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O ex-presidente do BNDES Joaquim Levy disse nesta quarta-feira, 26, que a devolução de recursos da instituição ao Tesouro era uma questão "muito pacífica". Em depoimento à CPI do BNDES, Levy disse que a devolução deveria ser feita "levando em consideração os objetivos do banco".

Ao mencionar os R$ 30 bilhões devolvidos em maio, ele disse que esses recursos "não teriam uso nem no curto nem no médio prazo e tinham cumprido sua missão". "Recursos parados não geram retorno para o banco e fazia sentido devolver", afirmou.

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Levy afirmou ter dito ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que seria possível chegar ao fim do ano e devolver os recursos "com conforto". Guedes disse, em março, que o Tesouro pretendia cobrar do BNDES a devolução de R$ 126 bilhões neste ano - bem acima dos R$ 26 bilhões inicialmente planejados.

A resistência de Levy a esse pedido foi apontada como uma das causas de sua saída, anunciada no domingo, 16 de junho, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que ele estava com a "cabeça a prêmio".

O ex-presidente do BNDES disse que era preciso cuidado com a devolução, pois era necessário avaliar se o dinheiro devolvido efetivamente tinha cumprido sua função no banco. Levy citou que essa condição estava prevista em acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o tema.

Levy ressaltou ainda que a discussão sobre a devolução ocorria ao mesmo tempo em que a regra de ouro também não estava resolvida no Congresso. Segundo ele, o dinheiro poderia ser utilizado como justificativa pelos parlamentares para não aprovar o crédito suplementar de R$ 248 bilhões.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu dar uma solução caseira para a crise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e escolheu o secretário adjunto de Desestatização e Desinvestimento da pasta, Gustavo Montezano, como novo presidente do banco de fomento.

Engenheiro e mestre em Economia, Montezano, 38 anos, era o número dois do secretário de Desestatização, Salim Mattar, um dos cotados para assumir a presidência do banco depois que Joaquim Levy deixou o cargo, sob críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro.

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Enquanto Levy tinha larga experiência - tendo sido ministro da Fazenda no governo de Dilma Rousseff e diretor do Banco Mundial - Montezano é um nome "menos badalado" e deve cumprir à risca as determinações do governo, como devolver recursos devidos pelo banco ao Tesouro Nacional e abrir o que Bolsonaro chama de "caixa-preta" do BNDES, numa referência a informações sobre empréstimos feitos a empresas de países como Cuba e Venezuela.

A escolha de Montezano começou a circular no início da noite desta segunda-feira, 17, e, antes mesmo do anúncio oficial, foi confirmada pela líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann (PSL-SP), em sua conta no Twitter. Logo depois, o Ministério da Economia informou, em nota, o encaminhamento do nome do engenheiro para deliberação do Conselho de Administração do BNDES.

Montezano é visto como um nome próximo a Mattar, que teria preferido "emplacar" uma pessoa ligada a ele para continuar à frente da secretaria do Ministério da Economia. Guedes chegou a cogitar colocar Mattar no banco e transferir parte das atribuições da secretaria para o BNDES, como a gestão das privatizações federais, mas a ideia esbarrou na necessidade de mudanças legais.

Segundo o Estadão/Broadcast apurou, a ideia do governo é que Montezano atue em parceria com a secretaria de Mattar para viabilizar e acelerar as privatizações da União. Montezano é graduado em Engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia e mestre em Finanças pelo Ibmec, com 17 anos de carreira no mercado financeiro. Foi sócio do Banco Pactual, onde atuou como diretor executivo da área de commodities em Londres e, anteriormente, como responsável pela área de crédito, resseguros e project finance.

Nascido em Brasília, é filho do economista Roberto Montezano, que é professor do Ibmec há mais de 30 anos e trabalhou com Guedes na instituição. Montezano se animou com o governo Bolsonaro. Além do projeto liberal, já conhecia o presidente e os filhos desde os tempos de menino. Morou no mesmo condomínio que eles na Tijuca, no Rio.

Substituição. A escolha de Montezano foi feita após duas reuniões de Guedes com Bolsonaro ontem. A saída tumultuada de Levy do BNDES foi pouco citada - em nota, o Ministério da Economia agradeceu ao ex-presidente pela "dedicação demonstrada" enquanto no cargo.

Levy pediu demissão em carta divulgada no domingo, um dia após Bolsonaro ter dito que a cabeça do economista estava "a prêmio". Resistente à escolha de Levy desde o início por ele ter pertencido ao governo petista, Bolsonaro criticava o executivo por não abrir a "caixa-preta do BNDES". Guedes também estava descontente com a velocidade da devolução dos recursos emprestados pela União ao banco.

O estopim para a demissão foi a nomeação do diretor Marcos Barbosa Pinto para o BNDES. Sócio da Gávea Investimentos, ele havia trabalhado no banco também durante governos petistas, o que irritou Bolsonaro e o levou a criticar Levy no sábado.

Caixa-preta. O futuro presidente do BNDES assumirá o cargo numa saia-justa. Pelo lado da política, o principal objetivo será abrir a "caixa-preta" das operações do banco, como disse, antes do anúncio do nome de Montezano, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A tarefa não será fácil, seja porque, nos últimos anos, o BNDES já vinha ampliando as informações disponíveis, seja porque auditorias e operações da PF e do Ministério Público Federal ainda não comprovaram irregularidades envolvendo funcionários do banco.

