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“O que torna um artista relevante nos tempos atuais?” O questionamento é levantado pelo rapper paulista Kamau, que nesta sexta (21), lança nas principais plataformas digitais o primeiro EP de sua parceria com o MC e produtor Slim Rimografia, ‘Isso’. Batizada de SKiT, a dupla condensou cerca de um ano de trabalho, e outros tantos de colaboração mútua, em sete faixas que contaram, ainda, com as participações de DJ Gio Marx; Lay, da banda Tuyo; e KL Jay. 

Nesses tempos em que o sucesso tem se baseado em números de views e likes, o ‘corre’ para garantir a viabilização do trabalho artístico vem sendo submetido a um novo ritmo, cada vez mais acelerado. Mas foi em um momento de ‘pausa’, durante a pandemia do coronavírus, que ‘Isso’ ganhou forma. As sete músicas do EP trazem temas muito presentes no cotidiano, mas que ainda assim se apresentam bem urgentes, e acabam formando uma linha de raciocínio que interliga uma à outra.

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Segundo Kamau, o trabalho surgiu de forma espontânea, durante o último ano de 2021, e “por afinidade” entre os artistas. “A arte nos ajudou a nos manter sãos e vivos num mesmo lugar nos tempos em que vivemos. Quando pudemos ficar no estúdio direto, (isso) fez com que os fluidos criativos circulassem melhor”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá. 

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Essa circulação foi condensada em ‘Isso’, primeiro EP da dupla que ganha o mundo nesta sexta (21), através das plataformas digitais, com pretensão de cair literalmente ‘na rua’ assim que possível, como revela Kamau. "Queremos sim apresentar 'Isso' ao vivo da melhor forma. Temos uma sintonia muito boa de amizade, de trampo, de arte e também no palco e já pudemos testar isso uma vez em Campo Grande (MS) com o DJ Gio Marx nos toca-discos. E a ideia é que esse seja o formato que levaremos aos palcos. Esperamos que em breve e em boas e seguras condições para todos”. 

Neste trabalho, a dupla parece seguir pela contramão da lógica e da pressa exigidas por números e algoritmos e chega discutindo temas como a dureza do dia a dia, racismo, preconceito, e a busca por perspectiva e respeito. “A maioria das músicas surgiu a partir da inspiração do beat, então não listamos os assuntos que gostaríamos de abordar. Mas, como disse Nina Simone: ‘É dever do artista refletir o tempo em que vive’. Talvez tenhamos feito isso não por dever, mas por absorver e canalizar naturalmente essas energias, cada um à sua maneira”, diz Kamau.

Kamau e Slim Rimografia formam a dupla 'SKiT'. A capa do primeiro EP do duo é assinada por Flávio Samelo.

Juntos, os amigos Mcs e produtores somam cerca de meio século de experiência e de serviços prestados à cultura Hip Hop. Após atravessarem diferentes momentos no cenário musical independente nacional, Kamau e Slim acabaram se esbarrando nos bastidores do Atelier Studios, no centro de São Paulo, local onde sua parceria floresceu e ganhou forma.

Para Kamau, a dupla chega em um “momento favorável para o Hip Hop”, com a inclusão do breaking nos Jogos Olímpicos de Paris (2024) e “alguns anúncios de rappers na Times Square (Nova Iorque)”, porém, há ressalvas: “O Brasil tem o único DJ multicampeão mundial na América Latina (DJ Erick Jay) que só se torna assunto quando diz que vendeu equipamento pra se manter durante a pandemia. E isso é só um dos exemplos de talentos que são ignorados pelo contexto geral. Temos uma repetição de padrões que acontecem há muito tempo e mudam a nomenclatura e o meio apenas. Valorizar a arte e as forças humanas que a exercem é o que poderia estar melhor. Muito além de números e algoritmos”. 

Juntos, Rimografia (esq.) e Kamau (dir.) têm cerca de meio século de trabalho dedicado ao Hip Hop. Foto: Tiago Rocha

O músico reforça, ainda, que percebe o quanto o rap vem se "adaptando" para ser mais aceito no mercado e na sociedade, porém, frisa a importância de se refletir acerca deste lugar, movimento que também norteia o seu trabalho e o do amigo Slim. “A posição parece favorável por levar o rótulo de rap. Mas não reflete uma maioria que faz, escuta e consome há décadas. E nem falamos isso como alguém que se vê preso a valores e conceitos antigos. Falamos como ouvintes que sempre buscam coisa atual e nova que renove o amor pelo que nos move e que, por acaso, também é o que fazemos”.

A maturidade de quem conhece bem o caminho das pedras certamente pode ser contabilizada como um elemento a mais na produção de SKiT. Um trabalho que chega na contramão da lógica mercadológica mas, claramente orientado pelo desejo de fazer e disseminar arte, como dizem os próprios versos de ‘É Isso Mesmo’, faixa que encerra o EP: “Clássicos levam tempo, não pressa”. 

Dezembro tem se mostrado um mês muito frutífero musicalmente falando. Os lançamentos não param de chegar nas plataformas digitais e tem novidade para os mais diferentes públicos - do pop ao rock, passando pelo forró e rap, entre outros estilos. Confira algumas das novidades que ‘brotaram nas paradas’ nos últimos dias. 

Jordanna Vitória

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Divulgação/Thais Lima

A cantora e compositora olindense Jordanna Vitória apresenta seu EP de estreia, ‘Coração em Descompasso'. Com voz adocicada e melodias que remetem à MPB, com tons de pop, a artista canta sobre paixão e amor em três canções. Uma delas, ‘Lei’, conta com um videoclipe já disponível no YouTube. 

Cassiola

Divulgação

O pernambucano Cassiola lança mais um single, dentro da série de lançamentos que vem conduzindo desde 2018. Em ‘Tudo o que vier à cabeça’, o cantor e compositor mistura soul e indie, com pegada setentista, sob a produção de Zeca Viana. 

Felipe El

Divulgação/José de Holanda

Após Felipe El interpretar Moraes Moreira em um musical sobre os Novos Baianos, o cantor e compositor decidiu homenagear a obra do mestre. Assim nasceu o projeto ‘El canta Moraes’, que é apresentado agora ao público com o single ‘Chão da Praça’. A empreitada deve virar, em breve, um álbum duplo, com a luxuosa presença do guitarrista Davi Moraes, herdeiro direto de Moraes. 

Neto Muniz

Divulgação/Miro Newton

O cantor e compositor Neto Muniz flerta com o samba-rock e o pop na faixa ‘Meus Planos’. Com mensagem otimista, e levada solar, o single adianta o que está por vir no novo EP do artista que tem previsão de lançamento para o ano de 2022. 

Du Point

Divulgação

Original da zona norte de São Paulo, a banda Du Point lança seu primeiro EP, ‘Simples como tem que ser’. Em cinco faixas, no melhor estilo pop rock nacional , passando ainda pelo reggae e outros tons cheios de brasilidade, o álbum fala sobre cotidiano com leveza e muito bom astral, mesmo que seja na hora de falar sério, como no caso da canção  ‘Aê Doutor’. 

Flávia Bittencourt

Divulgação/Ayrton Vale

A maranhense Flávia Bittencourt homenageia o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, na faixa ‘Rei Gonzaga’. Com sotaque moderno e pegada eletrônica, a cantora lançou a homenagem, composta por Carlinhos Brown, no Dia do Forró, comemorado no aniversário de Gongaza (13/12), e pouco após o forró ter sido reconhecido como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil.

Pedro Santos

Divulgação

O multi-instrumentista, arranjador e compositor paulistano lança seu primeiro disco solo, 'susurrO.' Em sete faixas, o músico mistura sonoridades, que vão da MPB passando pelo rock progressivo e, ainda, com tons de blues. O álbum traz canções autorais e uma releitura, da música ‘Dores de Amores’, de Luiz Melodia. 

Samuca e a Selva

Divulgação

Muito swing e aquela cara de verão, é o que entregam Samuca e a Selva em ‘Jussara’. A música  cheia de balanço traz arranjos bem desenhados, um naipe de metais calibrado e, ainda, embala um curta-metragem musical - Dirigido por Carina Mazarotto e Ricardo Sant’Anna, disponível no YouTube. 

Rafa Chagas

Divulgação/Lucas Leawry

Entre afrobeats, funk, trap e batidas de reggae, o ex-Timbalada Rafa Chagas se juntou à cantora Jennifer Nascimento no single ‘É sobre isso’. A música traz mensagem otimista com o propósito de encerrar o ano de 2021 com boa energia e desejando coisas melhores para o ano que virá a seguir. 

TAUÃ, Bruniño e Lucas Bezerra

Divulgação

São Paulo, Pernambuco e Ceará se encontram no single ‘Tô te esperando’, uma mistura de tecnobrega e carimbó, com nuances pop, e refrão chiclete. Os músicos TAUÃ, Bruniño e Lucas Bezerra abusam da malemolência nessa faixa que é um verdadeiro convite para dançar. 

André Ribas

Divulgação/GusBenke

Preparando-se para lançar o álbum ‘Acordeon Instrumental’, o músico André Ribas alimenta um bocadinho da curiosidade do público com o single ‘O Ovo’. Destacando-se no cenário da música instrumental, o acordeonista se inspira em grandes instrumentistas brasileiros, como Albuno Munique, Dominguinhos e Sivuca em busca de sua sonoridade própria. ‘O Ovo’ conta, também, com um vídeo já disponível no YouTube. 

MV Bill e Kmila CDD

Reprodução/Douglas Jacó

Dispensando apresentações, o rapper MV Bill dá continuidade à parceria com a irmã, Kmila CDD, na faixa ‘Briga de Casal (Estilo Vagabundo 5). A parceria, desta vez, conta com o festejado produtor Papatinho. 

 Abrahones e os Incuráveis

Divulgação

As angústias de um médico que esteve na linha de frente da pandemia do coronavírus são mote para ‘Parabéns aos Envolvidos’. A música, um genuíno punk rock, se propõe a ser um grito de protesto contra a forma como o governo federal vem conduzindo a crise sanitária. 

O ano de 2021 começa a arrumar as malas para partir mas as novidades musicais não param de surgir. O mês 12 do primeiro ano da década 20 está que nem Papai Noel: cheio de presentes para quem adora curtir sons novos e essa lista de lançamentos pode provar. Confira o que a primeira metade de dezembro - e finalzinho de novembro - já acumulou de bom nas plataformas digitais. 

Zé Guilherme

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Divulgação

O cantor e compositor cearense Zé Guilherme faz um passeio por sua trajetória musical no EP ‘Zé’. Em seis faixas, o artista apresenta algumas de suas referências, que vão do forró ao maracatu, passando pelo samba, e entrega um produto cheio de brasilidades. Uma das canções, ‘Esperar’, ganhou um videoclipe que já está disponível no YouTube. 

