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A empresa de bebidas Ambev abriu inscrições para o curso de capacitação para mulheres que trabalham com alimentação no Recife, em Pernambuco, e em São Luís no Maranhão. O curso é gratuito e as inscrições podem ser feitas através do site do Bora Empreender com Comida.

O programa Bora Empreender com Comida é um projeto de parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME) que procura capacitar duas mil mulheres de pequenas e microempresas no Recife e em São Luís. O projeto dará prioridade a mulheres negras e que moram em comunidades.

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Entre as duas mil mulheres esperadas, 100 delas serão escolhidas para ter mentorias de aceleração de carreiras e 40 terão acesso a recursos financeiros e acompanhamento para o negócio. O curso também dará espaço para que as mulheres empreendedoras façam conexões com negócios locais e rede da Ambev.

A Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), realizará, na próxima segunda-feira (5), a partir das 10h, um evento on-line em comemoração ao Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. Gratuito, o evento contará com a participação do senador Jorginho Mello, presidente da Frente; do presidente do Sebrae, Carlos Melles; e do Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa.

Dentre as temáticas, eles debaterão questões como o Pronampe, o impacto da reforma tributária nos pequenos negócios e a importância da micro e pequena empresa para a retomada da economia do País, frente à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. À tarde, o Sebrae promove, também como parte da celebração, o Webinar sobre “Horizonte pós-pandemia para os pequenos negócios”, às 17h, entre outras atividades. Quem deseja participar pode se inscrever através do site Sympla.

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O governo federal lançou, nesta quinta-feira (26), o programa Bem Mais Simples e o Sistema Nacional de Baixa Integrada de Empresas. O objetivo é diminuir a burocracia para a abertura e fechamento de empresas no país e agilizar os procedimentos através, inclusive, da informatização, para alavancar o ambiente de negócios no Brasil.

O programa nacional de desburocratização, elaborado pela secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE), prevê a baixa automática de empresas em todo o País, por meio do Portal Empresa Simples. O serviço já está disponível.

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“Com esse sistema, a baixa do CNPJ passa a ocorrer na hora”, informou a presidente Dilma Rousseff, durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. “Nós estamos dando tratamento digno e respeitoso ao cidadão. Eles têm a obrigação de pagar os impostos e cumprir certas normas. E nós temos a obrigação de simplificá-las, tornando mais ágil possível”, sustentou.

De acordo com o ministro Guilherme Afif Domingos, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, a meta do governo é de que até junho a abertura das empresas também seja simplificada, para ser realizada em cinco dias úteis. Atualmente, o processo demora, em média, 83 dias e exige a apresentação de mais de 20 documentos.

"O mais importante é que a simplicidade está ligada a agilidade, fundamento indispensável para um país competitivo", frisou Afif. O projeto piloto foi implantado em Brasília, no âmbito de 1500 empresas, desde o início do ano. "Agora iremos levar para todo o país", comemorou.

Mercado

O cenário para as micro e pequenas empresas começou a mudar em 2007, com a sanção da Lei Geral que, entre outras medidas, instituiu o Simples Nacional, regime tributário diferenciado, simplificado e compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às MPEs.

De lá para cá, o aperfeiçoamento da legislação e tributação do setor permitiu um crescimento de 236% no número de empresas e micro empreendedores individuais que optaram pelo Simples Nacional. Neste ano, o número chegou a 502.692.

O setor também mostra resistência à crise econômica. Enquanto, entre 2013 e 2014, a arrecadação geral caiu 1,9%, o contexto do Simples apresentou crescimento de 14,03%. Entre 2011 e 2014, as micro e pequenas empresas geraram 3.547.428 empregos diretos, enquanto os médios e grandes empreendimentos extinguiram 263.325 vagas. “Isso mostra o peso que o pequeno negócio tem na nossa economia”, salientou o ministro.

A redução da burocracia para pequenas e médias empresas foi uma das promessas de campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

O diretor técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, disse nesta segunda-feira (17) que o serviço de liberação do sistema bancário brasileiro evoluiu sistematicamente ao longo dos últimos cinco anos. De acordo com pesquisa feita em agosto e setembro com 1.500 empresas do universo de pequenos negócios no Brasil, os bancos liberaram os recursos de financiamentos em no máximo 7 dias para 70% dos pesquisados. "Isso é muito importante porque se o empréstimo demora para sair o empresário perde o negócio e depois vem a dívida", disse Santos.

Para 55% dos entrevistados, de forma geral o financiamento bancário no País está entre bom e muito bom. Regular foi apontado por 10% dos entrevistados e ruim ou muito ruim, por 35%. De acordo com 58% dos entrevistados, tomar financiamento em bancos, cooperativas de crédito e programas de microcrédito se tornou mais fácil nos últimos cinco anos. Está igual para 4% e mais difícil para 18%. Outros 20% não souberam responder.

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Os dados foram apresentados durante o VI Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira que a autoridade monetária realiza de hoje a quarta-feira, 19, em Florianópólis, Santa Catarina.

De cada dez empresas no universo dos pequenos negócios no Brasil hoje, oito estão utilizando algum tipo de financiamento, mostra uma pesquisa realizada pelo Banco Central (BC) em parceria com o Sebrae, divulgada nesta segunda-feira (17) no VI Fórum sobre Inclusão Financeira que a autoridade monetária realiza de hoje a quarta-feira (19) em Florianópolis, Santa Catarina.

O trabalho, denominado "O Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil", foi realizado em agosto a setembro com 1.500 empresas Microempreendedor (MEI), Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A pesquisa abrangeu os setores de indústria, comércio e serviços. A margem de erro nos dados nacionais é de 2,5%.

