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"Estamos com medo do despejo a qualquer momento", afirma, preocupada Alcina Lourenço, uma moradora de Lisboa afetada pela crise habitacional, que o governo português não consegue superar, apesar das medidas anunciadas recentemente.

Assim como ela, que considera insuficientes as ações do Executivo socialista, milhares de portugueses protestam neste sábado (30) nas ruas da capital e de outras 20 cidades em defesa do direito à moradia, uma mobilização convocada por quase 100 associações.

Da noite para o dia, Alcina, de 49 anos, viu seu aluguel multiplicado por 20, passando de 30 para 600 euros (de R$ 160 para R$ 3180). Incapaz de arcar com a nova despesa, ela recebeu uma solicitação para deixar seu apartamento localizado no centro de Lisboa, onde vive desde os seis anos.

"Não sei para onde ir", lamenta a portuguesa, que cuida do pai de 89 anos, que se desloca em uma cadeira de rodas, e do marido, 61 anos, que faz tratamento contra o câncer.

A crise da moradia enfrenta problemas desde que Portugal, ameaçado de falência, recorreu em 2011 a uma ajuda financeira internacional.

Para ajustar as contas e atender às demandas do credores, o país se abriu para investimentos estrangeiros, graças a uma série de medidas como os "vistos dourados" - permissões de residência concedidas a investidores ricos - ou vantagens fiscais para aposentados estrangeiros e os "nômades digitais".

Os investidores contribuíram em grande medida para dinamizar o mercado mobiliário e para a renovação das grandes cidades, que registram o aumento dos aluguéis de curta duração em resposta ao fluxo dos turistas.

Segundo um estudo da fundação portuguesa Francisco Manuel dos Santos, entre 2012 e 2021 o custo de moradia aumentou 78% em Portugal, contra 35% no conjunto da União Europeia.

No segundo trimestre de 2023, a renda média voltou a subir em 11%, segundo dados oficiais publicados nesta semana.

- Diferença entre salários e preços da moradia -

A chegada dos investidores estrangeiros "desequilibrou o mercado", ampliando a diferença "entre os salários e os preços da moradia", explica à AFP Augustín Cocola Gant, pesquisador do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.

Quase 25% dos portugueses vivem com um salário mínimo mensal de 886 euros (R$ 4.700), destaca.

O aumento das taxas de juros decidido pelo Banco Central Europeu (BCE) em resposta à crise inflacionária tornou a situação ainda mais dramática em um país onde 87% dos titulares de empréstimos hipotecários enfrentam taxas variáveis.

"Minha prestação passou de 400 para 647 euros (R$ 2120 para R$ 3428), relata Cláudia Martins, uma professora de 40 anos que vive sozinha no subúrbio norte da capital.

Para ajudar quase um milhão de famílias, o governo decidiu, na semana passada, permitir que os devedores sejam beneficiados por uma taxa reduzida durante dois anos.

O mecanismo soma-se ao conjunto de medidas apresentado em março para conter o aumento dos preços, que prevê o fim dos "vistos dourados" e o aluguel obrigatório de moradias vazias há mais de dois anos nas regiões mais populosas.

O papa Francisco chegou nesta quarta-feira (2) em Lisboa, onde é aguardado por quase um milhão de jovens peregrinos de todos os continentes para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um grande evento para uma Igreja Católica em plena reflexão sobre seu futuro.

Com 11 discursos e 20 eventos públicos previstos, a agenda da 42ª viagem ao exterior do pontífice será intensa para o jesuíta argentino, de 86 anos, que passou por uma cirurgia no abdômen há dois meses.

"Voltarei (da viagem) rejuvenescido", afirmou o papa a um grupo de 80 jornalistas que o acompanharam no avião, que pousou às 9H45 locais (5H45 de Brasília) no aeroporto militar de Lisboa, onde ele foi recebido pelo presidente de Portugal, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa.

O estilo direto e espontâneo de Francisco rendeu uma grande popularidade entre os jovens e muitos esperam que ele aborde em Lisboa temas importantes para esta geração, como a guerra na Ucrânia, o meio ambiente ou a justiça social, no momento em que a Igreja Católica enfrenta o desafio da secularização na Europa.

Os organizadores da JMJ esperam a presença de um milhão de peregrinos, procedentes de mais de 200 países, em uma semana de atos festivos, culturais e espirituais que começou na terça-feira com a missa de abertura celebrada em um parque no centro da capital portuguesa.

As autoridades de Lisboa mobilizaram 16.000 integrantes das forças de segurança, do serviço de proteção civil e do setor de emergências médicas para o evento.

A menos de dois meses do início no Vaticano de uma assembleia que deve examinar o futuro da Igreja, a JMJ é vista como um termômetro sobre a posição dos jovens católicos a respeito de questões como o tratamento das pessoas LGBTQIA+, o eventual casamento dos padres ou a posição das mulheres.

- Saúde frágil -

Antes do primeiro encontro com os jovens na quinta-feira, a agenda de Francisco será dedicada nesta quarta-feira às autoridades e ao clero de Portugal, país em que 80% dos 10 milhões de habitantes se definem como católicos.

Francisco fará o primeiro discurso às autoridades e ao corpo diplomático no Centro Cultural de Belém. Durante a tarde se reunirá com representantes do clero português no Mosteiro dos Jerônimos.

Quarto papa a visitar Portugal, onde já esteve em 2017, Francisco pode aproveitar a JMJ para abordar a delicada questão dos abusos sexuais de menores de idade na Igreja, seis meses após a publicação de um relatório impactante de uma comissão de especialistas independentes.

O documento, divulgado em fevereiro após a investigação solicitada pela Conferência Episcopal portuguesa, revelou que 4.815 menores foram vítimas de abusos sexuais em um ambiente religioso desde 1950. As agressões foram ocultadas pela cúpula eclesiástica de forma "sistemática", segundo o relatório dos especialistas.

