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Assim como os signos da cultura popular são mantidos entre gerações, a história de uma das principais expressões artísticas do Carnaval de Pernambuco também foi consolidada em herança. Com cerca de 100 anos produzindo La ursas, a família de Julião das Máscaras é reconhecida como a principal referência na arte das máscaras de papel machê e a responsável pela propagação das cabeças de urso pela folia.

O legado da autoria dos primeiros bonecos gigantes da Mulher do Dia e do Menino da Tarde foi repassado para Julião, assim como sua própria identidade. Na verdade, o artista foi batizado com o nome do pai, João Dias Vilela. Contudo, este também já era chamado por Julião, nome herdado do seu pai. O serviço prestado à cultura local fez de João Dias o homenageado no Carnaval de Olinda de 1993, mas antes mesmo deste reconhecimento, já abria as portas do ateliê para que o filho que, aos 12 anos, o ajudava na confecção das cabeças de La ursa.

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Apaixonado pelas cores do Carnaval olindense e com as obras expostas em diversos países como França e Japão, ele destaca a popularidade da figura animalesca. “A La ursa é uma coisa que vem da brincadeira e vem também da realidade. A turma quando diz: ‘oh o urso da tua mulher’, é pessoal; mas quando diz: ‘a La ursa’, é na brincadeira”, explica.


Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

“Eu viso a arte”

A temporada de máscaras do ser mitológico presente no imaginário pernambucano inicia junto às prévias carnavalescas da cidade, elevada a Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco desde o início da década de 80. É no mês de setembro, que o ateliê começa a ferver nas noites e adentra a madrugada. “Eu trabalho 24 horas por que a turma não me deixa não”, brinca.

O tempo de conclusão das peças dura aproximadamente dois dias. “É um processo meio longo, mas a perfeição é que tá aí”, garante. Neste período, água, papel e cola se unem para dar forma ao adereço. Após a secagem, a cabeça é retirada da forma e recebe novas camadas da mistura. Só depois, a tinta entra no processo, mas o que realmente dá a vida ao bicho são os cortes nos olhos, que metamorfoseia o folião neste símbolo do Carnaval de rua. “Eu tenho prazer de fazer [as obras] e ver o povo feliz, e tenho que acompanhar eles na felicidade. Eu fico feliz pelo povo valorizar a cultura de Olinda”, confessa.

“O Sol é para todos, mas a sombra é pra quem procura”

Às vésperas da celebração de Momo, Julião calcula que mais de 500 máscaras estão prontas para sair às ruas pedindo dinheiro. Isso porque, a fama das La ursas é mendicante. Os foliões saem vestidos em trapos de tecido em alusão aos pelos espessos e a cabeça funciona como um filtro que os liberta para a dançar e estender as mãos à espera de moedas.

Toda essa alegoria movimenta o bolso de jovens periféricos, que carregam tambores e instrumentos percussivos para animar o humilde cortejo. Ao fim, o dinheiro ‘apurado’ é partilhado entre os componentes. “Tem menino aqui mesmo que compra uma cabeça de La ursa, começa a brincar e daqui a pouco já tá com o próprio instrumento. Eles comprar, fazem a roupa e já saem batendo: ‘a La ursa quer dinheiro, quem não dá é pirangueiro’. Então, tá empestado de La ursa. Para eles é oportunidade”, avaliou os impactos socioeconômicos da sua arte.   

É notório que a fantasia acaba amedrontando algumas crianças. Elas se assustam com a carranca que aborda sem pedir licença para pedir dinheiro. Porém é inegável o espaço que este ser folclórico conquistou no coração do folião. Mesmo com todo apreço do pernambucano, a La ursa passou um tempo tímida, reclusa em sua própria simplicidade. Desse modo sua representatividade foi minada e perdeu força.

Com a retomada da presença em blocos e troças, o idealizador de uma das principais páginas voltada para a divulgação de festas no Grande Recife decidiu abraçar a entidade como mascote do Cabueta Cultural. “Eu sentia falta de uma personalidade, algo que ligasse os seguidores à página. Aí pensei: ‘todo mundo tem uma ligação tão grande com a La ursa, seria massa”, explicou o olindense Emerson Braga que, até já se fantasiou do animal e possui uma tatuagem em sua homenagem, antes mesmo do projeto.  

Reprodução/Instagram/@cabuetalcultural

“Vai ser a La ursa de Julião”

“Quando pensei em La ursa, já lembrei de Julião. Ele é a maior referência de La ursa que tem”, relembrou Emerson. Hoje, o Cabueta Cultura anuncia as festas com uma máscara branca - responsável pelos points do Recife - e uma prata - utilizada em temáticas especiais -. No entanto, a estreia da terceira cabeça já está marcada para o dia 12 de março, quando as cidades irmãs - Recife e Olinda - fazem aniversário. Após a festa, a versão preta vai ficar responsável por divulgar o Sítio Histórico de Olinda.

Julião comemora ressurgimento da sua arte na folia popular e o aumento da procura pelas peças. “Tem bloco que já tem nome de urso. Tem ‘O urso da tua mãe, O urso da tua mulher’. Tem todo tipo de urso e cada um tem um nome, quer dizer que expandiu”, avalia.

