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A chegada de uma nova variante da Covid-19 tem preocupado as centrais de monitoramento do coronavírus ao redor do mundo. A sub-cepa, ainda não formalmente nomeada, é chamada de BA.6 e teria uma alta tendência de mutação. Até o momento, ela foi encontrada apenas em Israel e na Dinamarca, mas estaria circulando simultaneamente à variante da Ômicron, chamada Eris.

A informação consta em uma reportagem recente do jornal britânico Mirror, que cita a preocupação expressa pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla original, em inglês) sobre a maior incidência de pacientes sintomáticos e o retorno do uso das máscaras. 

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Desde então, cientistas ingleses têm se manifestado sobre o tema nas redes sociais e jornais de saúde. Alertando sobre o uso de máscaras, a Dra. Trisha Greenhalgh, especialista em cuidados primários de saúde da Universidade de Oxford, escreveu no Twitter: "Meus vários grupos científicos do WhatsApp estão zumbindo. Clipes e diagramas de linhagem genética voando de um lado para o outro. Eu entendo pouco dos detalhes, mas parece que é mais uma vez hora de usar máscaras". 

A professora Christina Pagel, matemática da University College London, que é membro titular do grupo Independent SAGE, disse na plataforma de mídia social que era "muito, muito cedo", mas admitiu que a variante tem "muitas novas mutações que a torna diferente das cepas Omicron anteriores". Ela acrescentou que isso significava que era "potencialmente mais capaz de causar uma grande onda". 

Em um artigo de opinião no British Medical Journal da terça-feira (15), a professora afirmou que era "razoavelmente certo que entramos em outra onda do Covid-19" - embora tenha enfatizado que é "improvável que essa onda cause um grande aumento nas internações hospitalares ou mortes" por causa da alta taxa de vacinação do Reino Unido. 

Ela acrescentou que um de seus principais temores era que as infecções por Covid pudessem sobrecarregar o NHS ao ocorrerem ao mesmo tempo que a infecção por influenza e o vírus sincicial respiratório, como visto no inverno passado. A professora Pagel disse que também existe o cenário "menos provável" de uma nova variante não descoberta, que pode superar a resistência existente das pessoas ao vírus.

Covid-19 no mundo

Nenhuma orientação oficial para máscaras faciais foi emitida pelo governo ou autoridades de saúde pública no Reino Unido e a exigência legal de usar uma cobertura facial terminou em 27 de janeiro de 2022.

De acordo com o NHS, temperatura alta ou tremores incontroláveis, tosse contínua e perda de olfato ou paladar são os principais aspectos a serem observados, mas o governo também lista falta de ar, sensação de cansaço ou exaustão, dor no corpo, dor de cabeça, dor de garganta, nariz entupido ou escorrendo, perda de apetite, diarréia e mal-estar. 

Cerca de 1,5 milhão de novos casos de Covid-19 foram registrados em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto deste ano – um aumento de 80% em relação ao período anterior. Durante os mesmos 28 dias, o vírus causou ainda 2,5 mil mortes – uma queda de 57% em relação ao período anterior. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) pretende derrubar a exigência do uso de máscaras em aeroportos, ato que foi determinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro do ano passado, em reação a um aumento de contaminações por covid-19 naquele momento. Pelas regras vigentes, o uso de máscara segue obrigatório dentro das aeronaves e na área de embarque dos aeroportos.

O projeto de lei apresentado pelo parlamentar é assinado, ainda, por Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL/SP), Bia Kicis (PL/DF), Carlos Jordy (PL/RJ) e Luiz Ovando (PP/MS). O projeto deve ser analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A data da votação ainda não foi marcada.

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Pelo regimento, a tramitação em caráter conclusivo não precisa de aprovação do plenário, ou seja, o projeto pode ter validade se for aprovado nas duas comissões. O texto só vai ao plenário, caso haja divergência entre as comissões ou se houver pedido - de pelo menos 52 deputados - para que seja enviado ao plenário.

A Anvisa, que foi alvo de constante perseguição do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou que as medidas de segurança seguem em andamento, principalmente neste momento, com a proximidade do carnaval, quando há grande circulação nos aeroportos.

"A Anvisa informa que, em parceria com organismos nacionais e internacionais, acompanha o tema diariamente e que, além dos mapas epidemiológicos, considera o princípio da precaução, como um dos norteadores do processo de tomada de decisão, em face das grandes aglomerações já em curso no Brasil", declarou a agência, em nota assinada pelos cinco diretores do órgão.

Segundo Eduardo Bolsonaro, seu objetivo é "fortalecer a recomendação do uso de máscaras faciais em aeroportos e aeronaves, sem que avancemos para a obrigatoriedade".

O filho do ex-presidente é um notório crítico das máscaras. Em março de 2021, Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo em que, visivelmente irritado, manda a população brasileira enfiar as máscaras de proteção contra a covid-19 "no rabo".

Em uma aparição ao vivo que fez em seu perfil pelo Instagram, o filho "03" de Bolsonaro criticou o uso do principal item de proteção contra a contaminação do coronavírus.

"Eu acho uma pena, né, (que) essa imprensa mequetrefe que a gente tem aqui no Brasil fique dando conta de cobrir apenas a máscara. 'Ah a máscara, está sem máscara, está com máscara'. Enfia no rabo gente, porra! A gente está lá trabalhando, ralando", afirmou o deputado.

O uso de máscara no transporte público volta a ser obrigatório a partir de hoje (26) na capital paulista. A decisão foi tomada com base na análise técnica do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde para prevenir o avanço dos casos de Covid-19.

O governo do estado recomenda que a medida seja adotada por todos os municípios. Além disso, alerta a população para que todos completem o ciclo vacinal, importante para garantir maior proteção contra o coronavírus e amenizar os efeitos do vírus.