De acordo com a Conferência Episcopal e a direção do comitê organizador local da JMJ, o papa deve reunir-se em caráter privado com vítimas dos abusos, mas o encontro não aparece em sua agenda oficial.

No sábado, Francisco fará uma rápida visita ao santuário de Fátima, antes de retornar a Lisboa para participar em uma grande vigília e presidir a missa final da JMJ no domingo.

Considerada a maior reunião internacional de católicos, a JMJ foi criada em 1986 por iniciativa de João Paulo II. A edição de Lisboa deveria ter acontecido em 2022, mas foi adiada devido à pandemia.

Depois dos encontros no Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019), esta é a quarta JMJ para Francisco, cuja saúde parece cada vez mais frágil. Hospitalizado três vezes desde 2021, o pontífice argentino se desloca atualmente em uma cadeira de rodas ou com o auxílio de uma bengala.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o maior encontro católico do mundo, começa oficialmente nesta terça-feira (1º) em Lisboa, um dia antes da chegada a Portugal do papa Francisco, que, aos 86 anos e apesar do frágil estado de saúde, deve se reunir com mais de um milhão de fiéis nos próximos dias.

Francisco deve desembarcar na quarta-feira (2) na capital portuguesa. O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, será o responsável por presidir a missa de abertura da JMJ em um grande parque no centro da cidade a partir das 19h00 (15h00 de Brasília).

As autoridades locais calculam a presença de quase 300.000 fiéis neste primeiro encontro, mas o público deve alcançar um milhão de peregrinos na missa final, que será celebrada pelo papa no próximo domingo (6).

A agenda da 42ª viagem do pontífice ao exterior desde sua eleição em 2013 é bastante intensa, com uma dezena de discursos e quase 20 eventos previstos, apenas dois meses após a cirurgia no abdômen que exigiu vários dias de hospitalização.

- "Momento especial" -

A visita papal de cinco dias mobilizará 16.000 integrantes das forças de segurança, do serviço de proteção civil e do setor de emergência médica. Várias rodovias e estações de metrô permanecerão fechadas. Os controles na fronteira com a Espanha serão restabelecidos de maneira excepcional.

"É um evento único por sua magnitude”, disse o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, recordando que o número de peregrinos aguardados representa 10% da população portuguesa, que é de 10 milhões habitantes.

"Acredito que será uma experiência incrível estar no mesmo lugar que o papa", afirmou Barbara Weisz, uma estudante americana de 19 anos, que viajou ao lado de 30 amigos de uma igreja de San Diego (Califórnia).

"É um sentimento especial, estar ao lado de tantos jovens que compartilham as mesmas crenças", acrescentou ao lado dos colegas de viagem, reunidos diante de um hotel para visitar a cidade antes da missa de abertura.

Os diversos grupos começam a lotar as ruas de Lisboa, em particular nas proximidades das principais igrejas da cidade, onde os voluntários, com camisas amarelas, recebem os peregrinos.

"É um momento especial. Você precisa fazer pelo menos uma vez na vida", disse o peregrino Samuel Navarro, um estudante espanhol de 19 anos.

- Violência sexual -

Na quarta-feira, o papa fará o primeiro discurso diante das autoridades portuguesas e do corpo diplomático. Na quinta-feira e na sexta-feira, Francisco se reunirá com grupos de jovens e voluntários.

O pontífice deve passar a manhã de sábado no célebre santuário de Fátima, que fica 130 km ao norte de Lisboa e que ele visitou em 2017, e participará em uma grande vigília em um parque da capital antes de presidir a missa final de domingo.

Embora o Vaticano não tenha confirmado de forma oficial, de acordo com a Conferência Episcopal portuguesa, o papa deve ter um encontro privado com vítimas de agressões sexuais contra menores de idade cometidas por membros do clero português, seis meses após a publicação de um relatório impactante sobre o tema.

A investigação de uma comissão de especialistas independentes, solicitada pela cúpula católica portuguesa, destacou que pelo menos 4.815 menores foram vítimas de violência sexual dentro da Igreja desde 1950.

Até o momento, no entanto, não foi divulgado nenhum detalhe sobre o encontro com as vítimas portuguesas.

"Sei que acontecerá e que será comunicado, mas não sei onde será nem com quantas pessoas", disse o cardeal Clemente.

"Da parte da Igreja portuguesa, o empenho é total para resolver a questão", destacou em uma entrevista coletiva na segunda-feira.

Dois meses depois de uma cirurgia no abdômen, o papa Francisco chega a Lisboa na quarta-feira (2) para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), da qual participarão um milhão de jovens católicos de todo o planeta.

Apesar das duas internações este ano, Francisco, de 86 anos, está com a agenda lotada para esta viagem de cinco dias, a 42ª desde sua eleição em 2013.

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O papa proferirá nada menos que onze discursos e realizará vinte encontros ao longo destes dias na capital portuguesa.

Jorge Bergoglio, cujo estilo direto e espontâneo é muito popular entre os jovens, abordará temas importantes para esta geração, como o desafio climático, em um momento em que a Igreja Católica perde raízes na Europa e reflete sobre seu futuro.

Os organizadores esperam cerca de um milhão de peregrinos de todos os continentes para esta semana de encontros festivos, culturais e espirituais que se iniciam na terça-feira (1º). O governo português prevê entre "um milhão e um milhão e meio de pessoas".

"A visita papal mais longa já feita a Portugal" vai implicar o destacamento de 16 mil elementos das forças de ordem, proteção civil e serviço de emergência médica, disse o chefe do Sistema de Segurança Interna, Paulo Viseu Pinheiro.

Várias rodovias e estações de metrô vão fechar, em um desafio para esta cidade de 550 mil habitantes, que já recebe muitos turistas neste verão.