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O levantamento também constatou que de cada dez empresas nestas condições, cinco tiveram financiamento em banco nos últimos cinco anos e duas tiveram financiamento em banco em 2014. Por tipo de financiamento que a empresa estava utilizando no momento da entrevista, 61% dos entrevistados afirmaram que estavam pagando fornecedores a prazo; 35% estavam fazendo pagamentos com cheques pré-datados, 25%, recorrendo ao cartão de crédito empresarial e 24%, no cheque especial.

Outros 23% tinham empréstimos com bancos oficiais, 19%, com bancos privados, 13% emprestavam dinheiro de amigos e parentes, 11% recorriam à modalidade de descontos de títulos, 8%, a leasing, 6%, a microcrédito e 6%, a factoring. Ainda de acordo com o levantamento, 4% tinham empréstimos em cooperativas de crédito, 3%, com agiotas. Outros tipos de financiamentos foram usados por 8% dos entrevistados e 16% disseram que não estavam utilizando nenhum dos empréstimos citados.

Nos últimos cinco anos, as empresas tomaram empréstimos bancários em 2010 (12%), 2011 (2%), 2012 (19%), 2013 (22%) e 2014 (24%). O dado relativo a 2014 é uma projeção do resultado esperado até o fim do ano. No período, só 36% das MEI tomaram financiamento em banco. Esta proporção é de 53% nas ME e de 68% nas EPP.

De olho no crescimento das micro e pequenas empresas (MPE) e micro empreendedores individuais (MEI), a coligação Com a força do povo, que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mira a conquista de mais votos. O programa de rádio desta quinta-feira (18) apresentou as propostas da candidata para o setor e os avanços obtidos durante o atual governo.

A petista destacou a sanção da Lei que ampliou o Simples Nacional, aumentando o leque de profissões beneficiadas com simplificação de impostos, diminuindo burocracia na criação e fechamento de empresas e corrigindo distorções tarifárias que penalizavam as MPE. “Todo o MEI e toda a MPE que têm faturamento anual de até R$ 3,6 milhões podem se enquadrar no Simples e utilizar uma guia única para recolher seus impostos, desfrutando de uma grande redução no pagamento dos tributos”, explicou.

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Para ela, a medida representou um avanço. “Somos, talvez, o povo mais empreendedor o mundo. Infelizmente, durante muito tempo, o governo mais atrapalhou do que ajudou o brasileiro que quer criar ou ampliar o próprio negócio. Na prática, iniciamos [com a criação e ampliação do Simples] uma reforma tributária que todo o nosso país reivindica e demos um passo decisivo para apoiar o empreendedorismo no Brasil”, sustentou.

Para os próximos anos, a proposta é facilitar o processo de abertura e fechamento de empresas, através do programa Brasil Burocracia. “Num mundo que exige soluções cada vez mais rápidas e eficientes, não faz sentido nenhum perder tempo e dinheiro nas teias de estruturas velhas e eficientes. Com esse programa, vamos fazer uma profunda reforma para facilitar a vida dos empreendedores. Vou dar só um exemplo: o prazo para abrir ou fechar um pequeno negócio vai cair dos atuais 107 dias em média para apenas cinco dias”, destacou. A ideia é que o processo possa utilizar a Internet como ferramenta.

A coligação também propõe um eixo exclusivo no Pronatec para Jovens Aprendizes. “A Lei obriga uma empresa que contrata um jovem aprendiz a matriculá-lo num curso de qualificação profissional. Como boa parte das MPEs não tem recursos para pagar esse curso, milhões de jovens na faixa dos 15 anos em diante acabam tendo poucas oportunidades para aprender uma profissão desde cedo”, explicou.

A proposta é que a MPE contratem o aprendiz e o governo garanta a qualificação profissional. “Isso será muito bom para todo mundo porque a micro empresa é uma macro família. É o melhor ambiente para o jovem começar sua vida profissional. Se cada MPE contratar um aprendiz, vamos gerar só aí mais de cinco milhões de empregos e vamos criar um novo mundo de oportunidades para uma parcela da juventude que precisa muito desse apoio”.

A Câmara dos Deputados concluiu hoje (3) a votação dos destaques ao projeto de lei que altera o regime de tributação das micro e pequenas empresas e universaliza o acesso do setor de serviços ao Simples Nacional, mais conhecido como Supersimples. Aprovado no início de maio, o projeto segue agora para o Senado.

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O texto aprovado estabelece que o enquadramento de empresas no Supersimples não será mais por categoria, mas sim pelo faturamento. A mudança permite que qualquer empresa da área de serviço, que fature até R$ 3,6 milhões por ano, poderá ingressar no regime especial de tributação após a aprovação do projeto e a sanção pela presidenta Dilma Rousseff. As empresas que se enquadrarem no novo sistema serão tributadas de acordo com uma tabela que vai de 16,93% a 22,45% do faturamento mensal.

A matéria inclui, na tabela de tributação, as micro e pequenas empresas de setores como medicina veterinária, medicina, laboratórios, enfermagem, odontologia, psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, nutrição, vacinação, bancos de leite, fisioterapia, advocacia, arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, corretagem, jornalismo e publicidade, entre outras.

Entre os destaques aprovados está uma emenda que muda o enquadramento das atividades de fisioterapia e corretagem. Também determina que a fisioterapia e a corretagem de seguros passam para a tabela 3, de menor valor entre as áreas de serviço. Antes, elas estavam enquadradas na tabela 6, de maior valor.

Já os serviços advocatícios são incluídos na tabela 4o, e os decorrentes de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural e de corretagem de imóveis são enquadrados na tabela 3.

Os deputados também aprovaram uma emenda que possibilita a inclusão de empresas fabricantes de refrigerantes e de compostos para a sua produção no programa.

