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 Documentos divulgados pela Revista Piauí nesta quarta-feira (7) provam que deputados omitiram suas identidades, através de laranjas, para receber recursos do orçamento secreto. A reportagem mostra ainda que dois ofícios assinados pelo relator do orçamento, Hugo Leal (PSD-RJ), revelam omissão de informações que deveriam ser publicadas na internet. A ação contraria a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu transparência no processo e que começa a julgar hoje a possível inconstitucionalidade da emenda do relator.

Nos ofícios, dos dias 8 e 25 de novembro, Hugo Leal esconde nomes de deputados que receberam cerca de R$ 51 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em um conjunto de 32 indicações assinadas por 20 pessoas diferentes no Sistema de Indicação Orçamentária (Sinorc). O sistema foi criado com a finalidade de dar transparência às emendas do relator.

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Protocoladas sem nomes de parlamentares, essas indicações tiveram como autores “usuários externos”, isto é, pessoas sem mandato no Congresso, mas que podem apresentar emendas. Em seguida, elas foram aprovadas pelo relator-geral. Na prática, a ação representa um expediente criado pelo Congresso para acobertar nomes de deputados e senadores que não querem assumir seus pedidos de repasses do orçamento secreto. Dessa forma, os pedidos aparecem em nome de terceiros, driblando a determinação do STF por transparência, prevista na Constituição através do princípio da publicidade da administração pública, e na Lei de Acesso à Informação.

Questionado pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA), o relator-geral Hugo Leal informou que todas as 32 indicações em nome de 19 pessoas eram do senador Weverton Rocha (PDT-MA). Assim, o maranhense desobedeceu à determinação do STF de assumir as indicações de emendas e seguiu apadrinhando usuários externos. Relacionar Rocha aos usuários externos é possível porque cada pedido de repasse que entra no Sindorc recebe uma numeração, um nome de autor, um valor solicitado e um beneficiário. O que fica acessível ao público é apenas o nome do usuário externo. Depois disso, o deputado ou senador pede (por meio de ofício, por exemplo) que o relator-geral toque adiante os pedidos com as numerações que os usuários externos apresentaram.

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) concedeu habeas corpus que cancela o indiciamento, pela Polícia Federal, das quatro ex-candidatas do PSL-MG suspeitas de terem atuado como "laranjas" nas eleições do ano passado. A decisão, na noite de terça-feira (12), foi por 4 votos a 2. A defesa das ex-candidatas alegou irregularidade da PF na condução do inquérito.

O esquema, afirma o Ministério Público Eleitoral, teria objetivo de desviar recursos de fundo público reservado a candidaturas femininas. Apontado por investigadores como participante do esquema, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, à época presidente do PSL-MG, continua indiciado. O ministro nega as acusações.

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A decisão não impede que prossiga a denúncia contra as quatro pelo MPE. São elas: Débora Gomes, Naftali Tamar, Camila Fernandes, que disputaram vaga na Câmara, e Lílian Bernardino, que tentou cadeira na Assembleia Legislativa. O indiciamento da PF, em 4 de outubro, foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. "O habeas corpus foi para coibir ilegalidades cometidas pela autoridade policial no curso do inquérito, especificamente quanto ao indiciamento das quatro ex-candidatas", disse a advogada, Fernanda Lage Martins.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A advogada eleitoral Karina Kufa, que representa o presidente Jair Bolsonaro, afirmou hoje (9) que há desgaste na relação do presidente com os dirigentes nacionais do Partido Social Liberal (PSL) e sinalizou uma possível desfiliação de Bolsonaro da sigla.  

"São diversos desgastes. O presidente Jair Bolsonaro sempre levantou a bandeira da ética, da transparência e exigia isso sempre dos dirigentes do partido, mas foi muito difícil entrar em um acordo quando um partido não está disposto a abrir simplesmente uma votação democrática, seja para alteração do estatuto, seja para eleição de dirigentes. Então, ficou insustentável em razão desses motivos internos, que acontecem em alguns partidos, mas que não dá para o presidente levar um encargo tão grande em um partido que acaba não permitindo que haja essa pluralidade", afirmou a jornalistas, no Palácio do Planalto, após participar de uma reunião com o presidente e um grupo de parlamentares que também manifestou insatisfação com o PSL.

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Ontem (8), o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer, em conversa com um apoiador, na entrada do Palácio do Alvorada, para ele "esquecer o PSL". Bolsonaro se filiou ao PSL em março do ano passado para disputar as eleições presidenciais. 

Para a advogada Karina Kufa, a sigla deixou de ser transparente. "O PSL deixou de ser pelo menos um partido transparente. A questão da ética a gente vai ver nos próximos capítulos", afirmou. Ela estava acompanhada do advogado Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que também tem orientado Bolsonaro em questões eleitorais. Segundo Gonzaga, o presidente não está confortável no partido. 

