que terminaria após a Copa do Mundo, os 17,1 milhões de euros.

Em ação do Ministério Público Federal em São Paulo, a Justiça Federal decretou a indisponibilidade dos bens, num total de R$ 196,9 milhões, de 16 pessoas e duas empresas envolvidas na compra supostamente fraudulenta de um terreno em Cajamar (Grande São Paulo) pelo fundo de pensão dos funcionários dos Correios (Postalis), em 2012. O montante equivale à quantia desembolsada pelo instituto para a aquisição do imóvel.

O bloqueio foi decretado pela juíza federal Silvia Figueiredo Marques. "Aparentemente, o investimento foi indevido e temerário. E, até o momento, não houve rendimento repassado ao Postalis", assinalou a juíza. "Ocorreu, em tese, ato de improbidade administrativa, previsto no artigo 10 da Lei 8429/92 por parte das pessoas envolvidas no negócio."

##RECOMENDA##

O Ministério Público Federal já entrou com recurso para que o bloqueio seja ampliado até a soma de R$ 584,7 milhões, atingindo também outras cinco pessoas e duas empresas envolvidas no negócio apontado como irregular. Para a Procuradoria da República, o montante indisponível deve garantir, em caso de condenação, não só o ressarcimento dos prejuízos aos cofres públicos, mas também o pagamento da multa equivalente a duas vezes o valor do dano.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 16, pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal. Também foi divulgada a íntegra da ação civil pública de improbidade administrativa, da liminar da Justiça Federal e do agravo de instrumento. O número do processo é 0011479-76.2015.4.03.6100. Para consultar a tramitação, acesse: http://www.jfsp.jus.br/foruns-federais/

O terreno em Cajamar foi adquirido pelo fundo de pensão para a construção do Complexo Operacional Rodoanel, um centro de operações logísticas, suprimentos e transporte de cargas que seria alugado aos Correios por R$ 1,75 milhão por mês. A compra do imóvel, porém, não poderia ter sido autorizada pelos representantes do Postalis, pois tal aplicação de recursos não estava prevista na política de investimentos do plano de benefícios.

Segundo a Procuradoria, o negócio foi extremamente desvantajoso para o fundo de pensão, pois traria rendimento de apenas 8% ao ano, enquanto, na ocasião, mais de 20 títulos públicos ofereciam taxas de retorno maior.

Segundo avaliação contratada pelo Postalis, os custos com o terreno e a construção chegariam a R$ 166 milhões. O instituto, porém, pagou R$ 30 milhões a mais, segundo a ação, considerando a rentabilidade que teria com o aluguel.

Ignorou, no entanto, que seriam diversos meses de obra, com desembolso de milhões de reais sem qualquer retorno financeiro, diz a ação do Ministério Público Federal. Decorridos cerca de três anos, o fundo de pensão ainda não havia obtido lucro algum, já que os Correios se recusavam a iniciar o pagamento dos aluguéis diante do atraso na conclusão das obras.

"Investir mais de R$ 200 milhões, considerando as correções pelo índice nacional da construção civil (INCC) previstas em contrato, para não ter retorno por mais de um ano e meio e, após isso, ter retorno inferior a quase todos os títulos públicos é algo inadmissível como aplicação", afirma o procurador da República Roberto Antonio Dassié Diana, autor do procedimento.

Para o MPF, as 21 pessoas envolvidas, entre elas 13 representantes do Postalis, praticaram atos de improbidade administrativa que causaram prejuízos ao patrimônio público dos Correios e dos funcionários da estatal. A ação diz que os envolvidos permitiram que 'as empresas participantes enriquecessem ilicitamente e violaram princípios da administração pública, tais quais a impessoalidade, a moralidade administrativa e a eficiência'.

Além do ressarcimento dos danos aos cofres públicos e do pagamento de multa, o MPF solicita que os réus tenham os direitos políticos suspensos por oito anos, sejam proibidos de contratar com o poder público pelo prazo de cinco anos e, no caso dos gestores do Postalis, percam a função pública. A ação também requer que, ao fim do processo, o negócio jurídico de venda e compra do terreno em Cajamar seja declarado nulo e que os valores sejam devolvidos com juros e correção monetária.

