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A catedral de Notre-Dame, em Paris, recuperou sua cruz, que foi colocada no topo de sua agulha nesta quarta-feira (6), observaram jornalistas da AFP nos arredores do templo, atingido por um incêndio em 2019.

Um guindaste ergueu a cruz e a colocou no topo da agulha da construção pouco depois das 15h00 (11h00 em Brasília).

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A instalação ocorre dois dias antes da visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao local, exatamente um ano antes de sua reabertura para missas, prevista para oito de dezembro de 2024.

A agulha, idêntica à anterior, desenhada pelo arquiteto Eugène Viollet-le-Duc no século XIX e que desabou no incêndio, podia ser observada através dos andaimes desde o final de novembro.

Segundo a Presidência francesa, ela "foi montada (...) a partir de desenhos de Viollet-Le-Duc. Trata-se de uma montagem extremamente especializada em madeira, revestida com uma camada de chumbo e acabada, no topo, por uma coroa, um galo e uma cruz de 96 metros" de altura.

Nesta quarta-feira, o galo ainda não estava visível acima da cruz. "Ainda não foi recolocado" no seu lugar, indicou o Palácio do Eliseu, especificando que o item será "abençoado" segundo a tradição católica "nos próximos dias, em uma cerimônia" que acontecerá à margem da visita do chefe de Estado para a próxima sexta-feira.

"É um galo novo", informou a fonte, explicando que o antigo, que não pôde ser recuperado após o incêndio, será "exposto" em um futuro museu.

Na semana passada, Philippe Jost, responsável pela reconstrução da catedral gótica, erguida entre os séculos XII e XIV, sinalizou que assim que o pináculo atingisse os 96 metros, seria "coberto de chumbo".

Três anos após o incêndio que a devastou, a catedral de Notre-Dame de Paris recuperou sua cor original graças ao trabalho diário de um exército de artesãos e deve reabrir em 2024.

"A limpeza do interior das abóbadas, das paredes e do piso", que deverá estar concluída em breve, bem como a preparação das abóbadas para a sua reconstrução, "devolveram a catedral à sua brancura original", afirma o órgão público responsável pelo projeto de restauração.

O terceiro aniversário do incêndio acontece na próxima sexta-feira. Antes do incêndio, a catedral recebia quase 12 milhões de visitantes, 2.400 missas e 150 concertos por ano.

Em 15 de abril de 2019, um gigantesco incêndio atingiu esta obra-prima da arte gótica, provocando o colapso de sua armação, de sua famosa agulha, seu relógio e parte de sua abóbada, destruída pelas chamas, diante do olhar atônito de milhões de pessoas ao redor do mundo.

O enorme buraco deixado no prédio foi substituído por andaimes que também cobrem as laterais.

A restauração titânica começou em abril de 2019 com obras para garantir a estabilidade do edifício, incluindo a colocação de estruturas reforçadas nos 28 contrafortes, o desmonte dos andaimes que rodeavam a agulha, a remoção de entulho e a descontaminação de 450 toneladas de chumbo, que em parte acabou na atmosfera.

Essa "etapa importante" foi realizada sob medidas de segurança significativas e concluída em meados de 2021, com um custo total de 151 milhões de euros (US$ 163 milhões).

A catástrofe desencadeou uma onda de generosidade sem precedentes, com quase 844 milhões de euros (913 milhões de dólares) em doações até agora, provenientes de 340.000 doadores em 150 países, segundo o órgão público responsável pelo projeto de restauração.

Paralelamente aos trabalhos na catedral, a restauração continua em oficinas em toda a França.

- Surpresas arqueológicas -

O grande órgão, de de 1733 e o maior da França, foi poupado do incêndio, mas ficou coberto de pó de chumbo.

Foi então desmontado, assim como os vitrais, e está sendo limpo, assim como 22 pinturas de grande formato dos séculos XVII e XVIII, enquanto várias estátuas, agora restauradas, estão expostas no museu Cité de l'Architecture et du Patrimoine de Paris.

A reconstrução da estrutura medieval da nave e do coro e da torre de Viollet-le-Duc, com sua sólida estrutura de carvalho, só começará no início de 2023, segundo a instituição pública. Já foram serrados mil carvalhos de florestas públicas e privadas.

Outra etapa fundamental do projeto começa nesta quarta-feira: a extração de pedras para reconstruir as abóbadas destruídas ou danificadas.

