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Difícil parar Cristiano Ronaldo quando ele está empolgado. E o astro vem esbanjando bastante confiança em levar Portugal para a Copa do Mundo do Catar. Nesta terça-feira, a seleção faz decisão com a Macedônia do Norte no Estádio do Dragão, no Porto, e o camisa 7 descarta surpresas, garantindo que a algoz da Itália não repetirá a dose nesta repescagem europeia.

"A Macedônia surpreendeu, fez isso em muitos jogos, mas acredito que amanhã não nos vai surpreender", afirmou Cristiano Ronaldo, em entrevista coletiva. "Portugal vai ser melhor e vamos ao Mundial. Não há um Mundial sem Portugal", garantiu.

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Confiança, sim, mas sem desrespeitar jamais o oponente. Cristiano Ronaldo aposta na força do conjunto português em sintonia com o maciço apoio da torcida. Prega, contudo, respeito à adversária, que derrubou a Itália com 1 a 0 em Palermo.

"Sabemos que é uma equipe muito bem organizada, tem os seus pontos fortes. Respeitamos, mas acho que se Portugal estiver no seu melhor nível, bate qualquer equipe do mundo. Queremos muito ganhar, queremos muito estar no Mundial, vai ser difícil, mas é o jogo das nossas vidas também, não só para a Macedônia."

Cristiano Ronaldo fez um apelo para que na hora da execução do hino nacional, ele seja em capela. "Gostaria que amanhã se cantasse o hino sem música. Para mostrar a nossa garra! Se os torcedores estiverem como estiveram na quinta (3 a 1 na Turquia), tenho a certeza que vamos ganhar. Quero que nossos torcedores transformem o Estádio do Dragão em um inferno."

Questionado se a Copa do Catar pode ser sua última, pois já está com 37 anos, Cristiano Ronaldo se irritou e deixou no ar a possibilidade de ainda disputar a competição em 2026. "Comecei a ver que muitas pessoas estão fazendo a mesma pergunta sobre o meu futuro. Quem vai decidir meu futuro serei eu, se eu quiser jogar mais eu vou, eu sou o líder, acabou."

Após os goleiros do Totteham (ING) reclamarem da altura das traves no gramado da Toše Proeski Arena, na Macedônia, o técnico português José Mourinho protagonizou uma cena rara.

Antes de a bola rolar para o jogo da Liga Europa entre os londrinos e o Shkendija (MKD), mandante do duelo, o treinador do time inglês foi até a área, esticou o braço para medir o tamanho da baliza e ainda brincou: “Achei que tinha crescido”.

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Tanto os atletas quanto o treinador do Tottenham estavam certos. Pelas regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA), a altura deve ser de 2,44 m. As balizas da Toše Proeski Arena estavam a apenas 2,39 m do chão. Com a conferência dos fiscais da organização do torneio, os funcionários da manutenção entraram no gramado para corrigir a falha.

O Shkendija se eximiu da responsabilidade pelo ocorrido. O clube costuma sediar seus jogos na cidade de Tetovo e não no estádio localizado na Escópia. No entanto, a verdadeira casa dos macedônios não tem estrutura para comportar um jogo internacional.

Com as traves na altura correta, o Tottenham fez 3 a 1 sobre o Shkendija. Os gols do do time britânico foram anotados pelo argentino Erik Lamela, pelo sul-coreano Son Heung-min e pelo artilheiro inglês Harry Kane. O time da casa fez com o macedônio Valmir Nafiu.

Com o resultado, os ingleses pegam o Maccabi Haifa (ISR) na próxima fase da Liga Europa.

Em sua visita à Macedônia do Norte, o papa Francisco afirmou nesta terça-feira (7) que a sociedade se acostumou com a "desinformação" e virou "prisioneira do descrédito" e da "infâmia".

As declarações foram dadas durante uma missa em Skopje, no último dia da viagem do líder católico pelos Bálcãs, que também incluiu a Bulgária.

