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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), chamou de retrocesso o decreto assinado nesta quinta-feira, 5, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que faz mudanças no Marco Regulatório do Saneamento.

"É um dia que considero triste, de uma visão obtusa. Acabo de ver uma manifestação do presidente Lula de que deve se dar um voto de confiança às empresas públicas. A maior parte das companhias de saneamento do Brasil tem quase 60 anos e, nesses 60 anos, tiveram muita dificuldade de chegar a um nível aceitável de coleta e tratamento de esgoto", criticou o tucano, durante participação no Brazil Investment Forum, organizado pelo Bradesco BBI.

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Leite defendeu a transferência do serviço para a iniciativa privada e que o Estado tenha o papel de fiscalizar e regular o setor. "Isso vai trazer mais benefícios para a sociedade, obras que vão gerar emprego e a dignidade das comunidades mais carentes de não terem que conviver com esgoto a céu aberto", afirmou.

Nessa terça-feira (30), foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura do Recife a nova Lei Municipal nº 18.863, que institui a Política Municipal de Habitação de Interesse Social (PMHIS). A legislação deverá ser utilizada a favor da correção do déficit habitacional na capital pernambucana. De acordo com a PCR, a lei é um marco regulatório para o setor habitacional, elaborado através de conferências e reuniões nas Regiões Político-Administrativas (RPAs), com participação popular. 

A lei dispõe também sobre o Plano Local de Habitação de Interesse Social da Cidade do Recife (PLHIS), que será o instrumento para execução das metas, definindo as estratégias de ação, metas e fontes de recursos para reduzir o déficit de moradia. O Plano também contempla a composição e cálculo dos custos estimados, estimativa da capacidade de investimento da Prefeitura, além do monitoramento, avaliação e revisão do próprio plano. É um dispositivo que dialoga, também, com a preservação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). 

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Entre as metas previstas no PLHIS também está o enfrentamento à inadequação dos domicílios. O documento prevê diretrizes e metas para regularização jurídico-fundiária e a urbanização de assentamentos precários. O desenvolvimento institucional será regido pelo PLHIS, com a implantação do Sistema Municipal de Informações de Habitação de Interesse de Interesse Social (SIMHIS), além do fortalecimento dos canais de participação e de negociação com a sociedade organizada. 

“É um momento histórico, que mostra a prioridade da nossa gestão para a questão da habitação. Agora contamos com uma legislação que vai orientar nosso trabalho, definindo as diretrizes e instrumentos para a habitação de interesse social”, afirma o prefeito João Campos, autor da proposta. 

Entre os objetivos da PMHIS, destacam-se a universalização do acesso à moradia adequada; a consolidação das comunidades de Interesse Social e demais áreas pobres, a partir da sua transformação em ZEIS e da implementação de ações de regularização urbanística e fundiária; e a democratização o acesso à terra urbanizada para Habitação de Interesse Social. 

Obras

Atualmente estão em construção quatro conjuntos habitacionais, com um total de 1.528 unidades habitacionais (UHs): Habitacional Encanta Moça I e II (Bode) - 600 UHs; Habitacional Vila Brasil I (Joana Bezerra) - 128 UHs, Habitacional Vila Brasil II - 320 UHs (Joana Bezerra), Pilar (Bairro do Recife) - 256 UHs - e Sérgio Loreto (São José) - 224 UHs. Em julho de 2022, começam as obras do Vila Esperança, habitacional com 75 unidades destinado às famílias residentes na Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) Vila Esperança/Cabocó, no bairro do Monteiro, que serão afetadas pela construção da ponte Jaime Gusmão. 

 

Após o Congresso aprovar socorro financeiro de R$ 4 bilhões para as empresas de transporte coletivo de passageiros, o setor já se organiza para tentar emplacar um marco regulatório para o segmento. Associações de empresas estão em contato com técnicos do Executivo para tratar de um eventual projeto para ser apresentado ao Congresso no próximo ano. A ideia é consolidar um documento com os eixos defendidos pelas empresas e entregá-lo ao governo no início de dezembro.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a discussão é vista com bons olhos por técnicos dos Ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional, apesar de nenhuma decisão política ter sido tomada até o momento.

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"Vamos encaminhar (o texto) para o governo para que ele seja o indutor da política, assim como ocorreu com o novo marco legal do saneamento (sancionado recentemente)", disse o presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho.

Para ele, o projeto de socorro financeiro - que prevê uma série de compromissos a serem adotados no setor - representa um passo "inicial" que precisará ser detalhado neste marco legal. Pelo texto que agora aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro, Estados, municípios e empresas só vão ter acesso aos recursos se aceitarem melhorar o atendimento, a governança, a transparência e a sustentabilidade do transporte coletivo.

"Isso faz com que os serviços sejam bem prestados para a população, o que não é o caso hoje da mobilidade", disse o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Pedro Capeluppi, sobre o projeto recentemente aprovado.