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Distribuição

Para reforçar a medida e conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção e combate à disseminação da Covid-19, a prefeitura da capital paulista começou na última segunda-feira a distribuir máscaras nos 32 terminais de ônibus da cidade, das 7h às 10h. A ação continua na próxima semana. Até o momento foram distribuídas mais de 350 mil máscaras.

Vacinação

Em seis terminais (Santo Amaro, Vila Nova Cachoeirinha, Sacomã, Parque D. Pedro, Itaquera e Pinheiros), a população pode se vacinar contra a covid-19, das 7h às 10h. A imunização pode ser feita a partir 3 anos de idade. Até a última quinta-feira (24), foram aplicadas 3.715 doses nesses locais.

A vacinação ainda está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas de segunda a sexta-feira e aos sábados, nas AMAs/UBSs Integradas, das 7h às 19h. Os endereços das unidades podem ser consultados na internet.

Internações

Segundo nota do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde divulgada na última quarta-feira (23), as internações por Covid-19 em leitos de enfermaria e UTI cresceram 156% e 97,5% nos últimos 14 dias, chegando a uma média diária de mais de 400 novas internações.

“A velocidade de aumento de internações (5% ao dia para pacientes em UTI e 7% por dia para pacientes em enfermarias) e taxas de ocupação de leitos de UTI (44% no estado de São Paulo e 59% na Região Metropolitana de São Paulo) é acentuada e começa a pressionar os sistemas de saúde público e privado”, diz a nota.

De acordo com o conselho, apesar do patamar alto na região metropolitana de São Paulo, observa-se aumento também nas regiões do interior e litoral do estado, inclusive com profissionais da saúde sendo afastados do trabalho por serem infectados com Covid-19.

O conselho alerta ainda para a circulação de diversas subvariantes da variante Ômicron, ainda com predominância da subvariante BA.5 e crescimento progressivo da casos relacionados à subvariante BQ1.

“As internações referem-se principalmente a pacientes mais idosos e/ou com comorbidades ou imunodeprimidos, mais vulneráveis a descompensações e complicações relacionadas à infecção pelo Sars-Cov-2, o que permite prever aumento de óbitos nas próximas semanas”, diz o conselho, em nota.

Segundo levantamento, há pelo menos 10 milhões de adultos que não tomaram a primeira dose de reforço e 7 milhões sem a segunda dose de reforço. Também é necessário aumentar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou, nesta quarta-feira (23), que é uma "imbecilidade" a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de obrigar o uso de máscaras contra a Covid-19 em aeroportos e aviões. A partir de sexta-feira (25), os passageiros terão de usar o equipamento de proteção nos terminais e nos voos.

Segundo a agência, o serviço de bordo não será proibido e os passageiros poderão tirar a máscara para comer ou mesmo ingerir líquidos em outros momentos do voo. A obrigação se aplica para todos os aeroportos brasileiros e também voos nacionais. No caso das viagens internacionais, a regra vale no apenas momento do embarque no Brasil e no desembarque de voo internacional em território brasileiro.

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Eduardo Bolsonaro informou a seus seguidores, no Twitter, que estava entrando com um Projeto de Decreto Legislativo "para sustar os efeitos desta imbecilidade vinda da Anvisa". "Convocação/convite de dirigentes da Anvisa para a Câmara ou mesmo moção de repúdio em câmaras estaduais e municipais estão no radar", afirmou.

Durante toda a pandemia, Jair Bolsonaro promoveu aglomerações e criticou o uso de máscaras para evitar a propagação da doença. O presidente também disse não ter se vacinado contra a doença. E dezembro do ano passado, Bolsonaro subiu o tom contra o equipamento de proteção durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. "Aqui é proibido usar máscara", disse na ocasião.

Decisão

O tema da máscara foi incluído na pauta de reunião da diretoria da Anvisa nesta terça-feira (22). O diretor Daniel Pereira, relator do processo, votou pelo reforço da recomendação ao equipamento e não pela volta da obrigação do uso. Mas acabou derrotado pelos demais quatro diretores da agência.

A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, nesta terça-feira (22), resolução que altera a RDC nº 456/2020, trazendo novas medidas para serem adotadas em aeroportos e aeronaves, em virtude do cenário epidemiológico da Covid-19 no país. A mudança se refere ao retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras nesses ambientes.  

Para subsidiar a avaliação do cenário epidemiológico, a Anvisa realizou reunião na segunda-feira (21), com especialistas no tema para debater acerca dos dados disponíveis. Na oportunidade, participaram representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia; Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass; Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conasems; Fundação Oswaldo Cruz; e Associação Brasileira de Saúde Coletiva; além dos epidemiologistas Carla Domingues e Wanderson Oliveira.

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Os participantes da reunião ressaltaram que os dados epidemiológicos demandam o retorno de medidas não farmacológicas de proteção, como o uso de máscaras, principalmente no transporte público, aeroportos e ambientes fechados/confinados.

Segundo o Diretor Alex Campos, que propôs a medida, “o uso de máscaras em ambientes de maior risco, pelas suas características de confinamento, circulação e aglomeração de pessoas, representa um ato de cidadania e de proteção à coletividade e objetiva mitigar o risco de transmissão e de contágio da doença”.

Entenda

O uso das máscaras estava previsto como recomendação desde agosto deste ano, principalmente para pessoas com sintomas gripais e para o público mais vulnerável, como imunocomprometidos, gestantes e idosos, de acordo com a Resolução RDC nº 456/2020.

O Diretor Daniel Pereira, relator da matéria, apresentou voto consubstanciado na posição da área técnica, sugerindo reforço na recomendação do uso de máscaras por viajantes.   

Contudo, diante dos dados epidemiológicos atuais, que indicam aumento no número de casos de Covid-19 na população brasileira, a Diretoria Colegiada entendeu ser necessária a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial em aeroportos e aeronaves, de modo a conter a disseminação da doença na população que utiliza esses ambientes seja para trabalho ou para locomoção.

