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A Polícia Militar do Pará destruiu, nesta segunda-feira (14), uma caixa com artefatos explosivos que estavam às margens da Alça Viária, no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém.

De acordo com a PM, o procedimento de desativação das bombas foi realizado pela equipe do Esquadrão Contra Bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), após uma denúncia anônima. Os agentes constataram que se tratava de seis artefatos explosivos do tipo Piper Bomb (bomba de cano) preenchidos com substâncias explosivas e que poderiam ser ativados através de dispositivos elétricos.

A Polícia Civil do estado também foi acionada para registrar o caso e apurar os fatos. No entanto, até o momento ninguém foi preso pelas investigações.

 

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A comemoração do 29º aniversário da cidade de Marituba, no Pará, no último sábado (22), repercutiu nas redes sociais, principalmente pela chegada da prefeita, Patrícia Alencar (REPUBLICANOS), que desceu de tirolesa até o palco principal. O esporte radical foi utilizado na chegada de outras atrações no dia do show, e a chefe do executivo municipal não deixou de participar da comemoração.

“No meu coração só tem gratidão. Agradeço a Deus por me permitir proporcionar aos meus munícipes a maior festa de aniversário que Marituba já teve”, comentou a prefeita no seu perfil do instagram.

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Marituba é um município da região metropolitana de Belém, a cerca de 24km de distância do centro da capital paraense. Possui mais de 133 mil habitantes, segundo o censo de 2020 do Instituto Brasilieiro de Geografia e Estatística (IBGE). Patrícia Alencar, enquanto primeira mulher prefeita eleita na cidade desde sua emancipação política, conta com mais de 250 mil seguidores no seu perfil do instagram.

Um crime hediondo chocou os moradores do município de Marituba, na região metropolitana de Belém (PA), na madrugada do último sábado (18). Segundo informações da Polícia Civil do Estado do Pará, uma mulher não identificada assassinou uma jovem grávida e retirou o bebê da barriga da vítima. A autora do crime foi presa em flagrante. 

Segundo informações da Polícia Civil do Pará, após ser acionada por populares, uma diligência foi enviada ao local do crime, uma residência localizada na passagem da Paz, no bairro Decoville, em Marituba. Lá, o corpo da vítima, uma mulher de 22 anos que estava gestante, foi encontrado embaixo de uma cama.

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Ainda de acordo com a polícia, a autora do crime havia sido vista com uma criança recém-nascida nos braços e teria pedido a ajuda de um vizinho para ir até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro. No hospital, ela teria solicitado atendimento apenas para o bebê e não permitiu ser examinada, o que despertou a desconfiança dos funcionários. Ela foi presa em flagrante e o caso prossegue em investigação na Divisão de Homicídios. 

A barbaridade do crime chocou os moradores da localidade e até a prefeitura municipal se manifestou a respeito. Através de suas redes sociais, a gestão afirmou não tolerar violência e repudiou o homicídio. Confira a nota na íntegra. 

Reprodução/Instagram

 

A atleta Francielle Jamily Gregório Santos, 18 anos, conquistou o bronze na categoria Elite no 18º Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino, realizado no início do mês de dezembro em São Paulo. Na última semana, ela foi convocada para a Seleção Brasileira de Boxe Olímpico a partir de primeiro semestre de 2021.

“Estou muito feliz por ter conseguido chegar até aqui e ter dado o meu melhor nessa luta, que foi difícil para minha carreira, mas também é a luta que vai me trazer mais experiência. O foco agora é não parar. Vamos continuar trabalhando firme e forte”, declara a atleta.

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Francielle, da academia Ozzy Boxe, começou a treinar aos 13 anos. Desde então, soma 33 lutas e 32 vitórias, incluindo três títulos de campeã paraense por meio do qual teve a oportunidade de participar das seletivas para o nacional e foi classificada em 2018 e 2019, sendo que ano passado levou medalha de ouro na categoria Juvenil do 17º Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico.

Francielle trabalha na Guamá Tratamento de Resíduos, onde começou como Jovem Aprendiz. A empresa incentiva a evolução da jovem no esporte, apoiando sua participação no campeonato brasileiro. “Só tenho a agradecer ao Instituto Solví e à Guamá Tratamento de Resíduos, que, ao longo dos últimos três anos vem nos ajudando de todas as formas, tanto em passagem quanto em materiais de treino, roupas de treino de luta”, comenta.

A partir de janeiro de 2021, Francielle embarca para São Paulo para viver o sonho de defender a Seleção Brasileira de Boxe Olímpico junto ao também boxeador de Marituba Michel Douglas, conhecido como Carneiro, que foi selecionado pelo desempenho no 75º Campeonato Brasileiro de Boxe Masculino, realizado também em dezembro em São Paulo.

O jovem atleta treina na Associação Dago Fight, com o treinador Roberto Antônio Mafra, o Dago. Também tem apoio da Guamá Tratamento de Resíduos.

Da agência Temple

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O município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, terá dois atletas em campeonatos brasileiros de boxe, na categoria Elite, em São Paulo, no próximo mês de dezembro. Francielle Jamily Gregório Santos, 18 anos, vai disputar o 18º Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino, e Michel Douglas Trindade Carneiro, 20 anos, o 75º Campeonato Brasileiro de Boxe Masculino.

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Francielle, da academia Ozzy Boxe, começou a treinar aos 13 anos. Desde então, soma 33 lutas e 32 vitórias, incluindo três títulos de campeã paraense por meio do qual teve a oportunidade de participar das seletivas para o nacional e foi classificada em 2018 e 2019, sendo que ano passado levou medalha de ouro na categoria Juvenil do 17º Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico.

A jovem atleta, classificada para o Brasileiro deste ano na categoria Elite, comenta que aumentou o nível dos treinos. “A minha expectativa para esse ano é a mesma que sonha todo o atleta que chega lá: o lugar mais alto do pódio e o tão sonhado ouro. Mesmo sabendo que esse ano vou estar subindo de categoria e as lutas serão mais difíceis, eu vou continuar treinando bastante, para dar o meu melhor e trazer bons resultados”, comenta.

A Associação Dago Fight, que fica no bairro Santa Clara, em Marituba, é um espaço de revelação de talentos do boxe como Michel Douglas da Silva Trindade, conhecido no boxe como Carneiro, que está se preparando para o Brasileiro nesta associação. Carneiro treina boxe há seis anos na Dago Fight, alternando com outras academias do Pará. Foi três vezes campeão paraense de boxe olímpico e já participou de quatro edições do campeonato brasileiro. “Este ano estou mais confiante em uma vitória por causa das experiências que já tive nestes campeonatos e porque estou treinando com maior suporte, de manhã e à noite, na Dago Fight”, comenta Michel Douglas.

Os atletas têm apoio da empresa Guamá Tratamento de Resíduos, por meio do suporte de equipamentos esportivos e custeio de passagens para a participação de atletas selecionadosO treinador da Associação Dago Fight, Roberto Antônio Mafra, o Dago, lembra que a Guamá apoia, desde 2018, a associação  para o Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico. “Esperamos fazer uma boa luta em São Paulo e trazer essa vitória para o bairro Santa Clara, em Marituba, e o Pará”, avalia o treinador Dago.

O incentivo ao esporte é uma das frentes socioambientais de trabalho da Guamá em Marituba. “A empresa também desenvolve ações de voluntariado, projetos nas áreas de arte-educação voltada para sustentabilidade e alfabetização”, relata Ana Rita Lopes, representante de Responsabilidade Social da empresa.

Da assessoria dos atletas.

 

Mauro Gemaque, 37 anos, é proprietário de uma lanchonete e de uma arena de futebol no centro de Marituba, Região Metropolitana de Belém. Natural de Ananindeua, cresceu no bairro do Jaderlândia, próximo ao Hospital Metropolitano. É assim que ele começa a contar um pouco da sua história de vida. A entrevista aconteceu em uma das mesas da sua recém-inaugurada lanchonete. Com o cheiro dos hambúrgueres fritando, ele relembrava o passado.