Procurado por e-mail, o Postalis não respondeu ao contato da reportagem até o fechamento da matéria.

O presidente do Diretório do PSDB da Mooca, Fabio Lepique, ajuizou na terça-feira, 14, uma ação popular na Justiça pedindo a suspensão imediata da lei que cria 660 novos cargos comissionados (sem concurso público) de assistentes parlamentares nos 55 gabinetes de vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. A lei foi aprovada em 30 de junho, com 38 votos a favor, incluindo de vereadores tucanos, e ainda precisa ser sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

Ex-secretário particular do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e diretor da Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS), em cargo comissionado, Lepique contesta o conteúdo do projeto e a forma como tramitou e foi aprovado, em apenas uma semana. Segundo ele, a proposta que amplia de 18 para 30 o número máximo de assessores de vereador a cerca de um ano do início da campanha para eleição municipal, tem conotação eleitoral.

##RECOMENDA##

"Querem montar um exército de cabos eleitorais para a eleição de 2016 à custa dos cofres públicos. Deixam de lado as prioridades da maior parte da sociedade para se concentrar em seus interesses pessoais. Neste caso, não é aceitável ser favorável ao projeto aprovado, nem ficar em cima do muro. É preciso ter uma posição clara de repúdio a esse abuso", afirma Lepique. Segundo ele, a lei "é um verdadeiro trem da alegria".

O projeto foi protocolado pela Mesa Diretora da Câmara com o apoio formal de todos os líderes partidários, com exceção de Toninho Vespoli (PSOL). Na segunda votação, alguns vereadores do PSDB, PV e PPS votaram contra a proposta. Os defensores do projeto alegam que ele não provocará custo adicional porque o valor destinado a pagar funcionários continuará sendo de R$ 130 mil. Para isso, os 12 criados em cada gabinete serão de assistentes e não de assessores, reduzindo o piso salarial de R$ 2.011 para R$ 950.

Vereadores críticos à proposta afirmaram, contudo, que a Câmara terá de gastar mais dinheiro com os benefícios pagos aos trabalhadores, como vale-transporte e vale-alimentação. Na ação popular, Lepique afirma que "só de vale-refeição, a conta deve chegar a R$ 6,37 milhões por ano". "O projeto comete também grave atentado ao preceito constitucional de que a ocupação de cargos públicos deve ser feita a partir de concursos. Hoje, a Câmara tem 441 funcionários concursados, 225 no regime da CLT e 1.045 cargos comissionados, ocupados por indicação livre da chefia imediata, o que pode gerar situações de favorecimento".

A Justiça de Minas Gerais determinou o arresto de R$ 1,2 bilhão em bens de ex-controladores e ex-dirigentes do Banco Rural e de empresas coligadas ou que trabalharam para a instituição. A decisão foi tomada a pedido da Promotoria de Justiça de Falências e Recuperações Judiciais do Ministério Público, que investiga má gestão no banco.

Entre ex-controladores e ex-diretores citados no processo estão Kátia Rabello, ex-presidente e herdeira do Rural, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane. Os três cumprem pena em presídios da região metropolitana de Belo Horizonte, condenados por envolvimento no escândalo do mensalão. O banco que comandavam foi acusado de abastecer o esquema com empréstimos forjados.

##RECOMENDA##

Liquidado

Em 2013, oito anos depois do início das investigações sobre o mensalão, o Rural foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central. O BC alegou na determinação comprometimento da situação econômico-financeira e falta de um plano viável para a recuperação da instituição financeira sediada na capital mineira.

O arresto de bens foi determinado pela juíza Patrícia Santos Firmo, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte em 6 de julho, em atendimento a pedido de liminar da ação cautelar movida pelo Ministério Público. A decisão judicial foi revelada ontem pelo jornal Hoje em Dia.

Ao todo, 20 pessoas, quatro jurídicas e 16 físicas terão bens arrestados. Em relação às empresas, há pelo menos uma da área de auditoria, que não teria alertado para irregularidades que vinham sendo praticadas pelo banco, conforme informações da promotora Ana Luíza de Abreu Moreira, responsável pelas investigações.