A divulgação de informações públicas sobre as operações foi crescendo, desde o fim da gestão de Luciano Coutinho, ainda nos governos do PT - o processo foi acelerado a partir de 2015. Houve ampliação das informações disponíveis, mas grande parte dos avanços se deu na apresentação dos dados no site do banco. Tanto que a primeira tentativa de Levy de abrir a "caixa-preta", logo após a posse em janeiro, foi colocar na página do BNDES uma lista com os 50 maiores clientes. / COLABORARAM VINICIUS NEDER e RENATA AGOSTINI

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES decidiu ouvir o ex-presidente da instituição Joaquim Levy no dia 26 de junho, às 14h30. O colegiado já havia aprovado um requerimento do deputado Elias Vaz (PSB-GO) no dia 9 de abril, para que o economista fosse ouvido pela CPI. Neste domingo, 16, o presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), afirmou à reportagem que iria decidir nesta segunda-feira, 17, a data para convocá-lo.

A Câmara criou em março uma CPI para examinar operações do banco de 2003 a 2015, com foco no financiamento à internacionalização de empresas. Em abril, o banco chegou a criar um Grupo de Trabalho para atender informações e documentos solicitados pelos deputados.

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Agora, com a demissão de Levy, deputados decidiram acelerar o evento.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que não pretende fazer julgamentos sobre a saída do presidente do BNDES, Joaquim Levy, após os episódios do fim de semana.

"Eu não quero fazer julgamentos sobre atitudes do governo federal", afirmou, em entrevista após o Ethanol Summit, em São Paulo, nesta segunda-feira, 17. "Levy é um bom profissional, bom economista, pessoa que sempre teve confiança do mercado e continua a ter", afirmou.

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Questionado se teria Levy em seu governo, Doria afirmou que ele é um bom nome. "Governo de São Paulo é composto por bons nomes. Um nome com essa qualificação seria muito bem visto", disse.

Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão promover um ato contra o que classificam "antipatriótica desconstrução" do banco. A manifestação, organizada pela Associação dos Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, está marcada para quarta-feira, 19, véspera do aniversário de 67 anos da instituição.

O ato foi marcado no dia 13 de junho, portanto, antes da demissão do presidente Joaquim Levy, mas ganhou maior repercussão a partir dos acontecimentos relacionados ao banco ocorridos neste final de semana. A nota divulgada pela entidade afirma que a manifestação é "contra a antipatriótica desconstrução do BNDES, em especial a medida do relator da reforma da Previdência de acabar com os repasses constitucionais do PIS e Pasep para o BNDES."

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De acordo com fontes da equipe econômica, uma das ideias aventadas é que o BNDES passe a ser o responsável por tocar as privatizações do governo. A avaliação é de que, com a redução do tamanho do banco na concessão de crédito, o órgão perdeu a relevância que tinha em governos anteriores para o fomento da economia e poderia, assim, assumir também outras funções, como a de gerir privatizações.

Segundo a associação, pelo menos cinco ex-presidentes do BNDES vão participar do protesto: Dyogo de Oliveira (abril de 2018 a janeiro de 2019), Paulo Rabello de Castro (maio de 2017 a abril de 2018), Luciano Coutinho (2007 a 2016), Luiz Carlos Mendonça de Barros (1995 a 1998) e André Franco Montoro Filho (1985 e 1986).

O pedido de demissão do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, "pode incomodar investidores que temem um retorno da intervenção do Estado na economia", diz reportagem publicada neste domingo pelo jornal britânico Financial Times. O jornal afirma ainda que a saída é mais um sinal de que "ideólogos do governo estão levando vantagem nas principais decisões".

O pedido de demissão de Levy aconteceu neste domingo. Na véspera, ele foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. "Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy", disse o presidente neste sábado [15]. "Falei para ele: [Levy] demite esse cara na segunda ou eu demito você [Levy] sem passar pelo Guedes [ministro da Economia]", afirmou ontem o presidente. "Ele [Levy] está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente. Barbosa Pinto trabalhou como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007, o que irritou Bolsonaro.

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O FT lembrou ainda que o governo vive outro escândalo, o do vazamento das mensagens atribuídas ao atual ministro da Justiça, Sergio Moro, pelo site The Intercept. Além disso, o jornal citou que o governo tenta aprovar a reforma da Previdência, e que o BNDES passa por um escrutínio cada vez maior por conta de suas práticas de empréstimo durante os governos do PT.

A maneira como o presidente Jair Bolsonaro conduziu a demissão de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi recebida por críticas entre pesos pesados do mercado financeiro que temem mais reflexos negativos na visão do investidor estrangeiro sobre o Brasil. A leitura é que, além de desnecessária, a postura do presidente também pode dificultar a atração de bons nomes para o governo.

O pedido de demissão por parte de Levy já era esperado desde a tarde de sábado após Bolsonaro dizer que "sua cabeça estava a prêmio". Não é de hoje que o governo e a equipe econômica estão insatisfeitos com o desempenho do BNDES na agenda de redução do tamanho dos bancos públicos. Especificamente do lado de Bolsonaro, ainda havia críticas sobre a necessidade de o presidente do BNDES "abrir a caixa preta" de empréstimos feitos durante o governo do PT.

