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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta segunda-feira (2), o uso em crianças de uma segunda vacina contra a malária, doença que mata milhares de pessoas todos os anos.

"Como pesquisador da malária, sonhava com o dia em que teríamos uma vacina segura e eficaz contra a malária. Agora temos duas", declarou em uma coletiva de imprensa o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Tenho o grande prazer de anunciar que a OMS recomenda uma segunda vacina, chamada R21/Matrix-M, para prevenir a malária em crianças com risco de contrair a doença", indicou.

A OMS também apresentou novas recomendações sobre as vacinas contra a dengue e meningite, além de uma simplificação das recomendações para a vacina da covid-19.

A vacina contra a malária R21/Matrix-M, desenvolvida pela Universidade de Oxford, é fabricada pelo Serum Institute of India. Seu uso já foi autorizado em Gana, Nigéria e Burkina Faso.

Em 2021, outra vacina, a "RTS,S", produzida pela gigante farmacêutica britânica GSK, se tornou a primeira recomendada pela OMS para prevenir a malária em crianças nas zonas onde a transmissão é moderada ou elevada.

Tedros garantiu que "a demanda para a vacina RTS,S excede de longe a oferta".

A R21/Matrix-M é, de acordo com ele, "uma ferramenta extra essencial para proteger mais crianças, mais rápido", para "nos aproximarmos da nossa visão de um futuro sem malária".

As duas vacinas apresentam taxas de eficácia semelhantes, em torno de 75% quando administradas nas mesmas condições.

Uma dose da nova vacina aprovada custa entre US$2 e US$4 (R$10 e R$20), especificou Tedros.

- Transmitido por mosquitos -

Os programas piloto para introdução da "RTS,S" em três países africanos - Gana, Quênia e Malawi - permitiram que mais de 1,7 milhão de crianças recebessem pelo menos uma dose da vacina desde 2019.

A implementação da vacinação contra a malária nesses três países provocou uma queda substancial nas formas graves e mortais da doença, além de uma diminuição da mortalidade infantil.

Segundo a agência de saúde, quando administrado em larga escala, poderá salvar milhares de vidas por ano.

Em julho passado, a OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) anunciaram conjuntamente a atribuição de 18 milhões de doses da vacina contra a malária para 12 países africanos, entre 2023 e 2025.

A malária ainda é uma ameaça especialmente para crianças africanas, em parte devido à crescente resistência aos tratamentos.

A doença causou a morte de 619 mil pessoas no mundo em 2021, segundo dados recentes da OMS.

A doença é causada por um parasita minúsculo do gênero Plasmodium, transmitido por picadas de mosquitos, e pode acarretar febre, dor de cabeça e calafrios. O quadro pode se agravar e se tornar fatal, quando não tem tratamento.

Cerca de metade da população mundial vive em áreas de risco e pode contrair malária. A maioria dos casos e mortes ocorrem na África.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiu um alerta na segunda-feira (26) depois de confirmar cinco casos de malária, os primeiros contágios locais da doença no país em duas décadas.

Quatro contágios transmitidos por mosquitos foram confirmados na Flórida e um no Texas, afirmou o CDC no alerta de saúde. Os casos dos dois estados não parecem estar relacionados, de acordo com as autoridades.

"Todos os pacientes receberam tratamento e estão melhorando", afirmou o CDC.

As autoridades investigam outros casos e adotaram medidas de vigilância e controle de mosquitos nas áreas afetadas.

O estado da Flórida emitiu um alerta após a detecção de casos nos condados de Sarasota e Manatee, com apelos à população para drenar a água parada utilizada pelos mosquitos.

O Texas também divulgou um alerta depois que um morador do condado de Cameron foi diagnosticado com malária. O departamento estadual de saúde informou que não foram identificados outros casos.

O CDC explicou que "apesar dos casos, o risco de contágio local de malária permanece extremamente reduzido nos Estados Unidos".

O contágio local anterior de malária nos Estados Unidos havia sido detectado em 2003, quando foram identificados oito casos em Palm Beach, Flórida, de acordo com o CDC.

Quase todos os casos de malária nos Estados Unidos são importados por pessoas que viajam para países com transmissão da doença.

Referência na produção de Primaquina 15 mg, medicamento para malária em adultos, reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2020, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tornou-se este ano referência também para o medicamento Primaquina 5mg, voltado para o público adulto e pediátrico a partir de 6 meses de idade.

O reconhecimento ocorreu em fevereiro, mas a informação foi divulgada nesta sexta-feira (19) pela Fiocruz. A tecnologista em saúde pública e chefe do Departamento de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos/Fiocruz, Juliana Johansson, disse à Agência Brasil que o instituto já vem suprindo o Ministério da Saúde com a Primaquina de 15mg e de 5mg.

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“A distribuição da Primaquina 5mg começou no mês de fevereiro de 2023 e a de 15mg a gente distribui desde 2022. Com isso, a gente garante que o país tenha autonomia no tratamento da malária.”