"Investidores da instituição não foram avisados sobre operações realizadas pelo Rural que deveriam ser contabilizadas como prejuízo", disse a promotora.

Ressarcimento

Conforme Ana Luíza, o valor de R$ 1,2 bilhão deverá ser usado para pagamento de impostos não recolhidos pela instituição e ressarcimento a acionistas e clientes. O total foi calculado a partir de levantamento feito pelo Banco Central, ainda segundo a promotora, no encerramento da liquidação do Rural.

Segundo a promotora Ana Luíza, existe a possibilidade de ainda existirem bens em nome dos ex-diretores de forma a cobrir o valor de R$ 1,2 bilhão. "Tudo o que tinham está indisponível desde a liquidação da instituição", diz a representante do Ministério Público.

Na ação foi emitido aviso a cartórios de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, departamentos de trânsito dos três estados, Bolsa de Valores, capitanias dos portos e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "O objetivo é evitar que os bens que existam sejam desviados", afirmou a promotora.

Procurada, a advogada Joana Magalhães, que atua em ações relacionadas ao Banco Rural, afirmou que, ao menos por enquanto, não haverá posicionamento dos ex-dirigentes da instituição sobre a decisão da Justiça estadual.

Um morador de Uberaba (MG) foi condenado a devolver mais de R$ 65 mil para uma mulher que havia lhe comprado um terreno. Toda a transação foi realizada por meio do WhatsApp - aplicativo de aparelho celular -, incluindo o envio do recibo de depósito do dinheiro (R$ 50 mil) e cópias de documentos. Mas a escritura não foi lavrada e a compradora acionou a Justiça.

O juiz Lúcio Eduardo de Brito, da 1ª Vara Cível de Uberaba, considerou que, apesar de inusitada, a forma com que o negócio foi fechado tem valor legal. Mas deixou claro que negociar assim não é nem um pouco recomendável. "Não compraria nem uma bicicleta velha desse jeito", disse o magistrado à reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo".

##RECOMENDA##

Os nomes dos envolvidos não foram revelados, apenas as iniciais. A mulher que moveu a ação, A.M.F.S., conseguiu o direito de ser ressarcida em mais de R$ 15 mil por danos materiais e, no lugar dos R$ 50 mil, deverá receber R$ 65.629,41. Ela não terá direito, porém, ao pedido de R$ 10 mil por danos morais.

O juiz contou que todas as provas anexadas nos autos são documentos e diálogos tirados do próprio WhatsApp. A compradora fotografou o aplicativo com as mensagens e tudo mais que acertou com o comprador, das iniciais G.L.A.P. "Foi um negócio arriscado e que não é recomendável", disse o juiz Lúcio Brito. Ele afirmou que, no entanto, o Código Civil oferece garantias mesmo para transações realizadas dessa maneira.

Um dispositivo na lei federal diz que são aceitas tratativas feitas pessoalmente e também por telefone e qualquer outro meio. Durante a negociação, a autora do processo depositou os R$ 50 mil na conta bancária do réu, que confirmou o recebimento e encaminhou recibo também via WhatsApp. O problema é que não foi passada a escritura do imóvel, no caso o terreno em um loteamento de Uberaba, cidade de 320 mil habitantes localizada no Triângulo Mineiro.

Recurso

No decorrer do processo, G.L.A.P. não contestou a ação, mesmo tendo sido citado e tomado ciência de seu tramite. Diante disso, o julgamento ocorreu à revelia e ele foi condenado, pois o juiz considerou que as provas apresentadas confirmam as tratativas entre as partes e o fechamento do negócio.

Para o magistrado, foi comprovada a validade de toda a negociação já que houve a proposta e a aceitação. "Dentro da moderna concepção jurídica dos contratos é plenamente aceita", considerou o juiz. Ele só não acatou o pedido de danos morais por estar diante somente de um caso de quebra de contrato. "No caso em análise, não há prova de consequências outras além do aborrecimento atípico de um descumprimento contratual", argumentou na sentença.

O valor de mais de R$ 65 mil levou em conta questões como a correção monetária desde o ajuizamento da ação, mais juros de 1% ao mês e ainda o pagamento de 80% das custas processuais e em honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação. O vendedor do imóvel ainda pode recorrer.