O comportamento com características de sazonalidade da pandemia também foi considerado, uma vez que, nos últimos anos, observou-se no Brasil o aumento da transmissão do vírus nos meses de novembro a janeiro, quadro que pode ser ainda agravado com o esperado maior fluxo de viajantes que se deslocam pelos aeroportos para as férias escolares e festas de final de ano.

A Anvisa atuou, mais uma vez, dentro de suas competências legais, após robusta avaliação do cenário epidemiológico brasileiro e mundial, da observação do comportamento da pandemia nos últimos anos, da prospecção de dados relativos aos indicadores da pandemia e de estudos científicos, adaptando as regras atuais de forma proporcional ao risco para a saúde da população.

A Agência continuará atenta, avaliando e acompanhando os dados epidemiológicos, a fim de que as medidas possam ser revisitadas sempre que necessário, visando o cumprimento de sua missão na proteção da saúde das pessoas.

Novas regras

A nova resolução aprovada pela Anvisa dispõe que é obrigatório o uso de máscaras faciais no interior dos terminais aeroportuários, meios de transporte e outros estabelecimentos localizados na área aeroportuária.

Destaca-se que a norma proíbe a utilização de:

- máscaras de acrílico ou de plástico;

- máscaras dotadas de válvulas de expiração, incluindo as N95 e PFF2;

- lenços, bandanas de pano ou qualquer outro material que não seja caracterizado como máscara de proteção de uso profissional ou de uso não profissional;

- protetor facial (face shield) isoladamente;

- máscaras de proteção de uso não profissional confeccionadas com apenas uma camada ou que não observem os requisitos mínimos previstos na ABNT PR 1002 - Guia de requisitos básicos para métodos de ensaio, fabricação e uso.

De acordo com a resolução, as máscaras devem ser utilizadas ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca, minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias.

A obrigação do uso de máscaras será dispensada no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, bem como no caso de crianças com menos de 3 (três) anos de idade. Ademais, é permitido remover a máscara exclusivamente:

I - no interior das aeronaves para:

a) hidratação;

b) alimentação durante o serviço de bordo.

II - nas praças de alimentação ou áreas destinadas exclusivamente à realização de refeições dos terminais aeroportuários para:

a) hidratação;

b) alimentação.

III - nos demais ambientes dos terminais aeroportuários, para:

a) hidratação;

b) alimentação.

Por fim, a norma aprovada prevê que, nos veículos utilizados para deslocamento de viajantes para embarque ou desembarque em área remota deve-se assegurar que os viajantes e motoristas mantenham o uso obrigatório e adequado das máscaras faciais no interior do meio de transporte.

A Agência destaca que permanece mantida a possibilidade dos serviços de bordo em voos nacionais, conforme decisão adotada em 13/05/22, por meio da RDC nº 684/2022.

A Resolução entrará em vigor no dia 25 de novembro de 2022.

Da assessoria

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que grande parte das medidas de controle sanitário em portos e aeroportos em decorrência do novo coronavírus segue mantida, sendo restringidas ou ampliadas conforme o monitoramento da infecção. Nos portos de entrada brasileiros continua obrigatório, como requisito de ingresso no País, a apresentação do comprovante de vacinação ou, facultativamente, a apresentação de teste negativo para Covid-19. Nas últimas semanas, o números de casos vem crescendo no Brasil e no mundo, após o aparecimento de novas subvariantes da Ômicron.

O uso de máscaras deixou de ser obrigatório em 17 de agosto deste ano, mas não deixou de ser recomendado. "A Anvisa manteve a recomendação de uso desse equipamento de proteção individual como prevenção, especialmente para pessoas imunocomprometidas, idosos e gestantes. Continuam sendo veiculados avisos sonoros recomendando o uso de máscaras em aeronaves e embarcações", disse, em nota.

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Nas aeronaves e aeroportos continuam mantidos o desembarque por fileiras e os procedimentos de limpeza e desinfecção dos sistemas de climatização, além da disponibilização de álcool gel.

Nas embarcações de carga, as informações de saúde são monitoradas por meio da análise dos livros médicos de bordo. É mantida a quarentena para casos de variantes de preocupação (VOC) ou casos graves da doença, bem como o monitoramento de medidas de controle de surtos a bordo: contatos próximos devem obrigatoriamente usar máscara, ter seu estado de monitorado, realizar refeições em horário escalonado, não participar de atividades recreativas e ficar sem licença para descer em terra.

Nos cruzeiros, além do monitoramento das informações de saúde por meio da análise dos livros médicos de bordo, está mantido o isolamento de casos suspeitos e confirmados em cabines de isolamento. Os contatos próximos também ficam isolados e são submetidos a testagem diariamente.

Conforme a Anvisa, a legislação atual prevê medidas específicas de acordo com a quantidade de casos registrados nos cruzeiros. As embarcações que atingem nível 3 (até 2% dos viajantes contaminados), entre outras medidas, devem adotar quarentena em trabalho e suspender refeições self-service. No nível 4 (até 10% de contaminados) é necessário suspender as atividades recreativas a bordo, suspender passeios em terra e não conceder licença para a tripulação descer em terra.

Com mostrou o Estadão, universidades pelo País voltaram a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados, incluindo salas de aula. Já na rede hospitalar pública e privada, os principais hospitais mantêm o uso de máscara obrigatório em suas dependências.

O Governo de Pernambuco, por meio de comunicado divulgado sexta-feira (16), informou que a partir da segunda-feira (19), o uso de máscaras deixa de ser obrigatório para todas as unidades escolares, públicas ou privadas, do estado. A liberação foi realizada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), após uma avaliação realizada sobre o cenário epidemiológico do Covid-19. 

De acordo com as informações, o estado alcançou uma manutenção da queda nos indicadores da doença, além do fim do período sazonal de ocorrência de doenças respiratórias no estado. Assim, houve uma queda na ocorrência de casos graves, óbitos e da demanda por leitos de internação.

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Para o secretário da SES, André Longo, isso é resultado do avanço da vacinação que tem contribuído para manter os indicadores da doença sob controle.

Com avanço da vacinação contra covid-19, o uso da máscara foi flexibilizando no estado de Pernambuco, mas segue obrigatório em alguns lugares. No dia 5 de setembro, o estado tirou a obrigatoriedade do uso para estudantes e profissionais de educação do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental nas redes pública e privada.

Dessa forma, ainda é obrigatório o uso das máscaras em hospitais, clínicas e serviços de saúde, transporte público (ônibus, metrô e trens). 

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Nas escolas da rede pública e privada para estudantes do Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano e da Educação Infantil, ainda é obrigatório o uso das máscaras independentemente do status de vacinação da criança.

Após a flexibilização nas medidas de segurança contra a Covid-19, o país passa por um aumento no número de casos, considerado por especialistas como uma quarta onda. De acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país registrou aumento de 122% no número de casos, indo de 14 mil para 31 mil entre 20 de maio e 2 de junho.

Diante dessa realidade, alguns lugares estão retomando o uso das máscaras em locais fechados, como as universidades públicas do Rio de Janeiro, escolas em Mugi das Cruzes em São Paulo, além dos prédios do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), entre outros. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Pernambuco, não há uma estimativa dessa possível volta da obrigatoriedade do uso das máscaras em locais abertos e fechados no estado.

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LeiaJá escutou dois infectologistas que opinaram sobre a necessidade ou não da volta da obrigatoriedade do equipamento de proteção, como forma de controlar o aumento de casos da doença. Segundo o infectologista clínico e professor do curso de Medicina na Unisa, Marco Antônio Iazzetti, com a pandemia houve uma boa consciência sanitária da população em relação a higiene pessoal.

"Com relação ao uso das máscaras no cenário atual eu vejo o seguinte, não sei se a obrigatoriedade será retomada ou não, vai depender do que as autoridades sanitárias do país observarem. O que tenho percebido é que com a pandemia houve uma consciência muito boa da população em relação a sua higiene, etc. Além de tudo, temos que considerar a situação vacinal do nosso país, onde a imensa maioria da população está vacinada com mais de duas doses, sabemos a importância da vacina."

Por fim, o especialista afirmou que ainda é possível aguardar antes de determinar nova exigência de máscaras.. "Eu acho que no momento ela pode ser esperada, enquanto as autoridades avaliam os dados que estão sendo colhidos. Mas o mais importante é a consciência que a população adquiriu após a pandemia. Você pode observar que muita gente continua usando máscara em locais fechados, sem nenhum tipo de constrangimento e obrigatoriedade. Acho que isso é muito mais importante, conscientizar a população sobre a higiene, conscientizar sobre o uso das vacinas", finalizou.

Em contrapartida, a médica infectologista Marcela Vieira Freire acredita que é uma necessidade urgente a volta da obrigatoriedade das máscaras em ambientes fechados. "A interrupção do uso de máscara em ambientes fechados foi desaconselhado mesmo antes de termos esse último pico de casos porque as máscaras reduzem de forma drástica a transmissibilidade. Considero que é urgente a utilização de máscaras em ambientes fechados principalmente, além de transportes públicos, táxis, e transportes por App", enfatizou.

Em meio à escalada no número de casos de Covid-19, a França voltou a recomendar o uso de máscaras, mas evitou determinar obrigatoriedade para evitar um impacto no turismo. Segundo autoridades francesas, as internações por complicações do coronavírus subiram a quase mil por dia.

Porta-voz do governo, Olivia Gregoire disse que não há planos para reintroduzir regulamentações nacionais que limitem ou estabeleçam condições para reuniões em ambientes fechados e outras atividades. "O povo francês está cansado de restrições", disse ela na quarta-feira no canal BFMTV. "Estamos confiantes de que as pessoas se comportarão com responsabilidade", acrescentou.

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EUA

A incidência de infecções também está em alta nos Estados Unidos. O país registra cerca de 109 mil casos diários, mas a média de mortes (360) segue bem abaixo do pico registrado no auge da pandemia. Com informações da Associated Press.

A prefeitura de Belo Horizonte retomou a exigência do uso de máscara em ambientes fechados para conter o avanço da Covid-19 e de outras doenças respiratórias no município. A medida começa a valer nesta terça-feira (14) e vai até o dia 31 de julho. O decreto com as novas regras será publicado no Diário Oficial do Município.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras levou em consideração o aumento do número de contaminações por Covid-19. De acordo com dados do quantitativo acumulado em 14 dias, em 19 de maio, o número de novos casos era de 112,9 por 100 mil habitantes. Os dados mais recentes, de 8 de junho, são de 156 casos confirmados por 100 mil habitantes.

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A decisão de retomar a obrigatoriedade também levou em consideração o aumento da positividade de testes. Segundo a Secretaria de Saúde, na semana entre 1º e 7 de maio, foram feitos 6.531 exames, com taxa de positividade de 6%. Já entre o período de 29 de maio e 4 de junho, foram 20.964 testes, com 19% de positividade. Os exames foram realizados na rede própria do município.

"Nossos protocolos são revistos diariamente e alterados de acordo com os dados epidemiológicos, assistenciais e baseados em evidências científicas. Neste momento, entendemos que devemos voltar com a obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados", disse a secretária de Saúde, Cláudia Navarro, em entrevista coletiva na qual foi anunciada a decisão.

A secretária também reforçou a importância da vacinação, já que a cobertura vacinal para o público infantil ainda está abaixo do esperado, com 57,1% de imunizados com a segunda dose. “A adesão ainda não é satisfatória. Então pedimos que nos ajudem com a divulgação da importância da vacina”, afirmou.

O Ministério Público do Trabalho (MPT), em Pernambuco, restabeleceu a obrigatoriedade do uso da máscaras para ingresso e permanência nas unidades do órgão ministerial. Conforme o MPT, a medida foi tomada devido ao aumento do número de casos de Covid-19 no Estado, e já passa a valer a partir desta terça-feira (7).

A orientação é válida para o público interno, estagiários, membros, servidores e terceirizados, e o público externo na sede do MPT em Pernambuco, no Recife e Procadoruas do trabalho nos Municípios (PTMs), em Caruaru e em Petrolina. A máscara deve cobrir a boca e o nariz.

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O Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid de São Paulo se reuniu na tarde desta quarta, 1º, para debater o retorno das máscaras em locais fechados e decidiu seguir a recomendação do Estado de uso da proteção, sem obrigatoriedade. O grupo ampliou a sugestão para escolas públicas e privadas como forma de se evitar casos não apenas de covid, mas outros vírus respiratórios.

Vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, o grupo também recomendou que se intensifique a aplicação da dose de reforço da vacina contra o coronavírus na população em geral. Desde o início desta semana, adolescentes com 12 anos ou mais entraram no grupo alvo para a terceira dose da vacina.

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Ao apresentar o panorama atual de transmissão de covid na cidade, o comitê relatou que o total de testes com resultado positivo para a doença passou de 4% em 30 de abril para 18% em 30 de maio. O aumento de casos é notado, segundo o boletim, em crianças e adolescentes, assim como "surtos" em unidades escolares a partir da primeira semana de maio.

A secretaria, no entanto, considera que, em função da sazonalidade e do início do outono, já era esperado um aumento das infecções por vírus respiratórios.

A elevação de casos de Covid-19 no Brasil e o aumento de internações pediátricas por vírus respiratórios motivam especialistas a recomendarem a volta do uso de máscara nas escolas, mesmo em crianças pequenas. O uso da proteção facial só não foi obrigatório em nenhum momento para menores de dois anos, diante do risco de dificultar a respiração e de asfixia. Para os maiores, o uso é indicado, principalmente, em ambientes fechados.

A causa principal do aumento de internações são os vírus respiratórios - como o vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza (gripe), comuns nesta época, além da Covid-19. A diferença neste ano, dizem médicos, é que um número alto de bebês e crianças teve contato com esses vírus ao mesmo tempo, após dois anos de pandemia em que ficaram isoladas em casa.

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"A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que seja feito o uso de máscaras a partir dos 7 anos em relação ao novo coronavírus. No entanto, no Brasil temos tido boas experiências com crianças mesmo entre 2 e 3 anos. Mantendo a máscara bastante ajustada, sem problemas. Dentro das salas de aula, na medida do possível, é bom que as crianças usem as máscaras", opina Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

No caso das crianças, a melhor máscara é a que ela se sinta mais confortável. "O equipamento de proteção deve ficar bem ajustado ao rosto - cobrindo a boca e o nariz - para que não haja escape de ar pelas laterais. Em geral, máscaras cirúrgicas infantis com camada tripla são as mais indicadas. As máscaras de pano podem ser usadas, mas não são muito efetivas. Já as máscaras N95 não são indicadas, pois deixam as crianças desconfortáveis", acrescenta Renato Kfouri, pediatra, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

A pediatra e neonatologista Maria Cecília Correia Hyppolito concorda. "O uso de máscara protege não apenas contra o novo coronavírus, mas é válido para todas as infecções respiratórias como influenza", destacou a especialista.

Para Raquel Stucchi, infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o acessório deveria ser exigido até o fim da estação mais fria. "O uso de máscaras deveria ser obrigatório em ambientes fechados sem ventilação natural até, no mínimo, o fim do inverno", defende ela, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). A recomendação é de que a máscara seja trocada a cada três horas ou antes caso haja necessidade.

Por outro lado, especialistas também se preocupam com a exigência de máscaras nas salas de aula, enquanto outros ambientes continuam com livre circulação. Ao longo da pandemia, gestores foram criticados por priorizar a abertura de bares e academias em detrimento das escolas - o Brasil foi um dos países que mantiveram colégios fechados por mais tempo. Entre as preocupações de cientistas, estão as consequências cognitivas e para a saúde mental do crescimento e convívio das crianças sempre com a proteção no rosto, o que muda a forma de contato com o próximo.

Bebês e crianças menores de 5 anos devem usar máscara?

Para menores de 2 anos, a SBP alerta que as crianças não devem usar máscaras, porque a salivação intensa, as vias aéreas de pequeno calibre e a imaturidade motora elevam o risco de sufocação.

Entre os 2 e 5 anos, existe a necessidade de supervisão constante. Possivelmente, a criança se sentirá incomodada com a necessidade de ajustes frequentes. É indicado avaliar individualmente a possibilidade do uso, conforme o grau de maturidade de cada criança.

Crianças com mais de 5 anos devem usar máscara?

Dos 6 aos 10 anos, as recomendações são as mesmas daquelas dadas para crianças entre 2 e 5 anos. Por volta dos 12 anos, já é possível compreender todas as instruções necessárias para o uso, retirada, higienização e descarte correto das máscaras.

Crianças autistas ou com necessidades especiais devem usar máscara?

A SBP esclarece ainda que as crianças e adolescentes que apresentam atrasos no desenvolvimento e condições específicas, como Transtorno do Espectro Autista (TEA), deficiência intelectual e transtornos do comportamento, podem ter mais resistência ao uso da máscara. Nestes casos, vale tentar um treinamento e avaliar a adesão, de acordo com a resposta individual.

Caso a criança tenha qualquer fator de risco para covid-19 ou para doenças respiratórias (asma ou bronquiolite prévia), é importante que o pediatra seja consultado sobre as principais orientações em momentos de pico da doença.

De quanto em quanto tempo a máscara deve ser trocada?

A recomendação é de que a máscara seja trocada a cada três horas ou antes caso haja necessidade.

Quais são os sintomas de covid-19 e de gripe comum que exigem alerta?

Os sintomas são tosse seca, febre, coriza, dor de garganta, dor abdominal e diarreia. Em caso de agravamento, é importante procurar auxílio médico, seja por telemedicina ou presencialmente.

Quais são as outras medidas de prevenção?

Além do uso de máscara acima de 2 anos, é importante reforçar que as medidas anteriores continuam sendo fundamentais para evitar a proliferação da doença. Salas de aula bem ventiladas, atividades ao ar livre, higiene das mãos constantemente, distanciamento social e professores e alunos (acima de 5 anos) vacinados são os cuidados que devem ser mantidos. Já a imunização da gripe, é recomendada a partir dos seis meses de idade.

O aumento no número de casos e mortes de Covid-19 e a queda no ritmo de vacinação estão levando municípios a retomarem a atenção com a pandemia. Muitos estão recomendando a volta do uso de máscara em locais fechados, como Londrina (PR), Petrópolis (RJ) e Poços de Caldas (MG), enquanto outros, como Belo Horizonte, cogitam retomar a obrigatoriedade da proteção individual.

O Brasil registrou 115 novas mortes pela Covid-19 na quinta-feira (19). A média móvel de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, está em 113. O índice permanece acima de 100 pelo sexto dia consecutivo.

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Em Belo Horizonte, duas escolas particulares anunciaram na quinta-feira a suspensão temporária das aulas presenciais em algumas turmas após confirmação de casos de Covid-19. São elas os colégios Santo Agostinho e Sagrado Coração de Jesus, ambos na região centro-sul da capital mineira. As atividades seguirão em formato online nas duas turmas de cada instituição até que se completem os dias necessários para o retorno seguro de todos os estudantes.

Segundo protocolo da Prefeitura de BH, caso ao menos 10% dos alunos de uma mesma turma testem positivo, as atividades presenciais precisam ser suspensas por 10 dias corridos. Na quarta-feira (18), a prefeitura divulgou comunicado alertando para a possibilidade de voltar a exigir máscara em locais fechados, apenas 20 dias após seu uso ter sido declarado opcional. O motivo é o aumento do número de casos na cidade.

O último boletim da cidade, divulgado dia 17 de maio, mostra aumento de 18% nos novos casos do novo coronavírus em sete dias. A incidência por 100 mil habitantes subiu de 38,3 para 45,1 no último domingo, 15.

O médico infectologista Unaí Tupinambás, integrante do extinto Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, diz que a liberação do uso de máscaras pela prefeitura foi precoce. "A gente que está na linha de frente percebeu que não era hora de abrir mão de máscara. Nossa proposta era manter a obrigatoriedade em locais fechados. Houve uma pressa de abolir tudo, as pessoas estavam cansadas, mas o que ocorria em outros países indicava que ainda não era hora de relaxar", afirmou o médico ao Estadão.

Ele defende que, neste momento em que as temperaturas caem, as novas variantes do coronavírus avançam e a vacinação de crianças e adolescentes está muito abaixo do ideal, as prefeituras de Belo Horizonte e de outras cidades repensem a forma atual de enfrentamento da Covid-19. "Os testes diminuíram, o número de casos está subnotificado e vacinação de crianças está em ritmo lento", alerta. "Tudo conspira para piorar a situação", afirma Tupinambás.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que, "caso seja necessário e com base em dados epidemiológicos e evidências científicas, medidas serão prontamente adotadas, inclusive com revisão dos protocolos sanitários e retorno da obrigatoriedade das máscaras". Mas que, no momento, não há indicação de alteração nas medidas implantadas.

No Rio Grande do Sul, o governo emitiu na quarta-feira avisos para todas as 21 regiões do Estado em razão do aumento de casos de Covid-19. Segundo o Grupo de Trabalho da Saúde, a incidência de casos quase dobrou, passando de 113,7 a cada 100 mil habitantes para 223,2 entre 7 e 17 de maio. O aviso é o primeiro nível do Sistema de Monitoramento do Estado. Depois, cada região precisa adotar planos de ação contra a pandemia. Há nove semanas, não havia nenhuma emissão de aviso no Rio Grande do Sul.

Cobertura vacinal em ritmo lento

Divulgada na quinta-feira, a nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz reforça a preocupação com a estagnação do crescimento da cobertura vacinal na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura da terceira dose. A análise aponta que, na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%.

No entanto, em relação às faixas etárias, os dados mostram que a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória. Nas crianças entre 5 e 11 anos, 60% tomaram a primeira dose e apenas 32% estão com esquema vacinal completo. Em relação à terceira dose, nas faixas etárias acima de 65 anos, a cobertura está acima de 80%. A quarta dose dos imunizantes foi aplicada em 17% da população com mais de 80 anos.

"O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente", alertam os pesquisadores.

Após a flexibilização na obrigatoriedade no uso de máscaras contra a Covid-19 no Brasil, houve uma grande queda na sua produção. No início da pandemia os locais de venda, tais como farmácias e lojas não conseguiam dar conta da grande procura pelo produto de segurança.

A artesã Iraneide Ferreira, contou que com a pandemia passou a produzir e vender máscaras, mas desde o início deste ano notou uma baixa procura, tendo em vista que em 2020 e 2021 produzia em média 80 máscara por dia. "Antes não dava conta da quantidade de máscaras que as pessoas pediam por encomenda para mim. A procura por máscaras de tecido era muito alta quando era obrigatório o uso nos lugares. Agora as pessoas não procuram tanto, as vendas de máscaras estão bem baixas", explicou.

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Em relação ao valor, Iraneide informou que no início vendia as máscaras de adulto por R$ 4, e devido ao aumento no valor do tecido precisou aumentar para R$ 6. Porém com o cenário atual, o preço baixou para R$ 5 para adultos, e R$ 4 as infantis.

*Farmácias e Supermercados *

Outro principal ponto de venda de máscaras nessa pandemia foram as farmácias, nelas eram vendidas principalmente as descartáveis. O valor de um pacote com 50 máscaras descartáveis comuns no início da pandemia, na farmácia Independente, localizada na avenida Caxangá, chegou custar R$ 50. Hoje, com essa baixa demanda o mesmo pacote está custando R$ 20.

Por fim, no supermercado Carrefour, localizado no bairro de Boa viagem, um pacote com 20 unidades da máscara dupla proteção, chegou a custar R$ 20, na última quarta-feira (20). O valor anterior era de R$ 54,99.

O Governo de Pernambuco retirou a obrigatoridade do uso de máscaras em ambientes fechados. A medida começa a valer a partir desta quarta-feira (20). Apesar disso, o objeto de proteção segue exigido para escolas, assim como transportes coletivos e unidades de saúde, de acordo com a gestão estadual.

A medida tem em vista os indicadores da pandemia em queda no Estado. “Também na semana passada atingimos o patamar de 80% da população vacinada com duas doses ou dose única, e mais de 80% dos maiores de 60 anos de idade havia tomado a dose de reforço. Esses números nos dão condições de avançar mais um passo no nosso Plano de Convivência com a Covid”, explicou Paulo Câmara.

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Nesta terça (29), o secretários de Saúde André Longo, e a secretária executiva de Desenvolvimento Econômico, Sidia Haiut, reuniram a imprensa no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado de Pernambuco, para detalhar o novo decreto que retira a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos em todo o estado. No primeiro dia da liberação, os secretários frisaram a importância de haver uma “responsabilidade sanitária” por parte da população e a recomendação do uso do equipamento de segurança em determinadas situações para que o cenário epidemiológico continue evoluindo favoravelmente.

De acordo com as novas determinações do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 em Pernambuco, o uso de máscaras em ambientes abertos está liberado a partir desta terça (29). Além disso, volta a ser permitida a realização de eventos com 100% do público, incluindo shows, festas e estádios de futebol. A apresentação do passaporte vacinal nos estabelecimentos e eventos permanece mantida.

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Cenário favorável

Segundo o secretário de Saúde André Longo, este é o “momento de menor circulação viral desde o início da pandemia” em Pernambuco. Aliado a isso, o aumento da cobertura vacinal também possibilitou as novas medidas, porém, o estado ainda conta com uma quantidade grande de pessoas que não completaram o esquema vacinal ou não receberam suas doses de reforço.

“Mesmo com esse cenário positivo a situação pode ser ainda melhor se conseguirmos avançar ainda mais na imunização. Ainda há cerca de 540 mil pessoas com a segunda dose em atraso e 650 mil pessoas estão atrasadas no reforço”. De acordo com Longo, apenas 31 cidades pernambucanas conseguiram cobertura acima de 60% no reforço dos imunizantes.

A secretária executiva de Desenvolvimento Econômico, Sidia Haiut, ressaltou também que a desobrigação do uso das máscaras não deve significar o total abandono deste equipamento de segurança.

“É importante dizer que as pessoas devem sair de casa com suas máscaras uma vez que elas vão se deparar com ambientes fechados onde o uso é obrigatório. Vamos avaliar como serão esses dias para que a gente não precise ter nenhum outro tipo de restrição”, disse.

Longo observou que a decisão foi embasada em recente determinação da Sociedade Brasileira de Infectologia que prega ser segura a circulação em ambientes abertos sem o uso da máscara. No entanto, o secretário frisa a importância de uma conscientização da população no sentido de identificar eventuais situações de risco.

"Não existe mais a obrigatoriedade de lei mas existe o comportamento individual de responsabilidade sanitária. O decreto fala na retirada da obrigatoriedade da máscara em ambientes abertos, públicos ou privados, mas a gente ainda recomenda o uso em situações especiais principalmente das pessoas mais vulneráveis - idosos e imunossuprimidos -, e as que ainda não completaram o ciclo vacinal".

Sendo assim, em locais abertos com tendência a aglomeração, como terminais rodoviários de embarque e desembarque, e até mesmo nas escolas, a recomendação do uso de máscaras continua.

“A escola é o principal ambiente de educação sanitária, tem que ter esse estímulo para crianças e adolescentes. É recomendável especialmente porque a gente ainda não tem uma cobertura vacinal completa para essas faixas etárias. A máscara continua sendo muito importante como barreira de proteção. A gente tirou a obrigatoriedade mas não retirou a recomendação sanitária”, completou Longo.

Eventos

Apesar da liberação do quantitativo de público em eventos, o secretário André Longo deixou claro não haver ainda a possibilidade da realização de festas de maior porte, como o Carnaval e o São João, mesmo em ambientes abertos. Segundo ele, o cenário continua a ser monitorado, sobretudo na questão da cobertura vacinal, que ainda não atingiu o patamar ideal, algo em torno de 90%. 

De acordo com o secretário, apenas um cenário como esse, mais a baixa circulação viral no Estado, poderia possibilitar algo nesse sentido, bem como a liberação do uso das máscaras também por completo.

"Nós estamos ainda defendendo que eventos públicos são possíveis, mas desde que haja controle de acesso limitada à obrigatoriedade do passaporte vacinal, isso é diferente de eventos que você não tenha condição de fazer a aferição vacinal. Nós ainda consideramos precipitado falar em eventos públicos sem controle, para grandes manifestações ainda não é o momento ideal. Precisamos evoluir ainda mais especialmente na vacinação e sobretudo no público mais vulnerável. Nesse momento achamos precipitado bem como tirar a máscara em ambiente fechado”.

Um dos principais nomes da linha de frente da luta contra a pandemia da Covid-19 no Brasil, a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, disse que está muito preocupada com a decisão de muitas cidades, entre elas São Paulo e Rio, de suspender a obrigatoriedade do uso da máscara. "Acho que essas medidas foram precipitadas", afirma.

Autora do estudo definitivo sobre a ineficácia da cloroquina e responsável pela testagem de outros dois remédios contra a Covid-19 (que já se revelaram eficazes), ela afirma que esta, definitivamente, não será a última epidemia enfrentada pela geração atual, sobretudo diante do desequilíbrio ecológico e das mudanças climáticas do planeta. "Se você me perguntar do que eu tenho medo, como acho que a vida no planeta vai acabar, eu não citaria bomba atômica ou um meteorito. Diria que tende a acabar com epidemias, sobretudo agora com o homem favorecendo ecologicamente o surgimento de novas doenças", sentencia.

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A seguir, confira a entrevista que Margareth Dalcolmo concedeu ao jornal O Estado de S. Paulo.

Muitas capitais, como Rio e São Paulo, já aboliram o uso de máscaras mesmo em espaços fechados. A senhora acha que essa decisão foi precipitada?

Estou muito preocupada com esse afã muito precipitado de tomar medidas administrativas e comportamentais, como retirar a exigência do uso de máscaras em ambientes fechados. Considero um erro. Não é hora de tirar máscara em ambiente fechado. Essa é outra discussão com a qual não deveríamos estar perdendo tempo. A prioridade agora é vacinar criança, convencer os pais da importância da vacina.

Estamos caminhando para o fim da pandemia?

Olha, eu não sei, diante do que está acontecendo na China e também na Coreia do Sul. A Coreia do Sul distribui máscaras de boa qualidade para todo mundo e testava muito, até no sinal de trânsito. Mas o que aconteceu foi que eles relaxaram. Vacinaram muito pouco. Até 80% da população idosa não foi vacinada.

E no Brasil? O que podemos esperar?

Até este momento, nada indica que teremos uma nova onda, mas podemos ser surpreendidos. Temos de esperar mais umas duas semanas para ver como vai se comportar essa disseminação na Ásia. Enquanto isso, precisamos resgatar as pessoas que não tomaram ainda a terceira dose. Outra situação que nos preocupa é a baixa taxa de vacinação pediátrica, que decorre desse temor que foi passado à população pela retórica oficial. Outra coisa que defendo é o autoteste, acho importante. E não devemos perder tempo com essa discussão sobre se já estamos em uma endemia ou não. Isso é uma bobagem. Quem declara isso é a Organização Mundial de Saúde (OMS). Sabemos que o Sars-CoV-2 não vai desaparecer, vai guardar certa endemicidade.

E o que há para dizer dos novos medicamentos?

Precisamos aprovar os medicamentos para tratar a doença. Estou conduzindo dois ensaios clínicos de fase 3, mas precisamos ainda de aprovação para progredir e da nacionalização. Esses medicamentos (para formas leves da doença) ainda são muito caros para a nossa realidade. São US$ 600 por cinco dias de tratamento oral. Os resultados são excelentes, tanto do Molnupiravir, da Merck, quanto do Favipiravir, da Fugi. O melhor de todos é o Paxlovid, da Pfizer, que tem a maior taxa de efetividade, 80%, mas também não tem registro por aqui ainda. Outra coisa importante é a aprovação dos medicamentos imunorreguladores para casos graves, de pacientes internados, também sendo testados no Brasil.

A senhora acha que a quarta dose da vacina é realmente necessária? E daqui para frente, vamos ter de nos vacinar todos os anos?

Sim, a quarta dose é uma indicação. A diferença, em termos de proteção, é muito grande. A doença começa a ir se estiolando, se tornando endêmica. Eventualmente teremos um surto aqui, um cluster ali, mas dificilmente um comportamento epidêmico mais amplo. Sobre a vacinação anual, não creio que precisaremos tomar mais vezes. Eu particularmente acho que não.

Dois anos depois, que balanço faz da pandemia?

Desde o início duas coisas chocaram, para bem e para mal: a enorme capacidade de resposta da comunidade científica brasileira e a tensão muito grande entre a retórica da comunidade acadêmica e os discursos oficiais. A retórica oficial foi muito nociva ao País, querendo emprenhar, digamos assim, conceitos como a defesa de medicamentos não eficazes, diante de uma população amedrontada, angustiada e empobrecida. Por outro lado, hoje, somos o 11.º País do mundo em número de publicações científicas sobre a Covid-19. Isso é muita coisa.

O Brasil sempre foi um caso de sucesso no que diz respeito à imunização infantil, o que mudou?

O governo tem feito um desserviço enorme no sentido de desacreditar aquilo em que a população brasileira sempre acreditou tanto, a imunização.

Se for o caso de enfrentarmos uma nova onda da doença, estamos preparados em vacinas?

Sim, o Brasil hoje é autônomo na produção de vacinas. A Fiocruz é capaz de produzir de 25 a 30 milhões de doses por mês, se tivermos uma nova onda.

O Brasil, em mortos pela covid, perde apenas para os Estados Unidos. A que a senhora atribui esse desempenho tão ruim?

Tem muita coisa positiva também, estamos com 80% da população vacinada. Mas isso tudo poderia ter sido alcançado com menos tensão, menos problema, sem necessidade de CPI. Poderíamos ter trabalhado de maneira mais harmônica e mais eficiente. Poderíamos ter começado a vacinar mais cedo, ter uma retórica hegemônica, não termos de ir para a televisão desconstruir informações erradas sobre vacina, cloroquina, ivermectina, todos esses medicamentos inúteis. Quem ganhou com tudo isso?

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