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A ministra da Cultura Margareth Menezes nomeou o historiador Anildomá Willians de Souza como o novo coordenador do Escritório Estadual de Pernambuco, dentro da Diretoria de Articulação e Governança da Secretaria dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MINC). Conceituado pelos estudos da vida de Lampião, o pesquisador também é responsável pelo Museu do Cangaço de Serra Talhada, no Sertão do estado.

"O fato de ser um sertanejo, que vive e mora nem outra extremidade do Estado me permite observar de outro ângulo a pujança cultural que temos e como o MINC poderá se fazer presente juntamente com o Estado e municípios", disse Anildomá.

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Ele ainda citou a importância do papel da pasta em apoiar os fazedores de arte e cultura do estado e de preservar uma boa relação política cultural com a sociedade, valorizando e respeitando as raízes e diversidades de Pernambuco. 

A 10ª edição do espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião, encenado em Serra Talhada (PE), no Sertão do Pajeú, que acontecerá entre os próximos dias 26 e 30 de julho, traz, neste ano, diversas inovações, que vão desde o elenco até às técnicas de som. A apresentação ocorrerá sempre às 20h, na Estação do Forró. A entrada é gratuita.

Uma das mudanças mais impactantes nesta edição é a reencenação da última despedida entre Maria Bonita e sua filha, Expedita, no palco do espetáculo. A história carrega uma emoção intensa, pois será a última vez que Maria verá sua amada filha. O espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião traz finalmente sua história ao palco de uma forma que o público não espera ver.

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Outra novidade na edição deste ano, que o público poderá testemunhar, é a entrada de personagens marcantes na peça, como Antônio Conselheiro e Benjamin Abrahão. A trilha sonora do espetáculo também foi completamente regravada, e uma modificação significativa no cenário foi realizada, proporcionando uma surpresa visual que será percebida pelos espectadores que já acompanharam o espetáculo em edições anteriores.

O Massacre de Angico - A Morte de Lampião relembra o encontro entre os militares do governo Getulista e os cangaceiros liderados por Lampião e Maria Bonita. O casal e outros nove integrantes do bando foram mortos no dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, o que praticamente pôs fim à Era do Cangaço. O texto dramatúrgico foi escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu, e onde a peça será encenada.

“O molho que rege toda esta história é o perfil apresentado do homem, símbolo do Cangaço, visto por um viés bem mais humano. Mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, que é afetuoso, e que não representa somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder. Vamos mostrar o homem que amava as poesias e sua gente”, revelou o autor do espetáculo, Anildomá Willans de Souza.

O Massacre de Angico - A Morte de Lampião conta com 30 atores, 70 figurantes, além de 40 profissionais na equipe técnica e administrativa. A apresentação faz parte da programação do Tributo a Virgolino - A celebração do Cangaço, que tem a produção da Fundação Cultural Cabras de Lampião, com o incentivo do Funcultura; Fundarpe; Secretaria de Cultura e Prefeitura Municipal de Serra Talhada.

História - O espetáculo reconta a vida do Rei do Cangaço, Lampião, desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé Saturnino, ainda em Serra Talhada, até a sua morte. Na história, para evitar uma tragédia, o pai, Zé Ferreira, fugiu com os filhos para Alagoas, mas acabou sendo assassinado por vingança. Revoltados e querendo fazer justiça com as próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos entregaram-se ao Cangaço, movimento que deixou políticos, coronéis e fazendeiros apavorados nas décadas de 1920 e 1930, no Nordeste. Temidos por uns e idolatrados por outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições sociais da época.

*Da assessoria de imprensa

 

Morreu aos 99 anos, em São Paulo, a última remanescente do bando de Lampião. Dulce Menezes completaria 100 anos dia 23 de maio de 2023.

A morte foi confirmada por Martha Menezes, filha de Dulce, na sexta-feira (9). Em uma homenagem feita no Facebook, ela postou uma foto ao lado da mãe e escreveu: “Minha eterna Rainha! Deus a carregando no colo”.

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Aos 15 anos, Dulce foi vendida pelo tio ao cangaceiro Criança. Conforme registros, ela nasceu em Sergipe, em Canindé de São Francisco.

Única filha Lampião e Maria Bonita, Expedita Ferreira Nunes processou uma rede hoteleira por utilizar os nomes de seus pais na propaganda de um motel. Localizado em Pernambuco, o estabelecimento veiculou publicidade com a frase "Maria Bonita, acenda o Lampião".

De acordo com a defesa de Expedita, a empresa agiu com "fins nitidamente comerciais", atuando a partir da "posse indevida do patrimônio imaterial das lendárias figuras". A princípio, o Tribunal de Justiça do Sergipe fixou uma indenização para a filha de Maria Bonita e Lampião em R$ 15 mil, posteriormente reformando a pena para R$ 8 mil.

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Na última terça-feira (18), a empresa moveu um recurso que foi para a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teve pedido de vista. Em razão disso, o julgamento do caso deve demorar a acontecer.

Considerado por muitas pessoas como o maior espetáculo de teatro dos sertões, 'O Massacre de Angico - A Morte de Lampião', que não foi realizado em 2020, terá sua sua 9ª edição em transmissões on-line, pelo canal no YouTube do grupo 'Cabras de Lampião'. As transmissões serão realizadas no sábado (27) e no domingo (28), às 20h. 

A história gira em torno de Lampião, contando recortes da sua vida e também mostrando como foram as horas antes da sua morte em 1938. Apesar de não transmitir todo o espetáculo, os artistas vão fazer algumas das cenas para o publico no YouTube. As cenas serão debatidas com o autor do trabalho Anildomá Willans de Souza, com o diretor Izaltino Caetano e com a produtora Cleonice Maria.