Bia Villa-Chan

Divulgação

A cantora e multi-instrumentista pernambucana Bia Villa-Chan homenageia o brega, recentemente reconhecido como patrimônio imaterial cultural do Recife, e colocou suas linhas de bandolim na música ‘Suas Cartas’, originalmente gravada pela banda Brega.com. A música conta com arranjos assinados por Renato Bandeira, da Spok Orquestra.

Quebrada Queer

Divulgação/Gustavo Dantas

Eles estão de volta! Após dois anos sem lançamentos, o Quebrada Queer, primeiro primeiro coletivo LGBTQIAP+ de rap nacional, retorna à cena com o single ‘ABC do QQ’. Misturando as batidas fortes de ritmos como o funk carioca, trap e rap, o grupo volta com rimas mais afiadas que nunca e discurso ferino. A música também conta com um videoclipe já disponível no YouTube. 

Raphael Costa

Divulgação/Jade Mariani

O pernambucano Raphael Costa abusa da leveza para cantar sobre saudade no single 'A Saudade não é palavra’. Com produção de Juliano Holanda, a canção embala o ouvinte com o tradicional duo voz+violão e tons que remetem às bucólicas paisagens interioranas do país. Tudo isso é ilustrado em um videoclipe já disponível no YouTube do artista. 

Laís de Assis

Divulgação/Sidarta

A violeira pernambucana Laís de Assis ressignifica o tradicional sotaque da viola em seu primeiro álbum ‘Ressemântica’. Com sonoridades potentes, ela traz uma musicalidade própria cheia de ancestralidade feminina e referências que acumulou ao longo de sua trajetória. O álbum conta, também, com a poesia de Graça Nascimento, da cidade de Canhotinho, localizada no agreste de Pernambuco, e de músicos como Renata Rosa e Gilú Amaral. 

PEU

Divulgação/Luca Castro

O cantor e compositor baiano PEU desenhou uma atmosfera leve e descontraída para o single ‘Ela é Você’. Produzida por Rafael Ramos, que já trabalhou com nomes como Pitty e Maglore, a música traz arranjos animados no melhor estilo pop-alto astral. Também tem um videoclipe,na mesma pegada, gravado na Bahia. 

Nada Será Como Antes

Divulgação

Reunindo grandes nomes do cenário atual da música brasileira, como Romero Ferro, Teago Oliveira, Tuyo, Jup do Bairro, Brisa Flow e Helio Flanders, entre outros, a série ‘Nada Será Como Antes’ traz cinco faixas que colocam os artistas em duplas interpretando canções inéditas. A ideia era musicar as angústias e sensações provocadas pela pandemia. Já disponível nas principais plataformas digitais. 

Geraldo Maia

Divulgação

Dispensando apresentações, o cantor e compositor Geraldo Maia convidou ninguém menos que opianista pernambucano Zé Manoel para o single ‘Horizonte Castanho’. A música é uma prévia do que virá no próximo álbum de Maia, que deve chegar ao público no primeiro semestre de 2022, após um hiato de sete anos sem novos álbuns seus. 

Parte 3

Divulgação/Leandro Saucer

Os cariocas da Parte 3 resolveram ilustrar o single ‘Vida’, com um videoclipe recém saído do forno. A música integra o último EP lançado pelo grupo, ‘Nada Será como Antes’ e traz uma mensagem pró-vida com pegada eletrônica e aquele tecladinho inconfundível no melhor estilo oitentista.

Barro 

Divulgação

O pernambucano barro misturou o seu pop ao bregafunk da dupla Shevchenko e Elloco no single ‘patricinha Maloqueira'. A música conta com beats assinados por Tombc e Marley no Beat e um videoclipe dirigido por Julio Fonseca da produtora Subverso Lab. Dançante e divertida, a música une esses dois universos sonoros convidando o ouvinte para dançar. 

Chinaina

Divulgação/Pamela Gachido

O pernambucano Chinaina antecipa o que virá no seu próximo álbum, ‘Carnaval da Vingança', com a releitura de um clássico, ‘Hardcore Brasileiro’. Aqui, a música lançada originalmente em 1999 na primeira banda do cantor e compositor olindense, a Sheik Tosado, ganha tons de frevo com uma metaleira inconfundível aliada ao peso do hardcore. Para o próximo álbum, Chinaina prepara outras releituras além de algumas inéditas. 

Meninas em Movimento pela Educação

Reprodução

O projeto Meninas em Movimento pela Educação, do Cabo (PE), reúne meninas de diferentes identidades mandando uma rima pesada contra a violência, abusos e exploração sexual sofrida por muitas jovens Brasil afora. A música ‘Meninas não vou deixar vocês parar de sonhar’ tem letra de  MC Nanny Naggo, beat de Hermano Gonçalves e mixagem de Demócrito Gama. No YouTube da ONG Centro das Mulheres do Cabo é possível assistir ao videoclipe da faixa. 

Benji & Rita

Divulgação/Erika Garrido

As inquietações do início de um novo amor dão o tom para o single ‘Impetuosa Atração’, da dupla Benji & Rita. Com sonoridade um tanto jazzística, a faixa traz a interpretação cheia de dramaticidade de Rita acompanhada pelos arranjos criativos de Benji. 

Forfun

Divulgação/Daryan Dornelles

A Forfun presenteia os fãs resgatando a demo ‘Das pistas de skate às pistas de dança’, de 2003. para celebrar os 20 anos de história, a banda traz algumas das primeiras versões de canções que depois foram gravadas em seu primeiro álbum. São 12 faixas de pura nostalgia para aqueles que acompanham a trajetória do grupo. 

Dudu Hissa

Reprodução

O fluminense Dudu Hissa se junta ao pernambucano Otto para a solar ‘Corpo Flechado’. A música é a primeira de uma série de lançamentos que virão e traz em sua melodia um mix de ritmos brasileiros como baião e samba arrematados com beats eletrônicos. A fixa também ganhou um videoclipe já disponível no YouTube. 

Bárbara Eugênia

Divulgação

Cantando em inglês e em português, a cantora Bárbara Eugênia traz o amor e a paixão no álbum ‘Crashes n’ Crushes’. Gravado de forma minimalista, o trabalho traz a artista em uma versão pouco vista, quase um acústico. A produção é assinada por ela mesma em parceria com  Bianca Godoi.  

Dulce Quental

Divulgação/Nana Moraes

Dulce Quental recorre ao cinema e ao tango na expressiva ‘Vagalumes Fugidíos’.  Com referências que vão do  cineasta italiano Pasolini, passando pelos tons argentinos do tango, e com pitadas de crítica politizada, a cantora e compositora carioca antecipa um pouco do que virá no próximo álbum da cantora, com lançamento previsto para março de 2022, ‘Sob o signo do amor’.

Timbaladies

Divulgação

Três mulheres que marcaram a  história da Timbalada em diferentes momentos da banda se reencontram na formação do grupo feminino Timbaladies, sob a liderança do mestre Carlinhos Brown. Patrícia Gomes, Amanda Santiago e Paula Sanffer comandam os vocais do grupo e estreiam com o single ‘Tá na mulher’, uma releitura de um dos clássicos da Timbalada. Em breve, o público será presenteado com um álbum de inéditas. A banda conta ainda com Viviam Caroline, Carla Fashion, Érica Amorim, Érica Sá, Elem Silva, Loiá Fernandes, Meire Breu, Sandrinha do Timbal, Tainara Carvalho, Tainá Tai, além de Aline Santana, Ana Monterry, Jessica Kaline, e Suyá Synergy. 

Sambas de Erasto

Divulgação/Mateus Ilário

Os olindenses Rogerman e Gangga Barreto se juntaram para uma homenagem ao conterrâneo Erasto Vasconcelos. Falecido em 2016, o percussionista, cantor e compositor também olindense foi o responsável pela formação musical de vários nomes da cena local. O álbum, um pedido do próprio Erasto à amiga Gangga, traz 10 sambas inéditos de sua autoria que, além de reverenciar a obra do mestre, também firmam a bela parceria entre a cantora e percussionista e o companheiro de trabalho, Rogerman. 

John Mueller

Divulgação/Mariana Florêncio

Mais pop do que nunca, John Mueller traz a leve ‘Pés no Chão’ par o seu repertório. A música, produzida por Jorge Helder, traz elementos do ijexá em um balanço descontraído que embala perfeitamente a letra da canção, parceria com Gabriel Caminha. A faixa também ganhou um videoclipe já disponível no YouTube. 

Taliza

Divulgação

A cantora e compositora paulistana Taliza adiciona uma pitada de R&B em seu trabalho na nova ‘O que cê fez comigo’. Cantando sobre uma desilusão amorosa, a cantora traz um genuíno pop com batidas seguras que acompanham a sua voz adocicada. 

Luíza Lapa

Divulgação

Mais um nome dessa nova safra do pop nacional, Luíza Lapa apresenta seu segundo single, ‘Tudo de bom’. A música é recheada de beats e sintetizadores além de uma  levada dançante e pegada divertida. 



 

Era quase meia-noite quando Isis, em meio a uma sessão de prosa na cozinha de casa, pediu para seu avô, Ararinha da Viola - um dos maiores repentistas e cordelistas do Sergipe -, contar-lhe uma de suas histórias preferidas. Já idoso e com a memória comprometida pelo Alzheimer, o poeta lamentou por não poder concluir o repente, um dia depois, ele seria hospitalizado e não voltaria mais. 

Aquela foi a última vez que Ararinha recitou uma de suas histórias em vida e foi logo para a neta preferida, segundo ela própria. Não por acaso, a ela coube a missão de dar continuidade e renovar as tradições que estão no seio da família, original de uma terra tão rica em cultura popular. A menina logo entendeu isso e tornou-se Isis Broken, uma artista nordestina, travesti, preta, rapper, cantora e compositora, que nesta sexta (26) lança seu primeiro álbum, ‘Bruxa Cangaceira’, trabalho no qual condensa todo o legado a ela confiado 

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Isis cresceu ouvindo os repentes do avô e logo cedo, por volta dos nove anos de idade, começou a se aventurar escrevendo poesias e algumas músicas. Logo em seguida, aos 12, descobriu-se uma pessoa trans e deu início ao seu processo de transição. Nesse sentido, Ararinha da Viola também teve papel fundamental, como ela conta em entrevista exclusiva ao LeiaJá. “Quando eu me assumi, ele super me aceitou. Nunca falou nada, pelo contrário, ele era um cara do sertão sergipano, poderia ter limitações, o que seria até aceitável, mas ele nunca teve essas limitações comigo”.

