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Em uma reunião em Pequim, na China, o Comitê Olímpico Internacional (COI) revelou que boxe, levantamento de peso e pentatlo moderno estão de fora do programa esportivo inicial das Olimpíadas de 2028, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

As três tradicionais modalidades, no entanto, podem retornar para a programação dos Jogos Olímpicos de Los Angeles se conseguirem respeitar uma série de exigências impostas pelo COI até 2023.

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O objetivo do órgão é melhorar a imagem, o julgamento e eficiência das três modalidades, que estão envolvidas em vários tipos de escândalos e problemas.

A Associação Internacional de Boxe (Aiba), por exemplo, precisará ter uma maior transparência em seu comando e nas movimentações financeiras, bem como um melhoramento no julgamento dos combates.

Uma extensa investigação conduzida pelo canadense Richard McLaren revelou um possível sistema de manipulação de resultados das lutas de boxe na edição de 2016 dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. O relatório estimou que cerca de 10 combates estiveram no esquema, incluindo batalhas valendo medalhas.

No caso da Federação Internacional de Halterofilismo (IWF), a entidade precisará promover uma grande mudança em relação ao doping para tentar reduzir a quantidade de casos no levantamento de peso.

Skate, surfe e escalada, no entanto, alcançaram uma grande popularidade nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão, e marcam presença no programa inicial para os Jogos de 2028.

Os três esportes foram definidos como "voltados para a juventude" e são bem vistos por Casey Wasserman, presidente do comitê organizador do megaevento esportivo.

Em relação ao futebol, o COI informou que seguirá "acompanhando a evolução dos calendários internacionais". O jornal Times, por sua vez, escreveu que o órgão enviou uma clara mensagem para a Fifa que a modalidade pode ser excluída das Olimpíadas caso a Copa do Mundo passe a ser disputada a cada dois anos.

Da Ansa

A brasileira Laura Amaro fez história nesta terça-feira (14) ao conquistar a primeira medalha de uma pesista do país em um Campeonato Mundial de levantamento de peso. A carioca de 21 anos foi vice-campeã na prova do arranco, onde o atleta levanta a barra até acima da cabeça de uma vez, sem apoiá-la no corpo. A competição é realizada em Tashkent (Uzbequistão).

Laura, que compete na categoria até 76 quilos, ergueu a barra com 108 quilos na terceira e última tentativa, ficando atrás só da russa Iana Sotieva, que levantou quatro a mais. A norte-americana Martha Ann Rogers, que teve 107 quilos como melhor marca, completou o pódio do arranco.

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“Ler uma história é muito legal, mas essa sensação de escrever, saber que o nome vai ficar marcado, saber que vou abrir portas para outros brasileiros dominarem o mundo, não tem preço para mim. Sou a primeira mulher a conquistar uma medalha em Mundial, é de uma representatividade muito grande. Esse trabalho começou no Brasil com meu treinador Saul [Carlos Aveiro], minha nutricionista Dani, meu fisioterapeuta Vitor. Estou muito feliz. O Brasil não vai mais participar não. A gente vai vir para dar trabalho e cada vez mais fazer história”, comemorou Laura, segundo publicação do site da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP).

Ao contrário da disputa olímpica, que leva em conta apenas a soma dos resultados de arranco e arremesso (quando o pesista levanta a barra na altura do ombro, depois a ergue acima da cabeça e aguarda o sinal dos árbitros para soltá-la), nas provas do Mundial há premiação separada. No arremesso, Laura ficou em quarto lugar, com 132 quilos movimentados, dois a menos que a medalhista de bronze Suhyeon Kim, da Coreia do Sul.

Com 240 quilos erguidos ao todo, a brasileira também ficou na quarta posição geral, apenas dois quilos atrás de Sotieva, que ficou com o bronze. A carioca ainda estabeleceu a melhor marca de uma atleta do país, três quilos acima da alcançada por Jaqueline Ferreira e Monique Araújo em 2015.

“Foi sensacional. Perdemos por pouco outras medalhas, foi uma batalha fantástica. Laura se superou de um jeito absurdo, demonstrando que acertei quando falei que ela viria para brigar por medalha, que coloca o Brasil junto com todas as potências mundiais. Quando aparecer a tabela de medalhas, o nome do país estará lá escrito. É isso que importa no dia de hoje. Está mostrando a evolução que o nosso trabalho teve e esperamos que consigamos melhorar ainda mais”, destacou o treinador da seleção, Dragos Stanica, também à CBLP.

A prata de Laura foi a terceira medalha brasileira em um Mundial de levantamento de peso. Em 2018, Fernando Reis herdou dois bronzes (arranco e geral) depois do uzbeque Rustam Djangabaev, que havia terminado ambas as disputas em terceiro lugar, ser pego no doping e ter o resultado cassado. Atualmente, o próprio Fernando está suspenso por doping, flagrado em exame realizado em maio, que custou a participação na Olimpíada de Tóquio (Japão).

A entrada na competição de Laurel Hubbard, uma levantadora de pesos transexual da Nova Zelândia, marcará um momento histórico nos Jogos Olímpicos de Tóquio na segunda-feira (2). No entanto, sua participação também gera um debate acalorado sobre uma das questões mais polêmicas do esporte.

Hubbard, de 43 anos, competiu nas categorias masculinas antes de começar um processo de transição de gênero aos 30 anos.