Também foi aprovada a atribuição do Comitê Gestor do Simples Nacional, de disciplinar o acesso do microempreendedor individual e das micro e pequenas empresas a documento fiscal eletrônico, por meio do portal do Simples Nacional (Supersimples), e foi excluída do texto a proibição de a administração pública exigir informação que já possua.

Criado em 2007, o Simples Nacional (ou Supersimples), é um regime tributário especial que reúne o pagamento de seis tributos federais, o Imposto sobre Ciurculação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - cobrado por estados e pelo Distrito Federal - e o Imposto Sobre Serviços (ISS) – cobrado pelos municípios. Em vez de pagar uma alíquota para cada tributo, o micro e pequeno empresário recolhe, numa única guia, um percentual sobre o faturamento que é repassado para a União, os governos estaduais e as prefeituras. Atualmente, somente as empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano podem optar pelo Simples Nacional.

De 2 a 5 de dezembro, o Sebrae irá promover a Semana da Gestão e Empreendedorismo, em Caruaru. O evento irá oferecer minicursos gratuitos para empresários e colaboradores de micro e pequenas empresas da região. 

Os minicursos são ofertados no período da tarde (14h às 17h) e noite (19h às 22h). Serão abordados temas iniciais de como elaborar um plano de negócio, até técnicas de venda para empreendedores em atividade. 

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Segundo o Sebrae, a iniciativa vai beneficiar mais de 700 pessoas. Interessados em participar podem se inscrever gratuitamente no local. A Unidade do Agreste Central e Setentrional, local onde serão ministrados os cursos, fica localizada na Rua Adjar da Silva Casé, nº 277, Indianópolis, em Caruaru. 

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 2103-8400/ 2103-8405. 

O ministro da Micro e Pequena e Empresa, Guilherme Afif Domingos, tomou posse nesta quinta-feira (9), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto em Brasília. Na ocasião, estavam presentes a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.

A recém-criada pasta tem a missão de diminuir a burocracia no setor e aumentar a produtividade. "Burocracia é como colesterol, tem o bom e tem o ruim. O bom é o serviço publico exemplar, é aquele que lubrifica as artérias, permitindo o fluxo. O ruim é aquele que entope, atrapalha o desenvolvimento do país. É esse que vamos combater, a má burocracia", salientou o ministro, em discurso. Segundo ele, o ministério não precisará de grandes orçamentos, mas terá que colocar em prática as propostas para as micro e pequenas empresas, fazendo a integração com as demais pastas e articulando avanços com o Executivo e o Legislativo.

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Dilma Rousseff ressaltou a importância do setor, que representa 99% das empresas formalizadas no Brasil e emprega 11 milhões de pessoas com carteira assinada. "É, de fato, um espaço econômico e institucional essencial para uma sociedade, porque a presença dela numa economia cria um tecido social e econômico muito mais forte. E estabelece uma relação importante entre grandes e médias empresas e com toda a classe trabalhadora”, disse. A presidente também destacou a criação do Supersimples, que unificou tributos num único boleto e os diminuiu, e o Programa do Microempreendedor Individual (MEI), que formalizou quase três milhões de microempreendimentos.

Além de miniostro, Afif Domingos é vice-governador de São Paulo, pelo PSD. Ele afirmou que pretende continuar no cargo e só o deixaria por decisão judicial. "Não se renuncia ao cargo para o qual foi eleito. Renúncia é muito grave, um vice não se licencia, ele é stand by", frisou. Ele não mostrou preocupação com a possibilidade de a Comissão de Ética da Presidência da República questioná-lo sobre a dupla função. "A legislação não tem nada que me impeça de assumir o cargo". Segundo ele, tudo já estaria acordado com Dilma Rousseff.

A recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa recebeu uma transferência de orçamento no valor de R$ 55,980 milhões. Decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 30, transfere a dotação orçamentária do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para a secretaria.

A lei que criou a Secretaria, considerada o 39º ministério do governo federal, foi sancionada no dia 1º de abril. O órgão vai assessorar diretamente a presidente da República, especialmente, na formulação de políticas de estímulo ao microempreendedorismo e ao artesanato. O novo ministério assume as competências referentes à microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato que eram da responsabilidade do MDIC.

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Uma comissão especial será criada na Câmara dos Deputados para estudar o Projeto de Lei Complementar (PLP) que trata da quinta revisão da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, mais conhecida como Simples Nacional. A notícia foi dada nesta quarta-feira (17) pelo presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE).

Em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e outro integrante da frente, Guilherme Campos (PSD-SP), ficou acertado que um grupo de parlamentares irá analisar com mais profundidade as propostas do PLP 237/2012, protocolado por Pedro Eugênio em dezembro passado.

Segundo o presidente da Frente, o Simples Nacional tem sido exemplo eloquente do grande avanço que o País vem tendo no plano tributário, garantindo o tratamento diferenciado para micro e pequenos empreendedores. Hoje o Simples Nacional possui cerca de 7,2 milhões de contribuintes inscritos, incluindo microempreendedores individuais (MEI), e emprega cerca de 15 milhões de trabalhadores.

Entre as principais propostas que já foram apresentadas estão o fim da substituição tributária, a inclusão de novas categorias, a redução de custos para abertura de cadastros, o estímulo às exportações e compras governamentais. Outro ponto tratado também diz respeito à extensão dos benefícios aos produtores rurais, pessoa física e agricultores familiares.

A presidenta Dilma Rousseff sancionou sem vetos, na noite de hoje (28), a lei que criou a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. A secretaria será o 39º ministério do governo federal e terá estrutura já existente que será deslocada do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Com isso, todas as atribuições que o Mdic tem atualmente referentes a esse assunto passarão para o novo ministério. Da mesma forma, os servidores e o patrimônio que constavam da secretaria, que antes era ligada à pasta do Desenvolvimento, agora servirão ao novo ministério.