Entre setembro de 2020 e abril de 2021, foram realizados dois testes nas capelas interiores da catedral, 24 no total, para definir as técnicas que lhes permitirão devolver as cores originais.

No início de março, as escavações preventivas trouxeram uma grande surpresa, a descoberta de um sarcófago de chumbo e os restos da antiga galeria da catedral, feita de pedra e que separava o coro litúrgico da nave e do fieis.

A diocese quer aproveitar a restauração de Notre-Dame para dar nova vida ao seu interior, integrando arte contemporânea aos antigos mestres como os irmãos Le Nain e Charles Le Brun.

Também está prevista mais luz, bancos móveis para substituir as cadeiras e frases bíblicas projetadas nas paredes.

A cripta, localizada sob a catedral, também será utilizada como espaço de armazenamento com fácil acesso através da instalação de um elevador.

Quando retornarem à famosa catedral em 2024, turistas e fiéis entrarão pela grande porta central em vez das portas laterais.

O design interior da catedral de Notre-Dame de Paris, parcialmente incendiada em 2019, será apresentado nesta quinta-feira (9) após um debate acalorado entre tradicionalistas e defensores da modernização do templo.

Vários especialistas dos serviços do patrimônio nacional francês examinarão uma apresentação do projeto encomendado pela diocese, que gerou polêmica ao considerar a possibilidade de introduzir mobiliário contemporâneo na nave da catedral, que tem mais de 850 anos.

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Os especialistas darão seu veredicto no meio do dia, após um debate a portas fechadas.

A diocese quer aproveitar a restauração da catedral gótica, cujo telhado ruiu após um grande incêndio em 19 de abril de 2019, para fazer uma renovação total, antes de sua reabertura em 2024.

Notre-Dame de Paris é um dos monumentos mais visitados da França, com cerca de 12 milhões de turistas todos os anos.

O incêndio, fortuito segundo a investigação oficial, chocou não só a opinião pública do país, mas de todo o mundo.

Milhões de euros vieram em doações ao fundo que as autoridades criaram para fazer frente à gigantesca tarefa de reformar a estrutura do prédio.

- Personalidades da arquitetura contemporânea -

Os responsáveis pela reforma contataram personalidades da arquitetura contemporânea, como Ernest Pignon-Ernest, conhecido por seu mobiliário urbano, ou artistas como Anselm Kiefer e Louise Bourgeois.

Suas propostas conviveriam com as obras dos grandes mestres que ornaram a catedral parisiense ao longo dos séculos, como os irmãos Le Nain ou Charles Le Brun, noticiou o jornal Le Monde. Informação que foi confirmada à AFP pelo Ministério da Cultura, que "nada se opõe" a este tipo de operação.

Entre as propostas, bancos com rodas ou sistema de luzes na altura dos olhos, bem como a projeção luminosa de frases da Bíblia em várias línguas nas paredes da nave.

Como é costume na França, a imprensa tornou-se arena e debates.

Este tipo de mobiliário ou iluminação "distorce totalmente a decoração e o espaço litúrgico", escreveram no jornal Le Figaro uma centena de personalidades, entre elas o filósofo Alain Finkielkraut ou um conhecido apresentador de televisão, Stéphane Bern, que foi nomeado justamente pelo presidente Emmanuel Macron para liderar uma missão para salvaguardar o patrimônio francês.

Notre-Dame de Paris foi construída ao longo de dois séculos, e sofreu vários incêndios ao longo de sua história. Sua aparência atual se deve em grande parte a uma grande restauração realizada no século XIX por um arquiteto, Eugène Viollet-le-Duc, que também foi responsável por operações semelhantes em todo o país.

"Respeitemos o trabalho de Viollet-le-Duc, respeitemos o trabalho dos artistas e artesãos que lutaram para nos oferecer esta joia", explicaram os intelectuais.

A atual proposta de modernização navega "entre as ninharias e a vulgaridade", criticam essas vozes.

Eugène Viollet-le-Duc foi o responsável pelo projeto da torre da agulha de Notre-Dame, inaugurada em 1859 e que ruiu durante o incêndio.

A restauração interior não se destina apenas ao mobiliário. A nave central, desde a entrada ao coro, será reformada para dar mais espaço aos turistas e fiéis, e as quatorze capelas que a rodeiam serão cuidadosamente limpas.

