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A ONG americana Core doará R$ 5 milhões para a Prefeitura do Rio de Janeiro para o combate à pandemia de Covid-19 e uma segunda doação no mesmo valor também pode ser realizada, disse nesta segunda-feira (26) o governo municipal. A organização não governamental foi fundada pelo astro de Hollywood Sean Penn, que tem mais de 45 filmes na carreira, entre eles “Jogo do Poder”, “Bad Boys” e “Sobre Meninos e Lobos”.

Os recursos devem ser usados na criação de cinco macropolos de vacinação, como a unidade de pronto atedimento (UPA) de Manguinhos, as quadras das Escolas de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel e Portela, a Vila Olímpica do Complexo do Alemão e o Parque Olímpico, que será o primeiro local a contar com os recursos, no dia 1º de maio.

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Segundo o secretario de Governo da cidade, Marcelo Calero, é preciso preparar a cidade para as próximas etapas de vacinação na medida em que as faixas etárias mais jovens vêm se aproximando da hora de serem atingidas. “Nesse sentido, a parceria com uma ONG experiente no assunto, disposta a investir no Rio de Janeiro, fortalecendo o SUS, é uma grande conquista”, disse em entrevista a Reuters.

 

O deputado Marcelo Calero (Cidadania/RJ) protocolou representação no Ministério Público do Distrito Federal contra o ex-secretário especial da Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, "pelo discurso com apologia nazista" - ao divulgar em canal institucional do Youtube, o Prêmio Nacional das Artes de 2020, na último dia 16.

Na representação, Calero, ex-ministro da Cultura no governo Temer, requer apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa de Alvim - "o que inclui as sanções por improbidade, a reparação decorrente dos gastos com a inadmissível publicidade e a condenação à reparação ao dano moral coletivo existente".

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Na semana passada, Alvim foi demitido depois que postou vídeo em que parafraseou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.

"O ato do ex-secretário é incompatível com a sociedade brasileira, e o Estado deve responder de forma exemplar, enérgica e pedagógica para que isso jamais volte a acontecer em nosso País", declarou Calero.

Ainda segundo a representação protocolada nesta quinta-feira (23), no Ministério Público, "as referências ao nazismo, ainda mais quando feitas por uma alta autoridade pública encarregada da cultura nacional, não podem em hipótese alguma ser toleradas".

O deputado assinala, ainda, que "nesse cenário, a indiferença é algo que não cabe, devendo haver o uso de todas as formas possíveis de responsabilização do autor do fato ilícito para que se sinalize a todos os cidadãos brasileiros e demais Estados Soberanos da Comunidade Internacional que os compromissos históricos brasileiros com a dignidade humana continuam sólidos, íntegros e que não houve e nem haverá qualquer guinada na forma do país em se posicionar contra os horrores do nazismo".

Calero argumenta que "o momento inspira diálogo, busca de convergência e entendimento". "A tradição brasileira é de harmonia nas relações entre os povos e de respeito à pluralidade. Não vamos deixar que ações como esta nos tirem do caminho de fazer um Brasil melhor", disse.

No dia 17, em entrevista à Rádio Gaúcha, Roberto Alvim pediu perdão e disse que não houve "associação intencional com o nazismo". Segundo ele, houve "uma infeliz coincidência retórica".

O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania) chamou o ex-presidente Michel Temer (MDB) de “bandido” e “canalha” durante o debate de votação dos destaques da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Calero foi ministro da Cultura no governo Temer, mas pediu demissão do comando da pasta após um imbróglio com o então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

A fala de Calero foi em reação aos elogios que o deputado José Medeiros (Podemos) fez a Temer sobre o debate que iniciou no mandato dele em relação às mudanças nas regras da Previdência. 

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“É lamentável que a essa altura do campeonato a gente ouça um deputado defendendo ou fazendo elogios a Michel Temer, esse bandido, canalha, que já foi preso duas vezes”, disparou. 

“Eu sou testemunha da bandidagem de Michel Temer, amigo de Geddel Vieira Lima. Bandido, safado. O sujeito que queria que eu participasse de um esquema de corrupção para lavar dinheiro. Então é absurdo ouvir esse elogio nesta Casa. Isso é uma vergonha para o Brasil”, acrescentou o deputado. 

Segundo Calero, quando era ministro Geddel tentou pressioná-lo para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizasse a construção de um empreendimento em Salvador. 

O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) apresentou dois projetos [um de lei e outro de emenda à Constituição] para restringir a designação para chefe de missão diplomática permanente a integrantes do quadro de carreira do Ministério das Relações Exteriores. Ou seja, impede que sejam indicados como embaixadores pessoas que não são diplomatas.  