'Bruxa Cangaceira' condensa as referências e vivências de Isis. Foto: Divulgação

Foi pouco depois da perda do avô que Isis tomou consciência de qual rumo deveria dar ao seu trabalho e qual o real propósito dele. Após ficar sem o final da história preferida, na última conversa com o repentista, ela acredita ter recebido dele, através de um jogo de tarot, a resposta que precisava. “Até hoje eu não sei qual é o final deste poema, mas eu acho que naquele momento não era pra eu saber, era pra eu dar continuidade. Uns dois anos depois eu tava sentada no meu altar, tirando um tarot, peguei cartas aleatórias e apareceu Elegbara (orixá que liga os vivos e os mortos), e ouvi uma voz falando ‘Elegbara, eleva o espírito e me renova’. Peguei um papel e comecei a escrever e o mais louco é que se eu te falar que eu lembro eu vou tá mentindo, eu lembro que quando terminei eu tava com várias páginas parecendo psicografadas, uma letra que não era minha e eu falei essa música não fui eu, foi meu avô que escreveu”.

A música em questão leva o nome do repentista, ‘Ararinha da Viola’ e além de ser uma das faixas do álbum ‘Bruxa Cangaceira’ também conta com um videoclipe, assinado por Letícia Pires e que agora concorre ao prêmio ‘Music Video Festival’, na categoria ‘Melhor clipe nacional envolvendo diversidade e inclusão’, ao lado de nomes como Renegado em um feat. com Elza Soares, Edgar, Ravi Lobo e Trevo. O trabalho chega à competição já premiado em uma outra, o ‘Festival de Cinema de Vitória’, no qual levou o troféu de Melhor Videoclipe Nacional’. 

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Além de colecionar indicações e prêmios, ‘Ararinha da Viola’ é também um apanhado das referências e missões de Isis Broken, coisa que se repete ao longo do primeiro álbum da artista. São elementos que vieram de seu avô e da cultura popular do Sergipe, como os parafusos de Lagarto, as taieiras e o jaraguá. Mas também aparecem, ao longo das faixas, outras influências diversas como o rap e o trap, o pop de Kelly Key, o forró do Nordeste, o rock de mulheres como Pitty e Avril Lavigne, e até coisas que surgem nos sonhos da cantora, autodeclarada bruxa. Tudo isso arrematado com um forte viés político, com discursos de empoderamento e auto afirmação que ela estende a todos as pessoas transvestigeneres.

Com sua música, Isis acaba sendo ela mesma uma referência, função de extrema importância da qual ela própria já sofreu influência também. “Eu transicionei com uns 12, 13 anos e me descobri uma pessoa trans. Eu não via corpos iguais ao meu cantando sobre suas histórias, eu não me via em lugar nenhum e eu achava que eu era proibida de cantar. Hoje eu percebo que sentia isso. Eu também não acreditava muito na minha voz, na minha potência, por ter uma voz travesti. A primeira pessoa que eu vi na TV que combinava com a minha história foi a MC Xuxú, que inclusive tá no (meu) álbum, e foi nesse momento que eu percebi a grandiosidade das nossas existências e que o mundo precisava ouvir isso. Ver MC Xuxú num domingo, na TV, me lembro como hoje, no (programa) Esquenta, um corpo travesti totalmente dissidente, eu falei: ‘é isso que eu quero’. 

Isis Broken é artista independente. Seus figurinos são montados por ela mesma, em brechós e com peças emprestadas. Foto: Divulgação

Broken quer, também, provar que tais referências estão em toda a parte e que devem ser validadas. Não por acaso, seus clipes e músicas já renderam cursos, deram mote para aulas em diversos níveis de graduação e já alcançaram até o público infantil. “Já teve pai que me disse: ‘Nossa, meu filho ama você, eu comecei a ouvir você por causa dele’. Eu falei: ‘Meu Deus, as crianças estão ouvindo Isis Broken’. As crianças estão consumindo uma travesti“. 

Recentemente, a artista se envolveu em uma polêmica nas redes sociais ao pleitear seus créditos em uma produção de Gloria Groove, assinada pelo diretor Felipe Sassi, com quem já trabalhou. A situação acabou ilustrando a luta por validação na qual ela tanto se empenha. “Por que as pessoas não querem validar uma travesti como referência? Quantas travestis você tem como referência? É justamente isso que eu queria falar, é uma responsabilidade. Tudo que eu penso e faço é pensando nisso: em como me transformar numa referência,  esse é o legado que quero deixar pro meu filho que tá chegando, pras novas gerações e para que as pessoas (trans) se percebem gigantes, porque durante muito tempo eu me senti muito pequena e hoje me percebo gigante e não deixo ninguém dizer que eu não sou”. 

Consciente de seus desejos e de onde quer chegar, Isis Broken sabe muito bem quem é. A segurança da artista é notória em sua lírica, seus figurinos - todos elaborados por ela mesma - e performances, sempre vigorosas e repleta de alegorias e elementos que vão das artes plásticas à cultura tradicional. Para viabilizar o seu trabalho, a sergipana mudou-se recentemente para São Paulo, ao lado do marido, o músico e produtor Aqualienn, que espera o primeiro filho do casal transcentrado, Apolo. 

Clique aqui para ouvir 'Bruxa Cangaceira'. Foto: Divulgação

A chegada dos seus dois ‘filhos’ representa um marco que não é de exclusividade de Isis. O bebê Apolo vai chegar ao mundo, dentro de poucos meses, provando que as famílias não precisam seguir qualquer tipo de modelo pré-estabelecido para existirem e que corpos trans também podem gerar e amar como quaisquer outros. 

Já o álbum ‘Bruxa Cangaceira’, além de cumprir os papéis designados a Isis por sua ancestralidade: de continuidade e renovação dentro de várias culturas - provando que essas são vivas e por isso sofrem constante mutação -, chega também para marcar a existência e competência dessa artista nordestina, preta, travesti, ‘bruxa’ e, sobretudo, disposta a encabeçar um verdadeiro clã do qual ela já assumiu o comando como sua verdadeira “suprema”. 

A despeito de tantas crises e problemas que andam assolando o país, a música brasileira continua rendendo bons frutos, obrigada. As novidades não param de chegar e os artistas, de todos os cantos do território nacional, não cansam de surpreender com suas produções e lançamentos. Muitos desses, inclusive, você tem acompanhado aqui no LeiaJá, através das nossas listinhas que compilam algumas das novidades mais quentinhas que chegam nas plataformas digitais. 

Além da imprensa especializada, outra forma de estar antenado ao que tem acontecido de melhor na música BR são os festivais. Na última semana, o No Ar Coquetel Molotov matou a saudade do público pernambucano em uma edição presencial que pôs fim a um hiato de shows presenciais provocado pela pandemia do coronavírus. 

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Foram dois dias de shows com nomes que estão ‘bombando’ na atualidade, como Marina Sena, Mulungu, Pierre Tenório e Romero Ferro, entre outros. Após esse reencontro nos palcos, o festival promoveu uma rodada de negócios com debates e palestras voltadas ao universo da música. Entre as atividades, os pitchings apresentaram outras muitas novidades do cenário nacional. 

O LeiaJá esteve presente nesses três dias de apresentações de novas caras e sons, através desta que vos escreve, e traz agora 10 nomes novíssimos que você precisa colocar na sua playlist.

Divirta-se. 

Bione

Bione é uma cantora, compositora e poetisa pernambucana cheia de atitude e rimas seguras. Ela chega no cenário do rap/trap com muita força trazendo bastante representatividade e fôlego para ‘peitar’ o que for necessário. 

Uana

Outra mulher pernambucana que traz em seu som muita atitude e representatividade. Uana canta, compõe e ainda toca percussão e traz ao seu trabalho atual toda a influência que bebeu na cultura popular, segmento pelo qual começou a carreira. Ela faz um bregafunk cheio de pop e doçura que vale a pena conhecer.

Hugo Linns

Hugo Linns é violeiro, arranjador e consegue, através de sua arte, levar a cultura popular a um outro nível. Sua música é o que a gente pode chamar de ‘fina’ porém sem cair no risco de soar ‘bossal’. O artista consegue tons super autênticos ao misturar o tradicional ao eletrônico ganhando aquela ‘cara’ de world music. 

Fernando Alakejá

O recifense Alakejá mergulha no setentismo com um som muito bem produzido e bastante encorpado. Com pegada de ‘frontman’, ele arrasa nos vocais e mistura, de forma bastante inteligente, referências de psicodelia, música alternativa e indie.

Trupe Poligodélica

Do sertão de Pernambuco, a Trupe Poligodélica chega trazendo uma mistura muito criativa entre a música popular, a psicodelia e a poesia. Com energia um tanto intrépida, o grupo tem uma musicalidade bastante segura, com pegada meio blues e arranjos bem feitos. 

Kalouv

Para quem gosta de música instrumental, a Kalouv traz um som bem divertido com influências que vão dos filmes aos jogos eletrônicos. Com arranjos inteligentes e som encorpado, eles apresentam uma musicalidade bem redondinha e muito criativa. Bom até para quem não é muito adepto do instrumental, vale dar essa chance. 

Orquestra Iorubás de Pernambuco

Aqui, referências tradicionais se misturam ao jazz e formam um som muito elegante. A música ancestral é elevada a outros níveis na mistura dos tambores aos coros e à metaleira. Uma nova e bela forma de representar e homenagear o xangô (religião de matriz africana) pernambucano. 

Barbarize

Criada e desenvolvida na comunidade do Bode, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, o Barbarize vai além da música e também atua em outras frentes, como teatro e dança. O grupo traz uma sonoridade afrofuturista que parece ser produzida fora de uma zona de conforto, no entanto, consegue soar muito orgânica. 

Mulungu

A Mulungu é um trio que se divide entre Pernambuco e Rio Grande do Norte. O som da banda traz um toque de psicodelia em um indie feito com arranjos inteligentes e bastante interessantes. 

Platônica

Aqui é música para dançar. Platônica mistura pop e eletrônica com pegada dançante e muito descontraída. A cantora e compositora pernambucana também pincela tons de reggae, música popular do Nordeste e até do bom e querido brega recifense para formatar seu trabalho. Uma mistura interessante capaz de fazer qualquer um remexer. 

O fim de ano se aproxima e as luzinhas e decorações natalinas já são vistas pelo comércio e algumas residências. Embora 2021 tenha nos apresentado grandes desafios e dificuldades, em termos sociais, econômicos, políticos e até de saúde, a música sempre esteve a nosso serviço para ajudar-nos a atravessar os obstáculos.

Nossos intrépidos artistas brasileiros não pararam de produzir e garantiram algumas ótimas novidades para embalar o finalzinho do ‘ano 21’ com singles, videoclipes e álbuns. Confira alguns dos lançamentos que foram disponibilizados nos streamings nas últimas semanas. 