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"Acostumamo-nos a comer o duro pão da desinformação e terminamos prisioneiros do descrédito, das etiquetas e da infâmia. Acreditamos que o conformismo saciaria nossa sede, e terminamos bebendo indiferença e insensibilidade. Alimentamo-nos com sonhos de esplendor e grandeza e acabamos comendo distração, fechamento e solidão", disse o Papa.

"Buscamos o resultado rápido e seguro e nos encontramos oprimidos pela impaciência e pela ânsia. Prisioneiros da virtualidade, perdemos o gosto e o sabor da realidade", acrescentou Francisco, em missa para cerca de 15 mil pessoas.

Agenda apertada - Jorge Bergoglio desembarcou em Skopje na manhã desta terça e se reuniu com o presidente Gjorge Ivanov e com o primeiro-ministro Zoran Zaev.

Em um discurso para as autoridades locais, o Pontífice afirmou que a Macedônia do Norte é exemplo de "convivência fraterna" entre etnias e religiões. "Isso criou uma convivência pacífica e duradoura, na qual cada identidade soube e pôde se exprimir e se desenvolver sem negar, oprimir ou discriminar as outras", disse.

A visita acontece por ocasião do 25º aniversário das relações diplomáticas entre Vaticano e Macedônia do Norte, ex-república iugoslava que conquistou sua independência em 1991. "Convido-os a prosseguirem confiantes no caminho iniciado para fazer de seu país um farol de paz, de acolhimento e de integração fecunda entre culturas, religiões e povos", acrescentou.

Francisco também visitou o Memorial de Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) em Skopje, cidade natal da religiosa. Bergoglio colocou uma coroa de flores aos pés de uma estátua da santa e se reuniu com autoridades religiosas locais e dois parentes de Madre Teresa em uma capela.

O Papa ainda teve um encontro com cerca de 100 pobres atendidos pelas Missionárias da Caridade, congregação fundada pela santa.

Os primeiros-ministros da Grécia e da Macedônia agendaram uma reunião para tentar acabar com uma disputa de longa data entre países vizinhos sobre o nome da Macedônia. Os países estão em desacordo sobre o nome "Macedônia" há 27 anos. A Grécia alega que o uso do nome pela Macedônia indica aspirações territoriais na província grega de mesmo nome.

O mediador das Nações Unidas Matthew Nimetz anunciou no sábado que a Zoran Zaev, da Macedônia, e Alex Tsipras, da Grécia, vão se encontrar na quinta-feira na capital da Bulgária, Sofia

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Nimetz disse que os ministros das Relações Exteriores da Grécia e da Macedônia fizeram um "árduo e intensivo" trabalho para estabelecer as bases para o encontro Tsipras-Zaev.

As negociações dos primeiros-ministros serão realizadas em paralelo a uma reunião entre a União Europeia (UE) e países dos Balcãs Ocidentais sobre o ingresso na UE.

Dezenas de milhares de gregos se manifestaram neste domingo (4), em Atenas, para se opor ao uso do nome Macedônia por parte do país vizinho.

Junto a uma bandeira grega gigante em meio à praça Syntagma, milhares de manifestantes gritavam "Macedônia é grega", "Macedônia significa Grécia!".

Uma recente pesquisa para o canal de televisão Action 2 mostra que 59% dos gregos discordam da presença da palavra Macedônia no futuro nome do país, um compromisso que o governo de esquerda de Alexis Tsipras e o novo primeiro macedônio socialdemocrata, Zoran Zaev, parecem estar dispostos a negociar. Cerca de 35% dos gregos dizem que não se incomodariam.

A marcha foi organizada e financiada em grande parte por grupos da diáspora grega, associações de militares reformados, grupos religiosos e associações culturais da Macedônia grega.

Nesta semana, o enviado das Nações Unidas para o tema, Matthew Nimetz, disse em Atenas que chegou a hora de encontrar uma solução.

Essa disputa remonta à independência da antiga república iugoslava. Os gregos temem que, com a atribuição oficial do nome de Macedônia ao país, não se possa distingui-lo do nome da província fronteiriça homônima do norte da Grécia.