Hoje, Mauro carrega um sorriso tímido, mas, se o tempo voltasse sete anos antes, a história seria bem diferente. Ao invés do ambiente positivo do trabalho, Mauro estaria em uma cela, com cerca de dois metros, no Centro de Recuperação de Americano 3 (CRA3), com outros três detentos.

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Para entender a história do autônomo é preciso saber que ele teve uma infância um pouco conturbada. Aos 13 anos, enfrentou a dura separação dos pais. Logo em seguida foi morar em Manaus, e quando voltou, aos 16 anos, passou a morar apenas com o pai e o irmão. Sem a presença e atenção da família, passava a maior parte do tempo na rua. E foi assim que o crime o pegou de maneira fácil, influência de más amizades. “Se tu andar com pastor, a tendência é tu ser pastor. Se tu andar com ladrão, a tendência é tu ser ladrão”, diz.

Mauro era apaixonado por armas. Comprou a primeira, depois a segunda. Conta que foi sendo envolvido pouco a pouco. Primeiramente apenas emprestava para os amigos praticarem roubos, mas depois começou a fazer o mesmo. Após perder o medo durante seu primeiro assalto e ver o alto lucro de maneira fácil, entrou de cabeça no mundo do crime. E com isso veio o vício em drogas. Na mesma época, seu irmão havia acabado de deixar a prisão, e como muitos, saiu pior do que quando entrou no cárcere. “De lá não sai uma pessoa com uma índole boa, sai uma pessoa pior. Se entra um ladrão de celular, sai um ladrão de banco”, contou.

Os irmãos se uniram em um plano, idealizado por Mauro: assaltar uma casa em Barcarena, cidade distante cerca de 114 km de Belém. Porém o esquema deu errado, e os dois foram presos. Foi um momento muito difícil, conta Mauro. A vítima o conhecia, ele tinha trabalhado em sua casa. O delegado da cidade também o reconheceu. Os dois eram amigos de infância. “Aquilo foi uma vergonha muito grande, marcou demais. Quando ele me pegou lá, ele falou assim: ‘Eu não acredito’. Foi muito forte, foi uma coisa que me atingiu muito”, relatou com tristeza.

O poder dos "chefões"

Na prisão, Mauro deparou com inúmeras regras impostas pelos próprios presos e disputa de poder. Os internos que já estão há mais tempo e têm certa proximidade com os “chefões” possuem regalias. Por exemplo, somente os seus familiares e amigos que podem entrar na cela nos dias de visitas. “Lá são várias celas, onde moram dois, três, e só um pode receber visita. Quem já tá lá há muito tempo é que tira. Muita das vezes chegava uma visita minha e ficava no corredor.”

O consumo de entorpecentes dentro das cadeias é tido como uma estratégia para lidar com as condições do cárcere, como a exposição frequente à violência, o isolamento e falta de perspectivas quanto ao futuro. “Eu entrei lá e me viciei mais”, disse.

Além de ser tornar cada vez mais dependente do vício, começou a integrar o comércio interno do tráfico, vendendo drogas dentro da cadeia. Chegou a entrar em conflito e ser ameaçado por outros internos por questões relacionadas ao tráfico. “A cadeia, ela te envolve de uma maneira que quando tu percebe tu tá no crime. Porque eu já tava vendendo droga, já tava me envolvendo cada vez mais. E envolvendo até pessoas aqui fora. Mandando gente buscar droga em tal lugar. Eu briguei várias vezes lá dentro, todos os motivos foram por causa de droga. Todos.”

Mauro sofreu ameaças quando estava envolvido no tráfico. Sua única saída para garantir a sobrevivência dentro da cadeia foi ter que se submeter à hierarquia das gangues, que lutam para controlar o tráfico de drogas na prisão. “Tinha um rapaz lá, que me viu como eu tivesse dinheiro ou cara de traficante, e ele exigiu que eu desse uma droga pra ele. Como eu não dei, quase ele me mete a faca. Lá tem muitas regras que só favorecem uns, os grandes, os que têm nome. É praticamente obrigado. A droga tá contigo 24 horas. Do teu lado tão consumindo droga. Isso vai te envolver, querendo ou não vai te envolver”, destacou.

O apoio constante da família e o sonho de voltar ao lar o motivaram a aguentar toda a aflição. “Não chorava pra pessoa ver, mas chorava por dentro. Porque aqui tava a minha família, tava meus dois filhos, e principalmente um que era adolescente, porque ele podia pegar isso pra ele e querer fazer a mesma coisa. Lá tem muita gente abandonada, mas eu não fui uma dessas pessoas. Graças a Deus, eu sempre tive o apoio da minha família. Do meu pai, da minha esposa, eu tive muito apoio deles”, disse.

A pena foi de 3 anos e 2 meses. Mauro define com uma frase a experiência vivida no cárcere: “Ali, eu costumo dizer pra muitas pessoas que é um mundo diferente. Só quem tá lá sabe. Um dia lá é um ano, você pode ter certeza”.

Vinte e nove dias depois de ter deixado a cadeia, Mauro já estava trabalhando de carteira assinada. Algo raro para a maioria dos egressos do sistema penitenciário no Brasil. Daí em diante, começou a trilhar uma história de sucesso e superação.  No caso de Mauro, ele atribui a um milagre divino, devido à sua fé.

“Depois que eu saí, não foi difícil. Por que não foi difícil? Porque eu determinei dentro de mim que eu ia arrumar um emprego. Eu falei pra mim mesmo: ‘Eu sei que eu saí do cárcere, mas eu vou conseguir’. Fui atrás de emprego e coloquei currículo em várias empresas. Três me chamaram e eu escolhi uma que eu podia me encaixar. E graças a Deus foi tão rápido, que eles não me pediram antecedentes criminais. Acho que se eles soubessem, eu não ia conseguir. Eu não menti, só que também não falei nada.”

Mauro estava escrevendo uma nova história. De ex-presidiário a um empreendedor de sucesso. Ficou sete meses na empresa, e ao receber o dinheiro da indenização, cerca de três mil reais, conseguiu financiar uma moto, começou a trabalhar como mototaxista e a vender vales digitais. Guardou dinheiro, e hoje é dono de uma arena de futebol e ao lado fica sua lanchonete. Nas horas livres ainda é motorista de aplicativo.

 “Ainda tem as pessoas que me olham assim com um pouco de receio, de preconceito. Mas hoje com essa lanchonete que eu abri aqui tenho visto famílias lanchando aqui, que me viram no mundo do crime, que passavam por mim e não falavam comigo por preconceito. Eu converso com as famílias, todos me tratam muito bem. Eu me sinto muito orgulhoso de conversar com essas pessoas, que antes me olhavam com outros olhos. Estão me vendo hoje e falando: ‘Égua, esse homem aí, conseguiu vencer trabalhando’.”

Por Caroline Monteiro.

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“Eu já saí daqui com sequelas nas mãos e nos pés, mas fui trabalhar e encarei a sociedade.”

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Missondas Araújo é vice-coordenador estadual do Movimento de Reintegração das pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), que realiza um trabalho de luta pelos direitos humanos de pessoas atingidas pela hanseníase e de seus familiares. Foi internado quando já se discutia sobre o fechamento dos leprosários, visto que essa medida aplicada durante anos só contribuiu para fomentar o estigma.

Missondas saiu do Estado do Acre com a irmã para ser internado e receber o tratamento. “Quando eu cheguei aqui o sistema já estava mais relaxado, podia sair para visitar, se tivesse alguém para levar. Mas aqui eu fiquei, fiz curso de enfermagem, sapataria ortopédica, fiz curso de datilografia. Eu conheci um amigo aqui dentro, que tinha vindo de São Paulo com hanseníase, mas ele era um profissional, aí ele foi convidado para trabalhar lá em Belém numa oficina ortopédica. Como eu já tinha uma certa experiência aqui dentro, ele me levou para trabalhar com ele. Passei sete meses estagiando, depois fiz um concurso no Estado e passei, e fiquei sendo funcionário do Estado, eu e minha irmã, aí fomos morar em Belém e trabalhar”, disse.

