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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deverá ser alvo de artilharia de parlamentares de vários partidos na retomada dos trabalhos nesta segunda-feira (3). A crise provocada pelos erros nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou deputados da oposição a prepararem uma ofensiva contra o ministro. O objetivo é aumentar a pressão sobre o chefe da pasta.

Integrante da Comissão de Educação, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) já solicitou nova convocação do ministro para que ele apresente explicações "de forma técnica, transparente e detalhada" tanto sobre o erro quanto sobre as providências adotadas pelo ministério.

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O cronograma joga a favor de Weintraub. Os trabalhos legislativos serão reiniciados amanhã, mas as comissões temáticas, como a de educação, só voltam a se reunir no fim do mês. Para manter o tema em evidência, parlamentares da oposição não descartam tentar convocá-lo a depor no plenário ou pedir para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acelere a recomposição dos colegiados.

Na quinta-feira, 30, Maia atacou Weintraub publicamente ao dizer que o ministro atrapalha o Brasil e brinca com o futuro de crianças. Relator da comissão externa que produziu um diagnóstico das ações do MEC no ano passado, o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) avalia como necessária uma nova convocação de Weintraub. O Estado revelou, em novembro, que o trabalho apontou paralisia e ineficiência na pasta.

"Nosso papel agora é mostrar para a sociedade que é uma escolha do governo manter uma pessoa dessa qualidade na frente do seu ministério mais importante", afirmou o deputado.

O governista Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) avalia que a estratégia da oposição acabará por fortalecer o ministro. "Quanto mais o tom da classe política engrossar, mais o fortalece. O estilo do presidente é ao contrário da lógica", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Educação (MEC) deu explicações técnicas à Justiça para tentar comprovar que a falha em cerca de 6 mil gabaritos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não teve "influência significativa" na nota de todos os 3,9 milhões de candidatos.

A nota técnica enviada pelo MEC deixa claro que foram usadas questões no Enem que não haviam sido pré-testadas, algo que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pela prova, não tinha explicado até então e que pode prejudicar a margem de erro do exame. O órgão também não divulgou os parâmetros de correção de cada questão, como solicitado pela Defensoria Pública da União (DPU), alegando que são informações sigilosas.

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A DPU pedia que o MEC comprovasse "documentalmente" que a alteração das correções de 5.974 provas não interferiu na nota das demais em razão da Teoria da Resposta ao Item (TRI) - modelagem estatística usada no Enem e que atribui pesos diferentes para cada questão, divididas em níveis de complexidade. O Inep disse que a calibragem é feita com amostragem de 100 mil participantes, número superior ao de provas com erros. "Não houve descaracterização da amostra, os parâmetros dos itens não sofreram influência significativa em sua calibração e as proficiências dos participantes continuam sendo estimadas com a mesma precisão", diz a nota.

O fato de Inep ter mencionado que houve "calibragem" dos itens indica que houve questões que não foram pré-testadas, algo que faz parte da TRI. Segundo especialistas, o ideal é que a prova feita por meio de TRI seja composta apenas por essas questões pré-testadas.

O Inep tem o costume de usar questões sem pré-teste porque o banco de itens é muito pequeno, problema que se arrasta desde que o Enem se tornou vestibular, em 2009. As questões hoje são elaboradas por professores de universidades federais, a pedido do governo, mas muitas não são consideradas suficientemente boas para selecionar alunos ou têm outros tipos de problemas e precisam ser descartadas. A quantidade total de itens do banco é mantida em sigilo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou sua conta no Twitter para responder diretamente a usuários da rede social sobre possíveis erros de correção nas provas no Exame Nacional do Ensino Médio. Ele chegou a dizer que pediria ao presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização do exame, nova análise de um dos casos.

Um usuário enviou uma mensagem ao ministro neste sábado pedindo a revisão da prova de sua filha. "Minha filha tem certeza que a prova do Enem dela não teve a correção adequada e que ela foi prejudicada. E agora? A Inês é morta? O Sisu Sistema de Seleção Unificada termina amanhã", escreveu o internauta, identificado como Carlos Santanna, que também divulgou o número de inscrição de sua filha.

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Weintraub respondeu com um print de uma conversa por WhatsApp com uma pessoa identificada como "Alê" - o nome do presidente do Inep é Alexandre Lopes. O ministro pediu, nessa conversa, a revisão da prova da filha do internauta.

"Ministro, a participante teve a prova corrigida corretamente. Tudo confere. Fez a prova em Ribeirão Preto/SP. Conferido com a aplicadora. Não houve erro de associação no caso dela", responde o interlocutor, segundo a imagem divulgada pelo ministro.

Nas demais respostas ao tuíte de Weintraub, internautas reclamaram de não terem tido o mesmo "atendimento personalizado". Já outros elogiaram a atitude do ministro.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) quer que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, seja convocado pela Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre os erros ocorridos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o Ministério da Educação, houve erro na correção de 5.974 provas, entre 3,9 milhões de alunos.

A pasta sustenta ainda que as notas foram corrigidas e diz não haver prejuízo a nenhum aluno.

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Tabata pede que Weintraub preste esclarecimentos à Comissão de Educação "de forma técnica, transparente e detalhada" sobre como o erro foi encontrado e quais foram às medidas adotadas para resolução do problema.

"Acabei de protocolar o primeiro requerimento da Comissão de Educação do ano, convocando o Ministro Weintraub para prestar esclarecimento sobre o Enem. Precisamos de respostas sobre o que de fato ocorreu e garantias de que nenhum aluno será prejudicado", escreveu a parlamentar no Twitter.

O requerimento de Tabata precisa ser pautado e depois votado pela Comissão de Educação quando os trabalhos do colegiado forem retomados em fevereiro.