"A única coisa que ele tem em mente é a transparência do ambiente onde ele está convivendo. Como isso não foi permitido no ambiente em que ele se encontra, ele, como tem a bandeira da nova política, da transparência com o dinheiro público, ele não está confortável no ambiente onde ele se encontra", disse o ex-ministro do TSE.

Questionado pelos jornalistas sobre uma eventual saída de deputados federais do PSL, que podem acompanhar o presidente, Gonzaga disse que a jurisprudência permite a desfiliação sem perda do mandato desde que comprovada uma "justa causa". 

"Com justa causa, segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, é possível a saída do partido sem perda do mandato, essa é a regra da fidelidade partidária", afirmou. Ele não quis revelar se a suspeita de fraudes em candidaturas do partido pode ser usada como argumento para a saída de parlamentares, mas pontuou que a falta de transparência nas contas da legenda pode configurar uma justa causa para desfiliação sem perda de mandato.

"Sobretudo, a justa causa você tem quando não tem transparência com os recursos do fundo partidário, que é recurso público, que é entregue ao partido, em face dos votos dedicados aos parlamentares pelos eleitores do Brasil". Ainda segundo Gonzaga, a maior parte dos atuais 53 deputados federais da sigla estaria disposta a deixar o partido caso o presidente da República tome a mesma decisão. 

Após ter eleito a segunda maior bancada de deputados federais, na eleição de 2018, e obter o maior número de votos entre todos os eleitores do país, o PSL passou a ter direito à maior fatia de recursos do Fundo Eleitoral, estimada em cerca de R$ 400 milhões para o próximo pleito, no ano que vem, que vai eleger prefeitos e vereadores.

Em um julgamento de placar apertado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na noite desta terça-feira, 17, que a presença de candidatas laranjas devem levar à cassação de toda a chapa. O entendimento do tribunal foi feito no julgamento do caso de cinco candidatas à Câmara de Vereadores de Valença do Piauí, que tiveram votação inexpressiva, não praticaram atos de campanha nem tiveram gastos declarados em suas prestações de contas.

A Lei das Eleições obriga a presença de ao menos 30% candidaturas de mulheres, mas partidos tentam burlar as obrigações com "candidatas laranjas", ou seja, fictícias, apenas para alegar oficialmente que cumpriram a cota.

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O entendimento firmado pelo TSE na noite desta terça deve seguir de referência para a análise de casos semelhantes, como a investigação sobre candidatas laranjas do PSL em Minas Gerais e em Pernambuco. A decisão do TSE cassou o mandato de seis dos 11 vereadores da Câmara de Valença do Piauí.

Para o Ministério Público Eleitoral, as "candidaturas fictícias" relegam às mulheres "papel figurativo na disputa político-eleitoral" e refletem a "estrutura patriarcal que ainda rege as relações de gênero na sociedade brasileira". Uma das candidatas de Valença não obteve nenhum voto, outra obteve um e uma terceira sequer compareceu às urnas para votar.

Em seu voto, o vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que a cota feminina não produziu, até hoje, verdadeiro impacto na representação feminina no Congresso Nacional - atualmente, apenas 15% dos parlamentares são mulheres, índice abaixo tanto da média das Américas (de 30,6%) quanto da média mundial (de 24,3%).

"Entre nós, os resultados ruins da reserva de candidaturas femininas parecem advir, em grande medida, da falta de comprometimento efetivo dos partidos políticos em promover maior participação política feminina. E isso é demonstrado pela recalcitrância dos partidos e das lideranças partidárias em empregar os recursos destinados por lei à difusão da participação política feminina para atrair mais mulheres para seus quadros e promover a sua capacitação; em dar espaço a mulheres em seus órgãos diretivos", afirmou o ministro.

A controvérsia no caso de Valença, destacou o ministro, é saber se, com a fraude nas candidaturas femininas das coligações, a perda dos registros de candidatura se aplica apenas a elas ou se alcança indistintamente todos os candidatos indicados pelas coligações proporcionais.

"Como se sabe, nenhum candidato pode pretender concorrer às eleições e ter seu Requerimento de Registro de Candidatura (RRC) deferido sem que o partido ou coligação pelo qual concorre preencha determinados requisitos, a exemplo da constituição de órgão partidário válido, da realização de convenções e do atendimento ao percentual mínimo de 30% de candidaturas por gênero. Portanto, a consequência da fraude à cota de gênero deve ser a cassação de todos os candidatos vinculados ao DRAP, independentemente de prova da sua participação, ciência ou anuência. Isso porque a sanção de cassação do diploma ou do registro prevista no art. 22, XIV, da LC 64/1990 aplica-se independentemente de participação ou anuência do candidato", concluiu Barroso.

Barroso acompanhou o entendimento do relator, ministro Jorge Mussi, de que todos os candidatos a vereador das duas coligações deveriam ser cassados.