Missondas afirma que sempre foi engajado nas causas de melhoria da saúde pública, e na luta contra o preconceito e pelo direito de pessoas que foram acometidas pela hanseníase. “Eu tenho uma luta muito grande lá fora, até porque eu sou vítima da falta de saúde pública, e eu sempre batalhei por uma saúde melhor, por uma saúde de qualidade. Sempre me indignei com a falta de saúde pública, e hoje a gente precisa de gente como eu, que esteja lá ocupando espaço e lutando em prol de todos”, disse.

Mesmo diante da discriminação, Missondas procurou levar uma vida normal, ainda que com sequelas visíveis nas mãos e nos pés. 

Após anos tendo seus direitos humanos retirados, portadores da hanseníase receberam da União um reconhecimento do dano causado pela prática de degredo. Mesmo sendo irrecuperável a perda do convívio familiar, é uma maneira justa e legítima de reconhecer que direitos foram violados. O MORHAN - Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase é uma organização que se empenha em lutar pelas pessoas acometidas pela doença e filhos separados pelo isolamento compulsório.

Acolhimento

Materializada nos anos de 1930, por meio de um processo de políticas públicas nacional de combate à hanseníase, a ex-colônia de Marituba instituiu-se no local para receber os doentes que vinham do interior do Pará e da cidade de Belém. A criação da colônia definiu uma perspectiva geográfica e sociológica da cidade.

Em decorrência do isolamento, os antigos internos da ex-colônia perderam o contato, e a maioria, os laços afetivos com a família. Então, depois do decreto federal que exigiu o fechamento das colônias, as pessoas que viveram nesses locais por longos anos de suas vidas não sabiam, na maioria das vezes, onde encontrar seus familiares.

Para solucionar o problema, foram criados abrigos ou feita a restruturação de hospitais-colônias para oferecer aos antigos internos uma vida mais digna, com todos os direitos e ao lado de sua família e amigos. Hoje alguns moradores da ex-colônia de Marituba recebem o acolhimento no João Paulo II. Pode-se dizer que a prisão se transformou em abrigo.

Reportagem e texto: Adrielly Araújo.

Edição: Antonio Carlos Pimentel.

 

“Aqui existia muita solidariedade", tudo que existia na sociedade existia aqui também.”

Nos anos de 1940 a 1960, isolados dentro dos muros da colônia de Marituba, os doentes precisavam encontrar forças e esperança para conseguir ver graça na vida. Com os laços familiares cada vez mais desgastados, precisavam suprir o vazio com os seus companheiros e irmãos de dor e sofrimento.  Criavam várias maneiras de se divertir e esquecer a saudade do mundo lá fora.

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Dentro da colônia de Marituba existiam times de futebol, blocos carnavalescos, festas juninas, grupo de teatro, cinema. Umas das rivalidades mais acirradas que existia era a dos blocos carnavalescos chamados Casadinho e Traz Aqui. Tudo era preparado com bastante dedicação e entusiasmo. Todos ali queriam mostrar que estavam cheios de vidas e poderiam dar o seu melhor.

Geraldo Cascaes, formado em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), chegou na colônia em 1954 aos 10 anos de idade e afirma que as pessoas procuravam reproduzir um pouco do mundo lá fora, como se fosse uma encenação da vida social.

Cascaes, como é conhecido dentro e fora do abrigo João Paulo II, explica que começou a sentir os primeiros sintomas da doença aos 7 anos. O tempo foi passando e as manchas e dores ficaram cada vez mais acentuadas. Quando completou 10 anos de idade, sua família desconfiou que ele estava com a doença e o levou ao médico. Ele contou que chegou a tomar alguns medicamentos, mas sem sucesso, e o jeito foi ser internado na colônia.

“A minha sorte foi que a minha família nunca me abandonou. No meu pavilhão tinham uns 15 meninos; desses 15, só uns sete tinham visitas, outros vez ou outra, e alguns nem tinham”, disse.

Logo nos primeiros dias na nova morada, Cascaes estranhou bastante, mas logo se enturmou nas brincadeiras com os amigos do pavilhão. Sempre muito esforçado e inteligente, ele queria estudar. A dúvida, na época, era escolher entre o Direito e a Pedagogia, mas optou seguir pelos caminhos da justiça. Terminou o segundo grau e se preparou para prestar vestibular, ele e mais um amigo da colônia.

Em 1977, os dois ouviram no rádio a notícia que mudaria os seus destinos: foram aprovados na Universidade Federal do Pará (UFPA). “Foi uma alegria enorme comemorar esse dia”, recordou Cascaes.

Passado o entusiasmo da aprovação, o sentimento que tomou conta foi o medo de encarar uma universidade. As sequelas da doença já eram visíveis em suas mãos. “Fui frequentar a universidade, a gente ficou temeroso. Eu já tinha defeitos nas mãos, e meu amigo que passou, também. Aí tinha que fazer um exame pra entrar na UFPA, mas falamos com o Dr. Chaves, diretor da colônia, ele mandou a gente levar um documento, passamos pela inspetoria e nossa entrada foi liberada. Durante as aulas eu não tive problema nenhum. Eu não falava que morava aqui, mas o pessoal sabia que eu tinha a doença. Eu nunca passei vexame. Eu usava perna mecânica, porque a doença tinha afetado meus nervos e eu tive que amputa”, explicou.

Geraldo também se casou na colônia e teve dois filhos que foram levados para o educandário, mas isso não impediu que lutasse pelos seus objetivos. Quando se formou, em 1982, retirou os seus filhos do internato compulsório. A menina tinha 11 e o rapaz, 9 anos.

Dentro de todos os hospitais-colônias do Brasil existia uma participação muito grande da igreja católica. Em Marituba, não foi diferente. Padres e freiras foram responsáveis pelas grandes mudanças e perspectivas melhores aos doentes.

Embora o decreto nacional de desativação das colônias tivesse sido instituído em 1970, a colônia de Marituba realizou internações até fevereiro de 1982, e no decorrer do mesmo ano internos da colônia receberam a visita do papa João Paulo II, que proferiu palavras de esperança e fé aos internos que estavam preocupados com o que iria acontecer com seu futuro.

Geraldo explica que a visita foi um dia único na vida de todos que estavam ali. “O papa veio aqui quando a gente estava com aquele pensamento: o que vai acontecer com a gente, porque não se interna mais ninguém. O papa veio em boa hora, e dirigiu umas palavras muito fortes para gente. Foi um dia esplendoroso”, recordou.

Após essa visita, as coisas mudaram significativamente na colônia. Lembram do Jorge da Silva, do início da reportagem? Ele escreveu um poema que retratou em palavras o quanto a segregação foi devastadora na vida de quem foi acometido pela hanseníase, e também falou sobre a mudança da colônia para o abrigo.

DO INFERNO AO PARAISO

Outrora, um cárcere privado,

Que da sociedade escondia seres humanos,

Acometidos de um mal quase sem cura.

Crianças, jovens, adultos aqui chegavam,

Sem esperanças de sobreviverem, a uma vida difícil e tão dura.

Intensa mata virgem de frondosas árvores,

Circundavam aquele exílio, transformando-se

Em poderosas muralhas,

Que isolavam do resto do mundo,

Aquele povo, já marcado e escravizado,

Pela tão temida desgraça.

Um presídio onde pessoas

Fingiam sorrir, para suas tristezas esconder,

Fingiam cantar, enquanto as dores dos sofrimentos

Por dentro os faziam chorar

Pareciam eternos, os dias de angústia e solidão,

Para que alguém ali pudesse se acostumar.

Mas dos altos céus, um poderoso Deus tudo via.

E traçou em suas mãos um destino novo,

Para aquele povo que ali sofria.

Ungiu quatro amigos, uniu quatro vidas,

E entrelaçou-as em um só coração,

Para lutarem por um só ideal,

Transformar vidas sofridas,

Em calmaria real [...]