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“Mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo e que é afetuoso. Não mostraremos somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder. O público vai conhecer também um homem que amava as poesias e sua gente”, revela o autor. Ainda segundo ele, "ao misturar o folclore com os fatos reais, o espetáculo mostra o Lampião do imaginário popular”.

Com informações da assessoria de comunicação

A Fundação Cabras de Lampião realizará, nos dias 19, 20, 21 de março, em Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, o seminário “Sertão, Beatos e Cangaceiros”. O evento visa discutir os aspectos da história do cangaço, o sincretismo religioso do sertão e o coronelismo, tendo como eixo a vida de Lampião.

Nesta quarta edição, todo o evento será realizado no canal do YouTube do grupo a partir das 20h. Na sexta-feira (19), o debate será iniciado abordando “O que dizem os livros que abordam Lampião e Maria Bonita: Fatos e Mentiras”. Participam da mesa de diálogo a neta de Lampião e Maria Bonita, a jornalista e escritora Vera Ferreira, e o pesquisador, escritor do cangaço e produtor cultural Anildomá Willians de Souza.

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No próximo sábado (20), o tema da palestra será “Religiosidade no Sertão: Sincretismo religioso”, conduzido pelo historiador, sociólogo, pesquisador, escritor e professor José Ferreira Júnior, e pela historiadora, socióloga, pesquisadora e professora Janaína Freire dos Santos Ferreira.

Já no domingo (21), a discussão será sobre “Maria Bonita – Nascimento, Vida e Morte da Rainha do Cangaço” e quem irá falar a temática é a jornalista e pesquisadora do cangaço Wanessa Campos. Todo o evento será mediado pela presidente da Fundação Cleonice Maria.

A iniciativa conta com o apoio cultural da Lei Aldir Blanc, da Prefeitura Municipal de Serra Talhada, Governo Federal e Governo de Pernambuco. Saiba mais detalhes por meio do site da Fundação Cabras de Lampião.

O pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, nascido em 4 de junho de 1900 no vilarejo de Vila Bela (atual município de Serra Talhada), é um famoso personagem da história brasileira, em especial da região Nordeste. Mas provavelmente você o conhece pelo nome de Lampião, o famoso “Rei do Cangaço”, comumente descrito como um movimento de banditismo social brasileiro que teve início no século XVIII e durou até meados do século XX. 

Para a professora de história Thaís Almeida, no entanto, essa é uma visão reducionista. “O Nordeste era muito marcado pela violenta desigualdade social, principalmente nos interiores. O poder arbitrário dos coronéis criava uma situação de opressão muito grande, e a fome e sede eram comuns entre a população pobre. Essa realidade social criou figuras como a dos cangaceiros, bandidos que praticavam crimes violentos, e ao mesmo tempo tinham um senso de justiça social que justificava a perseguição a representantes da lei - figuras associadas pela população à violência e descaso para com ela mesma - e até mesmo a distribuição de parte dos roubos para os pobres. Ao mesmo tempo, Lampião, junto com os cangaceiros, cometia vários crimes. Dessa dualidade que marca a figura de Lampião vêm os diferentes posicionamentos em relação a ele: para alguns, ele foi um herói que desafiou as estruturas do poder dominante e opressivo. Para outros, foi um bandido cujos atos são abomináveis”, contou a professora. 

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O Cangaço se inseriu em um contexto de pobreza e miséria na região nordeste, causadas pela ausência do Estado durante o Império e também depois da Proclamação da República, tudo isso agravado pela seca. Segundo o professor de história José Carlos Mardock, “as famílias nordestinas precisavam fazer a própria justiça e acabariam levando o terror para os vilarejos e adjacências. Porém [o Cangaço] é um movimento complexo que não pode ser respondido de forma direta, sem levar em consideração que a entrada de Virgulino Ferreira representaria um marco nessa história”. 

A fama do Rei do Cangaço crescia junto com a eficiência de seu bando e dele próprio, que recebeu o apelido de Lampião porque se comentava ser capaz de atirar tão rápido que a ponta de sua arma ficava vermelha como um lampião aceso. As andanças do grupo de Lampião por uma extensa área do Sertão nordestino também colaboraram para a construção de sua fama. Segundo o professor de geografia Carlos Lima, o bando de Lampião “se concentrou no sertão e passou por vários estados, da Bahia ao Ceará, passando por Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe, era uma área bem extensa”.

Essas grandes andanças, associadas à violência com que seu bando agia e também aos ideais de justiça social defendidos pelos cangaceiros, fez com que Lampião e seus homens ganhassem cada vez mais fama, de forma controversa, como explica o professor Mardock. “Pela organização, disciplina e violência com que impunha aos ‘cabras’, o respeito e as vitórias foram se avolumando. É certo também que muitas mortes foram atribuídas ao bando, o que ajudou na construção da fama. Por onde passava, torturava e matava deixando um rastro de crueldade. Por um lado, camadas mais pobres viam no bando atos de heroísmo. Por outro, os homens sobreviviam de saques às grandes fazendas. Alguns estudiosos teriam transcrito como um instrumento de ‘justiça social’, explicando o amor e o ódio que Lampião e seu bando geravam”, disse ele.

O conhecimento geográfico que os cangaceiros tinham da região da Caatinga, bioma do semi-árido nordestino que é de difícil acesso para quem não conhece a área, especialmente em tempos mais secos, garantiram vantagens militares aos cangaceiros, ainda segundo o professor de geografia Carlos Lima. 

“Como habitantes da região, eles sabiam usar a favor deles as dificuldades do terreno. Quem os combatia, eles chamavam de ‘macacos’, sofriam com o terreno, pois eram habitantes de zonas urbanizadas, não estavam acostumados. O conhecimento geográfico empírico era fundamental para os cangaceiros, que sem nenhum conhecimento técnico, somente da vivência no lugar, souberam usar isso como vantagem. Por exemplo, ocupando uma região mais alta do terreno que daria a eles uma visão melhor de possíveis ataques. Ocupando uma área mais erma, de difícil acesso, onde somente eles conheciam”, explicou Carlos.