Os ministros Tarcísio Vieira e a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, tiveram o mesmo entendimento.

Em sentido contrário, Edson Fachin, Og Fernandes e Sérgio Banhos se posicionaram a favor de que apenas os candidatos que efetivamente participaram da fraude deveriam ser punidos pela Justiça Eleitoral.

Contato: rafael.moura@estadao.com

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional Eleitoral em Mato Grosso, instaurou procedimento com o objetivo de investigar os fatos que envolvem as contas e/ou funcionamento do diretório estadual do Partido Social Liberal (PSL).

A instauração se deu tendo em vista o teor da reportagem veiculada no Jornal Nacional na data de 26 de junho de 2019, sobre o suposto uso de doadores "laranjas" em favor de candidatos do PSL em Mato Grosso.

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O procurador Regional Eleitoral, Pedro Melo Pouchain, além de determinar a instauração do procedimento, também expediu ofício ao Promotor Eleitoral de Juína para que seja avaliada a abertura de investigação de crime eleitoral, relativamente aos fatos veiculados na imprensa nacional e regional.

O procedimento investigatório ficará sob a tutela do Ofício de Fiscalização Partidária da Procuradoria Regional Eleitoral em Mato Grosso.

Da assessoria do MPF

A hashtag “Cadê o Queiroz” é um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta sexta-feira (3). O mencionado é Fabrício Queiroz que foi assessor do agora senador Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e teve movimentações bancárias atípicas identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

As transações estão sendo investigadas pelo Ministério Público e Queiroz passou a ser suspeito de agir como uma espécie de laranja para a família do presidente Jair Bolsonaro (PSL).  

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Políticos de oposição ao governo Bolsonaro endossam o questionamento no microblog. “O que seriam das histórias de pescador e dos rolos da família Bolsonaro sem o Queiroz? Será que depois da pescaria teve bagre ao molho de laranja?”, indagou  o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao publicar uma foto onde o presidente aparece ao lado de Queiroz durante uma pescaria. E acrescentou ironizando: “o que seriam dos churrascos de domingo e dos rolos da família Bolsonaro sem o Queiroz?”

O senador Humberto Costa (PT) também comentou o assunto ao compartilhar uma reportagem da revista Época de que quatro assessores de Flávio Bolsonaro nunca tiveram nem crachás da Alerj. “Quanto mais mexe, mais fede. E o Brasil querendo saber: #CadeoQueiroz?”, questionou.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) aproveitou o assunto para mandar um recado para o presidente. “Bolsonaro, a República não é seu quintal. Homenagear filhos/amigos frente a tantos verdadeiros heróis como professores e trabalhadoras domésticas. Um escândalo, aberração, um deboche sem precedentes. Enquanto isso, #CadêOQueiroz? Quem mandou matar Marielle?”, perguntou ao comentar sobre condecorações que serão dadas hoje para Eduardo e Flávio Bolsonaro pelo governo.

A falta de solução nas investigações do caso, também foi salientado. “O tempo passa, o tempo voa e o Queiroz continua numa boa. Cadê a celeridade da justiça, usada em outros casos? Com ele é tratamento especial, até depoimento por escrito. 482 dias sem conclusão. Impunidade! Corrupção! Vergonha! #CadêOQueiroz”, disparou o deputado Ivan Valente (PSOL).

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, afirmou nesta segunda-feira, 15, que as denúncias que enfrenta por suposta participação em esquema de lançamento de candidatas-laranja nas eleições do ano passado partem de "fogo amigo" de dentro de seu partido, o PSL, e negou ter patrocinado qualquer esquema de candidatura irregular. Segundo o ministro, duas pessoas estariam por trás das denúncias. Marcelo Álvaro disse saber quem são e que já repassou os nomes às investigações.

O ministro afirmou que "em breve" as investigações vão provar que "nunca patrocinou nenhum tipo de esquema em Minas". "São três meses de acusação. Um massacre por parte da imprensa. Alguns órgãos de imprensa, sem uma prova sequer, não existe uma mensagem sequer de Whatsapp. Mas como Deus é o justo juiz, vamos provar nossa total isenção, nossa total inocência, e que nunca patrocinamos nenhum tipo de situação de laranjas em Minas", disse.

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O esquema de candidaturas-laranja teve inquérito aberto pela Polícia Federal. O Ministério Público de Minas Gerais também apura as denúncias. O ministro falou à Rádio Super, de Minas Gerais, e negou ter participado de esquema de candidaturas-laranja no Estado.

A candidata derrotada a deputada estadual em Minas pelo PSL, Cleuzenir Barbosa, foi a primeira a denunciar o esquema ao Ministério Público e à Polícia Federal. Outras candidatas que disputaram as eleições pelo partido no ano passado confirmaram o que a colega de legenda informou às autoridades.