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Uma fonte lembra que Levy já foi uma escolha feita pelas mãos do ministro da Economia, Paulo Guedes. Seu nome, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, teve dificuldade de passar pelo "escrutínio" da "direita". O estopim foi a indicação de Marcos Pinto Barbosa, ex-sócio de Armínio Fraga no Gávea Investimentos, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. Conforme a avaliação, "tirando a forma", a saída de Levy "já estava precificada".

O desfecho para a saída de Levy do BNDES desagradou a muitos executivos do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Uma fonte chama atenção para o impacto que a postura de Bolsonaro pode gerar não só no andamento da agenda de recuperação da economia brasileira mas, principalmente, na visão dos estrangeiros em relação ao País. Chega a comparar Bolsonaro com a ex-presidente Dilma Rousseff, bastante criticada no mercado financeiro por sua "postura impulsiva" em determinadas ocasiões.

A avaliação é de que o presidente aparentemente "não está nem aí para o ânimo dos investidores estrangeiros com o Brasil". E a conclusão é que episódios como este "dificultam um ambiente de estabilidade no mercado".

O presidente de uma gestora internacional de recursos afirmou que, a despeito de o investidor internacional ser pragmático e gostar da atual equipe econômica, não tem uma imagem tão positiva em relação ao governo Bolsonaro. Ele considera que falta postura ao presidente e reclama da recorrência de episódios desgastantes.

"Agora tem o presidente do BNDES. Antes, foi o presidente dos Correios. Teve também o Santos Cruz. Se a crise Moro crescer... aí começa a ficar complexo", avaliou.

Para o executivo de um grande banco, apesar da postura de Bolsonaro, o mercado segue otimista com a reforma da Previdência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, no processo de "fritura" de Joaquim Levy antes do pedido de demissão da presidência do BNDES deixou o Congresso com a impressão de que a equipe econômica continua participando da "usina de crises". O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que ficou "perplexo" pela forma como o ministro tratou o subordinado. Para ele, o ex-ministro era um quadro de qualidade que tinha muito a acrescentar para garantir as reformas que o País precisa neste momento.

O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), também criticou a demissão. "O presidente Bolsonaro não entendeu que alguns quadros são suprapartidários. Eles não contribuem com um ou outro governo. Contribuem com o País", disse. "É uma pena. No fim das contas, quem perde é o Brasil."

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Já o líder do Podemos, José Nelto (GO), levantou dúvidas sobre o real motivo da demissão. "Estou preparando para que ele seja convocado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, ele terá de ir lá explicar o motivo da demissão dele. Se foi por um motivo político ou se foi porque ele não quis abrir a caixa-preta do BNDES. Porque ele não mostrou os empréstimos internacionais, para países da América e da África, para a JBS também", disse.

A Câmara criou em março uma CPI para examinar operações do banco de 2003 a 2015, com foco no financiamento à internacionalização de empresas. Em abril, o banco chegou a criar um Grupo de Trabalho para atender com informações e documentos solicitados pelos deputados.

Um pedido para Levy se explicar no Congresso já tinha sido aprovado em abril. O presidente da CPI, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), disse ao Estado que vai decidir nesta segunda, 17, com os colegas da comissão a data da ida de Levy ao colegiado.

Até agora, Guedes era um dos poucos ministros do presidente Jair Bolsonaro que não tinha batido de frente com o Legislativo. Em um momento delicado para a tramitação da Previdência, a nova onda de crises incitou algumas lideranças a buscarem ainda mais o protagonismo das reformas econômicas.

Uma possível consequência aos ataques de Guedes, segundo uma fonte, seria o Congresso assumir totalmente o protagonismo da próxima grande reforma que é a tributária, deixando o Executivo de fora. A proposta do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), prevê a unificação de cinco tributos - IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS - num único Imposto sobre Operações com Bens e Serviços.

Previdência

A equipe econômica, porém, trabalha para reatar a relação com o Congresso, com o principal objetivo de fazer ajustes no parecer da reforma da Previdência apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB).

"A equipe econômica começa a tumultuar a parte política", afirmou o líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO). "O Congresso tem sido parceiro do Brasil e vai tocar todas as reformas. Temos de assumir o protagonismo", afirmou. "O governo tem sido inconstante. Muda as coisas, como quem muda de camisa. Ninguém pode ensinar o governo a governar", critica o líder do PL (antigo PR), Wellington Roberto (PB).

Para o cientista político da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antonio Carvalho Teixeira, o governo a perder protagonismo em questões como a reforma da Previdência. "Não sabemos o futuro do governo desse jeito. O governo perdeu capacidade de articulação e a impressão que tenho é que o protagonismo em relação à reforma da Previdência vai sair do Congresso e não do governo", afirmou.

Os líderes são praticamente unânimes ao negar que as críticas de Guedes ao Congresso possam atrapalhar a aprovação da Previdência. "A reforma da Previdência é do Brasil", diz Wellington Roberto. Sem comentar a crise, o presidente do PRB, deputado Marcos Pereira (SP), reafirmou neste domingo pelo Twitter, seu apoio à proposta. "Não é de hoje que a reforma da Previdência é essencial para a recuperação econômica do Brasil, por isso eu sou favorável."

