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Minuto de silêncio, lágrimas e ovação: a emoção era palpável, nesta terça-feira (5), no desfile da última coleção Chanel desenhada por Karl Lagerfeld, apresentada em uma paisagem imaculada e nevada.

O desfile mais esperado da Semana de Moda de Paris foi precedido por um minuto de silêncio em homenagem para aquele que foi o diretor artístico da casa por 36 anos, e se encerrou com a música "Heroes", de David Bowie.

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Carregado de emoção, o desfile foi uma oportunidade para Chanel prestar uma última homenagem ao último dos gigantes da alta-costura, que não quis uma cerimônia oficial após sua morte.

De acordo com o desejo de Karl Lagerfeld, que morreu no dia 19 de fevereiro, aos 85 anos, uma cerimônia de cremação ocorreu na mais estrita intimidade, três dias depois de sua morte.

O desfile, sob o telhado de vidro do Grand Palais, começou com um minuto de silêncio. Diante de um grande público, as modelos permaneceram de pé, silenciosas, na decoração de uma estação de esqui, com chalés de madeira e flocos de neve.

- Voz de Karl -

Na primeira fila, Anna Wintour, a papisa da Vogue americana, óculos escuros e roupa rosa, ao lado de outros grandes da moda como Claudia Schiffer, musa de Lagerfeld nos anos 1990, a atriz Monica Bellucci e a cantora de K-pop Jennie.

A voz do "kaiser" da moda, e seu famoso sotaque alemão, ecoou, durante a transmissão de uma entrevista na qual ele falou de sua estreia na Chanel numa época em que duvidavam que ele poderia enfrentar o desafio.

Na passarela, as muitas musas da casa desfilaram, de Cara Delevingne que abriu o evento, à atriz Penelope Cruz, sorridente, em um vestido branco, passando pela jovem Kaia Gerber, filha de Cindy Crawford, em vestido curto.

O branco dominou essa coleção, assinada por Karl Lagerfeld e Virginia Viard, seu braço direito que o sucedeu.

Uma piscadela discreta ao estilista, um desenho feito por ele onde aparece ao lado de Coco Chanel foi colocado no kit de imprensa entregue no local. Com a menção "The beat goes on" ("A batida continua"), sinal de que a Chanel está apostando na continuidade.

- Homenagens de Paris a Milão -

Primeiro evento público da Chanel desde a morte do estilista, e organizado no último dia da Semana de Moda de Paris, o desfile marca a chegada de Virginie Viard, que sublimou as ideias de Karl Lagerfeld por mais de 30 anos.

Lagerfeld apresentava a estilista como seu "braço direito e braço esquerdo".

Virginie Viard tinha dito à AFP em 2015 ser "complementar" ao estilista: "Eu entendo isso, sou capaz de sublimar o que ele quer fazer, eu entendi para onde ele quis levar a Chanel".

Em 22 de janeiro 2019, após o desfile em que Karl Lagerfeld, "cansado", não esteve presente pela primeira vez desde a estreia na Chanel em 1983, foi ela quem se apresentou para cumprimentar o público.

Durante a Semana de Moda, a Chloé saudou o "gênio" de Lagerfeld, que foi o estilista da marca entre 1963 e 1984, distribuindo fotos retro com frases do costureiro.

Em uma delas, o jovem Karl Lagerfeld aparece barbudo e moreno nos estúdios da Chloé, cercado por modelos.

A grife italiana Fendi também se despediu de seu estilista favorito, apresentando sua última coleção, durante um desfile "testamento" em Milão, no dia 21 de fevereiro.

Em homenagem, quatro de suas criações assinadas para a Chloé e Chanel evocando seu gosto particular pelo século XVIII, Art Deco e estilo Memphis, estão expostas temporariamente no Musée des Arts Décoratifs em Paris.

A moda está de luto: o alemão Karl Lagerfeld, ícone global da alta-costura que relançou a maison Chanel e estilista extravagante de visual único e desfiles espetaculares, morreu nesta terça-feira aos 85 anos.

A Chanel, da qual foi diretor artístico por 36 anos, confirmou à AFP informações do site Purepeople, que anunciou seu falecimento no Hospital Americano de Neuilly, nos subúrbios de Paris, onde foi internado de emergência na noite de segunda-feira.

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Em frente ao número 31 da rua Cambon, onde Chanel abriu sua loja nos anos 1920, os admiradores, muitos deles jovens, levaram rosas brancas para homenagear seu lendário herdeiro.