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Odiosa

Reprodução/Facebook

Os pernambucanos da Odiosa chegaram aos streamings com o EP ‘Mil Motivos para te Odiar’. O álbum traz cinco faixas autorais, cantadas em português, com o peso do crossover hardcore. Com o potente vocal feminino de Luísa Cunha, a música da banda aborda temas como política, vício em redes sociais e preconceito contra o underground. 

Lululoops

Divulgação

Trazendo novidades para a criançada, a multi-instrumentista Lulu Araújo, mais conhecida como Fada Magrinha, apresenta uma nova fase de sua carreira. Com Lululoops, a artista se joga em novas experimentações não só no som mas, também, no seu visual. A primeira música do projeto, que leva o mesmo nome, traz uma inteligente mistura de sons tradicionais, como coco e afoxé, com os beats do bregafunk. Uma explosão de cultura pernambucana que pode ser ouvida nas plataformas digitais e vista, em um videoclipe, já disponível no YouTube. 

Álgebra Trio

Divulgação

O que acontece ao misturar sonoridades orientais aos ritmos tradicionais da música brasileira? No caso do grupo instrumental Álgebra Trio, acontece o single Dromedarius. A música é o resultado das experimentações sonoras dos três músicos pernambucanos na busca pelo resgate de sua ancestralidade oriental. A faixa é uma das que estarão no EP homônimo do grupo a ser lançado em breve. 

Pâmela Camelo

Divulgação

A pernambucana Pâmela Camelo traduz as inquietações pessoais através da música ‘Tá bem? Tô bem?’. Com voz marcante e uma sonoridade pop com nuances de trap e neo soul, a cantora, que já conta, também, com um EP nas plataformas (Distopia), dá continuidade à carreira e às próprias vivências musicais de forma independente.

Rafa Grun

Divulgação/Ana e Bali

Diretamente do Agreste de Pernambuco, o cantor Rafa Grun estreia nas plataformas digitais com o single ‘Não me pede pra não ir’. A música traz uma batida leve envolta na voz adocicada do pernambucano. Com tons de indie e MPB, o single também conta com um videoclipe gravado na cidade do artista, Camocim de São Félix, e em São Paulo. 

Pedro Santos

Divulgação

Durante leituras e audições de discos na quarentena, o cantor e instrumentista Pedro Santos compôs. ‘Em Casa’ é o resultado desse mergulho criativo do artista e traz melodia encorpada, com violões fortes e o canto suave de Pedro. O single é uma das faixas que estará no álbum ‘sussurrO’, que será lançado ainda neste mês de novembro. 

Laura Jannuzzi

Divulgação

A mineira Laura Januzzi musicou sua parceria com a cantora e compositora Nêga Lucas em ‘Temporal’,  com melodia elegante e sonoridade bastante original. A música conta com piano, acordeon e cello, arrematados com a potência da voz de Laura. O single faz parte do álbum ‘Sede da Manhã’, previsto para ser lançado neste mês de novembro, e chegou acompanhada por um videoclipe já disponível no YouTube. 

naondi

Divulgação/Lucas Lima

Dando continuidade ao projeto ‘naondi’, o músico pernambucano Breno Rocha lança o segundo single de uma série de lançamentos, ‘Cidade’. A música versa sobre as transformações no cenário da cidade do Recife,  com uma estética sonora que vai do psicodélico ao trip hop, passando por elementos da música popular brasileira. O single também conta com um videoclipe gravado no centro da capital de Pernambuco, já disponível no YouTube. 

Ana Preta, Cris Piza, Deborah Crespo e Mikaela Saymon

Divulgação

O objetivo é emplacar um hit. Para isso, Ana Preta, Cris Piza, Deborah Crespo e Mikaela Saymon se juntaram para o single ‘Flow Dona Chica’, sob produção de DJ Maxnosbeatz. O single traz beats diretos com pegada de trap e reggaetton e proposta de soar como música de dança de rua.  Já nas plataformas digitais e no YouTube, com um videoclipe. 

Breno Branches 

Divulgação

 A ‘aventura’ do cantor e compositor Breno Branches, que saiu do Pará em direção a Santa Catarina buscando o sonho de viver de música, virou canção: Wanderlust. A faixa contou com a colaboração dos fãs do artista, que tiveram carta branca para dar seus ‘pitacos’, e ganhou um videoclipe no maior estilo roadtrip.  O som no maior estilo indie, com pitadas de folk e pop, já está nas plataformas digitais, bem como o clipe, que já pode ser visto no YouTube. 

Gael Vila Nova

Divulgação

O caruaruense Gael Vila Nova estreia na carreira autoral com o EP ‘Cantando Poemas’. Com sonoridade intimista, de formato acústico, apenas voz e violão, o jovem de apenas 23 anos mostra a influência da poesia na sua musicalidade em três faixas e um poema recitado. Surge como uma bela promessa da nova geração para o cenário da música popular brasileira. 

Amanda Mittz

Reprodução/Facebook

Patrocinada pelo Edital Natura Musical, a cantora Amanda Mittz apresenta seu álbum de estreia, ‘Acesso’. Em nove faixas, a artista embala o ouvinte com um pop dançante recheado de influências do new wave e sonoridade oitentista. Na temática, Amanda, que é pesquisadora de acessibilidade cultural e pessoa com deficiência, aborda questões como autoconhecimento e acessibilidade, com a proposta de levar o ouvinte a uma experiência sensorial para vivenciar a música de forma profunda. 

Luiz Caldas

Divulgação/André Fofano

Luiz Caldas resolveu compartilhar sua playlist afetiva a partir de sua própria releitura. Em ‘Playlist Brasileira 1’, o baiano traz alguns de seus hits preferidos da música nacional no modelo voz e violão. Com pegada intimista, o artista entrega versões honestas e repletas de afetividade. 

Nanny

Divulgação/Bianca Valente

A cantora e compositora Nanny aposta nodark pop com o single ‘Mais que a mim’. Passeando por referências como indie pop, trap e trip hop, a artista apresenta uma proposta diferenciada no universo do pop nacional. A faixa deve ganhar um videoclipe neste mês de novembro. 

Romero Ferro e Teago Oliveira

Divulgação

O pernambucano Romero Ferro e o baiano Teago Oliveira se juntaram, em uma dupla inédita, para a criação do single ‘Tem que ser’, um dos cinco que integram o projeto ‘Nada Será Como Antes’, do aplicativo Taboom. A faixa, uma balada leve, com timbres simpáticos de estética oitentista, foi composta e gravada totalmente à distância e produzida pelo  mineiro Leonardo Marques, responsável pelo projeto. A série musical ‘Nada Será Como Antes’ reuniu 10 novos nomes da música brasileira e culminará com o lançamento de um EP homônimo no dia 26 de novembro. 

Cabeça de Águia

Divulgação/Flora Negri

Os produtores musicais DeCo N. e Dezcoma juntaram-se ao rapper C. Mendes. para experimentações sonoras e o resultado foi o single ‘Cabeça de Águia'. Na faixa eles misturam elementos da cultura eletrônica com o rap, chegando a um flow autêntico, com uma pegada lo-fi, e que casa perfeitamente com as rimas do MC paulistano. Cabeça de Águia chega acompanhado por um lyric vídeo e é o primeiro  do projeto, homônimo ao álbum que será lançado em 2022.

Casaprima

Reprodução

O duo Casaprima dá sequência a uma série de lançamentos com o single ‘Eu Canto’. A nova fase da dupla apresenta as composições de Maria Juliana, que, nesta música, discorre sobre anseios e questões de um relacionamento. Tudo embalado por uma sonoridade folk e bastante simpática. A faixa também conta com um videclipe. 

Bravaguarda

Divulgação/Felipe Caruso

Após uma série de lançamentos, a Bravaguarda apresenta o EP ‘O amor pede lugar’. O trabalho traz quatro faixas com um autêntico indie pop e um toque de ‘disco’ na dançante ‘Deixo Você’. 

Deltas

Divulgação/Tatiana Moreira

Durante a pandemia, o grupo luso-brasileiro Deltas aproveitou para criar. O resultado foi o segundo álbum da banda, ‘II’, que traz uma verdadeira miscelânea de ritmos e fusões no melhor estilo 'world music’. A musicalidade do Deltas mistura os tons nordestinos com o Blues e o Jazz americanos e ainda a música Celta Medieval Européia. O resultado são sonoridades criativas que fogem do lugar comum. A produção é assinada por Dirceu Melo, líder do tradicional grupo Jorge Cabeleira e o dia em que seremos todos inúteis, que está radicado em Lisboa/ PT.

Mestre Bi

Divulgação/David D'Lucard

Um dos nomes da nova geração da poesia da Mata Norte Pernambucana, Mestre Bi, apostou na temática politico-social no single ‘O Sistema’: uma ciranda com a tradicional sonoridade do folguedo e que conta, ainda, com a participação de Maciel Salú. A música é uma prévia do que virá no primeiro disco do mestre, ao lado da Ciranda Bela Rosa, que deve ser lançado em breve. 

Adriano K

Divulgação

O curitibano Adriano K apresenta mais um  single de seu voo solo, ‘Dona do meu coração’. A faixa é um pop rock que versa sobre paixão com levada dançante e o vocal seguro de Adriano. Na próxima segunda (22), o público poderá conferir o webclipe da canção. 

Bloco do Caos

Divulgação

A banda de reggae paulistana  Bloco do Caos costuma abordar temas sociais e políticos e suas canções e não foi diferente em ‘Pra rabiscar o salão'. Porém, a seriedade dos assuntos não impede o grupo de fazer uma música divertida e dançante. Sendo assim, a faixa acaba de ganhar um videoclipe, muito divertido, e que convida o público a entrar na coreô. 

Júlio Ferraz

Divulgação

O pernambucano Júlio Ferraz faz o ‘one man band’ no single ‘Travessia Boa Viagem’. A música é uma das muitas que surgiram durante um rigoroso processo de isolamento social, em virtude da pandemia, e antecipa um pouco do que virá no próximo álbum do artista, com lançamento previsto para 2022. Na faixa, Júlio toca todos os instrumentos e assina os arranjos e produção. O single chega em formato de ‘compacto’, acompanhado por um lado B, a música ‘Algoz’, que deixa um pouco de lado as questões mais subjetivas, muito cantadas pelo artista, para dar vez à crítica ao atual governo. 

Sambas de Erasto

Reprodução/Facebook

Rendendo homenagens à obra do olindense Erasto Vasconcelos, um grupo de músicos da cidade reuniu-se para dar vida ao projeto Sambas de Erasto. Encabeçados por Rogerman e Gangga Barreto, eles chegam às plataformas digitais com o single ‘Flores e Sorrisos’, o primeiro de um álbum que será lançado no próximo mês de dezembro. 