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Tornou-se elegível para concorrer contra outras mulheres depois de cumprir com os critérios do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os atletas transexuais.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) celebrou sua participação nos Jogos como mulher trans. "Laurel Hubbard é uma mulher e compete sob as regras de sua Federação. Devemos homenagear sua coragem e perseverança", disse à imprensa o diretor médico do COI, Richard Budgett, em Tóquio.

No entanto, sua presença em Tóquio na categoria de mulheres de mais de 87 kg provoca um debate complexo sobre questões de bioética, direitos humanos, ciência, igualdade e identidade no esporte.

As pessoas que apoiam Hubbard acreditam que a classificação para os Jogos representa uma vitória para a inclusão e os direitos das pessoas trans.

Outros acham que ela tem uma vantagem injusta sobre suas rivais, devido às capacidades físicas herdadas de décadas atrás, quando competia na categoria masculina.

O debate sobre este tema é intenso e às vezes agressivo, especialmente na Internet, o que levou o Comitê Olímpico da Nova Zelândia a tomar medidas para proteger Hubbard dos ‘trolls’ das redes sociais.

No entanto, o COI reconhece que a presença de Hubbard levanta algumas questões legítimas quanto ao fato de se Hubbard possui, no jargão usado pelo organismo sobre esses assuntos, uma "vantagem competitiva desproporcional".

Para o médico Richard Budgett, não é tão simples comparar homens e mulheres, e as mulheres transexuais podem vivenciar uma diminuição do desempenho à medida que passam pelo processo de transição.

O mais importante, para ele, é produzir mais pesquisa sobre o assunto e acrescenta: "Considero que não houve mulheres abertamente transexuais no mais alto nível até agora e acho que o risco para o esporte feminino provavelmente foi superestimado".

O COI reconhece que o novo marco, que fornece pautas simples para as federações internacionais em vez de regras rígidas, não é a última palavra sobre este assunto, que continuará sendo debatido por muito tempo.

"É preciso haver uma maneira justa de obter o que precisamos e, seja qual for esse equilíbro, é provável que alguns o critiquem. Não será a solução definitiva", disse o porta-voz do COI, Christian Klaue.

Mais dois levantadores de peso estão perdendo suas medalhas dos Jogos Olímpicos de 2012 por causa de doping. A Federação Internacional de Levantamento de Peso (IWF, na sigla em inglês) disse que os romenos Roxana Cocos e Razvan Martin tiveram detectadas a presença de esteroides proibidos após suas amostrar serem testadas novamente com o uso de tecnologias mais modernas.

A IWF disse que a amostra de Cocos continha dois esteroides proibidos, enquanto a de Martin estava com três. Com isso, eles se juntam a mais de 50 outros levantadores que falharam nas reanálises dos testes antidoping dos Jogos de 2008 e de 2012, que deixaram o quadro de medalhas quase irreconhecível em comparação com os resultados originais.

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Cocos foi medalhista de prata na categoria feminina até 69kg. Se ela for desqualificada, a levantadora casaque Anna Nurmukhambetova herdaria o segundo lugar, enquanto Ubaldina Valoyes, da Colômbia, ficaria com a medalha de bronze.

Martin ganhou o bronze no evento masculino de 69kg e sua medalha pode passar para o norte-coreano Kim Myong-Hok. Martin já foi suspenso uma vez por doping, entre 2013 e 2015. Um levantador turco que não ganhou uma medalha, Erol Bilgin, também pode ser desqualificado. Ele foi o oitavo na disputa masculina até 62kg.

Os resultados chegam em um momento em que a IWF está sob pressão sobre acusações de encobrimentos de doping e irregularidades financeiras, algo que a organização nega. O Comitê Olímpico Internacional solicitou que as acusações sejam investigadas pela Agência Mundial Antidoping.

O campeão mundial e medalhista olímpico de Levantamento de Peso Dmitry Klokov estará no Recife nesta terça-feira (29) e quarta-feira (30) ministrando um seminário sobre as técnicas da escola russa. A atividade ocorre no box a We Crossfit, a partir das 16h.

Essa será a primeira vez do russo na região nordeste. A weCrossFit em parceria com a Lift Like a Russian são as responsáveis pela presença do vitorioso atleta em Recife. Dmitry, que ministrará o seminário Weightlifiting para aprimoramento de técnicas de levantamento de peso, foi medalhista olímpico em 2008 e campeão mundial em 2005.

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”A presença de Klokov é muito importante para os praticantes de crossfit, porque ele apresenta aperfeiçoamento  das técnicas de levantamento de peso, apontando erros e correções," afirmou Guga Bandeira, educador físico.

O Brasil ganhou nesta terça-feira (30) em Lima, no Peru, uma medalha de ouro no levantamento de peso, de forma arrasadora, que já era esperada. Mesmo sem conseguir os seus melhores resultados, Fernando Reis, quarto colocado no Mundial do ano passado, conquistou o tri nos Jogos Pan-Americanos. Com 190kg no arranco e 230kg no arremesso, em um total de 420kg, o brasileiro fez 21kg a mais que o segundo colocado - em Toronto-2015, ele venceu com uma diferença de 51kg para o medalhista de prata.

Vindo de uma cirurgia no joelho no final do ano passado, Fernando Reis esteve longe das suas melhores marcas no levantamento de peso, que são 201kg no arranco e 240kg no arremesso. Mas foi absoluto na prova que teve o cubano Luis Manuel Lauret, que ergueu 181kg no arranco e 218kg no arremesso, com a prata. Completou o pódio da categoria acima de 109kg o mexicano Raul Manriquez, com 175kg de arranco e 218kg de arremesso.

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"Me senti muito bem, confesso que estava receoso antes da prova. Estou no caminho certo e consegui testar o joelho. A gente passou por um processo bem complicado com a cirurgia. O COB me deu todo o respaldo. Mostra que estamos no caminho certo para o Mundial e a Olimpíada", disse Fernando Reis, em entrevista ao SporTV. "Agora a minha meta é abrir a cabeça porque a parte psicológica é complicada. O medico fez um bom trabalho. Saio da competição bem fisicamente e psicologicamente. Nosso objetivo é conquistar o mundo".

Outra medalha brasileira nesta terça-feira veio no boliche. E por pouco não foi o ouro. Marcelo Suartz, que defendia o título de Toronto-2015, faturou a prata após perder a final para o norte-americano Nicholas Pate por 190 a 189.

Com a conquista, Marcelo Suartz agora soma uma medalha de cada cor em Jogos Pan-Americanos. Ele já havia ganhado o bronze em Guadalajara-2011, no México, e ouro no Canadá há quatro anos. O também norte-americano Jakob Butturff e o porto-riquenho Jean Perez saíram da disputa com a medalha de bronze.

No tiro esportivo, Roberto Schmits conquistou a medalha de bronze na fossa olímpica. Os norte-americanos Brian Burrows e Derek Hadelmen foram ouro e prata, respectivamente. Os dois ficaram com as vagas olímpicas em disputa.

BOXE - O Brasil já garantiu seis medalhas no Pan. Das seis semifinais disputadas nesta terça-feira, quatro venceram e lutarão pelo ouro. Entre os homens, Keno Marley derrotou o mexicano Rogelio Torres, na categoria até 81kg, e Herbert Conceição bateu o norte-americano Troy Isley na até 75kg. No feminino, Jucielen Romeu ganhou da norte-americana Yarisel Ramirez na categoria de 54 a 57kg e Beatriz Ferreira venceu Rashida Ellis, também dos Estados Unidos, na entre 57 e 60kg.

As derrotas nas semifinais, que ao menos valeram o bronze, foram de Abner Teixeira para o cubano Erislandy Savón, sobrinho do lendário boxeador Félix Savón (tricampeão olímpico), na categoria até 91kg, e de Flávia Figueiredo para a norte-americana Naomi Graham, na entre 69 e 75kg.

QUADRO DE MEDALHAS - Com o final do quarto dia oficial de disputas, o Brasil está em terceiro lugar no quadro de medalhas. São 35 medalhas no total, sendo 11 de ouro, oito de prata e 16 de bronze.

A liderança é dos Estados Unidos, que já ganharam 66 medalhas - 28 de ouro, 22 de prata e 16 de bronze. Os norte-americanos são seguidos pelo vizinho México, que conquistou 44 pódios até agora: 13 de ouro, oito de prata e 23 de bronze.

Uma competição de levantamento de peso realizado na Rússia terminou com uma cena aterrorizante. O atleta russo Yaroslav Radoshkevich ao tentar levantar 250kg, fraturou a perna em três lugares em uma cena assustadora.

Yaroslav Radoshkevich tem 20 anos e entrou no torneio já com seu tornozelo lesionado, segundo o site 'RT', o que pode ter interferido no ocorrido. Na tentativa de levantar mais de 250 Kg, o atleta acabou por não suportar o peso e quebrou a perna direita em três lugares. A cena é chocante.

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O jogador foi socorrido e levado imediatamente para um hospital na região. Após a realização de exames foi constatada duas fraturas na canela e uma terceira fratura do tornozelo do atleta. A recuperação deve durar de 6 a 8 meses. Confira o vídeo, as cenas são fortes:

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A levantadora de peso Eliane Nascimento teve de modificar bastante a sua rotina de treinos após a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. O motivo foi a redução drástica dos investimentos que estrangulou a maioria das modalidades. Hoje, ela trabalha como personal trainer na maior parte do dia e treina na hora do almoço e nas horas vagas. Uma vez por semana, a atleta dá aulas de treinamento funcional na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Por enquanto, desistiu da seleção brasileira.

Com Wellison Silva, a situação é parecida. Depois de disputar os Jogos do Rio-2016 e ficar em 18.º lugar na categoria 85 kg, com o total de 325 kg (arranco de 145 kg e arremesso de 180 kg), ele não consegue viver apenas do esporte. Ele é atleta do Esporte Clube Pinheiros, mas precisa dar aulas de crossfit para complementar a renda. Ainda tem esperança de conseguir índice para o Pan-Americano da modalidade, que acontece de 12 a 19 de maio, em Santo Domingo, na República Dominicana.

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Sabe, no entanto, que tem um desafio de Hércules pela frente. Mais um além das dezenas de anilhas que levanta todo dia. "É muito complicado se dedicar aos treinos tendo que se virar para ganhar algum dinheiro. Manter o alto rendimento nessas condições é praticamente impossível", comentou o pesista, que já esteve em duas edições de Jogos Olímpicos pelo Brasil.

A escassez de recursos para os esportes olímpicos, tema já batido para as grandes modalidades, está matando de sede os esportes de menor expressão. Literalmente. Os esportes nanicos estão encolhendo ao perder praticantes. É o caso de Eliane Nascimento, por exemplo. Os atletas identificam ainda um círculo vicioso nisso: com pouco tempo para treinar, pois precisam trabalhar para pagar a conta de água, luz e telefone, eles têm dificuldades para conseguir bons resultados. Com isso, têm menos visibilidade e penam para obter patrocinadores. No fim das contas, as verbas ficam cada vez mais diminutas. É um beco sem saída.

"O esporte está acabando aos poucos, pois muitos atletas não têm como se manter", disse Rosane Reis, atleta do Pinheiros e terceiro-sargento da Marinha. Com 193 kg de marca (90 kg de arranco e 103 kg de arremesso), ela conseguiu no Rio de Janeiro um histórico quinto lugar, a melhor colocação da modalidade em uma Olimpíada. "O que salva os atletas é o apoio de alguns clubes e o Bolsa Atleta", completou.

CULPADOS - Na visão dos atletas, existem vários culpados para a crise. O primeiro, mais amplo, é a fase estrutural que espantou os patrocinadores depois da Olimpíada. Não escapou ninguém, da natação ao judô. Mas existem problemas mais localizados. No mês de março, os atletas do levantamento de peso fizeram um protesto reclamando de falta de diálogo com a Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos (CBLP). Eles simplesmente desistiram de participar de uma das seletivas para o Pan de Santo Domingo. Segundo o movimento, a entidade cortou os salários - média de R$ 2.500 -, vale-alimentação de R$ 200 e até o plano de saúde dos atletas da seleção brasileira. A única justificativa foi "falta de verba".

A entidade reconhece o tamanho da crise. "Como é de conhecimento público, diversas confederações tiveram redução de orçamento e perda de patrocínios. A Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos (CBLP) também foi atingida pela perda de nosso principal e único parceiro. Com isso, tivemos que realizar ajustes em quase todas as áreas", reconheceu o presidente Enrique Monteiro em nota enviada ao Estado. "Uma das áreas que não foram atingidas foi a de participação em eventos internacionais, no qual batemos recorde em termos de atletas participantes nessas competições", atestou.

A levantadora Liliane Lacerda aponta o dedo na direção dos clubes. "Eu vim do atletismo e sei que a confederação não tem essa obrigação financeira com os atletas. Os clubes deveriam oferecer esse tipo de ajuda. No Rio, a situação é mais crítica ainda. Não temos clubes interessados em apoiar nada", criticou.

OUTRO LADO - Enrique Monteiro rebate as críticas sobre o declínio técnico. Ele diz que a crise afastou patrocinadores, mas destaca os resultados de 2017. "Temos conseguido, apesar da redução de orçamento, resultados inéditos, como a vice-campeã mundial sub-20, a campeã pan-americano adulta e resultados inéditos no Campeonato Mundial Adulto", disse.

O dirigente revela ainda um acordo com um fornecedor de material esportivo. "Mesmo nesse cenário de redução de orçamento, assinamos um Termo de Cooperação com a melhor fabricante mundial de material esportivo (Eleiko). Isso proporcionará aos atletas material de última geração, que são os mesmos utilizados em Campeonatos Mundiais. Tenho certeza que os clubes fazem o mesmo".

Nos próximos dias, o Recife irá receber a primeira Clínica de Weighlifting do Norte/Nordeste. O curso será ministrado pelo professor Sidarta Geber, e terá três módulos (Snatch, Clean e Jerk) que serão divididos em três finais de semana durante os meses de outubro, novembro e dezembro.

A primeira etapa será realizada de sexta-feira (20) a domingo (22), e contará com a participação de vários profissionais e atletas da modalidade. Ao todo, serão 60 horas de aulas teóricas e práticas no Vikings Crossfit, no bairro do Espinheiro. O professor Sidarta Geber ministrará o curso juntamente com os professores auxiliares Fernando Fontelles, Rafael Souza, Emanuel Paes e Rafaella Rangel. As inscrições custam R$1500 e devem ser feitas pelo telefone (81) 99940-6732.

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Os atletas brasileiros abriram a participação na 29ª Universíade de Verão, realizada na China Taipei, ou Taiwan, com dois pódios no judô. 

Houve quebra de recorde brasileiro no levantamento de peso, com Luana Oliveira Madeira. Competindo pela categoria até 48 kg, ela bateu as próprias marcas em arremesso e total. No arremesso, a aluna-atleta mantinha a marca de 93 kg, superados com 94 kg. Na categoria total, ela passou de 169 kg para 170 kg.

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“Hoje tive a oportunidade de disputar com medalhistas mundiais e olímpicas, e devo isso ao meu treinador, que me fez acreditar que poderia conseguir. Espero, em 2020, estar novamente ao lado dessas meninas”, disse a atleta, que ficou com a quarta colocação.

Na natação, além da classificação em oito categorias, as mulheres chegam a uma final depois de jejum de 20 anos, com o revezamento 4 x 100 m livre.

Bárbara Timo disputou a final na categoria até 70 quilos com a japonesa Saki Niizoe e conquistou a medalha de ouro. Na Rússia, em 2013, a atleta não conquistou medalha, e em 2015 ela não participou da competição.

O aluno-atleta Vinícius Panini conquistou o bronze na categoria até 81 quilos, depois de ser derrotado e retornar na repescagem. O atleta caiu em chave dura, com representantes de Rússia, Japão e França.

A edição 2017 da competição internacional, a 29ª da Universíade de Verão, segue até 30 de agosto, com cerca de 7,7 mil alunos-atletas de 170 países, em competições de 21 modalidades. Além das 14 com participação brasileira, também há disputas de basquete, ginástica artística, polo aquático, tiro com arco, beisebol, golfe e patinação.

O Ministério do Esporte empenhou mais de R$ 6,1 milhões para a viagem da delegação, sendo que, desse total, R$ 2 milhões já foram encaminhados para a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). O repasse contempla passagens, hospedagens, taxas de inscrição, seguro de viagem, alimentação e uniformes.

Três atletas do levantamento de peso do Casaquistão tiveram retiradas suas medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, depois de a reanálise dos seus exames antidoping detectarem a presença de esteroides. As pesistas casaques estão em um novo grupo de atletas sancionados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta quinta-feira (27).

Zulfia Tchinchanlo, Maia Maneza e Svetlana Podobedova perderam as medalhas de ouro que haviam ganho nas divisões até 53 quilos, até 63kg e até 75kg, respectivamente. Todas testaram positivo para o esteroide estanozolol com a amostra de Chinshanlo também contendo oxandrolona.

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Também nesta quinta-feira, Marina Shkermankova, uma pesista da Bielorrússia, foi despojada de sua medalha de bronze na categoria até 69kg. Outro dois atletas do levantamento de peso do país, além de um russo do lançamento de martelo e outro do salto com vara foram desclassificados, ainda que nenhum deles tenha conquistado medalhas.

As punições para atletas do levantamento de peso bielorrussos e do Casaquistão vão desencadear uma punição automática aos dois países de participarem de competições internacionais do esporte por causa das regras da federação que impõem automaticamente esse sanção se pelo menos três competidores de um país falharem na reanálise de exames antidoping da Olimpíada.

O COI disse que um caso contra um lutador russo que ganhou uma medalha de prata não prosseguirá porque ele morreu em um acidente de carro há três anos. A comissão disciplinar do COI esclareceu que o resultado de Besik Kudukhov será mantido porque não pode pronunciar-se sobre casos de doping envolvendo mortos. "A situação não é satisfatória, uma vez que implica que os resultados olímpicos que provavelmente teriam de ser revistos permanecerão sem correção", observou.

As amostras de exames antidoping são armazenadas pelo COI durante um período de dez anos para que possam ser novamente analisadas quando os métodos de análise melhorarem.

O COI registrou um total de 98 casos positivos nas últimos reanálises de amostras dos Jogos de Londres e de Pequim-2008, com quase metade dos casos sendo no levantamento de peso, o que deixa o esporte sob questionamento. Em um evento da Olimpíada de 2012, seis dos dez primeiros colocados testaram positivo.

Gabriel Sincraian pode perder a medalha de bronze que conquistou na categoria até 85kg do levantamento de peso nos Jogos Olímpicos do Rio. O romeno foi flagrado em exame antidoping realizado durante a competição por consumo do agente anabólico testosterona. A Federação Internacional de Levantamento de peso (IWF, na sigla em inglês), porém, não deu maiores detalhes sobre o caso.

Inicialmente, a entidade havia anunciado que Sincraian estava em uma lista de quatro atletas que tiveram seus resultados anulados na Olimpíada, todos após testarem positivo em exame antidoping. Depois, a IWF voltou atrás, separando o romeno dos demais, cujos casos já eram públicos.

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Tomasz Zielinski, da Polônia, campeão europeu da categoria até 94kg, nem chegou a disputar a Olimpíada, após ser flagrado em exame antes dos Jogos. O irmão dele, Adrian Zielinski, também foi expulso do Rio. Izzat Artykov, do Quirgistão, perdeu o bronze da categoria até 94kg, que ficou com o colombiano Luis Javier Mosquera. Já Chagnaadorj Usukhbayar, da Mongólia, foi julgado já durante os Jogos. Ele não completou a prova na categoria até 69kg.

Já o caso de Sincraian só foi divulgado nesta quinta-feira. Ele chegou a cumprir dois anos de suspensão após ser flagrado pelo uso de Stanozolol e agora deve ser suspenso por oito anos, uma vez que é reincidente. O bronze deve ser herdado por Denis Ulanov, do Casaquistão.

A medalha seria a 18.ª do Casaquistão, que ficaria a uma de se igualar ao Brasil, que ganhou 19. A prova de Sincraian teve um brasileiro, Welisson Silva, que terminou no 18.º lugar.

Três campeões olímpicos chineses do levantamento de peso, além de outros oito medalhistas, perderam seus títulos após serem flagrados no doping, segundo informou a Federação Internacional de Levantamento de Peso nesta quarta-feira. As amostras que apontaram o uso de substâncias proibidas são da Olimpíada de Pequim, em 2008.

Cao Lei, Liu Chunhong e Chen Xiexia foram flagrados pelo uso de Ghrp-2, que estimula a produção de hormônios do crescimento - Chunhong também testou positivo para o estimulante sibutramina. Assim, perderam o título de Pequim-2008.

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Entre os demais medalhistas flagrados está o bielo-russo Andrei Rybakou, prata em 2008 e detentor do recorde mundial. Os demais são Anastasia Novikova, da Bielo-Rússia, Maria Grabovetskaya e Irina Nekrasova, do Casaquistão, Khadzhimurat Akkaev e Dmitry Lapikov, da Rússia, e Natalya Davydova e Olha Korobka, da Ucrânia. Todos estão previamente suspensos até que se conclua a investigação.

Há, ainda, outros quatro atletas que testaram positivo, mas não conquistaram medalha em 2008, como Maiya Maneza, do Casaquistão, e Iryna Kulesha, da Bielo-Rússia. Elas subiram ao pódio em Londres e já estavam suspensas após suas amostras de 2012 apontarem o uso de doping.

Os novos testes fazem parte de uma investigação liderada pelo Comitê Olímpico Internacional. As amostras têm sido guardadas por até dez anos para reanálises à medida que surgem novas tecnologias e novos compostos ilícitos. E uma série de irregularidades vem sendo encontrada entre os atletas do levantamento de peso.

Para enfrentar o problema, a modalidade colocou, entre os critérios de classificação à Olimpíada, uma restrição por acúmulo de casos de doping. Países com mais de nove atletas flagrados durante um ano poderiam ser excluídos do Rio-2016, como ocorreu com a Bulgária, que teve 11 casos no Europeu de 2015. Os halterofilistas russos, em meio ao escândalo do relatório McLaren, também não puderam disputar os Jogos.

Ainda assim, no Rio-2016, o medalhista de bronze Izzat Artykov, do Quirguistão, testou positivo para estricnina e foi excluído. O atleta mongol Chagnaadorj Usukhbayar, da categoria até 56kg, também foi desqualificado por doping.

O halterofilista do Quirguistão Izzat Artykov, primeiro medalhista a ser excluído dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 por doping, anunciou nesta sexta-feira (18) à AFP que recorrerá de sua exclusão e acusou o francês Bernardin Kingue Matam de tê-lo dopado. "É claro que vou apelar da decisão de me retirarem a medalha de bronze. É injusto", declarou por telefone à AFP.

"Eu nunca me dopei. Conquistei minha medalha honestamente", acrescentou, afirmando estar "chocado". "Eu suspeito que o halterofilista francês acrescentou produtos dopantes em minha bebida ou comida. Tudo isso começou com suas declarações e dúvidas quanto a minha vitória", ressaltou.

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Após a competição, o francês Bernardin Kingue Matam expressou suas dúvidas quanto aos seus adversários, dizendo que "esperaria o resultado dos exames de doping". "Se a Federação Internacional e o COI fizerem as coisas corretamente, acredito que subirei umas quatro posições, porque os cinco primeiros não estão limpos", afirmou.

Artykov, que foi desclassificado e excluído dos Jogos, testou positivo para estricnina, um estimulante, informou o TAS em uma decisão comunicada à AFP.

Levantando um total de 339 kg, o atleta terminou em 10 de agosto em terceiro lugar na categoria até 69 kg, prova vencida pelo chinês Shi Zhiyong Shi, que superou o turco Daniyar Ismayilov (351 kg). Com a punição, o colombiano Luis Javier Mosquera Lozano, 4º na prova, herdou a medalha de bronze.

Em um comunicado, a Agência do Quirguistão para a Juventude e Desporto já havia anunciado que a Federação do Quirguistão de Levantamento de Peso "prepara um recurso para o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS)" contra a exclusão de seu atleta.

O georgiano Lasha Talakhadze conquistou nesta terça-feira a medalha de ouro no levantamento de peso - categoria + 105 quilos - dos Jogos Olímpicos do Rio, estabelecendo um recorde mundial.

Talakhadze levantou o total 473 kg (215 no arranque e 258 no arremesso), recorde mundial, e superou em 22 quilos seu principal adversário, o armênio Gor Minasyan, que ficou com a prata.

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O também georgiano Irakli Turmanidze levou o bronze.

Talakhadze aproveitou a falha do grande favorito, o iraniano Behdad Salimi, campeão nos Jogos de Londres-2012, que após bater o recorde do arranque, com 216 quilos, cometeu três falhas no arremesso e foi eliminado.

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Rosane Reis dos Santos deu sorte. A prova dela, na categoria até 53kg do levantamento de peso, é a disputa individual da Olimpíada com o menor número de competidoras. Apenas 10 atletas foram inscritas pelas suas respectivas confederações nacionais, o que deixa a brasileira como real candidata a uma medalha. Na mesma modalidade, Welisson Rosa terá 24 rivais na categoria até 85kg.

Essa discrepância ocorre porque, no levantamento de peso, os países recebem um determinado número de credenciais a partir do resultado coletivo nas competições seletivas (no caso, nos últimos dois Mundiais). Depois, escolhem como dividir essas credenciais pelas categorias de peso, priorizando, claro, seus atletas com mais chances de bons resultados.

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Pouca gente apostou na categoria feminina até 53 kg. Estão inscritas atletas de apenas 10 países: Brasil, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Letônia, Nicarágua, Filipinas, Taiwan e Uruguai. E ninguém optou por levar duas competidoras.

"Só tem três acima de mim. Eu entro na competição como a quarta melhor. Significa que é uma possibilidade de uma medalha", avalia Rosane, campeã do evento-teste com um total de 195kg levantados.

O pódio tende a ser disputado pela chinesa Yajun Li (221kg como melhor resultado entre 2015 e 2016), a filipina Hidilyn Diaz (214kg) e a taiwanesa Shu-Ching Hsu (221kg). "Se uma delas vacilar, eu posso ganhar uma medalha", avalia Rosane. No levantamento de peso, os atletas escolhem quantos quilos querem tentar levantar. Quem apostar muito alto, mirando o ouro, pode ficar sem resultado.

"Isso me motiva muito. Preciso fazer meu melhor e esperar para ver o que vai dar lá em cima", diz a brasileira, que, se fizer o que está acostumada, vai alcançar o melhor resultado da história da modalidade no País - Jaqueline Ferreira foi oitava em Londres-2012 .

Rosane chega à Olimpíada como candidata à medalha depois de ser quarta colocada no Pan de Toronto. Entretanto, as três atletas que ficaram à frente dela - de Colômbia, Venezuela e República Dominicana - não foram inscritas. Das 12 primeiras do Mundial de Houston, no ano passado, só três estarão no Rio - Hsu ganhou o ouro e Diaz, o bronze.

A brasileira briga diretamente pelo posto de quarta força da prova contra a letã Rebeka Koha, que levantou 198kg no Mundial do ano passado, a sul-coreana Jin Hee Yoon, que alcançou 193kg este ano, e a japonesa Kanae Yagi (191kg no Mundial). As demais atletas têm resultados bem inferiores. Rosane mira somar entre 200kg e 205kg.

A equipe que vai representar o Brasil no levantamento de peso chegará ao Rio-2016 rachada. De um lado estão a comissão técnica, os treinadores e quatro dos atletas que competirão na Olimpíada. Do outro, Jaqueline Ferreira, convocada pelo presidente da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP), Enrique Montero Dias. Ela sequer está treinando com a equipe no CT da Unimed, em Guaratiba, na zona Oeste do Rio.

"Esse presidente não tem estrutura para gerir nada", ataca Fernando Saraiva Reis, bicampeão dos Jogos Pan-Americanos e única esperança de medalha para o Brasil nos Jogos do Rio. "Foi uma decisão bem política e arbitrária", reclama.

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No começo do ano, a comissão técnica, liderada por Edmílson Dantas, determinou que, independente da categoria de peso, seriam convocados os atletas com os cinco melhores "índice Sinclair" no evento-teste, que valeu como Campeonato Sul-Americano, no Rio, e o Campeonato Pan-Americano, disputado em Cartagena, na Colômbia. Esse índice é mundialmente utilizado no levantamento de peso para comprar resultados de atletas de categorias diferentes.

Encerrado o Pan, Edmilson se reuniu com os técnicos da equipe - o romeno Dragos Stanica e o cubano Luís Lopez - e, ainda em Cartagena, definiu a convocação de Fernando (+105 kg), Mateus Gregório Machado (até 105kg), Welisson Rosa (até 85kg), Rosane Santos (até 53kg) e Bruna Piloto (até 63kg).

"Depois da reunião, fui convocada. Voltei para o Rio, treinei forte por duas semanas, já pensando na Olimpíada. Só que aí veio isso. Foi decisão do presidente, que não deveria ter interferido. Meu suor foi por água abaixo", reclama Bruna Piloto, com água nos olhos. "Quem fez todos os critérios foi o Edmilson. Ele passou para todo mundo, estava todo mundo ciente".

Luís Lopez, que é técnico de Bruna e dos três convocados para a equipe masculina no Pinheiros, confirma a versão. "Nós treinadores seguimos parâmetros técnicos. Foi decisão arbitrária por parte do presidente, que interferiu em decisões técnicas. Sempre foi informado que os resultados de duas competições, pelo índice Sinclair, iriam determinar quem iria. Isso foi totalmente mudado pelo senhor presidente", protesta o cubano.

A CBLP rebate. Diz que a "coordenação técnica" definiu que, em 2013, foi definido que cinco eventos valeriam como tomada de índices, não apenas dois. Mas a entidade não permite que Edmilson conceda entrevistas para confirmar a versão - o coordenador compartilhou recentemente nas redes sociais uma postagem do cubano contestando a convocação.

"Só existe uma verdade. Só tem duas pessoas autorizadas a falar em nome da confederação: eu e a assessora de imprensa. As regras têm que ser claras e quantificáveis. E para evitar qualquer tipo de polêmica definimos o índice Sinclair", diz Montero, negando que a reunião em Cartagena entre os dois técnicos e o coordenador da equipe tenha definido a convocação. Só ele poderia fazer isso. Uma coletiva de imprensa com os convocados chegou a ser cancelada.

Para Lopez, a decisão de Montero Dias foi com vistas à próxima eleição para a presidência da CBLP. "Há um conchavo político", denuncia. "A Jaqueline é uma atleta que merece respeito, foi finalista olímpica (em 2012), mas hoje não era quem estava na forma desportiva para representar o País".

A equipe treina em Guaratiba desde janeiro. Bruna voltou para lá após o fim do Pan, convocada para a Olimpíada. Nove dias depois, recebeu a ligação de Montero avisando que ela deveria ir embora. Jaqueline estava convocada para a Olimpíada em seu lugar. "É lamentável que alguém tome uma decisão dessa e interfira tão negativamente na vida de uma pessoa. Ficamos revoltados", conta Fernando, que diz não ver a hora de uma conversa "cara a cara" com o dirigente. Para Montero, razões pessoais motivam a revolta do peso pesado e de seus companheiros de equipe.

O esporte brasileiro de alto rendimento está mais uma vez envolvido em um escândalo de doping. Agora é no levantamento de peso, que teve duas atletas provisoriamente suspensas pela Federação Internacional (IWF, na sigla em inglês). Ambas treinam diariamente no Cefan, da Marina, no Rio. Uma delas é Aline Facciolla, de apenas 16 anos, atual campeã mundial no sub-17.

De acordo com comunicado da IWF, Aline testou positivo para o esteroide anabolizante boldenona, usualmente utilizado por cavalos. A jovem, natural da comunidade do Acari, no Rio, é mais forte do que qualquer garoto brasileiro da mesma idade.

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No Campeonato Sul-Americano, em dezembro, no Peru, ela bateu o recorde brasileiro da categoria até 48kg levantando 169kg na soma de arranco e arremesso. O recorde sub-17 masculino na categoria até 50kg é de 175kg. Foi exatamente no Sul-Americano, entretanto, que Aline foi pega em exame antidoping, recebendo suspensão provisória. Agora, a IWF aguarda a contraprova para levar a brasileira a julgamento.

Além dela, também testou positivo para a mesma substância proibida Alexsandra De Aguiar Goncalves, da mesma idade. Natural de Duque de Caxias, Alexdandra também é atleta do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), da Marinha, e treinada por Carlos Henrique Aveiro, o Saul.

Questionada, a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP) disse que "não comenta casos em processo de julgamento e não tem autorização para comentar ou divulgar processos que estão correndo na federação internacional". A entidade reforça que "apoia todas as ações da Wada, ABCD, ou quaisquer outras entidades de controle de dopagem no esporte".

Os casos de Aline e Alexdandra aumentam a lista de brasileiros recentemente pegos em exame antidoping. No boxe, Clélia Costa, medalhista de bronze no Mundial de 2014, recebeu dois ano de suspensão. Uênia Fernandes, do ciclismo, está suspensa por quatro anos. Sua prima, Marcia Fernandes, cumpre outros dois anos. Atletismo e natação também tiveram casos recentes de doping.

A Federação Internacional do Levantamento de Peso anunciou a suspensão provisória do russo Aleksei Lovchev, que se sagrou campeão mundial na categoria acima de 105kg no fim de novembro, por doping.

Lovchev foi um dos destaques do Mundial disputado em Houston, nos Estados Unidos. Além de levar a medalha de ouro na sua categoria, ele fez fez história ao quebrar o recorde mundial quando levantou um total de 475kg, sendo 211 deles no arranco e 264 no arremesso.

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De acordo com a Federação, o teste antidoping flagrou a presença do hormônio ipamorelin, proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). O resultado teria sido obtido depois do Mundial de Houston. A Federação não confirmou se Lovchev perdeu a medalha de ouro conquistada em novembro.

Se a suspensão acarretar em cassação da medalha, muitos resultados do Mundial terão que ser revistos porque outros atletas, principalmente russos, também foram flagrados em doping.

Segundo a Federação Internacional, os russos Aleksei Kosov, Olga Zubova e Olga Afanaseva também falharam nos testes. Além deles, os medalhistas Kim Kwang-song, da Coreia do Norte, e os casaques Almas Uteshov e Zhassulan Kyrdyrbayev foram flagrados em testes positivos para substância proibida. Ao todo, foram 24 casos detectados no Mundial.

O ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, saiu em defesa dos seus atletas, principalmente do campeão mundial Aleksei Lovchev. Ele alegou que o hormônio detectado no exame estaria liberado para tratamento regular na medicina.

Mutko enfrenta uma das piores crises do esporte russo, abalado por diversas denúncias de doping. Em novembro, a Federação Russa de Atletismo foi suspensa pela A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) depois que a Agência Mundial Antidoping divulgou relatório em que denuncia doping sistemático no esporte russo, contando inclusive com apoio estatal. Denúncias de doping no atletismo da Rússia foram recorrentes ao longo da temporada 2015.

Contra a vontade de muitos atletas, a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso aceitou como atleta brasileiro o norte-americano Pat Mendes, que teve as portas fechadas nos EUA depois de ser pego duas vezes no doping e suspenso por dois anos. Ele competiu no Pan defendendo o Brasil e caiu no doping mais uma vez.

De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), Pat, que foi quarto lugar na categoria até 105kg do levantamento de peso, sem obter medalha, testou positivo para um anabolizante, em exame coletado antes da competição, no domingo. Ele está suspenso provisoriamente até que seja julgado. Se punido, será expulso do esporte.

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"Lamentamos o ocorrido e aguardamos o julgamento do atleta por parte das instâncias competentes antes que seja feito qualquer comentário precipitado. No entanto, o Comitê Olímpico do Brasil e a Missão Brasileira em Toronto reiteram a tolerância zero com o doping no esporte", afirmou Roberto Nahon, chefe-médico da Missão Brasileira em Toronto.

Pat já foi conhecido como o "adolescente mais forte dos Estados Unidos". Fenômeno no Youtube, aparece, em vídeos de 2010, batendo o recorde mundial júnior em treinos. Natural de Las Vegas, Pat foi logo tratado como fenômeno, mas não era bem assim.

Campeão norte-americano da categoria +105kg em 2011, levantando um total de 389kg (Fernando Reis Saraiva foi campeão pan-americano naquele ano com 410kg), Pat não repetia nas competições o desempenho dos treinos. Até que passou por dois testes antidoping fora de competição, em 7 e 27 de fevereiro de 2012. Testou positivo para hormônio do crescimento nos dois exames. Admitiu o doping e recebeu dois anos de suspensão. Ficou fora da Olimpíada de Londres, no mesmo ano.

A punição acabou em março do ano passado e, em setembro, Pat já estava competindo pelo Brasil. Ele é filho de pai brasileiro e, com as portas fechadas nos Estados Unidos, decidiu tentar competir na Olimpíada pelos donos da casa. Em maio passado, participou da seletiva para o Pan e se classificou na categoria até 105 kg (uma abaixo da que competia anteriormente), levantando um total de 370 kg, sendo 170 kg no arranco e 200 kg no arremesso. No Pan, teve o mesmo resultado e terminou em quarto lugar.

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