Os próximos passos são Farmanguinhos continuar recebendo as demandas do Ministério da Saúde para fornecimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM). Os estudos para a Primaquina 5mg foram iniciados em 2014, junto com o desenvolvimento da Primaquina 15mg. “Foi um projeto bastante complexo do ponto de vista tecnológico e bem-sucedido, porque a gente conseguiu agora ter o registro na Anvisa e virar um medicamento de referência”, destacou a tecnologista.

Laboratórios

Juliana esclareceu que, a partir da entrada do medicamento produzido por Farmanguinhos na lista da Anvisa, qualquer laboratório que pretenda registrar ou regularizar seu produto perante o órgão deverá comprovar a intercambialidade com o produto do instituto, por meio de estudo de bioequivalência. Ser um medicamento de referência significa que o instituto teve a qualidade assegurada pela agência reguladora e que foram demonstradas as provas de eficácia, de segurança, estabilidade do medicamento, garantindo a segurança do paciente e a efetividade do tratamento. 

“A gente virou um patamar de qualidade a ser atingido. É um parâmetro, é um exemplo, um modelo do que deve ser atingido em termos de qualidade”. Os laboratórios terão que comprovar perante a Anvisa similaridade, equivalência farmacêutica em relação ao medicamento de Farmanguinhos. “Demonstrar que eles têm o mesmo comportamento que o nosso medicamento”, disse Juliana Johansson. 

Malária

Na América do Sul, o Brasil é o país que tem maior número de casos de malária. Em boletim epidemiológico publicado em abril de 2023, o Ministério da Saúde informou que, em 2021, 193 mil casos da doença foram registrados no Brasil, com  58 mortes. Em 2022, foram 129 mil casos e 50 óbitos. Dados preliminares da pasta mostram que, nos dois primeiros meses de 2023, já foram registrados 21.273 casos, crescimento de 12,2% em relação a igual período do ano passado.

A chefe do Departamento de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos/Fiocruz, Juliana Johansson, destacou que a doença infecciosa acomete de maneira igual adultos e crianças e é transmitida pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego). O agente causador da doença é um protozoário do gênero Plasmodium. Esses mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer.

Segundo a Fiocruz, os sintomas da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Há pessoas que, antes de apresentar tais manifestações, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. A malária também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre. O Ministério da Saúde adverte que a malária é uma doença que tem cura e tem tratamento eficaz, simples e gratuito. A pasta destaca, contudo, que a doença pode evoluir para suas formas graves e até para óbito se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Portfólio

Além das primaquinas, Farmanguinhos aparece na lista da Anvisa como referência para outros medicamentos, separados em grupos que contenham um único insumo farmacêutico ativo (grupo A) e medicamentos que contenham dois ou mais insumos farmacêuticos ativos em uma única forma farmacêutica (grupo B). Na lista A, por exemplo, são encontrados a Nevirapina 200 mg, Zidovudina 100 mg e Efavirenz 600 mg, para o tratamento de HIV/aids e os tuberculostáticos Etionamida 250 mg e Isoniazida 100 mg. Já na lista B, aparece a Isoniazida + Rifampicina 150 mg + 300 mg, para o tratamento de tuberculose.

Seis mil testes rápidos para detecção de malária estão sendo distribuídos a comunidades do território yanomami. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde (MS), por meio de nota à imprensa.

De acordo com o ministério, os testes serão distribuídos inicialmente para seis áreas do território indígena: Auaris, Surucucu, Missão Catrimani, Maloca Paapiú, Kataroa e Waphuta. Os exames deverão ser usados em toda a população desses territórios, durante uma ação de agentes de saúde. Mesmo pacientes assintomáticos serão testados.

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O plano foi elaborado pelo Centro de Operações de Emergência (COE) Yanomami, devido à importância de se diagnosticar rapidamente os casos de contaminação.  Em visita recente à Missão Catrimani, o Secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba, destacou que as equipes de saúde “são bem engajadas no território todo, mas relatam a falta de lâminas para os testes e monitoramento da malária, por exemplo. E a doença é uma grande demanda da região".

A luta contra a aids, a tuberculose e a malária salvou 50 milhões de vidas nas últimas duas décadas, segundo o Fundo Global, que pede 18 bilhões de dólares para salvar mais 20 milhões de pessoas.

"Fizemos um enorme progresso", declarou o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, uma aliança global criada em 2002 para combater essas três doenças, cuja taxa de mortalidade foi reduzida pela metade desde então, em seu relatório anual.

"Mas a nossa luta não acabou", alertou, destacando a conjuntura de uma série de crises, desde as mudanças climáticas aos conflitos, passando pela pandemia de covid-19, que poderá "nos atrasar".

O Fundo Global realizará uma chamada para doações em Nova York na próxima semana, onde espera arrecadar pelo menos US$ 18 bilhões para seus programas de 2024 a 2026.

O organismo - que reúne governos, agências multilaterais, grupos da sociedade civil e setor privado - acredita que esse financiamento ajudaria a reduzir em quase dois terços as mortes por essas doenças e salvar 20 milhões de vidas.

No ano passado, alertou que a covid teve um impacto "devastador" nestes objetivos, com um retrocesso pela primeira vez na sua história.

