Tópicos | Leonardo Gaciba

Leonardo Gaciba foi demitido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) da presidência da Comissão da Arbitragem na manhã desta sexta-feira (12). A decisão foi tomada pelo presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues. Quem assumirá o cargo será o ex-árbitro Alício Pena Júnior.

A demissão de Gaciba vem após o erro escancarado dessa quinta-feira (11) durante o confronto entre Flamengo e Bahia, onde Vinicius Gonçalves Dias Araújo marcou uma penalidade a favor do time carioca, alegando toque de mão do zagueiro, quando claramente a bola tocou no peito. Chamado pelo VAR para corrigir o erro, a decisão de infração foi mantida e o pênalti cobrado por Gabigol, abrindo o placar e causando revolta dos baianos.

##RECOMENDA##

Em nota oficial divulgada, a CBF informou que deu início a reformulação na estrutura da arbitragem brasileira, começando pela demissão de Gaciba e com Alício Pena Júnior, atual vice-presidente da Comissão de Arbitragem, assumindo até o fim do Brasileirão o cargo.

Segundo a entidade máxima do futebol brasileiro, com as mudanças a ideia é viabilizar implementar novos procedimentos que possam diminuir os erros e maximizar os acertos da arbitragem brasileira.

Durante toda competição, críticas vêm sendo feitas a arbitragem, em relação a demora nas verificações do VAR ou até de erros, mesmo se utilizando a ferramenta de auxílio. Nessa quarta-feira (10), após a derrota polêmica para o América-MG, o treinador do Sport, Gustavo Florentín, criticou a arbitragem em entrevista coletiva se dizendo prejudicado nos últimos jogos e declarando que “há um baixo nível na arbitragem dos jogos” de sua equipe.

A 15ª rodada do Brasileirão foi marcada por declarações fortes contra a arbitragem. Entre os treinadores, Mano Menezes, do Bahia, reclamou muito da atuação de José Mendonça da Silva Júnior, árbitro escalado para o duelo com o Fluminense. Renato Gaúcho, por sua vez, criticou o fato de um suposto pênalti para o Grêmio não ter passado por revisão do árbitro de vídeo na derrota para o Santos. E, entre os cartolas, o presidente do Vasco, Alexandre Campello, chegou a pedir uma "auditoria" nas decisões do VAR, além de pleitear que as conversas entre o árbitro de vídeo e o de campo sejam abertas.

Nesta segunda-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, conversou com o Estadão sobre as polêmicas. Ele considerou corretas todas as decisões que suscitaram reclamações na rodada e enalteceu o VAR. "Ninguém mais fala da decisão técnica. Falam do protocolo, da forma. O índice de erros diminuiu muito, é quase zero", ressaltou.

##RECOMENDA##

Para Gaciba, as reclamações ocorrem por desconhecimento - ou, pelo menos, descontentamento - com o protocolo de uso do VAR. Ele citou as críticas de Renato Gaúcho. "Ele acha que o jogo deveria parar 50 vezes se tivessem 50 situações de pênalti, para o árbitro olhar no vídeo antes de tomar decisão do campo. Mas a CBF segue um protocolo internacional, que a Fifa coloca, que prega que sempre que o árbitro de vídeo concordar com o árbitro de campo, quando não tiver uma imagem conclusiva que contradiga, que ele vai manter a decisão do campo."

Sobre a liberação dos áudios durante as revisões, pedida pelo presidente do Vasco, Gaciba informou que isso não pode ocorrer por um veto da Fifa. "Existe um documento, e os clubes receberam esse documento, explicando que não pode disponibilizar o áudio em tempo real", pontuou. "Mas nenhum clube brasileiro, desde o início do projeto, que solicitou à Comissão da CBF ver e ouvir as análises do VAR, teve o acesso negado. Todos que pediram foram atendidos."