É neste processo natural de expansão que o artesão mostra que sua arte é tão livre quanto as vontades brincantes de uma La ursa. “A abertura é pra todo mundo. Se patentear e eu morrer, quem vai fazer? Quanto mais artistas melhor”, destacou. De fato, ele não tem medo de repassar todo o processo. Além de ministrar aulas, tem como ajudantes a esposa, Jeane, e o filho Mateus, que perpetua a quarta geração de produtores de máscaras da família.
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Com valores entre R$ 60 e R$ 80, o artista consegue manter viva essa figura tão peculiar e lúdica do Carnaval local, contudo lamenta não ter recebido a mesma atenção oferecida a outros artistas de Olinda.

Sem conseguir autorização para tombar o antigo ateliê, repassado entre gerações, Julião acabou vendendo o templo e desabrigou as paredes que respiram parte da sua história, facilmente confundida entre as cores de uma das principais expressões artísticas de Pernambuco. Sem se abater, manteve o esforço em manter a cultura pulsante e comercializa as famosas La ursas em um bazar na Avenida Joaquim Nabuco, no bairro de Guadalupe, em Olinda.

 O Teatro Barreto Júnior, na Zona Sul do Recife, sedia a partir deste sábado (13) o espetaculo infantil ‘O Segredo da Arca de Trancoso’. As apresentações acontecem até 26 de maio, nos sábados e domingos às 16h30.

Encenado pela Cênicas Cia de Repertório, o espetáculo apresenta uma trama repleta de fantasia e reviravoltas e conta a história de um menino que recebe uma tarefa muito perigosa das mãos de uma feiticeira. O texto é de Luiz Felipe Botelho e a direção de Antônio Rodrigues.

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Os ingressos custam R$ 30 e podem ser adquiridos uma hora antes nos dias de apresentação na bilheteria do Teatro Barreto Júnior ou pela Sympla.

Serviço

O segredo da arca de Trancoso

Sábados e Domingos  | 16h30 (13 de abril à 26 de maio)

Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos S/N Bairro do Pina)

R$30,00 (inteira) R$15,00 ( meia entrada)

Informações: (81) 3302-5914 | 99609-3838

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Um espaço com experiências sensoriais infantis, envolvendo convivência lúdica e criativa para crianças até 12 anos. Essa é a proposta da Casa das Asas, novo empreendimento que será inaugurado nesta segunda-feira (13), nas Graças, Zona Norte do Recife. No local, os pequenos terão acesso a brincadeiras artísticas e libertárias, próximas à natureza, com a proposta de conexão individual ou em família.

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De acordo com Camila Domingues, uma das idealizadoras do projeto, a iniciativa busca despertar criatividade das crianças e fugir das coisas prontas e industrializadas, de modo que os pais também percebam as novidades do cotidiano. “A nossa proposta é soltar-se das amarras do cotidiano e estabelecer laços, por isso as atividades podem e devem ser feitas com os pais.”, salienta Camila.

Já Tetê Brandão, também idealizadora e contadora de histórias, explica que as atividades do espaço não tem caráter pedagógico, mas sim artístico. “Nossa pegada não é pedagógica. É artística, de descobertas, então aqui os brinquedos são artísticos, livres, não plastificados. Precisamos voltar ao quintal”, afirma.

Com valores que variam de R$ 30 a R$ 600, o espaço funcionará, de segunda à sábado, com atividades que vão desde sala do brincar - que podem ser pagas por horas ou em pacotes - oficinas de artes (pintura, tapeçaria e escultura), dança (com bebês, gestantes e criativa), teatro, musicalização, canto coral, yoga para gestantes e crianças, além de cursos e palestras com temas voltados para o universo infantil. A casa também ofertará o serviço de aluguel do espaço para realização de eventos.

Serviço

Casa das Asas – Casa de Convivência Lúdica e Criativa

Segunda a sexta, das 8h às 18h

Sábado, das 9h às 18h30

Rua Don Sebastião Leme, 81, Graças

Atividades por faixa etária que vão de R$30 a R$ 600

Informações: 30727763

Instagram: @casadasasas

Facebook: /casadasasas/

Nesta quarta-feira (10), às 14h30, o Museu da Abolição apresenta a primeira etapa de uma pesquisa focada nos brinquedos e brincadeiras da cultura afro-brasileira, que irá integrar o projeto Ludoteca no Museu da Abolição. O ambiente será instalado no museu para oferecer à população um ambiente de práticas lúdicas e educativas, onde serão tratadas várias questões e temáticas ligadas à cultura afro-brasileira. A entrada é gratuita.

Na próxima etapa do projeto, profissionais da área de recreação e lazer irão selecionar e criar brincadeiras baseadas na pesquisa. O Museu da Abolição será o primeiro do Estado a ter uma Ludoteca. Este projeto também é uma forma de aproveitar de uma maneira mais dinâmica espaços que estavam em desuso dentro do museu.