Mas, como afirmou hoje, os enormes recursos que mobilizou estão valendo a pena e "a recuperação está em andamento".

Desde março de 2020, o Fundo Global informou que gastou mais de US$ 4,4 bilhões para combater a pandemia e reduzir seu impacto em seus programas.

- "No bom caminho" -

O diretor do Fundo Global, Peter Sands, no entanto, destacou que "embora a maioria dos países que lutam contra a aids, a tuberculose e a malária tenham começado a se recuperar dos estragos da covid-19, temos que acelerar os esforços se quisermos recuperar totalmente a cobertura perdida e voltar ao caminho para acabar com essas doenças até 2030.

Para Sands, as 50 milhões de vidas salvas em duas décadas são "prova de que o compromisso global pode fazer retroceder as doenças infecciosas mais mortais do mundo".

O Fundo, que administra quase um terço de todo o financiamento internacional para lutar contra a aids, declarou que o número de pessoas que receberam terapia antirretroviral no ano passado foi de 23,3 milhões, contra 21,9 milhões no ano anterior.

Mas cerca de 10 milhões de pessoas com o vírus não têm acesso ao tratamento, alertou.

E embora as mortes relacionadas à aids tenham caído 50% de 2010 para 650.000 no ano passado, o objetivo principal de ficar abaixo de 500.000 mortes por ano ainda está longe.

- Tuberculose e covid -

A pandemia teve um impacto especialmente grave no combate à tuberculose, já que muitos recursos foram direcionados contra a covid-19.

Em 2020, 1,5 milhão de pessoas morreram dessa doença, tornando-se a segunda doença infecciosa mais mortal após o coronavírus.

O Fundo Global vê, no entanto, pequenas melhorias.

Em 2021, 5,3 milhões de pessoas receberam tratamento, das quais 110.000 tinham tuberculose resistente, disse.

A pandemia também dificultou o combate à malária e a suspensão de alguns serviços fez com que as mortes aumentassem 12% em 2020, chegando a 627 mil óbitos.

Aqui, também, o Fundo Global vê uma melhoria em seus programas, com cerca de 280 milhões de casos suspeitos testados e 148 milhões de casos tratados no ano passado.

Rafa Kalimann é engajada em diversas causas mesmo antes de ganhar mais fama dentro do Big Brother Brasil e recentemente a apresentadora embarcou para uma viagem para Moçambique, na África.

A ex-BBB teria pego malária nesta viagem e durante a última quarta-feira (13) ela desembarcou no Brasil e decidiu falar brevemente sobre o assunto nas redes sociais.

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"Cheguei agora no Brasil! Estou bem, graças a Deus. Quero muito agradecer todo o carinho e cuidado de vocês".

Procurada, a assessoria de imprensa de Rafa Kalimann ainda não respondeu mais detalhes sobre o quadro de saúde dela.

Hoje (25) é comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Malária. A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por um protozoário. As espécies que podem causar essa doença nos seres humanos são: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae, Plasmodium ovale e Plasmodium knowlesi. No Brasil, somente três dessas espécies se transmitem em humanos, que são Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax e Plasmodium malariae.  

A malária apresenta um período de preparação de sete a 14 dias, porém isso varia conforme o agente causador, podendo chegar a meses. Os sintomas são calafrios, sudorese e febre, que pode atingir acima de 40 ºC. Também podem ocorrer dores de cabeça, dores musculares, náusea e vômitos. Dentro dos grupos mais sujeitos à doença, destacam-se as gestantes e crianças. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a maioria dos casos se concentra na região amazônica. Em 2019, houve uma redução de 10,5% nos casos.  

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A equipe do LeiaJá entrevistou a biomédica e também aluna de doutorado do Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas (NPDN), Ana Carolina Mengarda. “A maior concentração de pacientes infectados são nessas regiões não só pela caracterização do ambiente, mas também por um grande número de indivíduos residirem em ambientes onde ocorrem alta proliferação de mosquitos”, explica a biomédica sobre os dados do Ministério da Saúde.  

As formas de prevenção da malária são medidas coletivas que incluem drenagem de coleções de água, aterro, modificação do fluxo da água e controle da vegetação aquática “A forma mais eficaz de prevenção é evitar contato com o vetor (inseto) que transmite a doença. No caso, mosquitos fêmeas do gênero Anopheles infectadas com o parasito causador da doença, protozoários do gênero Plasmodium”, aponta Ana Carolina. “Programas coletivos de quimioprofilaxia também são realizados como forma de prevenção, que seria basicamente o uso de medicamentos em regiões endêmicas para malária.”, complementa. 

TRATAMENTO

Para o tratamento da malária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda combinações terapêuticas à base de artemisinina para infecções causadas pela espécie Plasmodium falciparum. Para infecções causadas por Plasmodium vivax, o tratamento recomendado é o uso de cloroquina em áreas onde o medicamento ainda não é resistente. “Em áreas resistentes à cloroquina, faz-se o uso de artemisinina. Para quadros graves de malária o tratamento inicial consiste na administração de artesunato injetável via intramuscular e intravenosa, seguido de tratamento à base de artemisinina assim que o paciente estiver apto a tomar medicamentos via oral.”, esclarece a biomédica. 