Todos os anos, Notre-Dame acolhe 2.400 serviços religiosos e cerca de 150 concertos.

A limpeza das capelas permitirá redescobrir as enormes pinturas com motivos bíblicos que foram encomendadas pela guilda dos ourives a grandes artistas da época, entre 1630 e 1707, e que foram enegrecidas pelo fogo.

O cônego Gilles Drouin, chefe do projeto de reforma, insiste que o objetivo é "melhor acolher" o público sem esquecer "o respeito ao culto" religioso.

Fechada desde o incêndio em 2019, a cripta arqueológica localizada sob a esplanada de Notre-Dame reabre ao público com uma exposição em homenagem a Victor Hugo e Eugène Viollet-Le-Duc, duas figuras-chave no renascimento da catedral no século XIX.

É o primeiro local estilo museu que, estando tão perto da catedral, reabre após o incêndio de 15 de abril de 2019. Foi necessário mais de um ano para completar os trabalhos de limpeza e descontaminação do pó de chumbo que impregnou a praça.

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Os visitantes poderão conhecer, ou rever, os vestígios galo-romanos que ocupam o centro da cripta: restos de banhos termais e de uma parede, um monumento votivo aos barqueiros de Paris, o "Pilier des Nautes" (coluna ou pilar dos barqueiros), descoberto durante escavações realizadas nos anos 1960.

Mas a exposição "Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo a Eugène Viollet-le-duc", que abre nesta quarta-feira (9), conta uma história muito mais próxima no tempo: a extraordinária renovação no século XIX de um monumento abandonado e, hoje, admirado em todo mundo.

O Paris-Musées espera que os turistas voltem a frequentar este museu, que antes do desastre recebia cerca de 170.000 visitantes por ano.

"Este projeto nasceu de um jeito muito rápido, depois do incêndio, como um desejo de prestar uma homenagem à catedral. Trabalhei nas fotografias que nos permitiram acompanhar a renovação do local no século XIX. A fotografia também é contemporânea à proteção do patrimônio", disse à AFP a curadora e responsável pelas coleções fotográficas e digitais do Museu Carnavalet, Anne de Mondenard.

- Fantasmagoria de Notre-Dame -

A exposição se baseia em uma coleção de fotografias antigas e muito frágeis (assinadas por grandes nomes como Charles Nègre, Charles Marville, ou Auguste Mestral) - algumas delas dos primórdios da técnica do daguerreótipo. Também apresenta desenhos, telas, trechos de filmes que mostram toda fantasmagoria em torno da catedral e do romance de Victor Hugo, até animações atuais.

O entusiasmo popular provocado em 1831 após a publicação de "Notre-Dame de Paris" e a influência que o romance teve sobre o trabalho do arquiteto Viollet-le-Duc entre 1844 e 1864: tudo isso está bem documentado.

Para muitos, a catedral se tornou "um monumento do patrimônio nacional", a alma da cidade, mais do que um lugar cultural.

"A exposição começa com a catedral, tal como era mostrada no momento da publicação do romance, no qual se menciona um incêndio de forma premonitória", observa Vincent Gille, curador da Maison de Victor Hugo.

"É um edifício extraordinariamente assustador e perigoso, em nada uma catedral radiante e luminosa", no espírito de Hugo. Vários desenhos do romancista comprovam isso.

Trechos de um filme mudo de 1911 feito por Albert Capellani mostram a catedral entregue aos destinos trágicos e torturados de Esmeralda e do corcunda Quasimodo. Uma têmpera de François-Nicolas Chifflart representa o fogo imaginado por Hugo, o chumbo correndo em dois fluxos entre as torres.

Em 1831, a catedral sofreu atos de vandalismo e estava muito mal conservada, a ponto de sua demolição ter sido cogitada. As fotos da época revelam a fragilidade do edifício.

A catedral de Notre-Dame, em Paris, destruída por um incêndio no dia 15 de abril passado, ainda não está salva. "A catedral ainda está em estado de risco", afirmou neste domingo (5) o general Jean-Louis Georgelin, encarregado de supervisionar a reconstrução. "Ainda haverá uma etapa importante, que será remover os andaimes em torno do pináculo."