"Era uma lenda, um mastodonte, salvou a Chanel, reinventou a marca", afirma Mathieu Cipriani-Rivière, de 20 anos, ex-estudante de moda.

Virginie Viard, diretora do estúdio de design de moda da Chanel e braço direito de Karl Lagerfeld, com quem colaborou durante mais de 30 anos, assumirá a direção criativa da grife, informou a maison em um comunicado.

Sua musa de longa data Inès de La Fressange, uma das primeiras top models, disse à AFP que ele "nunca descansou sobre seus louros, nunca fazia a mesma coisa duas vezes".

"Eu o vi desenhar cercado por 15 pessoas. Ele era o oposto do grande costureiro que tinha que sofrer para criar. Ele não fazia nada além de trabalhar, mas se recusava a fazer com que parecesse trabalho", acrescentou.

"Hoje o mundo perdeu um gênio criativo. Sentiremos sua falta, Karl! #QEPDKarl Lagerfeld", tuitou a primeira-dama americana, a ex-modelo eslovena Melania Trump, junto com uma foto na que aparece ao lado do estilista, usando uma de suas criações.

O presidente do grupo LVMH, Bernard Arnault, disse estar "profundamente entristecido com a morte de seu querido amigo".

"Moda e cultura perdem uma grande inspiração. Ele ajudou a fazer de Paris a capital da moda do mundo e da Fendi uma das casas italianas mais inovadoras", afirmou o diretor do grupo que possui a marca italiana, da qual Lagerfeld também era o diretor artístico.

Alain Wertheimer, coproprietário da Chanel, prestou homenagem ao "gênio artístico de Karl Lagerfeld, sua generosidade e sua intuição excepcional", a quem "deu carta branca no início dos anos 80 para reinventar a marca".

"Teu gênio tocou a vida de muitas pessoas, especialmente Gianni e eu. Nunca esqueceremos teu incrível talento e inspiração infinita, sempre aprendemos contigo", escreveu Donatella Versace no Istagram.

Serge Brunschwig, presidente e diretor executivo da Fendi (grupo LVMH), indicou que admira "profundamente a imensa cultura de Karl (...). Nos deixa um enorme legado, uma fonte de inspiração inesgotável para continuar".

"Hoje o mundo perdeu um gigante. Karl era muito mais que nosso maior e mais prolífico estilista, seu gênio criativo era assombroso", afirmou Anna Wintour, chefe de redação da revista Vogue.

Lagerfeld viu sua saúde se deteriorar consideravelmente nas últimas semanas, a ponto de não aparecer ao final da apresentação da coleção primavera-verão 2019 para saudar o público, algo que ele nunca deixou de fazer desde sua estreia na Chanel, em janeiro de 1983.

Com seus cabelos brancos sempre presos em um rabo de cavalo, os eternos óculos escuros, os colarinhos altos, as luvas e a forma típica de falar, o "Kaiser" tinha um estilo reconhecido no mundo todo.

- "Sem funeral!" -

Ele dirigia três marcas (Chanel, Fendi e sua grife de mesmo nome), mas seu nome estará para sempre ligado à Chanel, cujos códigos mudou constantemente, reinventando clássicos como os ternos de tweed e bolsas acolchoadas.

Gabrielle Chanel "teria odiado", afirmou o "Kaiser" ("imperador" em alemão), conhecido por suas declarações provocativas que eram um misto de narcisismo e autodepreciação.

Sempre sintonizado com os novos tempos, ele organizou desfiles com encenações surpreendentes e espetaculares, em supermercados, galerias de arte ou ao ar livre, fazendo a festa nas redes sociais.

Nascido em Hamburgo, Lagerfeld sempre manteve uma aura de mistério em torno de sua data de nascimento. Vários jornais alemães, baseados em documentos oficiais, afirmam que ele nasceu em 10 de setembro de 1933.

Ele afirmou ter nascido em 1935, em uma entrevista à revista francesa Paris-Match em 2013, quando revelou que sua mãe havia mudado a data de seu nascimento.

Ele teve uma infância feliz, mas monótona em uma área remota da área rural alemã durante o nazismo, com um pai industrial sempre viajando e a mãe de personalidade forte, grande leitora, mas pouco afetuosa, que, no entanto, incutiu no filho a paixão pela moda.

O pequeno Karl desenhava vestidos e sonhava com Paris, para onde se mudou na adolescência.

Em 1954, ele ganhou um concurso organizado pela Sociedade Internacional da Lã, empatando com Yves Saint Laurent, com quem ele simpatizou antes de se tornarem grandes inimigos.

No início dos anos 1960, trabalhava como estilista autônomo, colaborando com diversas maisons.