Por Camily Maciel

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta quarta-feira (6), a vacina contra a malária para crianças, em regiões com alta transmissão da doença, como parte da África Subsaariana (situada ao Sul do deserto do Saara). Essa é a primeira vacina contra a doença, que mata entre 400 e 500 mil pessoas anualmente em todo o mundo. A RTS,S é uma vacina que age contra o parasita (Plasmodium falciparum), transmitido pelo mosquito mais mortal do mundo e frequente na África. Buscas pela vacina começaram há quase um século. 

"É um momento histórico. A tão esperada vacina contra a malária para as crianças é um grande avanço para a ciência, a saúde infantil e o combate à malária", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado em um comunicado. "O uso desta vacina, além das ferramentas existentes para prevenir a malária, poderia salvar dezenas de milhares de vidas de menores todo ano", acrescentou. 

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O imunizante foi indicado após uma análise dos resultados de um programa piloto que ainda está em andamento em Gana, Quênia e Malaui. Ao todo, o estudo atingiu mais de 800 mil crianças desde 2019 e vai continuar em execução para avaliar o impacto da medida. Mais de duas milhões de doses de um total de 10 milhões previstas no programa de testes já foram aplicadas. 

De acordo com a OMS, 95% dos casos de Malária acontecem na África, e mais da metade desses números ocorrem em crianças com menos de cinco anos. A nova vacina é produzida pela GlaxoSmithKline e se mostrou eficaz contra os patógenos da malária mais prevalente no continente. A vacina, assim, se transforma na primeira a lidar com uma doença parasitária e é recomendada para a região africana e outras que tenham a incidência do mesmo patógeno. 

Nos testes clínicos, a vacina teve uma eficácia de cerca de 40% contra a malária durante os 12 primeiros meses e 30% de redução de malária severa. Mas a taxa cai para zero no quarto ano. Mesmo assim, os estudos indicam que, se for implementada, o imunizante pode salvar 23 mil crianças por ano e evitar 5,3 milhões de novos casos. A OMS também estima que terá um impacto econômico, já que o continente africano perde a cada ano US$ 12 bilhões por conta da doença. 

 

O primeiro-ministro da Malásia, Muhyiddin Yassin, renunciou nesta segunda-feira (16) e seu governo chegou ao fim depois de passar apenas 17 meses no poder, o que abre um período de instabilidade política no país, em plena luta contra a pandemia de Covid-19.

"O governo apresentou sua renúncia ao rei", afirmou o ministro da Ciência, Khairy Jamaluddin, em sua conta no Instagram.

O palácio nacional confirmou que o monarca, o sultão Abdullah Sultan Ahmad Shah - que designa formalmente o primeiro-ministro - aceitou a renúncia de Muhyiddin.

O primeiro-ministro chegou ao poder sem eleições em março 2020 e liderava um governo de coalizão, em substituição ao Executivo de Mahathir Mohamad, peso pesado da política local.

Muhyiddin Yassin adiou a organização de eleições durante meses e impôs um estado de emergência motivado pela pandemia.

O primeiro-ministro, de 74 anos, tentou permanecer no poder na sexta-feira ao propor, sem sucesso, que a oposição o apoiasse em troca de várias reformas.

Após o fracasso de sua tentativa, ele participou nesta segunda-feira no último conselho de ministros e seguiu para o palácio, onde apresentou sua renúncia.

No momento não há um sucessor claro para o cargo, o que pode levar o país, que já registrou batalhas políticas violentas, a um cenário de instabilidade.

A Malásia, com 32 milhões de habitantes, também passa por um momento difícil do ponto de vista sanitário. As autoridades não conseguem conter os contágios por covid-19.

Os novos casos passam de milhares por dia e a economia sofreu o duro impacto dos confinamentos e das restrições em vigor pela pandemia. De acordo com o balanço oficial, o país registra até o momento 1,1 milhão de contágios e 12.000 mortes provocadas pelo coronavírus.

A China erradicou a malária, após 70 anos de luta contra a doença que matou mais de 400 mil pessoas em 2019, a maioria na África, anunciou nesta quarta-feira (noite de terça, 29 no Brasil) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Parabenizamos o povo chinês por livrar o país da malária", declarou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "A China se une ao número crescente de países que mostram que um mundo livre de malária é um objetivo viável".

"Este sucesso conquistado com tanto esforço é o resultado de décadas de ação focada e contínua", acrescentou.

O país, com 30 milhões de casos por ano na década de 1940, não registrou nenhum caso endógeno nos últimos quatro anos. Essa doença parasitária é transmitida pelo mosquito Anopheles.

Os países que se mantiverem por três anos consecutivos sem transmissão local podem se inscrever para a certificação da OMS para validar seu status de nação livre da malária. Eles precisam apresentar evidências muito rigorosas e demonstrar sua capacidade de prevenir a doença no futuro.

A China é o 40º território a obter esta validação da OMS, que tem sede em Genebra. Os últimos foram El Salvador (2021), Argélia, Argentina (2019), Paraguai e Uzbequistão (2018).