Essas estruturas foram instaladas antes do incêndio ao redor da torre que formava a parte mais alta do edifício. Em dezembro, o monsenhor Patrick Chauvet, clérigo da administração da catedral, afirmou que a estrutura está tão fragilizada que há "50% de chance de não ser salva" em razão do risco de os andaimes desabarem sobre o teto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Seis meses depois do incêndio da catedral de Notre-Dame de Paris, as obras de consolidação estão cada vez mais complexas, perigosas e caras do que o previsto, e ainda não se sabe como será sua nova aparência.

Será preciso esperar até o final de 2020 para ter um diagnóstico completo que permita aos arquitetos trabalhar em suas restauração. Após a licitação, a reconstrução do monumento histórico, o segundo mais visitado da Europa, poderá começar em 2021.

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A catedral pode ficar exatamente igual a antes do incêndio de 15 de abril, como deseja a maioria dos franceses e o arquiteto chefe, ou podem ser feitas modificações arquitetônicas, como defende o governo.

É preciso primeiro reconstruir o telhado de madeira e a agulha de 93 metros de altura, um dos símbolos da capital francesa.

No momento é impossível determinar "quanto custará e quanto tempo vai demorar", diz o arcebispo de Paris, Michel Aupetit.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que as obras para que a catedral "seja mais bela que antes" deveriam ser finalizadas em cinco anos, um prazo considerado como um "objetivo" aproximado pelos especialistas.

Os trabalhos já sofreram atraso depois que tiveram que ser interrompidos durante quase um mês, no final de julho, devido ao risco de contaminação com chumbo.

O objetivo mais urgente é descartar o perigo de que a abóboda desmorone, devido ao andaime de 500 toneladas instalado ao redor da agulha antes do incêndio. A queda de uma das barras poderia causar danos irreparáveis.

"Não é o caso de querer assustar, é uma realidade física", explica em entrevista à AFP Christophe-Charles Rousselot, delegado-geral da Fundação Notre-Dame.

- Custos triplicam -

Para impedir o desmoronamento, foram instaladas cimbres, armações de madeira que servem de molde e sustentação, nos contrafortes. Essa medida, junto às precauções antichumbo e outras iniciativas não programadas inicialmente, estão disparando o orçamento dessa primeira fase, que passou de 30 milhões de euros em 15 de abril para 50 milhões em junho e 85 milhões atualmente.

Os trabalhos para desmontar o antigo andaime, que ficou fundido com a estrutura do telhado devido ao calor das chamas, vão durar vários meses. "Será instalado outro andaime pro cima para que os operários baixem com cordas e cortem uma a uma as barras", diz o arcebispo.

Essas obras de consolidação não serão finalizadas até meados de 2020. Se tudo correr bem, a nave poderá ser aberta parcialmente para missas.

A presença de chumbo é outra variável determinante, já que continuam sendo detectados níveis elevados nas fendas do átrio, apesar dos trabalhos de descontaminação.

Também é preciso levar em conta a investigação de três juízes de instrução, chamados para determinar as causas do incêndio. Tudo aponta que não foi intencional, mas poderiam ser descobertos os responsáveis por uma série de negligências: empresas privadas, diocese, Estado?

- Um general no comando -

Como um exército em campanha, as obras colossais da Notre-Dame precisam de uma estrutura e de um líder. Macron nomeou o general Jean-Louis Georgelin, ex-Chefe do Estado-Maior, para formas as equipes, se encarregar das arbitragens e avançar a marcha forçada.

No final de 2020, se decidirá como será reconstruída a catedral que, no ano passado, recebeu 12 milhões de visitantes.

"É preciso refazer a agulha de forma idêntica", declarou em junho Philippe Villeneuve, arquiteto chefe de Monumentos Históricos e a cargo da restauração da catedral. O especialista defendeu "a grande força" desse elemento do século XIX que se integrava perfeitamente na obra medieval exatamente porque era "atemporal".

Villeneuve se afasta assim da vontade de Macron de inserir um "toque contemporâneo" ao monumento.

Junto a esses planos está também a renovação da própria zona em volta da Notre-Dame, junto ao rio Sena.

A onda de solidariedade criada após o incêndio se traduz em promessas de doações em um total de 800 milhões de euros: desde os 200 milhões desembolsados pelo magnata francês Bernard Arnault, proprietário do grupo de luxo LVMH, até 1 euro oferecido por um menino de oito anos.