Na avaliação de Gaciba, o VAR está sendo bem utilizado no País e isto está se refletindo no desempenho técnico dos árbitros. "Eu estou muito satisfeito com a melhora do árbitro do campo. O campo está acertando 20% a mais do que o ano passado, isso é muito bom. Tivemos duas rodadas em que o árbitro de vídeo durou muito tempo, mas há seis, sete rodadas, o impacto dele em todos os jogos tem sido de 20 minutos, o que dá mais ou menos dois minutos por jogo. É baixíssimo em relação ao resto do mundo."

O ex-árbitro também comentou as fortes reclamações de Mano Menezes, cujos impropérios contra a arbitragem foram captados pelos microfones da transmissão de TV durante a vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Bahia.

"É um consenso da opinião pública: fugiu da curva", disse. "Mas não quero falar de um caso específico. No meio do futebol como um todo, nós profissionais devemos saber lidar com críticas. E uma orientação que dou a todos meus árbitros é tratar com respeito, esse é o lema. Agora, se eles respeitarem, eles também têm de ser respeitados."

ESCOLHAS - Quando assumiu a Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba extinguiu o sorteio como critério para definição das equipes que trabalham em cada um dos jogos. "A gente faz uma análise técnica, vê o momento do árbitro, a qualificação técnica pro jogo, a importância na tabela de classificação. São muitos fatores. Fazer uma escala de arbitragem requer muito estudo e temos profissionais para isso. A CBF faz 2.500 escalas por ano, são muitos jogos, e a gente escolhe sempre o profissional mais adequado pro jogo", comentou.

O dirigente descartou que a comissão receba pressão de qualquer lado ou que aceite "vetos" de clubes na hora de definir os profissionais para cada jogo. "Uma das coisas que norteiam a CBF é a independência do departamento de arbitragem. É uma norma do presidente Rogério Caboclo: nós temos total liberdade para escalar, não temos nenhum tipo de influência da CBF ou dos clubes. Não existe veto."

Confira as análises de Gaciba sobre as polêmicas de arbitragem:

VASCO 1 X 2 FLAMENGO

Reclamação: gol do Vasco anulado por impedimento.

"Decisão técnica perfeita. Além da imagem que foi mostrada pela câmera 7, onde é feita a linha de impedimento, tem uma imagem invertida da jogada que mostra exatamente o que aconteceu dentro de campo de jogo. O jogador estava adiantado e o gol foi bem anulado."

FLUMINENSE 1 X 0 BAHIA

Polêmica: dois possíveis pênaltis para o clube carioca, um dos quais não assinalado.

"As decisões técnicas foram todas corretas. A marcação da penalidade - que acabou gerando o gol - foi um tranco ilegal, empurrão pelas costas, sendo detectado pelo árbitro de vídeo e a revisão correta feita. O segundo lance polêmico, da questão do toque de mão do jogador do Bahia dentro da área, análise perfeita do árbitro de vídeo de não chamar para revisão."

SANTOS 2 X 1 GRÊMIO

Polêmica: VAR aponta pênalti para o Santos, mas não é acionado em possível penalidade para os gaúchos.

"O primeiro pênalti marcado foi pelo campo, não teve auxílio do VAR. O segundo pênalti marcado foi através de uma revisão do árbitro de vídeo, que o árbitro de campo não conseguiu perceber. A respeito da mão na bola, a bola bate no braço e o braço está em posição natural. Cem por cento dos comentaristas concordaram que não era pênalti, e o árbitro de vídeo não chama quando a decisão do campo é correta. Isso é protocolo."

CEARÁ 2 X 1 CORINTHIANS

Expulsão de Eduardo.

"Movimento de gatilho, fora da disputa da bola. O jogador joga o cotovelo com força desproporcional no rosto do adversário. Pra mim se enquadra em conduta violenta. Decisão final da arbitragem de expulsão foi corretíssima."

Pênalti de Cássio.

"O Cássio, ao se levantar, calça o jogador. Contato do joelho direito na perna do jogador e derruba dentro da área. Falta por imprudência e tiro penal bem marcado."