Procurado pela reportagem, Guedes não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A saída de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não deve ter impacto sobre a reforma da Previdência, na opinião de Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria Integrada. No entanto, mesmo com eventual aprovação da reforma previdenciária, dificilmente haverá retomada considerável da confiança. Isso porque, avalia, esse tipo de acontecimento tende a atrapalhar a perspectiva de avanço de uma agenda liberal mais ampla de longo prazo.

"O efeito da saída é menos importante na agenda da reforma da Previdência e muito mais nos sinais da política econômica como um todo. O destino da reforma está mais associado dependente ao Legislativo e menos em relação ao papel do presidente da República", diz, acrescentando que pesa muito mais sobre o desenrolar da reforma as críticas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após a apresentação da proposta na Câmara na semana passada.

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No entanto, pondera que cada vez que há uma crise deste tipo, reforça a ideia de que dificilmente o governo conseguirá ter um desempenho minimamente estável em relação à sua popularidade. "Fica ainda mais ambiciosa a capacidade do governo em recuperar capital político e de melhorar sua imagem", diz.

Como não se trata da primeira baixa no governo, a avaliação de Cortez é de que uma agenda mais liberal no longo prazo pode ficar comprometida. Conforme ele, os sinais de aprovação da reforma previdenciária seguem firmes, bem como o prazo de quando isso poderá ocorrer e, além disso, trata-se de um projeto cujo texto é bom. Porém, mesmo com aprovação, ressalta, o crescimento econômico do País será fraco. "Vai gerar um crescimento em 2019 típico de cenário pessimista, sem reforma", observa.

Enquanto na pesquisa Focus do Banco Central, ainda está em 1,00%, já há instituições que estimam expansão econômica na faixa de 0,5% este ano, com o País enfrentando recessão técnica, já que há projeções de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. No primeiro trimestre, o PIB já f47ora negativo, em 0,2%. Em 2018, o crescimento econômico fora de 1,1%.

Carta

Por carta hoje pela manhã, o presidente do BNDES, Joaquim Levy, entregou hoje seu pedido de desligamento do cargo ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A saída ocorre após Levy ter recebido críticas do presidente Jair Bolsonaro ontem (15), em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES.

A economista e advogada Elena Landau criticou neste domingo, 16, através de redes sociais a postura do governo do presidente Jair Bolsonaro no episódio que provocou o pedido de demissão de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo ela, Levy jamais teria anunciado a admissão de um diretor sem que o nome tivesse passado pela aprovação do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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"BNDES não tem essa independência. Todos os diretores passam pelo crivo do ministro. Deveriam ter demitido logo Levy, mas esperaram essa historinha sem sentido para ter apoio da malta das redes", escreveu Elena Landau em seu perfil no Twitter.

Elena foi diretora do BNDES durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Hoje ela presidente o movimento Livres, que defende o liberalismo econômico.

Em outra postagem, a economista sugeriu que Paulo Guedes estava insatisfeito com a devolução de recursos do BNDES ao Tesouro.

"Guedes prometeu zerar déficit e acabou precisando de crédito complementar. Tava de olho no pagamento dos empréstimos do BNDES. Não veio o que ele esperava. Fez maior arruaça com os míseros 6bi da Caixa. E vocês acham que foi Bolsonaro sozinho que tirou Levy?", escreveu Elena.

Segundo ela, independentemente de quem for contratado como substituto na liderança do banco de fomento, toda a diretoria deverá ser trocada, "para mostrar que não está nas mãos dos funcionários, como disseram sobre Levy".

"Não tem nenhum sentido Levy, que trabalhou no governo PT, ser demitido porque chamou um técnico que trabalhou no governo PT. Isso tudo foi desculpa e deram um jeito, Bolsonaro e Guedes juntos, de tirar o cara. Guedes toda hora reclamava do Levy. Tudo ensaiado", criticou ela.

O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou neste domingo, 16, que a demissão de Joaquim Levy do BNDES joga contra os interesses do País. Embora reforce que não haverá impacto na tramitação da reforma da Previdência, Ramos afirmou que o episódio desconsidera o fato de que há quadros capazes de contribuir com qualquer governo.

"O presidente Bolsonaro não entendeu que alguns quadros são suprapartidários. Eles não contribuem com um ou outro governo. Contribuem com o País", disse Ramos ao Broadcast Político, por telefone. "É uma pena. No fim das contas, quem perde é o Brasil", emendou.

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Ramos afirmou que o Congresso seguirá trabalhando para "blindar a pauta econômica" e impedir que eventuais crises no governo Bolsonaro impactem na tramitação de projetos importantes, entre eles a reforma da Previdência.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, entregou seu pedido de desligamento do cargo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, conforme informou em nota distribuída à imprensa na manhã deste domingo, 16.

Levy foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro no sábado (15), em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento.

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"Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy", disse o presidente neste sábado 15. "Falei para ele: Levy, demite esse cara na segunda ou eu demito você sem passar pelo Guedes (ministro da Economia)", afirmou no sábado o presidente.

"Levy está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente. Barbosa Pinto trabalhou como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007, o que irritou Bolsonaro. No entanto, o próprio Levy foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.