Dada a demora nas obras, os controles sanitários, os exigentes relatórios de especialistas, a instalação de andaimes e a alta tecnologia necessária, pode ser que no final falte dinheiro.

Em 15 de abril, quando soou o alarme na catedral de Notre-Dame, ninguém se preocupou muito. Os treinamentos de segurança e os falsos alertas são frequentes nesse ponto turístico da capital.

"Eram 18h23", lembra André Finot, responsável pela comunicação da Notre-Dame que, seguindo as normas, vai para o interior da catedral para ajudar o pessoal da segurança a retirar os turistas e fiéis que assistiam à missa da Segunda-Feira Santa, início da semana de Páscoa.

A igreja esvazia tranquilamente enquanto soam as mensagens de evacuação em vários idiomas. Não há pânico. O padre que estava celebrando a missa nem sequer sai da catedral.

"Esperamos cerca de 10 minutos (do lado de fora) e então nos disseram: 'Os fiéis podem voltar'", diz Michèle Chevalier, de 70 anos, que sempre assiste às missas na Notre-Dame. A cerimônia recomeça, às escuras e sem microfone, porque não há eletricidade.

"De repente se ouve uma mulher gritar: Saiam! Têm que sair daqui!", lembra Chevalier.

André Finot tinha ficado fora da catedral e "por volta das 18h46" viu um pouco de fumaça cinza saindo entre as duas torres. Decide dar a volta e vê "uma fumaça bastante densa vinda da agulha".

Nesse momento, um agente de segurança da catedral envia para Finot uma foto do celular que confirma seu temor. "Há chamas, chamas altas, na floresta".

- Chamas que devoram o telhado -

A "floresta" é a estrutura da catedral, assim nomeada pelo grande número de vigas utilizadas, cada uma feita de uma árvore diferente. Tem mais de 100 metros de comprimento, 13 metros de largura na nave e 40 no transepto, e 10 metros de altura.

Segundo fontes próximas da investigação, a primeira mensagem de alerta de incêndio chegou ao serviço de segurança da catedral às 18h18. A mensagem indicava uma área específica da parte superior da nave e da sacristia, seguida por um código de letras e números.

O alerta foi recebido por um agente que trabalhava na Notre-Dame há quatro dias, que enviou para outro agente para verificar a sacristia, mas que não encontrou nenhum fogo.

A pessoa que recebeu o alerta primeiro contatou seu superior e eles tentaram, por telefone durante vários minutos, esclarecer o que estava acontecendo. Finalmente entenderam para que parte da catedral teriam que ir e, quando o agente chega às 18h45, vê as chamas e avisa ao bombeiros, que chegam às 19h05.

Nesse momento as chamas já atravessaram o telhado e, atiçadas pelo vento leste, devoram as vigas, a maioria do século XIII, e derretem as 210 toneladas de chumbo do telhado.

Os bombeiros têm que abrir passagem entre a multidão para chegar até a Notre-Dame. O tempo parece ter parado nas margens do Sena, onde turistas e vizinham observam, espantados e quase hipnotizados, a fumaça e as chamas que brotam da catedral.

A comandante dos bombeiros, Myriam Chudzinski, consegue chegar a pé e entende rapidamente que a Notre-Dame está "totalmente incendiada". Ao empurrar a porta que leva para a parte alta, ela e seus colegas encontram uma "visão do inferno".

"O telhado era devorado pelas chamas. No tempo que usamos para estabilizar as mangueiras, menos de um minuto, o fogo avançou vários metros. Tínhamos que recuar todo o tempo", explica a comandante.

Ariel Weil, prefeita do 4º Arrondissement (distrito) de Paris, onde fica a Notre-Dame, chega correndo "aterrorizada", junto com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. O reitor da catedral, monsenhor Chauvet, se une a elas, chorando.

"Meu primeiro pensamento é retirar os vizinhos da rua do claustro", diz. Menos de dez metros separam as casas dessa rua estreita dos muros da catedral.

Do outro lado, André Finot é atingido por "uma chuva de cinzas" mas volta ao átrio com uma "ideia estúpida" na cabeça. "Pensei: 'Não posso deixar isso acontecer, vou buscar um balde d'água'".

Seu telefone não para de tocar. "O mundo inteiro me liga. Duas, três, quatro vezes", diz. Ele vai atendendo como pode.