O prefeito de Amaraji, Jânio Gouveia da Silva, foi condenado por improbidade pelo Ministério Público Federal (MPF) do Cabo de Santo Agostinho. Ajuizada em 2013, a ação indicou irregularidades na execução de contrato de repasse de verbas do então Ministério do Esporte e Turismo para construção de estádio de futebol no município. 

De acordo com o MPF, o ex-prefeito de Amaraji Adailton Antônio de Oliveira também foi condenado, já que o repasse foi firmado durante sua gestão, em 2001. Parada desde agosto de 2003, as obras do estádio apenas atingiram os 12,8% do previsto pelo projeto.  A Caixa Econômica Federal expediu ofício extinguindo o contrato em 2008, determinando a devolução dos recursos creditados ao município. 

##RECOMENDA##

As irregularidades também foram constatadas pelo Tribunal de Contas da União, que condenou os acusados ao ressarcimento do prejuízo ao erário público. Apesar das notificações, os políticos ainda não apresentaram soluções para o impasse. 

No processo que corre na 35ª Vara Federal em Pernambuco, a Justiça atestou negligência na solução das pendências para a continuidade da obra (ou para justificar a impossibilidade da mesma). Jânio Gouveia e Adailton Oliveira foram condenados a ressarcir R$ 25 mil, valor que deve ser aumento após correções.  

O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve condenação da empresa Google Brasil a indenizar por danos morais um homem que apareceu na ferramenta Street View e não teve sua imagem “borrada” digitalmente, sendo possível reconhecer sua identidade.

Condenada a pagar indenização de R$ 7,2 mil a título de danos morais a Valter Kacprzak e multa de R$ 30 mil por ter descumprido a ordem de retirar a imagem do ar, a empresa apelou, alegando que o fato de ter sido fotografado não causou prejuízo ao autor da ação. Ao julgar o pedido, o desembargador Luiz Antonio de Godoy negou provimento ao recurso e manteve a sentença.

##RECOMENDA##

“É certo terem sido violados o direito de imagem, a privacidade e a intimidade do indivíduo, que foi retratado na frente de sua residência”, afirmou. A multa foi imposta ante a conduta recalcitrante da empresa de tecnologia, que somente em agosto de 2013 consertou o problema.

O Google afirmou que não havia recebido a URL da página, mas o desembargador julgou que, como ela sabia o endereço, poderia ter facilmente seguido a decisão judicial. "Por meio do próprio mecanismo do Google Maps, é possível que a agravante localize a página eletrônica e a remova", disse o desembargador.

Mais de cem parlamentares de 13 partidos assinaram documento que será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta quinta-feira (9) questionando a condução de votações polêmicas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e para tentar anular o resultado da votação da redução da maioridade penal, aprovada pelo plenário da Câmara no último dia 2.

Na madrugada do dia 1° de julho, a Câmara rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, com 303 votos a favor, 184 contrários e três abstenções. Na sequência, após acordo com líderes que defendem a redução, Cunha decidiu colocar em votação uma nova proposta com o mesmo teor, que foi aprovada na madrugada do dia seguinte.

##RECOMENDA##

O mandado de segurança assinado pelos parlamentares foi concluído na manhã de hoje e pede uma posição da Justiça sobre os atos praticados por Cunha que, na opinião do grupo, ferem um parágrafo do Artigo 60 da Constituição Federal. A lei proíbe a análise de uma matéria de proposta de emenda à Constituição, no mesmo ano em que já tenha sido rejeitada.

Defensores do resultado em plenário afirmam que a legislação trata do conteúdo do texto, o que permitiria que qualquer alteração de redação pudesse ser colocada novamente em votação. Segundo eles, o que foi aprovado foi uma emenda ao texto original já que o parecer rejeitado era um substitutivo à matéria. “A matéria é a mesma e por isto não pode ser repetida”, rebateu o vice-líder do PMDB, deputado Darcísio Perondi (RS), que é um dos signatários do mandado.

"Estamos entrando no Supremo para que dê liminar suspendendo a validade desta votação em nome da dignidade, em nome do presente e do futuro do Brasil. Não é sobre mérito, mas sobre a decisão regimental do presidente [Cunha] de colocar em votação a mesma materia na mesma legislatura”, garantiu.