"Eu sou o primeiro a fazer um nome com um nome que não era meu. Devo ter uma mentalidade mercenária", costumava dizer.

Ele sabia melhor do que ninguém como capturar o momento da moda.

Como em 2004, quando ele criou toda uma coleção prêt-à-porter para a gigante sueca H&M, uma atitude depois imitada por muitos criadores.

Viciado em trabalho ("Nunca pensei em aposentadoria", dizia ele), combinava a criação das coleções com seu trabalho com fotografia.

O "Kaiser" tinha o talento para descobrir top models: a francesa Inès de la Fressange, que assinou um contrato exclusivo com a Chanel em 1983, assim como a alemã Claudia Schiffer, a britânica Cara Delevingne ou a franco-americana Lily-Rose Depp.

Ele ainda queria que elas fossem magérrimas, apesar das crescentes demandas por diversidade.

"Ninguém quer ver mulheres gordas nas passarelas (...) São as mulheres gordas sentadas como sacos de batatas diante da televisão que dizem que as modelos magras são horríveis", afirmou à revista alemã Foco em 2009, o que o fez ser denunciado por uma associação de defesa de pessoas com excesso de peso.

Sobre sua própria morte, também tinha, como em outros assuntos, uma opinião consolidada.

Questionado pela revista Number se ele queria um funeral espetacular, afirmou: "Que horror, não haverá funeral".

"Eu só quero desaparecer como os animais da floresta virgem", afirmou, em outra ocasião, em uma entrevista à France 3.

Embora em sua maneira pessoal de se vestir Karl Lagerfeld fosse facilmente reconhecido, suas criações eram caracterizadas por seu ecletismo e sua capacidade de se reinventar a todo tempo, capturando o espírito da época.

O estilista foi responsável por três marcas (Chanel, Fendi e a grife homônima), mas seu nome é principalmente associado à maison Chanel, onde ele não hesitou em revolucionar os códigos existentes e para a qual ele organizou desfiles espetaculares.

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Com ironia, costumava dizer que Gabrielle Chanel "odiaria" o trabalho dele.

Quando chegou a Chanel, em 1983, a marca estava em um momento ruim.

"Todos me disseram: 'não mexe nisso, está morto, acabou' e foi isso que me divertiu, foi um desafio e funcionou cem vezes melhor do que eu pensava", afirmou Lagerfeld.

O estilista lembrava do que Alain Wertheimer, coproprietário de Chanel e seu irmão Gérard, haviam dito a ele: "Faça o que quiser. Eu venderei a maison de qualquer maneira, não funciona. E eu respondi: 'escreva isso em um pedaço de papel'".

Lagerfeld adotou os clássicos da marca, como os tweeds, as pérolas e as correntes de ouro.

"Ele foi o primeiro a repensar todos os códigos da casa para usá-los de outra maneira", explica a historiadora de moda Catherine Örmen.

Segundo ela, o toque de Lagerfeld era mais um estado de espírito do que um estilo reconhecível e estava em constante evolução.

"Na década de 1980, suas silhuetas tinham costas muito largas. Na década de 1990, elas eram muito 'skinny', sempre de acordo com a época", explica.

Em 2014, ele apresentou um vestido de alta-costura com bordados de concreto e, em 2015, ternos tridimensionais.

"No entanto, ele cometeu alguns sacrilégios", recorda Örmen, citando um modelo de alta-costura de 1986 com crinolina, aquelas armações sob as saias rodadas para dar volume.

"A senhorita Chanel certamente se revirou em seu túmulo!", acrescentou.

Mas a liberdade foi o que o estilista alemão sempre reivindicou para sua arte.

"Karl era insaciável, sempre curioso, tomando emprestado de diferentes áreas, especialmente a rua ou o universo dos motociclistas, do surfe", lembra a britânica Emma Baxter-Wright, autora de "Little Book of Chanel", que destaca "insolência" do criador.

Seus desfiles eram esperados como shows de Chanel e sempre tiveram cenários grandiosos.

Cada desfile tinha um tema e seu universo, recriado no Grand Palais de Paris, em um museu, um supermercado, um aeroporto, um jardim zen, uma floresta, um iate de luxo, etc.

Nos desfiles, Lagerfeld tinha a seu lado Virginie Viard, diretora do estúdio que supervisiona oito coleções por ano.

Uma fiel colaboradora com quem trabalhou por mais de trinta anos.