Lampião foi morto junto com sua companheira, Maria Bonita, e os outros cangaceiros de seu grupo no dia 28 de julho de 1938, aos 40 anos de idade, com um tiro na barriga, na Grota do Angico, em Sergipe. Seus corpos foram deixados para serem devorados pelas aves de rapina, enquanto suas cabeças seriam expostas em praça pública. Segundo a professora de história Thais Almeida, a atitude da volante (grupos formados no governo de Getúlio Vargas para perseguir os grupos de cangaceiros) tinha por objetivo passar um recado de poder. “Tipo ‘isso que acontece com quem desafia os poderes do Estado’”, afirmou ela. 

Legado

O movimento do Cangaço deixou marcas profundas na sociedade nordestina, especialmente, e também diversos legados que ainda persistem. De acordo com o professor de sociologia Marlyo Alex, mais conhecido como Manolo, Lampião deixou marcas estéticas e culturais a respeito da maneira como é visto o nordestino. 

“Cria-se muito a imagem de um símbolo que acaba permeando a cultura do Nordeste e também a imagem do nordestino ser o personagem arredio que não aceita as coisas como são, luta, é sempre bravio de forma que vai estar sempre se impondo, tentando manter a cabeça erguida ou sua própria honra, o que está de certa forma ligado à questão do Cangaço, do Lampião”, contou o professor.

Questionado sobre as discussões acerca da dicotomia sobre a imagem de Lampião e do próprio Cangaço de forma geral, o professor afirma que classificar esse personagem histórico simplesmente como bandido é uma atitude simplista. “A ausência do estado, a conjuntura social e até o clima favoreceram uma cultura de violência do nordeste, que é anterior até ao fenômeno do cangaço e dentro disso nasce esse fenômeno que nos traz o Virgulino Ferreira. Ele se eterniza por imortalizar a estética visual do cangaceiro e por construir em torno de si uma aura de herói social, até pq o estado era tão opressor quanto qualquer outro em certas localidades, dessa forma um grupo de homens, jovens, bem vestidos e que vivam de forma farta e aventuras na caatinga adentro criam uma certa aura nos jovens que almejavam se tornarem também cangaceiros e até das moças que se sentiam seduzidas por esses bandoleiros”, afirmou Manolo.

Para o professor, um exemplo que ilustra bem a complexidade dessa questão é o fato de que a imagem de Lampião muda em diferentes lugares do país, a depender do que se passou com ele e seu bando no local. “A região de Serra Talhada preserva muito da memória criada em torno dessa mística idealizada do cangaceiro como herói. Já em Mossoró, no Rio Grande do Norte, existe até hoje comemorações do episódio em que Lampião e seu bando foram repelidos”, contou Manolo.

Lampião e o Enem

Questionado sobre como Lampião e o Cangaço podem aparecer na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o professor Manolo conta que isso já aconteceu uma vez, com uma questão que associava figuras de Maria Bonita e Zuzu Angel. 

“Algo que pode ser temática de questão é a relação do cangaço com o fenômeno político da época que era o Coronelismo, a Era Vargas, até porque foi nesse período que foram produzidas as únicas filmagens que temos conhecimento do Bando feitas por Benjamin Abrahão, que é imortalizado na retomada do cinema pernambucano em Baile Perfumado, e dentro da Era Vargas o fim do cangaço com o estabelecimento da volante que atuou para desmantelar esse grupos. Outro possível tema é a discussão acerca do cangaço feita pelo historiador britânico Eric Hobsbawm no livro Bandidos no tema de banditismo social, que me lembra muito a primeira faixa do disco Da lama ao Caos, de Nação Zumbi, onde ele relaciona Lampião a Zapata, Sandino e como ainda essas questões sociais estão relacionadas a violência”, disse Manolo. 

O professor de geografia Carlos Lima conta que apesar de serem mais comuns em provas de outros vestibulares, como o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco (UPE), questões relacionando a história de Lampião e seu bando com a vegetação e o relevo nordestinos podem aparecer no Enem. 

Para a professora de história Thaís Almeida, é a dicotomia entre as imagens de herói e bandido atribuídas a Lampião que têm maiores chances de aparecer na prova, enquanto o professor Mardock aposta mais em análises didáticas de características como religião e cultura, ou abordagens que conectem o Cangaço à República Velha e ao fenômeno do Coronelismo, sem que haja, no entanto, “análise sociológica ou antropológica sobre o movimento. Logo, as mesmas abordagens que são realizadas sobre Canudos”.

Nesta sexta-feira (29), o sociólogo Voldi Ribeiro lança o livro “Lampião e o Nascimento de Maria Bonita”, contendo a data correta do batismo da Rainha do Cangaço, que é 17 de janeiro de 1910. O evento ocorrerá na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, às 18h30, com entrada franca.

O livro contém 196 páginas e com figuras de Maria Bonita e de Lampião que encontram colorizadas. A obra contém o prefácio e artigo de Frederico Pernambucano de Mello, referência na pesquisa do Cangaço. A pesquisa trata da área onde ela nasceu, Malhada da Caiçara que pertencia a Glória-BA, atualmente pertence a Paulo Afonso–BA.

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Na obra, o sociólogo Voldi Ribeiro discute o surgimento da data incorreta do nascimento de Maria Bonita que outros autores tinham como 8 de março de 1911. E apresenta ainda a composição da família dela, bem como alguns registros de irmãs suas.