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Serviço

Apresentação da primeira etapa do projeto Ludoteca

Quarta (10) | 14h30

Museu da Abolição (Rua Benfica, 1150 - Madalena)

Gratuito

 

Crianças e adolescentes ganham mais uma oportunidade para aproveitar o sábado de forma diferente, nos parques da capital pernambucana, antes de encerrar o recesso escolar. Neste sábado (27), o Sítio Trindade e os parques Dona Lindu, 13 de Maio e Jaqueira sediam atividades gratuitas como oficinas de reutilização de materiais e teatro de bonecos, das 8h às 18h. 

Os participantes vão aprender, a partir da consciência ambiental, que é possível transformar e reutilizar materiais como garrafa PET, embalagens plásticas, CDs e disco de vinil. 

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Confira a programação:

Sítio Trindade

10h30 às 11h30 – Oficina de reutilização de materiais

15h30 às 16h30 – Oficina de reutilização de materiais

16h30 às 17h30 – Oficina de reutilização de materiais

17h às 18h – Teatro de bonecos (Chapeuzinho Vermelho)

Parque da Jaqueira

8h às 12h - Troca-troca de figurinhas e exposição de álbuns antigos

10h30 às 11h30 – Oficina de reutilização de materiais

15h30 às 16h30 – Oficina de reutilização de materiais

16h30 às 17h30 – Oficina de reutilização de materiais

17h às 18h – Teatro de bonecos (O Mágico de Oz)

Parque Dona Lindu

10h30 às 11h30 – Oficina de reutilização de materiais

15h30 às 16h30 – Oficina de reutilização de materiais

16h30 às 17h30 – Oficina de reutilização de materiais

17h às 18h – Teatro de bonecos (As Aventuras de Pinóquio)

Parque 13 de Maio

10h30 às 11h30 – Oficina de reutilização de materiais

15h30 às 16h30 – Oficina de reutilização de materiais

16h30 às 17h30 – Oficina de reutilização de materiais

17h às 18h – Teatro de bonecos (A Bela e a Fera)

Pela oitava vez o Sesc Pernambuco participa do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) promovendo atividades culturais. Desta segunda (22) até o sábado (27), o público pode conferir, na área externa do salão de eventos da instituição, espetáculos, lançamento de livro, brincadeiras lúdicas e shows de diversos ritmos. 

Além disso, o Centro de Atividades do SESC estará disponibilizando serviços nas áreas do Turismo, Saúde, Lazer, Assistência, Biblioteca e Nutrição durante todo o período do Festival de Inverno de Garanhuns. 

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Confira a programação:

Segunda (22)

Área Externa do Salão de Eventos

Das 12h às 14h – Folia de saudação aos Três Reis do Oriente, por Mestre Benone (Garanhuns/PE)

Terça (23)

Área Externa do Salão de Eventos

Das 12h às 14h 

Levanta a poeira do terreiro com o Samba de Coco Santa Luzia (Caetés/PE)

Quarta (24) 

Área Externa do Salão de Eventos

12h - Toada Pifanisíaca quilombola da Banda Folclore Verde (Garanhuns/PE)

13h – Espetáculo de Dança “Eu Vim da Ilha”

Quinta (25) 

Área Externa do Salão de Eventos

Das 12h às 14h – Brincadeira de Encantamento com o Boi Tira Teima (Caruaru/PE) 

Sexta (26) 

Área Externa do Salão de Eventos

12h30 – No compasso da Mazurca (Agrestina/PE)

13h30 – Espetáculo de Dança “Eu Vim da Ilha” – Cia de Dança do SESC Petrolina/PE

Salão de Eventos Jaime Pincho

16h – Lançamento do Livro “A menina que Falava com as Coisas”, da escritora Garanhuense Luzinette Laporte, pela Editora Cepe. Intervenções Teatrais com o ator Adriano Cabral (PE)

Sábado (27) 

11h – Cortejo Junino e desfile das “carroças dos noivos” com a participação dos grupos: Imaginário Popular (Jucati/PE), Os Filhos de Lampião (Correntes/PE), Yupi Nambuco (Jupi/PE), Chamego na Roça (Canhotinho/PE), Tradição da Boa Vista (Garanhuns/PE), e Unidos com Alegria (Garanhuns/PE), Grupo Junino Forró no Alsfalto (Capoeiras/PE)

12h – Homenagem a Gonzaga de Garanhuns, com a participação de diversos convidados 

12h30 – Na Pisada e no repique do Coco Trupé (Arcoverde/PE)

 

Estimular o uso de brinquedos educativos e artesanais, que ajudam no desenvolvimento da coordenação motora, criatividade e inteligência das crianças. É com essa ideia que o Pé de Moleque, espaço infantil localizado no Shopping Center Recife, em Boa viagem, lançou nesta semana local direcionado para o lazer das crianças.

Pelo fato de muitos brinquedos atuais serem tecnológicos e robotizados, o espaço pretende levar aos pais e pequenos brinquedos mais tradicionais e educativos. Algumas das sugestões são bonecas de pano, peão e carrinhos de madeira.

O horário de funcionamento é das 10h às 22h, de segunda a sábado. Nos domingos, das 13h às 21h. Mais informações podem ser conseguidas pelos telefones (81) 3048-1500 / 3048-1400. 

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