Por Maya Santos

Apesar de o Ministério da Educação (MEC) ter confirmado que os erros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram corrigidos, participantes do processo seletivo ainda demonstram insegurança diante do resultado apresentado.

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Com os problemas , foam registrados que aproximadamente seis mil candidatos saíram prejudicados, dos quais 95% estão concentrados em Minas Gerais, nas cidades de Viçosa, Ituiutaba e Iturama, além de uma cidade de Alagoinha, na Bahia. 

Devido a série de queixas a respeito das notas apuradas, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, explicou que as correções foram realizadas e as notas ajustadas. "Pegamos todos os quase 4 milhões de participantes e corrigimos as provas deles com todos os gabaritos deles e calculamos todas as inconsistências possíveis”, disse Lopes, em vídeo publicado nas redes sociais do Inep.

Para acompanhar as etapas do processo seletico basta acessar o site do Sisu. As inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seguem abertas até o próximo domingo (26). Veja cronograma do Sisu atualizado:

Inscrições: até 26 de janeiro 

Resultado: 28 de janeiro 

Matrícula: 29 de janeiro a 4 de fevereiro

Prazo para participar da lista de espera: 29 de janeiro a 4 de fevereiro

Convocação dos candidatos em lista de espera pelas instituições de ensino superior: 7 de fevereiro a 30 de abril

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-> MPF recomenda suspensão das inscrições do Sisu 2020

O Ministério da Educação (MEC) recebeu documento da gráfica Valid, responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sobre a falha em parte das provas. Em ofício ao Ministério Público Federal (MPF), o governo diz que a explicação dada pela gráfica foi de erro em duas etapas da impressão. Na Justiça, o MEC enfrenta ao menos 17 ações para revisar notas - e já houve duas liminares favoráveis a estudantes.

As falhas na impressão, segundo a explicação da Valid, resultaram na correção das provas com gabaritos de versão diferente. O primeiro erro teria ocorrido durante a impressão, com os códigos de barra de identificação do gabarito, que relaciona o candidato à cor da prova feita por ele. A segunda falha ocorreu em um sensor de leitura dos cadernos de prova.

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Os servidores avaliam que a explicação dada até o momento pela gráfica, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, é insuficiente para o MEC garantir a confiança na prova e nas notas dos candidatos. A gráfica não tem se manifestado à reportagem.

Segundo o MEC, houve erro na correção de 5.974 provas, entre 3,9 milhões de alunos. A pasta sustenta ainda que as notas foram corrigidas e diz não haver prejuízo a nenhum aluno.

Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), houve 17 ações ajuizadas, em dez unidades da Federação, com questionamentos após a divulgação das notas com erros.

Nesta quinta-feira (23), a Justiça Federal do Pará ordenou que o MEC revise a nota de uma aluna em até 48 horas. No pedido, ela destacou não considerar correto o prazo e o meio escolhidos para receber pedidos de nova correção.

"O ministro da Educação publicou no Twitter do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) um e-mail para que candidatos prejudicados com a correção errônea pudessem fazer suas reclamações, concedendo-lhes o prazo até as 10 horas do dia seguinte", diz. A Justiça concordou com a alegação. Outro pedido foi acatado em Goiás. Duas ações foram negadas.

Após o erro nas notas, o MEC estendeu até domingo - dois dias extras - o prazo de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma que reúne vagas no ensino superior público. Não atendeu ao pedido do MPF, de suspender as inscrições. Em nota, o Inep disse que a AGU toma as medidas cabíveis. A AGU informou estar recorrendo em todos os casos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, apontou falha da gráfica Valid Soluções S.A. nas notas erradas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019. Esse foi o ano em que a empresa trabalhou pela primeira vez com o teste. O dirigente do órgão estimou um número inferior a nove mil candidatos com o problema.

O Inep prometeu corrigir as informações até segunda-feira (20). Pelas redes sociais, candidatos protestaram contra o erro nas notas da prova. O resultado das avaliações foi divulgado na véspera. Um dos motivos da apreensão é o início das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em universidades públicas com as notas do Enem, na próxima terça-feira (21).

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O problema, de acordo com Lopes, foi verificado no segundo dia do teste, realizado no dia 10 de novembro. Candidatos fazem provas diferentes, que são identificadas por cores. Na hora da correção, houve pessoas que realizaram prova de uma cor e tiveram a correção com base em outra, afirmou. Segundo ele, o mesmo problema ocorreu em anos anteriores.

"Não há nenhum prejuízo concreto", disse Lopes. Dos 5.095.388 inscritos no Enem ano passado, 3.709.809 fizeram a prova no segundo dia de aplicação. Anteriormente, ele havia citado um número inferior a 1% de candidatos com o problema. Até o momento, foram confirmados quatro candidatos em Viçosa (MG) com as notas trocadas, afirmou o dirigente. "Acho que não chega a nove mil pessoas."

'Falha administrativa'

Lopes classificou o erro da gráfica como uma "falha administrativa de transmissão de informações", mas afastou a possibilidade de punição à empresa. "Situações, problemas, sempre podem acontecer. O que temos que ter primeiro é transparência", comentou.

Ele ainda se disse "bastante satisfeito" com o trabalho da gráfica e que não está avaliando uma punição com base no contrato. "Acho que não há problema nenhum", afirmou. "Fazer ilações sobre a capacidade técnica e gerencial de qualquer um dos parceiros seria leviano."

O MEC abriu um canal por e-mail e telefone para receber reclamações de candidatos que possam ter sido prejudicados. Quando a nota errada é verificada, a prova será corrigida novamente até segunda-feira, de acordo com o Inep.

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