A China é o primeiro país da região do Pacífico Ocidental, segundo a nomenclatura da OMS, a receber esse certificado em mais de trinta anos. No momento, apenas três outros conseguiram: Austrália (1981), Cingapura (1982) e Brunei (1987).

Em seu relatório mundial de 2020 sobre a malária, publicado em novembro, a organização constatou que os avanços no combate à doença estão estagnados, principalmente nos países africanos, onde são registrados os piores balanços de infecções e mortes.

Um projeto de vacina contra a malária demonstrou uma eficácia sem precedentes de 77% em testes clínicos na África, anunciando um avanço na luta contra esta doença que mata principalmente crianças, anunciou a Universidade de Oxford nesta sexta-feira (23).

Essa vacina, R21 / Matrix-M, é a primeira a atingir a meta de eficácia de 75% definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com a universidade, que colabora no seu desenvolvimento com a farmacêutica americana Novavax.

Publicados na revista científica The Lancet, "esses novos resultados dão grande esperança sobre o potencial dessa vacina", comentou em um comunicado o professor Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner em Oxford, que também desenvolveu a vacina contra covid-19 com AstraZeneca.

Esse soro, que pode ser aprovado para uso em dois anos, dá esperança diante dos temores de que a malária se torne resistente aos tratamentos.

Essa doença parasitária transmitida por mosquitos matou mais de 400.000 pessoas em todo o mundo em 2019, dois terços delas com menos de cinco anos. A grande maioria dos casos (94% das 229 milhões de infecções no mundo) e mortes ocorrem na África, de acordo com a OMS.

De acordo com um ensaio clínico de fase dois de 2019 com 450 crianças de 5 a 17 meses em Burkina Faso, a vacina da Universidade de Oxford foi 77% eficaz nas que receberam uma dose alta e 71% nas que receberam uma dose mais baixa.

Efeitos colaterais graves não foram observados. 4.800 crianças já começaram a ser recrutadas em quatro países africanos para a fase final dos ensaios clínicos.

A vacina pode ser fabricada em grande escala e com baixo custo, segundo seus idealizadores. Uma parceria com o Serum Institute of India (SII), que também produz a vacina contra o coronavírus da Oxford / AstraZeneca, permitirá que "pelo menos 200 milhões de doses sejam fabricadas anualmente nos próximos anos", segundo Hill.

Outra vacina, desenvolvida pela gigante britânica GSK, foi administrada a cerca de 650.000 crianças desde 2019 em Malawi, Gana e Quênia como parte de um programa piloto da OMS.

No entanto, esta é menos eficaz, prevenindo 4 em cada 10 casos de malária e 3 em cada 10 casos de malária grave com risco de vida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) quer acabar com a malária em 25 países até 2025, entre eles Honduras, Guatemala e Panamá, graças a uma nova iniciativa lançada nesta quarta-feira (21).

"A iniciativa E-2025 fornecerá um apoio a esses países no último desafio para eliminar a malária", explicou a organização em um comunicado, às vésperas do dia mundial dedicado a combater esta doença que mata todo ano centenas de milhares de pessoas.

Oito novos países serão adicionados à lista dos 17 que já participavam desta campanha, mas que não conseguiram eliminar a doença. São eles: Guatemala, Honduras, Panamá, República Dominicana, Coreia do Norte, São Tomé e Príncipe, Tailândia e Vanuatu.

Entre as outras nações que já estavam no programa destacam-se África do Sul, Arábia Saudita, México, Costa Rica, Equador e Coreia do Sul.

Algumas delas não registraram nenhum caso local de malária, mas não pediram a certificação oficial da OMS como país isento da doença.

Em 2019, o número de novos casos chegava às 229 milhões de pessoas, um número relativamente estável nos últimos quatro anos. Desde 2018, as mortes se mantêm em cerca de 400.000 por ano. Dessas, 90% ocorrem na África, onde mais de 265.000 crianças morreram devido a esta doença em 2019.

Conseguir erradicar a malária "se deve principalmente à vontade política de acabar com a doença em um país onde é endêmica", afirmou o médico Pedro Alonso, responsável pelo combate à malária na OMS.

Segundo as estatísticas da instituição, no mundo há 87 países afetados pela malária, 46 deles declararam menos de 10.000 casos em 2019, contra os 26 em 2000.

O número de casos de malária caiu 19,1% em 2019, em relação ao ano anterior. Enquanto no ano passado foram registrados 157.454 pessoas com a doença, em 2018 o total ficou em 194.572. Os dados estão no Boletim Epidemiológico da Malária, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (3).

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O estudo traz também dados preliminares de 2020. Foi identificada uma queda de 16,2% entre os primeiros semestres deste ano e de 2019. Entre janeiro e junho de 2020 foram 60.713 casos, enquanto no mesmo período no ano anterior foram notificados 72.424 pacientes com a doença.

Na curva histórica, o Brasil vem experimentando uma redução dos casos desde 2005, quando o total anual passou dos 600.000.