"Sem Virginie, o desfile não existiria. Ela está por trás de todas as coleções. É um dos elementos essenciais da Chanel, juntamente com Bruno [Pavlovsky, presidente de atividades de moda da Chanel] e Eric [Pfrunder, diretor de imagem]", assegurou o "Kaiser" em maio de 2018.

O estilista alemão Karl Lagerfeld morreu aos 85 anos nesta terça-feira (19), após passar por um período de problemas de saúde que durou semanas. O designer de moda icônico era o diretor criativo da marca francesa Chanel. A causa da morte ainda não foi anunciada. As informações são da revista Closer. 

Ele deixou de comparecer em dois dos desfiles de alta costura da Chanel em Paris em 22 de janeiro, mas a empresa de moda só disse na época que ele só estava se sentindo cansado. Na ocasião, Karl Lagerfeld foi representado por Virginie Viard, diretora do estúdio criativo da casa.

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Karl presidiu a icônica casa de moda, criada por Coco Chanel, por mais de três décadas, produzindo até oito coleções por ano. O designer, que era uma das figuras mais populares da indústria, tinha um estilo autêntico devido ao seu cabelo branco, óculos escuros e luvas. Além de comandar a maison francesa desde 1983, Lagerfeld também era diretor da italiana Fendi e tinha sua prória marca.

Ninfas com bota, capuz e mangas de plástico transparente desfilaram nessa terça-feira para maison Chanel, brilhando em meio a uma vegetação exuberante pensada pelo diretor artístico, Karl Lagerfeld.

Mesmo após anos de desfiles no Grand Palais de Paris ao longo de sua carreira, o "Kaiser da Moda" mantém intacta sua capacidade de surpreender.

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Após recriar um foguete espacial e a Torre Eiffel nas últimas duas temporadas, nessa terça-feira ele transformou o prédio em uma paisagem inspirada no "Gorges du Verdon", o maior canyon da Europa, localizado no sudeste da França.

As modelos desfilaram entre rochas, ao ritmo da música da cantora islandesa Björk, marcando o último dia da Semana de Moda de Paris.

- Kaia Gerber como protagonista -

Kaia Gerber, de 16 anos, filha de ex-top model Cindy Crawford e sensação da Semana de Moda de Nova York, abriu o desfile com uma jaqueta de tweed desgastado e botas de cano alto de plástico transparente.

Surgiram também casacos e vestidos curtos combinados com bolsos sobrepostos.

O universo aquático apareceu também nos brincos em forma de gotas d'água e nas bolsas que lembravam medusas. O azul do mar, do céu e até do clássico jeans dominou vários looks, assim como os tecidos brilhantes como escamas de peixes.

Na primeira fila do desfile, que teve a participação do afilhado de 8 anos de Lagerfeld, Hudson Kroenig, estavam duas estrelas coreanas, o cantor de K-pop G-Dragon, com cabelos em vermelho intenso, e a cantora e atriz Park Shin-Hye.

A modelo Cindy Crawford não perdeu o desfile da filha, que desfilou também para Saint Laurent.

- A fantasia de Thom Browne -

A marca americana Thom Browne, que deixou a passarela nova-iorquina para desfilar em Paris, deu asas para os sonhos e a fantasia.

O estilista apresentou vestidos como sarcófagos e mulheres-aranhas, entre outras propostas excêntricas, como modelos com a cabeça envolta por uma espécie de bolha.

Um imenso unicórnio rosa pálido de tecido encerrou o desfile no elegante bairro parisiense.

- Louis Vuitton em uma união de gerações -

A maison Louis Vuitton uniu o antigo e o moderno nos vestígios do antigo palácio real do Louvre, com a presença de estrelas como as atrizes Catherine Deneuve, Fan Bingbing e Cate Blanchett.

A coleção criada pelo diretor artístico Nicolas Ghesquière apostou na combinação de calçado esportivo com short de flanela, além de looks mais clássicos como jaquetas bordadas e vestidos leves de verão.

O desfile atravessou épocas, misturando a indumentária aristocrática dos séculos passados com o "estilo relaxado" da vida moderna.

Louis Vuitton inaugurou paralelamente nessa semana uma nova loja de quatro andares na luxuosa Place Vendôme de Paris.

A capital francesa encerrou nessa terça-feira sua Semana de Moda, após oito dias e mais de 80 desfiles.

O estilista alemão Karl Lagerfeld levou a moda para a rua - sem homens - e apresentou nesta terça-feira, em Paris, sua coleção primavera/verão 2015 para a Chanel, encenando uma manifestação feminista com um elenco de top models, entre elas a brasileira Gisele Bündchen.