O projeto que criou a secretaria foi aprovado no último dia 7 no Senado e provocou protestos de oposicionistas que questionaram a necessidade de mais um ministério e os custos dele. Já o governo considera importante a criação do órgão para o estímulo à geração de empregos e ao empreendedorismo no país. O ministro que ocupará a pasta ainda não foi escolhido. A sanção será divulgada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (1º) e não há previsão de quando sairá a nomeação do titular do novo ministério.

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Com o objetivo de coordenar as políticas e formular os programas para as micro e pequenas empresas, foi aprovado nesta quarta-feira (7), pela Câmara dos Deputados em Brasília, o projeto de lei que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que terá status de Ministério. A proposta, de autoria do Palácio do Planalto, recebeu 300 votos a favor, 45 contra, uma abstenção e seguirá para análise do Senado.

Além da criação do cargo de ministro de Estado, a iniciativa cria o cargo de secretário executivo e mais 66 funções de Direção e Assessoramento Especial (DAS), que são de livre nomeação. Com o novo ministério, que será diretamente ligada à Presidência da República, haverá um impacto financeiro de 7,9 milhões, por ano.

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A secretaria auxiliará na formulação, coordenação e articulação de políticas e diretrizes para o apoio à empresas de pequeno porte e artesanato, ao cooperativismo e associativismo urbanos e ao fortalecimento, expansão e formalização das micro e pequenas empresas. 

Ano passado, a presidenta Dilma Rousseff (PT) chegou a convidar a empresária Luiza Helena Trajano, dona da rede de lojas varejistas Magazine Luiza, para comandar a secretaria.

A proposta que institui o Estatuto da Microempresa Rural (MER) e da Empresa Rural de Pequeno Porte (ERPP) está sendo analisada pela Câmara dos Deputados. Segundo o projeto, a pessoa jurídica ou firma mercantil individual poderá ser enquadrada como microempresa rural, caso possua receita bruta anual igual ou inferior a R$ 110 mil. Em relação à empresa rural de pequeno porte, é necessário ter receita bruta por ano igual ou inferior a R$ 1,2 milhão, desde que não esteja inserida no contexto de microempresa rural.

A ideia da proposta (Projeto de Lei Complementar 103/11) é definir regras para o tratamento diferenciado a ser conferido às micro e pequenas empresas rurais, no que diz respeito à constituição jurídica, ao recolhimento de impostos e contribuições e ao enquadramento como segurado especial da Previdência Social. Além disso, a proposta procura estabelecer normas para o acesso ao crédito rural e ao mercado institucional.

O autor do projeto, o deputado João Rodrigues (PSD-SC), afirmou que transformar as propriedades das famílias em micro ou pequenas empresas representa uma possibilidade de maior controle do Estado. “A transformação da propriedade familiar numa micro ou pequena empresa rural permitirá maior visibilidade e controle por parte do Estado, que poderá apoiá-la com políticas públicas específicas e mais eficazes”, frisou Rodrigues.

A MER passará a ser ERPP, caso exceda os limites da receita bruta anual estabelecidos pelo estatuto. Se não atingir o limite de receita bruta, a ERPP voltará à condição de MER. Ainda de acordo com o estatuto, cabe ao Executivo estabelecer procedimentos simplificados para o cumprimento das legislações trabalhistas e previdenciárias. Isso garantirá ao titular e aos sócios de MER e de ERPP a preservação da condição de segurado especial.

O estatuto também tem o intuito de incentivar o crescimento e o desenvolvimento de MERs e ERPPs, como por exemplo, estabelecendo o mínimo de 25% dos recursos federais aplicados em pesquisa, capacitação e desenvolvimento tecnológico nas áreas de assistência técnica e extensão rural.

As comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania analisarão o projeto.  Após essa avaliação, a proposta seguirá para o plenário. 

Em cinco anos, muitas coisas podem mudar. E no mercado empresarial, esse período é o suficiente para trilhar o caminho do sucesso. Imagine você, com anos de experiência de trabalho, largar tudo para ter um negócio e escrever a própria história como empreendedor. Para muitos, parece uma loucura, um risco pelo qual não vale à pena correr. Mas, cada vez mais brasileiros estão somando planejamento e vontade de vencer desafios e encarando a mudança de status: de empregado para empregador.

Entre 2001 e 2009, 2,7 milhões de pessoas tornaram-se empreendedoras em todo o Brasil. O dado é do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2010/2011, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ao todo, 22,9 milhões de brasileiros empregam pessoas ou trabalham por conta própria, representando 22,7% da população economicamente ativa.

Vale salientar que, no período citado, o mundo inteiro sofreu com a crise econômica dos Estados Unidos e Europa, quando milhões de empresas fecharam ou precisaram fazer demissões em série para evitar a falência. No Brasil, como em alguns outros países, foram as empresas pequenas que mantiveram os empregos. “Enquanto as grandes corporações demitiam, as pequenas deram uma sustentação ao mercado, mantendo os postos de trabalho e aproveitando os benefícios fiscais da Lei Complementar 123 para crescer. Foi aí que as MPEs ganharam mais notoriedade”, frisa o presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, José Tarcísio da Silva.

Adriana Souza e Edbugue Gomes passaram por esse período de crise financeira no País e saíram dele fortalecidos para ampliar os negócios. Com 16 anos de experiência em administração hoteleira, Adriana viu num anúncio de venda de um hotel uma oportunidade de investimento. Como o casal não tinha recursos suficientes para comprar o espaço naquele momento, fecharam um acordo do aluguel, com pretensões de compra. “O início foi difícil, devido às dificuldades financeiras, mas hoje comemoramos a estabilidade. Nada veio sem esforço. Tivemos que reformar e mudar muitas coisas, inclusive o nome do hotel. Começamos mesmo do zero”, conta Adriana. Atualmente, o Catamarã Park Hotel, localizado em Jaboatão dos Guararapes, representa a primeira vitória dos dois empreendedores, que não pararam por aí.