 

As pesquisas musicais do pernambucano Chinaina acabam de ganhar um espaço na televisão. Estreia nesta sexta (5), no Canal Futura, a série ‘Caça Joia’, na qual o cantor e compositor vai compartilhar com o público alguns dos novos nomes da música independente brasileira que foram descobertas por ele. O programa será exibido semanalmente, sempre às sextas, no horário das 21h15.

 A busca de Chinaina pelo que há de mais novo na música brasileira começou pelas redes sociais. Com a  ajuda do público, ele foi descobrindo artistas de todos os gêneros e partes do Brasil. Após uma fina curadoria, ele chegou aos 13 nomes que participam da primeira temporada da série. Os critérios utilizados para a escolha foram as histórias e qualidades das músicas dos selecionados, alguns já com muitos anos de estrada e outros, iniciantes na jornada. 

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Durante as gravações dos episódios, os músicos participantes receberam mentorias que incluíam informações práticas para a gestão e impulsionamento da carreira, como o registro de direitos autorais. Além disso, eles puderam interagir e trocar figurinhas com nomes tarimbados do cenário musical, como Zé Ricardo, curador do Palco Sunset do Rock in Rio; Gutie, curador do festival Recbeat; e músicos como Max B.O, Pedro Luís, Céu e Tulipa Ruiz.

Entre os objetivos do 'Caça Joia' estão o escoamento da produção desses novos artistas e aa ampliação da representatividade musical nas telas e do alcance de atuação nos territórios brasileiros. Além dos 13 episódios, a série contará, também, com um podcast, que trará entrevistas mais completas para que o público possa conhecer melhor os artistas.

Serviço

Caça Joia

Estreia: sexta (5) - 21h15

novos episódios toda sexta-feira, às 21h15 

Reprises: Domingos às 09h; terças às 12h; e quintas às 18h.

Classificação: Livre

O décimo mês do ano está passando rápido, porém, não sem garantir gratas surpresas nas plataformas digitais. Nossos intrépidos artistas brasileiros não param de produzir e mandaram algumas ótimas novidades que ‘rechearam’ outubro com singles e videoclipes. Confira alguns dos lançamentos que foram disponibilizados nos streamings nos últimos dias. 

Dani Costa

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Divulgação

A recifense Dani Costa misturou bregafunk com pop e mandou a dançante ‘Senta pra Chefe’. Conhecida como A Queridinha, Dani iniciou a carreira como dançarina, mas decidiu assumir o microfone em 2018. Ela promete outros lançamentos ainda neste ano de 2021. A produção é assinada por WR no Beat.

Marcela Brandão

Divulgação/Ale Saraiva

A paulistana Marcela Brandão canta sobre engajamento político e liberdade na carismática ‘Batedeira’. Misturando elementos de música brasileira e pop eletrônico, a cantora manda seu recado de forma leve e com muita suavidade, tal qual sua voz. 

Orquestra Raiz

Divulgação/Patrícia Araújo

A Orquestra Raiz decidiu ilustrar a música ‘Mistério’ e para a missão, escalou os artistas visuais cearenses Jonas Gomes e Raisa Christina. O resultado foi uma animação que busca um diálogo com a própria letra da canção, extraída de um poema do saudoso Paulo Leminski.  ‘Mistério’ é uma das faixas do álbum ‘Íris (Índigo Azul)’, lançado pela Orquestra em abril deste ano. 

Bando de Régia

Divulgação/Dani Leon

O grupo Bando de Régia, que tem o compromisso com a preservação dos ritmos tradicionais da música brasileira, sobretudo o forró, decidiu fazer uma homenagem à cantora Anastácia, uma das mais importantes vozes femininas do gênero. Para marcar a honraria, eles lançaram, em parceria com a própria, o single ‘Pelo teu sorriso’, um xote daqueles bons para dançar bem ‘agarradinho’. Já no próximo dia 29 de outubro, o grupo lança o Forróbook Anastacia, um combo com minibiografia, relatos de composição, cifras e partituras de doze canções da rainha do forró; e um álbum, que traz releituras destas músicas.

Anna Ratto

Reprodução

A cantora e compositora Anna Ratto resolveu visitar a obra de Arnaldo Antunes e assim nasceu um álbum de releituras, ‘Contato Imediato'. O primeiro single deste trabalho, ‘Ela é tarja preta’, já está disponível nas plataformas digitais, com clipe e tudo. Esta é a primeira vez que Anna aparece apenas como intérprete, após quatro discos na carreira. O lançamento de ‘Contato Imediato’ acontece no dia 29 deste mês.

Bela Maria

Divulgação

A pernambucana Bela Maria inicia nova fase na carreira com o single ‘Me deixa’. A música autoral fala sobre uma ‘volta por cima’ após uma decepção amorosa, embalada por um pop com toques de trap. A faixa chegou acompanhada por um clipe que surfa na mesma onda de sensualidade e empoderamento da canção. 

Luiz Caldas

Divulgação/André Fofano

O baiano Luiz Caldas decidiu compartilhar sua playlist de uma maneira diferente. Ele está se preparando para lançar um álbum de releituras de algumas de suas músicas preferidas e a primeira, ‘A Força do Amor’, já está disponível nas plataformas de streaming. O álbum, ‘Playlist Brasileira 1’, chega ainda neste mês de outubro. 

Marcos Baroni

Divulgação

Marcos Baroni manda mais uma do projeto ‘Melhor Dia’ reunindo um verdadeiro time do trap nacional, incluindo Matuê e Jovem Dex. Na sexta faixa do projeto, Destino, além dos três estão Yunk Vino, The Boy, Wall, Clovis Pinho sob a produção de Ogbeatzz. A música também ganhou um videoclipe e ambos já estão disponíveis nas plataformas digitais. 

Pablo Vermell

Divulgação/Milka Xavier

Resiliência é a palavra de ordem para Pablo Vermell no single ‘Então é aqui’. A música fala sobre a superação do fim de um amor, com muito bom humor, regada a sonoridades sessentistas e setentistas. Um verdadeiro dream pop bastante contemporâneo. O single também conta com um videoclipe, já disponível no YouTube. 

Dayanne

Divulgação

A ‘Menina do Diário, Dayanne, brindou o público com um DVD cheio de clássicos do brega. Entre as faixas, estão a que lhe rendeu o apelido, Diário; além de A Carta; Amor de Adolescente. O trabalho já está disponível nas plataformas digitais. 

πTeco Martins

Divulgação/Amanda Godoy

O cantor e compositor πTeco Martins apresenta o segundo single do álbum ‘A Spectrum Solar’, ‘Pedras no Mar’. A faixa é uma mistura de jazz, samba-choro e drum and bass que resultou numa sonoridade extremamente brasileira. A canção também conta com um videoclipe, inspirado na estética dos mangás, dirigido e editado por Caio C.

Samico

Divulgação/Moacir Torres

Após o lançamento de seu segundo álbum solo, ‘Pássaro Blue’, o pernambucano Samico apresenta um novo single, ‘Jardim Secreto’. Com sonoridade mais dançante, o artista aposta, dessa vez, numa levada de reggae com nuances de pop. A produção ficou a cargo do também pernambucano, Luccas Maia. 

Yannick Hara

Reprodução/Instagram

O ‘Caçador de Andróides’ manda mais uma faixa que te convida a refletir: ‘A distopia é real’.  O paulistano aposta na mistura do rap com o cyberpunk para abordar problemáticas da atualidade. Já disponível nas principais plataformas digitais. 

 

Com a proposta de reverenciar a música autoral e independente do Nordeste, o festival Rock Na Calçada promove o Fête de la Musique RNC 2021. Em formato online e com três dias de programação, nesta sexta (22), sábado (23) e domingo (24), o evento vai reunir 15 atrações dos mais diversos gêneros, sendo 13 delas do estado de Pernambico, uma de Sergipe e uma do Ceará. Entre os nomes do line up, estão artsitas estreantes, como a recifense Rizian, e o renomado rapper cearense RAPadura Xique Chico. Os shows serão exibidos no canal do YouTibe do RNC.

Adiado em 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus, o Fête de La Musique RNC acabou assumindo o formato de TV digital em uma edição totalmente online. Gravado no Recife, em meados de setembro, o festival contou com as apresentações de artistas independentes nordestinos que têm se dedicado ao trabalho autoral nos mais diversos gêneros, como rock, rap, indie e brega, entre outros. Esta é a 27ª edição do festival Rock na Calçada, que há oito anos se dedica ao fomento da música independente de Pernambuco.

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Para a programação do evento, a curadoria buscou elaborar um line up bastante plural. Entre as 15 atrações convidadas, estão, por exemplo, a estreante Rizian, artista não-binária; a cantora sergipana Isis Broken, mulher trans e preta; e a banda The Samandhi, que conta com o vocalista Tirico, deficiente visual. A participação feminina também foi evidenciada na presença de artistas como Ceça e Nadja, da Vício Louco, e das profissionais envolvidas na produção, como a estilista Luciana Ribeiro e a apresentadora do evento, Steffania Cardoso, entre outras. O Fête de La Musique RNC 2020 teve apoio do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife (SIC), 

Confira a programação completa do festival.

Sexta (22) - 20h

Rasec Leon

Schnneider

Rizian 

Isis Broken

RAPadura 

Sábado (23) - 20h

Vassali

The Samadhi

Verdes & Valterianos

Diablo Motor

Mojica

Domingo (24) - 17h

Mestre Anderson Miguel

Mascates

Bule

Vício Louco

Mazuli

 

Outubro começou daquele ‘jeitinho’ para quem gosta de renovar a playlist com frequência. Para os curiosos de plantão, a primeira quinzena do mês trouxe gratas novidades, nos mais variados ritmos, e alguns álbuns inteiros - o que tem sido raro em tempos de singles sem fim. Confira alguns dos lançamentos que foram disponibilizados nas plataformas digitais no começo deste décimo mês do ano de 2021. 

Wander Wildner

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Divulgação/Valentina Saldanha

Após uma campanha de crowdfunding, Wander Wildner apresenta ao público o álbum ‘Coração Selvagem’. Em 12 canções, o músico gaúcho, um nome clássico do rock’n’roll nacional, traz sua visão de mundo entre riffs seguros do mais genuíno rock. A produção é assinada pelo próprio Wildner em parceria com Thomas Dreher. 

Alex Sant’anna

Divulgação/Manoela Veloso Passos

O cantor e compositor baiano radicado em Sergipe, Alex Sant’anna, transformou em poesia a chegada da chuva durante a seca no Nordeste a partir de um eu lírico infantil, na canção ‘Fim de Mundo’. A música é o segundo single do próximo disco solo do artista, Encruzilhada, e conta com a participação do pernambucano Zé Manoel. 