Com cartazes que diziam "Faça moda, não faça guerra!", "Feminismo e não masoquismo!", as modelos desfilaram como manifestantes em uma rua tipicamente parisiense, reconstruída especialmente para a ocasião sob o teto do Grand Palais.

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O australiano Baz Luhrmann, diretor do filme "O Grande Gatsby", a atriz franco-americana Julie Delpy e a editora da Vogue americana Anna Wintour assistiram ao desfile na primeira fila.

Lagerfeld também levou grandes tops para a passarela: ao lado da ubermodel Gisele Bündchen, Kendall Jenner e Cara Delevingne desfilaram looks chamativos que pareciam saídos da era psicodélica.

Em entrevista após o desfile, Lagerfeld explicou que sua mãe foi uma feminista e declarou que, para ele, a causa está vivendo um retrocesso. "Ela me dizia quando era pequeno: os homens não são muito importantes. Quando não se é muito feia, se pode ter um filho com qualquer um".

- "Divórcio para todos" -

Uma semana após o discurso de Emma Watson na ONU em favor dos direitos da mulher, os cartazes nas mãos das modelos feministas da maison fundada por Coco Chanel proclamavam: "Divórcio para todos" e "Libertem a liberdade".

"Acho que chegou a hora de insistir (sobre a mensagem) mais uma vez, especialmente na França. A atmosfera está muito hostil, em especial com esse partido (de extrema-direita), a Frente Nacional", disse o estilista.

Lagerfeld descreveu sua coleção como um jogo de mistura e combinação de estilos, e convidou as mulheres a serem criativas. Vários looks traziam o clássico blazer em tweed de modelagem masculina, escondendo quase por completa a forma do corpo feminino.

"Não é uma coleção que se tenha que usar toda, mas sim jogar com os elementos. É menos sobre moda do que um modo de vida", disse, antes de acrescentar: "Aqui não se trata de alguém dizendo o que se tem que usar, não tem porque fazer isso. Façam vocês mesmas. Vistam-se vocês mesmas", proclamou Lagerfeld. "Para a Chanel, o dia da mulher é todo os dias".

O desfile foi uma explosão de cores, como uma aquarela psicodélica em botas, lenços e casacos. Ou numa camisa, usada sob o aparato de tailleur e calças folgadas na cor cinza.

Os sapatos são tipo 'oxford' dourados e abertos, arrematados por uma tornozeleira. Eles são usados com meias e cinto combinando, um vestido chemise de gola ampla ou de um shortinho alfaiataria preto de finas listras brancas.

A paleta de cores volta a ficar sóbria, com conjuntos brancos, pretos e azul marinho. Um suéter dourado combinado com um vestidinho preto rendado dá um "up" estratégico no visual proposto pela maison Chanel.

As modelos desfilaram sozinhas ou em pequenos grupos, sorridentes e conversando entre elas, cercadas por fotos gigantes de prédios parisienses.

A Semana de Moda de Paris termina nesta quarta-feira com os desfiles das grifes Louis Vuitton e Hermès.

O grupo francês Interparfums e Karl Lagerfeld lançaram nesta quarta-feira dois perfumes que levam o nome do estilista alemão, em uma ofensiva comercial com ambições globais, apesar de alguns fracassos no passado.

"Acreditamos no potencial significativo da marca Karl Lagerfeld", declarou à AFP o presidente da Interparfums, Philippe Benacin.

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O grupo adquiriu em outubro de 2012 a licença Karl Lagerfeld da americana Coty por 20 milhões de euros, no momento em que o estilista lançava a própria grife.

A Interparfums espera um volume de negócios de 16 milhões de euros este ano, graças aos novos perfumes e "60 milhões em três anos".

O grupo planeja investir entre 10 e 12 milhões de euros em campanhas de marketing a partir deste ano.

Estilizado em um frasco transparente com tampa retangular, "Karl Lagerfeld Pour Femme" foi concebido por Christine Nagel e Serge Marjoullier, enquanto sua versão masculina "Karl Lagerfeld pour Homme" foi criada por Jean-Christophe Herault e será comercializada em um frasco preto.

Karl Lagerfeld, um dos estilistas mais poderosos do mundo, fez uma série de desenhos inspirados na Copa das Confederações para a revista alemã Sepp, que traz na capa uma foto do atacante Lucas e que começou a ser vendida no último fim de semana. Entre as personalidades retratadas em sua seleção estão, segundo a publicação WWD, Gisele Bündchen, a camisa número 1, e ainda Carmen Miranda, com uma bola na cabeça, e o jogador Oscar, que aparece seminu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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