Conforme Cleuzenir, que vive hoje no exterior por, segundo a ex-candidata, medo de permanecer no Brasil, assessores de Marcelo Álvaro exigiram que ela repassasse recursos que recebeu de fundo partidário para pagamento de outras despesas que não de sua campanha.

Deputada relata ameaça

A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) acusou no sábado o ministro do Turismo de tê-la ameaçado de morte e também de prometer acabar com sua carreira política. A parlamentar conta que soube que ele teria afirmado a alguns parlamentares do PSL que "iria usar de toda a sua influência como ministro e dentro do próprio partido para acabar com ela". O ministro negou as acusações.

À reportagem, ela não apresentou provas das possíveis ameaças e disse que foi informada também por interlocutores que Marcelo Álvaro estaria com "ódio mortal" dela após descobrir que foi a congressista que havia passado as informações sobre candidaturas fraudulentas ao Ministério Público, por meio de uma associação.

O ministro do Turismo no governo Jair Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, investigado por suposto envolvimento em esquema de candidaturas laranjas do PSL na eleição do ano passado, afirmou na manhã desta quarta-feira (20), que não vê razão para se afastar do cargo durante as investigações.

"Tenho a consciência absolutamente tranquila. Nunca agi fora da legislação eleitoral e nunca orientei qualquer pessoa que o fizesse. Se tenho a minha consciência tranquila, e vou comprovar isso no inquérito da Polícia Federal e do Ministério Público, que vão apurar minha total idoneidade e inocência, então não tem porque me afastar", disse a jornalistas, depois de participar de evento em São Paulo.

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O ministro é investigado por suspeita de ter patrocinado um esquema de candidaturas laranjas durante a eleição de 2018, na qual o PSL teria direcionado verbas de fundo eleitoral para quatro candidatas que acabaram gastando o dinheiro com empresas de pessoas ligadas ao próprio ministro.

A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo propôs quatro Ações de Impugnação de Mandato Eletivo contra parlamentares eleitos e candidatos do Podemos e partidos coligados PHS e PMB, Solidariedade e Patriota, por suposto uso de candidatas "laranjas" para preencher a cota de 30% de mulheres exigida pela legislação eleitoral nas eleições de 2018. As ações pedem a cassação dos mandatos de quatro deputados federais e sete deputados estaduais, além de mais de 500 suplentes.

Segundo a procuradoria, foram identificadas mais de 60 candidatas "laranjas" em São Paulo no ano passado. Em pelo menos dois casos envolvendo o Patriota há suspeita de uso das candidatas para desvio de verbas do Fundo Eleitoral.

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Entre os eleitos que são alvo de pedidos de cassação de mandato estão os federais Paulinho da Força (SD), Marco Feliciano (PODE), Renata Abreu (PODE) e Roberto Lucena (PODE), além dos sete deputados estaduais eleitos pelo Solidariedade (1) e pela coligação do Podemos (4), PHS (1) e Patriota (1). As ações, sobre as quais a Procuradoria Eleitoral não quis se manifestar, correm em segredo de Justiça.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso à íntegra de uma delas, que envolve o Patriota, aberta com base nos depoimentos de 12 ex-candidatas do partido que disseram não ter recebido verbas para fazer campanha.

"Esta ação volta-se contra a nova e sofisticada versão das 'candidatas laranjas'", diz a Procuradoria. "Em vez da inscrição de candidatas desinformadas, o expediente usado foi das candidatas iludidas."

As ex-candidatas à Assembleia Legislativa Deusamar Santos Teixeira Salvador (1.712 votos) e Mariá de Lourdes Silva Depieri (274 votos) disseram ter sido obrigadas por Hiroxi Helio Kotó, secretário nacional do Patriota e coordenador do partido na região de Presidente Prudente, a assinar "cheques e alguns contratos em branco". Assim, "ficaram sem acesso aos recursos de suas próprias contas eleitorais".

Segundo a ação, posteriormente elas identificaram várias irregularidades como "contratos em cidades onde não fizeram campanha, de pessoas que jamais trabalharam (para o Podemos), (que eram) de outro partido (PR), assinaturas falsificadas, CPF em contratos de terceiros".

Outras candidatas alegam ter sido forçadas a fazer dobradinha com o presidente da legenda, Adilson Barroso, candidato derrotado a deputado federal. Simone Aparecida dos Santos, que concorreu a deputada estadual, disse à Procuradoria Eleitoral que foi impedida de fazer dobradinha com seu marido, Ademir Gonçalves de Oliveira, candidato a deputado federal. Em seu depoimento, Oliveira disse que foi convidado a se candidatar desde que conseguisse convencer uma mulher a disputar uma cadeira "por causa da cota". Quando a campanha começou, ela recebeu 15 mil santinhos, todos com o rosto de Adílson Barroso. Segundo Simone, no processo de negociação para a candidatura, a direção do Patriota disse que "para cada mulher podia entrar três homens".