Em 2010, uma nova porta se abriu para eles. E tudo começou com uma placa de vende-se. Edbugue passou pela avenida Ribeiro de Brito, em Boa Viagem, viu o anúncio em ponto comercial que já estava fechado e pensou ser aquela mais uma possibilidade de crescimento. Hoje. à frente da Comedoria do Eddi, especializada em comida japonesa, o casal trabalha para chegar ao período de calmaria e começar a colher os frutos do investimento, assim como já ocorre com o hotel. “Esse início é sempre difícil, porque o retorno financeiro não é rápido. É preciso ser dedicar e se organizar”, diz a empresária.

O casal é um bom exemplo de empreendedores de oportunidade. “Esse é aquele que tem experiência e saber aproveitar a chance que tem para empreender, para crescer. Os empreendedores de verdade enxergam uma oportunidade no problema e não um problema na oportunidade. É preciso ter coragem, ousadia, criatividade e saber planejar bem o negócio. Esse é um passo essencial para obter o sucesso”, salienta o consultor empresarial e especialista em administração Carlos Roberto Harduim. Ele também recomenda que o empresário nunca descuide da formação. “Seja por cursos, graduação ou pós-graduação, a formação não pode ser deixada de lado. É o melhor que se pode fazer”, salienta.

LEGALIZAÇÃO
Para agilizar a abertura das empresas, o novo Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte prevê a implantação da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). O sistema integra todos os processos dos órgãos e entidades responsáveis pelo registro, inscrições, licenciamentos, autorizações e baixas das empresas, por meio de uma única entrada de dados e de documentos, acessada pela internet. A ideia é diminuir a burocracia, que hoje faz o empresário esperar meses até efetivamente estar legalizado. 

Em Pernambuco, o sistema ainda não está funcionando. Os empresários ainda precisam ir na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), na prefeitura, na Receita Federal, na Secretaria da Fazenda, entre outros órgãos, para conseguir a autorização para empresa funcionar. A expectativa da Jucepe é que a Redesim seja implantada em junho no Estado. “A empresa que irá desenvolver o sistema em Pernambuco já foi contratada. Estamos reunindo todas as entidades envolvidas no processo se legalização, para estruturar a ação. Acredito que em 3 ou 4 anos, o sistema esteja funcionando integralmente”, informa o secretário geral da Jucepe, Roldão Alves Paes Barreto.

O segmento das micro e pequenas empresas aguarda para ver esse serviço funcionar e facilitar a vida de quem desejar abrir o próprio negócio.


DEFINIÇÃO
Como era: Não havia uma definição concreta sobre quando uma empresa podia ser considerada micro ou de pequeno porte. O antigo estatuto definia uma faixa de renda bruta anual e a Receita Federal considerava outros valores. Também havia órgãos que levavam em consideração o número de empregados.
O que a Lei diz: É considerada microempresa aquela que possui receita bruta anual de R$ 360.000. Já a empresa de pequeno porte possui receita bruta de R$ 360.000 a R$ 3.600.000.

INSCRIÇÃO E BAIXA
Como era: A burocracia era o primeiro entrave para a abertura da empresa. Para legalizar o negócio era preciso comparecer a vários órgãos e apresentar uma série de documentos. O custo chegava a R$ 2.000 (em média) e demorava cerca de cinco meses para que a empresa tivesse condições de funcionar. Para dar baixa na empresa era preciso quitar todos os débitos.
O que a Lei diz:  A previsão é de que as entidades envolvidas na abertura unifiquem o processo de registro e legalização, para que tudo seja feito, preferencialmente, de forma eletrônica e simplificada. Todo o processo é coordenado por um Comitê Gestor. Ficam reduzidos a zero os valores referentes a taxas, emolumentos e demais custos relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao alvará, à licença e ao cadastro das empresas. Algumas atividades precisarão de vistoria prévia para funcionar. O alvará de funcionamento é dado logo após o registro, com exceção para as atividades de alto risco. A baixa pode ser solicitada independentemente da cobrança de impostos e multas.

TRIBUTOS
Como era: O Simples Federal – que só incluía os impostos cobrados pela União - só aceitava as empresas com rendimentos de até 2,4 milhões, mas o segmento de serviços não era contemplado. Essas empresas que não podiam optar pelo Simples Federal pagavam cerca de dez tributos diferentes (municipal, estadual e nacional), cada um com data específica de pagamento. O cálculo era baseado na receita acumulada a cada mês – relativos à emissão de notas fiscais, operações financeiras e alienação de ativos -, havendo 23 alíquotas .
O que a Lei diz: Empresas com renda bruta de até 3,6 milhões (anual) podem aderir ao Simples Nacional, que inclui impostos federais (IRPJ, PIS, Cofins, IPI, CSL e INSS sobre folha de salários), estadual (ICMS) e municipal (ISS). O empresário paga tudo de uma só vez, o que facilita a administração do negócio. A cada mês é tributado apenas o que entrou no caixa da empresa.

EXPORTAÇÕES
Como era: O cálculo dos tributos se baseava nas receitas auferidas anualmente.
O que a Lei diz: O empresário deixa de pagar o PIS, Cofins e ICMS relativos aos produtos exportados. As empresas que já tiverem os impostos recolhidos por substituição tributária podem solicitar a dedução.

ACESSO A COMPRAS GOVERNAMENTAIS
Como era: Não havia incentivo para as MPEs, que concorriam com as empresas de médio e grande porte. A burocracia também dificultava a concorrência em licitações.
O que a Lei diz: As MPEs recebem tratamento diferenciado e simplificado, especialmente nas contratações cujo valor seja de até R$ 80 mil. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, a preferência de contratação para as MPEs, que só precisam comprovar a regularidade fiscal na assinatura do contrato.