Além disso aborda, finalmente, o encontro de Lampião com Maria Bonita, sua convivência de 1931 até 28 de setembro de 1938, data das suas mortes, na grota do Angico, Sergipe.

Voldi de Moura Ribeiro é um pesquisador que reside em Paulo Afonso, Bahia. Ele estuda este tema há mais de 15 anos, também está produzindo um novo livro sobre a participação da mulher no Cangaço.

Serviço

Lançamento do Livro 'Lampião e o Nascimento de Maria Bonita’

Sexta-feira (29) | 18h30

Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco (Rua João Lira, s/n)

Gratuita

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E se os crimes de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, fossem julgados? Essa é a proposta do júri histórico: O julgamento de Lampião. A primeira edição do evento será realizada na próxima quinta-feira (31), às 8h, no Teatro do Centro Cultural Colégio Dom Bosco, localizado na Rua Cel. Amorim, s/n. Idealizada pelo advogado e professor Anderson Wagner Araújo e pelo promotor de Justiça Fernando Della Latta, a iniciativa pretende reunir anualmente grandes nomes do cenário jurídico nacional para simular uma sessão jurídica, esclarecendo como funcionam os sistemas do direito.

“A intenção do projeto é difundir a atuação dos profissionais do direito, espalhando a cultura do júri de forma didática. A ideia é que todo ano, no mês de outubro, tenha algum júri, sempre com casos de bastante repercussão da cultura nordestina e nacional. No final, os inscritos poderão escolher, por meio de votação, o próximo caso para ir a julgamento”, ressaltou Della Latta.

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Os participantes vão incorporar os personagens de um júri imaginário, de acordo com suas profissões. Entre as partes envolvidas na acusação, estão os promotores de Justiça: Eliane Gaia, coordenadora do Caop Criminal do MPPE; Dalva Cabral, coordenadora do Caop Cidadania do MPPE; Rinaldo Jorge, corregedor auxiliar do MPPE; Fernando Della Latta, promotor titular do Júri de Petrolina e Cíntia Micaela Granja, promotora de Justiça titular da Promotoria Cível de Petrolina.

Quem irá defender o cangaceiro serão os advogados criminalistas Marcílio Rubens, presidente da Comissão de Direito Penal da OAB Petrolina; Wank Remy Medrado e Henrique Marcula; o professor Anderson Araújo; e o defensor público Francisco Jairo de Siqueira. A sentença da culpa ou inocência de Lampião será dada pelo juiz da Vara de Infância e Juventude, Marcos Bacelar e pela juíza titular da Vara do Júri de Petrolina, Elane Brandão Ribeiro. Além disso, atores também participarão encenando os personagens primordiais do caso, como o próprio Lampião.

“O júri histórico será um grande momento de integração entre os acadêmicos de diferentes cursos e universidades da nossa região. É grande a expectativa, percebo grande empenho dos alunos que estão compondo as equipes organizadoras e os que participarão como ouvintes. O evento será épico e abordará a ciência do Direito de forma interdisciplinar: histórica, sociológica, filosófica, entre outras”, destacou Anderson Araújo.

“A sociedade está sendo convocada analisar as justiças privadas praticadas e comandadas pelo líder Virgulino Ferreira, o Lampião. Esta sessão nos dirá, de forma atual, como a população lida com a realidade aos pedidos de Justiça de homicidas reincidentes, crimes tentados ou consumados nos crimes de ódio e em conexão com os crimes de estupro, roubo, realizados por grupos organizados e armados”, ressaltou a promotora Eliane Gaia. “O júri é esse termômetro social, onde poderemos analisar como esse personagem histórico e memorável é enxergado pela sociedade. Iremos ver como os moradores do Sertão de São Francisco enxerga a criminalidade e a figura do Lampião, que ainda hoje inspira muitos matadores, chefes de milícias armadas, de crimes organizados”, complementou a promotora Dalva Cabral.

Para a promotora de Justiça Cíntia Granja, o julgamento épico de Lampião será uma grande oportunidade de, revisitando o passado e a história do Nordeste, promover, junto à sociedade local, valiosas reflexões sobre o Tribunal do Júri, sobre banditismo, Justiça, vingança, cidadania e consequências da desordem social.

“São temas que, assim como na época do Cangaço, possuem imensa relevância nos dias atuais”, destacou a promotora Cíntia. “Espero que o evento ocorra de maneira a movimentar a sociedade e os operadores do direito de Petrolina em torno de um mito, além de proporcionar uma reflexão atual sobre o crime e suas justificativas, aproximando a sociedade com toda a liturgia do júri”, finalizou o promotor Rinaldo Jorge.

A ação está sendo realizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em parceria com a Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB/PE); a Defensoria Pública de Pernambuco; o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE); a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape); e a Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC).

Serviço:

Júri histórico: O julgamento de Lampião

Data: 31 de outubro de 2019

Horário: 8h

Local: Teatro do Centro Cultural Colégio Dom Bosco, localizado na Rua Cel. Amorim, s/n, Centro, Petrolina

Da assessoria do MPPE

O mistério envolvendo uma personalidade nordestina será desvendado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), às 8h, do próximo dia 31 de outubro. Um júri realizará o julgamento simbólico do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, para inocentá-lo ou culpá-lo dos crimes cometidos. O projeto ocorrerá no Teatro do Centro Cultural Colégio Dom Bosco, na Rua Cel. Amorim, s/n, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.

“O evento será épico e abordará a ciência do Direito de forma interdisciplinar: histórica, sociológica, filosófica, entre outras”, destacou o idealizador e advogado Anderson Araújo. A intenção é difundir a cultura do júri de forma didática aos participantes. Anualmente, no mês de outubro, casos de repercussão da história nordestina e nacional serão julgados e, no fim, os inscritos poderão votar no próximo caso.