Segundo os relatos das testemunhas, Barroso disse que venderia uma "fazenda" no valor de R$ 2 milhões para financiar a própria candidatura e de seus aliados, mas forneceu apenas santinhos com sua própria foto. A "fazenda", na verdade um sítio de quatro alqueires, nunca foi vendida. Ao Estado, Barroso disse que a história foi uma "brincadeira".

Na ação, a Procuradoria pede a cassação do único deputado estadual eleito pelo Patriota em São Paulo, Paulo Corrêa Jr., da chapa de 102 deputados federais não eleitos e dos 130 suplentes de deputado estadual.

O Patriota, Solidariedade, Podemos e PMB negaram a existência de candidatas "laranjas" e afirmaram que a distribuição da verba foi feita conforme o potencial e necessidades eleitorais de cada candidato. Paulinho da Força justificou que o Solidariedade teve porcentual de 34% de candidatas, mas que "algumas não tiveram voto nenhum. A gente teria jogado dinheiro fora." O Estado não conseguiu localizar os deputados Feliciano e Lucena.

Podemos concentra maior número

A promotora responsável pelas denúncias de candidatas supostamente "laranjas" no Ministério Público Eleitoral (MPE), Vera Lúcia Taberti, afirma que o Podemos concentra o maior número de reclamações. Mesmo não tendo sido eleitas, as mulheres que denunciaram o partido viraram rés na ação movida pelo MPE. "O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) considera que qualquer suplente pode chegar a assumir a vaga", explica Taberti.

Segundo a promotora, o descontentamento das candidatas teria sido maior pelo fato da presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (SP), ser mulher e se utilizar de um discurso de empoderamento para convencer outras mulheres a se candidatarem. O porta-voz de Renata afirmou que "jamais houve promessa financeira determinada".

Além disso, o MPE acusa um montante elevado de repasses para a campanha de Renata em detrimento das demais mulheres. O Estado calculou que ela recebeu o equivalente a 13% do Fundo Especial do partido em relação ao valor mínimo de 30% exigido para campanhas femininas, equivalente a R$ 10,8 milhões no Podemos. A prestação de contas de Renata não foi aprovada pelo TRE, em dezembro de 2018, e o pedido de embargo de declaração foi rejeitado em fevereiro. A defesa alega que "erros meramente formais não possuem o condão de reprovar contas".

Possíveis desvios de recursos também são investigados. Um exemplo é o da presidente estadual do Podemos Mulher. Márcia Pinheiro apresentou prestação de contas zerada à Justiça Eleitoral em novembro de 2018 e recebeu 59 votos. Casos semelhantes em qualquer partido são um alerta ao MP. "Nós temos quase certeza de que houve irregularidades quando vemos uma candidatura sem movimentação financeira".

O MPE também tem definido como irregulares candidaturas existentes, mas que não são um investimento do partido. "A partir do momento em que gera desinteresse, vira uma candidatura 'laranja'", diz Taberti. A questão é delicada por não haver uma regulamentação que defina um valor mínimo para as campanhas. "O partido não infringiu nenhuma lei, mas é uma questão moral". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em campanha para a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo, a deputada Janaína Paschoal (PSL) defende que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) deixe o cargo devido às suspeitas de direcionamento de verbas de campanha a candidatas suspeitas de serem laranjas.

"Entendo que ele já deveria ter sido afastado. O ministro tem todo direito de se defender, mas a manutenção dele no Ministério está comprometendo todo o governo", disse Janaína ao Estadão/Broadcast.

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Em 4 de fevereiro, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo apontou que o ministro, que era presidente estadual do PSL em Minas Gerais, direcionou verbas de campanha a quatro candidatas no Estado que são suspeitas de serem laranjas.

Ex-candidata a deputada estadual, Cleuzenir Barbosa declarou ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, que assessores de Marcelo Álvaro Antônio pediram que ela transferisse para empresas dinheiro público de campanha. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público de MG.

"Não quero antecipar culpa, mas é impossível negar a consistência dos depoimentos das mulheres. O presidente diz que, em quatro anos, quer ver as mulheres mais representadas. Ele poderia começar ouvindo as que confiaram no seu partido e, ao que tudo indica, foram instrumentalizadas", disse Janaína.

Parte da bancada do PSL também pressiona o Palácio do Planalto a demitir ministro do Turismo. A avaliação é que a permanência dele no cargo contamina a sigla e pode prejudicar o desempenho do PSL nas eleições municipais do ano que vem.

O presidente Jair Bolsonaro evitou comentar a situação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. "Deixa as investigações continuarem", disse Bolsonaro ao ser questionado se o caso gera constrangimento. Em seguida, o presidente encerrou a coletiva de imprensa. Ele conversou com jornalistas após cerimônia na qual seis embaixadores entregaram as credenciais ao Palácio do Planalto, na manhã desta sexta-feira (8).