ASSOCIATIVISMO
Como era: Ocorre a bi-tributação. Não existe identidade jurídica para o consórcio, que fica impedido de negociar ou ter acesso às linhas de crédito.
O que diz a Lei: As MPEs poderão realizar negócios de compra e venda de bens, para os mercados nacional e internacional, por meio de sociedade, nas condições previstas pelo Poder Executivo.

ESTÍMULO AO CRÉDITO E À CAPITALIZAÇÃO
Como era: As MPEs não tinham garantias. Há relatos de empresários que precisavam empenhar os bens pessoais e das famílias para ter acesso ao crédito.
O que a Lei diz: Os bancos públicos mantêm linhas de crédito específicas para as MPEs. O Poder Executivo fica resposnável por propor medidas no sentido de melhorar o acesso das MPEs aos mercados de crédito e de capitais.

ESTÍMULO À INOVAÇÃO
Como era: Não havia medida específica para esse fim.
O que a Lei diz: A União, etados e municípios manterão programas específicos para as MPEs, inclusive quando estas revestirem a forma de incubadoras. Reduz a zero as alíquotas de alguns impostos e contribuições incidentes na aquisição de equipamentos para inovação.

ACESSO À JUSTIÇA
Como era: Não havia medida específica para esse fim.
O que diz a Lei: Abre a possibilidade para a criação de Juizados Especiais, além de promover a utilização de institutos de conciliação prévia, mediação e arbitragem para solução dos seus conflitos.

Altos impostos. Eis a principal reclamação dos pequenos empreendedores. Para quem tem uma renda restrita e dificuldades de acesso ao crédito, uma tributação pesada era só mais um fator que estimulava a informalização. Afinal, mesmo com os benefícios da legalização, como manter a empresa no azul com tantos impostos a pagar? Parecia ser mais vantagem continuar no trabalho informal e conseguir equilibrar as contas no final do mês. O quadro mudou com a Lei Complementar 123.

De fato, o Simples Nacional já existia como Simples Federal, bem mais restrito quanto à abrangência de empresas e integração de impostos. Antes, apenas os tributos federais estavam inclusos na arrecadação unificada. Agora, o Simples integra também impostos estadual e municipal. De uma só vez, o empreendedor paga as seguintes contribuições e tributos: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Programa de Integração Social (PIS), Seguridade Social (INSS) da pessoa jurídica, Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

“Essa unificação facilita a administração dos pequenos negócios, já que a maioria não possui um departamento ou empresa responsável pela contabilidade. No cotidiano, é bem melhor ter apenas um vencimento e um boleto do que ter que ir pagando vários impostos ao longo do mês, cada um com um vencimento diferente”, explicou o economista Fernando Dias. E essa não é a única vantagem. A “nova” Lei também incluiu as empresas de serviços – cerca de 33% do mercado empresarial -, que antes funcionavam com o regime de tributação normal. As medidas permitiram que 86% do total de empresas do Brasil (6,1 milhões) fossem beneficiadas, somadas aos 1,9 milhão de Empreendedores Individuais que também têm direito ao Simples.

Em Pernambuco, o percentual de empresas que gozam do benefício se mantém, chegando a 150.660 em dezembro. Os empreendedores individuais registrados no Simples Nacional somam 63.790. Simplificação e desoneração tributária são as marcas desse regime. “O Simples é o maior e melhor regime tributário do País. Além de reunir todos os impostos em uma única guia, a simplificação ajuda não só as MPEs, mas também aos profissionais contábeis e ao poder público”, destaca o analista de políticas públicas do Sebrae, Leonardo Carolino .

Para o secretário executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), Silas Santiago, o sistema aliado aos demais benefícios concedidos pela Lei 123 abre portas para o crescimento das MPEs. “O Simples Nacional trouxe vários benefícios ao contribuinte, tais como redução da carga tributária, diminuição da burocracia e controles simplificados. A Lei Geral, como um todo, possibilita também acesso a serviços bancários, facilidades e benefícios em processos licitatórios, segurança jurídica e possibilidade de crescimento”.

Segundo o presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro), José Tarcísio da Silva, a tributação mais suave é mesmo o maior benefício da Lei Geral, mas há algumas questões financeiras que precisam ser repensadas. Uma delas é o sistema de Substituição Tributária. “Porque eu tenho que pagar o ICMS encima do que eu compro, se esse imposto já é cobrado no Simples Nacional. O Estado recebe o imposto recolhido da Receita Federal e criou outro. Quer dizer, o ICMS é pago duas vezes”, argumenta. Segundo o presidente, o tema será levado para discussão em 2012 na Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Investimento e expansão. Eis duas palavras que costumam andar juntas quando se fala sobre o crescimento no mercado empresarial. Para qualquer negócio dar certo, é preciso aplicar bem o dinheiro para se obter, no tempo determinado, o retorno desejado e conquistar o fortalecimento da empresa diante da concorrência e para o público interno. Como esse retorno financeiro não é imediato, é preciso ter acesso ao crédito para conseguir destinar os recursos necessários para aquisição de equipamentos e serviços. Um dos capítulos da Lei Complementar 123 trata justamente sobre isso.

A norma prevê que o Governo proponha, sempre que necessário, medidas que melhorem o acesso ao capital, reduzindo os custos das transações, entre outras ações. Tanto os bancos públicos quantos os privados devem manter linhas de créditos específicas para as MPEs, que também são compartilhadas com os empreendedores individuais.