O chamado "novo normal" do Campeonato Brasileiro também vai trazer desafios para quem apita as partidas. Em entrevista ao Estadão, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, afirmou que os jogos sem a presença de torcida serão um obstáculo para a concentração de quem precisa acompanhar atentamente aos lances.

A promessa do dirigente é que depois da estreia no último ano, o recurso do árbitro de vídeo (VAR) vai apresentar melhoras nesta temporada, principalmente por causa da experiência acumulada com o uso da tecnologia.

##RECOMENDA##

Apitar com portões fechados será mais difícil ou mais fácil?

No quesito concentração é mais difícil. Em um jogo com estádio lotado, o árbitro de futebol tem um nível de concentração maior. Tem uma adrenalina. Em um jogo com estádio fechado, o desafio é o de manter a concentração no jogo. O momento que estamos passando ninguém passou. Não temos referência. Temos relatos de outros países que já começaram a ter jogos de que a própria postura de jogadores e comissão técnica é diferente em relação ao que acontecia. Nós vamos ter de descobrir isso agora durante o campeonato.

Não ficará mais fácil apitar sem torcida, por não ter pressão?

A torcida no estádio, para nós, vou ser bem sincero, é só motivação. No andar da carreira, a gente vai crescendo e gostando de estádios lotados. É o que a gente mais quer. Isso é sinal de que o árbitro está em um grande jogo. O árbitro terá de se habituar, porque é uma situação nova. Aquele papo entre árbitro e jogador dentro do campo vai mudar um pouco. Nós estamos voltando para devolver essa paixão ao povo brasileiro. E esse produto tem de ser de qualidade.

Quais orientações o senhor tem passado para os árbitros?

Em primeiro lugar, é a questão de segurança e de responsabilidade. Todo mundo tem de pensar na segurança do futebol como um todo e na saúde dos envolvidos. O que vem de diferente é o cuidado, acima de tudo, é o seguimento de protocolos, seja da diretriz brasileira ou das regras da arbitragem. Isso será fundamental para a questão do sucesso. A gente precisa de todo mundo dentro do campo.

Os árbitros também vão precisar passar por testes e, portanto, vão precisar ter cuidado na rotina pessoal. Quais as recomendações?

O protocolo para arbitragem é mais amplo. Como os árbitros estão sempre em deslocamento, estamos falando mais dos cuidados. Junto com o departamento médico a gente fez um trabalho de conscientização, cuidados dentro do avião e de carro, maneira como chega ao vestiário, cuidados no hotel e todas as particularidades. Até o sistema de escalas está mudado. Nós vamos ter de fazer as audiências com mais antecedência. Após designados, os árbitros se deslocam para testes e só viajam se forem testados negativamente. A logística da arbitragem é bem mais difícil. Nós estamos espalhados pelo Brasil inteiro. Nos clubes, os jogadores estão sempre juntos.

Se um assistente testar positivo, como será feita a montagem da equipe de arbitragem para o jogo?

Vamos ter dois momentos. Um é a testagem prévia, com o resultado do exame no dia do embarque para o jogo. Se tiver algum problema, o árbitro não embarca e vai outro no lugar dele. Pode ser um substituto até de outro Estado. Vamos ter de fazer trio misto, desde que seja neutro (do mesmo Estado de um dos times). Mas diferente dos clubes, que têm reserva, a partir do momento que os árbitros viajam e já estão no local do jogo, respondem questionário e têm teste de temperatura. Nesse momento, já não tenho mais como enviar alguém neutro. Então vamos ter casos específicos que se um árbitro tiver febre, o árbitro reserva vai entrar e ele é local. É uma adaptação que teremos de fazer.

E o que pode ser feito para evitar que o árbitro do jogo seja do mesmo Estado que um dos times?

Na Série A nós vamos tomar o cuidado de colocar um dos membros da cabine do árbitro de vídeo com experiência para poder apitar o jogo diretamente do campo. Se acontecer um problema com o árbitro central, desce um da cabine a faz o jogo. Mas na Séries B e C terá de ser o local.

Quais melhorias pretende ver na utilização do VAR?