- Encontro com vítimas de abusos -

Na quarta-feira, o papa fará seu primeiro discurso perante as autoridades do país e do corpo diplomático. Na quinta e na sexta-feira ele se reunirá com grupos de jovens e voluntários.

No sábado, passará a manhã no famoso santuário de Fátima, situado 130 quilômetros ao norte de Lisboa, onde já esteve em 2017, e participará de um evento em um parque da capital antes de presidir a missa final no domingo.

Na praça principal de Lisboa, faixas verdes da JMJ cercam a imensa estátua do Marquês de Pombal. Um pouco mais acima, a estrutura metálica do altar onde ocorrerá o serviço dominical ganha corpo no parque Eduardo VII, que domina os bairros antigos da capital, banhados pelo rio Tejo.

O pontífice planeja ainda um encontro privado com vítimas de agressões sexuais a menores cometidas por membros do clero português, seis meses após a publicação de um relatório chocante sobre o assunto.

O estudo, encomendado pela hierarquia eclesiástica portuguesa a uma comissão de especialistas independentes, constatou que pelo menos 4.815 menores foram vítimas de abusos sexuais na Igreja desde 1950.

Como o resto da Europa, Portugal, com 80% de seus 10 milhões de habitantes que se declaram católicos, enfrenta "uma regressão da religiosidade".

Mas "alguns grupos ainda são bastante fortes", por exemplo entre os universitários, disse à AFP José Pereira Coutinho, sociólogo da religião da Universidade Católica Portuguesa.

- Programa flexível -

"Muitos jovens que conheci não vão regularmente à missa dominical (...). O papa Francisco é uma grande força de atração para esses jovens, que têm uma relação muito distante com a Igreja", explica à AFP o bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ, Américo Aguiar.

Este evento, criado pelo papa João Paulo II em 1986, que constitui a maior congregação católica do mundo, estava previsto para agosto de 2022, mas foi adiado devido à pandemia.

Depois do Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019), esta é a quarta edição da JMJ para Francisco, que se locomove em cadeira de rodas ou com o auxílio de uma bengala.

Seu programa pode ser adaptado em função de seu estado de saúde "em torno das reuniões essenciais", disse o monsenhor Aguiar.

"Estamos cientes dos limites do papa", disse à AFP.

Apesar desses repetidos avisos médicos, Francisco continua viajando, com uma agenda especialmente lotada nos próximos meses.

Depois de Lisboa, ele deve viajar para a Mongólia no início de setembro e depois para Marselha, no sul da França, no dia 23 de setembro.

A um mês da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Lisboa se prepara para receber o papa Francisco, que participará do grande evento apesar de seus problemas de saúde, e quase um milhão de jovens peregrinos, anunciou a organização da JMJ.

"Não temos plano B, apenas um plano F para Francisco", afirmou o bispo auxiliar da capital de Portugal, Américo Aguiar, que preside o comitê local de organização do encontro mundial de jovens católicos.

"O papa Francisco é uma grande força de atração para os jovens, que têm uma relação muito distante com a Igreja", acrescentou.

Na sede da fundação JMJ em Lisboa, em uma antiga área militar, quase 300 voluntários trabalham para mobilizar os jovens em todo o país, responder às diversas solicitações e preparar as credenciais de mais de 3.000 convidados e jornalistas que devem visitar a cidade entre 1 e 6 de agosto.

Mais de 300.000 peregrinos de 151 países já confirmaram a participação. A organização da JMJ acredita que o evento reunirá o dobro ou o triplo de pessoas, quase um milhão de jovens.

Entre os peregrinos já inscritos, "temos jovens de todos os países do mundo, inclusive das longitudes e latitudes mais distantes", declarou Aguiar. Ele destacou que os espanhóis são os mais numerosos, seguidos por italianos, franceses e portugueses.

O papa Francisco, de 86 anos e que passou por uma cirurgia no intestino no início de junho, já confirmou presença no evento.

A visita de cinco dias do pontífice argentino a Portugal incluirá uma agenda muito movimentada.

Entre os vários encontros previstos, Francisco se reunirá com vítimas de agressões sexuais cometidas por integrantes do clero português. Uma comissão de especialistas independentes estabeleceu que pelo menos 4.815 menores de idade foram vítimas de pedofilia dentro da Igreja no país desde 1950.

A Primeira-Dama fez compras em lojas de luxo em Lisboa nesta sexta-feira (21), segundo noticiou o Metrópoles. Janja visitou a Avenida da Liberdade na capital português.

A avenida é conhecida por diversas lojas de roupas de luxo. Janja deixou o hotel em que está hospedada com o presidente Lula e foi a pé e entrou na Zegna, loja de artigos de luxo para o público masculino.

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Ela esteve acompanhada apenas dos seguranças, passou pouco mais de 20 minutos e deixou o local com uma sacola. Lula e sua comitiva chegaram a Lisboa nesta segunda-feira. O presidente espera que com a visitas desenrole o acordo da União Europeia com o Mercosul que está travado a anos. Ele também fará uma visita à Espanha.

Um homem com uma faca matou duas pessoas e feriu várias antes de ser atingido pela polícia durante um ataque à sede mundial, em Lisboa, dos ismaelitas, uma comunidade muçulmana xiita liderada por Aga Khan.

"O ataque deixou vários feridos e, neste momento, dois mortos", anunciou a polícia em comunicado, especificando que o suposto autor do ataque foi detido após ser ferido.

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O autor do ataque com "uma faca grande" foi internado em um hospital da capital portuguesa, acrescentaram as autoridades. Ele está "vivo e sob custódia", disse a polícia.

"Sabemos que é um afegão, um refugiado que, por uma razão ou outra, invadiu o centro", disse Nazim Ahmad, presidente da comunidade ismaelita de Lisboa, à televisão privada portuguesa SIC.

"Há dois mortos, duas mulheres (...) funcionárias do centro", acrescentou.