Para o economista Fernando Dias, as empresas também precisam ser orientadas sobre como aplicar o volume de recursos. “Essa capitalização precisa ser planejada, porque não basta ter acesso ao dinheiro, é preciso saber o que fazer”, frisa. Segundo ele, muitas vezes os empreendedores se prejudicam quando fazem empréstimos juntos aos bancos, por não observarem corretamente a taxa de juros que será paga.  “Algumas vezes, o percentual é um absurdo, gerando a impossibilidade para a quitação do débito. Mas isso não é percebido no ato da contratação do serviço, mas apenas quando as contas já estão no vermelho e o empresário não tem mais como pagar”, explica.

Ele recomenda que os donos dos pequenos negócios introduzam nas empresas uma administração profissional, que possa os orientar sobre esses trâmites financeiros. O economista também lembra que, como Pernambuco tem vivido dias de crescimento acima da média do País, o Estado tem atraído investidores, por isso, é necessário estar preparado para uma competição mais acirrada nos próximos anos. “Caso não esteja preparada para a capitalização, a empresa vai perder mercado. O fortalecimento da economia de Pernambuco está diretamente relacionado à necessidade de aplicação correta dos recursos, para prover o desenvolvimento ao negócio e manter a empresa competitiva no setor em que atua”, destaca.

POLÍTICAS PÚBLICAS
Para ampliar o leque de possibilidades de acesso ao crédito, os governos (federal, estadual e municipal) devem propor medidas eficazes, sempre que necessário. De Petrolina, no sertão do Estado, vem um exemplo de trabalho que vem dando resultado e gerando receita para os empresários. A prefeitura da cidade criou o Fundo de Financiamento específico para os micro e pequenos empresários. O processo para obtenção de dinheiro para a essa reserva financeira é o seguinte: dos contratos da prefeitura com os grandes fornecedores é descontado 1% que é destinado para o fundo. A verba, então, é emprestada através do Banco do Empreendedor. “O repasse só não é feito quando se trata de contratos com verbas dos governos estadual e federal. Contratamos a Agência do Crédito para fazer esse serviço de capitalização das empresas”, explica o vice-prefeito Domingos Sávio Guimarães.

Criado em 2010, o serviço começou a funcionar há seis meses e já fez empréstimos de R$ 240 mil em 312 operações. A expectativa é que o volume de crédito cresça nos próximos meses, já que a administração municipal iniciou o período de divulgação do projeto na cidade, através de rádios, TV e outdoors. “Foi preciso que, no início, a idéia fosse amadurecida e organizada. Hoje estamos comemorando um índice de inadimplência zero”, conta Domingos Sávio.

Na verdade, em muitas cidades pernambucanas, a iniciativa pública tem gerado resultado para o crescimento das micro e pequenas empresas. Em Camaragibe, o comércio – principal atividade econômica – ficou mais organizado com o início de um programa de formação empresarial. “No começo, percebemos uma resistência, uma desconfiança, mas fomos mostrando que qualificação é a grande saída para manter o mercado aquecido e em expansão”, explica o prefeito João Lemos. Segundo ele, mais de duas mil pessoas já foram capacitadas para a melhoria da gestão e orientadas sobre o acesso ao crédito.

FÓRUM
A expectativa é que as iniciativas públicas cresçam ainda mais com as atividades do Fórum Estadual das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. “Esse é um espaço de discussão e promoção do empreendedorismo, que pretende fomentar o crescimento das empresas. Queremos propor, implementar e acompanhar uma série de políticas governamentais favoráveis às MPEs”, explica Ana Cláudia Dias, secretaria executiva de Fomento ao Empreendedorismo, da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo de Pernambuco.

Segundo ela, o fórum – que já existia – também vai passar a debater questões relativas à tributação, assim como o acesso ao crédito para os pequenos negócios. “Esse é um segmento que tem grande impacto para o Estado, por isso é essencial que o mercado seja discutido com representantes de várias entidade públicas e privadas. Também queremos promover a legalização de grande parcela da população que trabalha na informalidade”, explica. Segundo ela, a proposta é que as escolas também participem das ações. “Estamos nos articulando nesse sentido, para que a escola seja um espaço vivo de estímulo ao empreendedorismo”, adianta. 

As micro e pequenas empresas estão contratando mais e aumentando os salários dos funcionários. Esses são alguns dos resultados apresentados no Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, realizado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A nova realidade é fruto da política de unificação de tributos e ampliação do acesso ao Simples Nacional.

No Brasil, mais de seis milhões de MPEs estão em funcionamento, representando 99% do mercado empresarial. Em Pernambuco, são 173.578, distribuídas em quatro segmentos: comércio (43,9%), serviços (27, 1%), indústria (20) e construção (9%). Como em quase todo o país, a maior parte dos empreendimentos estão concentrados no interior do Estado – 68,5%. “Esses são dois dos motivos de Pernambuco estar crescendo tanto. Além de o desenvolvimento acontecer em todo o Estado, as atividades econômicas são diversificadas. Temos pólos de gesso, têxtil, da fruticultura, de construção (principalmente relacionados às obras da transposição). São diversos setores em expansão”, salientou o superintendente do Sebrae/PE, Roberto Castelo Branco.

As MPEs também representam uma importante fonte de emprego. No Recife, 67,4% da população de pessoas ocupadas estão nesse segmento, ficando bem à frente das médias e grandes empresas, que empregam 7,3% e 25,3% da população, respectivamente. De acordo com o estudo, na última década, as MPEs geraram 6,1 milhões de novos empregos formais – 48% do total de postos de trabalho criados no período.

O número de pessoas com carteira de trabalho assinada por MPEs saltou de 8,6 milhões em 2000 para 14,7 milhões em 2010, correspondendo a 51,6% do total de postos de trabalho do Brasil. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, dos 98.505 empregos gerados em Pernambuco em 2010, 72.438 foram nas MPEs, que já empregam 48% da mão de obra no Estado.