De onde está, com a fachada à sua frente, não vê nada. "A parte frontal estava perfeita, por isso não entendia o que estava acontecendo". Finot não consegue ver a agulha, ponto mais alto da catedral, com seus mais de 90 metros de altura, que já estava envolta em chamas.

- Tristeza e apoio mundiais -

Durante minutos que pareceram intermináveis, as fotos da impressionante coluna de fumaça, agora visível em toda a cidade, e da agulha ardendo, invadem as redes sociais. De todos os cantos do mundo, cidadãos, políticos e dirigentes enviam mensagens de tristeza e apoio.

Emissoras de televisão chegam a Notre-Dame. A igreja mais famosa do mundo, o monumento mais visitado da Europa (entre 13 e 14 milhões de turistas por ano), está em chamas.

Construído entre 1163 e 1345, a catedral atravessou os séculos: sobreviveu à Revolução Francesa, a duas guerras mundiais, foi a sede da coroação de Napoleão e dos funerais de vários chefes de Estado.

Na Notre-Dame aconteceu a história de amor de Quasímodo e Esmeralda, no famoso romance de Victor Hugo, adaptado para o cinema e transformado em desenho animado e musical.

Os sinos e as gárgulas da catedral parisiense foram pintadas por Matisse, Chagall e Picasso.

A Notre-Dame é também o ponto zero da França, o ponto de origem de medida de todas as estradas do país.

A notícia do incêndio chega rápido ao Palácio do Eliseu. O presidente Emmanuel Macron cancela um discurso previsto para aquela noite e vai rapidamente para o centro de Paris.

- Como as torres gêmeas -

No telhado da catedral, Myriam Chudzinski e seus colegas lutam sem trégua contra as chamas. A comandante não vê a agulha cair. Tampouco escuta o grito de terror da multidão, que assiste ao vivo a tragédia.

No átrio também não se imagina o que está acontecendo. "Com as árvores e a altura das torres, a agulha estava escondida. Mas ouvimos um 'oh' (da multidão)", lembra o bispo auxiliar de Paris, Philippe Marsset.

"Foi como quando caíram as Torres Gêmeas em Nova York. Nos perguntávamos o que estava acontecendo realmente", lembra Florence Mathieu, que tem uma loja nas proximidades.

Os bombeiros que estão na catedral recebem a ordem de sair. Chegam reforços de toda a região parisiense. No total, 600 bombeiros trabalharam contra o avanço do fogo na catedral.

O chefe da Brigada dos Bombeiros de Paris (BSPP), general Jean-Claude Gallet, resume a situação para o presidente Macron, que acaba de chegar, aos poucos ministros presentes e para os representantes e religiosos, reunidos em uma sala da central da polícia.

O telhado está perdido. Agora é preciso deter o avanço das chamas que já chegam ao campanário norte, onde estão oito sinos que pesam cada um entre 780 quilos e 4 toneladas. Na torre sul há outros dois sinos, o maior com 13 toneladas.

Se as vigas e as tábuas de madeira cedem, os sinos caem e arrastam com eles a abóbada. Provavelmente seria o fim da Notre-Dame e a tragédia teria vítimas.

- David contra Golias -

Começa então a "batalha para salvar os campanários". Organiza-se um grupo de cerca de 20 bombeiros, que deve voltar à torre norte sem nenhuma garantia sobre sua própria segurança.

Sua missão é apagar os focos de incêndio na estrutura, jogar água de forma preventiva nas partes que não estão em chamas e criar uma cortina de água entre o fogo do telhado e o campanário norte.

Outros bombeiros cercam a catedral e fazem o apoio com mangueiras, que parecem insignificantes diante das chamas. "É David contra Golias", resume monsenhor Marsset.

Na parte de trás é travada outra batalha, dessa vez para salvar o patrimônio. A Notre-Dame guarda o "tesouro", composto por vários objetos de arte e algumas das relíquias mais importantes do catolicismo, entre elas a santa coroa de espinhos que teria sido usada por Cristo, um pedaço da cruz e um cravo.

Desde as 19h30, a prefeita Anne Hidalgo mobilizou várias pessoas para essa operação. Ao cair da noite, cerca de 30 bombeiros, policiais, conservadores do Louvre e agentes municipais criam uma corrente humana desde a sacristia, retiram as obras uma por uma e enchem três caminhões, que são enviados para a prefeitura de Paris.