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 Promotores, advogados e juízes comandam o rito, enquanto atores serão personagens primordiais do caso, seja para acusar ou para defender o cangaceiro. “Esta sessão nos dirá, de forma atual, como a população lida com a realidade aos pedidos de Justiça de homicidas reincidentes, crimes tentados ou consumados nos crimes de ódio e em conexão com os crimes de estupro, roubo, realizados por grupos organizados e armados”, ressaltou a idealizadora e promotora Eliane Gaia.

As inscrições estão abertas em lista de espera. Os interessados devem efetivar o pagamento de R$ 25 e se inscrever através do site.

O espetáculo "O Massacre de Angico – A Morte de Lampião" chega à sua oitava edição com novos cenários, trilhas sonoras renovadas e grandes alterações no elenco. A expectativa é reunir mais de cinquenta mil pessoas para assistir ao trabalho dirigido por Izaltino Caetano, entre os dias 24 e 28 de julho, em Serra Talhada, no Sertão do Pajeú.

A montagem reconta a vida do Rei do Cangaço, desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé Saturnino, ainda em Serra Talhada. Tentando evitar uma tragédia iminente, o pai, Zé Ferreira, fugiu com os filhos para Alagoas, mas acabou sendo assassinado por vingança. Revoltados e querendo fazer justiça com as próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos entregaram-se ao Cangaço, movimento que deixou muitos políticos, coronéis e fazendeiros apavorados nas décadas de 1920 e 1930, no Nordeste.

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Temidos por uns e idolatrados por outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições sociais da época, tanto que a honra e a bravura de Lampião foram decantadas pelos poetas populares, ao mesmo tempo em que o governo o via como uma doença que precisava ser eliminada. O diferencial que conduz toda a história é a forma como é apresentado o homem, ícone do Cangaço, por outro viés, bem mais humano.

"Mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, que é afetuoso. Na história, não aparece somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder, mas também é apresentado um homem que amava as poesias e a sua gente”, revela Anildomá Willans, autor da peça.

O elenco conta ainda com a atriz e cantora Roberta Aureliano, que interpreta Maria Bonita e é natural de Maceió (AL), mas passou toda a infância em Serra Talhada. O acesso para "O Massacre de Angico - A Morte de Lampião" é gratuito.

Serviço

Espetáculo "O Massacre de Angico – A Morte de Lampião"

24 a 28 de julho | 20h

Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária)

Entrada gratuita

*Da assessoria

Chovia em excesso naquela madrugada de 1938, no sertão sergipano. Nas barracas montadas na antiga fazenda Angico, 34 cangaceiros dormiam sobre a tranquilidade do local que, para Virgulino Ferreira da Silva, era o esconderijo de maior segurança. Até aquela madrugada de 1938. Outra chuva, de balas, irrompeu da mata quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva encontraram o bando de Lampião. Onze morreram ali mesmo, derrotados pelas metralhadoras portáteis dos algozes. Alguns, como Maria Bonita, foram degolados ainda com vida. Era 28 de julho, 80 anos atrás.

“Neste sábado não homenageamos o aniversário de morte de Lampião, mas os 80 anos do assassinato de Lampião. O que aconteceu em Angico foi uma tragédia. Os cangaceiros foram cruelmente assassinados sem qualquer chance de defesa”, assevera Rosa Bezerra, psicóloga e pesquisadora do cangaço. A ligação vem do sangue: Generino Bezerra, pai de Rosa, chegou a fazer parte do bando de Lampião, durante muitas andanças pelo interior de Pernambuco. Até hoje, a estudiosa busca manter viva a memória do cangaço e, mais que isso, retificá-la. “A mídia e a historiografia tratam os cangaceiros como bandidos, porque a versão oficial foi construída pelo Estado, por quem esses homens sempre foram criminalizados”, aponta Rosa.

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Corre em Rosa uma veia que palpita ao lembrar “da injustiça” contra os seus. Ela sabe, sim, que a “profissão-cangaço” era sujar as mãos. Segundo pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco, o grupo de Lampião, ao invadir vilas e povoados, dizimava e matava com requintes de crueldade. “As violências cometidas pelo bando eram inúmeras: tatuagem a fogo, corte de orelha ou de língua, castração, estupro, morte lenta, entre outras”. Entretanto, para Rosa Bezerra, a postura de Virgulino e seus seguidores era contra-ataque, respostas a anos e anos de crimes cometidos pelos grandes fazendeiros, senhores de terra, contra os povos economicamente menos abastados. “Para o sertanejo, Lampião era uma espécie justiceiro”, qualifica Rosa, que é autora do livro A representação social do cangaço.

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Anualmente, como homenagem aos 11 mortos no 28 de julho, familiares, admiradores, pesquisadores e curiosos se reúnem na Grota de Angico, no município sergipano de Poço Redondo, para a tradicional Missa do Cangaço. Rosa Bezerra, que mora em Recife, não perde o evento mais importante do ano para aqueles que veem no cangaço um dos mais importantes fenômenos de resistência social do sertão nordestino.

Poder feminino no cangaço

Primeira metade do século XX, interior nordestino. A concepção de um território machista é automaticamente atrelado ao cangaço. Em contraposição a essa ideia, pesquisadores - como Rosa Bezerra - defendem que as mulheres cangaceiras quebraram paradigmas através de atitudes de resistência e valentia.

“As mulheres romperam com a estrutura social da época. Portavam armas, apesar de serem resguardadas das batalhas (exceto Dadá, mulher de Corisco, que era exímia combatente). Usavam vestidos que iam só até acima do joelho, quando o natural da época era até o tornozelo. Na minha opinião, foi gestado ali, no semiárido nordestino, o início do feminismo no país”, sustenta a pesquisadora.  