Lembrá-los hoje não é tudo,

Tudo é viver as lições de vida,

Que hoje aqui estamos a desfrutar.

Dom Aristides, João Calábria,

Marcello Cândia e João de Deus,

Servos do senhor, que por aqui

Passaram, queremos aqui homenageá-los

E agradecer-vos em espírito,

Por este paraíso abençoado,

Que por vós foi reformado,

Libertando do cativeiro,

Um povo sofrido, mas por vocês tão amado,

Salve o dia 14 de novembro, dia em que o abrigo João Paulo ll foi por Deus abençoado.

(Jorge Silva, morador da colônia de Marituba)

Reportagem e texto: Adrielly Araújo.

Edição: Antonio Carlos Pimentel.

 

No abrigo João Paulo II, um dos quartos chama a atenção pelo capricho. Da janela, dá pra ver várias mudas de plantas. Na cozinha, panos de prato decorados com crochê. Em cima da geladeira, um porta-retrato com a foto de mãe e filha. No quarto, a colcha de cama combinando com as fronhas cheias de borboletas, iguais aos adesivos colados na geladeira.

Quem mora ali é Maria Lemos de Sousa. Ela descobriu que estava com hanseníase aos 7 anos de idade, mas só foi internada na colônia de Marituba aos 14, isso porque sua mãe não queria que ela fosse levada para o leprosário pois sabia que perderia o contato. Eram ribeirinhas, e realizar as visitas seria algo difícil. Mas não teve jeito. Maria foi denunciada à vigilância sanitária e seguiu para a colônia de leprosos, a prisão perpétua dos atingidos pelas chagas malditas.

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Quando chegou na colônia, o susto: descobriu que estava grávida de 4 meses. Na hora do parto ficou sabendo pelas enfermeiras que não poderia tocar nem amamentar o seu bebê. A filha foi doada para uma família que ela sequer conhecia. “Mandaram eu dar para uma família, eu dei. Mas acabou que a menina morreu. Já estava sentando a bichinha, faleceu com uma espinha na garganta, foi o que me disseram”, contou.

Mesmo com a dor da perda, Maria precisou retomar a vida novamente. Casou-se na colônia e teve mais seis filhos. “Eu nunca amamentei meus filhos, nenhum deles. Eles se criaram tudo lá no Educandário. Por isso que eu digo: a gente não tem muito amor pelos filhos porque a gente não criou. Eu era só ter, levavam. Eu tive sete filhos todos dentro da colônia.”

A filha Ivonete, cuja foto está estampada no porta-retrato, tem 46 anos e viveu no educandário até os 8 anos de idade. Também foi contaminada pela hanseníase, mas fez o tratamento precocemente e não adquiriu nenhuma sequela da doença.

A política de isolamento devidamente respaldada pelo governo e reconhecida como única medida de combate à disseminação da lepra deixou um buraco irreparável na relação entre pais e filhos. No ano de 1940 foram instituídas algumas normas para a prevenção da doença, e uma delas abordava diretamente sobre os filhos. Pela Lei nº610, nos Artigos 15 e 16, a ordem de segregação era clara: “Todo recém-nascido, filho de doente de lepra, será compulsória e imediatamente afastado da convivência dos pais. Os filhos de pais leprosos e todos menores que conviviam com leprosos serão assistidos em meio familiar ou preventórios especiais”.

De maneira desumana, bebês eram arrancados de suas mães logo após o nascimento e levados imediatamente para um educandário, um tipo de orfanato que, na maioria das vezes, era administrado por freiras. Em Belém, todo filho de hanseniano foi encaminhado para o educandário Eunice Weaver, localizado próximo à Base Aérea, no bairro da Pratinha.

Ana Dias Pantoja Saraiva também passou pela mesma situação da sua colega de pavilhão. Ficou grávida duas vezes dentro da colônia, e viu suas filhas serem arrancadas do seu ventre e levadas para o educandário, sem o direito de receber um cheirinho de mãe. Ela conta que se sentiu muito satisfeita porque ainda conseguiu ver suas filhas quando nasceram, mesmo que fosse de longe. “Tinha mãe aqui que tinha o filho e só recebia a notícia que o filho tinha falecido. Que nada! Às vezes eles tinham era doado a criança”, falou. 

Ana explicou que nas poucas vezes em que foi visitar as filhas no educandário não conseguiu nem tocar nas crianças. “Não podia nem chegar perto das crianças que as irmãs não deixavam. Não podia levar nada, nem comida, nem dinheiro. Eu fui pegar na minha filha quando já era grandinha.”

Além do isolamento, na colônia também existiam diversas regras e punições. Quem cometesse alguma infração já estava ciente que iria responder. Quem praticasse o ato sexual antes do casamento, por exemplo, era obrigado a casar.

Foi o que aconteceu com Ana, que conheceu seu marido dentro da colônia, casou-se, mas alega nunca ter sentido amor pelo cônjuge. “Aqui a regra era clara, tinha que obedecer. Aí eu conheci meu marido, mas eu nem gostava dele, era só aquele negócio, sabe. Aquele desespero, aquela influência, porque era muito fechado aqui dentro, a gente vivia isso aqui”, disse.

Ana ficou grávida e encurralada pela situação. Ela e o pai da criança tiveram que “juntar as escovas” e seguir com o matrimônio conforme as regras e protocolos da colônia. Ela conta que o diretor, quando soube do que tinha acontecido, ofereceu-lhes duas opções: casamento ou transferência para a colônia do Prata, que ficava afastada cerca de 150 quilômetros da capital e que negligenciava ainda mais os pacientes. Ana afirma que ninguém queria ir para lá.

Sem saída, o que lhes restava era casar, porque nem o bebê com eles iria ficar. “Eu casei, mas eu nem queria, eu tentei pegar uma amizade, mas não era amor, a gente só estava habituados. Ele era muito diferente de mim, muito diferente. Aí fomos morar no pavilhão dos casados e ficamos casados nove anos”, disse.

Doença milenar

Apesar da hanseníase ser uma doença milenar, ela ainda encontra dificuldades para se libertar das profundas raízes do preconceito e do medo. Por muito tempo pessoas infectadas pelo bacilo de Hansen foram isoladas da sociedade e obrigadas a viver como indigentes em cavernas ou florestas, abandonadas para se deteriorar.

Acreditou-se por vários anos que a moléstia era uma espécie de maldição. As chagas de um castigo divino.

Na Idade Média, o tratamento contra os hansenianos foi bem mais cruel. Os enfermos tinham seus laços cortados com a sociedade, e na maioria das vezes tinham que ser considerados legalmente mortos, eram obrigados a esquecer da família, bens etc. O doente ainda era obrigado a usar vestimentas específicas que o identificassem como tal e fazer soar um sino ou algum objeto que causasse ruído e avisasse aos sadios da sua chegada. O sistema era tão perverso e rigoroso que, para desfazer definitivamente as ligações com a sociedade ou com vida que levava antes da doença, rezava-se uma missa para oficializar a separação.  

Antes de serem encontrados a cura e o tratamento correto para a hanseníase, alguns pacientes passaram por diversas formas de experimento, muitas vezes com uso de substâncias que lhes causaram muito mais danos que benefícios. 

Reportagem e texto: Adrielly Araújo.

Edição: Antonio Carlos Pimentel.

 

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“O seu filho está leproso.”

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Essa foi a frase que traçou o destino do seu José Glória de Sousa, hoje com 68 anos, cadeirante e morador do abrigo João Paulo II, em Marituba. Glória, como é conhecido pelos amigos da ex-colônia, dedica suas tardes a ver o movimento na saída do abrigo, senta todos os dias embaixo de um jambeiro e fica batendo papo com o porteiro até chegar a hora do jantar, servido às 18 horas.

Nascido no Marajó, interior do Pará, Glória levava uma vida normal até completar 14 anos de idade, quando foi diagnosticado com a doença. “Começou a aparecer mancha no meu corpo, aí o papai me levou no farmacêutico, que já tinha sido enfermeiro na colônia do Prata.” Glória conta que lembra até hoje do que foi dito naquele dia. “O farmacêutico disse pro papai: ‘Seu filho está leproso’. Naquele tempo não era hanseníase, era lepra”, afirma.

Mal ele sabia que depois desse dia a sua vida nunca mais seria a mesma. Após receber o diagnóstico da doença, começou a sentir as chagas do preconceito. “Era muito ti-ti-ti, esse cara vai passar doença pra mim. Era muita gente que dizia para meu pai: ‘Ei, rapaz, por que tu não mandas esse teu filho embora daqui?. E o meu pai dizia: ‘Poxa, eu não vou mandar ele embora daqui, sair de dentro de casa, ele é meu filho’.”

Conforme o tempo passou, Glória tentou continuar vivendo no vilarejo, por mais alguns anos, mas não aguentou a discriminação de amigos e familiares e decidiu partir por conta própria para o seu destino, a colônia. “Meu pai faleceu quando eu tinha 18 anos e aos 22 anos eu fui embora para colônia me internar. Era tanta conversa que existia contra mim que eu achei melhor ir para o meio dos meus irmãos de sofrimento”, finalizou. Glória viu sua família pela última vez em 1987. 

Embora o tratamento da hanseníase seja acessível em qualquer unidade de saúde e exista há vários anos, o Brasil ainda é, atualmente, o segundo maior país do mundo com maior número de casos da doença, ficando somente atrás da Índia, segundo dados da Organização do Mundial da Saúde (OMS).

Diagnóstico precoce é fundamental

Segundo médico Francisco de Assis Norat, há doenças que existem há milênios, como a hanseníase, e que são negligenciadas porque atingem, em sua maioria, as camadas mais pobres. “Então, ela se prolifera e não se dá a importância devida”, informou o médico.

A transmissão do bacilo de Hansen se dá pelo contato íntimo e prolongado com o portador da doença através de gotículas eliminadas no ar pelo infectado, principalmente em locais com ausência de higiene e saneamento básico. Entretanto, estima-se que a maior parte da população adulta tenha resistência à hanseníase. 

Dermatologista e pioneiro no tratamento ambulatorial de poliquimioterapia – PQT, no Estado do Pará, Norat entende que o diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento avance antes que a doença evolua, causando alteração de sensibilidade ou atinja os nervos periféricos do corpo.

Desde 2016, o Ministério da Saúde oficializou janeiro como o mês de combate à hanseníase e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a doença. Veja informações no site da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH).

Reportagem e texto: Adrielly Araújo.

Edição: Antonio Carlos Pimentel.

 

 

“Faz 50 anos que eu não vejo a minha família, eles nem sabem que fui mandado pra cá.”

No primeiro quarto, do bloco 05, do pavilhão masculino, mora um senhor de 61 anos, conhecido como “Peixinho”. Um homem pacato, tímido, quase não exprime sentimentos. Quem o vê consegue perceber a angústia em seu olhar. Jorge da Silva foi um dos condenados à exclusão. Interno da ex-colônia de hansenianos de Marituba, perdeu o vínculo e o contato com a família e se viu obrigado a transformar a antiga prisão em lar.

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Nascido no município de Breves, no Marajó, interior do Estado do Pará, quando criança era um menino travesso que costumava brincar e tomar banho no rio, mas aos 10 anos viu sua vida tomar um rumo completamente diferente. Após uma inspetoria de saúde médica, realizada todo mês nas cidades do interior, ele foi examinado e recebeu o diagnóstico temido: estava com a lepra. Começou um pesadelo. Foi arrancado e levado para longe dos braços da família, contra a sua vontade.

“Não tive nem o prazer de me despedir da família, que na época não era permitido, da feita que fosse diagnosticado não se tocava em nada mais da família. Inclusive, tudo que era meu que tinha na casa foi queimado, não ficou nada”, recorda.

Pela falta de solução do Estado e pouca informação sobre a forma de contágio da doença, pessoas eram submetidas a situações desumanas. A lei da época tratava os pacientes como monstros. A voz de Jorge estremece quando ele lembra de como chegou na colônia. Apenas com a roupa do corpo, foi jogado dentro de porão de um barco, chamado de batelão, responsável por transportar os leprosos daquele tempo.

“Eu vim de lá no porão de um barco, eu e mais doze doentes, só sabíamos o que era dia e o que era noite porque levavam as refeições: café, almoço e janta. Foram três dias e três noites de viagem”, afirmou e silenciou por alguns minutos.

A maioria dos internos da colônia de Marituba chegou lá por rotas fluviais, já que boa parte morava próximo aos rios. Na parte de trás da estrutura da colônia passa um traço do rio Guamá, chamado de rio Mocajatuba. Conforme o tempo passava, as perspectivas dos internos de regressar novamente à sociedade diminuíam. O que lhes restava era aprender a conviver com a saudade e a dor.

“Peixinho” ainda encontrou luz no fim do túnel. Na adolescência, conheceu uma freira, que trabalhava na colônia. Foi ela que resgatou suas esperanças e lhe ofereceu proteção e acalento materno. “Depois que eu, entre aspas, consegui me acostumar aqui, eu passei a ser cuidado por uma freira, foi ela a responsável por tudo que eu sei hoje em dia, pela minha educação, pelo meu trabalho, era ela que me sustentava. Fiz vários cursos, mas Deus não quis que eu trabalhasse”, relatou e acrescentou que era muito grato à irmã.

Estigma e discriminação

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que age de maneira lenta e caracteriza-se por manifestações e evoluções neurológicas e dermatológicas, atingindo nervos periféricos da mão e do pé, como também membros da face, especialmente nariz e olhos, causando vários tipos de mutilações e limitações físicas, principalmente se não houver um diagnóstico precoce. Denominada por muitos anos como lepra, e conhecida desde antigas civilizações, a doença carregou ao longo de sua história um estigma de discriminação e isolamento.

Inaugurada em 1942, a colônia de Marituba, município da Região Metropolitana de Belém, a cerca de 20 quilômetros da capital, tinha o propósito de combater a endemia. Por meio do Serviço Nacional da Lepra, criado um ano antes, além do isolamento compulsório, a colônia de Marituba também teve uma política interna ditatorial, com regras e leis punitivas para qualquer infração.

Doença da pobreza

A hanseníase é uma doença que existe há milênios, mas a proliferação da endemia acontece até os dias atuais. A enfermidade, que deveria ter sido erradicada em 2015, ainda apresenta uma alta transmissão e detecção de novos casos em várias regiões do país, principalmente onde reinam condições de extrema pobreza e falta de atendimento médico.

Conforme os parâmetros do Ministério da Saúde, o Estado do Pará ocupa o 5º lugar no ranking de incidência da doença, com 29,73 casos por cada 100 mil habitantes notificados em 2018, ficando atrás do Maranhão, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia. Segundo dados da Secretária de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), somente em 2019 já foram confirmados 973 novos casos. A negligência e o atraso no combate contribuem para o fortalecimento do estigma e preconceito em relação à doença.

Com o objetivo de afastar de diminuir o preconceito que o termo “lepra” impunha aos doentes, o governo brasileiro proibiu o uso da nomenclatura através da Lei nº 9.010, de 1995. Conforme a nova legislação, a doença passou a ser chamada de “hanseníase”, em homenagem ao médico norueguês Gerhard Amauer Hansen (1841–1912), que descobriu, em 1873, o micróbio causador da infecção, chamado de Mycobacterium Leprae.

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A frase que traçou destinos: "O seu filho está leproso"

Dor de mãe: "Eu nunca amamentei meus filhos"

O outro lado da colônia: "Aqui existia solidariedade"

A superação: "Saí daqui com sequelas, mas fui trabalhar"

O Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase vai realizar nesta sexta-feira (10) o 2º Encontrão Estadual dos Filhos Separados pelo Isolamento Compulsório, com a presença da relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Eliminação da Discriminação contra as Pessoas Atingidas pela Hanseníase e seus Familiares, a pesquisadora Alice Cruz. É a primeira visita oficial da representante da ONU ao Brasil e ao Pará. 

A agenda inclui encontros com governos, movimentos sociais, artistas, cientistas e profissionais de saúde nas cidades de Brasília/DF, Rio de Janeiro/RJ, Duque de Caxias/RJ, Marituba/PA e Belém/PA.

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O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) promoverá o encontro da relatora com pessoas atingidas pela hanseníase e seus familiares em duas ex-colônias. Em Marituba, no 2º Encontrão, nesta sexta-feira, às 17 horas, serão discutidas as medidas para garantir a reparação aos filhos separados, com o pagamento de indenização pelo Estado.

Para o coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio, a relatora da ONU ao Brasil é muito aguardada nesse momento. “Não só pelo resgate histórico de tudo que aconteceu e ainda acontece em termos de discriminação, e porque o Brasil é o primeiro lugar do mundo em incidência de novos casos da doença, mas também para impulsionar as autoridades públicas para que façam seu papel no enfrentamento do estigma e da doença”, defende.

“É preciso olhar para a hanseníase não só como uma questão médico-biológica, mas como uma questão social. Que não seja um assunto apenas do Ministério da Saúde, mas que envolva a assistência social, a previdência, discussões do âmbito da qualidade de vida, do meio ambiente, da moradia, da preservação histórica. Tudo isso com um olhar de Direitos Humanos”, explica o dirigente do Morhan. Por isso, o movimento realizará o encontro da relatora da ONU diretamente com as pessoas atingidas.

Custódio observa que a visita de Alice Cruz ao Brasil servirá para mostrar ao mundo conquistas que precisam ser reconhecidas e podem ser multiplicadas. Ele se refere à indenização e ao reconhecimento de crime de estado contra as pessoas que foram isoladas em colônias até a década de 1980, conquistados por meio da lei 11.520. Hoje, um dos desafios é ampliar este olhar aos filhos que foram separados de seus pais que viviam nas antigas colônias, em uma época em que a doença já tinha cura e tratamento, outro assunto que será apresentado à ONU durante a visita.

“O Brasil manteve as pessoas sendo segregadas e excluídas, manteve os filhos sendo separados dos pais, mesmo após a descoberta da cura e as inúmeras recomendações mundiais para suspensão do isolamento. Isso por conta de uma sociedade que ainda mantém um preconceito e um estigma bastante forte, que tende a separar e isolar tudo o que é diferente”, ressalta o coordenador do Morhan.

O Brasil é o país com o maior número de casos novos de hanseníase (em relação à população) no mundo – a Índia registra um maior número absoluto de casos anuais, mas possui uma população cinco vezes maior que a do Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou 25.218 novos casos da doença em 2016 e 26.875 em 2017. Muito acima dos índices máximos recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Nesse cenário, é preciso ampliar a atenção do SUS ao tema. “Ppara acabar com a hanseníase no Brasil é preciso tirar a doença da invisibilidade”, afirma Custódio.

Agenda

Dia 10 

8 às 11 horas - Reunião com autoridades estaduais.

12 horas - Visita à URE Dr. MarcelloCândia o Oificna Ortopédica.

13 horas - Visita ao Laboratório LDI (Dr. Cláudio Salgado) + almoço.

14h30 - Visita ao abrigo João Paulo II.

17 horas - 2º Encontrão dos filhos separados pelo isolamento compulsório das ex-colônias de Marituba e Prata. Local: Igreja Tabernáculo Batista (Rua Célio Mota, s/n , Bairro Dom Aristides- Marituba).

19 horas - Praça do bairro Dom Aristides, Marituba. Apresentação cultural de grupos folclóricos de marituba.

Dia 11

9 às 12 horas + almoço. Visita à comunidade da ilha de Combu, em Belém.

15 horas - Sede da ONU (Belém). Reunião com as mulheres do Morhan e com o Morhan Pará (Marituba, Belém, Prata).

Dia 13 

9 horas - Reunião técnica. Local indefinido. Participam: Comissão Estadual dos Direitos Humanos do Estado e da Alepa, Defensorias Públicas do Estado e da União, Ministério Público do Estado do Pará e OAB Pará.

13 horas - Reunião com autoridades municipais.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá.

 

A feira contará com 114 estandes, 60 expositores, 67 escolas e mais de 25 mil alunos participantes. O evento visa estimular a população a adquirir o hábito da leitura, além de fortalecer o setor educacional e revelar novos escritores.

A feira será aberta ao público das 8 até às 22 horas. A programação começa nesta sexta-feira (7), com apresentações culturais, palestras, encenações teatrais, oficinas, concursos, gincanas e shows. Além dos estandes, serão instalados auditórios na área externa e um palco central para as apresentações culturais.

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Nos estandes participarão livrarias, editoras, escolas, todas as secretarias municipais e instituições de ensino superior. A prefeitura de Marituba espera mais de 100 mil pessoas durante os três dias da feira.

Da assessoria da Semed.

 

Você sabia que cada habitante da Região Metropolitana de Belém gera, diariamente, cerca de 800 gramas de lixo? Ao final do dia, essa quantidade totaliza 1.500 toneladas. E como cada cidadão pode contribuir para reduzir os resíduos sólidos? Consciência ambiental e reciclagem são caminhos que podem levar a bons resultados. É partindo desse princípio que nasce o Centro Cultural Santa Clara, situado em Marituba. Inaugurado na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o espaço tem o papel de levar conhecimento, interação e aproximar a comunidade. A iniciativa é apoiada pela Unidade de Valorização Sustentável (UVS) Guamá, Instituto Solví, Associação Irmãs Auxiliadoras Déias do Brasil e escolas da comunidade.

No centro cultural funcionará o projeto Uirapuru Mirim, que trabalhará a arte-educação por meio de oficinas temáticas sobre meio ambiente, sustentabilidade, cidadania, sexualidade, família, casamento, relacionamento humano, diversidade e drogas. Inicialmente, serão atendidas 40 crianças e adolescentes, entre 7 e 16 anos.

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Aprovado este ano pelo Ministério da Cultura, o Uirapuru Mirim já funciona em quatro localidades em São Paulo – Caieiras, Jaguaré, Elisa Maria e Santo Elias – e chega ao Pará totalmente adaptado à cultural local. “Vamos trabalhar não só o cronograma do projeto, mas inserir todas as questões ambientais. O cenário e figurino das apresentações, por exemplo, serão feitos a partir de materiais recicláveis. O projeto vai fortalecer a cultura e história local”, acredita Andrea Sargentelli, presidente da Associação Irmãs Auxiliadoras Déias do Brasil.

Marco Antônio Cabral, presidente da Associação de Moradores da Comunidade Santa Clara, observa que o espaço será fundamental para tirar as crianças do ócio e oferecer a elas uma perspectiva de futuro, além de ser um ponto de coleta de recicláveis em parceria com a Associação dos Catadores de Marituba (Acarema). “Queremos muito que essa parceria dê certo. Temos que fazer a nossa parte. Como cobrar do poder público uma coisa que nós mesmos estamos contribuindo para sujar? Temos que saber onde vamos colocar a garrafa pet do refrigerante que tomamos e a embalagem do biscoito que comemos, por exemplo. Temos que entender que a responsabilidade para que a rua se mantenha limpa também é nossa”, comenta.

As oficinas do Uirapuru Mirim serão ministradas todas as terças-feiras, de 8 às 11 horas, pelos arte-educadores Nivaldo Ferreira e Antônio do Rosário, que trazem na bagagem ampla experiência para compartilhar com as crianças. Morador de Marituba há 13 anos, o professor Nivaldo Ferreira já integrou projetos sociais de instituições de São Paulo e Rio Janeiro, voltados para o atendimento de crianças em situação de risco e que convivem com HIV/AIDS. “A ideia é fazer com que as crianças desenvolvam uma consciência da realidade local em torno do reaproveitamento dos resíduos. Vamos fazer um trabalho cultural e didático para que percebam essas necessidades e possibilidades das coisas. Eu acredito muito nesse tipo de trabalho”, afirma.

Com 16 anos de profissão, o professor e artista circense Antônio do Rosário vai trabalhar com o teatro e a dança, ensinando movimentos corporais, postura, presença de palco e formas de expressão. Rosário é formado pela Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro e integra o grupo Palhaços Trovadores. “Esse trabalho será bastante desafiador. Durante as oficinas, vou falar das oportunidades que tive e como elas foram importantes para meu crescimento pessoal e profissional. E partir daí fazer uma conexão de como cuidar do meio ambiente e de si mesmo. A expectativa é de que o projeto dê frutos e ofereça novos horizontes para essa meninada”, diz.

Ana Rita Lopes, coordenadora do Instituto Solví, braço social do Grupo Solví, explica que o trabalho do Centro Cultural Santa Clara, incluindo as atividades do projeto Uirapuru Mirim, será construído em conjunto com a comunidade. “Será um trabalho de formiguinha, mas seremos incansáveis até abranger o maior número de pessoas para uma conscientização ambiental. Também vamos nos aproximar cada vez mais da comunidade, trazendo informações sobre as operações da UVS Guamá, administradora do aterro sanitário em Marituba”, explica.

Da assessoria da UVS Guamá.

 

 

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Um canal do rio Uriboca que corta o município de Marituba, Região Metropolitana de Belém, transbordou neste sábado (7) e inundou a rodovia BR-316, próximo à entrada para a Alça-Viária, uma das principais vias de ligação da capital com as regiões sudeste e sul do Pará. Um enorme congestionamento, que chegou a atingir sete quilômetros no sentido de saída de Belém, se formou ao longo da estrada.

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Os motoristas só conseguem trafegar lentamente pela contramão, onde a água está mais baixa. Carros e motos estão sendo danificados. Os passageiros dos ônibus são obrigados a descer e caminhar para chegar até os locais não afetados pela enchente.

Em Belém, no Entroncamento, o congestionamento da BR-316 provocou grande confusão no trânsito. As chuvas que começaram a cair durante a madrugada e que ainda são intensas agravam ainda mais a situação. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está orientando os condutores para que tenham cautela e atenção.

A avenida Independência também foi afetada pelas águas. Um agente da PRF informa que os motoristas devem evitar a via, pois devido ao terreno ser mais baixo a correnteza está forte. O problema nesse trecho já aconteceu outras vezes, em menores proporções. Até às 12 horas ainda não havia equipe responsável para dar esclarecimentos e conter a enxurrada. Veja vídeo abaixo.

 

Por Valdenir Rodrigues.

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Distante cerca de cinco quilômetros do centro de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, o bairro São João já foi uma região tranquila. Hoje, moradores pressionam as autoridades municipais e estaduais para um possível fechamento do aterro sanitário instalado no local. As causas dessa cobrança são o mau cheiro e doenças decorrentes do lixo.

Com a publicação da Lei Federal 12.305, sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 2 de agosto de 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que proíbe lixões a céu aberto no país. Na década de 90, o lixão a céu aberto do Aurá, localizado em Ananindeua, começou a receber os rejeitos sólidos de forma precipitada, pois não estava completamente preparado para processar o lixo. O encerramento das atividades se deu em agosto de 2014, e as prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba se comprometeram a adequar o destino do lixo, com a substituição por aterros sanitários.

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Desde o governo Hélio Gueiros (1993-1997) criam-se opções para mudanças nos lixões a céu aberto, mas as soluções definitivas ainda não chegaram. O aterro sanitário de Marituba está funcionando desde 2015, e recebe cerca de 1.200 toneladas de lixo por dia. A companhia de saneamento do aterro, Guamá Resíduos Sólidos, está tomando uma série de medidas para amenizar o odor, com um projeto de relacionamento direto com a comunidade local e uma ampliação do uso de Falcão Robô (para afugentar aves, como os urubus), e também triplicar o número de máquinas. 

Uma das causas de todo esse transtorno é porque a prefeitura de Belém não esperou a finalização do projeto do aterro sanitário, e acabou transferindo antecipadamente o lixo que ficava concentrado no antigo lixão do Aurá. “A máquina que coleta o chorume está danificada, e com isso há um vazamento que está contaminando os lençóis freáticos e principalmente causando um forte odor”, diz Sergio Campos, vigilante da empresa RG Segurança, (prestadora de serviços da Guamá Resíduos Sólidos Ltda).

Os moradores relatam que sofrem constantemente com doenças e problemas respiratórios. A água apresenta cor forte e mau cheiro, causando diarreia e vômitos, principalmente em crianças. É o que confirma a dona de casa Ana Carolina Farias, 28 anos. “Tenho um filho de um ano de idade e de uns tempos pra cá, ele está com diarreia e falta de ar.”

Pelas redondezas observa-se que as casas estão totalmente fechadas, na tentativa de impedir que o mau cheiro chegue às residências. Essa ação é falha, e pode acarretar outras doenças, como meningite e pneumonia. “Tenho que ficar trancado em casa o dia todo, porque esse fedor é insuportável”, relata o aposentado Raimundo Costa, 67 anos.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém(Semma) comunicou que o município está participando das discussões para definir as medidas cabíveis para a destinação dos resíduos da capital. O município está na comissão que discute a situação do aterro de Marituba, desde o começo das reuniões, para avaliar e tomar as providências possíveis e necessárias. Os representantes da prefeitura de Belém defendem que a solução deva ser discutida no âmbito da Região Metropolitana e não isoladamente. É preciso um consórcio entre os municípios. A capital tem investido em coleta seletiva como uma medida de destinação dos resíduos sólidos de acordo com a legislação nacional.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Marituba informou que os bloqueios e protestos promovidos pela população do entorno do aterro sanitário, juntamente com a comissão "FORA LIXÃO", são atos para sensibilizar o poder público quanto às dificuldades enfrentadas pela população. A prefeitura entende que os problemas causados agridem diretamente a saúde da população e o meio ambiente, e informa que está e sempre estará a favor da população. A Prefeitura aguarda o parecer final dos órgãos competentes e elabora um conjunto de soluções para que a população seja beneficiada e protegida.

Por Adrielly Santos Araujo. Com produção de Dinah Caroline Monteiro dos Santos e fotos de Jennifer Lais Pantoja Rodrigues.

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Começa neste sábado (22) o Campeonato Brasileiro de Judô da Região I, que será disputado pela quarta vez no Pará. A edição de 2017 vai ser no Ginásio Poliesportivo de Marituba, localizado na BR-316. A entrada é franca. As competições se estenderão por todo o dia e vão até domingo (23), quando será a disputa da classe sênior, novidade nessa temporada.

A competição já contava com cinco federações, Amapá (AP), Ceará (CE), Maranhão (MA), Pará (PA) e Piauí (PI), e agora recebeu mais duas para essa edição, Amazonas (AM) e Roraima (RR). No total, 777 atletas vão disputar em 5 classes: Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21 e a classe Sênior. O Pará tem o maior número de representantes, 151.

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Uma das judocas do Estado é Ana Beatriz, da Associação Souza Filho de Artes Marciais (Asfam), que vai representar o Pará com 25 judocas. A atleta tem apenas 17 anos e já conquistou muitas premiações. Só em Campeonatos Brasileiros foram nove primeiras colocações. Também foi convocada para a Seleção Brasileira de base para o circuito mundial na Alemanha, disputado no meio do ano. A Universidade da Amazônia (Unama) é uma das parceiras da Asfam, por meio de alunos de Comunicação Social e Fisioterapia.

Ana Beatriz conta como está a expectativa de disputar na categoria sub-21 e, pela primeira vez, na classe sênior. “Eu venho conquistando esse título desde os meus 10 anos de idade e hoje, aos 17, a expectativa é grande. Justamente por ser meu primeiro ano oficialmente Sub-21, o que me fará também lutar o sênior e eu nunca lutei o sênior. Vou enfrentar atletas com quem eu nunca lutei, mas como eu treinei estou confiante”, disse.

Clívia Sara, que venceu a seletiva de Belém na categoria Sub-18, lutará pela primeira vez no Campeonato Brasileiro. A judoca tem 17 anos e também é da Asfam. Já conquistou títulos fora da capital paraense. Clívia explica como é a sensação de representar o Estado em um Campeonato Brasileiro. "Eu estou muito nervosa com tudo, mas espero ter uma colocação boa, como qualquer outra da mesma categoria que eu, mas eu quero estar mais preparada do que qualquer uma delas, minha expectativa é lutar com elas e tentar ganhar."

Confira a programação:

SÁBADO - 22/04/2017

9h00 - Solenidade de Abertura

9h30 - Início da classe Sub-21

13h30 - Início da classe Sub-13

15h30 - Início da classe Sub-18

DOMINGO - 23/04/2017

9h30 - Início da classe Sub-15

12h00 - Início da classe Sênior

Texto e fotos da Assessoria de Comunicação da Asfam.

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Um protesto provocou a interdição da Alça Viária, na altura do quilômetro 5, em Marituba, nesta quarta-feira (1º) à tarde. Manifestantes reclamavam contra o aterro sanitário instalado no local, após o fechamento do lixão do Aurá, em Ananindeua. O trânsito ficou parado e muitos motoristas que voltavam do feriado de carnaval criticaram a medida.

Os moradores afirmaram que pretendem acampar em frente ao aterro. Os caminhões de lixo também estão sendo impedidos de entrar no Aterro Sanitário. 

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A Guamá Tratamento de Resíduos, empresa que opera o aterro de Marituba, esclareceu, em nota, que tomou as providências cabíveis para evitar o mau cheiro na área. Veja o documento: “Durante o período de chuvas, operações de descarte de lixo demandam cuidados extras, pois o alto volume de água resulta em impactos indesejados, tais como geração de odor. Por esse motivo, a empresa opera em situação especial nesse período de chuvas, usando lonas especiais de cobertura do solo e alocando mais pessoal para as frentes de trabalho, dentre outras ações.

Nesse ano, em especial, o odor gerado se acentuou. A empresa compreende a reclamação dos moradores da região pelo desconforto gerado e informa que já identificou duas tecnologias para redução de tal incômodo, uma que funciona por meio de lavagem de altíssima pressão e outra que quimicamente neutraliza as substâncias odoríficas. Informa também, que intensificará rodas de diálogos comunitários para recebimento de dúvidas e reclamações e prestação de esclarecimentos aos moradores das comunidades próximas ao aterro.

No mais, continua firme no seu compromisso de oferecer soluções que ao mesmo tempo em que assegurem o conforto dos moradores residentes nas áreas próximas ao aterro, assegurem também a existência de destinação ambientalmente adequada para os resíduos gerados na região, preservando assim o meio ambiente e a saúde das pessoas e de suas famílias”.

Um total de R$ 3 milhões é o valor da indenização por dano moral coletivo, deferida pela Justiça, em ação civil pública de autoria do Ministério Público do Trabalho PA/AP (MPT) contra o município de Marituba, no Pará, pela inobservância de normas trabalhistas. De acordo com a decisão, o valor indeniza a coletividade, bem como tem função pedagógica, para que o réu passe a cumprir fielmente a legislação, “dando um exemplo positivo para a sociedade”.

O valor será destinado a órgãos, instituições e programas e projetos públicos ou privados, sem fins lucrativos, com objetivos filantrópicos, culturais, educacionais, científicos, de assistência social, ou de desenvolvimento e melhoria das condições de trabalho, preferencialmente dentro do município de Marituba, a critério do MPT.

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O Ministério Público do Trabalho PA/AP (MPT) ingressou com ação civil pública contra o município de Marituba, com base em denúncias de que a municipalidade vinha descumprindo uma série de obrigações decorrentes dos contratos de trabalho de seus empregados. Mais especificamente, as irregularidades diziam respeito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e multa de 40% não recolhidos, atraso e erros nas informações apresentadas na Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, contribuições sociais não recolhidas, não antecipação de parte do 13º salário e registros incompletos nas carteiras de trabalho.

Durante a instrução processual, o MPT requereu à Justiça o reconhecimento de vício de representação do Município, uma vez que o procurador de Marituba não se submeteu a concurso público regular. O pedido foi acatado pela Justiça do Trabalho, que considerou inexistentes todos os atos praticados pelo profissional do Direito, declarando a revelia do réu – o que ocorre quando há omissão da parte no processo –, e julgando totalmente procedentes os requerimentos do Ministério Público do Trabalho na ação.

Entre as obrigações impostas na sentença, consta que o município: regularize a dívida que possui, junto à Caixa Econômica Federal, pertinente ao FGTS de todos os seus funcionários celetistas; abstenha-se de omitir informações sobre as contas vinculadas dos trabalhadores; passe a recolher a contribuição social, incidente sobre o montante de todos os depósitos devidos ao FGTS, corrigidos e remunerados na forma da lei, relativos aos contratos de trabalho de empregados despedidos sem justa causa (alíquota de 10%); passe a depositar mensalmente, nas contas vinculadas dos seus funcionários celetistas, dentro do prazo legal, o percentual relativo ao FGTS; passe a depositar, nas contas vinculadas dos trabalhadores, no momento da extinção do pacto, os montantes pertinentes ao FGTS da rescisão e ao mês imediatamente anterior, bem como a indenização compensatória do FGTS incidente sobre todos os valores do contrato; atualize as carteiras de trabalho dos agentes de combate às endemias; passe a efetuar o pagamento, a título de 13º salário, entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, de metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior; e abstenha-se de apresentar a relação anual de informações sociais (RAIS) em atraso ou contendo omissões, declarações falsas ou informações inexatas.

Informações do MPT.

 

 

 

 

Após experiências de sucesso em Salvador e São Paulo, a Central de Processamento e Tratamento de Resíduos (CPTR) vai criar no Pará uma usina verde para geração de energia a partir do aproveitamento do lixo urbano coletado na Região Metropolitana de Belém (RMB). A previsão é que o empreendimento comece a funcionar dentro de cinco anos.

A termelétrica verde do Pará será instalada na CPTR, no município de Marituba, o único local apropriado e certificado para receber os resíduos sólidos da capital e arredor. A previsão é de investimentos na casa dos R$ 40 milhões e a capacidade da geração será, em média, de 15 megawatts (MW) de energia. “Vamos garantir que o biogás gerado no aterro tenha um aproveitamento nobre ao transformá-lo em energia elétrica limpa”, adianta Gustavo Nunes, gerente geral da CPTR.

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Toda a nova usina, que funcionará com autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANNEL), deverá ocupar um espaço de 15 mil metros quadrados, e contará com um aparato tecnológico, motores e portabilidade no tratamento do gás metano, a exemplo do que acontece em São Paulo e Salvador. “São vários motores com potência elevada para que o funcionamento seja pleno e efetivo de geração de energia renovável e sustentável”, pontua Nunes.

Esta será a terceira empreitada da CPTR no Pará com beneficiamento direto à população. No espaço já existe uma usina de coleta de lixo, com atuação direta de 35 catadores, além de uma estação de tratamento de chorume através da osmose reversa, transformando a água para reuso. “São ações que valorizam os nossos recursos que podem voltar em forma de benefício para a sociedade paraense”, finalizou.

Buscando meios que não prejudiquem o meio ambiente, o biogás é uma das alternativas para geração de energia elétrica sustentável. Ele transforma em energia o gás metano extraído da decomposição de resíduos sólidos, trazendo diversas vantagens em sua utilização por ser uma fonte de energia limpa e renovável, ter baixa emissão de gases poluentes e ser uma importante fonte energética.

Informações da assessoria da CPTR.

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