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Consumo excessivo de industrializados, bebidas alcoólicas, obesidade, tabagismo e não praticar exercícios físicos são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 704 mil novos diagnósticos de cânceres a cada ano do triênio de 2023 a 2025 - uma soma que resultará em mais de 2 milhões de novos casos da doença ao longo desses 36 meses. O mais recente estudo do INCA levou em conta mais de 21 tipos de cânceres, considerando, pela primeira vez, também os tumores de pâncreas e fígado.

Entre os mais comuns no Brasil, o câncer de pele do tipo não melanoma fica na liderança. No topo do ranking de incidência no país, aparecem ainda os tumores de mama, próstata, pulmão e intestino, estes dois últimos com fatores de risco altamente evitáveis, ligados a hábitos de vida pouco saudáveis. Em Pernambuco, o ranking é parecido. Depois do câncer de pele não melanoma, o de próstata é o mais recorrente, sendo seguido por câncer de mama, pulmão e cólon e reto. 

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Apesar do cenário exigir atenção da população e dos órgãos de saúde, é preciso reforçar que o acompanhamento médico periódico e realização de exames de rotina para detecção precoce do câncer, aliados às novas frentes avançadas de tratamento da doença, são a chave para que os índices de incidência não levem também ao aumento das taxas de letalidade. “Precisamos estimular a conscientização da população em geral sobre a detecção precoce de tumores. Quanto mais cedo descoberta a doença, melhor o prognóstico, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura”, diz Carlos Gil Ferreira, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Abaixo, confira as principais informações sobre os 5 tipos de câncer mais comuns no Brasil:

Pele não-melanoma

O principal sinal do câncer de pele não melanoma é o surgimento de marcas ou “lesões” na pele como, manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Ao notar essas alterações, é importante passar por uma consulta com um médico para esta avaliação, de preferência um dermatologista. Além disso, existem sintomas de quando a doença está mais avançada. “Quando o tumor está com metástase, sinais como nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abdominais e de cabeça podem aparecer”, afirma o oncologista Diogo Sales, da Multihemo Oncoclínicas.

Indivíduos de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos claros são mais propensos a desenvolver tumores de pele. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao sol, maiores os sinais da exposição crônica da pele, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não-melanoma. Ainda assim, independente da cor de pele, idade e período do ano, a regra vale para toda a população: use sempre protetor solar, proteja o couro cabeludo com chapéus e use óculos de sol com proteção contra raios UV.

“A análise clínica da mudança nas características de possíveis alterações na pele é de extrema importância e o dermatologista tem o papel de orientar para uma proteção adequada e para avaliar os possíveis riscos que os raios solares podem causar na pele”, diz Rodrigo Perez Pereira, oncologista e líder da especialidade de tumores de pele do Grupo Oncoclínicas.

Uma vez diagnosticado o câncer de pele não melanoma, o médico especialista poderá considerar diferentes opções de tratamento, que serão discutidas e individualizadas para cada paciente. Na maioria dos casos, a cirurgia é a principal terapia recomendada e permite um controle adequado das lesões. Segundo o oncologista, o câncer de pele não melanoma apresenta alto percentual de cura se detectado e tratado precocemente. 

“Apesar dos baixos índices de letalidade pela doença, vale lembrar que o diagnóstico tardio pode levar a perdas funcionais, além de afetar amplamente a qualidade de vida do paciente. A melhor estratégia no combate ao câncer de pele não melanoma é atentar para os cuidados com a exposição contínua ao sol, sempre com a devida proteção. Não existe exposição ao sol 100% segura”, sintetiza. 

Mama

O câncer de mama pode apresentar sintomas que são percebidos no auto exame realizado pela própria mulher ou nas consultas de rotina com o médico ginecologista/mastologista. Na maioria dos casos, os sintomas observados são: nódulo ou caroço fixo e geralmente indolor (presente em cerca de 90% dos casos em que o câncer é percebido pela própria pessoa); vermelhidão na pele da mama acompanhada de retração e aparência de casca de laranja; alterações no mamilo, como retrações ou inversão;  pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido espontâneo e anormal dos mamilos, inclusive líquido sanguinolento.

É essencial lembrar, contudo, que na maioria dos casos os tumores começam a se desenvolver muito antes de se tornarem palpáveis ou apresentarem esses sinais - situação ideal para o diagnóstico. “Uma rotina de acompanhamento médico e realização de exames periódicos, em especial a mamografia anual em mulheres a partir dos 40 anos - exame de imagem na qual a mama é comprimida permite que sejam identificados tumores menores que 1 cm e lesões em início - são determinantes para a descoberta do câncer de mama logo no início. O diagnóstico precoce do câncer de mama, associado ao tratamento adequado”, explica Max Mano, oncologista e líder da especialidade de tumores de mama do Grupo Oncoclínicas.

O tratamento do câncer de mama depende da fase da doença (estadiamento), do tipo molecular do tumor e das condições clínicas do paciente (como idade, doenças preexistentes, se já passou pela menopausa - no caso de mulheres). Entre os procedimentos, pode ser recomendado cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia de bloqueio hormonal, terapia biológica (ou terapia alvo) e  imunoterapia.

“As chances de cura chegam a 95% ou mais quando o tumor é descoberto no início, sendo o tratamento, em geral, menos agressivo que melhora, em muito, a qualidade de vida durante e após o tratamento da doença. Por isso, a principal recomendação é que as mulheres não deixem de realizar os exames de rastreamento periódico, essenciais para a identificação de possíveis tumores, e mantenham uma rotina de acompanhamento médico. A qualquer sinal de alteração nas mamas, não deixe de buscar orientação especializada”, frisa Max Mano.

Próstata

Na fase inicial da doença, pelo fato dos sintomas serem silenciosos, o câncer de próstata é de difícil diagnóstico. A maioria dos pacientes apresentam indícios apenas nas fases mais avançadas da doença.

Quando aparentes, os primeiros sintomas que são detectados no câncer de próstata podem ser semelhantes ao crescimento benigno da glândula como dificuldade para urinar seguida de dor ou ardor, gotejamento prolongado no final, frequência urinária aumentada durante o dia ou à noite. Em fases mais avançadas da doença, é possível a presença de sangue no sêmen e impotência sexual, além de sintomas decorrentes da disseminação para outros órgãos, tal como dor óssea nos casos de metástases ósseas.

“Por apresentar sintomas mais evidentes nas fases mais avançadas, é recomendável que homens a partir de 50 anos, ou 45 anos para quem tem histórico da doença na família, façam anualmente o exame clínico (toque retal) e a medição do antígeno prostático específico (PSA) para rastrear possíveis alterações que indiquem aparecimento da doença”, recomenda Denis Jardim, oncologista especialista em tumores urológicos do Grupo Oncoclínicas.

Quando há suspeita da doença, é indicada uma biópsia através de ultrassonografia transretal para a confirmação do diagnóstico. “E aqui vale mais um lembrete: casos familiares de pai ou irmão com câncer de próstata, antes dos 60 anos de idade, podem aumentar o risco em 3 a 10 vezes em relação à população em geral. Por isso, é preciso que os homens estejam alerta e não deixem de realizar os exames de rastreamento rotineiramente, conforme orientação médica”, alerta o médico.

O tipo de tratamento dependerá do estágio e da agressividade em que a doença se encontra. Cirurgia,  radioterapia associada ou não a bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) podem ser realizadas com boas taxas de resposta positiva. Há ainda situações em que podem ser adotados quimioterapia, uso de medicamentos que controlam os hormônios por via oral e também uma nova classe de remédios que são conhecidas como radioisótopos - partículas que se ligam em locais que se encontram acometidos pela doença, emitindo doses pequenas de radiação nestes locais.

Quando feito o diagnóstico precoce, as chances de cura podem passar de 90%, além de permitir a adoção de tratamentos menos invasivos e evitar que o paciente tenha outros impactos à saúde em geral. “É importante ressaltar que nem todos os pacientes diagnosticados com câncer de próstata necessitam de tratamento. A vigilância ativa poupa os pacientes de possíveis efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico, e é segura para pacientes bem selecionados”, reforça Denis Jardim.

Colorretal

O tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso: no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região (lesões benignas que crescem na parede interna do intestino) que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, podendo se tornar o câncer.

“Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes dessa condição. Como resultado, mais de 80% dos casos de câncer colorretal acontecem a partir dos 50 anos, o que explica este limite de idade como critério para início do rastreio ativo, por meio dos exames de colonoscopia, principal forma de diagnóstico e prevenção”, comenta Alexandre Jácome, oncologista e líder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas.

O câncer colorretal pode ser uma doença silenciosa e não causar sintomas imediatos. Mas, quando presentes, podem incluir: alteração nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que perdura por alguns dias;  mesmo após a evacuação, não há sensação de alívio, parecendo que nem todo conteúdo fecal foi eliminado (sintoma especialmente sugestivo nos casos de câncer de reto); sangramento retal (o sangue costuma ser bem vermelho e brilhante); presença de sangue nas fezes, tornando a sua coloração marrom escuro ou preta; cólica ou dor abdominal; sensação de fadiga e fraqueza; e perda de peso sem motivo aparente.

“É importante ressaltar que muitos desses sintomas podem ser causados por outras condições que não sejam câncer colorretal, como infecção, hemorroida ou síndrome do Intestino Irritável. Por isso a importância de, ao primeiro sinal de anormalidade, buscar por uma avaliação médica”, aconselha o médico.

Ele destaca ainda que pessoas com histórico pessoal de pólipos ou de doença inflamatória intestinal, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, bem como registros familiares de câncer colorretal em um ou mais parentes de primeiro grau, principalmente se diagnosticado antes de 45 anos, devem ter atenção redobrada e realizar controles periódicos antes da idade base indicada para a população em geral.

Entre as alternativas de conduta para tratar o câncer colorretal estão cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e/ou terapias-alvo, indicados de acordo com o estágio da doença. “Felizmente, o câncer colorretal conta com um arsenal importante de alternativas terapêuticas e possui altas chances de cura na grande maioria dos casos. No entanto, é muito importante que a doença seja diagnosticada o quanto antes através dos exames de rotina, o que se reflete diretamente nas taxas de sucesso do tratamento”, enfatiza Alexandre Jácome.

Pulmão

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o hábito de fumar está ligado a 90% dos casos de câncer de pulmão. Por isso, as pessoas que fumam ou fumaram durante longos períodos da vida possuem um risco aumentado para a doença. 

“De forma geral, a grande maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresentam sintomas ligados ao aparelho respiratório. É importante ficar em alerta caso haja tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza, escarro com sangue, dor óssea, cefaléia, rouquidão, pneumonia recorrente ou bronquite; efusão pleural (acúmulo anormal de líquido na pleura); e alteração do ritmo habitual da tosse em fumantes, em que as crises acontecem em horários incomuns”, sintetiza Mariana Laloni, oncologista especialista em tumores torácicos do Grupo Oncoclínicas

A atenção a esses sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico da doença o quanto antes, mas, importante reforçar, embora possam surgir no começo do desenvolvimento do tumor, os sintomas do câncer de pulmão geralmente não ocorrem até que a doença já tenha atingido um estágio avançado, o que reduz as chances de cura e compromete a qualidade de vida do paciente.

“Para os pacientes com suspeita de câncer de pulmão, o médico poderá solicitar alguns dos exames, como tomografia de tórax e biópsia. Se o câncer realmente for diagnosticado, o médico irá solicitar novos exames para determinar o estágio em que ele se encontra, o que será útil na escolha do tratamento. É essencial que cada caso seja avaliado individualmente, abrindo a possibilidade de se identificar tais particularidades”, diz a médica.

As terapêuticas recomendadas variam de acordo com cada caso, mas podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e/ou imunoterapia. Atualmente, com o avanço das pesquisas científicas, já é possível também identificar mutações específicas responsáveis pelo crescimento do tumor, tornando viável a indicação de droga-alvo moleculares como alternativa para tratar a doença de forma ainda mais precisa sempre que possível.

Assim como outros tipos de câncer, se descoberto em fase inicial há chances amplas de cura. Como esse é , contudo, um tumor que avança silenciosamente, quando os primeiros sinais mencionados anteriormente surgem, a doença tende a estar já em estágio avançado. A grande maioria dos casos, em torno de 70%, são diagnosticados já em fase metastática, quando o câncer já avançou para outros órgãos, reduzindo as chances de cura para em torno de 5%.

“Por isso, o foco na conscientização para as formas de prevenção ao câncer de pulmão segue sendo a melhor alternativa. Para ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento da doença, é primordial ressaltar uma medida simples: não começar a fumar ou, se já for fumante, parar o quanto antes”, recomenda Mariana Laloni.

Da assessoria

O câncer de mama é uma doença que atinge mais de 66 mil brasileiras por ano, mas que pode ser prevenida com boa informação. É com o objetivo de informar e conscientizar mulheres que médicos e profissionais de saúde realizam uma ação de educação e saúde neste sábado (29), no Parque Ambiental do Utinga, em Belém, de 8 horas ao meio-dia. A iniciativa é do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

O local já é um ponto de referência para os paraenses que têm um estilo de vida mais saudável, com a prática regular de atividades físicas. Principalmente aos finais de semana, as pessoas aproveitam o contato com a natureza para cuidar da saúde.

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A ação vai destacar, de forma lúdica e divertida, as principais medidas de prevenção contra o câncer de mama. De 9h e 10h haverá aulas de FitDance (comandadas por um professor especialista na modalidade), com a participação das Branquelas paraenses (personagens inspiradas no filme com o mesmo nome), que prometem deixar a atividade física mais divertida e lembrar que a prática de exercícios, a alimentação saudável e a redução no consumo de bebidas alcoólicas são medidas capazes de diminuir em 28% o risco de ter a doença.

Haverá uma tenda onde vão ocorrer diversas atividades:

·         Conversas com médicas e exibição de 5 pequenos vídeos (30” cada vídeo - acessados via QR code) com as mais importantes orientações de especialistas sobre prevenção do câncer de mama.

·         Plataforma para gravação de vídeos 360º (diversão que faz sucesso, atualmente, em diversos tipos de evento).

·         Revitalização facial.

·         Distribuição de lanche, água e picolé.

·         Sorteio de brindes.

·         Sorteio do Combo da Prevenção (consulta com especialista + exame de mamografia) entre mulheres que não têm plano de saúde.

O principal público alvo a ser atingido (participar das aulas de FitDance, ver os vídeos, conversar com as médicas, participar de toda a programação) é formado por mulheres de 40 anos ou mais, pois, de acordo com a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia, toda mulher nessa faixa etária tem que fazer a mamografia, anualmente, e se consultar com um médico especialista. Esse é o protocolo de rastreamento mais importante: mamografia e consulta anuais. É esse rastreamento, ou seja, essa procura sem sintomas, que assegura o diagnóstico precoce, que significa chances de cura de até 95%.

 Haverá também um apresentador, que vai convidar as mulheres que estão chegando no Parque para nossa programação e um DJ, que vai manter o ambiente animado. 

Diagnóstico tardio

A falta de rastreamento eficaz do câncer de mama tem consequências. Os Estados com piores indicadores são o Acre, com 56% de diagnósticos tardios, seguido pelo Pará e Ceará, ambos com 55% de diagnósticos tardios. “Ou seja, mais da metade das mulheres nesses estados só descobriram o câncer de mama em estágios avançados, que requerem tratamentos mais difíceis e chances de cura reduzidas”, lamenta o mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

As dificuldades são grandes também para o início do tratamento. Em 2021, 52% das pacientes diagnosticadas começaram a fazer o tratamento contra o câncer de mama já em estágios avançados da doença. No Pará, esse percentual chegou a 65,32% - o 3º mais alto entre os Etados brasileiros.

Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) aponta que, em todos os países onde foi introduzido o rastreamento mamográfico populacional com cobertura de 70% da população, a queda na mortalidade por câncer de mama foi de aproximadamente de 35%, em um período de 30 anos - entre 1987 e 2017. “É uma queda muito acentuada da mortalidade por câncer de mama, de um terço. São muitas vidas que poderiam ser salvas apenas com a realização de um exame”, lamenta o mastologista Fábio Botelho.

Da assessoria do CTO.

 

A cada 11 minutos, uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, no Brasil. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos registrados no País – 66.280 a cada ano do triênio 2020-2022 – corresponde a quase 30% dos tumores em mulheres (sem considerar o câncer de pele não melanoma). Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no Brasil, representando 16% do total de mortes.

 A doença atinge, principalmente, mulheres acima dos 50 anos, mas o aumento da incidência entre mulheres jovens, abaixo de 35 anos, vem chamando a atenção. Nos últimos dois anos, chegou a cerca de 5% dos casos. Historicamente, era de apenas 2%, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

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 O aumento da incidência em mulheres jovens é preocupante por algumas razões. Só existe protocolo de rastreamento (medidas que devem ser tomadas mesmo sem sintomas) para mulheres a partir dos 40 anos. A SBM recomenda a mamografia e a consulta com o especialista anualmente. As pesquisas comprovam que esse rastreamento é capaz de salvar vidas, pois assegura o diagnóstico precoce, quando as chances de cura são superiores a 90%.

 Como o rastreamento não é indicado para mulheres com menos de 40 anos, é necessário focar em outras ações. O estudo Amazona, que envolveu pesquisadores de 19 instituições públicas e privadas, mostra que 70% das brasileiras com menos de 35 anos recebem o diagnóstico de câncer de mama nos estágios 2 ou 3, quando as chances de cura e de um tratamento menos agressivo são menores.

“Apesar de as mulheres jovens serem minoria – apesar do crescimento da incidência - não podemos esquecer de que elas têm chances muito maiores de o tumor ser mais agressivo, quando têm câncer na faixa dos 30 anos. Isso significa que elas terão necessidade de fazer um tratamento com mais quimioterápicos, cirurgias maiores e também possuem maiores chances de ter um tumor na outra mama”, destaca o mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

 Nesse cenário, a atenção à prevenção primária ganha ainda maior relevância, pois o tipo de prevenção que favorece as mulheres mais jovens é a prevenção primária, que é sinônimo de estilo de vida saudável. Elas precisam saber que alimentação saudável, exercícios físicos regulares e o corte do consumo de bebida alcoólica são medidas que previnem câncer de mama. Muitas pesquisas já comprovaram que obesidade e álcool, por exemplo, aumentam as chances de a mulher ter câncer de mama.

 “As políticas públicas em saúde precisam ser fortemente direcionadas para a prevenção. Precisamos de campanhas sobre medidas preventivas que devem ser tomadas por mulheres com mais de 40 anos, que é a chamada prevenção secundária, que assegura o diagnóstico precoce; e de campanhas que falem de medidas de prevenção primária. Ou seja, de estilo de vida saudável. Isso é fundamental para as mulheres jovens. Se elas se alimentam bem, fazem exercícios físicos regularmente e não consomem álcool, por exemplo, as chances de terem câncer de mama já reduzem consideravelmente”, assegura o médico Fábio Botelho.

Preocupados com esse aumento significativo de casos em mulheres jovens, os especialistas explicam que ainda não há estudos que apontem os motivos com exatidão, mas a hipótese mais provável está relacionada ao estilo de vida moderno.

“Temos boas razões para supor que o atual estilo de vida das brasileiras é decisivo para esse crescimento do câncer de mama entre mulheres mais jovens. Hoje, elas têm um menor número de filhos; optam, geralmente, por uma gestação depois dos 30, 35 anos; possuem, muitas vezes, uma rotina estressante, com dificuldades para ter uma boa alimentação e prática regular de atividade física; além do consumo de álcool, hábito crescente entre as mulheres. Tudo isso tem relação direta com o câncer de mama", explica o mastologista Fábio Botelho, que finaliza: “Precisamos nos dedicar a alertar as mulheres mais jovens sobre a importância da prevenção primária para combater o câncer de mama”

Para mais informações, acesse a biblioteca virtual em sáude, do Ministério da Saúde.

Da assessoria do CTO.

O câncer é a segunda doença que mais mata homens e mulheres no Brasil. Entre as brasileiras, os tipos que mais fazem vítimas são o câncer de mama e o de pele. Ano após ano, a campanha de conscientização Outubro Rosa busca fazer com que mais mulheres procurem realizar exames preventivos na tentativa de reduzir as estatísticas de mortalidade da doença.

Em 2021, 37,3% dos óbitos por câncer de mama foram considerados mortes prematuras (que ocorrem em pacientes entre 30 e 69 anos). Apesar de muito prevalente - cerca de 66.280 novos casos são diagnosticados por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) -, a doença costuma ter um bom prognóstico se detectada e tratada logo no início.

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Segundo dados do Datasus organizados pelo Instituto Oncoguia, cerca de 1,5 milhão de mamografias foram realizadas em 2022. Iniciativas de diferentes organizações buscam aumentar a possibilidade do diagnóstico precoce para mulheres em situação de vulnerabilidade social em São Paulo. As "carretas de mamografia" proporcionam a realização do exame de forma gratuita.

Programa 'Mulheres de Peito'

O programa estadual Mulheres de Peito já realizou mais de 35,5 mil exames em seis cidades em 2022, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Até o dia 29 de outubro, mulheres de 50 a 69 anos de Lençóis Paulista, Artur Nogueira, São Paulo e Marília poderão fazer exames gratuitos e sem necessidade de pedido médico ou agendamento nas carretas do programa.

Os exames são realizados de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h, exceto em feriados. Para acessar o serviço, é preciso apresentar o RG e o cartão do SUS. Mulheres entre 35 e 49 anos ou com mais de 70 anos também podem passar por consultas, desde que apresentem também uma solicitação médica do exame.

A secretaria informou que, além dos atendimentos das carretas, agendamentos em unidades de saúde que prestam este serviço podem ser feitos pela central telefônica disponível no 0800-779-0000, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Datas e horários

Até 22/10

- Lençóis Paulista - Praça Comendador José Zillo, Rua Sete de Setembro.

- Artur Nogueira - Dr. Fernando Arens, 939, esquina com Antônio Matheus, S/N.

18/10 a 26/10

- São Paulo (Arena Corinthians) - Avenida Miguel Ignácio Curi, 111.

18/10 a 29/10

- Marília - Rua Lourival Freire, 240.

Américas Amigas

A ONG Américas Amigas promove a realização de mamografias em sua unidade móvel até o dia 9 de dezembro, em dez localidades diferentes pelo Estado. Para participar, é preciso fazer um cadastro prévio no site da organização (www.americasamigas.org.br/mulheres-amigas-2022) e aguardar o contato para o agendamento.

Agenda da ação na unidade móvel no Estado de São Paulo

- 14/10 a 17/10 - Raposo Shopping, zona oeste.

- 19/10 a 23/10 - Tenda Atacado, Carapicuíba.

- 25/10 a 29/10 - Tenda Atacado, Jundiaí.

- 31/10 a 04/11 - Shopping Bonsucesso, Guarulhos.

- 06/11 a 10/11 - Shopping Mauá Plaza, Mauá.

- 12/11 a 16/11 - Tenda Atacado, Ferraz de Vasconcelos.

- 18/11 a 22/11 - Corometro, Santana.

- 24/11 a 27/11 - Corevali, Tremembé - Vale do Paraíba.

- 29/11 a 03/12 - Orienta Vida, Potim.

- 05/12 a 09/12 - Instituto Verdescola, São Sebastião.

Hospital do Amor e Instituto Avon

De 18 a 21 de outubro, uma carreta de mamografia estará no Coletivo Pink, no Largo da Batata, em São Paulo, realizando exames diários das 9h às 17h30. As vagas, para mulheres de 50 a 69 anos, são limitadas e estão sujeitas à ordem de chegada. É preciso levar cópias e originais do RG, CPF, cartão do SUS e comprovante de residência.

A ação é uma iniciativa do Hospital do Amor apoiada pelo Instituto Avon. As carretas contam com profissionais especializados e condução do SUS, para que as mulheres coloquem os exames em dia. Aquelas que tiverem alterações em suas mamografias podem contar com orientação de equipes do Instituto Protea e Hospital Santa Marcelina.

De 18/10 a 21/10 - Largo da Batata, Pinheiros, São Paulo.

Corrente do Amor

O Savegnago Supermercados e o Hospital de Amor de Barretos (SP) uniram forças a fim de proporcionar e facilitar a realização de exames com foco na prevenção e detecção precoce do câncer de mama. As unidades móveis da entidade já passaram por Limeira, Rio Claro e Araraquara.

Agora, será a vez de Franca e Ribeirão Preto receberem as carretas. Mulheres na faixa etária entre 40 e 69 anos podem fazer consultas, exames de mamografia e ter orientações sobre a prevenção ao câncer de mama de forma gratuita. Além disso, os municípios receberão um micro-ônibus focado na prevenção ao câncer de boca.

Para o atendimento haverá distribuição de senhas após o cadastro no balcão de atendimento das lojas do supermercado, pois as vagas são limitadas. As interessadas em realizar o exame de mamografia devem estar munidas dos documentos: CPF, RG, cartão do SUS e comprovante de residência.

- 18/10: Franca (Av. José da Silva, 3913 - Jd. Maria Rosa).

- 19/10: Franca (Av. Paulo Roberto Cavalheiro Coelho, 1.911 - Parque do Castelo).

- 25/10: Ribeirão Preto (Rua Javari, 4.819 - Antonio Marincek).

- 26/10: Ribeirão Preto (Rua Acre, 1.400 - Ipiranga).

- 27/10: Ribeirão Preto (Av. Portugal, 2.509 - Jd. São Luiz); neste dia não haverá o micro-ônibus de prevenção ao câncer de boca.

O câncer de mama acomete mulheres na maioria dos casos. Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no ano de 2021, foram estimados cerca de 66 mil novos casos - o que representa cerca de 44 casos a cada 100 mil mulheres. Os principais fatores de risco da doença são excesso de peso, idade avançada ou até histórico familiar. Por isso, o Outubro Rosa é uma campanha que conscientiza as mulheres sobre a importância de exames de rotina para um diagnóstico precoce e prevenção da doença.

Entre os principais tratamentos estão a quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia e cirurgia, que podem incluir a remoção do tumor ou mastectomia - retirada completa da mama. Os meses de tratamento, dependendo do caso, podem ser longos e, muitas vezes, mexem com a autoestima da mulher - já que pode haver queda de cabelo e pele ressecada, no caso da quimioterapia.

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De acordo com Natália Brezinski, fundadora da Lieve, empresa de cosméticos que busca fazer produtos de beleza que melhoram o bem-estar e a autoestima de pacientes oncológicos, alguns produtos, como os de sua marca, são pensados em impulsionar a autoestima dos pacientes, que devido ao tratamento, podem ser infligidos a perda de cabelo ou problemas dermatológicos.

"Nossas fórmulas foram estudadas com base neurocientífica para trazer experiências sensoriais prazerosas durante os momentos de auto cuidado com a pele. São texturas inovadoras, que se fundem na pele de maneira extremamente delicada, aveludado, que age como uma carícia e higieniza, hidrata e restaura a barreira cutânea", relata Natália.

Complemento a outros tratamentos

Investir em cosméticos e atividades complementares pode ser ótima alternativa para a mulher se sentir mais feliz e confiante para enfrentar a doença. Quanto mais força de vontade a paciente apresenta, maior são as possibilidades dela se recuperar logo.

"No estudo intitulado The use and perceived benefits resulting from the use of complementary and alternative medicine by cancer patients in Australia, 80% dos pacientes reportaram que os tratamentos complementares podem ser benéficos à saúde, mesmo quando a eficácia de alguns deles não tenha sido comprovada. Esse levantamento mostrou que o estado mental positivo levava a uma melhora do quadro clínico dos pacientes, que sentiam menos dor ou incômodo durante as práticas médicas de químio e radioterapia", complementa Natália.

Além disso, apostar no uso de uma linha completa de cosméticos desenvolvidos exatamente para pessoas que enfrentam o câncer, pode diminuir as dificuldades dos tratamentos comuns, que podem estar envolto em dores e desconforto. "Certamente esses pequenos momentos de felicidade distribuídos ao longo do dia durante as rotinas de cuidados com a pele, o banho, a preparação para dormir e até para relaxar podem beneficiar enormemente os pacientes em qualquer fase do tratamento da doença", ressalta.

Quando terminou o tratamento de um câncer de mama, há quatro anos, a servidora pública Marília Biscuola ouviu a frase: "Esquece o câncer, vai lá viver sua vida e ser feliz". Não foi tão simples assim. O fim do tratamento abre novas possibilidades, mas também impõe desafios na vida social, no trabalho e até no lazer de quem passou pelo tratamento. Em muitos casos, a doença reorienta a vida dos pacientes, que se veem diante de uma questão incômoda, mas necessária: "Superei o câncer. E agora?".

Esse é o tema de uma série de perfis que o Estadão publica a partir desta quinta-feira (1º), um por semana, sobre os novos rumos dos pacientes após a fase mais aguda do tratamento. As histórias, ainda em construção, captam dificuldades para voltar ao trabalho por causa do preconceito ou da própria dinâmica do mercado, conquistas pessoais, como filhos e novos hobbies, e, sobretudo, sonhos que mudaram de cara ou deram lugar a outros que permanecem ali, à espreita.

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Marília Biscuola descobriu que tinha câncer de mama quando fazia exames para engravidar aos 31 anos. Parecia uma sentença de morte quando mais pensava na vida, em suas palavras. Sua mãe, Lairce, chorava escondida. O chão só foi se formando de novo sob os pés da servidora pública depois da cirurgia de retirada da parte da mama, do tratamento bem-sucedido e de muita terapia. Foram quatro anos para que voltasse a fazer planos e alguns já ganharam vida. Literalmente. É o caso dessa menina de 8 meses que está agora no tapete da sala, tentando engatinhar e exibindo cinco dentinhos. Nicole.

Foi assim mesmo: Marília conseguiu engravidar depois da doença, sem a necessidade de tratamento. Foi natural. O barrigão era um peteleco naquela sentença, mas foi difícil superar a barreira emocional. "Aquele fantasma do câncer fica te assombrando e a gente fica com medo de ter de novo. Não queria deixar uma criança órfã. Trabalhei muito minha parte emocional."

Do ponto de vista físico, não há restrições para que pacientes oncológicas se tornem mães na maioria dos casos. Existem situações, no entanto, em que a quimioterapia reduz a reserva de óvulos. "As pessoas estão começando a pensar em filhos mais tarde. A chance de engravidar vai diminuindo, independentemente de ter câncer de mama ou não", diz a oncologista Daniela Rosa, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS e coordenadora do Comitê de Tumores Mamários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

A grande questão, como observa Débora Gagliato, oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é depois de quanto tempo a mulher pode engravidar após o fim do tratamento. "Ainda há controvérsias na comunidade médica."

E Marília foi além ao conseguir amamentar. São quatro vezes por dia ou de acordo com o apetite da menina risonha que não tira os olhos grandes do flash da câmera fotográfica. Marília utiliza sempre a mesma mama. A outra, submetida à cirurgia conservadora, a retirada de uma parte do órgão, não produz o líquido.

Nicole está naquela fase gostosa (para os pais) em que a criança não faz as travessuras, apenas as imagina. Dá para entender porque ela é o centro das atenções na casa de Pirituba, zona norte da capital paulista. Ela simboliza a superação de uma doença que preocupa as mulheres.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, logo depois dos tumores de pele. A oncologista Débora Gagliato traz os números para mais perto da nossa realidade: uma em cada oito mulheres será diagnosticada com câncer de mama.

Dar à luz e amamentar foram a virada num placar que parecia perdido, mas o jogo não acabou. Marília enfrentou obstáculos para voltar a trabalhar. Ela teve uma nomeação revogada para um cargo público por causa do histórico de saúde e precisou entrar na Justiça para se sentar na cadeira. Deu certo. E ela está no mesmo emprego até hoje.

Depois da repercussão do caso, publicado pelo Estadão em 2020, ela passou a receber mensagens de pessoas que tiveram problemas semelhantes. Foi aí que ela percebeu a dimensão coletiva de seu drama individual. A partir do seu trabalho voluntário no Instituto de Quimioterapia e Beleza, ela elaborou o Manual de Orientações do Paciente Oncológico, um bê-á-bá com as principais dúvidas sobre os direitos dos pacientes.

Marília é articulada, mas evita olhar direto para a câmera na gravação. Mesmo com a voz meio tremida em alguns momentos, ela não cede ao choro. A gente só percebe o dedo indicador socorrendo a pálpebra inferior para uma lágrima solitária não transbordar. A maquiagem permanece intacta.

Tive câncer de mama, mas quero ter filhos. O que fazer?

Veja perguntas e respostas

Câncer de mama tem cura?

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra e do tipo do tumor. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

Tive câncer de mama, mas quero ter filhos. O que fazer?

É preciso conversar com os médicos sobre estratégias para preservar a fertilidade. Uma delas é o uso de um medicamento, ministrado junto com a quimioterapia, para proteger os óvulos. É a chamada proteção ovariana.

É possível congelar os óvulos?

Essa é a estratégia mais segura na opinião da médica Débora Gagliato, oncologista da BP. É preciso alinhar com os médicos antes de começar o tratamento.

É possível fazer o congelamento de óvulos pelo plano de saúde? E pelo SUS?

A preservação de fertilidade não está no rol de cobertura da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas há julgamentos que determinam que os planos custeiem o tratamento durante o tratamento oncológico. Ou seja: é preciso entrar na Justiça. Há locais que fazem a preservação de fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde, como o Hospital Pérola Byington, em São Paulo, por exemplo.

Como prevenir o câncer de mama?

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. Entre eles está a diminuição da quantidade de álcool ingerida. "É preciso falar mais sobre isso. A ingestão de álcool é uma prática social e cultural, mas é importante falar que o uso de álcool em excesso é um fator de risco para câncer de mama", diz Daniela Rosa, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS.

Veja outras recomendações de especialistas

- Evitar terapias de reposição hormonal na menopausa, como implantes de estrógeno e progesterona.

- Evitar sobrepeso e obesidade é fundamental na redução de risco. Ter um índice de massa corporal normal faz muita diferença.

- Praticar atividade física regular ou mais exatamente 150 minutos por semana de atividade aeróbica moderada, como caminhar, andar de bicicleta ou nadar.

- Conhecer a história familiar em relação às enfermidades

Quando tenho de fazer a mamografia?

O exame de mamografia é a principal tecnologia a serviço das mulheres para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o que significa maiores chances de superar a doença. Segundo orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), mulheres acima dos 40 anos devem fazer o exame anualmente. Sim, o exame incomoda um pouco. O mamógrafo comprime os seios para espalhar o tecido mamário a fim de que possa ser visto de forma mais nítida na imagem. A mamografia está disponível pelo SUS, preferencialmente, para mulheres entre 50 e 69 anos de idade.

Como fazer o autoexame?

Ainda de acordo com a SBM, o autoexame das mamas deve ser feito de frente a um espelho, de preferência no período após a menstruação. Você deve erguer um dos braços e analisar uma das mamas com a mão e depois repetir o processo do outro lado. A ideia é procurar pequenos caroços ou algum tipo de deformação. Mas não se desespere se encontrar algo estranho: nem todo caroço é câncer. E fale sempre com seu médico ou ginecologista.

O autoexame pode substituir a mamografia?

Não. São coisas diferentes. O autoexame é muito importante para você identificar qualquer anormalidade, mas, obviamente, não substitui a mamografia. Esse exame identifica nódulos imperceptíveis ao toque.

Onde procurar ajuda em caso de câncer de mama?

- Instituto Vencer o Câncer - https://vencerocancer.org.br/

- Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) - https://femama.org.br/site/

- Instituto Oncoguia - http://www.oncoguia.org.br/

- Sociedade Brasileira de Mastologia - https://sbmastologia.com.br/

Um estudo publicado no jornal britânico The Lancet, que partiu de 28 outros estudos anteriores para calcular os dados globais, chegou à conclusão de que difundir a amamentação no mundo todo teria um impacto imenso na saúde global. Mais de 800 mil mortes de recém-nascidos seriam evitadas por ano – 13% de todas as mortes de crianças de até dois anos.

O estudo concluiu também que seriam evitadas, anualmente, cerca de 20 mil mortes de mães, causadas por câncer de mama.

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Os inúmeros benefícios do aleitamento materno para o bebê são bem conhecidos. Em contrapartida, os benefícios para a saúde da mãe são menos difundidos. Um deles é a redução do risco de a mulher ter câncer de mama. Estudo da Universidade de Curtin, na Austrália, revela que, a cada ano de amamentação, o risco diminui 4,3%.

“Durante a gravidez e a amamentação, a mulher renova o tecido mamário, o que pode ajudar a remover células com danos ao DNA, reduzindo o risco de desenvolver câncer de mama. Além disso, acreditamos que a redução de ciclos menstruais da mulher contribui para a redução do risco”, explica o mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

O tempo de amamentação é determinante na redução do risco, assim como a idade da mãe. “Os estudos demonstram o percentual de redução de risco a cada ano de amamentação. E nós sabemos também que as mulheres mais beneficiadas são aquelas mais jovens. A mulher que tem filho com vinte, vinte e poucos anos, que tem mais de um filho, que amamenta esses filhos por um ou dois anos, é a que consegue reduzir mais o risco de ter um tumor de mama”, complementa o especialista.

“Essa proteção está relacionada aos hormônios. No período de gestação e amamentação a mulher produz menos hormônios relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. É uma proteção, mas deve estar sempre associada a hábitos de vida saudável, como não fumar, ter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, manter-se com peso adequado e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, já que o câncer de mama tem causas multifatoriais. E não podemos esquecer da importância do diagnóstico precoce, que é assegurada pelas consultas e exames preventivos”, destaca Fábio Botelho.

A Sociedade Brasileira de Mastologia preconiza a mamografia bilateral, anualmente, a partir dos 40 anos, e a consulta com o especialista.

Agosto Dourado

O mês de agosto começa com a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), de 1º a 7. O movimento foi estabelecido em 1992 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em defesa da amamentação.

Em 2022, o tema da SMAM é "Fortalecer a amamentação: educando e apoiando", e o objetivo principal é informar a população de forma geral sobre a importância do apoio à amamentação para a saúde coletiva.

No Brasil, o incentivo à amamentação é Lei. Em 2017, o Congresso Nacional Brasileiro instituiu, por meio da lei número 13.435, o Mês do Aleitamento Materno: o Agosto Dourado, em alusão à definição da OMS para o leite materno: alimento de ouro.

No Brasil, 6 em cada 10 crianças são amamentadas até os 2 anos de idade e 46% dos bebês são alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de vida. A Organização Mundial da Saúde estipulou como meta global atingir 50% até 2025.

O mês é dedicado a informar e debater sobre a importância de amamentar os bebês. Em todo o mundo, campanhas a favor do aleitamento materno são realizadas pela World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno), presente em 150 países, com o propósito de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno – fundamental para a saúde dos bebês e das mães.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, no Brasil e no mundo, depois do de pele não melanoma. Corresponde a cerca de 22% dos casos novos de câncer diagnosticados a cada ano. A estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é de 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. 

O diagnóstico tardio, ainda predominante no Brasil, aumenta muito a gravidade da doença e os índices de mortalidade. Em contrapartida, se o câncer de mama for diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é muito bom. As chances de cura são superiores a 90%.

As taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.

Da assessoria do CTO.

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A associação Maria Bonita, projeto voluntário de colaboração e compartilhamento de afeto para mulheres em tratamento oncológico, reúne, há três anos, em Belém, uma rede de voluntários de diversas áreas. A ideia é fazer encontros, oficinas de maquiagem e turbantes, receber doação de lenços e serviços que possam ser úteis para as mulheres com câncer de mama.

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“Nesses anos, conseguimos construir coletivamente ações reais de inclusão, prestação de serviço, cuidados com saúde mental, melhoria da qualidade de vida e atividades de esporte, arte, cultura e lazer para mulheres, acima de 25 anos, sobreviventes do câncer ou em tratamento oncológico”, diz Fabize Muinhos, coordenadora geral do Projeto Maria Bonita.

O projeto desenvolve, entre outras atividades, a canoagem para essas mulheres, atividade já conhecida pelo pioneirismo na Região Norte e reconhecida nacional (Remadoras Rosas do Brasil) e internacionalmente (Internacional Breast Câncer Paddlers Commission - IBCPC).

O Projeto Maria Bonita se divide em 2 ações: o Maria Bonita nas Águas (ação com canoagem) e o Maria Bonita em Movimento (atividades diversas). Todos os recursos doados são aplicados nas ações do projeto e divulgado nas redes sociais (@projetomariabonitabelem). O objetivo desse movimento voluntário e colaborativo é o compartilhamento de afeto.

“Acreditamos muito na força desse projeto e no alcance das ações que promovemos. Agradeço a todos que são sensíveis a esta causa que é de tantas mulheres, não apenas daquelas que desconhecemos e figuram nas estatísticas, mas de mulheres que estão ao nosso lado, amores, amigas, família. Atendemos 50 mulheres permanentemente e as ações alcançam em média entre 200 e 280 mulheres e suas redes afetivas”, ressalta Fabize.

As ações oferecidas pela associação Maria Bonita seguem precisando de apoio e doações para que o projeto continue em andamento e ajudando muitas mulheres que precisam desse incentivo para continuar tendo perspectiva de vida. 

Saiba como contribuir e participe dessa rede solidária.

Dados para a Doação:

O PIX é 

395 056 692 91 - Fabize Muinhos.

Banco do Brasil - AG 3074 Conta 127041-9.

Por Amanda Martins (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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Outubro é conhecido mundialmente como o mês de prevenção do câncer de mama. A UNAMA - Universidade da Amazônia, por meio do curso de Medicina Veterinária, organizou um evento com o objetivo de informar a comunidade sobre a importância da prevenção dos tumores mamários que podem aparecer em animais. O evento teve parceria com importantes profissionais da área e que atuam rotineiramente na oncologia veterinária.

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Lolaide Torres, médica veterinária especialista em oncologia veterinária, destacou a importância de o tutor fazer o exame de toque nos animais. “A principal forma de fazer essa prevenção é através da apalpação nas mamas, um pouco acima do primeiro mamilo na região do tórax e sobre a cadeia mamária até o final próximo das patas traseiras”, explicou.

Lolaide alertou também que nos últimos mamilos próximo às patas traseiras existe uma região gordurosa. “Nessa região, geralmente bem importante, ele deve estar sempre macio. Se o tecido estiver rígido, com caroço, com secreção ou dor, o animal deve ser levado ao veterinário”, disse.

Gabriela Serrão, médica veterinária especialista em oncologia, alertou que os tutores que fumam podem prejudicar a saúde de animais domésticos. “O tutor que fuma pode afetar o seu animal de estimação que convive com ele dentro de casa, pois o animal se torna fumante passivo, a mesma situação que uma pessoa que convive com fumantes. Foram observados alguns casos de animais que convivem com fumantes e apresentaram alterações respiratórias como a bronquite, neoplasias, tumores pulmonares e mamários”, expôs.

Gabriella Caldas, estudante de Medicina Veterinária, falou o quanto é importante ter eventos que alertem para o câncer de mama em animais. “É mais comum ver campanhas de câncer de mama em humanos, foi a primeira vez que ouvi falarem em animais. Palestras de novas técnicas, tratamento e prevenção certamente devem ser ofertados para mais pessoas”, falou.

A médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UNAMA, Lílian Ximenes, ressalta a importância do evento e da conscientização do diagnóstico precoce. ”É importante frisarmos que o câncer de mama não é uma patologia recentemente descoberta, mas o avanço em relação aos meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica tem aumentado nos últimos anos”, explicou.

Lílian falou também que um dos causadores de câncer de mama em animais é o uso de anticoncepcionais. “O uso de anticoncepcional (progestágenos) pode ser prejudicial aos animais, por isso a importância da castração quando as fêmeas não têm finalidade reprodutiva.”

Por Maria Clara Silva.

 

O ato de amamentar traz inúmeros benefícios para o bebê, como a melhora nutricional, os efeitos protetores contra infecções mais comuns, como a diarreia e a infecção respiratória, e ainda minimiza o risco de alergias e obesidade nas crianças. Conheça mais sobre os benefícios para as crianças na primeira matéria desta série de reportagens sobre o Agosto Dourado, a campanha de incentivo à amamentação.

A amamentação traz grandes vantagens também para a mãe, como diminuição do risco de câncer de mama, ajuda no pós-parto, já que o útero se contrai e volta ao tamanho normal mais rapidamente, aumenta o fluxo de ocitocina, o hormônio do amor, evitando perdas de sangue e anemia, além de ter efeito antidepressivo. Cada vez mais, as mulheres estão se dedicando a amamentar exclusivamente até os seis meses de vida, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.

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Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil do Ministério da Saúde, com dados de 2019 e publicado em 2020, os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil e mais da metade das crianças brasileiras são amamentadas no primeiro ano de vida, sendo que 45,7% das menores de seis meses recebem somente leite materno como alimento. A pesquisa ainda revela que aumentou a taxa de adesão das mulheres que promovem a amamentação exclusiva. Os dados mostram que, em 2019, a prevalência foi de 60% no Brasil.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde com o Fundo das Nações Unidas para a Infância realizado em 2019, mostrou que as taxas globais de aleitamento materno permanecem baixas, com apenas 43% dos recém-nascidos iniciando o aleitamento materno dentro da primeira hora após o parto e 41% dos bebês com menos de seis meses de idade exclusivamente amamentados. Embora 70% das mulheres continuem amamentando por pelo menos um ano, as taxas de aleitamento materno caem para 45% aos dois anos de idade.

A farmacêutica Priscila Gomes Nóbrega sabe dos benefícios da amamentação para o seu primeiro filho, o Davi, de 4 meses. “A opção por amamentar foi exclusivamente pensando no meu filho, em todos os benefícios da amamentação. Para ser uma criança saudável, tanto fisicamente, emocionalmente e pelo vínculo que a amamentação gera”.

"Não é só o Davi que ganha. Os benefícios que geram para mim são como uma consequência, a maioria deles eu descobri até depois que já tinha iniciado a amamentação. Reuni o útil ao agradável, a gente só tem a ganhar, não tem nada que se perca com a amamentação. Inclusive tempo e dinheiro a gente ganha: o leite está prontinho, não tem que ficar carregando um monte de mamadeira”, brinca Priscila.

Ela completa: “com tudo isso não existe uma desvantagem na amamentação, um seio rachado no início, não é nada em comparação a tudo que proporciona tanto para mãe quanto para a criança”, defende.

Priscila conta como superou as dificuldades que teve no início da amamentação. “Meu leite não veio de imediato. Tive que colocar o Davi para ficar sugando mesmo, para estimular o próprio corpo. Cheguei a usar ocitocina nasal para ajudar a estimular a liberação do leite e quando ele começou, eu tive um pouquinho de dificuldade com empedramento [das mamas], depois que pegou fiquei o primeiro mês com o seio rachado, com muita dor no início da amamentação. Mas, essa dor é só no início, quando começa a sugar, logo depois, se a mulher insistir um pouquinho mais, ela vai ver que essa dor vai passar”.

Problemas comuns

A intercorrência mais comum durante a amamentação é a  fissura no mamilo causada por posicionamento incorreto do bebê, anquiloglossia (língua presa) ou até mesmo algumas bombas extratoras de leite, explica a ginecologista, obstetra e mastologista Mayka Volpato, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia de São Paulo.

“Outro problema comum é a dor mamária que pode ser causada pelo excesso de produção de leite com empedramento, infecção fúngica (candidíase), dor funcional (dor da descida do leite), obstrução de ducto causando dor localizada, além das alterações no mamilo (eczemas, fissuras, psoríase, alergias)”.

Ela orienta uma avaliação médica para que intervenções precoces sejam realizadas, evitando dor crônica e desmame precoce. As orientações preventivas são feitas na maternidade e incluem avaliação da mamada, correção da pega  e avaliação da língua pelo pediatra.

“Já a mastite é causada pelo trauma no mamilo associado à estase láctea (causada pela hiperprodução láctea ou não esvaziamento adequado das mamas). A prevenção é evitar as fissuras e manter as mamas esvaziadas após as mamadas ou ordenha”, orienta Mayka.

Acredita-se que 3% a 20% das mulheres desenvolvem pelo menos um episódio de mastite durante o período de amamentação. Na maioria dos casos, a inflamação ocorre nos três primeiros meses de aleitamento, podendo ocorrer em qualquer fase da amamentação inclusive no desmame.

Esvaziamento eficaz e correto da mama é essencial para o sucesso do tratamento, explica a médica Mayka Volpato no artigo Tratamento Mastite Lactacional . Segunda ela, “as mães devem ser encorajadas a amamentar mais frequentemente começando pela mama afetada e sempre ordenhar (manualmente ou com bomba) caso permaneça leite nas mamas, mantendo-as sempre esvaziadas.

“A amamentação deve continuar frequente, por exemplo, amamentar de 8 a 12 vezes por dia, a fim de promover a remoção efetiva do leite. Também pode extrair o leite do lado afetado, caso indicado, e/ou massagear, se tolerado”, completa Mayka.

Prevenção ao câncer de mama

Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.

É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para o ano passado (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres). No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas no Sul e Sudeste. Para o ano de 2021 foram estimados 66.280 casos novos no país, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.

A notícia boa vem de um estudo publicado pela revista científica Lancet em 2002, que envolveu mais de 146 mil mulheres de 30 países, e que estima que o risco de desenvolver o tumor de mama cai 4,3% a cada 12 meses de aleitamento.

A mãe de primeira viagem Priscila diz que este é outro motivo para seguir com a amamentação, a prevenção ao câncer de mama, mesmo sem ter o fator hereditário. “Não tenho nenhum caso de câncer de mama, se tiver um é na ancestralidade, então não tenho conhecimento. Com a parte paterna fui ter contato só depois de adulta, então também não sei. Mas, mesmo assim, pretendo amamentar até pelo menos quando o Davi tiver dois anos”.

A ginecologista, obstetra e mastologista Fernanda Torras explica porque a amamentação ajuda na prevenção ao câncer de mama. “A amamentação previne o câncer de mama pois durante o processo de aleitamento, as células dos ductos mamários sofrem maturação e ficam então mais protegidas para alterações celulares que levam ao câncer de mama. Além desta maturação dos ductos, durante a fase de aleitamento a mulher fica sob escassez do hormônio estrogênio que é um fator associado ao câncer de mama hormonal”.

A médica Mayka Volpato completa a explicação da colega, mas chama atenção para um fator importante, a idade da mulher ao amamentar. “As mulheres que gestaram têm mortalidade reduzida para todos os cânceres e para câncer de mama especificamente, e em particular em gravidez em idade precoce (menor que 20 anos) e amamentação prolongada. Várias hipóteses são levantadas, de que uma redução no número de células-tronco mamárias pode levar a uma redução no risco de câncer de mama em mulheres com filhos”.

Além disso, a médica completa, “a amamentação promove a diferenciação e maturação das células mamárias normais,  que podem ser mais resistentes à transformação em células cancerígenas”.

A ginecologista, obstetra e mastologista Mariana Rosário concorda com a colega quanto à efetividade da prevenção ao câncer de mama para quem amamenta em idade precoce.  “A questão do câncer de mama é bem polêmica, porque todos os artigos mais atuais falam que a amamentação previne o câncer de mama se acontecer antes dos 19 anos. Mas, a questão dessa proteção é que a mama só termina a sua maturação quando ela vai amamentar, então a mama de uma pessoa que ainda não amamentou vai ter células ainda imaturas que podem diferenciar e se transformar em um câncer, esse é o mecanismo colocado”, detalha.  

Já os mecanismos biológicos através dos quais a amamentação pode reduzir o risco de câncer de ovário ainda não são bem conhecidos, observa a médica Mayka Volpato. “A principal hipótese até o momento se baseia na supressão da ovulação durante a amamentação, inibindo a divisão e a proliferação celular epitelial e reduzindo a carcinogênese”.

Prevenção para outras doenças

Além da diminuição do risco de câncer de mama, a amamentação ajuda no pós-parto, pois aumenta o fluxo de ocitocina – o hormônio do amor, evitando perdas de sangue e a anemia, além de ter efeito antidepressivo.

“A amamentação também ajuda a prevenir os processos inflamatórios da mama no pós-parto como mastites, aumenta o vínculo materno com o bebê, prevenindo depressão pós-parto e contribui para a perda de peso na mãe, evitando o sobrepeso e distúrbios associados como colesterol alto”, pontua Fernanda Torras.

A médica Mayka Volpato acrescenta que a amamentação auxilia na contração uterina e diminuição do sangramento vaginal no pós-parto, além de colaborar com a involução uterina - o retorno ao tamanho pré-gravídico. E reforça o papel da amamentação no tratamento e prevenção à obesidade e as doenças relacionadas.

“Como a amamentação tem um alto gasto calórico, podemos considerar como um fator facilitador para a perda de peso, combate à obesidade e consequentemente ao diabetes e à hipertensão”, detalha Mayka.

A falta de suplementação de vitaminas durante a gestação pode levar a uma anemia no pós-parto, esclarece a ginecologista Mariana Rosário. “A anemia durante a amamentação acontece se a mulher não fizer suplementação durante a gestação. Não pode ter anemia depois do parto, isso não é fisiológico, não é normal, isso é falta de atenção do obstetra”, observa a médica.

“A suplementação é importante porque o leite do bebê vai ser feito com todos os nutrientes que o corpo considerar importante para isso. E não importa se essa mãe tem ou não, o corpo vai utilizar a reserva que ela tem de nutrientes, então a mãe vai ficar espoliada [desnutrida] e o leite sempre vai ser o melhor possível para esse bebê”, detalha a Mariana.

A médica Fernanda Torras concorda que o risco da anemia pode ocorrer para quem não tem uma reserva de vitaminas e minerais, com o ferro, mineral importante para a prevenção da anemia. “Após o parto é comum uma leve queda da hemoglobina pelo sangramento no parto, tanto normal, como cesariana, e se reserva de ferro for adequada, há rápida recuperação. Porém, se a reserva de ferro for insuficiente, há maior risco de anemia no pós-parto e aleitamento”, complementa a especialista.

Segundo Fernanda, a suplementação deve ser realizada na amamentação para garantir as reservas de ferro, “ e ainda a vitamina B12, cálcio, Vitamina D, entre outros nutrientes fundamentais ao bom funcionamento do organismo materno, para não deixar a mãe entrar em desnutrição, com risco de redução da massa muscular e da massa óssea, já que a qualidade do leite é sempre mantida, mas pode deletar o organismo materno”, reforça.

Mitos

Muitas mães ainda têm medo do efeito que a amamentação poderia causar, esteticamente falando, em suas mamas. Existe o mito de que a sucção da criança deixaria as mamas flácidas e caídas e uma pequena parcela de mulheres opta pelas fórmulas para evitar esse efeito. Esse é um erro de interpretação, explica a médica Mariana Rosário:

“As mulheres que já têm as mamas flácidas realmente terão o problema acentuado. Porém, as que não as têm não sofrerão do problema. A mama pode aumentar bastante, não é a sucção que vai fazer isso, pode acontecer pelo aumento do volume mamário durante a produção de leite. Depois aquela pele vai ser esticada e diminuir a produção de leite e pode ter uma certa flacidez. Mas, isso não tem nada a ver com a sucção da criança e tem muitas mulheres que não acontece isso, não é uma regra para todo mundo”.

Outro mito recorrente é do ‘leite materno fraco’. “Esse é o maior mito que existe!”, alerta Mariana. “O leite materno é o único alimento completo do mundo, capaz de ser a fonte exclusiva de nutrientes de um ser humano. Há duas situações que levam a esse entendimento errôneo. A primeira é que a produção do leite materno pode ser pouca para saciar a fome do bebê e, então, a mãe acredite que seu leite seja pouco. A segunda é que o bebê não consiga mamar adequadamente e, por isso, chore de fome, já que não se alimentou corretamente”.

A solução é insistir na amamentação, defendem as especialistas ouvidas na primeira matéria dessa série de reportagens.

Mais um mito a ser esclarecido é de que existem alimentos que ajudam a ‘aumentar o leite’. “Há mulheres que ingerem grandes quantidades de leite de vaca e canjica, por exemplo, na expectativa de aumentarem o volume de leite. Isso também não tem qualquer comprovação científica. A mulher precisa alimentar-se bem, preferencialmente com a orientação de  nutricionista, para que seu organismo consiga produzir o leite. Também é preciso estar relaxada, porque o estresse impede a liberação do hormônio prolactina, responsável pela lactação”, ponderou a especialista Mariana Rosário.

Durante a gestação, a mulher pode se preparar psicologicamente para a amamentação. Trata-se de um ato de amor e muitas mulheres relatam o bem-estar imenso que sentem ao amamentar, porque o vínculo que é criado entre a mãe e o bebê é ímpar.

 “A mulher pode se  preparar com muita informação desde o pré-natal. E hoje a gente tem ainda a consultoria de aleitamento, então essa mulher precisa saber o que vai acontecer, como proceder em cada caso e principalmente, ter uma rede de apoio importante para ajudá-la. É importante ter alguém para apoiá-la também nesse momento, isso é o mais importante”, conclui Mariana.   

Na última matéria dessa série de reportagens, vamos abordar os estudos que apontam que os anticorpos gerados pela vacina contra Covid-19 podem passar para bebês pela amamentação.

Um composto encontrado por pesquisadores da Universidade de São Paulo e de Harvard, nos Estados Unidos, pode acelerar em até seis vezes a regressão do tipo mais agressivo do câncer de mama. O tratamento inclui uma etapa antes da quimioterapia com o uso de droga identificada, a qual enfraquece as células tumorais. O trabalho foi publicado na Science Signaling, revista científica distribuída pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

“Nós levantamos 192 compostos, que estavam em uma biblioteca de compostos, de drogas, do laboratório. A gente já sabia onde esses compostos iam operar no metabolismo da célula. Testamos para verificar qual deles atingia a célula especificamente do triplo-negativo”, disse Vinícius Guimarães Ferreira, pós-doutorando do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e um dos autores da pesquisa. Triplo-negativo é como se chama o tipo mais severo de câncer de mama.

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Na universidade norte-americana, Ferreira foi supervisionado pelo professor Anthony Letai, especialista na avaliação de mecanismos que levam as células tumorais à morte. “Ele trabalha com a seguinte visão: “eu não quero necessariamente encontrar um composto que sozinho mata a célula, mas eu quero buscar um composto que deixa a célula mais próxima de morrer”, explicou. 

De acordo com os pesquisadores, ao deixar o tratamento contra o tumor mais eficiente, reduz-se o tempo que o paciente estará sujeito aos efeitos colaterais dos medicamentos tóxicos utilizados na quimioterapia. “É como se fosse um barranco, você empurra a célula perto do barranco para entrar o quimioterápico e dar aquele último empurrão”, comparou Ferreira.

Molécula ideal

A primeira parte do estudo analisou os compostos disponíveis para encontrar a molécula ideal. “No final, a gente encontrou alguns que eram os mais promissores e fomos para o modelo animal”, indicou o pesquisador. As drogas que deixaram os tumores mais vulneráveis foram testadas em camundongos com câncer de mama. 

O teste durou 21 dias e mostrou resultados animadores: usando apenas quimioterápico, houve regressão de 10%. No tratamento combinado, o tumor diminuiu 60%. “A terapia foi 500% mais eficaz.”

Os pesquisadores destacam que, conforme dados da Sociedade Americana de Câncer, o câncer de mama triplo-negativo é responsável por cerca de 10% a 15% dos cânceres de mama e é mais comum em mulheres com menos de 40 anos. É um tipo de câncer que cresce mais rápido, tendo opções de tratamento limitado.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o país deve ter cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama por ano entre 2020 e 2022.

A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) alerta as mulheres para que não façam exames de mamografia imediatamente após terem tomado vacina contra a Covid-19. Em entrevista à Agência Brasil, a presidente voluntária da Femama, a mastologista Maira Calfelli Caleffi, diz que a recomendação é de que elas voltem a fazer seus exames de rastreamento de câncer de mama, mas relatem ao médico caso tenham tomado vacina. 

Segundo Maira, nas últimas seis semanas, foi registrado um aumento agudo de descrições pelos radiologistas, nos laudos de mamografias e ultrassonografias, da presença de linfonodos, também chamados gânglios ou ínguas, nas axilas das pacientes, sugerindo doenças que deveriam ser investigadas. “A paciente, quando ela não está atenta para isso, realmente se apavora”. A mastologista diz ter recebido também muitos casos para investigar, com indicação de punções e cirurgias. “Coisa que não é necessário, desde que a gente constate que ela teve vacina naquele braço, ou até no braço contralateral, nos últimos 15 ou 30 dias”.

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Depois desse período, a médica explica que os linfonodos regridem, isto é, voltam ao normal, na grande maioria das vezes. “Por isso, a Femama está fazendo um alerta para prevenir contra essa preocupação. A gente está pedindo que elas não deixem de fazer os exames. Mas se  tomou a vacina de Covid-19, aguarde de duas a quatro semanas, porque já tem chance de nem aparecer nada”.

Vacina x câncer

A presidente da Femama esclarece que a vacina contra a covid não provoca câncer. “Essa alteração nos gânglios é uma reação do corpo ao imunizante e não tem nenhuma relação com câncer, célula maligna de qualquer natureza. É uma reação inflamatória, como se fosse até uma febre”.

Ela lembra que se as mulheres que tiverem que fazer o exame de rastreamento, porque estão investigando algum nódulo ou caroço suspeito na mama, devem realizar a mamografia, mas informar o médico que tomaram vacina. “O médico já fica alerta. Essa parte é muito importante”. Segundo a Femama, o aumento dos linfonodos pode ser causado por qualquer injeção ou vacina, e não apenas pelos imunizantes contra a Covid-19.

Segundo a Femama, a informação é confirmada pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Essas instituições já divulgaram recomendações de conduta frente à linfonodopatia axilar em pacientes que receberam recentemente a vacina contra a Covid-19. "Por isso, nossa recomendação é que os agendamentos de exames de mamografia em pacientes sejam realizados antes da primeira dose da vacina ou, então, de duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose", afirma Maira Caleffi. Caso a linfonodopatia permaneça, é recomendada a investigação, por biópsia, do linfonodo para excluir a malignidade mamária ou outra origem extramamária, recomenda.

O câncer de mama tomou o lugar do câncer de pulmão e se tornou a forma mais comum da doença, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (2).

"Pela primeira vez, o câncer de mama constitui agora o câncer de ocorrência mais comum em todo o globo", disse Andre Ilbawi, especialista em câncer da OMS, em entrevista coletiva na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) antes do Dia Mundial do Câncer, na quinta-feira (4).

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O câncer de pulmão foi o tipo mais comum nas últimas duas décadas, mas agora está em segundo lugar, à frente do câncer colorretal, o terceiro mais disseminado, explicou Ilbawi.

Ele observou que a obesidade feminina é um fator de risco comum no câncer de mama e que também está elevando os números gerais do câncer.

À medida que a população global cresce e a expectativa de vida aumenta, o câncer deve se tornar mais comum, avançando dos 19,3 milhões de casos novos por ano em 2020 para cerca de 30 milhões em 2040, segundo Ilbawi.

A pandemia de coronavírus está prejudicando o tratamento de câncer em cerca de metade dos países analisados, disse Ilbawi, ressaltando os atrasos de diagnósticos, o estresse extremo dos profissionais de saúde e o impacto nas pesquisas.

Pelo sexto ano seguido, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) irá promover uma ação para realizar cirurgias de reconstrução mamária em mulheres submetidas à mastectomia para o tratamento de câncer de mama.

A semana de Reconstrução Mamária será realizada a partir da próxima terça-feira (13), seguindo até o dia 17 deste mês, pelo Serviço de Cirurgia Plástica. A empresa Motiva Implantes, que irá fornecer as próteses. 

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Cinco mulheres que realizaram a mastectomia como parte do tratamento do câncer de mama serão acompanhadas pelo serviço. "A cirurgia de reconstrução mamária é um direito da mulher assegurado por lei e, além disso, integra o tratamento do câncer e lhe devolve a autoestima e qualidade de vida”, explica o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do HC, Rafael Anlicoara.

