Tópicos | Mestre Anderson Miguel

A segunda temporada do Projeto Noite dos Mestres do Apito chega ao fim nesta sexta (23), trazendo apresentações de dois dos maiores nomes da nova geração de mestres da Mata Norte. Sobem ao palco virtual do evento o Mestre Anderson Miguel e Mestre Bi, que vão promover um duelo de loas, versos e poesias de improviso. A transmissão acontece na internet e começa às 16h. 

Com o objetivo de valorizar as tradições do maracatu rural, manifestação reconhecida como patrimônio imaterial do Brasil pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival encerra sua segunda temporada com dois dos nomes de maior expressão da nova geração de mestres. Juntos, Mestre Anderson Miguel, do Maracatu Águia Misteriosa de Nazaré da Mata, e Mestre Bi, do Maracatu Estrela Brilhante de Nazaré da Mata, vão ‘duelar’, apresentando loas e poesias da cultura popular. 

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Por conta dos protocolos impostos pela pandemia do novo coronavírus, o festival, que teve sua primeira edição realizada em 2019, migrou para o meio digital e tem sido apresentado pelo YouTube, Facebook e pelo blog Giro da Mata Norte. A apresentação desta sexta (23) começa às 16h e o acesso é gratuito. 

 

Neste domingo (14), Nazaré da Mata, cidade a 60 Km do Recife (PE), conhecida como a Capital do Maracatu Rural, amanheceu silenciosa. Assim como nas demais localidades com forte tradição carnavalesca, o vazio das ruas era o retrato de 2021: o ano em que a pandemia do novo coronavírus nos 'roubou' o Carnaval.

Tal silêncio, no entanto, foi quebrado momentaneamente por um caboclo solitário que, devidamente caracterizado, deu um pequeno passeio pela cidade para manter viva a tradição. Assim como ele, alguns outros brincantes da manifestação, em cidades como Araçoiaba e Condado, vestiram suas fantasias para marcar a data e manterem viva sua tradição. 

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Em Nazaré, a iniciativa foi de Anderson Miguel, mestre de apito do Maracatu Águia Misteriosa e um dos mais importantes mestres da nova geração do baque solto. Para marcar o Carnaval 2021, o mestre deixou a bengala de lado, vestiu-se de caboclo e saiu para um passeio solitário pela cidade. "Sozinho, sem aglomerar; o caboclo, ele é um herói. Eu fico sem meu Carnaval não, podem me prender", disse.

O 'mestre-caboclo' fazia referência à proibição expressa do Governo do Estado à qualquer manifestação carnavalesca, em virtude da pandemia. Representantes do Ministério Público chegaram a visitar a sede do Águia Misteriosa para orientar sobre as restrições que, caso descumpridas, resultariam em multa ao maracatu.

De máscara e sozinho, Mestre Anderson fez um pequeno percurso para deixar marcado o Carnaval 2021. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Antes da saída de Anderson, o estandarte da agremiação foi posto do lado de fora da sede, como forma de marcar o momento. Para o presidente do Águia Misteriosa, Vicente Manoel da Silva, a dor de passar um ano sem Carnaval - o primeiro em 50 dedicados à festa -, mal podia ser colocada em palavras: "É muito difícil", limitou-se a dizer.

A preparação para o passeio foi cuidadosa, com direito a banho de limpeza, para proteger contra más energias, uma tradição do brinquedo. O banho foi preparado por Dona Maria Célia, filha do fundador da agremiação, Seu Zé Rufino, e esposa de Vicente. Ela se dedica ao maracatu desde os 10 anos de idade e nunca tinha visto um Carnaval como esse. Emocionada, ela chorou ao ver Anderson fazer as primeiras manobras, já na rua.

Dona Célia registrou a saída de Anderson e chorou, emocionada. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

No seu trajeto solitário, o caboclo percorreu cerca de 1,6 km. A passagem de Anderson, que precisou trocar o cravo que se leva na boca, segundo a tradição da manifestação, pela máscara de proteção, chamou a atenção dos moradores que acenavam das janelas e portões das casas. O passeio terminou em frente à catedral da cidade, localizada na Praça Papa João XXIII, onde ele fez seus últimos movimentos.

De volta à sede do Águia, Seu Vicente o recebeu com os olhos marejados e um sorriso de alento no rosto. "Um (caboclo) conta por todos, né?", disse em tom de comemoração. Para Anderson, a sensação foi de ter cumprido uma missão: "Nazaré da Mata é a terra do maracatu, não é um vírus que vai parar nossa tradição. Foi tudo muito certinho, seguindo os protocolos; eu posso dizer que eu brinquei o Carnaval, com a esperança de dias melhores".

Na praça, o caboclo higienizou as mãos com álcool. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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#CabocloNaRua

Assim como o mestre Anderson, outros folgazões do maracatu rural, como são chamados os brincantes, fizeram questão de deixar marcado o Carnaval de 2021. Espalhados pelas cidades de Nazaré, Araçoiaba,Condado e também na Região Metropolitana do Recife, os caboclos vestiram suas indumentárias e registraram a resistência de sua tradição. Paramentados com a máscara de proteção, eles compartilharam pela internet as imagens de suas evoluções acompanhadas pela hashtag #CabocloNaRua. 

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Garanhuns - O frio que está tomando conta da cidade não serviu de desculpa para intimidar as pessoas que escolheram curtir as atrações desta sexta-feira (19) do Som na Rural, dentro da programação da 29ª edição do FIG. Estacionada na Praça Euclides Dourado, o famoso veículo psicodélico de Roger de Renor reune grandes nomes da música pernambucana até o dia 27 de julho, último dia do festival.

Para a abertura, Cibele do Cavaco recebeu a tarefa de animar o público. Em seguida, foi a vez de Mestre Anderson Miguel não deixar ninguém parado. Apresentando canções do disco “Sonorosa”, lançado em 2018, o artista declarou que tocar no Som na Rural lhe proporciona satisfação, principalmente pela reunião cultural que o projeto capitaneado por Roger de Renor e Nilton Pereira proporciona.

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“É uma alegria muito grande cantar mais uma vez no Som na Rural, especialmente aqui no FIG. Encontrar a casa cheia e presenciar pessoas se divertindo com o nosso repertório é, de fato, incrível”, pontua o cantor de Nazaré da Mata. Segundo Roger de Renor, a expectativa para a edição 2019 do Festival de Inverno de Garanhuns está a todo vapor. “Está tudo ‘massa’. Temos um público cativo. Estamos agora em um lugar com mais visibilidade. Todos os dias iremos ter atrações que fazem parte do conceito da nossa Rural. Vai ser uma edição sensacional”, disse.

Contando com a participação do DJ 'Evandro Q?', durante os intervalos, o Som na Rural terá ainda esta noite os shows de Edmilson do Pífano e Samico. Logo mais no Palco Mestre Dominguinhos, principal polo do FIG, haverá apresentações de Elba Ramalho e tributos a Biu Roque, além de Jackson do Pandeiro, homenageado desta edição.

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