Paulo Tó

Divulgação

Paulo Tó ilustrou o single ‘O Mundo por um Fio’, com um clipe dirigido e roteirizado pela dupla Jo Serfaty e Pedro Pipano. A música integra o novo álbum do artista, Galope, e é uma parceria dele com a atriz Mariana Mayor. O vídeo se propõe a traduzir sentimentos de ausência e melancolia de forma delicada e poética, bem como na canção. 

Casaprima

Divulgação/Allisson Lima

A pernambucana Casaprima inicia nova fase, em novo formato, com ‘Maduro e Real’, música e clipe. Agora em duo formado por Maria Juliana (piano e voz) e Heitor Alves (violão e voz), o projeto recomeça com um canção que fala exatamente sobre recomeços. 

Roberto Menescal

Divulgação/Marcos Hermes

Inspirado na netinha Maria Júlia, de quatro anos, o músico e compositor carioca Roberto Menescal decidiu se jogar no mercado infantil. Em ‘Bossinha Lega’l, ele apresenta a música popular brasileira para os pequenos em 10 faixas. Com arranjos refinados, assinados pelo próprio Roberto e por  Marcio Menescal,  a ideia é colocar toda a família para ouvir música juntos.  A faixa título ganhou um clipe animado em 2D  produzido pelas irmãs Erika e Bruna Carvalho.

Sidoka

Divulgação

Para o trapper mineiro Sidoka, o silêncio é um aglomerado de sons naturais, como o barulho da chuva e do vento. Tais reflexões do artista culminaram no seu novo álbum, ‘SHH..’.  O disco conta com participações, beats e produções de artistas como: Raffa Moreira, MC Anjim, Chris MC, DJ Coala, DogDu, Pexande e Dogor, entre outros. 

Rafa Lira

Divulgação/Maurício César Lima

O pernambucano Rafa Lira mistura swingueira com elementos eletrônicos na dançante ‘Quebra’. A música é uma parceria do músico com Taiguara Borges, e ganhou um lugar na lista de indicações da Casa Natura Musical. A faixa também conta com um videoclipe já disponível no YouTube. 

Léonn Inácio

Divulgação/Gabriel Gomes

O baterista pernambucano Pernalonga, conhecido por tocar com grandes nomes como Otto, Fernanda Porto, Maestro Spok, Lula Queiroga, Lucas dos Prazeres e China, entre outros, assume a identidade de Léonn Inácio para a nova fase de sua carreira. Compondo e cantando, ele se prepara para lançar o EP ‘Autoral Abduza’, a primeira canção deste trabalho, ‘Me Abduza’, já está disponível no YouTube. 

Du Braga

Divulgação/Natasha Busse

O brasileiro radicado nos EUA, Du Braga, coloca toda sua vibe praiana na faixa ‘Right Here, Right Now’. O músico, que também é cientista, gravou a canção durante uma surf trip para El Salvador (América Central) e contou com a parceria do surfista e também músico americano Donavon Frankenreiter. 

Expressão Natural

Reprodução/Instagram

Colocando sua música a serviço de temas urgentes, a paulista Expressão Natural aborda a violência policial em ‘Abuso de Poder’. A faixa acaba de ganhar um videoclipe, com imagens reais, que denunciam abordagens truculentas por parte de policiais em serviço. 

Lilee

Divulgação/Eduardo Levy

A pequena Lilee, de apenas sete anos, quer provar que rock não tem idade com o lançamento do EP ‘Rock Indie Kids!’. Misturando os dois gêneros citados no título, a menina estreia na carreira musical com duas faixas leves e divertidas compostas por ela mesma. A acompanham na empreitada os músicos  Miguel Afonso, seu pai, Renan Martins, da Melim, Felipe Bate. o cantor Bryan Behr. 

Benil

Divulgação

Sonhando com a volta do Carnaval, em 2022, o cantor e compositor Benil lança ‘Suor, Cerveja e Amor’. Em uma mistura de caboclinho e frevo, com tons de pop, o artista imprime na faixa os sentimentos de todos os foliões que estão morrendo de saudade da folia. A produção é assinada por Jean Pierre Cruz.

Michelle Melo

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Em nova fase da carreira, a eterna rainha do brega prova que até a realeza precisa se reciclar. Em parceria com o produtor Raphael Formiga, Michelle Melo tem feito várias releituras de hits do cancioneiro popular em ritmo de brega e começou o mês de outubro brindando os fãs com uma inédita, ‘Primeiro Beijo’. Disponível no YouTube da cantora.

Viela 17

Reprodução/Instagram

Um dos maiores nomes do rap nacional, Viela 17, abriu o mês de outubro falando sobre violência, a crise pandêmica nas periferias brasileiras e escândalos políticos dos últimos tempos no single ‘Herança do Medo’. A música conta, ainda, com a luxuosa participação do padre Nei Nelson, com uma mensagem de conforto e amparo. 

Rafael Mike

Divulgação/Higor Cabral

O líder do Dream Team do Passinho, Rafael Mike, traz uma mensagem de otimismo e esperança com a ensolarada ‘Sunshine’. A música, que mistura pop, rap e funk, num mix bem dançante, é uma homenagem à filha do cantor, a pequena Lara, recentemente diagnosticada com meduloblastoma, um tipo de câncer muito comum em crianças.

Sambar&Love 

Divulgação

Comemorando 10 anos de carreira, a pernambucana Sambar&Love convida o público para celebrar e dançar com o single ‘Soltinha’. A música, composta por Davi Marques, aposta no estilo pagode romântico já conhecido pelos fãs do grupo.

Marcinho Barradas

Divulgação

O pagode romântico também é a pegada do carioca Marcinho Barradas. A nova música do artista, ‘Outro Patamar’, chegou acompanhada por um videoclipe, gravado em alguns bairros do Rio de Janeiro, como Marechal Hermes, onde o sambista nasceu e vive até hoje. Já disponível no YouTube. 

Mariana Rocha

Divulgação

Após passar pelo The Voice Kids, em 2016, a cantora  e compositora Mariana Rocha lança sua carreira solo com o single autoral ‘Esboço’. Na música, a jovem, de apenas 19 anos, aposta em um R&B de pegada contemporânea, um tanto lânguida, sugerindo sensações e fruições aos ouvintes. 

 

Idealizado pelos músicos Cannibal (Devotos) e Fabrício Nunes (Plugins), o Jardim Sonante vem, desde 2016, promovendo espaço para bandas e artistas autorais da cena musical pernambucana, além de  servir como instrumento para arrecadação de doações de alimentos para entidades beneficentes. Em 2021, o festival migrou para a internet, em virtude da pandemia do novo coronavírus, porém, sem abandonar os  principais pilares com os quais trabalha desde o início de sua história: música e solidariedade. A versão virtual do evento segue até o próximo domingo (28), exibindo apresentações de artistas independentes locais e arrecadando doações para cinco instituições carentes da Região Metropolitana do Recife.

Além de ter sido palco para diversos artistas e bandas pernambucanas, desde 2016, o Jardim Sonante vem promovendo uma corrente de solidariedade desde então. Instituições como Associação Casa do Amor, ONG Mulher Maravilha, Centro Social Dom João Costa e  LarBem Lar Batista Elizabeth Mein, entre outras, já foram beneficiadas com as ações do evento, nesses últimos cinco anos. Agora, em sua versão virtual, o festival vai destinar as doações recebidas pelo QR Code disponível nas exibições para as entidades Cores do amanhã (Totó), Instituto Luiz Sérgio (Camargaibe), Centro Social Dom João Costa (Alto José do Pinho), Ocupação Icauã/ MUST (Caxangá) e Coletivo Nativa  (Pernambuco). O objetivo é ajudar pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade por conta da crise sanitária. 

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A edição virtual do Jardim Sonante LAB 2021 abriu sua programação na última quarta (24) e já exibiu cerca de  12 atrações, além de debates sobre o meio cultural, comandados pela fotógrafa Aline Sales. Já passaram pelo palco do evento nomes como Albino Baru, Zaca de Chagas, Mayara Pera, Dani Carmesim e Diablo Angel, entre outros artistas locais. Até o próximo domingo (28), o público ainda poderá conferir os shows de Triinca, Afonjah, Odiosa HC e Ostrajam, entre outros. As doações também poderão ser feitas até o último dia do festival, através do QR Code. Interessado em doar nas próprias instituições podem procurá-las diretamente. 

Serviço

Jardim Sonante Lab 2021

Até domingo (20) - sempre às 20h

YouTube





 

Em 2011, a cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim decidiu bancar uma carreira fazendo rock autoral. Mulher, preta, gorda, e vindo da periferia da Região Metropolitana do Recife, ela reuniu todos os fatores que poderiam ser usados como limitação para sua trajetória e com eles pavimentou um caminho de sucesso, cheio de força e representatividade.

Nesta sexta (26), Carmesim dá início à celebração de suas Bodas de Zinco com a música. Os 10 anos de carreira começam a ser comemorados com o lançamento do primeiro episódio de um documentário que ilustra o ‘corre’ dela e sua banda para produzir o disco Resumo da Ópera, o segundo de sua discografia, que chega para o público no segundo semestre deste ano. 

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O ano de 2021 será de comemoração das 'Bodas de Zinco' de Dani Carmesim. Foto: Divulgação/André Insurgente

Antes de assumir o nome e a carreira solo, Dani passou por algumas bandas locais fazendo backing vocal. Pouco tempo depois, a inquietação da artista que também compõe a fez mudar o direcionamento do seu trabalho a fim de levar suas próprias músicas aos palcos recifenses.

O compromisso com a música autoral, no entanto, veio acompanhado de desafios comuns a (quase) todos aqueles que escolhem a mesma trajetória, como falta de espaço, oportunidade e dinheiro. “Nesses 10 anos eu fiz tudo na raça, tirando do próprio bolso, fazendo do jeito que eu podia, eu mesma junto com André (Insurgente) e com os meninos (da banda). Tudo na base do ‘faça você mesmo’, bem underground mesmo naquela raiz do punk”, diz Dani em entrevista exclusiva ao LeiaJá

Como se tais dificuldades não fossem o bastante, Dani trazia em si própria outros elementos que poderiam transformar a jornada ainda mais desafiadora. E transformaram. “Você não espera uma mulher fazendo rock, já começa por aí; e quando a mulher faz rock você não espera que ela seja preta e nem que ela seja gorda, então são muitos estereótipos que eu venho tentando quebrar. E ainda, uma pessoa periférica fazendo rock.  Se você olhar a história do rock, ele fica ali em volta da galera da classe média, é muito difícil o rock surgir da favela ou da periferia, embora exista isso e as pessoas não deem holofote. A gente não tem espaço pra mostrar”. 