Álvaro Antônio é investigado por envolvimento no caso de supostas candidaturas de "laranjas" nas eleições de 2018 em Minas Gerais. Na época, ele era presidente estadual do PSL.

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Nesta semana, a filiada ao PSL Zuleide Oliveira acusou Álvaro Antônio de chamá-la para ser candidata "laranja" nas eleições 2018. Segundo ela, o ministro teria organizado sua candidatura para que ela pudesse devolver verbas ao partidos, desviando dinheiro público da campanha. O ministro negou a acusação e disse que Zuleide "mente descaradamente". No último mês, outras candidatas fizeram acusações semelhantes.

Na quarta-feira, 6, o ministro do Turismo recorreu da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou o pedido para que a investigação da Procuradoria Regional Eleitoral sobre candidaturas laranjas do PSL em Minas fosse encaminhada à Suprema Corte.

A decisão de Fux atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, para quem as apurações devem continuar fora da Corte, uma vez que as novas regras do foro definem que só cabe ao STF julgar crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

A defesa do ministro do Turismo pede a Fux que reconsidere sua decisão ou envie o recurso apresentado ao plenário do STF. Os advogados de Álvaro Antônio alegam que, como os supostos delitos teriam sido cometidos durante as eleições de 2018, enquanto o ministro exercia o cargo de deputado federal, para o qual foi reeleito, a competência sobre o caso é da Suprema Corte.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), recorreu na quarta-feira (6) da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou o pedido para que a investigação da Procuradoria Regional Eleitoral sobre candidaturas 'laranjas' do PSL em Minas Gerais fosse encaminhada à Suprema Corte.

A decisão de Fux atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, para quem as apurações devem continuar fora da Corte, uma vez que as novas regras do foro definem que só cabe ao Supremo julgar crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

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A defesa do ministro do Turismo pede a Fux que reconsidere sua decisão ou envie o recurso apresentado ao plenário do STF.

Os advogados de Marcelo Álvaro Antônio alegam que, como os supostos delitos teriam sido cometidos durante as eleições de 2018, enquanto o ministro exercia o cargo de deputado federal, para o qual foi reeleito, a competência sobre o caso é da Suprema Corte.

Quando se manifestou no processo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, destacou que as apurações não se enquadram no novo entendimento do foro privilegiado.

"Os fatos em análise, mesmo tendo ocorrido durante o mandato de deputado federal do reclamante, são totalmente estranhos ao exercício do mandato, pois envolvem situações exclusivamente de cunho eleitoral, associadas apenas ao pleito eletivo de 2018", destacou a procuradora.

Fux tem a mesma interpretação. Para o ministro do Supremo, o suposto crime não está relacionado ao exercício do mandato parlamentar.

"A presente reclamação revela-se manifestamente improcedente, por contrariar os precedentes deste Supremo Tribunal Federal, que afastam a competência originária desta Corte para o processo e julgamento de crimes não relacionados ao exercício do mandato parlamentar", disse o ministro ao negar o pedido no último dia 26.

Mais uma vez o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) parece se envolver em uma polêmica envolvendo candidaturas laranja. Agora quem está na reta do problema é o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O auxiliar do presidente já havia sido acusado de desviar verbas de campanha.

A filiada do PSL, Zuleide Oliveira, formalizou uma denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais afirmando que foi chamada pessoalmente pelo ministro para ser candidata-laranja nas eleições do ano passado.

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Ainda segundo a denúncia, o compromisso dela seria devolver ao partido parte do dinheiro público do fundo eleitoral. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Zuleide é a primeira a implicar diretamente o atual ministro no esquema de desvio de dinheiro público por meio de candidaturas laranjas do PSL.

A mulher afirmou ter se encontrado com Marcelo Álvaro em seu escritório parlamentar, na capital mineira, no dia 11 de setembro. Ela teria ido ao encontro junto do marido e de um amigo.

Em sua denúncia, Zuleide ainda pontuou que não sabe se algum dinheiro foi depositado porque o controle das contas bancárias ficou com os dirigentes do partido. Ela ainda disse que no encontro com o ministro, foi convidada a assinar um requerimento de solicitação de verba, endereçado ao então presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno.

No Twitter, o caso já está sendo considerado um dos mais comentados do momento. “A casa caiu!”, comentou um internauta. Outras pessoas interagiram afirmando que Bolsonaro não demite o ministro porque também cairia junto. Até o momento, nem o ministro nem o governo Bolsonaro se pronunciou sobre o caso.

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu o prosseguimento da investigação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), em primeira instância, conforme antecipou a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.