Perondi lembrou que a proposta ainda precisa passar por um segundo turno de votação na Câmara para depois ainda ser analisada pelos senadores. “Vamos tentar ganhar no segundo turno e depois tem o Senado que tem função revisora e, em última instância, tem a Adin [Ação Direta de Inconstitucionalidade] no Supremo”, explicou.

Eduardo Cunha continua seguro de que a votação seguiu o regimento e não feriu a Constituição. A diferença entre o substitutivo do deputado Laerte Bessa (PR-DF) e da emenda aprovada limitou-se aos tipos de crimes previstos. Na proposta vitoriosa, que surgiu como uma emenda aglutinativa – que reúne o conteúdo de outras emendas ou com texto de proposição principal que deu origem ao assunto –, foram retirados o tráfico de drogas e o roubo qualificado.

Uma liminar determinando a suspensão da paralisação da Polícia Civil de Pernambuco e considerando a ação ilegal foi concedida nesta terça-feira (7) pelo Tribunal de Justiça. A decisão do desembargador José Fernandes de Lemos atendeu a petição apresentada pela Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE). O descumprimento acarretará multa diária de R$ 30 mil ao sindicato da categoria.

No pedido, a PGE-PE alerta que, ao articular uma nova paralisação, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) descumpre liminar do mesmo desembargador que, em 10 de junho, determinou a suspensão da categoria iniciada no dia 9. À época, a decisão atendeu a ação apresentada pela PGE-PE, pedindo a declaração de ilegalidade e abusividade do movimento e o retorno imediato dos grevistas à atividade. 

##RECOMENDA##

Os policiais civis de Pernambuco cruzaram os braços nesta quarta-feira (8) para protestar melhores condições de trabalho. O sindicato denuncia que a categoria trabalha sem água para beber, material de limpeza e até papel para terminar os inquéritos nas delegacias. Com o ato, serviços como o Instituto de Medicina Legal (IML) e delegacias não funcionam. Apenas serão atendidas ocorrência de flagrante e local de homicídios.

Mesmo com a liminar, o Sinpol-PE pretende continuar com a paralisação até o último minuto do dia. O presidente do sindicato, Áureo Cisneiros, afirma que o ato é legítimo. “Nosso movimento continua. Não vamos arredar o pé. A Justiça decretou ilegalidade e multou o sindicato, mas não vamos desistir. O entendimento do Tribunal pode ser pela ilegalidade, mas vamos recorrer da decisão e tenho certeza que a justiça será feita”, afirmou.

Em frente ao Instituto de Medicina Legal, cerca de 200 policiais fizeram um ato por melhores salários e condições de trabalho na manhã desta quarta (8). Segundo Rafael Cavalcanti, vice-presidente do Sinpol, muitas delegacias são antigas residências, sem a estrutura adequada. Além disso, faltam água, energia e até papel constatemente. No IML, segundo ele, os peritos sofrem com a falta de material adequado e chegam a trabalhar com facas comuns e peixeiras. "O policial civil de Pernambuco tem o pior salário do nordeste. Ganhamos o salários inicial de R$ 3.200, enquanto em outros estados, há salários de R$ 6 mil, como no Maranhão, por exemplo", disse.

Na última quinta-feira (2), o sindicato fez uma passeata em que enterrou simbolicamente o Pacto Pela Vida, programa do governo estadual para reduzir os homicídios. Vestidos de preto, os policiais e delegados realizam uma passeata pelas ruas do Centro do Recife. A categoria carregou um caixão ao som da marcha fúnebre para simbolizar o ato.

“Atualmente, a farsa do Pacto pela Vida se repercute nos números, com o crescimento assustador de homicídios, roubos e demais delitos. Por isso, ou a sociedade começa a cobrar dos políticos uma atenção especial para a polícia ou viveremos um caos de insegurança já instalado entre os policiais”, comenta o presidente da Associação dos Policiais Civis de Pernambuco (Aspol-PE).