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Diversos estudos e obras refletem sobre a participação determinante da mulher no cangaço. Neste artigo de Yzy Maria e Yls Rabelo Câmara, as figuras de Dadá e Maria Bonita são demonstradas como elementos fundamentais na história dos cangaceiros. O documentário Feminino Cangaço  segue a mesma linha e, a partir de uma série de entrevistas, oferece um amplo panorama sobre o papel da mulher neste contexto histórico-cultural.

A partir desta quarta-feira (9), o projeto Passeando pela História promove uma imersão, para professores e alunos de escolas públicas de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, na história de Lampião e do cangaço. Com visitas guiadas por alguns pontos que marcaram a trajetória do bando, como a Praça Agamenon Magalhães, Casa da Cultura e Museu do Cangaço, o grupo terá contato com a história da construção da cidade e da identidade do sertão. 

 As visitas comtemplam, além de elementos religiosos e as tradicionais famílias, a biografias dos artistas, padres, prefeitos e um acervo com fotografias da cidade das décadas de 1940 a 1960. Ao todo, 12 instituições de ensino serão contempladas pela iniciativa. 

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O Passeando pela História conta com o incentivo cultural do Funcultura, Fundação de Cultura de Estado, Secretaria de Cultura de Serra Talhada e o Governo de Pernambuco, em parceria com a Prefeitura Municipal de Serra Talhada, Fundação Cultural de Serra e Secretaria Municipal de Educação. 

Em comemoração aos 120 anos de nascimento dos maiores ícones nordestinos, Virgulino Ferreira da Silva, mas conhecido como Lampião, será homenageado no espetáculo “O Massacre de Angico – A morte de Lampião”. A encenação será em Serra Talhada, entre os dias 26 e 30 julho, às 20 h, na Estação do Forró. A apresentação é gratuita.

O espetáculo é de autoria do pesquisador do Cangaço, Anildamá Willans, que é natural da cidade onde nasceu o Rei do Cangaço. “Mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, afetuoso, que não era somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder, mas um homem que amava as poesias e sua gente”, diz o autor.

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A expectativa de público, segundo os organizadores, é de 50 mil pessoas durante os cinco dias de espetáculo. A peça conta com 50 atores, entre eles o veterano José Pimentel no papel do cangaceiro Corisco, 70 figurantes e 40 profissionais na equipe técnica e administrativa.

Com duração de 1h30, a peça tem em sua trilha sonora canções de Chico Science e Amelinha. “O Massacre de Angico – A morte de Lampião” é encenada desde 2012 e realizado pela Fundação Cultural Cabras de Lampião, com patrocínio do Funcultura, Secretaria de Cultura, Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura Municipal de Serra Talhada.

Serviço

O Massacre de Angico – A Morte de Lampião
Estação do Forró (Rua Dr. Adolfo Bezerra Sampaio, 229, São Cristovão)
quarta-feira (26) | 20
Gratuito

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A partir deste sábado (13), professores e adolescentes das escolas públicas do município de Serra Talhada, Sertão do Pajeú, participam do projeto ‘Passeando pela História, no Museu do Cangaço’. A iniciativa tem como objetivo apresentar a história de Lampião e do seu cangaço. Durante o passeio, o grupo vai participar de trilhas e visitar equipamento cultural.

Durante a visita, o público vai poder vivenciar lugares que foram palcos de acontecimentos históricos de Lampião e seu bando. De acordo com a presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Cleonice Maria, o projeto visa levar as escolas a conhecerem os bens culturais “Todo o percurso será feito com acompanhamento de condutores turísticos que possuem total conhecimento dos fatos”, afirma a gestora.

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O ponto de partida da aventura será o Sítio Passagem das Pedras, local onde nasceu Lampião. Nesse percurso, o grupo irá conhecer o roteiro ‘Nas Pegadas de Lampião’, que passa pelas Pedras da Emboscada, onde aconteceu o primeiro confronto armado entre a família de Virgulino e Zé Saturnino, entre outros locais.

Já na cidade, a visita começa na Praça Agamenon Magalhães. Depois, o grupo segue para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída pelos escravos no Século XVII, a Casa do Artesão, que conta com muitas histórias e lendas que permeiam o imaginário popular e a Casa da Cultura de Serra, onde os jovens terão contato com o acervo cultural da cidade.

Por último, o grupo vai visitar o Museu do Cangaço e, além disso, vai poder saborear a culinária sertaneja e apreciar a apresentação do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, dança criada pelos cangaceiros.

Serviço

Projeto “Passeando pela História – Museu do Cangaço”

Sábado (13) | 8h30 às 17h

Museu do Cangaço, na Vila Ferroviária (antiga estação de trem), s/n - São Cristovão, Serra Talhada

O Projeto Forró dos Cangaceiros percorre o estado de Pernambuco para apresentar o espetáculo de Assisão e do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião. A apresentação, que inicia neste sábado (6), às 20h, chega na cidade de Tuparetama, no Sertão, no Balaio Cultural, para a escola EREM Cônego Olímpio Tôrres.

Nesta edição, o cantor Assisão convida o Grupo Cabras de Lampião para reforçar o projeto, que consiste em apresentações musicais e aulas sobre a cultura nordestina, como os ritmos xaxado, forró pé de serra, forró dos cangaceiros e forró autêntico. O projeto conta na produção com 25 pessoas e é patrocinado pelo Governo e Secretaria de Cultura de PE, Fundarpe e Funcultura.

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“O evento tem como objetivo reafirmar nossos valores fundamentados na identidade cultural sertaneja, sobretudo ao ciclo junino, tendo como ponto de partida a musicalidade e o ritmo da obra de Assisão, numa interação estética e inovadora com a poesia e a dança do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, resultando num espetáculo emocionante e de beleza singular”, revela Cleonice Maria, coreógrafa e diretora da aula espetáculo e presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião.