No início da tarde, nos arredores do centro ismaelita de Lisboa, polícias encapuzados armados com metralhadoras estavam posicionados em diferentes entradas do complexo fechado que alberga uma mesquita em um bairro da zona norte de Lisboa.

A comunidade de ismaelitas tem sede mundial em Lisboa e seu líder espiritual, Aga Khan, obteve em 2019 a cidadania portuguesa.

Os ismaelitas são uma corrente minoritária do islã xiita com quase 15 milhões de pessoas em 30 países, incluindo 7.000 que vivem em Portugal.

Nos últimos anos, multiplicaram-se os ataques - especialmente no Paquistão - contra os ismaelitas, acusados pelos extremistas sunitas de praticar uma corrente "desviada" em relação à ortodoxia muçulmana.

- Ato isolado -

"Expresso minha solidariedade e minhas condolências às vítimas e à comunidade ismaelita", destacou o primeiro-ministro António Costa, afirmando que "é prematuro fazer qualquer interpretação do ato criminoso".

Portanto, a hipótese de um ataque terrorista mencionada pela imprensa local não foi confirmada.

“Os primeiros elementos apontam para um ato isolado”, declarou o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em comunicado.

O Aga Khan decidiu estabelecer a sede da sua comunidade em Portugal após um acordo assinado em junho de 2015 com o governo português que previa benefícios fiscais e privilégios diplomáticos, em troca de investimentos em pesquisa e desenvolvimento científico.

O último ataque em solo português ocorreu a 27 de julho de 1983, quando um grupo armado de cinco armênios atacou a embaixada turca em Lisboa, provocando a morte de duas pessoas. Os agressores foram mortos no ataque.

Durante uma viagem área de Luanda, em Angola, para Lisboa, em Portugal, nesta última quinta-feira, 23, passageiros faziam suas refeições quando uma turbulência severa abalou o avião e arremessou talheres, pratos, comidas e bebidas em todas as direções. A forte turbulência deixou 10 feridos.

A turbulência foi prevista pelo comandante e os passageiros receberam o alerta aproximadamente duas horas depois da decolagem. De Luanda até Portugal, o voo costuma durar um pouco mais de oito horas.

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O episódio aconteceu no voo da companhia aérea Hi Fly, a serviço da TAAG Linhas Aéreas de Angola. A agitação não durou muito tempo, mas os segundos de turbulência foram suficientes para causar ferimentos leves em 10 passageiros, que receberam atendimento médico assim que pousaram no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

No Twitter, em um vídeo publicado pelo SIC Notícias, é possível ver as bandejas de refeição no corredor do avião, onde também há macarrão no carpete, lanches no chão e garrafas de vidro espalhadas, que caíram com a agitação da aeronave. O teto do avião também foi atingido na turbulência e uma bandeja ficou presa entre o bagageiro.

No tuíte, dezenas de internautas comentaram a importância de usar cinto de segurança. "Imagina bater a cabeça várias vezes entre o teto e o chão", escreveu uma das pessoas.

Episódio não é isolado

Outros casos semelhantes, onde há turbulência severa, foram registrados no mês de março e tem motivado discussões sobre a segurança e exposição dos voos.

Segundo o portal de notícias sobre aviação Simple Flying, no início do mês, um Condor Airbus A330-900 voando de Frankfurt, na Alemanha, para as Ilhas Maurício, na África, passou por uma turbulência aproximadamente duas horas antes de pousar em seu destino. A agitação teria causado ferimentos em 20 dos 272 passageiros. Além disso, os danos sofridos durante o incidente deixaram a aeronave no solo nas Ilhas Maurício durante todo o dia seguinte, 2 de março, o que é incomum, pois as aeronaves que operam esse serviço tendem a ficar um pouco menos de duas horas no solo para retorno a Frankfurt.

Enquanto o Condor Airbus A330-900 aguardava no solo nas Ilhas Maurício no dia 2, sete dos 172 passageiros foram hospitalizados depois que um voo com destino à Alemanha foi atingido por forte turbulência. O voo 469 da Lufthansa voava de Austin, no Texas, para Frankfurt, na Alemanha, na quarta-feira, 1, quando passou por uma forte turbulência sobre o Tennessee, de acordo com a emissora de televisão americana NBC News.

Um usuário no Twitter alegou que sua esposa era uma das passageiras do voo da Lufthansa. Em sua postagem, escreveu que a turbulência foi uma surpresa e as pessoas que se feriram não usavam cinto de segurança no avião. Assim como no voo para Lisboa, os passageiros faziam suas refeições no momento da turbulência. "Havia comida em todos os lugares. As pessoas que se machucaram não tinham apertado o cinto de segurança", disse, contando que a aeronave foi mil pés para baixo e para cima, o equivalente a 304 metros.

Comissários pedem proibição de bebês no colo

Atualmente, a maioria das companhias aéreas permite que crianças menores de dois anos voem no colo dos pais, sem pagar uma taxa extra pela viagem em território nacional e, no caso das viagens internacionais, pagam uma taxa que varia entre 10% e 15% do valor de uma passagem para um adulto.

Considerando episódios recentes de turbulência severa, comissários de voo têm discutido sobre o tema e defendem que as regras de segurança sejam atualizadas, de modo que todos, inclusive bebês de colo, tenham seu próprio assento nos aviões, como medida para evitar o risco de ferimentos graves em caso de turbulência e pousos forçados.

Uma das organizações que apoia o assento e o cinto de segurança individual é a Associação de Comissários de Voo dos AFA-CWA, que representa 50 mil comissários de bordo em 19 companhias aéreas. Segundo o Washington Post, na semana passada a Associação reivindicou a questão na cúpula de segurança da Administração Federal de Aviação, em Virgínia, nos Estados Unidos. O sindicato apresentou a mesma recomendação em 2018. A medida teria apenas uma exceção, no caso dos bebês recém-nascidos, que não ficam em posição reclinada.