"Todos nós sentíamos que estávamos participando de um momento histórico. Uma causa nos unia: salvar essas obras", lembra Sebastián Humbert, conselheiro de Anne Hidalgo, que coordenada as operações.

Cadeiras, candelabros, quadros, relicários e cálices passam de mão em mão até os caminhões, onde são registrados e protegidos antes de serem transportados. As peças mais valiosas, como a coroa de espinhos e a túnica de São Luís, permanecem nas mãos dos conservadores, "que as transportam como se fossem recém-nascidos", diz Humbert.

As obras são guardadas na prefeitura de Paris, perto de Notre-Dame, muitas em uma caixa-forte.

- Orações na noite -

Por volta das 23h00, o general Gallet anuncia a esperada notícia: "A estrutura da Notre-Dame está a salvo e preservada em sua totalidade".

Parecia que as orações e cantos dos católicos ajoelhados nas margens dos Sena tinham sido ouvidos. O monsenhor Marsset também orou silenciosamente, sem o terço, nem as mãos erguidas para o alto. "Aqueles que o Senhor podia enviar naquele dia não eram anjos, eram bombeiros", lembra.

O presidente Macron insiste em ver o interior e um pequeno grupo entra na catedral na escuridão. O chumbo derretido continua caindo pelo buraco da flecha. A fumaça brota das pedras e das vigas e no fundo da catedral, no coro, uma cruz dourada resplandece.

"Uma atmosfera crepuscular", descreve Ariel Weil. "Há cinzas e escombros, mas o que chama a atenção é que ela está ali, que aguentou".

Muitos abandonam o átrio, aliviados. Os bombeiros ficam para terminar seu trabalho.

Pouco depois das 03h30 da madrugada, o fogo, ainda não totalmente apagado, é declarado "completamente controlado".

Depois de quase nove horas de luta, angústia e oração, a Notre-Dame está a salvo.

A tarefa de Mylène Pardoen, arqueóloga de paisagens sonoras, é árdua: tentar restaurar o "volume particular" da catedral parisiense de Notre-Dame após o incêndio que a destruiu.

Como a luz filtrada pelas janelas, ou o cheiro muito particular de velas, os sons de uma catedral fazem parte de seu DNA.

A acústica desse local depende de sua arquitetura, dos materiais utilizados, dos móveis escolhidos, mas também do tecido urbano circundante.

"Cada igreja, cada catedral tem uma acústica única e singular", explica a engenheira de pesquisas do Instituto de Ciências Humanas (ISH) de Lyon.

Um elemento de madeira, por exemplo, não soa como uma pedra.

Na Notre-Dame, este coquetel único pegou fogo em 15 de abril, quando as chamas deixaram a catedral com três buracos importantes em sua abóboda.

"Agora não há som", explica Pardoen, "apenas os ruídos externos, a agitação das máquinas, os aspiradores de pó...", constata.

Desde sua primeira visita à catedral em chamas em julho, a especialista lembra o cheiro de madeira queimada, chumbo derretido e a forte luminosidade, devido a buracos no telhado e à ausência de vitrais.

A cientista do CNRS, apaixonada por história, coordena o grupo acústico, que funcionará por cinco anos.

O papel desses especialistas é identificar as melhores estratégias de restauração para que a catedral recupere sua acústica inicial.

Para isso, Pardoen e seu colega Brian Katz têm um registro acústico de 2013, que será o ponto de partida.

Retrocesso no tempo

A engenheira também "voltará no tempo" com a ajuda de especialistas e historiadores.

Ela recriará o interior e o exterior da catedral e deduzirá "os ambientes sonoros da Notre-Dame em um determinado momento".

"O órgão precisa encontrar sua essência sonora", diz Pardoen.

Um trabalho minucioso, já que a localização e o tamanho das capelas mudaram, os corredores mudaram, as cornijas e os móveis foram modificados. Até o tecido urbano de hoje é completamente diferente.

O átrio, por exemplo, era muito menor.

"Tudo isso tem um impacto direto no que é ouvido", explica Pardoen.

Em seguida, usando um modelo virtual, os dois especialistas poderão calcular como cobrir os buracos, visando principalmente às pedreiras onde serão coletadas as pedras destinadas à reconstrução da abóbada.

"Quando soubermos quem ganhou as diferentes licitações, visitaremos os artesãos selecionados", acrescenta.