A Aspol-PE divulgou um vídeo, onde mostra as condições de trabalho da Delegacia de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado. Segundo a associação, os servidores são obrigados a dormir em alojamento com infiltrações, mofo e calor, pois o aparelho de ar condicionado encontra-se quebrado. Confira abaixo:

Com colaboração de Nathan Santos

A juíza Denise Gondim de Mendonça, da 5º Vara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás, negou um recurso apresentado pela multinacional Google na ação que determina que a empresa retire de imediato as imagens do corpo do cantor sertanejo Cristiano Araújo que vazaram durante a preparação para o velório. Na decisão, a juíza fala ainda em "má-fé" da companhia.

Ela se referiu ao fato de algumas imagens continuarem sendo exibidas pelo site de buscas da empresa, mais de dez dias após determinação judicial para que fossem suspensas. Por este motivo, além de negar o recurso ao julgar os embargos de declaração apresentados pela empresa, a magistrada multou o Google em R$ 50 mil.

##RECOMENDA##

O vídeo que foi parar na internet pelas redes sociais possui imagens da preparação do corpo. As pessoas responsáveis por fazer e veicular as imagens já estão respondendo criminalmente, mas a Justiça precisou agir para encerrar a veiculação do vídeo. O Google, nos embargos, pedia esclarecimentos sobre uma decisão judicial, do dia 25, um dia após a morte do cantor em grave acidente de carro que também vitimou a namorada dele, Allana Moraes, de 19.

Em nota à reportagem, a assessoria de imprensa do Google informou que a empresa vai recorrer da decisão e salientou que não teria como remover os conteúdos sem que os endereços fossem citados pela magistrada. Os esclarecimentos solicitados teriam essa intenção. "Nos termos do Marco Civil da Internet, é necessário que qualquer ordem judicial para remoção de conteúdo especifique as URLs dos conteúdos a serem removidos", cita a nota. A companhia ainda afirma já ter removido diversos vídeos do caso em questão que foram indicados por usuários como violações dos termos de uso e das políticas do YouTube.

O sertanejo e a namorada morreram quando voltavam de um show em Itumbiara, no sul de Goiás. O empresário Victor Leonardo e o motorista do cantor, Ronaldo Miranda, se feriram no acidente, mas já tiveram alta médica. O carro em que eles viajavam capotou várias vezes. Cristiano Araújo morreu quando era transferido para um hospital. A morte do cantor causou grande comoção e o vazamento das imagens gerou revolta pelas redes sociais. O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil de Goiás no mesmo dia da ocorrência. Foram indiciadas três pessoas pelo crime de vilipêndio de cadáver, punido com prisão que pode variar de 1 a 3 anos.

O governo dos Estados Unidos pede a extradição de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, e sinaliza extraoficialmente que está disposto a fazer um acordo com o brasileiro caso haja disposição para colaborar nas investigações. Mas Marin vai declarar diante da Justiça que se opõe à extradição.

A solicitação dos EUA também é para que os demais seis cartolas da Fifa presos há um mês sejam enviados aos Estados Unidos, entre eles o ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, e Jeff Webb, ex-vice-presidente da Fifa. Na entidade, a ordem é não falar sobre o caso. "Não vamos comentar", declarou a Fifa, por meio de seus porta-vozes.

##RECOMENDA##

A reportagem apurou que a meta inicial da defesa de Marin será a de evitar sua extradição e que sua defesa será "conservadora". Nos próximos dias, quando ele for levado diante de um juiz suíço, não terá de declarar se considera inocente ou não. Mas irá anunciar que rejeita a extradição, o que arrastará o caso por meses em uma batalha jurídica.

À reportagem, o FBI já deixou claro que espera contar com a cooperação de Marin para delatar outros dirigentes esportivos que estiveram envolvidos no escândalo. Nesta semana, um novo recado foi passado: se Marin aceitar colaborar, parte de sua pena seria revertida em prisão domiciliar, justamente aproveitando do fato de que o brasileiro tem um apartamento em Nova Iorque.

Do lado da defesa de Marin, se a extradição não for evitada, o passo seguinte seria o de reduzir ao máximo o período em que o brasileiro passaria numa prisão norte-americana, inclusive enquanto é alvo de um processo.