Porém, a roqueira pegou todas as ‘pedras’ que poderiam atravancar o caminho e com elas pavimentou uma estrada sólida. Em seu segundo EP,  Tratamento de Choque (Desconstruindo a Imagem Ideal), lançado em 2012,  ela deixou bem claro que não se intimidaria com tão pouco, nem mesmo com muito, e que a força do seu rock’n’roll havia chegado para ficar. “São 10 anos de luta, de resistência, de quebra de estética, levantando bandeiras. Aos pouquinhos a gente vê que muita coisa já mudou, mas toda luta é árdua. A batalha (para a mulher) é mais longa pra chegar na vitória e nem sempre a gente consegue as coisas do jeito que a gente quer e planeja. Essa é a vida do artista”.

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Bodas de Zinco

A última década de trabalho duro, no entanto, não foi feita apenas de dificuldades e luta. Durante esse tempo, Dani construiu parcerias importantes  na cena musical de Pernambuco, teve seu trabalho reconhecido - como quando ganhou o Sétimo Prêmio da Música de Pernambuco da Associação dos Cantores e Intérpretes de Pernambuco (ACINPE), com seu disco de estreia, Das Tripas Coração; e também quando conquistou espaço em webrádios de todo o mundo, durante a pior crise sanitária enfrentada pelo planeta -; além de ter consagrado seu nome como um dos mais respeitados do rock pernambucano. 

Para comemorar tanta história, Dani Carmesim vai lançar uma série de vídeos, um minidoc sobre essa estrada e, por fim, seu segundo disco, o Resumo da Ópera. Abrindo as celebrações, nesta sexta (26), será lançado Lapada, dose e bronca, com cenas dos bastidores da gravação do novo álbum. Até meados de abril, serão mais dois vídeos como esse (nos dias dois e nove), exibidos através do canal do YouTube da cantora, sempre às 20h. 

“São 10 anos de luta, de resistência, de quebra de estética, levantando bandeiras". Foto: Divulgação/André Insurgente

Já no segundo semestre, chegam um documentário, que conta mais detalhes sobre a carreira de Carmesim, e o seu segundo álbum: “O disco novo faz uma quebra no meu estilo musical, eu acrescentei elementos mais pop e mais dançantes, mas não abandonei o rock’n’roll”, avisa Dani. 

Daqui pra frente, a pernambucana pretende seguir trabalhando árduamente - enquanto assim como milhares de brasileiros aguarda pela vacina contra o coronavírus. Apesar da dificuldade em prospectar um futuro, diante das incertezas impostas pela pandemia, ela não para e, certamente, em breve a comemoração será de Bodas de Porcelana (20 anos). “É uma batalha, uma construção aos poucos. Dolorosa, mas vale muito a pena. Se eu me ligasse só em grana, em fama, eu não tava fazendo arte”. 



 

Celebrando 55 anos de vida, e quase 37 de carreira, o músico pernambucano Valfrido Santiago chega às plataformas digitais com o EP Silêncio. Este é o segundo trabalho solo do artista, produzido de forma independente, com sua assinatura nas composições, arranjos e produção musical.

Valfrido Santiago é cantor, compositor e instrumentista de Goiana (PE), e iniciou sua trajetória na década de 1980. Desde então, participou de inúmeros projetos musicais. Suas influências transpassam as vivências do artista na Mata Norte pernambucana, o cancioneiro brasileiro, o jazz americano e inspirações em artistas como Núbia Lafayette e Evaldo Braga. Em 2018, uniu-se aos também músicos Sam Silva, Philippe Wollney e Lucas Torres no projeto Tertúlia, misturando música autoral e poesia feita na Zona da Mata.

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O novo EP Silêncio surgiu durante a quarentena. São cinco canções, uma delas composta especificamente durante o isolamento, que constroem uma narrativa sobre a ausência de sons e a solidão. O disco foi lançado no último dia 18 de dezembro, data em que o artista completou seus 55 anos e já pode ser conferido nas principais plataformas digitais. 

Desde que os serviços de streaming de música ficaram mais populares, através de aplicativos como Spotify e Deezer, por exemplo, as retrospectivas pessoais nas redes sociais ganharam um capítulo a mais. Todo mês de dezembro, além de revermos as fotos e vídeos mais curtidos dos amigos, ficamos conhecendo também um pouco mais sobre seus hábitos musicais. São posts contabilizando a cantora mais ouvida, o artista descoberto naquele ano e quantas vezes a pessoa deu repeat no mesmo single. 

Os artistas, por sua vez, também têm sua retrospectiva garantida. Eles compartilham a quantidade de novos seguidores nas plataformas, em quantos países foram ouvidos e qual música sua foi a mais tocada. Em 2020, no entanto, a brincadeira foi compartilhada com um adendo não menos importante, a proposição de um debate acerca de outros números relevantes aos músicos: os valores que esses serviços pagam pelo seu trabalho. 

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São várias as plataformas de streaming de música disponíveis na internet. Spotify e Deezer, duas entre as mais populares, dividem a grande rede com a Apple Music, Amazon Music, YouTube, Google Play, Tidal e Pandora, entre outras. Tantas possibilidades podem parecer uma mina de ouro para artistas, no entanto, bem como acontecia quando a música dependia quase que exclusivamente das grandes gravadoras - que determinavam como e onde os artistas trabalhavam e recebiam -, a realidade é bem diferente. 

Segundo o site The Trichordist, que faz levantamentos do quanto paga cada uma das várias plataformas desde 2014, os valores praticados por elas em cada ‘play’ giram em torno de 0,00348 a 0,00876; sendo o Spotify o que menos paga (0,00348) e o Tidal o que remunera os artistas com um valor um pouco superior (0,00876). O Deezer, um dos canais mais populares entre os usuários, paga 0,00562 por streaming. Esses valores correspondem ao ano de 2019. 

As plataformas, por sua vez, arrecadam através de publicidade e dos valores de assinaturas dos clientes que optam por pagar pelo serviço. No Brasil, assinaturas no Spotify e Deezer, por exemplo, podem custar de R$ 16,90 a R$ 26,90. Inclusive, o 'play' de um assinante tem valor diferente daquele que usa o serviço de forma gratuita. O repasse do arrecadado para os artistas também depende de diversas variáveis, como a filiação em editoras, como a União Brasileira de Editoras de Música (UBEM), e o número de execuções do fonograma, entre outras. 

No Deezer, segundo dados enviados por sua assessoria de imprensa, 70% do apurado pela plataforma é empregado no pagamento de royalties, "que vai para toda a cadeia da indústria da música (gravadoras, distribuidoras, artistas, compositores, etc)". No serviço, o valor de cada streaming é determinado a partir do valor "das assinaturas dividido por play de execução, multiplicado pela quantidade de plays". Resumidamente, cada artista ganha com base na porcentagem de ouvintes e, ainda de acordo com a assessoria do app, a plataforma acredita "que essa é a forma mais justa de pagamento." 

Mesmo assim, desde 2019 o serviço está testando um novo sistema de monetização na busca de pagamentos mais justos aos músicos: o UCPS. O aplicativo diz que a ideia da mudança é trazer um aumento de pelo menos 30% na monetização de artistas menos conhecidos, mas, por enquanto, a novidade está sendo testada apenas na França e a abrangência da modalidade será expandida para o resto do mundo a depender da “maturidade do mercado”.

O LeiaJá também tentou contato com o Spotify para entender seu sistema de monetização, porém, não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem. 

Os números e porcentagens acabam transformando a relação plataforma X artista um tanto dúbia. Por um lado, a facilidade de escoar sua produção para todo o mundo à distância de um simples 'clique', por outro, a invisibilidade diante tantos nomes em busca do mesmo objetivo, remuneração irrisória e o quase esmagamento ocasionado pelos artistas de grosso calibre.

Sendo os serviços de streaming cada vez mais crescentes em termos de consumo de música atualmente - só no primeiro trimestre de 2020, houve um crescimento de 35% nas assinaturas dessas plataformas, segundo levantamento da Counterpoint Research -, como fechar essa conta de maneira justa para todos os envolvidos? 

O desafio está lançado e parece cada vez maior a cada ‘play’. A discussão também está acirrada e já tem artista em busca de alternativas para não se transformar refém das plataformas - a exemplo do pernambucano Juvenil Silva, que durante a quarentena lançou quatro EPs com comercialização exclusiva pelo e-mail.

Os músicos estão na busca de um mercado fonográfico mais amplo e justo e pode ser que ao final do próximo ano, a retrospectiva sobre números de streaming de música apareça de forma diferente. Ouvidos e olhos atentos. 

Fotos: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Não que uma roqueira não possa falar sobre tão nobre sentimento. Não. A própria Mayara Pera, cantora e compositora baiana radicada em Pernambuco, já abordou o tema em trabalhos anteriores. Mas no EP Lado Bê, com lançamento marcado para o dia 14 de dezembro, a artista decidiu ignorar  eventuais pudores para cantar o amor de forma íntima e sincera. Na próxima segunda (7), às 21h, em seu Instagram, ela mostra o resultado em uma live que antecede o lançamento do mini álbum, no dia 14 de dezembro. 

Em cinco músicas, e uma faixa bônus, compostas, produzidas e gravadas por ela em seu home estúdio, Mayara parece querer nos lembrar que o amor ainda existe (e nunca deixará de existir). Em tempos de relações frívolas, joguetes indiscriminados e de uma das maiores crises humanitárias da história, a artista traz o sentimento de forma leve, livre, corajosa e até divertida. E não é assim que deveria ser?

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O trabalho foi produzido ao longo do confinamento imposto pela pandemia do coronavírus,   na segurança de seu seio familiar, entre cafés com o marido - o guitarrista e produtor Danillo Campelo -, e a rotina atarefada e carinhosa com os filhos pequenos. Talvez por isso soe tão acolhedor. As agruras do momento de reclusão também a colocaram em uma espécie de limite, levando a artista à terapia e, em seguida, ao estúdio, para colocar a mão na massa e produzir ao passo que aprendia novas habilidades. 

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Mayara abriu mais uma vez o seu coração; dessa vez, para falar do processo criativo que culminou em Lado Bê, um disco que, certamente, vai acender em muita gente a vontade de ter um bem só pra enviar uma dessas canções pela DM. 

Mayara produziu o EP sozinha, em seu home studio. Foto: Reprodução/Instagram

LJ - O disco foi totalmente produzido apenas por você? ‘Lado B’ foi uma espécie de auto-desafio da quarentena?