Como consequência, a Grécia bloqueou há dois anos a adesão de sua vizinha à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e ao processo para integrar a União Europeia.

Para o professor de Ciência Política Nikolaos Tzifakis, da Universidade de Peloponeso (sul), "muitas pessoas veem agora a mudança política (sobre esse assunto) pelo prisma da crise política e a enxergam como uma concessão a mais".

Na última sexta-feira (25), foram sorteados os grupos da Liga dos Campeões e a Liga Europa, principais torneios do futebol no Velho Continente. Como acontece com certa frequência, algumas equipes surgem na fase de grupo pela primeira vez, entretanto há uma que vale o destaque para a torcida pernambucana pela lembrança de um jogador que passou pelo Sport. O Vardar Skopje, da Macedônia, conseguiu uma classificação histórica à Liga Europa eliminando times de maior tradição como Copenhague-DIN e Malmo-SUE na fase preliminar da Liga dos Campeões. E no ataque desta equipe estava Jonathan Balotelli.

Tendo sua primeira aparição para o futebol pernambucano vestindo a camisa do Pesqueira, Balotelli foi a revelação do Campeonato Pernambucano de 2013, marcando 13 gols e garantindo sua transferência para o Sport. No Leão, entretanto, o atacante não vingou, e com poucas partidas na equipe titular deixou na temporada seguinte. A guinada da carreira, que ainda contou com passagens por Macaé-RJ, Caldas Novas, Afogadense e URT, veio em 2016. Atuando pelo Cuiabá, Jonathan recebeu uma proposta para defender o Vardar, time forte em Skopje, cidade da Macedônia.

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Após considerar, o brasileiro aceitou o desafio e o resultado foi além das expectativas. Com 35 jogos e 12 gols, Balotelli era titular absoluto no time que fez história, entrando pela primeira vez na fase de grupos da Liga Europa. Para isso, precisou eliminar equipes de maior expressão e que já participaram da Liga dos Campeões, torneio maior na Europa, como Copenhague e Malmo. Foi com gol dele que o Vardar venceu o jogo de ida contra os dinamarqueses, entretanto uma goleada na volta fez com que o Copenhague seguisse adiante na disputa por uma vaga na taça maior, sendo posteriormente eliminado pelo Qarabag, do Azerbaijão.

O feito, entretanto, não passou em branco, e agora, Jonathan, com 28 anos, vai defender o Al Gharafa, do Qatar. Clube rico de Doha que já contou com nomes conhecidos no futebol sul-americano como Christian Bolaños, Nenê, Fernandão, Diego Tardelli, Juninho Pernambucano, entre outros.

Moradores do vilarejo macedônio de Tearce estão votando nesta domingo (25) numa segunda rodada de eleições a qual pode afetar o resultado do pleito nacional.

O processo envolve um único ponto de votação em que estão registrados 714 eleitores do vilarejo, que fica a 50 quilômetros da capital Skopje. A votação está sendo refeita na região após reclamações de irregularidades por parte da oposição no país.

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Apenas 307 votos separam os dois maiores rivais nas eleições nacionais. O partido conservador do ex-primeiro-ministro Nikola Gruevski teve 51 assentos no Parlamento de 120 membros enquanto a oposição social democrata teve 49. A distribuição faz com que ambos precisassem de uma coalizão para formar um governo.

Na eleição anulada em Tearce, 404 eleitores votaram. Os conservadores tiveram 91 votos e os sociais democratas, 87. O restante ficou dividido entre partidos minoritários. Fonte: Associated Press.

Um terremoto de magnitude 5,3 graus atingiu as cercanias da capital da Macedônia neste domingo, causando danos menores em prédios. Segundo as autoridades, não há feridos.

O tremor começou às 15h, horário local, de acordo com Dragana Cernih, que trabalha no observatório nacional de sismologia. Segundo ela, houve relatos de danos em muros e prédios e chaminés que caíram, assim como problemas nos tetos de casas nas cercanias de Escópia.