Alvo de investigação da Procuradoria Regional Eleitoral sobre candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, Álvaro Antônio entrou com uma reclamação para que a apuração seja encaminhada ao STF.

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Em um parecer de apenas quatro páginas, Raquel Dodge destacou que o caso não se enquadra no novo entendimento do foro privilegiado. Em maio do ano passado, o STF restringiu o alcance do foro para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

"Os fatos em análise, mesmo tendo ocorrido durante o mandato de deputado federal do reclamante, são totalmente estranhos ao exercício do mandato, pois envolvem situações exclusivamente de cunho eleitoral, associadas apenas ao pleito eletivo de 2018", destacou Raquel Dodge.

"Assim, não subsiste o foro por prerrogativa de função do Supremo Tribunal Federal para este caso, afastando-se, consequentemente, a atribuição da Procuradora-Geral da República para atuar no feito", completou a procuradora. O relator da reclamação apresentada por Álvaro Antônio é o ministro Luiz Fux.

Depois de constantes polêmicas envolvendo o Partido Social Liberal (PSL), do presidente Jair Bolsonaro, a legenda decidiu criar um conselho de ética. A medida foi tomada, principalmente, depois da forte repercussão das candidaturas laranjas do partido.

A iniciativa é do grupo ligado a Eduardo Bolsonaro - um dos filhos do presidente. As informações dão conta de que o documento já estaria na terceira versão e foi apresentado a cerca de dois terços da bancada.

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A última grande consequência das candidaturas laranjas foi o afastamento do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Nas próximas semanas a polêmica ainda pode atingir o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

A previsão é que o conselho de ética estabeleça critérios de apuração e punições a eventuais malfeitos de membros da sigla e ofereça parâmetros para a ocupação de cargos de direção, tanto na esfera nacional como nos estados.

Um diálogo entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) mostra que Onyx teria sido encarregado de procurar o ex-ministro Gustavo Bebianno, demitido na segunda-feira (18), para apaziguar as relações entre o governo e o ex-coordenador da campanha presidencial do PSL. A conversa teria sido ouvida através de um telefonema do chefe da Casa Civil a um repórter do jornal O Globo, segundo a publicação, de forma aparentemente acidental.

Na conversa, Bolsonaro demonstra preocupação com o pagamento por processos judiciais em que Bebianno representa o presidente como advogado. "Se ele (Bebianno) me cobrar individualmente o mínimo, eu to f... Tem que vender uma casa minha para poder pagar", diz o presidente.

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Onyx contou ao presidente que conversaria com Bebianno sobre as ações. Além disso, disse a Bolsonaro que havia ficado sabendo, através de um intermediário, que o ex-ministro havia negado a possibilidade de novos ataques ao governo. Bebianno teria prometido que não diria "mais nenhuma palavra" sobre seus desentendimentos com o Planalto e a família do presidente, segundo Onyx.

O diálogo entre Bolsonaro e Onyx ocorre um dia após a divulgação de áudios que contestam acusações do presidente e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, de que Bebianno teria mentido. Bebianno também criticou Carlos em uma entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (19).

Em meio às suspeitas de envolvimento no uso de candidaturas laranja na última eleição, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, desistiu de ir a uma reunião com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O cancelamento ocorreu após Álvaro Antônio ter uma rápida reunião com o presente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, por volta das 14h.

Segundo a agenda do presidente, o encontro durou apenas 15 minutos, mas o motivo não foi informado. Questionada sobre o assunto da reunião entre o ministro e Bolsonaro, a assessoria de imprensa do Planalto disse que a Lei de Acesso à Informação determina que a pauta pode ser informada em até 48 horas.

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A assessoria de imprensa do Ministério do Turismo não soube informar o motivo do ministro não ter comparecido ao encontro com Mourão. Na agenda do vice, constava a presença do Deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG); Vilmar de Melo Barcelos, Prefeito de Brumadinho (MG); Duarte Eustáquio Júnior, Prefeito de Mariana (MG); e do ministro do Turismo. O encontro começaria às 16h. Os três outros convidados já chegaram. Segundo o ministério do Turismo, o ministro enviará um representante.

Nesta quarta, o jornal Folha de S.Paulo mostrou mensagens apresentadas pela aposentada Cleuzenir Barbosa, ex-candidata do PSL em Minas Gerais, e um assessor do ministro do Turismo, mostrando cobrança de devolução da verba pública de campanha, que deveria ser depositada a outra empresa ligada a um dos assessores do político. Álvaro Antônio era presidente do diretório estadual do PSL no Estado não época.

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE), negou que esteja avaliando deixar o partido ou que tenha sido incentivado a sair da legenda após a última crise envolvendo o Palácio do Planalto e de denúncias sobre supostas candidaturas laranjas pelo PSL em seu Estado. "Não penso em deixar o partido", disse Bivar a jornalistas.