Em nota, Levy declarou que sua expectativa é que o ministro da Economia aceite sua demissão. No comunicado, ele deseja a Guedes "sucesso nas reformas".

Leia a íntegra da nota de Joaquim Levy:

"Solicitei ao ministro da Economia Paulo Guedes meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda.Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas.

Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria.

E, especialmente, agradeço aos inúmeros funcionários do BNDES, que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade".

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) negou nesta quinta-feira, 23, que haja ingerência política no Fundo Amazônia. Na semana passada, o banco afastou a chefe do Departamento de Meio Ambiente, Daniela Baccas, após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciar uma análise que teria identificado "fragilidades na governança e implementação" dos projetos do fundo.

O Departamento de Meio Ambiente do BNDES é responsável pela operação do Fundo Amazônia, criado em 2008 com doações de R$ 3,2 bilhões da Noruega e de R$ 200 milhões da Alemanha.

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"O Fundo Amazônia para a gente é muito importante", afirmou Levy, ao chegar à feira de negócios sustentáveis Green Rio, onde participa de uma sessão no período da tarde tarde.

Segundo Levy, o Fundo Amazônia passa por um "processo de aprimoramento gerencial", durante o qual "estamos conversando muito com os doadores". Questionado por jornalistas sobre o afastamento da funcionária da chefia, Levy respondeu: "Não há ingerência política. No BNDES, não há ingerência política."

Na sexta-feira, Salles anunciou os resultados de uma análise sobre uma amostra de 30% dos 103 contratos já firmados pelo Fundo Amazônia desde 2008. Conforme uma nota oficial do ministério sobre o anúncio, Salles disse que a análise revelou que "há relatórios de desempenho sem informação, ausência de visitas in loco, prestação de contas sem o respectivo documento e que não corresponde aos relatórios de atividade".

Em nota divulgada no sábado, o BNDES disse que a decisão de afastar Baccas da chefia é uma "prática natural enquanto se esclarecem as questões levantadas" pelo Ministério do Meio Ambiente e não representa "qualquer suspeita específica sobre a conduta dos funcionários do banco".

A AFBNDES, associação que representa os servidores banco, cobrou a recondução da funcionária ao cargo e organizou um ato de desagravo na última segunda-feira. Para a AFBNDES, a diretoria do banco "destituiu uma funcionária exemplar de suas funções com base em um blefe do ministro do Meio Ambiente" e seu posicionamento no caso foi "uma racionalização precária para o que de fato é uma ingerência do Ministério do Meio Ambiente no BNDES". Segundo a associação, o afastamento enquanto se apura eventuais problemas não é "prática natural".

Embora Levy tenha dito que tem conversado com os doadores do Fundo Amazônia sobre um "aprimoramento gerencial", em nota divulgada ainda na sexta-feira, a Embaixada da Noruega no Brasil disse que não recebeu "nenhuma proposta das autoridades brasileiras para alterar a estrutura de governança ou os critérios de alocação de recursos".

Na nota, a embaixada rebateu as críticas do ministro Salles, classificando o Fundo Amazônia como "uma das melhores práticas globais de financiamento com fins de conservação e uso sustentável de florestas". "A Noruega está satisfeita com a robusta estrutura de governança do Fundo Amazônia e os significativos resultados que as entidades apoiadas pelo Fundo alcançaram nos últimos 10 anos", diz a nota.

O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy será o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atual diretor financeiro do Banco Mundial, Levy já está esvaziando suas gavetas na sede da instituição multilateral, em Washington (EUA), para se mudar para o Rio, substituindo Dyogo Oliveira no comando do banco de fomento brasileiro.

Segundo uma fonte que acompanha a formação da equipe de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, Levy assumiria o cargo sob promessa de ampliar a interação do BNDES com os organismos multilaterais, como o próprio Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Eventuais parcerias para o banco brasileiro captar recursos junto a essas instituições permitiriam ampliar o montante a ser devolvido ao Tesouro no próximo ano.

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A oficialização do nome de Levy para o cargo deve sair entre esta segunda (12) e terça-feira (13). O economista, que mora hoje nos Estados Unidos, estava em dúvida se aceitava o convite por conta da família - que não deve voltar ao Brasil de imediato -, mas acabou dizendo sim.

Liberal

A indicação de Levy pode ser considerada uma vitória da visão econômica mais liberal, capitaneada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro do governo. O grupo formado por militares na equipe de Bolsonaro, com visão um pouco mais estatizante, defenderia um BNDES menor, mas com alguma função no financiamento à inovação e aos investimentos em infraestrutura.

Já para o grupo mais liberal, o BNDES poderia se dedicar apenas às privatizações de estatais e estruturação de projetos de concessões de infraestrutura à iniciativa privada. Essa função teria prazo de validade. Vendidas as estatais e concedidos os principais projetos de infraestrutura em carteira, o BNDES poderia até mesmo ser extinto.

Assim como Guedes, Levy, que é engenheiro naval, tem doutorado na Universidade de Chicago, mais importante centro do pensamento liberal em economia. Secretário do Tesouro Nacional no governo Lula, integrando a equipe montada pelo então ministro da Fazenda Antônio Palocci, foi também secretário de Fazenda no primeiro governo de Sérgio Cabral no Estado do Rio.