Na Campo Fertile Delicatessen, em Igarassu, 100% da mão de obra já chegou a ser de pessoas que não tinham experiência anterior. “Formamos todas elas na área de panificação, tentando captar o talento de cada uma. À medida que o negócio foi crescendo, fomos atraindo pessoas mais qualificadas”, conta a proprietária Inês Helena Gugel. Atualmente, 60% dos trabalhadores da empresa estão no primeiro emprego com carteira assinada.

O esposo dela, Marcos Gugel, é quem produz os pães, bolos, panetones e demais produtos comercializados na delicatessen. Além dos pães tradicionais, ele cria uma linha diferenciada, atitude que projetou o empreendimento para as cidades vizinhas e ganhou destaque em premiações para empresas de todo o Brasil. Um dos produtos especiais é o pão de batata com filé de siri, que venceu a terceira edição da Copa Bunge de Panificação. “Estamos sempre criando coisas novas. Reinventamos todos os dias e ficamos antenados para saber como está o mercado e para medir a satisfação do cliente”, conta Inês Helena.

SALÁRIOS – Dados do Anuário mostram que os salários dos empregados de pequenas e médias empresas cresceu 14,3% de 2000 até 2010. Já nas grandes e médias empresas, o avanço foi de apenas 4,3%. “Para muitas pessoas, o primeiro emprego surge nas micro e pequenas empresas. O segmento responde por mais da metade das vagas formais, emprega quase 15 milhões de brasileiros, por isso é tão significativo esse avanço da remuneração. Demonstra o fortalecimento dos pequenos negócios e gera impacto direto na renda da população“, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. “Os micro e pequenos negócios respondem por 40% da massa de salários paga no país”, completa.


No dia a dia, o gerenciamento de uma equipe de funcionários, mantendo a motivação e participação nas decisões, está diretamente relacionado com o desempenho da empresa no mercado. Se o empreendedor é a cabeça da empresa, os funcionários são as demais partes do corpo, que fazem o negócio caminhar e alcançar os objetivos. E não é porque a empresa é de pequeno porte que os gestores se comportam como amadores. Muito pelo contrário, os recursos humanos recebem atenção especial.

No Britanic, escolas de idiomas que possui cinco unidades na Região Metropolitana do Recife, a capacitação é uma das formas de manter a qualidade do serviço e dos profissionais. “Nós oferecemos treinamentos internos para a nossa equipe de professores e incentivamos a participação em congressos relativos ao ensino de idiomas”, conta a diretora administrativa da unidade Madalena, Alexis Geller. A instituição também investe no currículos dos docentes, dividindo os custos para a obtenção do Certificado de Proficiência em Inglês (CPE). “É uma forma de incentivá-los, porque o benefício não é apenas para a escola, mas também para o currículo profissional”, salienta.

A implantação de um plano de cargos e carreiras também é uma das ações de valorização profissional. Na verdade, essa é uma das principais reivindicações de funcionários de médias e grandes empresas, por isso é importante que as micro e pequenas também trabalhem nesse sentido. “Aqui temos um plano que estabelece níveis diferentes para os profissionais (o que se reflete na remuneração), levando em conta a experiência, a qualificação, o nível de inglês e o tempo de serviço na instituição”, explica a diretora, que também é responsável por gerenciar os demais funcionários, entre recepcionistas, auxiliares e serventes de limpeza.

Para a psicóloga organizacional e coordenadora do Núcleo de Talentos do Grupo Ser Educacional, Sonaly Beatriz Frazão, saber valorizar os trabalhadores é um dos fatores para o sucesso empresarial. “Quem trabalha motivado, trabalha satisfeito. Isso influi na qualidade do serviço prestado e no comportamento do funcionário na empresa”, frisa. Abrir espaço para ouvir as sugestões e críticas dos trabalhadores também devem ser uma das medidas do gestor. “Não basta só instruir, dizer como deseja que as coisas funcionem. É preciso ouvir as opiniões também”.

A política de ouvir os colaboradores é uma das características da Pousada Beco de Noronha. “A participação da equipe faz toda a diferença e influencia – em muito – nas decisões. Sempre peço que os funcionários deem pareceres sobre muitos assuntos”, explica a proprietária do estabelecimento Silvana Rondelli. Segundo ela, a relação aberta não prejudica a autoridade, mas muito pelo contrário, os funcionários respeitam anda mais a gestora. “Essa aproximação que tenho com cada um permite uma relação clara. Eles sabem que não admito intrigas, desrespeito e falta de ética. É preciso saber equilibrar o comportamento”, destaca.

Para manter a motivação da equipe, a dedicação é retribuída com participação nos lucros e capacitação, especialmente para a fluência no inglês. “Algumas pessoas acham engraçado, mas eu chego a pagar aulas de ginástica e manicure para as ‘minhas meninas’. É uma forma de compensar o bom trabalho. Ter uma equipe que goste do trabalho e sinta-se bem na empresa faz toda a diferença”, evidencia a empresária.

Nos oito anos de funcionamento, as contribuições dos funcionários para a melhoria dos serviços e infraestrutura da pousada são inúmeras. “Antes eu terceirizava o serviço de escalda pés [massagem e relaxamento] para os turistas que chegavam à pousada. Um dia, uma das minhas funcionárias ofereceu-me a proposta de ela mesma fazer isso. Agora ela tornou-se também uma fornecedora”, cita Silvana. “O melhor é que é uma pessoa que já está aqui e conhece a estrutura e política da pousada”, diz.

De acordo com a psicóloga Sonaly Frazão, as gestoras estão no caminho certo na relação empregador-empregado. “Ser exemplo de ética, valorização e respeito inspira o funcionário a agir da mesma forma”, complementa.

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