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Com 3,1 kg de cocaína encontrado em sua bagagem, um amazonense de 30 anos foi preso em flagrante no Aeroporto do Recife, nessa terça-feira (7). Ele assumiu o crime e disse que ganharia R$ 20 mil para levar a droga até Portugal. 

A prisão ocorreu por volta das 7h, quando o raio x da Polícia Federal acusou a presença do entorpecente no fundo falso de sua mala. O voo iria para Fortaleza, no Ceará, e tinha Lisboa como destino final. 

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Desempregado e com passagem pelo sistema criminal por assalto em 2016, o preso foi autuado por tráfico internacional e pode pegar de cinco a 20 anos de reclusão. Também foram apreendidos um celular e 300 euros, equivalente a cerca de R$ 1700. 

Ele foi interrogado e disse que pegou a mala já carregada, sem dar detalhes sobre quem lhe aliciou. O preso vai passar por audiência de custódia e, se confirmada a prisão preventiva, será levado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), onde fica à disposição da Justiça Federal.  

 A PF destaca que esta é a quinta apreensão de drogas no Aeroporto do Recife neste ano. Até agora foram apreendidos 11,6Kg de cocaína e 28Kg de skunk e realizada a prisão de quatro homens e uma mulher. 

Um brasileiro de 26 anos foi preso na noite de segunda-feira, 27, em um aeroporto de Lisboa, em Portugal, transportando uma mala com carne humana, de acordo com informações do jornal português Correio da Manhã. Trata-se do mineiro Begoleã Fernandes, que tinha acabado de chegar em Lisboa de um voo proveniente de Amsterdã, na Holanda, e iria embarcar em outro avião com destino a Belo Horizonte, Minas Gerais, no Brasil, ainda na tarde de segunda-feira.

Antes disso, ele foi detido pelos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), do país europeu, que averiguaram que seu passaporte e visto de residência italiano eram falsificados. No sistema do aeroporto, descobriram ainda que já havia um pedido de detenção por homicídio emitido pela polícia da Holanda, assim como a suspeita de canibalismo.

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Em sua bagagem, ainda de acordo com o periódico português, havia uma caixa de plástico com diversos pedaços de carne humana. No entanto, de acordo com as análises, a carne humana não pertence a Alan Lopes, homem de 26 anos que teria sido morto por Fernandes, em Amsterdã, no domingo, 26.

Ainda de acordo com informações publicadas pelo Correio da Manhã nesta quinta-feira, 2, Fernandes enviou mensagens à família e amigos da vítima horas depois de ter cometido o crime.

Nos áudios gravados, o brasileiro justificou que estava se defendendo depois de o amigo, também brasileiro, ter dito que ele era canibal e que iria comê-lo em um churrasco na tarde de domingo.

Procurados, o Itamaraty e a Embaixada dos Países Baixos em Brasília não se pronunciaram.

O ministro Alexandre de Moraes defendeu, nesta sexta-feira (3), a adoção de novos mecanismos de regulamentação das redes sociais. Segundo ele, que integra o Supremo Tribunal Federal (STF) e preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as plataformas são utilizadas por populistas, sobretudo da extrema-direita, para fazer "lavagem cerebral".

"A responsabilização por abusos na veiculação de notícias fraudulentas e discurso de ódio (nas redes sociais) não pode ser maior nem menor do que no restante das mídias tradicionais", afirmou o ministro, que participou virtualmente do evento Brazil Conference Lisboa, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

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Moraes argumentou que a "lavagem cerebral" transforma as pessoas em "zumbis", e, segundo ele, é uma estratégia proposital formulada inicialmente pela extrema-direita norte-americana após a chamada Primavera Árabe (movimento popular de enfrentamento a regimes autoritários que teve início na Tunísia, em 2010, e se espalhou por outras nações no Norte da África e Oriente Médio).

Além da regulamentação das redes, o ministro afirmou que a invasão às sedes dos Três Poderes por golpistas, em 8 de janeiro, deixa uma lição, para o futuro, sobre a necessidade de formulação de mecanismos para proteger a democracia de ataques internos. Ele citou dispositivos como a decretação de Estado de Sítio e de Estado de Defesa como proteções contra investidas externas, mas alertou sobre políticos que tentam "corroer a democracia" por dentro. A "minuta do golpe" achada na residência do ex-ministro Anderson Torres, por exemplo, buscava se basear em legislação do tipo, numa espécie de "intervenção" no TSE. Torres está preso, em Brasília, acusado de participar na articulação dos eventos que vandalizaram a capital federal.

"Temos dispositivos para lidar com agressões externas à democracia, mas como tratar da corrosão da democracia quando isso vem de políticos populistas que atacam internamente as instituições?", afirmou.

Zumbis

No mesmo evento, o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, afirmou que os ataques à democracia partem de "zumbis consumidores de desinformação". A invasão às sedes dos três Poderes foi um tema recorrente no encontro e repudiado por todos os ministros do STF presentes.

Nenhum deles citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o ministro Luís Roberto Barroso, também presente no evento, associou os eventos do 8 de janeiro ao estilo "Roberto Jefferson e Daniel Silveira" de fazer política.

Urgente

Questionado sobre a tese de Moraes em relação às redes sociais, o ministro do STF Ricardo Lewandowski, que assim como Gilmar Mendes participou presencialmente do seminário, não só concordou com o colega como disse considerar a medida "urgente". Ele avaliou que uma atitude nesse sentido deve ser tomada não apenas individualmente por cada país, mas a nível internacional.

"Eu penso que essa é uma necessidade urgente, nós precisamos regulamentar as redes sociais, sobretudo para que não sejam disseminadas mensagens de ódio, de preconceito, e também as fake news. Mas estou convencido de que, embora seja importante que os distintos países ou Estados soberanos editem regulações nesse sentido, é preciso que haja a regulamentação a nível internacional", afirmou.