Tarifa

Uma das principais reclamações do setor é sobre a tarifa do transporte estar dissociada do custo carregado pelas empresas. "O prefeito fixa a tarifa do que jeito que quiser", reclamou Cunha Filho. Técnicos do governo reconhecem, ainda reservadamente, que há espaço para avançar nessa pauta, mas sem propostas que criem mais despesas para a União.

O texto poderia, inclusive, prever que os compromissos a serem adotados pelas empresas que acessarem o socorro financeiro se tornem regra geral para o setor. Obrigar a licitação, fortalecer agências reguladoras para fiscalizar contratos e criar metas claras de qualidade são alguns dos pontos que caberiam num novo marco legal, por exemplo, na avaliação de técnicos do governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que o governo vetou 11 trechos do novo marco do saneamento. Ele não detalhou todos os itens que foram vetados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Até agora, o governo divulgou apenas três desses vetos, e o ministro só mencionou dois deles em entrevista coletiva. Ainda não foi definido se o marco sairá em edição extra do Diário Oficial da União ou apenas na edição de quinta-feira, 16.

Marinho disse que um dos trechos vetados é o que daria sobrevida aos contratos das empresas estaduais públicas de saneamento - uma das principais demandas dos governadores.

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O trecho barrado por Bolsonaro autorizava as estatais a renovar por mais 30 anos os contratos de programa (sem licitação) atuais e vencidos, desde que isso ocorresse até março de 2022. O prazo também valeria para formalização das "situações de fato", quando há prestação de serviço sem contrato assinado. Este é um dos vetos que muito provavelmente serão alvo de pressão, por parte dos Estados que possuem estatais, pela derrubada pelo Congresso.

Outro veto, citou Marinho, é o que permite que o segmento de resíduos sólidos participem de licitações do marco do saneamento. O governo vetou trecho que desobrigava a licitação para serviços de resíduos sólidos e drenagem. Da forma como havia sido aprovado pelo Congresso, o novo marco só obrigaria a concorrência para os serviços de água e esgoto, o que gerou forte reação das empresas privadas que trabalham com resíduos sólidos.

Marinho mencionou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também presente na cerimônia de sanção, e disse que a questão dos resíduos sólidos também é relevante para o setor como um todo. "O artigo impedia que esse pedaço do saneamento fosse contemplado em sua plenitude", afirmou.

O terceiro veto, sobre o qual Marinho não falou na entrevista, é o que trata dos processos de privatização de empresas estatais de saneamento. Nos casos em que há venda do controle acionário da estatal, com substituição do contrato de programa (fechado sem licitação), o dispositivo barrado pelo governo definia que, caso os entes públicos decidissem pela não anuência à proposta, caberia a eles assumir a prestação dos serviços, mediante indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados ou depreciados.

Em comunicado à imprensa, o Planalto afirmou que o dispositivo criava uma nova regra para indenização de investimentos não amortizados das prestadoras de saneamento, gerando insegurança jurídica. "Ademais, como não é possível na prática a distinção da receita proveniente de tarifa direcionada para um ativo, haveria inviabilidade de pagamento da indenização."

O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (24), o marco legal do saneamento no País. Apontado como instrumento crucial para a recuperação econômica depois da pandemia de Covid-19, o projeto passou com 65 votos favoráveis, 13 contrários e nenhuma abstenção. De autoria do governo, a articulação da lei foi puxada pelos líderes do Congresso e por setores da iniciativa privada.

Como não houve alterações na espinha dorsal do texto aprovado na Câmara, o projeto seguirá para sanção presidencial. O governo fechou um acordo para aprovar a proposta sem mudanças se comprometendo a vetar itens específicos.

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Com uma série de novas regras para o setor, o novo marco legal do saneamento básico prevê a abertura de licitação para serviços de água e esgoto, autorizando a entrada da iniciativa privada nas concessões, facilita a privatização de estatais de saneamento e dá um prazo maior para os municípios acabarem com os lixões, entre outras medidas.

A universalização dos serviços de saneamento exigida no projeto é a chave para a entrada da iniciativa privada no setor, diante da falta de recursos próprios do setor público. O governo estima investimentos de R$ 500 bilhões a R$ 700 bilhões. Além disso, o novo marco legal deve gerar cerca de 1 milhão de empregos no País nos próximos cinco anos, o que colocou a proposta como primordial para a recuperação econômica e levou os senadores a votar o projeto em uma sessão remota no meio da pandemia do novo coronavírus.

Uma das principais mudanças é o fim dos chamados contratos de programa, fechados entre municípios e empresas estaduais de saneamento sem licitação. Os contratos atuais poderão ser renovados por mais 30 anos, mas desde que uma negociação seja formalizada até março de 2022 e haja metas para universalização dos serviços de água e esgoto para a população. Com isso, a estimativa é que projetos de privatizações sejam colocados na mesa a partir do próximo ano.