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Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, a avaliação preliminar foi de um terrmoto de 5,3 graus, cujo epicentro foi a quatro quilômetros de profundidade. Segundo Cernih, ao menos quatro outros tremores menores se seguiram durante o restante do dia.

Em 1963, um forte terremoto destruiu boa parte da capital macedônia e deixou mais de mil mortos. Fonte: Associated Press.

Na capital da Macedônia, 17 pessoas morreram, seis estão desaparecidas e 60 foram para o hospital após forte tempestade ocorrida no sábado, informaram autoridades locais.

A polícia e helicópteros do exército fazem buscas pelos desaparecidos, além de evacuar áreas alagadas, após forte chuva, vento e trovoadas. Segundo informações oficiais, mais de 1 mil pessoas foram evacuadas da região de Stajkovci, Aracinovo e Smiljkovci. Fonte: Dow Jones Newswires.

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Mais de 200 refugiados realizam um protesto em uma estrada que liga a Grécia e a Macedônia, exigindo que as autoridades macedônias abram suas fronteiras, permitindo que eles continuem sua jornada a caminho da Europa.

O protesto está sendo realizado a cerca de 17 quilômetros de um acampamento improvisado na cidade fronteiriça de Idomeni, na Grécia, onde 11.000 pessoas acabaram se instalando desde que países da região fecharam suas fronteiras. Os manifestantes estão impedindo caminhões de cruzar a Macedônia, mas não veículos de passageiros. Fonte: Associated Press.

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Centenas de migrantes do campo de Idomeni, na Grécia, foram parados nesta segunda-feira à tarde pelo Exército macedônio depois de terem entrado no país por uma rota alternativa - constatou um jornalista da AFP.

Além disso, um grupo de cerca de 30 jornalistas e ativistas que acompanhavam a marcha que partiu no final do dia de Idomeni foi levado pela Polícia para uma delegacia em Gevgelija, acrescentou o repórter, que está entre os detidos. Passando pelos campos e atravessando um rio, um pouco a oeste de Idomeni, os imigrantes conseguiram passar pela cerca de arame farpado erguida pela Macedônia. Na semana passada, o país bloqueou a passagem de imigrantes em Idomeni.

O Exército cercou o grupo e fez todos se sentarem no chão, com o propósito claro de organizar seu retorno à Grécia. Enquanto isso, jornalistas e ativistas que acompanhavam a marcha eram interrogados. De acordo com outros jornalistas da AFP, várias centenas de migrantes ainda seguiam caminhando no início da noite em direção a Moin. Não foi possível determinar se alguns conseguiram escapar das forças macedônias.

Nesta segunda de manhã, três afegãos - um homem e duas mulheres, uma delas grávida - que haviam deixado o primeiro grupo morreram afogados no rio. Esta é a primeira vez que um movimento dessa magnitude ocorre desde que a passagem de Idomeni foi fechada na segunda-feira passada. Em 29 de fevereiro, cerca de 300 manifestantes que tentavam forçar a passagem foram alvejados com gás lacrimogêneo disparado pelas forças de ordem macedônias.

Atualmente, pelo menos 12.000 migrantes continuam bloqueados em Idomeni, em condições terríveis. As chuvas dos últimos dias agravaram a situação, transformando o acampamento em um mar de lama. Depois de criticar o fechamento das fronteiras na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu que a Alemanha "se beneficiava" desta situação, ressaltando, porém, que não é "duradoura".

Ainda não se sabe se essa tentativa de cruzamento da fronteira foi um ato espontâneo. Segundo diferentes fontes, o rumor corria pelo acampamento desde domingo. Assim que o grupo partiu, a marcha apareceu nas redes sociais com o hashtag #marchofhope (marcha da esperança). O portal de notícias macedônio MKD acusou "as ONGs gregas de terem organizado os cruzamentos ilegais de imigrantes, de tê-los ajudado a entrar na Macedônia, enquanto a Polícia grega observava, sem fazer nada".