O ex-presidente Michel Temer defendeu, nesta sexta-feira (3), medidas que, segundo ele, afastariam a instabilidade política do Brasil e declarou que, nos últimos anos, "impedimento virou moda" no Pais. O emedebista afirmou que o sistema político brasileiro é de uma "instabilidade extraordinária" e relembrou o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), que o levou a chefiar o Planalto em 2016. "Cheguei constitucionalmente ao poder (…) Mas (impeachment) é um trauma institucional, nós precisamos acabar com os traumas institucionais", afirmou.

O ex-presidente defendeu a adoção do semipresidencialismo no Brasil. A migração para esse sistema político é recorrente em seus discursos e tem adeptos também no Supremo Tribunal Federal. A ideia é reduzir o número de partidos políticos no Congresso e se aproximar do parlamentarismo de alguns países europeus.

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Segundo o ex-presidente, o semipresidencialismo é garantia de "tranquilidade absoluta" para os países que o adotam. Fazendo um paralelo com a Revolução dos Cravos, de Portugal, o emedebista afirmou que no Brasil se distribuem "espinhos" e que é necessária uma "Revolução das Rosas": "Precisamos olhar para a frente e distribuir flores".

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Temer promoveu um "golpe" ao assumir o lugar de Dilma no Planalto. Em resposta pública, o ex-presidente afirmou que Lula mantém os pés no palanque. Nesta sexta, a jornalistas, o emedebista afirmou que hesitava em responder à narrativa petista de "golpe", mas que o fez porque, desta vez, Lula o chamou de golpista na Argentina, onde Temer é conhecido.

Temer participa do Brazil Conference Lisboa, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais. Os ministros do STF Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski também estão presentes, além do ministro-chefe do TCU, Bruno Dantas. O ministro Alexandre de Moraes também participaria do encontro, mas cancelou na última quinta-feira alegando problemas de agenda.

Os ataques do 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, têm sido repudiados ao longo de todas as palestras. A sustentabilidade da democracia e a força das instituições foi destaque na fala dos ministros do STF.

Em tom duro, Gilmar Mendes afirmou que as instituições de tornaram alvo do fanatismo político, alimentado pela desinformação.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes rebateu, nesta sexta-feira (3), parte do depoimento prestado ontem pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) à Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulada pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes definiu o episódio como 'ridículo', uma tentativa de 'operação Tabajara', e destacou que o parlamentar se recusou a prestar depoimento.

Na versão apresentada à PF nesta quinta-feira (2), Do Val disse que teria se encontrado duas vezes com Alexandre de Moraes para tratar do suposto plano golpista, uma antes do encontro com Bolsonaro, outra depois. O senador declarou que não teria recebido nenhum pedido para formalizar a denúncia.

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Nesta sexta, Moraes admitiu que esteve com Do Val em dezembro, mas só citou um encontro, após a suposta reunião dele com Bolsonaro. O ministro ainda destacou que cobrou do senador na ocasião que prestasse depoimento sobre o caso, mas ele teria se negado a colocar suas acusações 'no papel'.

"Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador disse que era isso uma questão de inteligência e que, infelizmente, não poderia confirmar. Eu levantei, (me) despedi do senador, agradeci a presença. Até porque o que não é oficial, para mim, não existe", afirmou o ministro, durante sua participação on-line no seminário organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em Lisboa.

Em tom irônico, o ministro chamou de 'operação Tabajara' a suposta tentativa de golpe. "Foi exatamente esta a tentativa de uma operação Tabajara que mostra o quão ridículo nós chegamos à tentativa de um golpe no Brasil".

"A ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, eu conversei exatamente três vezes na vida com esse senador, para que o senador pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos", acrescentou Moraes.

O ministro lembrou que a Polícia Federal já tomou depoimento de Marcos Do Val e que as investigações seguem para apurar a responsabilidade de 'todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe'. "O que poderia ser uma comédia, é uma tragédia, uma tragédia que resultou na tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro", disse.

Legislação

Moraes participou de um painel sobre institucionalidade e cooperação. O ministro defendeu a atualização da legislação brasileira e internacional para conter 'arroubos ditatoriais de políticos populistas'. "É uma perda de energia institucional, econômica e social, que demorará, se não regularizarmos isso, décadas para ser solucionada", afirmou.

Na avaliação do ministro, 'novos instrumentos normativos' são urgentes para regulamentar as possibilidades de responsabilização de autoridades em 'situações emergenciais de ataques internos' contra a democracia. "Nós temos mecanismos para lidar com agressões externas à democracia, (...) agora como tratar nas agressões internas? Como tratar da corrosão da democracia quando isso vêm de políticos populistas que atacam internamente as instituições?", questionou.

O presidente do TSE voltou a defender também a regulamentação das redes sociais, que, segundo ele, se tornaram instrumentos de 'lavagem cerebral' nas mãos de populistas. "A lavagem cerebral transformou pessoas em zumbis", afirmou, na linha do ministro Gilmar Mendes, que no mesmo evento disse que extremistas são 'zumbis consumidores de desinformação'. "Elas (redes sociais) não podem ser nem mais nem menos controladas do que as demais empresas de mídia", seguiu Moraes.

'Consequências'

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que também participa do evento em Lisboa, disse que, se o plano denunciado pelo senador Marcos do Val for confirmado, 'terá consequências muito sérias'. Na avaliação do ministro, o relato é 'muito grave' e deve ser investigado.

Sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente, o ministro afirmou que desconhece detalhes de processos contra Bolsonaro. "Essa é uma questão que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai analisar", diz. "O ex-presidente Bolsonaro é um cidadão brasileiro e pode entrar e sair livremente do País." Lewandowski ainda deu um panorama sobre o episódio de 8 de janeiro e disse que os atos, 'na verdade, unificaram o País'.