“Isso vai ao encontro dos anseios da sociedade brasileira que quer que sejam prestigiadas as meritocracias na escolha dos ocupantes das funções públicas”, argumentou ao defender as propostas. Para passar a valer, o texto precisa ser aprovado na Câmara e no Senado.

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As propostas surgem um dia depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), disse que poderia indicar o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixador nos Estados Unidos (EUA). 

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Calero, que é diplomata de carreira, classificou a intenção de Bolsonaro como uma “ação de desprestígio”. “Vejo com muita preocupação essa possibilidade. É uma ação de desprestígio a essa carreira que está nas maiores tradições da nossa República”, considerou o parlamentar. 

“Devemos lembrar primeiro que coube ao Itamaraty a delimitação das nossas fronteiras e a aquisição de um prestígio internacional que poucos países tem. Em segundo lugar, essa nomeação surge sob a sombra do nepotismo, a gente tem que chamar no Brasil as coisas pelo que elas são”, acrescentou o deputado. 

Calero chamou, ainda, a atitude de Bolsonaro de “caprichosa” e disse que fará um apelo a Eduardo Bolsonaro para que ele não não aceite o convite.

O deputado federal Daniel Coelho passou a fazer parte da Executiva Nacional do PPS depois de ingressar na legenda, neste fim de semana, durante o Congresso Nacional do partido, em São Paulo. O parlamentar, que estava no PSDB desde 2011, deve realizar um ato de filiação ao partido na próxima quarta-feira (28), no Recife. 

Daniel chega ao PPS em meio à insatisfação de líderes da sigla com o presidente nacional, Roberto Freire, diante das articulações para o ingresso de novos quadros e do processo de transformação da agremiação no Movimento 23. O que provocou, inclusive, a desfiliação do ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann.

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Para Jungmann e outros dirigentes, como o presidente estadual do PPS, Manoel Carlos, Freire foi “autoritário” no processo que já previa o ingresso de Daniel Coelho ao partido. O ex-tucano deve assumir o comando da legenda em Pernambuco e Roberto Freire já declarou que o ingresso do deputado “qualificará ainda mais o PPS”.

A transformação da sigla em Movimento 23 foi um dos critérios adotados por Daniel Coelho para a filiação. A mudança da nomenclatura, que também agradou a entidades políticas como o Acredito e o Livres, foi aprovada no Congresso. 

Além do deputado pernambucano, um dos líderes do Acredito em Pernambuco, Felipe Oriá, assinou a ficha de filiação durante o evento. Quem também passou a fazer parte das fileiras do PPS foi o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. 

No cargo de secretário do audiovisual do Ministério da Cultura desde junho deste ano, o pernambucano Alfredo Bertini pediu demissão da função nesta quinta-feira (8). Por meio de carta enviada ao Ministro Roberto Freire e divulgada pela Folha de S. Paulo, ele não explica o que motivou sua saída, mas afirma que acredita que sua missão na secretaria foi cumprida. Ainda de acordo com o jornal, mesmo sem ter sido publicada no Diário Oficial ainda, sua exoneração já foi aceita.

Bertini assumiu a secretaria do audivisual por indicação do ex-ministro Marcelo Calero, que também pediu demissão do ministério no mês passado. O economista é conhecido também por ser o diretor do festival audiovisual Cine PE e faz parte do conselho consultivo do Fórum Nacional dos Festivais Audiovisuais Brasileiros.

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O nome de Mariana Ribas é um dois mais cotados para assumir a Secretaria do Audiovisual. Atualmente ela ocupa o cargo de secretária-executiva do Ministério da Cultura, anteriormente foi presidente da Rio Filmes.

Confira a carta de demissão de Alfredo Bertini:

“O gesto de despedida costuma ganhar uma dimensão de felicidade, quando há boas lembranças por se evidenciar. O sentimento do dever cumprido e do exercício digno e fiel aos ideais também são agentes dessa satisfação, mesmo que a missão maior ainda esteja por ser construída.

Minha contribuição para o Audiovisual brasileiro, no ofício de Secretário do MinC, está encerrada. Orgulha-me ter sido componente do atual Governo, ao qual agradeço pela confiança depositada. Apesar do tempo curto, penso que pude deixar alguns marcos bem definidos. Do conjunto de servidores que se mostrou motivado e engajado até muitos parceiros integrantes da cadeia produtiva, saio com a convicção de que novos conceitos e valores foram muito bem plantados. E isso me serve muito.