Antes de voltar ao governo federal, no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, foi presidente da Bram, a gestora de recursos do Bradesco.

Quando assumiu o Ministério da Fazenda, em 2015, Levy comandou uma primeira rodada de contenção no BNDES, com elevação de taxas de juros. O economista Luciano Coutinho seguiu no comando do banco de fomento, mas o então ministro foi nomeado presidente do Conselho de Administração da instituição, ampliando a vigilância sobre suas ações.

Procurados, Levy e Guedes não responderam aos contatos.

Recursos

A atual programação do BNDES prevê a devolução de R$ 26,6 bilhões ao Tesouro em 2019, conforme o cronograma da reestruturação da dívida com a União, firmada em julho. Mas, na semana passada, o diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o banco poderia devolver R$ 40 bilhões a mais, se os desembolsos de 2019 ficarem entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões e não houver necessidade de devoluções ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Ampliar os montantes a serem devolvidos a cada ano significaria acelerar a estratégia de diminuir o BNDES para devolver antecipadamente os R$ 416 bilhões aportados pelo Tesouro entre 2008 e 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Muita polêmica causou a entrega do Título de Cidadão do Recife ao pré-candidato a presidente Levy Fidelix (PRTB), que aconteceu na noite dessa terça-feira (22), na Câmara Municipal do Recife. O vereador do Recife Hélio Guabiraba (PRTB), quem propôs a homenagem ao jornalista, fez um discurso em defesa de Levy  afirmando que ele tem uma “trajetória íntegra” durante sua vida pública. 

“Vivemos momentos difíceis no campo da política, com diversos escândalos de corrupção. Por isso, temos que, cada vez mais, valorizar dirigentes partidários que conseguem ter uma trajetória íntegra durante a vida pública. Entendemos que essa história que descrevemos justifica o pedido da entrega de Título de Cidadão Recifense a Levy Fidelix”, justificou durante o evento. 

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O vereador falou que Levy Fidelix, como presidente nacional do PRTB, tem uma histórica ligação com o Recife. “O PRTB-PE é o diretório mais antigo do partido, presidido por Edinazio Silva. As vindas de Levy à capital pernambucana são frequentes”, garantiu.

Ainda ressaltou que o presidenciável  escolheu o Recife para ser a primeira cidade a receber o PRTB-Jovem. “O município tem três vereadores filiados ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro e um envolvimento memorável com a biografia dessa figura de destaque nacional, que foi avalizada por meio milhão de brasileiros na última eleição presidencial”, ressaltou também contando que ele lançou o PRTB-Mulher para defender a entrada das mulheres na política. 

Durante seu discurso no plenário da Casa, Levi chegou a dizer que muito fará pelo Recife se for presidente do Brasil. “Quero lembrar que essa possibilidade existe, que essa possibilidade possa estar a caminho e ela sendo se concretizando trarei para cá o máximo possível de recursos”, ressaltou esperançoso. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O presidente do PRTB, o presidenciável Levy Fidelix, na noite desta terça-feira (22), desembarcou na capital pernambucana para receber uma homenagem que muito deu o que falar: o Título de Cidadão do Recife concedido, por unanimidade, pelos vereadores que compõem a Câmara Municipal do Recife. 

Durante seu discurso para uma Casa lotada, Levy não poupou modéstias ao falar que acredita que recebeu o título não por tudo o que fez "pelo querido Recife", mas pelo que pode vir a fazer caso seja eleito presidente da República. “Quero lembrar que essa possibilidade existe, que essa possibilidade possa estar a caminho e ela sendo se concretizando trarei para cá o máximo possível de recursos”, ressaltou esperançoso. 

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Levy afirmou que conhece a periferia do Recife. "Vejo o sacrifício e vejo nas periferias como esta cidade depende de recursos federais, estaduais e municipais e muitas vezes as pessoas não tem a quem recorrer, por isso creio que muito mais por essa perspectiva do que posso fazer é que esse título me foi concedido e isso me anima a prosseguir nesta caminhada se Deus e o povo assim desejarem", reforçou. 

Ainda tecendo elogios, o pré-candidato a presidente falou que o Recife possui o povo mais "politizado" do Brasil. "Por isso, me orgulho. Já recebi outros títulos, mas onde o país começou a ter a verdadeira brasilidade defendendo territórios contra os holandeses", recordou declarando que é preciso ter muito orgulho dessa história.  

Durante sua explanação, o jornalista fez diversas críticas sobre a atual situação do país afirmando que o sistema monetarista é "perverso" e que só arrecada para os bancos subtraindo a dignidade das pessoas ou as inserindo no Serasa. “São 64 milhões de brasileiros negativos e hoje temos 18 milhões de desempregados, não são 18”, lamentou. 

Entre as propostas, ele voltou a falar sobre retirar os impostos dos produtos da cesta básica como o pão e o arroz para beneficiar os que menos favorecidos, bem como dos remédios. “Que mal um aposentado pode pagar e, assim, a população vai ficando doente. Se abre mais farmácias do que padarias”.

 

No final do seu pronunciamento, ele falou para que o povo tenha coragem, escolham os candidatos que possam atender os anseios da população, e ainda pediu para que os brasileiros não se deixem levar pelo ceticismo. “Deus está conosco e os brasileiros estarão juntos sempre. O povo unido jamais será vencido”, finalizou. 