Confira o roteiro de apresentação do projeto nas cidades escolhidas.

Dia 6 de maio

Tuparetama: No Balaio Cultural, para a Escola EREM Cônego Olímpio Tôrres. 20h.

Dia 22 de maio

Calumbi: Escola de Referência em Ensino Médio Antônio Gomes de Lima. 10h.

Dia 29 de maio

Camaragibe: Escola de Referência Tito Pereira de Oliveira. 10h.

Vicência: Escola Dr. Joaquim Correia. 16h.

Dia 30 de maio

Aliança: Escola de Referência Joaquina Lira. 10h.

Limoeiro: No Galpão das Artes, para a Escola de Referência Dr. Sebastião de Vasconcelos Galvão. 20h.

Dia 1º de junho

Carnaíba: No Patamar da Igreja Santo Antônio, para a Escola de Referência no Ensino Médio Joaquim Mendes da Silva. 20h.

Dia 6 de junho

Custódia: No EREM – Escola José Pereira Burgos. 10h.

Informações: (87) 3831-3860 (Museu do Cangaço) 

Serra Talhada, no Sertão pernambucano, recebe a quinta edição do espetáculo O Massacre de Angico - A Morte de Lampião. Escrito e encenado por artistas naturais da mesma região onde o próprio cangaceiro nasceu, a montagem entra em cartaz nesta quarta (27) e faz temporada até o próximo domingo (31). As sessões são gratuitas.

A peça mostra a figura de Lampião sob uma perspectiva mais humana. O texto é do pesquisador Anildomá Willans de Souza, também autor de obras como 'Lampião, o comandante das catingas' e 'Xaxado: Dança de Guerra dos Cangaceiros de Lampião'. A direção fica a cargo do dramaturgo José Pimentel e, no papel principal, o ator Karl Marx. O elenco é integrado por atrizes e atores de Serra Talhada, Recife e Olinda.

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A proposta do espetáculo é mostrar o cangaceiro em seu lado mais humano, colocando suas dores e emoções para além da imagem de assassino violento como é comumente ilustrado. As apresentações serão na Estação do Forró, antiga Estação Ferroviária do município, sempre às 20h.

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

O Massacre de Angico - A morte de Lampião

Quarta (27) a domingo (31) | 20h

Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária), em Serra Talhada

Gratuito

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Alceu Valença faz sua estreia oficial nos cinemas no dia 24 de março com o filme A Luneta do Tempo. O longa, escrito e dirigido pelo cantor, chega às telonas já tendo passado por importantes festivais como o Cine PE e o festival de Cinema de Gramado - no qual foi premiado nas categorias Melhor Trilha e Direção de Arte - e também pelo Festival de Circo do Brasil, em 2015. A produção é carregada de poesia, história e afetividade num enredo que foge à obviedades.

A Luneta do Tempo mostra as pelejas do bando de Lampião (Irandhir Santos) com a 'volante', grupos dos policiais da época, ao passo que o circo de um sedutor estrangeiro percorre cidades do interior nordestino. A fotografia simples remete à escassez da caatinga e os sons do filme - com os diversos ruídos do sertão - ao longo de toda a narrativa, parece contar uma história à parte; talvez por ter sido produzido por um músico. 

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O próprio tempo do longa transcorre diluído entre os elementos circenses e da cultura popular do Nordeste, como num vai e vem, demonstrando que as histórias (quase) se repetem ao longo das gerações. Talvez um 'carma' deste elemento contabilizado pelo calendário. Sotaques, expressões nordestinas e poesia de cordel dividem as cenas com uma trilha sonora marcante, toda composta pelo próprio Alceu. 

A Luneta do Tempo lança mão da simplicidade plástica e beleza nos diálogos. Talvez não seja um filme para os que preferem o modelo 'início, meio e fim', de ritmo compassado e previsível. Mas, certamente, uma boa pedida para aqueles interessados em conhecer um sertão e, sobretudo, uma lenda viva como Lampião, envoltos por afeto e rima. 


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Depois de três anos, finalmente o escritor e juiz aposentado Pedro de Morais vai poder lançar e vender o seu livro Lampião, O Mata Sete, em que revela a homossexualidade de Virgulino Ferreira, o famoso cangaceiro nordestino. Por unanimidade, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) reformou a sentença de primeiro grau que proibia o lançamento e a venda da obra.

Para o autor, o voto unânime dos desembargadores pode abrir um precedente no Brasil para autores que estão com biografias paradas na Justiça. "Foi um voto notável", disse Morais, ao se referir ao desembargador Cezário Siqueira Neto, relator do processo.

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No voto, Siqueira Neto entendeu que garantir o direito à liberdade de expressão coaduna-se com os recentes julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não é demais repetir que, se a autora da ação sentiu-se ‘ofendida’ com o conteúdo do livro, pode-se valer dos meios legais cabíveis. Porém, querer impedir o direito de livre expressão do autor da obra, no caso concreto, caracterizaria patente medida de censura, vedada por nossa Constituinte", afirmou o magistrado.

O relator afirmou, ainda, que a liberdade de expressão é algo fundamental na ordem democrática, por isso não é papel do Poder Judiciário estabelecer padrões de conduta que impliquem em restrição à divulgação do pensamento. "Cabe, sim, impor indenizações compatíveis com ofensa decorrente de uma divulgação ofensiva", completou.

Para o desembargador, "as pessoas públicas, por se submeterem voluntariamente à exposição pública, abrem mão de uma parcela de sua privacidade, sendo menor a intensidade de proteção", citando em seu voto a doutrina do procurador federal Marcelo Novelino.