Já temos o conhecimento de mais de 400 jogos. Vamos terminar a temporada com praticamente mil jogos com o VAR. Isso vai nos dar uma experiência grande. A performance vai melhorar. O próprio público já conhece mais o recurso. Muitas das críticas que vieram, foram por falta de conhecimento do protocolo do árbitro de vídeo. Passamos para os clubes um documento chamado "Linha de Atuação de Arbitragem Brasileira", com todos os critérios que a gente tem, inclusive para o árbitro de campo. O que é considerado toque de mão, o que merece cartão vermelho, o que é falta tática. A pandemia fez a gente se adaptar à nova realidade e nos deu esse tempo para conseguir passar uma mensagem para os árbitros e público em geral.

No ano passado os times reclamaram da demora para a revisão dos lances. Como será agora?

No segundo turno tivemos um tempo de avaliação semelhante ao padrão da Fifa e ao da Europa, de aproximadamente 1min30. No primeiro turno demoramos mais porque era algo novo e tinha um processo de adaptação. Nós temos trabalhado muito com os árbitros a questão da comunicação, a linguagem entre a cabine e o campo. Isso é fundamental para a evolução, assim como a metodologia de quais lances preciso ver ou não em velocidade reduzida no replay. Acredito eu que teremos um progresso nesse ponto. O árbitro de vídeo veio para ajudar e melhorou muito o nível de arbitragem brasileira. Em um campeonato tão parelho, podemos dizer que nenhum erro de arbitragem mudou a colocação de um time. Sempre há espaço para melhorar.

Durante a quarentena, houve alguma preparação especial?

Analisamos tranquilamente mais de 5 mil jogadas. Todo o meu quadro, de Norte ao Sul do Brasil, analisou. Tenho certeza que vamos conseguir analisar bem. Participaram umas 750 pessoas.

E qual a sua preocupação com a parte física dos árbitros? Eles também vão trabalhar em muitos mais jogos e com mais frequência.

Nós tivemos o cuidado há um tempo atrás, quando foi anunciado o retorno, todos receberam um plano de retorno às atividades. Os árbitros de elite são monitorados por relógios e enviam os treinos para o nosso diretor físico. Todos foram avaliados.

Muito criticada por torcedores, a expulsão de Janderson após comemorar o segundo gol do Corinthians no clássico com o Santos, domingo, pelo Campeonato Paulista, segue o que determina a regra do jogo e foi correta. Esse é o entendimento na CBF, que alerta que o critério já vinha sendo utilizado no Campeonato Brasileiro e permanecerá inalterado para esta temporada, goste a torcida, jogadores e treinadores ou não.

Janderson já havia sido advertido com o cartão amarelo, e recebeu o segundo - e consequentemente o vermelho - ao subir em uma escadinha de acesso às arquibancadas na Arena Corinthians para abraçar um grupo de torcedores. "No Brasileiro você vai ver todos os jogadores que subirem no alambrado serem punidos. Essa é a nossa orientação", disse, nesta segunda-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba. "Está escrito na regra do jogo, na lei do jogo."

##RECOMENDA##

O ex-árbitro reconhece que, na Copa do Mundo, há certa benevolência em relação a esse tipo de comemoração, mas ressalta as condições que são encontradas nos Mundiais. "O problema é a questão de estrutura dos estádios. Nem todos os estádios têm a mesma estrutura. Uma coisa é trabalhar numa Copa do Mundo, onde são 36 (na verdade, 32) países, número bem menor (de jogos), com estádios de alta estrutura. Outro negócio é trabalhar no Campeonato Brasileiro, em que eu tenho que manter o mesmo critério para quem joga no Maracanã ou em qualquer outro estádio do Brasil", pontuou. E raciocínio semelhante deve ser levado à Arena Corinthians e a todos os demais estádios do interior do Estado que sediam jogos do Paulista.

O argumento do ex-árbitro, e de quem criou a regra, passa pela questão da segurança. "Já tivemos jogador perdendo dedo por ter subido alambrado, já tivemos torcedores esmagados quando veio a comemoração. Qual torcedor que não quer dar um abraço no seu ídolo quando vai comemorar na beira do campo? Esse que é o grande problema. Aquela pessoa que está bem ali na frente sofre um esmagamento automático", considerou Gaciba. "Será que nós vamos esperar acontecer um acidente no futebol brasileiro pra daí dizer que é justo dar um cartão amarelo?"

Ter um mesmo critério para todos os clubes que disputam uma mesma competição é outro motivo que serve como argumento para justificar a advertência com cartão. "Por que subir a escadinha do Maracanã vai ser diferente de subir o alambrado de outro clube da Série A? Essa é padronização que nós temos", pontuou Gaciba.

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF foi além. Ele argumentou que todos os jogadores de futebol conhecem - ou, pelo menos, deveriam conhecer - a regra que impede comemorações junto à torcida.

"Os jogadores estão avisados. Por que vamos usar um critério diferente quando o jogador levanta a camisa? Quando levanta a camisa todo mundo sabe que ele vai levar cartão. Não há interpretação", exemplificou.

Presente no centro do debate do futebol brasileiro neste ano, o árbitro de vídeo deve passar por mudanças a partir de 2020. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, fez um balanço positivo do primeiro ano do uso do VAR no Campeonato Brasileiro e comentou sobre as possíveis novidades no recurso tecnológico para a próxima temporada.

Gaciba informou que o VAR teve índice de acerto de 98,4% em situações protocolares no Brasileirão, de acordo com os estudos da CBF. Ainda segundo o chefe de arbitragem no Brasil, o número de erros capitais (pênalti, cartão vermelho, impedimento ou erro de identificação) caiu de 188 em 2018 para 36.

##RECOMENDA##

"Creio que o balanço é extremamente positivo. Os números mostram a realidade. A diminuição dos erros capitais de arbitragem foi profundamente impactante", avaliou o ex-árbitro, que considera que a "precisão e a linha de intervenção bem definida são o foco" do VAR.

Apesar de a ferramenta ter sido criticada por alguns clubes ao longo do campeonato, a taxa de aceitação foi alta. A CBF realizou recentemente o "Tour do VAR", uma pesquisa que ouviu 584 pessoas, entre jogadores, membros de comissões técnicas e dirigentes de 17 clubes. A consulta concluiu que 94,1% aprovam a continuidade do árbitro de vídeo. "Tínhamos ciência de que com o tempo e prática as reclamações diminuiriam. A ferramenta foi ganhando confiança, diminuindo tempo de revisões e mostrando seu verdadeiro valor. Sinceramente, os bons resultados e a aceitação vieram de forma mais rápida do que esperávamos", disse.

A CBF fez alguns testes com a ferramenta na reta final do Nacional, indicando que deve haver novidades em 2020. Uma das inovações é a operação do árbitro de vídeo à distância, que foi experimentada no duelo entre Bahia e Vasco, em Salvador, válido pela 37.ª rodada. A ideia, a partir disso, é tirar as cabines dos estádios e criar uma central do VAR no Rio de Janeiro, inspirada na central da Fifa da Copa do Mundo da Rússia. A operação se dá por meio de uma ligação de fibra ótica entre o local da partida e a sala do vídeo.

"Foi um teste muito positivo. Trabalhamos offline do Rio de Janeiro em um jogo realizado em Salvador", analisou Gaciba, ponderando na sequência que "não queremos acelerar mudanças até que tenhamos uma confiabilidade de 100% na centralização do uso do VAR. O Brasil é um continente, gigantesco, esse é um desafio grandioso".

A CBF também estuda a implementação de um quadro com apenas árbitros de vídeo e planeja exibir todas as revisões em tempo real nos telões dos estádios a partir na próxima temporada, como ocorreu no Maracanã na partida entre Flamengo e Avaí, pela 37.ª e penúltima rodada, e como já acontece nos jogos do Campeonato Inglês.

"Foram testes que tiveram uma excelente aceitação. Veremos a viabilidade de utilizar o sistema na próxima temporada, sim. Mas teremos de alinhar bem com os clubes, já que em alguns estádios não há telão para exposição", pontuou.

A divulgação das imagens revistas no vídeo e do áudio das conversas entre o árbitro de campo e os auxiliares da cabine também é algo que está sendo estudado pelo chefe de arbitragem da CBF. Isso é um pedido recorrente da maioria dos clubes da Série A. Eles entendem que a medida, se vier mesmo, traria mais transparência ao futebol brasileiro.

Nesse sentido, a Conmebol saiu na frente e liberou em seu site áudios e vídeos do VAR nos últimos jogos da Libertadores. "Sempre que necessário e quando acharmos importante, traremos informações não só de vídeos e áudios, mas de como funciona uma sala de operação. O VAR suscita muita curiosidade", entendeu Gaciba.

O presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol Leonardo Gaciba comentou nesta segunda-feira (20) no programa 'Bem Amigos' do SporTV sobre a arbitragem brasileira, sobre VAR e afirmou que pode haver um assistente dentro do campo.

Os juízes da partida ganhariam um 'reforço' para auxiliar dentro de campo, Gaciba explicou a proposta: "Estamos estudando a possibilidade de colocar os assistentes dentro do campo para acompanhar o ritmo de jogo, algo parecido com o que é feito na NBA. Identificamos que o ritmo de jogo é o que mais mudou nos últimos tempos no futebol. A dificuldade é manter o critério. Testes estão sendo feitos, sem nenhuma proposta oficial, mas a ideia seria continuar com o árbitro principal", afirma.

##RECOMENDA##

Depois da decisão de transmitir a mesma imagem analisadas pelo VAR na televisão, essa é mais uma medida que visa minimizar erros e ter transparência na arbitragem tão criticada no futebol brasileiro. Além dos telespectadores, Leonardo Gaciba também levou em consideração os torcedores no estádio.

Nos estádios, já é avisado que o lance está em revisão. Aí, dentro da possibilidade de cada estádio, vamos passar a avisar o motivo da revisão. Eu não posso passar replays em telões nos estádios que têm, mas nós queremos passar o lance conclusivo, que levou à decisão", finalizou.

LeiaJá também

--> Após derrota e entrada no Z4, Flu demite Fernando Diniz

Ao todo, 58 mudanças nas regras do futebol passaram a vigorar no Brasil desde o início do Campeonato Brasileiro. Como apenas parte das mudanças é conhecida dirigentes, atletas e até torcedores, o Sport promoveu nessa quarta-feira (8) um encontro entre o ex-árbitro e hoje comentarista, Leonardo Gaciba. A palestra foi realizada no CT rubro-negro antes do treino no período da tarde.

Foram destrinchadas todas as novas regras já aprovadas pela Fifa no início de maio. A norma que já pode ser notada na maioria dos jogos é que o pontapé inicial não precisa mais ser necessariamente cobrado para frente. Outras mudanças importantes discutidas foram a nova interpretação do chamado último homem, a punição de faltas dentro da área e questão de infrações feitas por membros da comissão técnica serem punidas com tiro livre indireto.

##RECOMENDA##

De acordo com Gaciba, a iniciativa do Sport se torna válida para que o clube e atletas possam ter vantagem em relação às novas regras. “Acho que a iniciativa é importante para o atleta e o clube como um todo, para que o jogadores possam ter conhecimento e utilizar a seu favor, conseguindo vantagens lícitas dentro do campo de jogo”, comentou o ex-árbitro para o site oficial do clube.

Outro a ressaltar a importância do encontro foi o executivo de futebol André Zanotta. Para ele, o encontro serviu não só para os atletas, mas também para comissão técnica e dirigentes. “Nossa iniciativa de trazer um cara como Gaciba, que hoje trabalha como comentarista numa grande empresa, foi para esclarecer dúvidas não necessariamente apenas nas novas regras. Foi importante também para a comissão e o estafe, para que todos fiquem alinhados”, pontuou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando