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Coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) e vereador de São Paulo, Fernando Holiday (DEM) fez mea-culpa e disse que o grupo, durante sua trajetória, “destruiu reputações” e “prejudicou o debate público” quando “demonizou muito seus adversários”. As ponderações foram feitas ao explicar o que seria a nova roupagem do movimento: o “MBL 3.0”. 

Holiday fez um panorama das fases já vividas pelo MBL e disse que em 2016,  quando viveram a etapa 2.0, foi o momento em que eles cometeram “os principais erros” e fazem “as principais autocríticas”.

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“Foi o momento em que a gente demonizou muito os nossos adversários. Quer dizer, toda e qualquer figura que não se identificasse como direita, liberal ou conservador, a gente atacava como pessoas incapazes de dialogar”, reconheceu, em entrevista ao LeiaJá.

“A gente demonizou muito a imprensa e destruiu algumas reputações, por mais que não fosse proposital. O modo como a gente simplificou o debate público no maniqueísmo entre o bem e o mal, isso prejudicou muito o debate público e favoreceu o crescimento, principalmente, de uma direita radical”, acrescentou. 

Neste sentido, Holiday alega que o “MBL 3.0 é para fazer autocrítica e tentar agora ter um diálogo maior com quem pensa diferente”. “Acreditamos que é possível debater de forma civilizada, a ideia é chamar para o ambiente nosso [como o Congresso Nacional no fim do ano] figuras que discordam da gente, de esquerda, e debater com essas pessoas sem hostilidade e baixaria”, detalhou o vereador. 

MBL estudantil - Fernando Holiday também deu detalhes sobre as intenções do MBL estudantil que, segundo ele, ainda não atingiu as universidades, mas já se faz presente nas escolas. “A ideia é começar a criar esse ambiente de debate no ensino médio. Isso vai fazer com que tenhamos uma geração com maior conscientização política, quer seja de acordo com nosso posicionamento ou não”, disse.

O Movimento Brasil Livre (MBL) não deve ter candidatos oficiais nas eleições municipais de 2020. É o que foi afirmado pelas lideranças nacionais do grupo, neste sábado (21), durante o primeiro congresso do MBL em Pernambuco que aconteceu no Centro de Convenções, em Olinda. 

Durante o evento, eles debateram a nova roupagem da entidade, chamada de ‘MBL 3.0’, que define a diretriz de não encabeçar candidaturas, mas isso não impede que membros do movimento postulem cargos públicos. Além disso, também abordaram em diferentes rodas de discussão o cenário político nacional e local, a difusão de fake news e os meios de fiscalização e combate à corrupção. 

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De acordo com o vereador de São Paulo, Fernando Holiday, “a ideia é que o movimento não tenha nenhum candidato e os nossos coordenadores, se forem candidatos, deixem a coordenação e continuem sendo membros”. “O foco do movimento não vai ser mais eleger o máximo de pessoas possíveis, como em 2016. O nosso intuito agora é qualificar o debate interno, nas comunidades e universidades e deixar o eleitoral, pelo menos por enquanto, de lado”, salientou, em entrevista ao LeiaJá

Holiday explicou o que seria, na prática, o ‘MBL 3.0’ e relembrou fases anteriores do movimento, fazendo autocríticas e ponderando a necessidade de mudanças.  “O [MBL] 1.0 foi a fase em que fizemos as primeiras manifestações pelo impeachment da Dilma, com uma agenda muito específica que era a derrubada do governo; o 2.0 é quando a gente passa a ter candidatos, nas eleições de 2016, e é aí onde a gente cometeu os principais erros e faz as principais autocríticas”, disse. 

“O MBL 3.0 é para fazer autocrítica e tentar agora ter um diálogo maior com quem pensa diferente. Acreditamos que é possível debater de forma civilizada, a ideia é chamar para ambiente nosso [como o Congresso Nacional no fim do ano] figuras que discordam da gente, de esquerda, e debater com essas pessoas sem hostilidade e baixaria”, emendou o vereador. 

Para o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), o momento agora é para “estruturar o movimento, estimular a resolução de problemas locais da comunidade, de gente que não se interessa por política, mas busca canais para solucionar os problemas públicos ou mesmo ações sociais”. 

Além dos dois, o deputado estadual de São Paulo, Arthur Mamãefalei (DEM), o coordenador nacional do MBL, Renan Santos, e os líderes do movimento em Pernambuco, Pedro Jácome e Rodrigo Ambrósio, participaram dos debates. O evento, que se estende até às 17h, será finalizado com a exibição do documentário “Não Vai Ter Golpe”, que mostra o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a partir de uma visão do grupo. O MBL, inclusive, tentou passar o filme hoje em salas de cinema do Recife, mas não obteve êxito. 

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Em Pernambuco, de acordo com Rodrigo Ambrósio, o MBL tem cerca de 200 membros - o mesmo número de pessoas que segundo ele se inscreveram para o Congresso, que também contou com pessoas de outros estados, como Paraíba - e está organizado em diversas cidades, principalmente, no Recife, Caruaru, Petrolina e Garanhuns.

Ambrósio também afirmou que o encontro de hoje serviu para “iniciar o debate municipal, com lideranças da oposição; explicar as mudanças que o movimento está passando interna e externa; além nosso posicionamento diante do posicionamento do governo Bolsonaro”. O MBL surgiu em 2014 e tomou corpo com o início da campanha pelo impeachment de Dilma.

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