Quando consideradas as pessoas que contraíram a infecção no Brasil, os chamados casos autóctones, o decréscimo entre 2019 e 2018 foi de 18,4%, de 187.757 para 153.296. No primeiro semestre de 2020, o número foi 15,1% menor do que no mesmo período no ano anterior.

As cidades com mais casos em 2019 são do Amazonas: Barcelos (8.794), São Gabriel da Cachoeira (8.605) e Manaus (6.532). Em seguida vêm outros municípios da região Norte: Cruzeiro do Sul, no Acre (6.084), e Anajás, no Pará (5.902).

As mortes em decorrência da malária também tiveram um movimento de redução, de 55 para 37 entre 2019 e 2018. Contudo, o total é maior do que o registrado em 2017, quando 34 pessoas perderam a vida para a doença. As internações também caíram em 2019, sendo 12,2% menores do que as registradas em 2018.

A Malária é mais comum na Amazônia Legal, região formada pelos estados do Norte, além do Maranhão e de Mato Grosso. Mas os autores do relatório destacam que mesmo nos outros estados é preciso ter cuidado.

“Na região extra-amazônica, formada pelos demais estados e o Distrito Federal, apesar dos poucos casos, a doença não pode ser negligenciada, pois o retardo do diagnóstico e do tratamento pode desencadear a internação e até o óbito do paciente”, apontam.

Em todo o mundo, a doença atingiu entre 206 e 258 milhões de pessoas e causou a morte de 405 mil pessoas em 2018. Segundo os autores do documento, a enfermidade é considerada um dos mais graves problemas de saúde pública do planeta.

O Plano Nacional de Eliminação da Malária no Brasil estabelece um conjunto de metas, entre elas erradicar a transmissão da doença em 2035, registrar menos de 14 mil casos em 2030 e não ter mais mortes decorrentes da enfermidade daqui a 10 anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, no primeiro semestre 20 estados estavam dentro dos parâmetros para atingir a meta.

 

Os avanços no combate à malária estagnaram nos últimos anos, adverte a Organização Mundial da Saúde em um relatório que publicado nesta segunda-feira (30), lembrando que em 2019 mais de 400.000 pessoas morreram vítimas desta doença.

A OMS destaca que esta estagnação ocorre sobretudo na África, o continente que soma mais casos desta doença transmitida por fêmeas do mosquito Anopheles, e o pior registro de óbitos, diz o informe que a agência da ONU dedica anualmente a este flagelo.

Em 2019, cerca de 229 milhões de pessoas contraíram malária, uma cifra que se manteve relativamente estável nos últimos quatro anos.

Após um avanço importante, que reduziu o número de mortos de 736.000 em 2000 a 411.000 em 2018 e 409.000 em 2019, a OMS destaca que "é necessário concentrar melhor as intervenções, desenvolver novas ferramentas e contar com mais fundos para frear a difusão global desta doença e alcançar objetivos comuns acordados internacionalmente".

A agência da ONU informou que no ano passado foram arrecadados 3 bilhões dos 5,6 bilhões de dólares necessários para combater a malária.

"A escassez de fundos dificulta o acesso a ferramentas de luta contra a malária que já foram testadas", insiste a OMS, ressaltando que isto gera "um importante perigo".

Ao invés de adotar uma estratégia uniforme, os países afetados baseiam sua luta em dados locais em sua tentativa de acabar com esta doença.

Com cerca de 94% do total de óbitos (384.000 no continente africano no ano passado), "é hora de os dirigentes da África e do resto do mundo se mobilizarem mais uma vez para enfrentar o desafio que a malária representa", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Só agindo juntos e nos comprometendo a não deixar ninguém no caminho, poderemos alcançar nosso objetivo comum de erradicar a malária em todo o mundo", acrescentou.

Em 2019, quase metade de todos os casos em nível global se concentraram em quatro países africanos: Nigéria (27%), República Democrática do Congo (12%), Uganda (5%) e Moçambique (4%).

- Novo coronavírus -

Diferentemente de outras campanhas, a OMS assegura que a prevenção da malária não foi até o momento afetada pela pandemia do novo coronavírus, embora considere que "a covid-19 ameaça fazer patinar ainda mais nossos esforços para vencer a malária e, sobretudo, tratar os doentes", destacou Matshidiso Moeti, diretor para a África da OMS.

"Apesar do impacto devastador da covid-19 nas economias africanas, os parceiros internacionais e os países (em geral) devem se esforçar mais para garantir que os recursos necessários estejam disponíveis e poder desenvolver programas contra a malária que demonstraram poder ajudar as pessoas" afetadas, acrescentou.

A OMS lembra que simples perturbações no acesso aos medicamentos podem resultar em 19.000 mortes adicionais.

Este informe também destaca que desde 2000, 21 países conseguiram erradicar a malária.

A Índia conseguiu nos últimos anos resultados espetaculares, com uma queda de 18% das infecções e de 20% das mortes.

Mais impressionantes foram os feitos dos seis países da bacia do rio Mekong, no sudeste asiático, que estão prestes a alcançar o objetivo de erradicar a doença até 2030. Entre 2000 e 2019, reduziram em 90% os casos de malária.