 

 

 

 

 

Em sua quarta disputa presidencial, Levy Fidélix, fundador do PRTB, disse que a eleição deste ano será diferente e, por esse motivo, possui reais chances de vencer o pleito. A declaração foi dada durante entrevista a uma rádio da Paraíba. “Hoje, as circunstâncias são outras, o tempo de televisão será quase igual, e também ninguém vai poder usar dinheiro de propina. Então, as chances são reais para o Levi Fidélix se eleger presidente da República, tenho certeza absoluta”, disse com convicção. 

Levy falou que seria um presidente “severo, ordeiro e justiceiro”. “O Brasil precisa disso. Um homem que venha a falar a linguagem do povo com honestidade. O que vemos hoje são candidatos da velha guarda falando aquele besteirol todo, mas que não tem moral”. 

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O jornalista e publicitário também disse que se o tivessem escutado, anteriormente, o Brasil poderia estar em outro patamar. “Se tivessem levado a sério as minhas propostas quando eu falava que o Brasil já estava quebrado porque o Brasil estava em uma situação difícil quando a Dilma já foi para a reeleição. Se os brasileiros estivessem atentos para isso, quem sabe com o meio milhão de votos que tive teriam se transformado em 30 milhões e, hoje, o Brasil estaria em paz com Levi Fidélix presidente”, salientou. 

Durante a conversa, ele lembrou algumas de suas propostas como imposto zero para remédios. Segundo ele, a população já é muito “sacrificada” diariamente comprando produtos a preços altos. “Mas ninguém levou a sério”, lamentou. 

“Eu sempre combati o bom combate. As chances e oportunidades existiam muito menos no passado. Hoje, já vemos todo mundo no mesmo patamar e o jogo era muito desleal em 2014. Enquanto a Dilma tinha onze minutos de televisão, eu tinha 55 segundos. Enquanto eu investi R$ 350 mil, a Dilma gastou R$ 350 milhões. Ora, praticamente não participei de eleição nenhuma, o jogo era desleal. Era eu o índio e ela [Dilma] com aquele canhão terrível, aliás, não me foge muitas vezes a chamei de canhão pelas repostas que ela da grosseiramente a muita gente”. 

Levy Fidélix também ressaltou que o primeiro passo para o país avançar sem corrupção é que se tenha um Congresso Nacional com mais “harmonia” no que diz respeito a votar leis viáveis para o país. Ele ainda salientou que os banqueiros iriam todos “em cana”, caso continuassem a “roubar” os brasileiros. O presidenciável não descartou que seu vice-presidente fosse um militar. 

Antes de criar o PRTB, Fidélix participou da fundação do Partido Liberal (PL), em 1986, quando se lançou na carreira política e disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo estado de São Paulo. Fidélix já concorreu três vezes à prefeitura da capital paulista e duas vezes ao governo do estado.

Pouco se fala sobre ele quando se trata de indagar quais serão os candidatos que devem disputar o cargo de presidente do Brasil, mas o presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Levy Fidelix, não desiste de tentar se tornar o presidente do país. Na eleição deste ano, será a terceira vez que disputa o cargo de presidente, mas no total já participou de 14º disputas eleitorais, nunca conseguindo ser eleito.      

Em 2016, quando foi candidato a prefeito de São Paulo, Fidelix chegou a dizer que um dia poderá conquistar uma vaga por eliminação dos demais. “Minha insistência é que vão colocar todo mundo em cana e, quem sabe, eu possa ganhar. Os desleais serão eliminados do jogo e vai ganhar quem for honesto e competente”, afirmou. 

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Polêmicas não faltam quando se trata de falar de Levy. Entre as mais marcantes, ele chegou a ser condenado pela justiça de São Paulo a paga multa de R$ 1 milhão (a defesa recorreu) para ações de promoção de igualdade da população LGBT, após declarações que havia feito durante debate das eleições em 2014. 

Na ocasião, ao ser questionado sobre o motivo de candidatos conservadores se recusarem a reconhecer as uniões homoafetivas, Fidelix disparou: "Tenho 62 anos e, pelo que vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais: me desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso mas não podemos jamais deixar esses que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar essa minoria à maioria do povo brasileiro”.

Nesta semana, ele - que hoje tem 66 anos - compartilhou em seu Facebook uma arte no qual critica a falta de seu nome em um estudo de um instituto de pesquisa, que aferiu os mais cotados para ser presidente do país. “Mais uma vez se esquecendo de Levy e prejudicando Bolsonaro. Só Lula sai ganhando e o povo perdendo”, diz o texto. 

No último domingo (4), em entrevista ao Portal da Band, ele classificou o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSC) de “radical” e se definiu como “conservador”. No entanto, garantiu que “convive bem com quem pensa diferente”. Também falou que não acredita que o ex-presidente Lula vai participar da eleição deste ano. 

Incomodado com a recepção negativa tanto do mercado quanto da base histórica do PT aos primeiros movimentos do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona o governo a anunciar logo nos primeiros dias de 2016 medidas concretas que sinalizem mudanças na política econômica rumo à retomada do crescimento. Para o petista, a criação de expectativas positivas no início do segundo ano do governo Dilma Rousseff é fundamental para garantir apoio popular à presidente na batalha contra o impeachment.