A escritora carioca Nélida Piñon morreu neste sábado (17) em Lisboa, aos 85 anos. Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 1989, ela foi a primeira mulher a presidir a entidade. Ocupou o posto entre 1996 e 1997.

Descendente de galegos, Nélida Piñon nasceu na capital fluminense em 1937 e se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus.

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Em 1984, lançou uma de suas obras mais marcantes: A república dos sonhos. No romance, baseado na história de uma família de imigrantes galegos, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil.

Seus escritos foram traduzidos em mais de 30 países e contemplam romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias, que renderam conquistas importantes, entre eles o Prêmio Jabuti, o mais tradicional reconhecimento literário do Brasil. Ela recebeu a honraria na edição de 2005 com o romance Vozes do Deserto. Nélida Piñon recebeu ao longo de sua carreira mais de 40 condecorações nacionais e internacionais.

No meio acadêmico, foi professora na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e obteve o título de Doutor Honoris Causa em instituições de ensino de diferentes países. Em 1998, foi a primeira mulher a alcançar esse feito na Universidade de Santiago de Compostela, na região da Galícia, na Espanha.

Sua morte foi lamentada por amigos nas redes sociais. "Um silêncio inacreditável se faz na alma dos que amam a literatura. A minha querida amiga de tantos anos, Nélida Piñon nos deixou há pouco em Lisboa. Ela me mandou esta foto semana passada, prometendo estar hoje no Rio para um almoço. Tristeza imensa", escreveu o jornalista, escritor e gestor cultural Afonso Borges. Junto à postagem, ele compartilhou uma imagem da escritora acariciando no colo seu cachorro de estimação.

O sociólogo Sérgio Abranches também prestou manifestou seu pesar. "Estou arrasado com a morte da amiga querida, Nélida Piñon. Era de uma doçura e gentileza inexcedíveis. Uma escritora forte. Uma mulher autodeterminada. Uma perda para o Brasil e para a literatura. Uma perda pessoal. Falamos pouco antes de ela partir para Espanha e Portugal", escreveu.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou neste sábado com a comunidade brasileira em Lisboa e, em discurso de cerca de 30 minutos, defendeu a democracia, a responsabilidade fiscal e investimentos em educação. "A gente derrotou o Bolsonaro nas eleições, mas o radicalismo, a ignorância e o bolsonarismo ainda estão vivos e precisamos derrotá-los", disse à plateia reunida em auditório do Instituto Universitário de Lisboa (Iscte).

"Sei que vou pegar um País com dificuldade", afirmou o presidente, defendendo o combate à fome. "A fome é assustadora." O presidente eleito também falou em diversos momentos sobre a necessidade de investir em educação. "Não existe nada para garantir mais igualdade do que educação", disse ele. "Estudar é o investimento mais extraordinário."

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O petista falou ainda sobre as redes sociais em seu discurso, destacando que é um lugar que se transformou em uma "fábrica de mentiras", que tem "muito mau caratismo, muita gente do mal" e prometeu que vai derrotar o bolsonarismo "sem usar os métodos que eles usaram contra nós". "Não queremos perseguição, violência, queremos um País em paz", disse, pedindo que seus eleitores não briguem com fanáticos que os xinguem na rua.

"A democracia não é um pacto de silêncio, ela é um movimento", afirmou Lula. "Eu perdi três eleições e cada eleição que eu perdi eu voltava para casa e me preparava para a outra", disse o petista, destacando que os bolsonaristas não souberam perder. "A democracia é tão grande que temos até um grupo de bolsonaristas gritando."

"Queremos muito pouco, apenas o que é essencial, o que está na Bíblia, na nossa Constituição, na declaração universal dos direitos humanos", afirmou Lula, em meio a aplausos. O discurso foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do petista.

Lula disse que o Brasil, com sua vitória, voltou a ganhar importância na comunidade internacional. "Sentido isso na COP27", afirmou. "O Brasil se dá com todo mundo e todo mundo gosta do Brasil e de repente esse País ficou isolado", completou. Lula disse que Jair Bolsonaro não recebeu nenhum presidente em Brasília e não foi convidado para lugar nenhum no exterior. "Ele foi uma vez na Rússia. Ficou implorando que alguém fosse ao Brasil."

O presidente eleito criticou ainda Bolsonaro ao falar que ele desmontou todo o aparato de fiscalização para preservar o meio ambiente.

O papa Francisco oficializou neste domingo, em Roma, a sua participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de agosto de 2023 em Lisboa.

Ao lado de dois jovens portugueses em sua janela com vista para a Praça de São Pedro, o pontífice foi o primeiro peregrino a fazer a inscrição para o evento, que reúne jovens católicos de todo o mundo, após a bênção semanal do Angelus diante de milhares de fiéis.

Quase um milhão de jovens são aguardados na JMJ de Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023.

Inicialmente previsto para agosto de 2022, o evento foi adiado devido à crise de saúde provocada pela pandemia de covid-19 .

A Jornada Mundial da Juventude, que acontece a cada três anos, foi criada por João Paulo II em 1986.

Desde sua eleição, o papa argentino participou em três edições: Rio de Janeiro em 2013, Cracóvia em 2016 e Panamá em 2019.

Questionado em setembro por um jornalista de um canal de televisão português sobre sua participação JMJ, o pontífice ironizou: "O papa virá. Francisco ou João XXIV, mas o papa virá!".

Um eleitor bolsonarista, após burlar fiscalização, votou duas vezes em uma zona eleitoral de Lisboa. A atitude do homem, identificado como Fábio Félix dos Santos, de 50 anos, levou a impugnação de uma urna eletrônica e gerou a invalidação de 59 votos, que já estavam computados antes do episódio, que é considerado crime eleitoral no Brasil.