Neste sábado (22), Camila Pitanga deu uma notícia positiva aos seus seguidores do Instagram. A atriz anunciou na rede social que ela e a filha estão curadas da malária. Compartilhando uma imagem da equipe médica e dos agentes de saúde que lhe atenderam, Camila disse que ainda vai precisar fazer alguns exames periódicos.

"Estamos curadas! Ontem fizemos a verificação de cura e estamos muito felizes com o novo resultado. [...] Meu agradecimento à rede SUS e esse centro de excelência que é o departamento do laboratório da Sucen", legendou. Camila Pitanga e filha, Antônia, contraíram a doença recentemente.

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Ela explicou que as duas passaram dias de sufoco: "Havia a sombra da possibilidade de estar com covid-19. Estava à deriva. Pois bem, uma amiga minha suspeitou que esses picos de febre associados ao fato de estar em isolamento social numa zona de Mata Atlântica no litoral de São Paulo podia ser malária".

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Nas zonas rurais de Serra Leoa, os médicos ficam assustados com a gravidade dos casos que chegam às clínicas, mas a situação de um bebê de 18 meses surpreendeu pelo acúmulo de patologias, incluindo a malária, uma enfermidade antiga que avança com o medo do coronavírus.

Quando a menina foi internada em julho no hospital de Hangha, sudeste do país, o diagnóstico não era habitual, mesmo neste país do oeste da África que tem uma das taxas de mortalidade infantil mais elevadas do planeta. Ela apresentava um quadro de pneumonia grave, diarreia e malária.

"Ela não conseguia nem sentar", conta a mãe, Adama Ansumana, na UTI, com a filha adormecida no colo. A criança está fora de perigo, mas os médicos constataram com preocupação o aumento de casos extremos desde que os pacientes deixaram de comparecer aos hospitais por medo de infecção do novo coronavírus.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que coordena o hospital de Hangha, que fica a alguns quilômetros de Kenema, terceira maior cidade do país, a 300 km da capital Freetown, afirma que desde março as internações caíram 40% nesta estrutura de 63 leitos.

A falta de acompanhamento médico é particularmente perigosa para as crianças durante a temporada de chuvas, pois os casos de malária disparam com o aumento da presença de mosquitos.

Remédios tóxicos

A malária é uma das doenças mais antigas e devastadoras do continente africano. Causada pelos parasitas transmitidos pelas picadas dos mosquito 'anopheles' infectado, a enfermidade provoca febres altas, dores de cabeça e dores musculares, que podem resultar em uma anemia grave, problemas respiratórios e afetar os órgãos ou o cérebro sem um tratamento rápido.

No ano de 2017 foram registrados 219 milhões de infecções no mundo, com 435.000 mortes. Mais de 90% das vítimas são africanas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Enfrentamos a epidemia de malária, com sintomas de desnutrição severa na maior parte dos casos de menores que chegam ao hospital", explica a pediatra belga Laure Joachim, que integra a equipe da MSF no hospital de Hangha.

Com o temor de contágio do novo coronavírus, muitos pais recorrem à medicina tradicional, algo que frequentemente agrava as patologias.

"Muitas crianças estão gravemente enfermas, com falência de vários órgãos, já que as plantas tradicionais são tóxicas", diz a pediatra.

Apesar do solo repleto de diamantes, em particular na região de Kenema, Serra Leoa é um dos países mais pobres do planeta, com um sistema de saúde particularmente deficiente.

Trauma e desinformação

A ex-colônia britânica de 7,5 milhões de habitantes foi muito afetada pela epidemia de ebola no oeste da África, que matou quase 4.000 pessoas no país entre 2014 e 2016, e tem dificuldades para se recuperar de uma guerra civil que deixou 120.000 mortos, quase duas décadas após o final do conflito.

O temor da médica se explica em grande parte pelo trauma da epidemia de ebola, afirma Sahr Abdulai Surkiti, profissional da saúde que percorre as zonas rurais para conscientizar população, apesar do salário muito pequeno.

"Quando a ambulância levava um paciente de ebola, nunca retornava", recorda. De acordo com a MSF, 200 profissionais da saúde da região de Kenema morreram na epidemia.

As informações falsas sobre a COVID-19 também afastam os pacientes dos hospitais e centros de saúde, que em geral estão mal equipados.

"As pessoas têm medo. E nós não temos água, não temos sequer uma moto para o deslocamento", explica Sarah Vandi, enfermeira no vilarejo isolado de Talia.

"O resultado: a malária continua provocando um grande sofrimento e dizimando famílias em Serra Leona, apesar de o governo ter distribuído desde março quatro milhões de mosquiteiros", lamenta o diretor do departamento de doenças infecciosas do ministério da Saúde, Samuel Juana Smith.

Os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, que usaram, em Vitória (ES), a imagem do mandatário em um outdoor que fazia propaganda da hidroxicloroquina contra a Covid-19 recuaram e removeram a menção explícita ao medicamento. Agora, após a remoção do outdoor, os responsáveis pelo anúncio mudaram o conteúdo, abrindo mão de referência direta à hidroxicloroquina.