A preocupação foi manifestada por Lula no início da semana a auxiliares e integrantes do governo. Segundo relatos, o ex-presidente teria dito que o início da gestão de Barbosa conseguiu desagradar tanto à direita quanto à esquerda.

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O mercado financeiro reagiu mal ao anúncio do novo ministro. Apesar de Barbosa ter assumido com um discurso de manutenção do ajuste fiscal e equilíbrio das contas públicas, a resposta foi uma alta no preço do dólar e queda das ações na bolsa.

Por outro lado, a defesa do ajuste fiscal e o anúncio da intenção de fazer uma reforma na Previdência enfureceram os movimentos sociais que saíram às ruas para protestar contra o impeachment de Dilma.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, distribuiu uma nota na terça-feira com fortes críticas ao início da gestão Barbosa e o comparou a seu antecessor, Joaquim Levy, alvo de reclamações por ser, supostamente, um representante do setor bancário no governo.

"Agora, novamente no fim do ano, assisto atônito às mesmas cenas do ano passado. Muda o ministro da economia, mas não muda a política econômica. Era justamente isso que temíamos. Isso não vai acontecer. A primeira fala do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é semelhante à primeira de Joaquim Levy", disse Freitas, que tem acesso direto a Lula

Responsável pela mobilização de um dos maiores contingentes de militantes pró-Dilma nas ruas, o presidente da CUT afirmou, em tom de ameaça, que ela corre o risco de perder o apoio nas ruas e, consequentemente, o mandato presidencial.

"Exigimos que nos próximos dias, ao invés desse discurso conservador ultrapassado e subordinado ao mercado, o governo anuncie medidas de interesse da classe trabalhadora. Os golpistas estão de plantão com pedidos de impeachment ou renúncia. E as ruas só vão defender o projeto democrático popular se tiverem o que defender", disse o sindicalista.

Menos alinhado ao PT, Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), deu um ultimato à presidente. "Não adianta nada o novo ministro assumir e duas horas depois ir à TV para dizer que vai manter o ajuste fiscal. Dilma já perdeu o apoio popular. O que as ruas disseram na quarta-feira foi: esta é a última chance", afirmou.

Preocupado com as primeiras declarações do novo ministro da Fazenda, Lula quer criar uma nova narrativa para 2016. Segundo ele, a troca de nomes por si só não surte efeito. É preciso explicar para a população o que vai mudar com a entrada de Barbosa no lugar de Levy. Por isso, o ex-presidente tem procurado ministros para tentar convencer Dilma a anunciar medidas concretas nos próximos dias e dar um novo discurso a Barbosa.

Embora integrantes do governo falem no anúncio de um pacote nas próximas semanas, o cardápio de novidades ainda é considerado insuficiente. Por enquanto, estão na lista uma reforma da Previdência em acordo com empresários e empregados e a adoção de medidas para destravar concessões públicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prestes a deixar o governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira, 18, não se sentir traído, mas "um pouco decepcionado". Em café da manhã com jornalistas, Levy se esquivou por diversas vezes de responder se e quando deixará o governo.

Não confirmou, mas não negou, "muito pelo contrário". Admitiu, entretanto, que tem conversado com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto e disse que não quer constranger ninguém. "Ninguém quer causar constrangimento para o governo, não seria natural e não haveria razão", afirmou.

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Levy chegou a dizer que, independente do comandante, a Fazenda tem que ter alguém de perfil técnico e arrojado.

O ministro disse que tem bom relacionamento com a presidente, que ela tem bastante conhecimento do andamento da economia, mas "tem estado envolvida em outro processo que não tem natureza econômica", em referência ao debate sobre impeachment travado no Congresso. "Isso subtrai a capacidade de tocar uma agenda de mais reformas, mas ela tem sensibilidade", avaliou.

Por muitas vezes, Levy culpou a crise política pela retração econômica. O ministro, que tem gosto por palavras difíceis, disse que no cenário político brasileiro "há surpresas hebdomadárias (semanais)".

Decepção

Depois de ter assumido como uma espécie de última missão a aprovação de medidas provisórias que aumentam receitas e das peças orçamentárias, a decepção do ainda ministro é principalmente com o fato de não terem sido aprovadas as ações que ele chama de aumento da justiça tributária, particularmente as medidas previstas na MP 694, que aumenta o Imposto de Renda que incide nos juros sobre capital próprio (JCP) e suspende benefícios fiscais à inovação.

"Não me sinto traído, mas um pouco decepcionado. As principais medidas de aumento da justiça tributária (não foram aprovadas). São medidas de sinalização positiva para a economia", completou.

Despedida

Apesar de evasivo sobre sua saída, a conversa com os jornalistas foi em tom de despedida. Levy usou por diversas vezes os verbos no passado, numa espécie de balanço de sua gestão, relembrando questões como a redução dos subsídios no Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES. "A maior parte daquilo que eu coloquei como uma primeira rodada de coisas importantes a serem realizadas ao longo do ano, a gente, se não conseguiu concluir, encaminhou de uma maneira muito concreta", completou.

Ao final do encontro, o ministro tirou uma foto com os presentes. Disse que queria colocá-la em seu escritório - ao invés de dizer gabinete, que é onde trabalha um ministro de Estado.

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