Se a proposta for sancionada, os serviços de saneamento serão operados com base em contratos de concessão. A iniciativa privada poderá participar das licitações. A mudança na lei também é um atrativo para a privatização das empresas estatais do segmento. A medida enfrenta resistência de governadores, que exigiram uma sobrevida aos contratos atuais para apoiar o projeto.

Blocos

Com a obrigação de licitação para a operação dos serviços de saneamento, o projeto aprovado pelo Senado prevê a formação de blocos regionais com vários municípios de um mesmo Estado para a concessão. O dispositivo foi incluído para evitar que a iniciativa privada se interesse apenas por cidades maiores, chamadas de "filé mignon". A formação dos blocos será responsabilidade de cada Estado, mas, se não forem feitos em até 12 meses, a União poderá tomar essa iniciativa.

A formação de blocos regionais é ponto polêmico no projeto. A possibilidade de a nova lei ser questionado na Justiça entrou no radar de investidores. Entidades ligadas às empresas de saneamento consideram o dispositivo como uma afronta à autonomia dos Estados e municípios para gerir as políticas públicas de acordo com a realidade de cada localidade.

O novo marco também atribui à Agência Nacional de Águas (ANA) a competência para organizar as normas do setor e define um prazo de universalização dos serviços, até 2033. Ou seja, até essa data 99% da população deve ter acesso à água potável e 90%, ao esgoto tratado. A cobertura atual de esgoto tratado atualmente é de 46% no País, com um cenário discrepante entre regiões: 79% no Sudeste e só 10,5% na Região Norte.

Se as metas de universalização não forem formalizadas, os contratos atuais poderão ser encerrados. Naqueles municípios onde não há sequer um contrato, o acordo deverá ser fechado com essa meta até março de 2022. Além de exigir a cobertura de água potável e esgoto tratado, o projeto dá um prazo maior para municípios acabarem com os lixões e destinarem corretamente os resíduos sólidos. As datas dependem do tamanho de cada cidade e as menores terão um tempo alongado, mas o limite é agosto de 2024. Pela lei atual, esses prazos acabaram em 2014 e diversas prefeituras alegaram não ter recursos para cumprir a legislação.

Vetos

Um veto negociado entre Senado no novo marco legal do saneamento básico deve ampliar o alcance da proposta em relação à obrigatoriedade de licitação, segundo o Estadão/Broadcast apurou. Um deles poderá, na prática, obrigar a abertura de licitação para serviços como limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e não só do tratamento de água e esgoto, como previsto inicialmente. Em termos gerais, o projeto permite a participação da iniciativa privada nas concessões do setor.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), citou um acordo para o presidente Jair Bolsonaro vetar três dispositivos do novo marco legal do saneamento básico. Os vetos não mexem na espinha dorsal da proposta, de acordo com Bezerra.

Para especialistas, o veto avança na intenção do projeto, mas não traz tantos efeitos práticos. O projeto de lei acaba com os contratos de programa, fechados entre municípios e empresas estaduais de saneamento sem licitação.

De acordo com o advogado Fernando Vernalha, sócio do Vernalha Guimarães e Pereira Advogados, porém, as prefeituras não costumam fechar esses contratos para os resíduos sólidos, o que reduz os efeitos práticos do veto.

"Não acho que isso tenha tanto efeito prático neste momento, mas o veto faz sentido em função de que não há nenhuma razão que justifique a exclusão desses serviços da vedação proposta pelo projeto a que os municípios contratem as companhias estaduais sem licitação", afirmou o advogado.

O acordo foi fechado para evitar alterações no projeto, o que devolveria a proposta para a Câmara dos Deputados e atrasaria ainda mais a tramitação da medida, considerada essencial para a recuperação da economia depois da pandemia de Covid-19.

Bolsonaro poderá vetar ainda um segundo trecho do projeto para garantir que os municípios deem aval às alterações nos contratos do setor. O relator do projeto no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), manifestou insatisfação sobre a regra definida para a alienação do controle de empresa estatal de saneamento.

Outro veto negociado é ao dispositivo que garante reembolso a loteadores sobre as despesas com infraestruturas que não se destinem exclusivamente a atender o próprio empreendimento, "mas representem antecipação de investimentos de responsabilidade da prestadora dos serviços de saneamento".

Emenda

No Senado, o relator fez apenas uma emenda de redação no projeto, submetendo a transferência de serviços de um prestador para outro às regras atuais da lei de concessões. Mesmo discordando de outros pontos do projeto, o parecer foi pela aprovação para evitar um retorno à Câmara dos Deputados. O Congresso discutia o novo marco do saneamento nesse formato desde dezembro de 2018, quando o ex-presidente Michel Temer editou uma medida provisória sobre o tema. A MP acabou caducando no ano passado. 

Os debates envolvendo o marco do saneamento, programado para ser votado nesta quarta-feira (24), no Senado, têm provocado uma forte manifestação contrária ao projeto nas redes sociais. No período da tarde desta quarta, o assunto #aguanaoemercadoria era o tema mais comentado no Twitter no Brasil.