A nova mensagem mantém que "tratamento precoce salva vidas" e traz uma mulher dizendo que "está com malária". Historicamente, a doença é tratada com a substância cloroquina.

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Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o anúncio, instalado em uma das principais avenidas da capital capixaba, desrespeitava normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, para especialistas, podia configurar crimes como o de charlatanismo. A peça havia sido removida pela empresa dona do espaço e, agora, foi substituída.

Nas redes sociais, o deputado estadual Capitão Assumção (Patriotas) apresenta-se como o responsável pela propaganda. Sem mencionar as possíveis infrações legais e sanitárias, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) republicou um post do deputado que atribui a remoção ao "prefeito comunista" de Vitória. Chefe do Executivo municipal, o prefeito Luciano Rezende é filiado ao Cidadania.

A vigilância sanitária municipal havia notificado a empresa dona do espaço na semana passada, alegando que a mensagem feria "legislação acerca de propaganda de medicamentos". A notificação foi suficiente para a empresa tomar a decisão de retirar o anúncio.

A peça continha a foto de Bolsonaro acompanhada dos dizeres "covid-19, tratamento precoce salva vidas" e a imagem de uma caixa de sulfato de hidroxicloroquina de 400mg. A medicação, que pode causar efeitos colaterais sérios, não apresenta eficácia comprovada contra a covid-19.

Ainda em julho, a Sociedade Brasileira de Infectologia recomendou que tratamentos com a substância fossem abandonados, em todas as fases da doença, inclusive para que recursos públicos não fossem desperdiçados.

O outdoor original era apócrifo. Agora, é assinado por um assessor de gabinete do deputado estadual Capitão Assumção (Patriota). Ele causou aglomeração ao convocar apoiadores bolsonaristas para uma "inauguração" do primeiro outdoor, no último dia 5.

Após divulgar o diagnóstico de malária, nessa terça-feira (11), a atriz Camila Pitanga foi abraçada nas redes sociais por amigos e fãs que torcem por sua recuperação. Ela e a filha Antônia suspeitavam de Covid-19, mas recorreram ao Sistema Único de Saúde (SUS) para identificar e tratar a infecção.

Embora não seja amigo e, aparentemente, não seja um fã, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) prestou apoio à atriz em uma postagem nas redes sociais.

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Sem deixar de lado o tom de polarizado, o filho do presidente escreveu, "diferente das ofensas que recebemos diariamente por nossas posições, somente desejo pronta recuperação à atriz e sua filha, apesar de divergências claras de ideias e de valores!"

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Na noite dessa segunda-feira (10), a atriz Camila Pitanga confirmou que ela e a filha Antônia foram diagnosticadas com malária. Com picos de febre alta durante 10 dias, a atriz suspeitou que estivesse com Covid-19 e chegou a ser testada.

"Foram 10 dias de muito sufoco. Entre picos de febre alta, calafrios e total incerteza", relembra. Isolada em uma região de Mata Atlântica no Litoral de São Paulo, o quadro descrito sintomático pela atriz fez com que uma amiga indicasse a possibilidade de malária.

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Após o resultado negativo para Covid-19, a atriz foi orientada por dois infectologistas a buscar ajuda no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), onde foi atendida por uma equipe formada por mulheres. "No HC, fui prontamente atendida por uma mulherada. Sim, uma equipe 100% de mulheres fantásticas do laboratório da Sucen", destacou.

Na publicação feita em sua conta oficial do Instagram, Camila ainda exaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SES), que oferece tratamento gratuito para a doença. "Uma vez que a suspeita era malária, doença muito rara, não há melhor lugar para você ser tratado do que a rede SUS, local de referência e excelência para doenças endêmicas", escreveu.

Em agradecimento, ela reforçou o empenho dos profissionais de Saúde que compõem a linha de frente no combate à Covid-19. “Estamos num país onde uma doença matou mais de 100 mil pessoas em poucos meses. Esse número poderia ser o triplo ou mais se não fosse o SUS. A catástrofe seria ainda maior”, pontuou.

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O papa Francisco pediu, neste domingo (26), que a batalha contra a Covid-19 não faça o mundo esquecer de continuar lutando contra a malária, que "ameaça milhões de pessoas em vários países".

"Ao combatermos a pandemia de coronavírus, também devemos aumentar o compromisso de prevenir e curar a malária que ameaça milhões de pessoas em muitos países", declarou o papa ao final da oração de domingo, lembrando que o sábado foi o dia internacional da luta contra a malária.

O papa argentino garantiu sua proximidade com "todos os doentes, profissionais da saúde e aqueles que trabalham para que cada pessoa tenha acesso a bons serviços básicos de saúde".

Cerca de 219 milhões de pessoas contraíram malária em todo o mundo em 2017, das quais 435.000 morreram e mais de 90% das vítimas são africanas, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O número de mortes por malária na África subsaariana está chegando a 770.000 este ano, ou seja, "duas vezes mais que em 2018", lembrou a OMS neste sábado e, diferentemente da COVID-19, atinge particularmente as crianças.

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