Nesse caso, existem duas opções: fechar um acordo de delação premiada, nos moldes estabelecidos com o empresário brasileiro J. Hawilla, ou negociar o pagamento de multas milionárias. Nesse caso, Marin poderia cumprir parte da pena em seu apartamento, com certa permissão para sair.

Os norte-americanos já deixaram claro: não querem terminar a investigação em Marin. A meta, por exemplo, é a de obter informações sobre o papel de Marco Polo del Nero, Ricardo Teixeira e os contratos comerciais, como o da CBF com a Nike.

De qualquer forma, o processo de extradição promete ser longo e advogados envolvidos no caso revelaram à reportagem que acreditam que Marin poderá ficar na prisão na Suíça até o final do ano. Nos Estados Unidos, ele foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude e por ter recebido milhões de dólares em subornos relativos a contratos comerciais na Copa de 2014, no Brasil, e na Copa América.

Se condenado, Marin poderia pegar até 20 anos de prisão nos EUA. A partir de hoje, a Justiça suíça o convocará para uma audiência, interrogando o brasileiro sobre os crimes indicados pelos norte-americanos. "Vamos avaliar a melhor forma de defesa", declarou Georg Friedli, advogado do brasileiro na Suíça e que rejeita valores que aliados de Marin estariam divulgando no Brasil, segundo os quais os seus honorários seriam de quase R$ 1 milhão.

Berna dará 14 dias para que seus advogados contestem a extradição. Esse prazo poderia ser ampliado por mais 14 dias, se solicitado.

A Justiça da Suíça então precisará de algumas semanas para tomar uma decisão sobre a extradição. Ela apenas poderá ser realizada se a Justiça em Berna considerar que os crimes indicados pelos norte-americanos também são considerados como crimes na Suíça. Numa primeira avaliação realizada no momento da prisão de Marin, porém, Berna indicou que existia "base" para uma extradição.

Caso ela seja aprovada, Marin tem ainda duas possibilidades de apresentar um recurso, num processo que promete se arrastar.

O primeiro seria no Tribunal Penal da Suíça, num processo que poderia levar dois meses. Caso Marin seja uma vez mais derrotado, seus advogados ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal da Suíça, o que arrastaria o caso por mais três meses. Enquanto isso, Marin dificilmente será autorizado a cumprir prisão domiciliar, apesar dos 83 anos de idade.

Na semana passada, a reportagem revelou com exclusividade que outro cartola, Figueredo, entrou com um recurso para aguardar a extradição em liberdade condicional. Mas o pedido foi negado, o que mandou um sinal claro aos demais advogados dos indiciados de que seus clientes poderiam ter o mesmo destino.

ACORDO - Se nada funcionar, a opção de Marin será abrir um diálogo com as autoridades norte-americanas para saber em quais condições uma eventual pena poderia ser reduzida.

Segundo um comunicado do Departamento da Justiça da Suíça, o pedido de extradição foi entregue pela embaixada dos EUA em Berna na noite da quarta-feira e "dentro do prazo estabelecido pelo tratado bilateral".

"Os pedidos estão baseados no mandado de prisão emitido no dia 20 de maio de 2015 pela Procuradoria dos EUA em Nova Iorque, que investiga a suspeita de corrupção avaliada em US$ 100 milhões envolvendo altos funcionários da Fifa. Em troca, esses suspeitos de terem pago propinas - representantes de empresas de mídia e de promoção - receberam direitos para torneios de futebol nos EUA e na América Latina. Esses crimes podem ter sido concordados ou preparados nos EUA, e os pagamento teriam sido feitos por meio de bancos americanos", explicou o comunicado de imprensa do governo suíço.

Apesar de estar com 83 anos, Marin não pediu para deixar a prisão para esperar pela extradição em um hospital. Pelas leis suíças, é o médico da penitenciária que determina se um preso tem ou não condições de aguardar a extradição na cadeia. Há duas semanas, Figueredo chegou a alegar problemas de saúde. Mas a Justiça suíça barrou qualquer transferência, alegando que suas condições o permitiam continuar na prisão.

Na prisão, ele tem direito a uma hora de caminhada por dia e está em uma cela individual. Não usa uniforme e não está autorizado nem a falar pelo celular e nem a ter internet. Mas pode assistir televisão.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando