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O PSC foi o sexto partido a deixar a formação da Frente Popular de Pernambuco que elegeu o governador Paulo Câmara (PSB) em 2014. Com o desembarque, o palanque do pessebista, que pretende buscar à reeleição, perde uma parcela dos votos evangélicos do estado, considerado um eleitorado forte. Naquele ano, por exemplo, os deputados estadual e federal mais votados tinham o segmento como base eleitoral. 

A legenda social-cristã, que agora integra o grupo ‘Pernambuco Vai Mudar’, é o reduto do clã dos Ferreira que atualmente comanda a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, com Anderson Ferreira (PR); tem uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco, com o deputado estadual André Ferreira (PSC); e um mandato na Câmara do Recife, com Fred Ferreira (PSC). 

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O crescimento dos votos para a família vem sendo notado nas últimas eleições. Além dos seis mandatos do patriarca Manoel Ferreira (PSC) na Alepe, de 2004 para cá André passou de 7.232 votos, na primeira eleição para vereador do Recife, para a vaga de mais votado nos pleitos de 2008 e 2012 - com 15.117 e 15.774 votos respectivamente - e em 2014 foi eleito deputado com 74.448. 

Já Anderson, na sua primeira eleição, em 2010, recebeu 48.435 votos para deputado federal e em 2014 foi reeleito com 150.565 votos. Em 2016, ele disputou a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco, e conquistou 171.057 votos segundo turno. No mesmo ano, o clã recuperou a vaga que André tinha deixado na Câmara do Recife com a eleição de Fred Ferreira, com 14.277 votos. terceiro mais votado da Casa.

Nas eleições deste ano, o grupo pretende emplacar uma vaga na disputa pelo Senado ou na Câmara Federal com André Ferreira e tentar manter a presença na Alepe com o retorno do patriarca da família, Manoel Ferreira (PSC). 

A reconfiguração da Frente Popular 

As outras cinco legendas que já deixaram a base de Paulo Câmara são PV, Podemos (antes PTN), PSDB, DEM e PPS - todas agora endossam a pré-candidatura do senador Armando Monteiro (PTB) ao Palácio do Campo das Princesas. Além delas, a Rede Sustentabilidade que recebeu o registro da Justiça Eleitoral depois daquele pleito, mas já apoiava o palanque pessebista, hoje também está no campo de oposição. 

Apesar das perdas, o governador ainda ostenta um grupo com 15 legendas (PCdoB, PSB, PTC, PRP, PR, PSD,SD, PPL, PHS, PSDC, PROS, PP, PEN, PSL e PDT) e se mantém com a maior frente, até agora, para a corrida eleitoral. Entre esses, entretanto, o Solidariedade tem expressado insatisfações e, nos bastidores, vem sendo cortejado por Armando para ingressar na oposição. Um desafio para Paulo Câmara que tem até agosto, quando registrará a candidatura, para manter ou conquistar novos partidos para a Frente Popular. 

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A frente de oposição 'Pernambuco Vai Mudar', que tem como pré-candidato a governador o senador Armando Monteiro (PTB), reúne-se, nesta terça-feira (26), para anunciar oficialmente o ingresso do PSC no bloco. Com a adesão da legenda, o clã político dos Ferreiras também passa a fazer parte do grupo de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB). O evento, que está marcado para as 9h, será no The Garden Open Mall, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

O fato da cidade ter sido escolhida para o ato é significativo, uma vez que ela é administrada pelo prefeito Anderson Ferreira que, ao contrário do pai, Manoel Ferreira, e do irmão, deputado estadual André Ferreira, integra o PR, legenda que faz parte da base governista. Além dos três, o vereador Fred Ferreira também integra o grupo político familiar. 

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O anúncio do desembarque da família Ferreira da base de Paulo Câmara aconteceu na última quinta-feira (21) e a vontade de André Ferreira de concorrer ao Senado é apontada como um dos principais motivos para o rompimento da aliança. Ele já chegou a dizer que a pré-candidatura era condicional para uma aliança eleitoral, mas na nota que anunciou o desembarque não fez menção a isso. 

“Há alguns meses o nosso grupo vem dialogando com vários segmentos da sociedade sobre a necessidade do Estado de Pernambuco iniciar um novo ciclo de mudança. A este Governo falta diálogo, capacidade administrativa e, principalmente, liderança. Hoje a sociedade cobra coragem nas oposições políticas. Nós temos essa coragem e fazemos política por convicção. Não concordamos com a prática do poder pelo poder e nem aceitamos um governo de que seja refém da barganha”, disse parte do texto.

Apesar de já ter anunciado Armando como candidato a governador e o deputado federal Mendonça Filho (DEM) na disputa para uma das vagas de senador, o bloco ‘Pernambuco Vai Mudar’ ainda tem dois espaços para serem preenchidos e a expectativa é de que André busque o espaço para a Casa Alta. 

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Com foco na continuidade familiar da participação política, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa, filiou-se, nesta terça-feira (20), ao PSC. O ingresso do parlamentar - que também atraiu os filhos, Guilherme Júnior e Geovana Uchoa, prefeitos, ex-prefeitos e vereadores de cidades do interior e da Região Metropolitana - foi celebrado pela legenda social-cristã durante um ato que aconteceu em Jaboatão dos Guararapes e contou com a presença dos presidentes nacional, Pastor Everaldo, e estadual, deputado André Ferreira. 

A escolha do presidente da Alepe pelo PSC une duas famílias de grande porte político no estado: a Uchoa e a Ferreira. A primeira comanda o Legislativo pernambucano por seis mandatos consecutivos e vai disputar uma vaga na Câmara Federal, já a segunda tem uma vaga na Alepe, com André, comanda a prefeitura de Jaboatão, com Anderson que é do PR, tem espaço na Câmara do Recife, com Fred e busca postos mais altos, como uma vaga no Senado, nas eleições deste ano.

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“Tenho certeza que fizemos a melhor escolha, a escolha da família, que é o norte, o fundamento da pessoa humana. Não podemos dizer que alguém tem ou não tem alguma coisa subestimando a força ou a vontade. Vamos responder isso nas urna, eu e Guilherme Júnior”, projetou o presidente da Alepe, fazendo referência a falta de espaço que encontrou no PDT para a disputa do filho. “[Os próximos passos agora] são fortalecer o partido que agora acabo de me inscrever para que possamos continuar no rumo certo”, completou.

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Presidente nacional do PSC, o pastor Everaldo afirmou que o ingresso de Uchoa dava mais força a legenda. “Não temos vergonha de dizer aquilo que acreditamos, estão claras as nossas convicções. Pesou a convivência com os Ferreiras, mas Uchoa também é um político habilidoso. Os mais novos que tomem exemplo, tem que ensinar a fórmula que é ser presidente de uma Assembleia por seis mandatos. Para o PSC representa o reconhecimento do trabalho de seriedade e transparência que fizemos. Sabem das nossas convicções e acreditam na gente”, frisou. 

Na mesma linha, André Ferreira salientou que a entrada de Uchoa “faz, sem dúvida, o PSC ser um dos mais cobiçados do estado”. “O partido hoje deu um grande salto. A partir de hoje, o PSC tem uma nova história.  A vinda de Guilherme Uchoa, que um deputado com experiência, é influente”, ponderou o deputado estadual.  

A união das famílias também foi destacada por Anderson Ferreira. “Ter ao lado da nossa família uma família e um grupo político que tem Guilherme Uchoa é importantíssimo. Não tenho dúvida da sua eleição, Júnior, sabe fazer política e vem de uma boa escola. Guilherme Uchoa tem virtude, é um amigo de todos e essa nossa amizade é um caminho natural de pessoas do bem. Vai convergir para buscar a unidade de um bem maior”, ressaltou o prefeito. 

Além de Guilherme Uchoa e dos filhos dele, o PSC filiou também nesta terça o ex-deputado estadual Sérgio Leite, o ex-prefeito de Camaragibe, Jorge Alexandre, e o ex-prefeito de Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora. 

Integrante de uma família de políticos, sendo filho do ex-deputado Manoel Ferreira e irmão gêmeo do hoje deputado estadual André Ferreira, Anderson disputou pela primeira vez um mandato eletivo em 2010. Com pouco mais de 50 mil votos se elegeu pelo PR no chapão da Frente Popular, sendo um dos últimos eleitos para a Câmara dos Deputados. 

Ao longo do mandato utilizou como bandeira a defesa do Estatuto da Família e foi cada vez mais se consolidando na política. Quando muitos consideravam que sua reeleição era arriscada, Anderson não só se reelegeu como praticamente triplicou a votação em 2014. A ascenção política do republicano estava apenas começando.

Após o resultado das urnas, se movimentou bem com a cúpula nacional do partido e conseguiu desbancar o ex-deputado federal Inocêncio Oliveira do comando da sigla. E naturalmente passou a falar mais grosso no meio político depois da alta jogada de risco que realizou e obteve êxito. 

Na condição de presidente estadual do PR, o patamar político de Anderson Ferreira virou outro. Hoje é visto por todos os atores políticos relevantes do estado como alguém com um belo futuro político pela frente. Tem a missão de ampliar o leque do partido a nível estadual, fazendo com que ele tenha um número maior de prefeituras em 2016. 

Por falar em prefeituras, tem seu nome colocado como possível candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes. Se disputa e vence, vira executivo e ganha força política a nível de região metropolitana, mas perde o diálogo direto com Brasilia. Na condição de prefeito de Jaboatão não teria tempo para se dedicar ao crescimento do PR no estado. 

No caso de disputar e perder, não perde nada em termos eleitorais porque não terá que abdicar do mandato em Brasília, mas dependendo da votação, se for abaixo do esperado, colocará em xeque a sua ascenção política que é considerada meteórica por muitos. É provável que a pré-candidatura de Anderson em Jaboatão dos Guararapes seja mais para buscar uma aproximação com a atual gestão do que propriamente viabilizar esse projeto, que é caro e pode ser conflitante com o atual momento que ele está vivendo. 

Uma evidência disso é que ontem o deputado Anderson Ferreira faltou a um compromisso em Jaboatão mandando como representante o seu irmão e deputado estadual André Ferreira (PMDB). Além disso ele já está pensando nas eleições de 2018, distribuindo comissões provisórias e diretórios municipais do PR atrelando a um possível apoio à sua reeleição para a Câmara Federal.

Os sinais estão colocados. Anderson Ferreira quer mesmo é continuar em Brasília para seguir mandando no PR e ganhando carbureto para projetos mais consistentes do que a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes em 2016. 

Recado – Cerca de dez vereadores do Recife que integram a base governista na Casa José Mariano mandaram um recado ao prefeito Geraldo Julio: não estão dispostos a entrar num chapão visando a reeleição. É que no chapão serão necessários mais de nove mil votos pra se eleger. Isso se o fenômeno das chapinhas ganharem mais vagas como aconteceu na disputa pela Alepe no ano passado não se repetir. Porque em caso de repetir serão necessários mais de dez mil votos.

Maviael Cavalcanti – O ex-deputado estadual Maviael Cavalcanti está sendo estimulado por aliados para que seja candidato a prefeito de Timbaúba nas eleições do ano que vem. Isso porque a situação do atual prefeito Junior Rodrigues (PSB) não é nada boa. O sucessor de Marinaldo Rosendo está patinando nas pesquisas de intenção de voto. 

Lula Inflável – Sucesso nas manifestações do último dia 16, o boneco inflável do ex-presidente Lula com roupa de presidiário está desfilando pelas ruas das principais cidades do país. Ontem o boneco sofreu um atentado. Militantes do PT furaram o boneco, caso que gerou a maior confusão nas ruas de São Paulo. 

Arquivamento – O Procurador Geral da República Rodrigo Janot mandou arquivar a investigação contra o senador Antônio Anastasia (PSDB). O senador tucano estava sendo investigado por ter supostamente recebido R$ 1 milhão do doleiro Alberto Youssef. Como não havia elementos que comprovassem a denúncia, Janot optou pelo arquivamento. 

RÁPIDAS 

Grupo Brennand – O Grupo Brennand voltou a investir numa fábrica de cimento no Nordeste. A planta será instalada em Pitimbu, na Paraíba, gerando oitocentos empregos diretos e indiretos. O anúncio oficial será feito na próxima quarta-feira na sede do Instituto Ricardo Brennand, na Várzea. 

Impeachment – O PSB, que esteve junto com o PT em cinco eleições presidenciais, afirmou em sua reunião de que não é golpismo falar em impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Inocente quer saber – Lula tem condições morais de ser candidato a presidente da República novamente? 

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