Processo

Em outubro de 2012, Vera Ferreira, neta de Lampião, entrou com duas ações na Justiça: uma por danos morais, justamente, pelo autor discutir a sexualidade do cangaceiro; e outra impedindo o lançamento do livro. Vera queria uma indenização de R$ 2 milhões nas duas ações, por danos morais e por Morais ter vendido os livros na II Bienal de Salvador, que ocorreu em 6 de novembro de 2011. O escritor disse que Vera perdeu nas duas ações que moveu.

O livro, de 306 páginas, ainda não tem data para ser lançado. "Vou conversar com o meu advogado, Frederico Costa Nascimento, sobre o assunto. Também pretendo conversar com o escritor Oleone Coelho Fontes, que faz a introdução do livro, para decidirmos isso", comentou. O autor tem mil exemplares em casa e há outros 10 mil já encomendados.

O advogado de Vera Ferreira, Wilson Winne de Oliva, disse que vai recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse que, embora respeite a decisão do TJ de Sergipe, não concorda, pois o que está em jogo é a intimidade de uma família. "E intimidade não é história", defende. Wilson tem 15 dias, a partir da publicação no Diário Oficial da Justiça, para entrar com o recurso. "Acredito que até segunda-feira, dia 6, faremos isso", afirmou.

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, é um dos personagens mais icônicos e controversos da cultura nordestina – até os dias atuais não é possível dizer se o Rei do Cangaço foi herói ou bandido. Entre os dias 23 e 27 de julho, será realizada em Serra Talhada, terra natal do cangaceiro, a terceira edição de O Massacre de Angico – A Morte de Lampião. Conhecida como O Maior Espetáculo ao Ar Livre do Sertão, a peça contará a história das últimas horas de Lampião antes do terrível encontro entre seu bando e os militares do presidente Getúlio Vargas.

Nesta quinta-feira (17), a produção do espetáculo reuniu a imprensa para falar um pouco mais sobre a realização da montagem e claro, de Lampião. Apesar de ter sua estreia nos palcos apenas em 2012, O Massacre de Angico foi escrito há mais de 25 anos, por Anildomá Williams de Souza, um grande pesquisador do Cangaço. Também nascido em Serra Talhada, Anildomá dedicou sua vida a desmistificar a luta dos justiceiros sertanejos e seu líder. 

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A ideia de O Massacre de Angico, segundo seu criador, é mostrar o legado de Lampião e fazer com que as pessoas descubram e passem a conhecer seu outro lado, um lado mais humano. “A gente traz um Lampião que chora, que faz versos, se apaixona e está com medo de morrer. A gente explica os dois lados da história”, explica Anildomá.

Além de fatos que realmente aconteceram nas últimas horas de vida de Lampião – como a morte de seu pai e seu encontro com Padre Cícero - a peça também irá contar com algumas passagens do imaginário popular, como a história de que Virgulino fez um cangaceiro comer dois quilos de sal por reclamar que comida estava insossa. 

Espetáculo em família

Assim como Virgulino Ferreira da Silva, Anildomá também tem a sua Maria Bonita. Cleonice Maria também é uma entusiasta do Cangaço, em Serra Talhada ela criou o Grupo de Xaxado Cabras de Lampião – uma trupe de artistas que reproduzem a diversão dos cangaceiros em meio aos combates. Eles também fazem parte do espetáculo, que juntos com os outros atores e figurantes totalizam 120 pessoas à frente da encenação.

Mas as relações de parentesco por trás da montagem de O Massacre de Angico não param por aí. Quem interpreta Lampião na peça é o filho do casal, Karl Marx, que desde criança esteve em contato com a cultura dos cangaceiros e com a história do Rei do Cangaço. “Eu tenho uma história muito próxima com Lampião, ele é um personagem de dentro da minha casa. Lampião é quase um tio meu”, brinca o ator. Ele conta que, por causa de seus pais, nasceu e se criou dentro do Cabras de Lampião, com histórias e músicas sobre o cangaceiro.

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A produção do espetáculo

Se tratando de um espetáculo ao ar livre, Anildomá e Cleonice talvez não pudessem escolher ninguém melhor do que José Pimentel para dirigir a peça – o diretor e ator tem larga experiência em montagens do tipo, como as Paixões de Cristo do Recife e de Nova Jerusalém e o Calvário de Frei Caneca.

O Massacre de Angico é a primeira peça que Pimentel é apenas o diretor e não o dono do texto. Apesar disso ele não teve problemas em aceitar a direção da peça. “Até então, os espetáculo que eu dirigi eu tinha escrito o texto, ia imaginando cada personagem e cada cenário. Mas a proposta era tão grandiosa que eu topei fazer”, explica o diretor.  Nesta edição ele também irá atuar em uma pequena parte do espetáculo como pai de Lampião.

Outro motivo que facilitou a entrada de Pimentel na jornada foi suas lembranças e ligação estreita com Lampião. Ele conta que o cangaceiro chegou a frequentar a sua casa e era amigo de seu pai. “Eu convive com a história de Lampião. Em uma das andanças do meu pai eles se conheceram, e montaram um banquete para os cangaceiros. Ainda houve um segundo encontro, já muito amigos. Eu tinha uma foto do meu pai ao lado de Lampião”, contou José Pimentel.

Sucesso de público

O espetáculo, apesar de contar apenas com atores locais, é um sucesso em Serra Talhada. Em 2013 eles conseguiram alcançar uma média de sete a oito mil pessoas por noite. Nesta edição são esperadas cerca de dez mil pessoas - de vários estados do Brasil – por noite.  “A gente tem uma grande lotação de hotéis (em Serra Talhada), temos grande procura de pessoas que querem ver o Massacre de Angico”, revela Cleonice.

Serviço

Espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião

23 a 27 de julho | 20h

Estação de Forró (Serra Talhada)

Gratuito

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