Enfim, a intenção de ajustar o Audiovisual ao inevitável processo de mudanças tecnológicas, que nos leva à compreensão econômica da atividade, está aí sedimentado. Encarar essa realidade da Economia no Audiovisual, mesmo em tempos de dificuldades fiscais, é um desafio hoje palpável. Os instrumentos já estão delineados. Ademais, a prioridade de se promover a capacitação profissional para o enfrentamento dessa realidade econômica também está ao alcance. Um modelo inédito e exequível.São dois pontos que deixo, à mercê de qualquer ideia de indução, como um discreto legado, em meio ano de trabalho árduo e complexo. Natural até pela diversidade do setor.

O importante é que, diante dessa circunstância tão meritória, fruto do exercício coletivo de toda uma equipe comprometida e parceiros sintonizados, encontro-me hoje mais enriquecido. Isso é o que nos move a continuar na luta, pois ao apostar nas idéias de renovação, agindo com ética e respeito, as conquistas serão sempre reais.

Ser visionário pode não representar o essencial por algum momento, mas não tenho dúvida de que trazer para a vida real a visão do futuro não tem momento... e é mais do que essencial.

De coração, muito obrigado!”

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O episódio envolvendo a construção do edifício La Vue, em Salvador, não poderia "em nenhuma hipótese" ser encaminhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a advogada-geral da União, Grace Mendonça. A orientação neste sentido foi feita pelo presidente Michel Temer ao então ministro da Cultura Marcelo Calero, que entendeu o pedido como uma manobra para que a obra fosse liberada.

"Em nenhuma hipótese a análise do caso se daria diretamente pela advogada-geral da União nem pelo procurador-geral federal", informou a AGU por meio de sua assessoria, em nota enviada a partir de questionamentos feitos pela reportagem. O órgão esclarece que em casos como o do licenciamento do empreendimento, a AGU se manifesta apenas por meio de parecer da procuradoria, que serve de orientação para a decisão final da presidência do Iphan.

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Calero deixou o governo por, segundo ele, ter sido pressionado a alterar um parecer do Iphan que embargou o empreendimento onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) afirma ter comprado um apartamento. Em reunião com Temer, Calero afirmou que o presidente teria sugerido que ele encontrasse uma "saída" para questão e que enviasse o caso para AGU, "porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução".

O órgão consultivo do governo, no entanto, já havia se manifestado. No dia 9 de novembro, a procuradora federal Genésia Marta Alves Camelo, em nome da AGU, assinou parecer que conclui que a presidente do Iphan tem poder de modificar o entendimento da superintendência do órgão na Bahia e a palavra final sobre o licenciamento. O Iphan baiano havia entendido que a obra estava sendo feita fora do entorno de bens tombados, e autorizava a construção de 30 pavimentos.

No dia 16, fundamentada no parecer da AGU, a superintendente do Iphan, Kátia Bógea anulou o parecer da superintendência do órgão na Bahia e embargou a obra com o argumento de que a construção estava sim no entorno de bens tombados.

Conversa

A conversa entre Temer e Calero, confirmada pelas duas partes, aconteceu no dia seguinte ao embargo da obra pela presidência do Iphan. No diálogo descrito por Calero no depoimento que prestou à Polícia Federal, Temer teria dito que a decisão do Iphan estava criando "dificuldades operacionais" ao governo, uma vez que tinha irritado Geddel.

Ao ser questionado sobre o assunto, Temer afirmou que fez a sugestão porque havia divergências de entendimento, que poderia ser arbitrado pela AGU.

A assessoria da AGU, no entanto, afirma que, no caso específico, o titular da Procuradoria-Geral Federal, órgão subordinado à AGU, é que seria a última instância para avaliar a questão, mas apenas se o caso envolvesse posições divergentes entre órgãos distintos. No imbróglio envolvendo o La Vue houve posicionamentos divergentes entre duas instâncias do mesmo órgão.

Para o ex-procurador de São Paulo Mário Engler, coordenador do Mestrado profissional da FGV-Direito, a AGU tem a prerrogativa de arbitrar conflitos de posicionamentos entre órgãos federais. Mas, segundo ele, "só faz sentido o assunto ser alçado à AGU se ele for objeto de uma dúvida jurídica. "Se é um parecer técnico, um juízo de fato, não tem componente jurídico".

O governo foi procurado nesta quinta-feira, 1, mas não quis se manifestar sobre o entendimento divergente. Assessores presidenciais argumentaram que não há irregularidade no procedimento e explicaram que contra decisão do Iphan cabe recurso hierárquico, que poderia ser dirigido ao ministro. O normal seria, em caso de recurso, o ministro receber e encaminhar para a consultoria jurídica que o ministério possui, que é composta por membros da AGU. No episódio, como Calero disse que não iria decidir a questão, argumentam que "poderia sim seguir para a AGU".

Caráter consultivo

A Advocacia-Geral da União já havia manifestado entendimento de que sua participação no caso específico do edifício La Vue teria caráter apenas consultivo, colaborando para que a superintendência do Iphan formulasse seu parecer e desse a palavra final.

"A AGU, no caso, atuou dentro dos estritos limites de sua competência constitucional, pelo seu órgão setorial competente (Procuradoria junto ao Iphan), e tendo como parâmetro a legislação de regência, sem qualquer tipo de interferência ou pressão", afirmou a AGU na ocasião, em nota assinada pela ministra Grace Mendonça.

"As eventuais questões jurídicas relacionadas ao caso foram examinadas pela própria Procuradoria do Iphan, órgão competente para analisá-las. Tecnicamente, a unidade entendeu que a presidente do Iphan é competente para a anulação de ato da Superintendência estadual e que poderia decidir o caso concreto, conforme os critérios que a área técnica entendesse pertinentes".

No mesmo texto, Grace afirma ser "irresponsável" a citação a seu nome e reafirma que jamais recebeu "e tão pouco aceitaria" orientações para direcionamento nas manifestações da AGU "que não seja fundamentada na Constituição da República e no ordenamento jurídico pátrio". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a construção de um empreendimento imobiliário com 30 andares no sítio histórico de Salvador, na Bahia, onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) adquiriu um imóvel, é a favor da postura do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De acordo informações divulgadas pela BBC Brasil, a AGU já havia se manifestado contra a construção antes mesmo de o presidente Michel Temer (PMDB) sugerir uma intervenção jurídica do órgão sobre a obra ao ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. 

A colocação é datada de 9 de novembro, através da procuradoria do Iphan, e não beneficia Geddel, como Marcelo Calero denunciou que pretendia o presidente. E caso fosse revista, segundo o periódico, fugiria dos trâmites normais do órgão.  O Iphan determinou inicialmente que o prédio deveria ter apenas 13 andares e, em seguida, embargou a obra. Geddel Vieira comprou um apartamento no 24º andar e, segundo declarações de Calero, estava fazendo pressão desde junho para que o Instituto revisse a postura em benefício da obra e, consequentemente, dele.

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Conversas gravadas por Calero, vazadas à imprensa, dão conta de que Geddel “não gostaria de ser surpreendido com qualquer decisão que pudesse contrariar seus interesses". A resistência de Calero às supostas pressões de Temer e Geddel renderam não apenas a demissão dele, mas a exoneração do próprio Geddel e um pedido de impeachment contra Temer.

Em coletiva no último domingo (27), Michel Temer justificou o pedido ao apontar um conflito administrativo entre o Iphan da Bahia, que havia previamente autorizado a obra, e o Iphan federal, que havia derrubado essa autorização, e, por isso, solicitou a análise da AGU. 

No parecer do dia 9 de novembro, a procuradora federal Genésia Marta Alves Camelo diz que a autorização concedida pelo Iphan da Bahia, em novembro de 2014, havia sido tomada de forma irregular, sem seguir os trâmites corretos e reconhece à presidência do Iphan um "poder hierárquico" para anular decisão órgão estadual.

Em resposta à reportagem da BBC, Michel Temer disse, através da assessoria de imprensa, que “não havia decisão da AGU, mas uma manifestação jurídica de uma unidade do órgão sobre o assunto em questão".

Já a assessoria da Advocacia-Geral da União informou que seus pareceres "servem como manifestação opinativa utilizada como apoio à decisão da administração pública, sendo preservado o poder de decisão do Iphan". Também explicou que o parecer da procuradoria do Iphan "foi aprovado nos termos da normatização vigente” e que "essa manifestação, uma vez aprovada, passa a constar com efeitos imediatos para fins de orientação jurídica".

Parlamentares da oposição defenderam nesta segunda-feira, 28, que o presidente Michel Temer deveria renunciar imediatamente ao cargo. Para o líder da minoria no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), esse seria "o caminho mais fácil", pois resultaria em eleições diretas.

Membros do PT e PCdoB protocolaram nesta tarde na Procuradoria-geral da República (PGR) uma representação contra Temer, que acusam pelos crimes comum, de concussão e improbidade administrativa.

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Em depoimento a Polícia Federal, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou o presidente de pressioná-lo para atender a interesses privados do então ministro Geddel Vieira Lima. Segundo Calero, Geddel queria que ele intercedesse junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar um empreendimento imobiliário no qual possui um apartamento, em Salvador (BA).

Temer é acusado pela oposição de ter se omitido diante das denúncias de Calero contra Geddel. Eles consideram que, dessa forma, o presidente participou da conduta ilegal. A defesa dos parlamentares alega ainda que Temer confessa o crime ao dizer a Calero que ele deveria encaminhar o caso à Advogacia-Geral da União (AGU).

Caso a representação tenha seguimento na PGR e Temer seja afastado pela Justiça no próximo ano, porém, o Congresso teria que eleger um novo presidente de forma indireta. Se isso ocorresse até dezembro, por outro lado, seriam convocadas novas eleições nas urnas, assim como em caso de renúncia.

"Se tivesse dignidade, o caminho para Temer seria a renúncia e eleições diretas", declarou Lindbergh. A líder da oposição na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também provocou: "ele renunciaria se tivesse o mínimo de escrúpulo".

Para Lindbergh, o Congresso, após o impeachment de Dilma, "não tem legitimidade" para eleger um novo presidente. Além da representação na PGR, a oposição está incentivando movimentos sociais a protocolarem mais um pedido de impeachment contra Temer na Câmara dos Deputados.

Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), os parlamentares querem que Temer seja investigado por "exigir ou patrocinar uma causa de interesse privado junto ao serviço público". "Na medida em que tomou posição sobre Geddel, Temer passa a ser coautor do crime", avaliou Costa. Geddel é investigado por tráfico de influência.

"Por enquanto estamos tratando de crime comum. Para crime de responsabilidade precisamos unir segmentos da sociedade civil, mas no papel da fiscalização já estamos cumprindo nosso dever", afirmou Costa, que considera que a tramitação do processo por crime comum seria mais rápida do que o processo de impeachment.

Questionado sobre o argumento do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que alegou que é "normal" o presidente ter dito ao ex-ministro que a Advocacia-Geral da União resolveria o caso, Costa discordou.

"A AGU existe para diminuir conflitos quando há posições diferenciadas de ministérios e outros órgãos, mas não havia isso (...) o caso não dizia respeito ao interesse público, e sim ao privado", alegou Costa.

Para Jandira, Temer é "réu confesso" e deve ser responsabilizado. "Isso é claramente um crime de responsabilidade, a medida que ele (Temer) obriga um funcionário a fazer algo ilegal." Ela considera que Temer perdeu a credibilidade para enviar reformas ao Congresso.

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, negou nesta segunda-feira, 28, que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero teria sido orientado pela Polícia Federal (PF) a fazer gravações de suas conversas com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e com outros ministros.

"O ex-ministro não disse que foi orientado pela Polícia Federal. É importante colocar bem as palavras. Ele disse ao Programa Fantástico que tem amigos na PF e que esses amigos o teriam orientado. Então, não é uma questão institucional. É uma questão de amizade e ele nem apresentou quem são esses amigos. É uma questão pessoal de amizade dele", disse após reunião com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

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Obviamente, segundo Moraes, que se Calero apresentar os amigos que o Ministério irá analisar o caso. "Primeiro temos que comprovar se houve gravações porque ele não apresentou nenhum vídeo e se recusou a dizer quem eventualmente teria gravado", afirmou o ministro da Justiça.

Moraes disse ainda que Calero entregou à Polícia Federal um gravador digital com uma gravação que está sendo analisada por peritos de instituição. Perguntado se a gravação é licita ou ilícita, Moraes disse que antes é preciso comprovar a materialidade do conteúdo do gravador.

"A materialidade só será possível a partir do momento da transcrição do áudio. Mas vocês podem ter a certeza de que depois da materialidade vamos ter uma posição oficial", disse.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, disse ao programa Fantástico, da TV Globo, que gravou "apenas uma única conversa protocolar" entre ele e o presidente Michel Temer, em relação ao caso que envolve o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima.

"É um absurdo dizer que não fui leal", afirmou Calero, sobre as acusações que sofreu após a divulgação de que fez gravações. "Eu jamais entraria no gabinete presidencial com uma ferramenta sorrateira dessa natureza. Até por sugestão de alguns amigos que tenho da Polícia Federal, para me proteger e dar o mínimo de lastro probatório, fiz algumas gravações telefônicas", disse. "Servidor público tem que ser Leal. Não é a mesma coisa que ser cúmplice."

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A conversa, afirmou Calero, foi gravada durante uma chamada telefônica, na qual ele teria apresentado seu pedido de demissão. O ex-ministro disse que ele e o presidente tiveram três conversas sobre o embargo à obra do empreendimento La Vue, em Salvador - empreendimento em construção no qual Geddel é dono de um apartamento.