O caso ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que conta com duas seções. Devido a problemas ténicos, a votação, em uma das salas estava acontecendo com cédulas de papel. O homem, que se encontrava na fila, correu para a urna da seção ao lado e votou pela segunda vez.

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A fraude foi identificada e a votação na seção foi paralisada. Após decisão do Cartório Eleitoral, a urna que recebeu a votação dupla foi impugnada e todos os 59 votos acabaram invalidados. O eleitor não foi preso pela polícia portuguesa, mas a Polícia Federalo fez um boletiom de ocorrência e ele pode ser processado no Brasil.

Após uma hora do ocorrido, a votação recomeçou, desta vez, com cédulas de papel. Já os eleitores que tiveram os votos invalidados tiveram o direito de participar do pleito novamente.

Anitta divulgou que a sua mala de figurinos foi perdida durante a viagem para Portugal, onde ela está para fazer uma apresentação no Rock In Rio em Lisboa neste domingo (26). Na mala estavam todas as roupas personalizadas para as apresentações, tanto da cantora, quanto dos seus bailarinos.

Em seus stories no Instagram, a artista falou em tom de desagrado sobre o imprevisto. “Agora começou a tour, porque só começa quando tudo começa a dar errado. Sumiu minha mala com todos os figurinos do balé, meu tudo. Sumiu, desapareceu. A Airfrance não acha minha mala, ninguém acha”, contou.

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De acordo com Anitta, a mala foi despachada com todas as roupas, de todos os shows da sua turnê.

“A companhia Aérea não encontra, não sei como não encontra uma mala imensa, cheia de fitas de identificação, não se encontra. Socorro, Deus. Só essa música que vai definir. Sumiu gente, tipo, tinha roupas e roupas e roupas para todos os shows”, desabafa.

O Rock In Rio Lisboa teve início no dia 18 de junho e vai até este domingo (26). Além de Anitta, outros artistas brasileiros como Ivete Sangalo, IZA, Rebecca, Ney Matogrosso e Johnny Hooker já passaram ou ainda vão se apresentar no evento.

 

Acostumado a falar pouco e a medir bem suas palavras, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deixou a "mineirice" de lado durante discurso realizado em um seminário em Portugal na manhã desta segunda-feira, 15. Apontado como uma opção à terceira via política, ele disparou munição contra o presidente Jair Bolsonaro, que buscará a reeleição em 2022, e também a outro possível candidato tido como alternativa, o ex-juiz Sérgio Moro, sem mencionar diretamente o nome dos dois.

"Algo muito caro aos dois povos (do Brasil e Portugal) é a valorização constante da democracia", disse durante palestra inaugural no IX Fórum Jurídico de Lisboa, que tem como tema "Sistemas Políticos e Gestão de Crises" e que é promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

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O presidente do Senado disse que é preciso estar vigilante a "arroubos de retrocesso" à democracia e ao Estado de Direito. Segundo ele, regimes totalitários que se autopromovem costumam ser irresponsáveis e impotentes, além de privarem a liberdade e atacarem os direitos fundamentais. Por isso, enfatizou, é preciso celebrar a conquista histórica da democracia. Apenas a democracia, conforme Pacheco, é o "campo fértil" e o melhor caminho para enfrentar crises.

Pandemia

Rodrigo Pacheco teceu elogios há pouco à atuação de Portugal no combate à pandemia de coronavírus. Fez, porém, críticas ao Brasil sobre o mesmo tema, dizendo que "houve erros no enfrentamento" ao surto no País. Do lado positivo, destacou o papel do Congresso Nacional durante a crise sanitária, dizendo que "houve acertos" também. "O Congresso é um Poder absolutamente independente em relação ao Executivo e ao Judiciário", fez questão de destacar durante a palestra.

Pacheco, que é especialista em Direito Penal Econômico Internacional pelo Instituto Brasileiro de Ciências Econômicas Criminais, enfatizou a aprovação pelo Legislativo nos últimos anos de vários projetos importantes para o País, citando as reformas da Previdência e trabalhista. "O Legislativo deu alto respaldo ao governo federal na vacinação para enfrentar a pandemia", afirmou.

Ao comentar a criação do auxílio emergencial em 2020, que foi concedido a 68 milhões de brasileiros, o presidente do Senado avaliou que o déficit fiscal causado com a medida foi "justificável". "Contra isso, nem o mercado, que é tão sensível, reagiu", recordou. Pacheco aproveitou o momento para lembrar que o auxílio foi reeditado em 2021 a partir da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 109, apresentada pelo Senado.

Uma recifense que fugiu para Portugal após causar o prejuízo de R$ 300 mil à empresa em que trabalhava há 21 anos foi extraditada nessa quarta-feira (13). A auxiliar administrativa, de 36 anos, desembarcou no Aeroporto Internacional dos Guararapes sob custódia da Polícia Federal (PF) por volta das 20h40 e foi encaminhada direto para o sistema prisional feminino.

Foragida há cerca de três anos em Lisboa, agentes federais viajaram para capturá-la após tratativas diplomáticas entre as autoridades brasileira e portuguesa. Ela morava do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, e foi denunciada por efetuar os descontos de duplicatas sem que a fábrica localizada no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, prestasse os serviços.

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A denúncia foi feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em julho de 2016 e sua prisão preventiva decretada em outubro de 2019. No mesmo ano ela fugiu do Brasil e a Justiça acionou a Núcleo de Cooperação Policial Internacional (Interpol) para incluir seu nome na difusão vermelha.

Após integrar a lista de procurados internacionais, no dia 20 de julho deste ano, a recifense foi localizada na capital portuguesa no último 31 de agosto. Ela é acusada de furto qualificado com abuso de confiança e por emitir duplicatas simuladas, cujas penas variam de 4 a 12 anos de reclusão.

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