A Semana de Reconstrução Mamária integra uma série de ações em celebração ao Outubro Rosa no HC. Nos dias 14 e 15, acontecem ações educativas na Portaria 4 e em diversos outros locais do HC, com distribuição de material informativo, exibição de vídeos, distribuição de laços cor-de-rosa, além de uma campanha de arrecadação de lenços e produtos de higiene e de beleza a serem doados às pacientes.

O mês de outubro é dedicado a conscientização e prevenção do câncer de mama. Com a pandemia causada pelo novo coranavírus, a abordagem é obrigatória, pois o medo da contaminação atrasou tratamentos e prejudicou o diagnóstico precoce. O tema escolhido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) para campanha deste ano é “O câncer de mama e o coronavírus”. No vídeo abaixo, o mastologista Fábio Botelho fala sobre a doença. 

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que, em 2020, 66.280 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A região Norte deve registrar 1.970 casos novos até o final de 2020, sendo 780 novos casos no Pará e 320 em Belém.

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A Sociedade Brasileira de Mastologia destaca que o cuidado com a saúde feminina deve ser olhado com atenção, principalmente neste momento em que o rastreamento e o tratamento ainda estão sendo retomados, por conta da pandemia. A SBM reforça as ações preventivas, com o lançamento do movimento “Quanto antes melhor”. A ideia é chamar a atenção das mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável, com a prática de atividades físicas e boa alimentação para evitar várias doenças. Entre elas, o câncer de mama.

O Outubro Rosa reforça três pilares estratégicos no controle da doença: prevenção primária (como reduzir o risco de câncer de mama), diagnóstico precoce (divulgar sinais e sintomas da doença e incentivar a mulher a observar o próprio corpo) e mamografia (informar que para mulheres a partir de 40 anos é recomendada a realização de uma mamografia de rastreamento anual).

Segundo recomendações da SBM, nas regiões onde o pico da doença diminuiu, os casos estão estabilizados e existe flexibilização das medidas restritivas, as mulheres devem retomar seus exames de rotina, seguindo medidas de segurança. Já nas regiões com alta incidência da pandemia, o mais correto é que as mulheres não consideradas urgentes, assintomáticas ou que fazem controle por alterações benignas aguardem o momento de pico passar.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. Representa cerca de 25% de todos os casos novos de câncer: 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano.

A professora Ana Cristina Bandeira, 50 anos, percebeu alterações na mama direita em 2016. Na época, fez exames mas não conseguiu um diagnóstico. Por isso, deixou passar o tempo. Apenas em janeiro de 2020, quando o inchaço na mama aumentou, voltou a procurar os médicos. Com novos exames, confirmou o câncer de mama.

A cirurgia para a retirada da mama direita foi em 14 de março. Logo em seguida, começou a pandemia do coronavírus, com isolamento social. Por isso, a quimioterapia só foi iniciada em maio, por prevenção.

Mas Ana Cristina não deixou o medo atrapalhar o tratamento. Durante o tratamento, ela conseguiu trabalhar e ainda concluir o curso de Direito. “Isso me ajudou bastante a passar por essa fase difícil. Mas está tudo dando certo e vai continuar”, avalia.

Com informações do CTO - Centro de Tratamento Oncológico).

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Durante todo o mês de outubro, o Shopping Tacaruna recebe uma parte da Exposição Inspiração Pink, que tem o objetivo de dar visibilidade a histórias de superação de mulheres que convivem com o câncer de mama e levar informações sobre a doença para a sociedade. A mostra, em cartaz no segundo pavimento do mall, faz parte da programação do Coletivo Pink, iniciativa da empresa Pfizer, em parceria com as principais associações de pacientes de câncer de mama no Brasil.

A exposição acontece simultaneamente em espaços públicos de sete cidades brasileiras: Recife, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Belém e Brasília. São ao todo 25 esculturas de torsos, com 1,70 de altura, que representam mulheres e um homem em tratamento do câncer de mama.

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As intervenções artísticas nos torsos foram criadas por 15 artistas plásticos que se inspiraram em cada paciente, de acordo com suas histórias. São elas: Nina Pandolfo, Rizza, Ju Violeta, Patrícia Carparelli, Clara Leff, Minhau, Stella Nanni, Linoca, Pri Barbosa, Rafa Mon, Stefany Lima, Leticia Maia, Erika Chichkanoff, Associação Laramara, coletivo de artistas com deficiência visual, e Didu Losso, curador da exposição, ao lado de Camila Alves, que também assina a mostra.

O público que observar qualquer uma das 25 esculturas poderá visualizar todas as demais ao mesmo momento. Para isso, basta direcionar o celular para o QR Code, disposto em cada escultura, que será direcionado para a exposição completa. Ou acessar o site do Coletivo Pink.

*Da assessoria

Nesta terça-feira (4), Fernanda Motta resolveu falar sobre a sua saúde. Em uma postagem emocionante no seu perfil do Instagram, a modelo, de 38 anos, revelou que está na etapa final de um tratamento contra um câncer de mama. Ela foi diagnosticada com a doença em 2019.

"Decidi abrir meu coração para vocês. Há um tempo descobri por meio do autoexame um câncer de mama em estágio inicial. Sou muito cuidadosa com a minha saúde, sempre mantive meus exames em dia, e por isso consegui identificar os nódulos rapidamente", contou.

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"Já fiz a quimioterapia e, em dezembro, passei por uma cirurgia para retirada total do tumor. Ainda continuo em tratamento preventivo pós-cirúrgico, via oral. Durante esse tempo me resguardei e busquei forças, fé e coragem para passar por tudo isso de forma otimista", continuou.

Para ilustrar o texto, Fernanda Motta compartilhou uma foto que já havia sido publicada em julho do ano passado, mês em que ela descobriu o diagnóstico da doença.

Confira o desabafo na íntegra:

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A declaração de amor de um casal que venceu o câncer de mama foi compartilhada mais de 128 mil vezes e rendeu 86 mil reações nas redes sociais. A história de Joelma poderia ser relatada com tristeza e preconceito se não fosse o companheirismo de Valberto, que superou todos os obstáculos ao lado da mulher, no município de Araruna, no Agreste da Paraíba.

Há cerca de três anos, a coveira Joelma Santos Silva, de 43 anos, foi diagnosticada com câncer de mama. Ela já se relacionava com o Valberto Faustino da Silva, de 22, por um pouco mais de um ano e, após receber o resultado dos exames, isentou o rapaz de compromisso.

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“Cheguei para ele e disse que ele não era obrigado a ficar comigo. Disse que ia ficar feia e que meu cabelo ia cair. Ele disse 'amor, a gente tá junto até o final, a gente vai lutar junto. Se você ficar careca, eu raspo a minha cabeça também'. Ele me surpreendeu”, relembrou ao G1.

No último dia 5, Valberto usou o Facebook para declarar seu amor e reforçar a campanha do Outubro Rosa. “Lembra quando você descobriu a doença, chegou pra mim e falou que eu não estava obrigado a ficar com você e que podia ir viver minha vida? Simplesmente respondi que estou com você até o fim, vamos lutar juntos. E vencemos, graças a Deus. Hoje eu visto rosa em sua homenagem, meu amor e a todas as mulheres guerreiras”, publicou.

Com praticamente a metade da idade da companheira, Valberto conta que a conheceu através do amigo que também é um dos filhos da coveira. Desde então, batalham por aceitação ao lado dos familiares para superar o preconceito.

Além de todas as dificuldades, eles também precisam conviver com a saudade. Valberto trabalha em um engenho no município de Cruz do Espírito Santo, na Mata paraibana, e só encontra Joelma a cada 15 dias. Até o contato por celular é restrito devido à cobertura da área.

A coveira assume o cuidado do companheiro e gostaria que as mulheres na luta contra a doença também pudessem contar com o apoio dos maridos e companheiros. “Não desistam. Deus é maior do que qualquer problema. Companheiros, não abandonem suas esposas. Elas precisam de ajuda”.

Confira a publicação

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Durante quatro dias, o Hospital da Mulher do Recife se despede do 'Outubro Rosa' disponibilizando 120 mamografias sem necessidade de marcação prévia. A partir desta segunda-feira (28), 30 mulheres serão atendidas diariamente na unidade localizada no bairro do Curado, Zona Oeste da capital pernambucana.

Frisando a importância do autoexame e da detecção precoce para combater o câncer de mama, 15 mamografias serão realizadas pela manhã e 15 a tarde. Das 7h às 11h, mulheres entre 50 e 69 anos também poderão fazer 30 testes rápidos de sífilis e HIV. Vacinação contra a gripe está inclusa na ação.

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Anualmente, a doença atinge cerca de 50 mil novos pacientes no Brasil. Por isso, a ação também destaca a conscientização. Diversas palestras ministradas por enfermeiros, mastologistas e outros profissionais, instruirão as pacientes sobre o convívio e as precauções envolvendo o câncer. 

Neste sábado (19) a população feminina da UR-06, localizada em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, poderá realizar ultrassom mamário gratuitamente. De olho no ‘Outubro Rosa’ – campanha mundial contra o câncer de mama -, o exame é uma forma de diagnóstico para mulheres de até 40 anos, que ainda não precisam fazer mamografia.

Os ultrassons serão realizados a partir das 8h, na Escola João Paulo I, localizada na Rua Caldas Barbosas. Para o idealizador da ação ,Frei Dennys Pimentel, esta é a possibilidade das mulheres abaixo da idade mais afetada pela doença e, que vivem em comunidades carentes, realizar o exame em combate ao câncer.

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