O projeto para o novo marco do saneamento, que já passou pela Câmara, prevê a privatização dos servidos de saneamento no País. O texto transfere para a Agência Nacional de Águas (ANA) o papel de estabelecer normas de referência para a regulação dos serviços.

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Segundo o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) privatizar o saneamento é ir na contramão do mundo. "A maioria das cidades que adotou o modelo voltou atrás e reestatizou o sistema, como Paris e Buenos Aires. Fizeram isso porque as tarifas aumentaram muito e a quantidade de famílias atendidas não foi ampliada", escreveu.

Segundo o deputado, a privatização aumenta o preço dos serviços e exclui os mais pobres. "Na Inglaterra, a tarifa subiu 46% em 9 anos. Milhares de famílias sofreram cortes por não conseguirem pagar. Agora imagina isso no Brasil", acrescentou.

Na mesma direção, o deputado federal Helder Salomão (PT/ES) criticou o projeto. "Água é um direito, não é mercadoria! Não à privatização da água", escreveu.

O projeto do marco do saneamento é bastante aguardado pelo mercado. Alguns especialistas apontam que ele teria a capacidade de elevar significativamente os investimentos no setor e colaborar para a democratização dos serviços.

Diferentemente de setores como o elétrico, a regulação do saneamento hoje é feita por agentes subnacionais (municípios, regionais ou estaduais). Diante disso, investidores criticam a falta de segurança jurídica e clareza nas regras para poder investir.

A estimativa do governo federal é incentivar a entrada do capital privado com a mudança. O próprio fundo Pátria, que tem investido fortemente em infraestrutura, sinalizou interesse no setor.

A carteira de projetos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está estruturando no setor de saneamento básico soma mais R$ 45 bilhões em investimentos. São processos de concessão de água e esgoto de cinco Estados e um município: Alagoas, Acre, Amapá, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Porto Alegre. No total, os projetos devem alcançar 157 cidades e beneficiar uma população de 20 milhões de pessoas.

Todos os projetos devem ir a leilão até o segundo trimestre do ano que vem e preveem a universalização dos serviços de água e esgoto nessas regiões. O projeto mais expressivo é o da Cedae, que fará a concessão da distribuição de água e esgoto. Só nesse caso, o volume de investimento para universalização dos serviços será de R$ 32,5 bilhões, com expectativa de geração de 45 mil empregos, afirma o diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, Fábio Abrahão. "Isso é maior que o pico da indústria naval no Rio de Janeiro."

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Segundo ele, com o novo marco regulatório do setor de saneamento, que será votado nesta quarta-feira, 24, no Senado Federal, o processo de elaboração dos projetos pelo BNDES deverá ser simplificado. "Hoje boa parte da nossa tarefa vem antes da modelagem. É o trabalho de convencimento de que o projeto é importante. Com as novas regras, esse processo fica mais acelerado", avalia o executivo.

Desde 2017, quando o banco intensificou a estruturação de projetos do setor, vários Estados mostraram interesse. Inicialmente, o programa atraiu 15 Estados. Mas, como esse não é um processo simples e envolve questões políticas, aos poucos vários deles foram desistindo. A esperança é que, com o novo modelo aprovado, o número de interessados volte a crescer.

Atualmente, dos projetos que o banco está estruturando, o Amapá é o que apresenta o pior índice de coleta de esgoto. A cobertura é de apenas 7% da população, segundo dados do BNDES. O Rio Grande do Sul também está bem atrasado nesse serviço. Apenas 12% da população tem cobertura de esgoto. O objetivo do modelo desenhado pelo BNDES é universalizar esses serviços dos dois Estados até 2040.

Abrahão explica que o modelo de negócio escolhido para cada caso depende da situação local. Dos cinco projetos em estruturação no banco, quatro são de concessões e um de Parceria Público-Privada (PPP). A privatização será facilitada com o novo marco regulatório, mas continuará dependendo muito da situação da estatal e da disposições dos governos de adotar o processo, afirma o executivo do BNDES.

Na avaliação dele, o marco regulatório cria opções para mudar o cenário do saneamento no Brasil, onde 100 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto e 35 milhões não têm água potável em casa. "Vai ficar difícil para o político que não quiser fazer essas melhorias. Eles serão mais cobrados pela população, que exigirá investimentos no setor."

Além de estruturador de projeto do setor, o BNDES vai atuar como financiador dos investidores. Mas Abrahão acredita que a questão financiamento não será um problema daqui para a frente. Os bancos privados e o mercado de capitais também devem entrar com força nesse segmento, diz o executivo.

O Senado pautou a votação do novo marco legal do saneamento básico para a quarta-feira (24). A agenda de votações, conforme o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) adiantou, foi decidida em reunião de líderes da Casa na manhã desta segunda-feira (22).

A proposta é vista como atrativa para a entrada da iniciativa privada no setor de saneamento e uma das ferramentas para a recuperação da economia após a pandemia de Covid-19.

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Na prática, o projeto vai obrigar municípios a lançarem licitações - com participação de empresas privadas - na operação dos serviços.

Há uma sobrevida, porém, aos contratos em vigor fechados entre prefeituras e empresas estaduais, que poderão ser renovados por mais 30 anos, desde que garantam metas de universalização e acesso ao tratamento de água e esgoto.

O parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) não altera o texto aprovado na Câmara em dezembro, permitindo que o projeto seja aprovado no Senado e encaminhado diretamente para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Há um acordo para que eventuais alterações sejam feitas por meio de vetos presidenciais, evitando um atraso na tramitação do projeto.

Está na pauta do Senado nesta quarta-feira, 11, o projeto do novo marco legal das telecomunicações, o PLC 79. Na terça-feira, 10, a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado reuniu-se para apresentação do relatório do PLC 79, que teve pedido de vista.

A senadora relatora Daniella Ribeiro (PP-PB) não fez alterações de mérito no conteúdo da proposta. Dessa forma, o projeto não precisará retornar à Câmara dos Deputados, atendendo a um pedido do governo e de empresas do setor. Se aprovado na comissão, o texto ainda precisará passar pelo plenário da Casa.

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A proposta permite que as empresas de telefonia fixa migrem do regime de concessões para o de autorizações, em que há preços livres. A Oi, em recuperação judicial, seria a tele mais beneficiada com a mudança de regra porque depende mais do serviço fixo do que as concorrentes Vivo, Claro e TIM.

A presidente Dilma Rousseff indicou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não vai se opor publicamente à discussão do projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração de todas as áreas do pré-sal. Porém, Dilma disse a Renan que não admite qualquer alteração do regime de partilha no pré-sal, adotado por lei em 2010.

Na conversa entre ambos, segundo relatos, a presidente afirmou ao presidente do Senado ter preocupação com a mudança do marco regulatório. No caso da proposta que retira a condição de operadora única da Petrobras, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), ela não se manifestou nem favoravelmente nem contra. A reação da presidente foi interpretada como sinal de que não será intransigente ao debate do projeto que, se aprovado, representará a queda de uma das bandeiras do PT para o setor.

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As considerações feitas pela presidente marcam uma nova postura do Palácio do Planalto, que, até o ano passado, havia orientado sua base aliada a barrar a proposta de Serra. Renan, entusiasta de acelerar o projeto no Senado, reuniu-se duas vezes com Dilma esta semana e a avisou que pautaria a matéria. Ele defendeu publicamente a votação do projeto, mesmo que seja para rejeitá-lo.

A avaliação feita por interlocutores do Planalto e por integrantes da base aliada no Congresso com trânsito no governo é que a mudança de postura de Dilma se deve a três motivos. Um deles é a dificuldade da Petrobras de fazer grandes investimentos sozinha, na sua atual situação. O outro motivo seria o baixo preço do barril de petróleo, que tem rodado na faixa dos US$ 30, valor considerado economicamente inviável para explorar o pré-sal. E, por fim, diante do aumento da participação das energias renováveis, é melhor extrair o petróleo o quanto antes, sob pena de futuramente ele não ser rentável.

No ano passado, por orientação de Dilma, o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, articulou ações para impedir a apreciação do projeto às vésperas da votação. Pela nova forma de atuação, Dilma e ministros palacianos não devem se posicionar nem a favor nem contra a proposta de antemão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Comunicações, Ricardo Berzoini, voltou a dizer nesta segunda-feira, 31, que o marco regulatório das telecomunicações, formulado no fim dos anos 90, precisa passar por uma revisão que coloque a banda larga no centro do modelo hoje focado no serviço de voz.

"Temos uma legislação do fim do século passado que agora exige uma revisão. Temos que interpretar o marco regulatório das telecomunicações para os próximos 30 ou 40 anos. O que foi privatizado em 1997, que é o serviço de voz, perde valor e importância nesse cenário. Talvez o grande serviço que deve ser o centro do modelo é a banda larga", afirmou, e evento de abertura do 59º Painel Telebrasil.

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Para o ministro, o Estado brasileiro precisa pensar em mecanismos de indução dos investimentos. "Se cometermos erros regulatórios, podemos perder oportunidades para o Brasil. O novo marco deve ser capaz de dar passos adiante", acrescentou. "A economia brasileira passa por uma travessia e precisa equacionar situação fiscal desafiadora. Entretanto, quem investe não olha para a conjuntura de 2015 e 2016, mas muito mais à frente", avaliou.

De acordo com Berzoini, o Plano de Universalização da Banda Larga - uma das bandeiras da campanha para a reeleição da presidente Dilma Rousseff - está praticamente todo formulado, dependendo ainda de detalhes que serão acertados com a equipe econômica.

"A comunicação hoje é um insumo básico para todos os segmentos da economia, um vetor essencial para que possamos ter desenvolvimento e alinhamento tecnológico com o resto do mundo. Isso exige de todos nós - dos empresários das operadoras, fornecedores de equipamentos e do governo - um imenso desafio: que o Brasil não seja apenas mercado consumidor, mas também produza inovação para se apropriar de parte da riqueza criada por esse mercado. Isso exige da gente muito investimento e muita capacidade de gestão", completou.

O estudante de mestrado ou doutorado que não defender a dissertação ou a tese no final do curso poderá receber um certificado de especialista na mesma área de conhecimento. Essa é uma das mudanças previstas no novo marco regulatório dos cursos de especialização ou MBA que será discutido em audiência pública na segunda-feira (4). A expectativa do Conselho Nacional de Educação (CNE), responsável pelo projeto, é que o marco entre em vigor no próximo ano.

Para aproveitar a formação e transformá-la em especialização o estudante precisa ter sido aprovado na qualificação. Esta possibilidade deverá constar no regulamento do curso de mestrado ou doutorado. Essas instituições poderão certificar os estudantes independentemente de ofertarem os cursos de especialização. Também haverá a possibilidade de os alunos aproveitarem os estudos e as atividades concluídos no mestrado ou doutorado em cursos de especialização.

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“Algumas vezes, os estudantes fazem todas as disciplinas, fazem a qualificação e não concluem a dissertação. Esses alunos não saem com título de mestre. [Com o novo marco], as institiuções poderiam oferecer o aval [de especilização]”, explica o presidente da comissão responsável pelo marco regulatório da Câmara de Educação Superior do CNE, conselheiro Erasto Fortes.

O novo marco também vai ampliar a possibilidade de oferecer especializações. As instituições que oferecem mestrado ou doutorado poderão ofertar especializações na mesma área. “Entendemos que quem pode mais, pode menos”, diz Fortes.

Além dessas instituições, poderão ofertar especializações, as escolas de Governo, desde que atendam à formação e ao desenvolvimento de servidores públicos; as instituições de pesquisa científica, públicas e privadas, na mesma área de atuação; e, as instituições de ensino superior que oferecem cursos de graduação.

Para essas últimas, ficará mais difícil oferecer os cursos de pós-graduação lato sensu, especialização. Será necessário ter conceito 4 ou superior nas avaliações de curso do Ministério da Educação (MEC) - que vão de 1 a 5. A pós-graduação deverá ser oferecida na mesma área dos cursos de graduação. Atualmente o conceito exigido é 3 e não é necessário oferecer cursos na mesma área.

O novo marco estabalece também que pelo menos 75% dos professores tenham título de mestre ou doutor e que os demais tenham, no mínimo, título de especialista na mesma área em que lecionam.

A audiência será em Brasília e contará com a participação da sociedade civil, do Poder Público e de representantes de entidades ligadas ao meio acadêmico e ao desenvolvimento científico e tecnológico.

Os participantes poderão apresentar sugestões que serão analisadas pela comissão responsável pelo novo marco regulatório.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar pela aprovação de um marco regulatório para os meios de comunicação. Em palestra do Encontro de Blogueiros, em São Paulo, Lula disse que o debate sobre o tema está "amadurecendo" e que colocará a discussão em todo evento público do qual participar daqui para frente.

Lula leu um texto que citou medidas de regulação do setor na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Argentina e em Portugal, dentre outros. "Para não dizerem que sou socialista, citei apenas países que são símbolos da democracia ocidental. Então que não venham dizer que isso (proposta de regulação) é censura." E citou a canção: "Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós".

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No início da sua fala, Lula criticou, em tom irônico, a atuação da imprensa. "A imprensa só me trata bem", disse. Mas defendeu que a regulação seria importante para manter o equilíbrio no tratamento de informações.

Lula disse se solidarizar com os blogueiros presentes e se desculpou por tê-los colocado em uma situação em que foram criticados na mídia. No início de abril, o ex-presidente realizou um bate-papo com grupo de blogueiros que, à época, chegaram a ser chamados de "blogueiros sujos". Lula aproveitou para alfinetar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB): "Aqui em São Paulo ser chamado de blogueiro sujo é culpa do Alckmin porque o Cantareira secou".

Em outra fala simpática aos blogueiros, Lula elogiou a "boa pressão, a pressão democrática" que eles fizeram pela aprovação do Marco Civil da Internet - importante plataforma eleitoral para Dilma Rousseff.

Abrir um curso de espelização, ou MBA, pode ficar mais difícil para as instituições de ensino, porque o Conselho Nacional de Educação (CNE) está preparando um marco regulatório para os cursos lato sensu. O objetivo é dar maior segurança para os estudantes e oferecer um mínimo de qualidade.

Uma comissão trabalha há cerca de oito meses no novo marco regulatório, que ainda passará por audiência pública antes de ser aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). Entre as mudanças, a especialização poderá ser oferecida por instituições de esino superior e pós-graduação, instituições de pesquisa científica e escolas de governo, desde que na mesma área em que as instituições atuam.

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"Essa forma de especialização está fora da regulação. Para oferecer o curso, basta ser credenciada para graduação. Isso acabou por provocar uma oferta descontrolada de especialização no país. Tem instituições com um curso de graduação e oferecem 30 especializações fora da área em que atuam", explica o conselheiro da Câmara de Educação Superior do CNE, Erasto Fortes.

Além dessa mudança, no caso das instituições de graduação, elas deverão ter uma nota igual ou maior que 4 nas avaliações do MEC (cujas notas vão de 1 a 5) para abrir uma especialização. Atualmente, é preciso ter uma avaliação igual ou superior a 3. As instituições deverão ter cursos reconhecidos e não apenas autorizados pela pasta. Para serem reconhecidos precisam ter cerca de dois anos de funcionamento. Também será desenvolvido instrumento próprio de avaliação da especialização. Segundo Fortes, esse instrumento deverá se basear nos instrumentos que já existem.

A expectativa é que o marco entre em vigor no ano que vem. Outra mudança na área, essa já homologada, faltando apenas ser regulamentada pelo Ministério, é a criação de um cadastro nacional dos cursos de especialização. Os cursos não registrados no MEC serão considerados cursos livres.

"Os cursos atuais terão que se enquadrar às novas normas. Ou se enquadram, ou serão considerados cursos livres", diz o conselheiro. Ele acrescenta que o objetivo é dar segurança aos alunos. "Não se pode iludir a boa fé das pessoas que vão procurar esses cursos".

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (4), uma nota afirmando que, com as resoluções e circulares editadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central, respectivamente, institui-se o marco regulatório inicial que disciplina a autorização e o funcionamento de arranjos e instituições de pagamento. "Trata-se de uma regulamentação mínima para o setor, sem prejuízo de novas ações regulatórias posteriores, após avaliação de outros segmentos de pagamento caracterizados em lei", trouxe o comunicado.

O BC explicou que os arranjos e instituições de pagamento podem ser entendidos como as regras e as instituições que permitem ao cidadão realizar transações de pagamentos sem a necessidade de intermediação de uma instituição financeira. "Como reflexo, há benefícios ao usuário final, tais como redução de custos e preços, maior conveniência, melhoria do serviço e promoção de ampliação do processo de inclusão financeira", citou a instituição. O BC lembra, entretanto, que o crescimento do setor implica a assunção de riscos que precisam ser mitigados mediante ação regulatória proporcional e fiscalização.

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A Resolução nº 4.282, de acordo com a nota, estabelece os objetivos a serem perseguidos pela regulação e supervisão do BC, relativamente às necessidades dos usuários finais, dentre as quais a confiabilidade, a privacidade, a transparência e acesso a informações. Já a Resolução nº 4.283 explicita para as instituições reguladas as exigências de transparência de informações.

"O Banco Central, por sua vez, editou normas que disciplinam (i) a classificação, a autorização e o processo de vigilância dos arranjos de pagamento, (ii) as modalidades e a autorização de instituições de pagamento, (iii) as contas de pagamento e (iv) o processo de gerenciamento de risco e de salvaguarda dos recursos mantidos em contas de pagamento", citou o documento. As novas normas entram em vigor dentro de um prazo de 180 dias.

Os governos da Índia e do Brasil vão trocar informações sobre um marco regulatório para a Internet que garante o sigilo dos dados. Uma missão técnica brasileira deverá ir à Índia nos próximos meses para conhecer o trabalho feito por aquele país na construção de um marco regulatório na área.

"Acertamos que, nesse primeiro momento, os dois países farão um intercâmbio de experiências nessa área", disse o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. "Existem muitos temas que devem ser tratados. Pedimos ao ministro que o Brasil compartilhe conosco suas ideias para que possamos desenvolver um sistema e uma arquitetura que proteja a liberdade de expressão mas também a soberania dos países", afirmou o chanceler indiano, Salman Khurshid, que esteve nesta terça-feira, 15, em visita ao Brasil.

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Mais avançada do que o País em tecnologia da Internet, a Índia já possui trabalhos mais extensos sobre a segurança na rede do que o Brasil. No entanto, o país tem menor participação da sociedade civil no processo do que o desejável para os padrões brasileiros. A intenção é trocar informações para que seja possível apresentar às Nações Unidas uma proposta de marco regulatório internacional palatável aos dois lados.

O Brasil quer levar às diversas instâncias da ONU uma proposta que regule a privacidade das informações na Internet. A intenção é evitar ações como a da Agência Americana de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), que teria espionado cidadãos e empresas brasileiras e até mesmo a presidente Dilma Rousseff.

Estados Unidos

O chanceler brasileiro informou nesta terça que não houve novas conversas com o governo americano sobre espionagem. Segundo Figueiredo, o Brasil espera o final da revisão dos procedimentos da NSA prometidos pelo presidente Barack Obama. "A bola está no campo deles", afirmou.

A Comissão Especial da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) pela mobilização para implantação das CPI’s sobre Telefonia se reuniu nesta quarta-feira (19), para debater a modificação da Lei Geral das Telecomunicações. O encontro foi conduzido na sede da entidade, em Brasília, e contou com a presença do deputado estadual Sérgio Leite (PT-PE).

O objetivo da reunião era discutir a criação de um novo marco regulatório e definir as ações nos estados onde os serviços estão sendo questionados. Durante o encontro, os integrantes da Comissão fizeram relatos da evolução dos trabalhos nos Estados de Minas, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Maranhão e Sergipe. Ao final, ficou acertada uma nova reunião para o dia 31 de julho para definir novos rumos do movimento. Nesta tarde, a Comissão cumpre agenda na Câmara dos Deputados e no Ministério das Comunicações.

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Presidida pelo deputado Ernani Polo (PP/RS), a reunião contou com a participação dos deputados Augusto Bezerra (DEM/SE) e Zezinho Guimarães (PMDB/SE), Sandro Locutor (PV/ES) e Paulo Roberto Ferreira (PMDB/ES), Hélio Soares (MA), Daniel Bordiegnon (PT/RS), Ulisses Gomes Neto (MG) e Sérgio Leite (PT/PE).

*Com informações da assessoria

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem não ter mais expectativa de que o governo federal encaminhe ao Congresso, no atual mandato de Dilma Rousseff, o projeto de um novo marco regulatório da mídia. O PT quer a regulamentação dos artigos 220, 221, 222 e 223 da Constituição, que tratam da comunicação social, mas a proposta não é considerada prioritária pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nem por Dilma.

"Nós pedimos para o governo rever a sua decisão (de não encaminhar o projeto), mas provavelmente o governo não vai rever. Neste mandato, não haverá projeto de marco regulatório proposto pelo Executivo", reconheceu Falcão, após reunião da executiva nacional do partido, em São Paulo. No entanto, ele afirmou que os petistas seguirão mobilizados para "criar condições na sociedade e no Congresso" para reformar essa legislação.

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O partido pede um marco legal que restrinja a "prática de oligopólio em rádio e televisão", altere o regime de concessões para fortalecer emissoras públicas e estatais, exija um porcentual mínimo de produção regional e anistie as rádios comunitárias. Segundo Falcão, os veículos impressos, como jornais e revistas, não são abrangidos pela proposta. No entanto, ele defendeu a edição de uma lei para regulamentar o direito de resposta nesses meios.

Ontem, Falcão se apressou em colocar panos quentes no conflito entre setores do PT e Bernardo, chamado por petistas de "traidor" e "privatista". "Não há nenhuma crise entre o partido e o governo. Nós nos damos muito bem", afirmou Falcão, destacando que a opinião dos militantes do PT não refletia a posição do diretório.

O mal-estar foi deflagrado por resolução aprovada pelo PT no dia 1.º, em Fortaleza, que pedia um novo marco regulatório da mídia e criticava a concessão de isenções fiscais às empresas de telecomunicações para a ampliação do serviço de banda larga.

Membro da direção nacional do PT, Valter Pomar criticou ontem as declarações do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, feitas ao jornal O Estado de S. Paulo, que considera "incompreensível" que o partido misture regulação da mídia com política de investimentos.

Em seu blog, Pomar replicou dizendo que "incompreensível é postergar para um futuro incerto o marco regulatório". Bernardo queixava-se, na entrevista, de críticas à decisão do governo de desonerar as telecomunicações.

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"Se coubesse adotar o termo ‘incompreensível’ utilizado pelo ministro, poderíamos dizer que incompreensível é postergar para um futuro incerto o marco regulatório", escreveu Pomar.

Em sua crítica, Pomar também acusou o ministro de"beneficiar as empresas que formam o oligopólio que controla a comunicação de massa no Brasil". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, informou nesta segunda-feira que o novo marco regulatório que está sendo concluído pelo governo para os sistemas de pagamento, entre eles o realizado por meio de telefones móveis, deverá ser definido por Medida Provisória (MP). "A partir da MP, o Banco Central terá 180 dias para fazer regulamentação infralegal", destacou. "Ela tem uma característica de guarda-chuva, pois dá poderes ao BC, ao CMN (Conselho Monetário Nacional), ao Ministério da Comunicação, para tratar desse assunto que é novo no Brasil, os pagamentos móveis", apontou.

"A regulamentação dos sistemas móveis é fundamental, pois dará balizamento aos investimentos que estão prontos para acontecer,", disse Mendes. "Temos notícias de várias operadoras de telefonia, de vários bancos que querem fazer associações, lançar produtos, querem colocar na praça uma série de modelos de pagamentos. Mas por não existir um marco legal há uma insegurança por parte dos investidores", destacou.

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