Ele negou também que este tema tenha sido tratado com o presidente Jair Bolsonaro em encontro realizado na manhã desta terça-feira (19). "Estamos vivendo em um estado de direito onde as instituições partidárias estão funcionando perfeitamente. Acho que o partido está muito bem, está muito unido. Você veja na votação de ontem, a distorção, por incrível que pareça, foi um voto errado meu", disse. "Estamos em mar tranquilo", completou.

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Na sessão realizada nesta terça, Bivar deu apoio ao pedido de urgência para votar o projeto que derrubou decreto do vice-presidente Hamilton Mourão sobre classificação de documentos ultrassecretos do governo. Além dele, outro parlamentar do PSL - o deputado Coronel Tadeu (SP) - foi contra a orientação do Palácio do Planalto. Mais cedo, o deputado havia se reunido com o próprio Bolsonaro, no Planalto. Saiu do encontro dizendo que teve um "almoço cordial". Bivar disse que se enganou e votou errado.

Há dúvidas sobre a capacidade de Bolsonaro formar uma base no Congresso, principalmente dentro do seu próprio partido, para conseguir os 308 votos necessários para aprovação da reforma da Previdência.

"Eu acredito que o governo vai conseguir (308 votos), porque não é um problema do governo, é um problema do País", disse Bivar. Em relação à divergência interna do PSL sobre a votação de terça, ele disse ainda que "são projetos pequenos que não têm nada a ver com a reforma da Previdência". Ele bateu na tecla de que a legenda não está rachada e que há muita unidade na bancada.

Bivar defendeu ainda o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), que é deputado eleito da bancada e também está envolvido em denúncias sobre supostas candidaturas laranjas. "O ministro do Turismo é um cara corretíssimo e o Jair deve muito ao esforço dele", disse.

Em relação ao ex-ministro Gustavo Bebianno, Bivar desconversou e não quis comentar o assunto. "Esse é um assunto do Planalto e um direito de um presidente de nomear ou destituir um ministro. Não cabe ao parlamento discutir esse assunto", disse.

Bivar participou da entrega do texto da reforma da Previdência no gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma pequena explanação sobre o projeto. "Estamos todos imbuídos de atender o Brasil nas reformas necessárias", disse. "Militares estão dentro da reforma, eles vão contribuir também. Acredito que do jeito que está em 90 dias esse projeto já pode estar na pauta para promulgação".

O ex-ministro Gustavo Bebianno afirmou em entrevista à Jovem Pan que o presidente Jair Bolsonaro falha em relação ao comportamento "agressivo" do filho, o vereador Carlos Bolsonaro. Segundo Bebianno, Carlos tem um "nível de agressividade acima do normal" e teria "inflado a cabeça do pai" contra ele. "Fui demitido pelo Carlos", disse.

"Como todo ser humano, ele (Jair Bolsonaro) é falível. E existe uma falha no que diz respeito ao comportamento do Carlos. Na minha opinião o presidente tinha que dar um basta nisso. Se fosse meu filho estaria preocupado, porque ele coleciona inimigos", disse.

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Um desentendimento público entre Bebianno e o filho do presidente culminou na demissão do ministro ontem. Carlos chamou Bebianno de mentiroso após o ex-ministro ter falado que conversou com o presidente e ter negado uma crise interna. Ele é suspeito de estar envolvido em suposto esquema de laranjas do PSL em Pernambuco.

"O presidente passou por um pós-operatório difícil. Só o fato de estar trancado no hospital, não é agradável. Várias informações chegaram a ele de forma truncada, acredito que Carlos tenha inflado a cabeça do pai", afirmou, completando que a indisposição entre os dois começou ainda durante a transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, que recebeu o governo durante período de transição).

Bebianno adotou um tom ameno em relação ao chefe do Executivo e afirmou que "Jair Bolsonaro continua sendo o meu presidente, tem o meu afeto, o meu amor". A amenização teria sido combinada na demissão. Ontem, o presidente também adotou um tom elogioso para anunciar, em um vídeo publicado nas redes sociais, a demissão de Bebianno.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o ex-ministro Gustavo Bebianno, não foi mencionado na reunião do Conselho de Governo desta terça-feira (19) e que ele é coisa do passado. "É history (é história, em tradução literal)", respondeu Mourão sobre Bebianno.

O Conselho é formado pelo presidente Jair Bolsonaro, Mourão e os ministros. Hoje, no encontro semanal, participou o novo ministro da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, que substituirá Bebianno. Questionado sobre o que Peixoto falou na reunião, Mourão respondeu, em tom de brincadeira, que ele disse "bom dia".

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O governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira a exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O documento de hoje também formaliza o nome do general Floriano Peixoto como o novo titular do ministério. Peixoto, que era secretário executivo da pasta, torna-se o oitavo ministro militar de Jair Bolsonaro.

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