Já o porta-voz do órgão de coordenação da Política Migratória na Grécia garantiu que "as autoridades gregas não facilitam a passagem pelas fronteiras fechadas", e sim que convidam os imigrantes a aceitar serem transferidos para centros de acolhida. Mais de 44.500 imigrantes se amontoam nesses acampamentos, atualmente, de acordo com o governo grego. Centenas continuam chegando todos os dias.

Mil migrantes e refugiados tentavam nesta segunda-feira (14) entrar na Macedônia por uma rota alternativa à de Idomeni, mas foram impedidos pela polícia grega. Às 13h00 GMT (10h00 de Brasília), os manifestantes estavam cercados por um cordão policial.

O grupo iniciou seu períplo por volta das 10h30 GMT (07h30 de Brasília) a partir dos arredores de Idomeni em direção à cidade de Chamilo, dois quilômetros a sudoeste. O grupo, formado por muitas famílias, atravessou colinas, campos e inclusive um córrego para chegar ao local.

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Ao menos 12.000 refugiados acampam em condições horríveis na fronteira da Grécia com a Macedônia nos arredores de Idomeni. Na última semana, a Macedônia não deixou ninguém entrar a partir de Idomeni.

Quando Zahraa Alshibly fecha os olhos, sonha em "reabri-los na Suécia", mas acorda em Idomeni, um acampamento de refugiados na fronteira greco-macedônia, onde esta iraquiana de 16 anos está bloqueada há dez dias à espera de poder seguir viagem.

Ela não se atreve a se afastar da barreira que separa os dois países neste local, nem da pequena porta colocada no alambrado que é aberta uma, duas vezes por dia, às vezes nenhuma, para deixar passar entre 50 e 300 pessoas para a Macedônia.

"Ao acordar (na segunda-feira), soubemos que a fronteira foi aberta ao amanhecer. Dormíamos e não soubemos nada", lamenta a adolescente que viaja com a mãe, a irmã, o cunhado e seus dois sobrinhos. Ao chegar ao acampamento de Idomeni (norte), há dez dias, a família recebeu um número, "196" e eles devem cruzar a fronteira em breve desde que estejam no lugar certo, na hora certa;

"Os macedônios nos avisam no último minuto", queixa-se um policial grego que ouve sempre a mesma pergunta: "Você sabe se vão abrir? Quando?". Fartos desta situação, trezentos iraquianos e sírios, entre eles mulheres e crianças, forçaram o cordão policial grego e derrubaram parte do alambrado. Os policiais macedônios responderam com bombas de gás lacrimogênio.

Quando a calma foi restabelecida, Zahraa e seus familiares decidiram se posicionar perto do local de passagem, abandonando a barraca de camping dos arredores em que viviam.

Três dias sem se mexer

Nas proximidades do principal acampamento de Idomeni e de suas brancas barracas coletivas, previstas para menos de duas mil pessoas, multiplicam-se lonas doadas por ONGs, sobretudo desde que os países dos Bálcãs e a Áustria passaram a filtrar os acessos ao seu território. Mais de sete mil pessoas guardam para cruzar a fronteira.

Entre elas está Faisal, um sírio de 30 anos que teve as duas pernas amputadas após um bombardeio em Damasco e que viajou com duas próteses de "quatro quilos cada uma" com ajuda de seu amigo, Hassan, explicou.

Fazem parte do grupo mais próximo da porta aberta no alambrado. Ali há duzentas pessoas, as quais algumas passam dias sem se mexer, apinhando-se à noite para dormir debaixo de um toldo.

Todos são sírios ou iraquianos. Os afegãos e os demandantes de asilo de outras nacionalidades parecem ter desistido do acampamento diante da recusa da Macedônia de acolhê-los - eles recorrem aos traficantes de seres humanos ou voltam para Atenas.

Os sírios e os iraquianos que querem prosseguir o caminho para Áustria ou Alemanha devem apresentar documentos de identidade às autoridades. Mas nem todos os têm.