Mayara - Só tem eu. A única coisa que teve de outra mão foi a arte da capa, que é de Pally Siqueira, artista plástica e atriz;  e as artes que vão pro YouTtube e depois pro Instagram, que são de Bárbara Guerra. Acho que (foi) sim (um desafio), porque na verdade, eu tava entristecida pela falta de fazer show, tem toda aquela questão de o quanto isso mexe financeiramente mas pra mim o que estava mais pesado era a saudade das pessoas, de tocar… Eu não sou cantora de estúdio, sou uma cantora de palco e estar longe do palco é uma tristeza. Eu não tava com vontade de fazer nada porque eu ia fazer pra quem? Fui pra terapia e aí comecei a ter vontade de aprender outras coisas, eu já via Danilo mexendo nos programas de gravação já, tinha uma certa familiaridade, já tinha aprendido a deletar e apertar o Rec.  Quando eu me meti a fazer as coisas, focar, aí rolou, começou a ficar bonitinho. Na primeira música que eu testei, acabei decidindo fazer o EP pra continuar estudando. 

LJ - As composições do disco já existiam ou elas surgiram durante esse período?

Mayara - As canções já existiam. Quando eu decidi fazer o EP, eu usei um critério pra escolher as canções, que eram: músicas que eu já era habituada a tocar no violão, porque a princípio só seria voz e guitarra e  que ainda não tivessem sido lançadas; eu não ia me atrever a fazer mais nada, só que aí não tem como, você vai produzindo e querendo colocar mais elementos. A primeira canção é uma música antiga, já estava em outro projeto, as outras são inéditas, nunca foram gravadas nem apresentadas. 

LJ - Por que você escolheu esse momento para falar assim de amor?

Mayara - (Risos)  Eu tenho a impressão que a coisa está forte nesse momento e na verdade é por ele que a gente tá aguentando todo esse processo de pandemia, com a grande força e potência do amor é que a gente vai conseguir resistir. Também é  outra vocação (minha),  porque as pessoas não esperam que eu vá fazer um trabalho desse tipo, elas esperam a potência, dedo na cara, mas também existe esse lado, que existe em qualquer ser humano. Eu sou romântica que só. Uma das coisas que eu tava conversando na terapia e que eu tinha dificuldade muito grande é com vulnerabilidade, não gostava de me mostrar frágil, chorar, nem que fosse de amor na frente de alguém e a coisa que eu mais fiz na pandemia foi chorar, seja de saudade, de emoção... Mas pra mim, é um lugar novo, de vulnerabilidade total, mas eu disse: ‘isso é uma bobagem, é hora de realmente mostrar sensibilidade’. 

A capa do EP foi ilustrada pela artista plástica e atriz Pally Siqueira. Imagem: Reprodução

LJ - Foi preciso muita coragem para assumir esse lugar? 

Mayara - Não foi tão difícil não, difícil mesmo é você ir na terapia e dizer: ‘tenho problemas’, em voz alta. Não foi muito trabalhoso porque eu gosto muito das músicas, foi mais um prazer porque eu não queria deixar essas músicas de lado. Eu achava que não tinha nada a ver cantar, tanto que eu fiquei em dúvida no nome do EP que seria ‘Músicas de amor que você nunca vai me ouvir cantar ao vivo’, aí eu disse, não, vou fazer ‘Lado Bê’, acho que é um nome legal porque o lado B é sempre o lado diferente do que você é acostumado a ouvir no artista, e o meu é  esse bonitinho. 

LJ - Você vai dar uma prévia do disco na próxima segunda (7) em uma live que vai contar com uma contribuição espontânea. Esse período continua bastante difícil para a classe artística apesar do relaxamento das medidas de segurança, não é?  

Mayara - Ainda que fosse aberto tudo e o presidente dissesse que pode, eu não ia fazer (show). Primeiro que o presidente é um doido, não existe você seguir nada do que parte dali, então eu só posso sair de casa realmente quando tiver uma vacina e quando tiver segura pra isso. Até lá, são muitos discos, EPs, lives... Não fiz muitas (lives) porque me sinto muito só, mas vou fazer essa live e coloquei um valor acessível pra incentivar a galera a contribuir. Os ingressos vão estar disponíveis até um dia após o lançamento do EP, que estará disponível inicialmente somente no Spotify,  depois vou organizar com as ilustrações de Bárbara pra colocar no YouTube, devagarzinho.



 

A inquietação de Dani Carmesim em relação aos últimos acontecimentos da sociedade brasileira acabou virando música. Na próxima quinta (11), a cantora e compositora pernambucana lança o single Loop Infinito, em todas as plataformas digitais. A canção integra seu próximo disco, já em processo de finalização. 

Dani Carmesim é cantora e compositora com atuação marcante na cena da música independente e autoral em Pernambuco. Com nove anos de estrada, ela já conta com dois EPs e um disco lançados. Com Das Tripas Coração, seu álbum lançado em 2015, ela foi premiada pela ACINPE no Sétimo Prêmio da Música de Pernambuco e integrou a lista de melhores do ano no site Beehype. 

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No novo single, Loop Infinito, Carmesim canta sobre as inquietações humanas diante acontecimentos recentes da história e seus desdobramentos na sociedade. A música integra o próximo disco da cantora, que tem previsão de lançamento para setembro de 2020. 

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Com quase 20 anos de carreira, a Mombojó é uma das bandas mais importantes da cena pernambucana. São seis discos e muitos shows na bagagem. Para conversar sobre música independente no Brasil de hoje, o LeiaJá convidou o vocalista Felipe S para uma live, nesta quarta-feira (3), às 21h, no perfil de Instagram do portal.

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Nesta terça-feira (1º) é comemorado o Dia Internacional da Música. As melodias são capazes de emocionar, alegrar e surpreender. Sempre despertando os sentimentos mais profundos, a música também serve como terapia para muitas pessoas.

Por meio da voz, as pessoas conseguem expressar os sentimentos e até mesmo a sua personalidade. A cantoterapia e a musicoterapia reúnem diversos benefícios como desenvolver a memória, aprimorar e ampliar a capacidade respiratória, controle da pressão arterial, entre outros. “A musicoterapia é indicada em diversos tratamentos como depressão e problemas respiratórios; o tratamento para pessoas com demência e Alzheimer, por exemplo, é muito eficaz”, explica a cantoterapeuta Priscila Lavorato.

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Mas há também quem ame a música, não consiga viver sem ela e hoje sobreviva fazendo o mais gosta. É o caso do músico e compositor Juan Gonzalez, 36 anos, conhecido como Juan De Las. “A música passou a ser meu ganha pão”, afirma. Ainda na adolescência, aos 14 anos, quis aprender a tocar violão, um instrumento que ele tinha em casa mas ninguém sabia tocar. “Há cinco anos trabalho só com a música. Não é fácil, mas com o tempo você aprende a se virar. É gratificante”, complementa.

Escrevendo, ouvindo ou cantando, De Las não consegue imaginar como seria um dia sem a música. “Quando toco com banda é muito especial. Posso me expressar por meio da música, causar sensações e despertar sentimentos no público, é o que me motiva. É felicidade”, afirma.

Juan De Las trabalha fazendo o que mais gosta, música | Foto: Divulgação/ Gabriela Macedo

Para o percussionista Paulo Ribeiro de Souza, 32 anos, a música também é uma inspiração diária. Depois de ver uma roda de samba aos 12 anos de idade, ele confessa que foi amor à primeira vista. “Meu irmão viu o quanto eu gostava e deu meu primeiro instrumento, um pandeiro, que hoje é meu instrumento predileto”, lembra.

Aos 15 anos, Souza começou a fazer seus primeiros trabalhos musicais, em seguida aprimorou o conhecimento com estudos sobre o instrumento e hoje ele não consegue imaginar como seria viver longe da música. “Seria a mesma coisa da noite sem a lua e do dia sem o sol”, compara.

Paulo Ribeiro começou a fazer os primeiros trabalhos musicais aos 15 anos | Foto: Acervo Pessoal 

O músico, compositor e produtor musical Will Barbosa, conhecido como Will Carbônica, 35 anos, também se apaixonou ainda criança pela música e pelo instrumento que hoje é uma das suas ferramentas de trabalho, a guitarra. Enquanto ele assistia ao show da banda de rock “Ira!”, ela só conseguia prestar atenção no instrumento, tanto é que Edgar Scandurra, guitarrista do “Ira!”, é uma de suas inspirações, além de inúmeros artistas brasileiros e internacionais. “A música é a maneira que eu encontrei para me expressar artisticamente e, é claro, é fonte de inspiração diária, ouço música o dia todo, é como respirar ou me alimentar”, afirma.

O baixista, produtor musical, compositor e consultor de tecnologia da informação Vinicius Feltrin, 37 anos, conhecido como Vini Carbônica, também  integra a banda Carbônica, assim como Will. A música é a sua válvula de escape diário. “É um veículo que me faz dar a volta ao mundo em três minutos”, conta.

Além da paixão pela música, ele precisa conciliar o tempo com as demais profissões. “Antigamente você escolhia uma profissão e ficava o resto da vida nela. Agora você toca, produz uma festa, faz bico de barman e um aplicativo para celular. Tudo no mesmo dia”, explica.

Vini e Will Carbônica em uma das apresentações nas ruas de São Paulo | Foto: Divulgação/ Isabelle Andrade

 

  A edição de 2019 do ‘No Ar Coquetel Molotov’ já tem data e local para acontecer. A festa será realizada no dia 16 de novembro, no Caxangá Golf Club, Zona Norte do Recife e promete uma programação com muitos shows e intervenções artísticas.

O festival nasceu em 2004 e o ativismo, a quebra de preconceitos de gênero e o combate ao assédio feminino são marcas do evento, que une produções independentes com as artes e a cultura na capital pernambucana.

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Informações sobre atrações e valores dos ingressos serão divulgadas em breve.

Um dos painéis que abriu a tarde desta sexta (7), na Semana Internacional de Música de São Paulo (Sim), tratou sobre os festivais que estão movimentando as cenas país afora. A fila de pessoas que se formou na porta da sala Jardel Filho, no Centro Cultural São Paulo, era uma das provas do crescimento exponencial dessa ferramenta de fomento da música, sobretudo, a independente.

Mediado pelo produtor Anderson Foca, do Festival do Sol (RN), o painel reuniu outros 11 realizadores de diferentes estados do país. Anderson comemorou o crescimento dos festivais em solo brasileiro. Atualmente, são cerca de dois mil acontecendo anualmente, segundo pesquisa da Sympla. “A gente até achou que a curva seria descendente, há uns sete anos, mas veio aí uma nova geração e a cena vem aumentando”, disse.

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Os demais participantes compartillharam suas experiências e ‘cases de sucesso’, além de darem um mapa do caminho das pedras para os iniciantes na área. Um desses foi Victor Diniz, realizador do Sensacional (MG): “A gente começou vendendo cerveja pra pagar o festival. A conta só fechou agora, quase oito anos depois”, disse. Todos concordaram com a necessidade de driblar a falta de apoio e incentivo por parte do poder público mas elencaram os benefícios em se fazer festivais como a ocupação de espaços nas cidades, promoção de artistas independentes e fomento da cena musical.

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