"Na primeira ocasião, me senti respaldado. (...) O curioso é que na segunda vez, um dia depois, o presidente me determina que criasse uma manobra, um artifício - uma chicana, como se diz no termo jurídico - para encaminhar o caso", disse o ex-ministro da Cultura. "Me choca que interesses particulares se possam prevalecer dentro do governo", afirmou.

Temer teria citado uma certa "estranheza" sobre a decisão do Instituto do Patromônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), relatou Calero. Geddel pressionou o ex-titular da Cultura a aprovar no Iphan a obra do prédio.

Sobre gravações envolvendo Geddel e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Marcelo Calero disse que "não podia confirmar se houve gravações". (Caio Rinaldi)

Cerca de 200 pessoas se reuniram em frente às obras de construção do edifício La Vue, em Salvador, para protestar contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão nesta sexta-feira, 25, após ser alvo de denúncias de tráfico de influência. Ele é acusado de pressionar pela aprovação do empreendimento com gabarito acima do permitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

Organizado pelo coletivo Subverso, o ato também teve como alvo o governo de Michel Temer e a PEC 55, que tramita no Senado e propõe limite aos gastos públicos.

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O grupo, que contou com a participação de militantes da APLB (Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado da Bahia), vereadores de oposição e instrumentos de percussão, iniciou o protesto com um bem-humorado churrasco na rua. "Queima, Geddel", gritavam os manifestantes.

O tapume que protege a obra foi pichado com as frases "Fora Temer", "Tombou Geddel" e pedidos para a instalação da CPI da Sucom (Secretaria Municipal de Urbanismo).

Com faixas e cartazes, os manifestantes iniciaram uma marcha em direção ao bairro do Chame-Chame, e encerraram o ato em frente ao prédio onde Geddel mora.

Em meio à crise do caso Geddel no Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou longa nota em defesa do presidente Michel Temer. Apesar de assumir que o ambiente é de crise, Renan afirma que o Senado se comportará com equilíbrio e garante a manutenção do calendário de votações da Casa, inclusive da PEC do Teto.

"As alegações do ex-ministro da Cultura não afetam o Presidente Michel Temer, que reúne todas as condições para levar adiante o processo de transição. As mexidas ministeriais tampouco afetarão o calendário de votações do Senado, que inclui a PEC do limite de gastos e o projeto de abuso de autoridade", escreveu.

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O peemedebista citou outros projetos que estão na pauta de votação do Senado até o fim do ano, como a lei de licitações, a legalização dos jogos de azar e o fim da reeleição para cargos do Executivo. De acordo com Renan, se necessário, o recesso parlamentar de fim de ano será cancelado.

O presidente do Senado aproveitou para orientar que a Câmara faça o mesmo, e sugeriu a Rodrigo Maia (DEM-RJ) que adote um calendário de votações expressas.

Renan afirma ainda que o momento é de superar "falsas polêmicas". Na nota, ele cita outros momentos de crise, como o afastamento da presidente Dilma Rousseff e alega que o Senado agirá com a crise de Temer da mesma maneira: "equilíbrio, responsabilidade e atento à soberania e independência entre os Poderes".

O líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), rechaçou a demissão do ministro Geddel Vieira Lima após agravamento da crise com o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que também denunciou sofrer pressão do presidente Michel Temer. De acordo com Lindbergh, a demissão de Geddel é uma tentativa de proteger o presidente.

"A demissão de Geddel não é solução para essa crise. Geddel tem, sim, que ser demitido pelas acusações que sofreu, mas sua demissão não pode servir para abafar o envolvimento de Michel Temer, que também tem que responder pelos seus erros", afirmou. De acordo com o líder da oposição, Temer defendeu interesses privados e também tem parte na crise denunciada por Calero.

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Lindbergh se reuniu nesta sexta-feira (25) no plenário do Senado com outros apoiadores da ex-presidente Dilma Rousseff, como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Roberto Requião (PMDB-PR). Os senadores discutiram as notícias relacionadas ao caso Geddel e as eventuais punições para o ministro e o presidente.

O pedido de demissão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, foi a saída encontrada pelo Palácio do Planalto para tentar salvar o governo da crise política, que se avoluma a cada dia. A operação para entregar a cabeça de Geddel foi articulada ainda na quinta-feira (24) após a divulgação do depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal, no qual ele dizia ter sido "enquadrado" pelo presidente Michel Temer para atender aos interesses do chefe da Secretaria de Governo. A pressão seria para liberar a construção de um prédio nos arredores de uma área tombada, em Salvador.

Articulador político do Planalto com o Congresso, Geddel sai do governo às vésperas da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos, marcada para a próxima terça-feira, dia 29, no plenário do Senado. Temer ainda não escolheu o substituto de Geddel, seu amigo há quase 30 anos, e disse a aliados que ele próprio fará a coordenação política para a votação da PEC do Teto, considerada fundamental pelo governo para o ajuste fiscal e a recuperação da economia.

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Em reunião de emergência convocada por Temer com auxiliares, na noite de quinta-feira, a situação de Geddel -- que já havia viajado para a Bahia -- foi considerada insustentável. Houve, a partir daí, intensa troca de telefonemas com o ministro. "É tudo pior do que parece", disse um dos auxiliares do presidente.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Calero gravou conversas com Temer, com Geddel e com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. No depoimento à Polícia Federal, Calero disse que o presidente tentou fazer com que ele "interferisse indevidamente" para que a decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), barrando a construção do prédio em Salvador, fosse substituída por um parecer da Advocacia Geral da União (AGU). Geddel comprou na planta um apartamento no edifício "La Vue", que teve a obra embargada pelo Iphan.

As afirmações de Calero jogaram mais combustível na crise por atingirem diretamente o presidente. Antes desse depoimento -- prestado no último dia 19, mas que só veio a público nesta quinta-feira -, o ex-ministro da Cultura havia citado apenas a pressão exercida por Geddel para a liberação do empreendimento.

À Polícia Federal, porém, Calero mencionou uma suposta interferência de Temer -- que estaria demonstrando "insistência" --, de Padilha e de outros auxiliares do núcleo do governo para que o caso fosse resolvido. Calero disse ter se sentido "decepcionado" por não ter mais a quem recorrer e pediu demissão, desobedecendo à ordem de enviar o polêmico processo para a AGU.

A queda de Geddel ocorre uma semana após a saída de Calero. O titular da Secretaria de Governo é o sexto ministro a deixar a equipe de Temer.

Na avaliação de interlocutores do presidente, porém, esta foi a demissão que ele mais sentiu, na esteira de uma crise que atinge o seu próprio gabinete e o "núcleo duro" do Planalto. Temer resistiu o quanto pôde a "rifar" Geddel, mas a "solução" encontrada foi uma espécie de boia jogada para conter a turbulência.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, divulgou uma nota nesta sexta-feira (25) negando que tenha solicitado audiência com o presidente Michel Temer (PMDB) com a intenção de gravar uma conversa no gabinete presidencial. O texto foi publicado no perfil de Calero no Facebook.

Calero, que pediu demissão e depois falou que foi pressionado pelo então ministro Geddel Vieira Lima para a liberação de um empreendimento do interesse de Geddel na Bahia, falou que, durante sua trajetória, nunca agiu "de má fé ou de maneira ardilosa".

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Comentando o episódio envolvendo Geddel, que nesta manhã pediu demissão do cargo, Calero afirmou que cumpriu sua obrigação "como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições."

"A respeito de informações disseminadas, a partir do Palácio do Planalto, de que eu teria solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial, esclareço que isso não ocorreu", destacou Calero, em nota.

O presidente da Comissão de Ética da Presidência, Mauro Menezes, informou nesta sexta-feira (25) que o processo aberto contra o agora ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, continua mesmo após o seu pedido de demissão.

Segundo Menezes, uma eventual punição pelo colegiado teria como efeito uma "mancha ética" no currículo político de Geddel. "Não podemos dizer que alguém não pode continuar na vida pública, apenas deixamos registrado que uma autoridade tem em seu currículo determinada avaliação quanto ao seu comportamento ético. E hoje no Brasil isso tem valido muito", afirmou.

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Segundo Menezes, Geddel ainda não entregou a sua defesa à comissão e o prazo se encerra no dia 1º de dezembro. A Comissão decidiu nesta semana, por unanimidade, avaliar a conduta de Geddel, após denúncias do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, de que o ministro baiano o teria pressionado para liberar a obra de um empreendimento em Salvador onde Geddel possui um apartamento. A infração ética no caso seria de conflito de interesses, ao misturar ações públicas com interesses privados.

Menezes disse ainda que é prerrogativa de qualquer autoridade pedir demissão e que isso não constitui ter havido por parte do ministro um desvio ético. "Mas o processo tem continuidade e permanece sob exame, estando a autoridade no cargo ou não."

Questionado sobre o suposto envolvimento do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do presidente Michel Temer no episódio, e se as eventuais gravações das conversas de Calero com os ministros e com o presidente não poderiam culminar na abertura de outros processos, Menezes explicou que a Comissão não tem competência para intimar presidentes e vice-presidentes da República. No caso de Padilha, ainda não há uma definição.

"Não existe sinalização de que venhamos a abrir processo contra outra autoridade citada", disse Menezes. Ele informou ainda que a Comissão remarcou sua próxima reunião do dia 14 para o dia 15 que, diante dos desdobramentos dos fatos, nos próximos dias podem ser discutidos eventuais novos procedimentos. "A Comissão é muito criteriosa. Não basta uma citação em qualquer depoimento ou denúncia para que a Comissão abra de pronto o processo, mas a comissão fica sempre atenta", disse.

Dispensa

Menezes disse ainda que a Comissão dispensou novos esclarecimentos de Calero, já que o ex-ministro depôs a autoridades competentes, como a Polícia Federal. "Depoimento integral veio a público pela imprensa e não foi contestado" disse o presidente. "A comissão entendeu que não fazia sentido prorrogar o processo intimando Calero", completou.

O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou nesta sexta-feira (25) que o agora ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima "contribuiu muito para o governo" enquanto esteve no cargo. O senador disse ainda que a saída de Geddel não atrapalha o andamento das pautas econômicas do governo.

"De modo algum pauta econômica corre risco (com saída de Geddel)", afirmou Nunes. "Com saída de Geddel, vamos focar no essencial", citou o senador tucano. Uma das principais propostas econômicas do governo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos deve ser votada no Senado em primeiro turno no próximo dia 29.

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O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que mais cedo defendeu a investigação do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero por supostamente gravar uma conversa com o presidente Michel Temer, disse que "respeita" a decisão de Geddel.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também presente ao Congresso de prefeitos eleitos do PSDB realizado em Brasília, não quis fazer comentários sobre a polêmica envolvendo Geddel e Temer.

Logo após a confirmação do pedido de demissão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, a atenção está voltada para a definição de um substituto para o cargo, responsável pela articulação do governo com o Congresso. Os nomes ainda estão sendo colocados na mesa, mas segundo fontes do Planalto, o objetivo é chegar a um consenso o mais rapidamente possível para tentar estancar a crise causada pelo episódio.

Seis dias depois de o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero denunciar que havia sido pressionado por Geddel para liberar uma obra onde o ministro baiano comprou um apartamento na planta em Salvador, Geddel Vieira Lima decidiu deixar o cargo nesta sexta-feira (25).

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A situação de Geddel ficou "insustentável", nas palavras de um assessor presidencial, por conta do depoimento de Calero à Polícia Federal, acusando Temer de também tê-lo pressionado para liberar o empreendimento. Geddel está na Bahia desde a noite de quarta-feira (23) e mandou sua carta de demissão a Temer por e-mail, depois de ambos conversarem por telefone.

A situação da articulação política se complica, em um momento importante para o governo em que estão em votações medidas fundamentais da área econômica, como a PEC do teto dos gastos no Senado.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), amenizou a crise no Governo Federal após a demissão dos ministros da Secretaria de Governo, Geddel Viera Lima (PMDB), e da Cultura, Marcelo Calero. O tucano afirmou, nesta sexta-feira (25), que o presidente Michel Temer (PMDB) saberá conduzir o momento com “serenidade”.  

“O presidente Temer, com certeza, terá serenidade para conduzir esse momento. É uma prerrogativa do presidente de escolher seus auxiliares”, salientou, ao chegar ao Encontro Nacional de Prefeitos eleitos pelo PSDB que acontece em Brasília. 

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A turbulência política no governo iniciou após a demissão de Calero, na última semana. Ao deixar o cargo, o ex-ministro acusou Geddel de pressioná-lo a modificar uma decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre a construção de um empreendimento imobiliário na Bahia. Geddel é dono de um dos apartamentos do imóvel que teve a obra embargada pelo órgão técnico. 

O que agravou ainda mais o caso, entretanto, foi o fato de Calero trazer à tona outras denúncias nessa quinta-feira (24), uma delas contra o próprio Temer. O ex-auxiliar revelou, em depoimento à Polícia Federal, que também sofreu pressões do presidente para destravar o andamento do imóvel. A citação do envolvimento de Temer causou reação da oposição que pretende pedir o impeachment do peemedebista por advocacia administrativa e crime de responsabilidade.

Sobre a possibilidade de um pedido de afastamento do aliado, Bruno Araújo também não deu ênfase a ação da bancada opositora. “No Congresso se pediu o impeachment de todos os presidentes. O momento é de ter unidade para enfrentar a crise”, ponderou. Geddel pediu demissão nesta sexta-feira (25) ele é o sexto ministro a deixar a gestão de Temer em seis meses. 

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