Zaraah e os familiares salvaram por milagre a documentação entre os escombros de sua casa em Bagdá, destruída na explosão de uma bomba em um supermercado próximo, explicou a adolescente. Isto foi em dezembro. Os seis querem chegar à Suécia, onde estuda um dos irmãos de Zaraah.

Mas ela tem uma dúvida: um agente do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) comentou sobre um programa que custeia as despesas com passagens aéreas para uma acolhida em um país europeu. Trata-se do plano da UE para tentar gerenciar coletivamente a crise migratória. Dos 160 mil beneficiários, menos de 600 foram realojados desde o outono.

Mas não poderia escolher o país de acolhida. "Isto equivale, sem dúvida, a não ir para a Suécia", reflete Zaraah, em voz alta. "É preciso colocar-se no lugar deles", diz uma funcionária do Acnur, que pediu para ter sua identidade preservada. Eles passam semanas na estrada com um objetivo, frequentemente encontrar os familiares em um país europeu e "pedem que mudem seus planos..."

Zaraah dá uma olhada para a fronteira, para a lama que cerca as barracas de camping, de onde se ouve o barulho do choro de crianças. Em alguns instantes, ela irá se informar sobre este programa.

A polícia da Macedônia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra 300 refugiados iraquianos e sírios que forçaram uma parte da cerca instalada na fronteira com a Grécia, na altura do posto fronteiriço de Idomeni.

Os migrantes, incluindo mulheres e crianças, ultrapassaram o cordão de isolamento da polícia grega, entraram na via férrea e forçaram a cerca entre Macedônia e Grécia gritando "Abram as fronteiras!".

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A polícia macedônia respondeu lançando bombas de gás lacrimogêneo para impedir a entrada dos migrantes, constatou um jornalista da AFP no local. Os migrantes tiveram de recuar e as crianças, com problemas respiratórios por causa do gás, tiveram de ser atendidas. Segundo a ONG Médicos do Mundo, ao menos 30 pessoas foram atendidas pelos médicos, entre elas muitas crianças.

A situação é muito tensa no posto fronteiriço grego de Idomeni, onde mais de 7.000 migrantes e refugiados se encontra bloqueados por causa das restrições impostas pela Macedônia e outros países de cruzar para os Bálcãs.

Os imigrantes afegãos em rota para o norte da Europa foram proibidos neste domingo de entrar na Macedônia pelo posto de fronteira de Idomeni, no norte da Grécia, informaram as autoridades gregas.

"Fomos avisados ​​esta manhã que as autoridades macedônias não deixarão mais passar os afegãos", afirmou uma fonte policial à AFP. Os macedônios justificaram essa decisão pela decisão da Sérvia de barrar o caminho para esses cidadãos, segundo a fonte. 

Segundo ela, os afegãos estavam sendo reenviados para o lado grego, enquanto as autoridades macedônias deixavam passar apenas sírios e iraquianos pelo posto de Idomeni. 

Na zona de trânsito de Idomeni, a AFP contabilizou cerca de 300 afegãos bloqueados neste domingo. No total, cerca de 4.000 refugiados esperavam esta manhã para poder atravessar a fronteira. A Macedônia estabeleceu em novembro este "filtro" por nacionalidades.

Vários grupos de migrantes se enfrentaram nesta quinta-feira na fronteira entre Grécia e Macedônia, onde mais de 5.000 pessoas estavam bloqueadas, após a decisão da polícia macedônia de fechar a passagem, informou uma fonte policial grega.

Os incidentes, com pedras utilizadas como armas, envolveram grupos de migrantes autorizados a atravessar a fronteira e outros que não receberam autorização.

A polícia macedônia adotou um sistema de acordo com a nacionalidade. A situação, tensa há vários dias, piorou na quarta-feira, quando a Macedônia proibiu a entrada de um grupo de 500 migrantes, em sua maioria do Paquistão, Bangladesh e Marrocos, que tentaram passar por uma zona que não tem cercas.

Depois do incidente, a polícia usou gás lacrimogêneo e decidiu fechar a entrada também a sírios, iraquianos e afegãos, que a princípio estavam autorizados a passar por procederem de países em conflito.

Quatro policiais macedônios ficaram ligeiramente feridos, depois de serem alvo de pedradas por parte de imigrantes na fronteira com a Grécia, neste sábado, no momento em que a Macedônia começa a construir um muro para controlar melhor o fluxo de refugiados, informou o Exército.

As pedras foram jogadas "muito provavelmente", segundo a imprensa local, por imigrantes reunidos no lado grego da fronteira. A agência de notícias grega ANA afirmou que a Polícia respondeu com bombas de efeito moral.

Um fonte militar, que pediu para não ser identificada, disse à AFP que a situação começava "a se normalizar".

A extensão da obra ainda não foi divulgada, mas um fotógrafo da AFP observou que o Exército está usando equipamentos pesados para erguer a muralha de 2,5 metros de altura de ambos os lados de uma passagem ilegal, perto da cidade fronteiriça de Gevgelija.

Mais de mil migrantes que estão há três dias bloqueados na fronteira entre Grécia e Macedônia voltaram a protestar neste sábado, depois que autoridades macedônias se negaram a deixá-los entrar.

Na última quinta-feira, Sérvia e Macedônia decidiram limitar a passagem pela fronteira a pessoas que fogem das zonas de conlito em Síria, Iraque e Afeganistão, o que impede que migrantes de outras nacionalidades passem pelo posto fronteiriço de Idomeni (Gevgelija para a Macedônia).

Segundo a polícia grega, 1.300 migrantes de diferentes nacionalidades - iranianos, paquistaneses, marroquinos, argelinos, bengaleses e somalis - aguardavam hoje em Idomeni.

"Sentimos pela França, mas não somos perigosos", dizia um cartaz, referindo-se aos atentados jihadistas do último dia 13 em Paris.

O posto de Idomeni/Gevgelija é a passagem habitual para o norte da Europa dos migrantes que chegam à Grécia cruzando o Mar Egeu a partir da costa ocidental turca.

O ministro grego de Política Migratória, Ioannis Mouzalas, que viajou hoje para Idomeni, informou que a situação começou quando a Eslovênia, membro da União Europeia (UE) e integrante do Espaço Schengen, como a Grécia, proibiu a entrada de alguns migrantes.

Segundo Mouzalas, esta decisão teve um efeito dominó nos países vizinhos Macedônia e Sérvia, que não são membros da UE nem do Espaço Schengen.

"A Grécia tem um plano para ajudar estas pessoas a deixar Idomeni e se instalar, em um primeiro momento, em centros de acolhimento situados em outras regiões gregas, indicou o ministro.

Um total de 70% dos migrantes que chegam à fronteira entre Grécia e Macedônia são sírios ou iraquianos. Mais de 800 mil migrantes chegaram à Europa pelo mar desde o começo do ano.

O Conselho de Segurança da Macedônia ordenou ao exército para iniciar os preparativos para uma possível construção de uma cerca na fronteira com a vizinha Grécia e restringir o fluxo de imigrantes.

O presidente macedônio, Gjorge Ivanov, presidiu a reunião do Conselho de Segurança, após os ataques em Paris. Autoridades estão preocupadas que, se outros países restringirem o fluxo, a Macedônia pode acabar virando um destino certo para um maior número de imigrantes.

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Ivanov disse que mais de 8.500 imigrantes entraram no país sem registro através de cruzamentos ilegais na fronteira com a Grécia.

Um comunicado emitido após a reunião do Conselho de Segurança enfatiza que "a cerca não seria destinada a fechar a fronteira, mas sim para canalizar e limitar o fluxo dos imigrantes". A declaração diz também que "este passo seria tomado como um último recurso". 

Dez mil migrantes entraram na Macedônia em 24 horas, entre sábado à noite e domingo às 18H00, anunciou a polícia do país nesta segunda-feira.

O fluxo de pessoas, procedente da Grécia, não diminuiu até quase meia-noite, segundo funcionários de uma ONG na fronteira do país.

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