"Também verificaremos cada trabalho realizado para readaptar o modelo, se necessário, e dizer o que pode, ou não, continuar", completa ela.

Especialistas em som farão recomendações, embora a escolha final não dependa deles.

"O cientista não tem controle sobre a política", ressalta Pardoen.

Ela acredita que poderá começar as medições acústicas na catedral entre o final de outubro e o início de novembro. Até lá, será preciso encontrar o financiamento necessário, especialmente para o material que não poderá sair da catedral, porque seria "contaminado".

"Não há vínculo entre o dinheiro doado e nossos empregos", explica.

O certo é que ela e sua equipe farão todo o possível para que os sons recuperem sua particularidade antes do desastre.

Especialmente para os coros e o órgão.

"O instrumento foi construído quase sob medida, para uma acústica específica. Trata-se de nossa herança musical", conclui a especialista.

A associação ambiental Robin des Bois (Robin Hood) anunciou, nesta segunda-feira (29), que apresentou uma denúncia judicial pela contaminação com chumbo provocada pelo incêndio da Catedral Notre-Dame de Paris, acusando as autoridades francesas pela demora em agir e pela falta de transparência.

A denúncia da Robin des Bois foi apresentada na última sexta à Procuradoria de Paris por "falhas na aplicação das medidas de polícia geral (por exemplo, proteção e informação para a população e para os trabalhadores) que tiveram como consequência colocar o próximo em risco deliberado e a não assistência à pessoa em perigo".

A associação considera que as autoridades deveriam ter "tomado as medidas imediatas de reclusão da população vizinha e dos trabalhadores", assim como "impedir as multidões perto do incêndio, enquanto este se desenvolve" e "impor um afastamento e reclusão da população".

A ação é contra a prefeitura de Paris, o Ministério francês da Cultura, a Agência Regional de Saúde (ARS), a Polícia de Paris e da região Île-de-France.

Desde o incêndio da catedral em 15 de abril, foram registrados nos arredores do monumento níveis significativos de concentração de chumbo.

Na sexta, duas escolas situadas perto da catedral foram fechadas até novo aviso, em função de um nível de chumbo importante.

O chumbo é uma substância tóxica que, em níveis altos, pode afetar o funcionamento dos rins, provocar problemas digestivos, lesões ao sistema nervoso, ou anomalias no sistema reprodutivo.

As crianças são especialmente vulneráveis aos efeitos tóxicos do chumbo, que pode ter consequências graves e permanentes em sua saúde, afetando, em particular, o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o veículo investigativo digital Mediapart, um mês depois do acidente foram detectados níveis de concentração de chumbo até dez vezes mais altos do que o limite de alerta (70 microgramas por metro quadrado) nas creches e nos colégios próximos da catedral, situado no centro de Paris.

As altas temperaturas que têm assolado a Europa podem causar um precipitado desabamento do teto da Catedral de Notre-Dame, devastada por um incêndio em abril passado, em Paris, na França. A informação foi revelada nesta quarta-feira (24) pelo arquiteto responsável pelas obras de restauração, Philippe Villeneuve. Apesar das dezenas de sensores instalados no monumento não apresentarem sinais de riscos, o francês está preocupado porque as paredes ainda estão saturadas com a água utilizada pelo Corpo de Bombeiros para conter as chamas. 

Segundo Villeneuve, o calor pode provocar uma secagem da estrutura em um ritmo acelerado, principalmente em decorrência da massa de ar quente recorde que tem atingido Paris nos últimos dias. "O que eu temo é que as ligações da alvenaria percam a sua coesão enquanto secam. E de repente, o teto abobadado cede", explicou. Boa parte dos países da Europa Ocidental está enfrentando temperaturas recordes novamente nesta quinta-feira (25), com a segunda onda de calor registrada em um mês. 

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A expectativa é de que hoje os termômetros atinjam seu pico histórico. Um alerta vermelha foi emitido em todo o território francês. Em Paris, foi registrado 41º C por volta das 13h42 (horário local), um recorde absoluto desde 1947, informou o serviço de meteorologia do país, Météo France. A Cruz Vermelha distribuiu garrafas de água para moradores de rua da capital francesa.

Além disso, a população foi orientada a evitar viagens longas. Já o Reino Unido também registrou uma temperatura recorde para julho, com 36,9ºC. Os trens foram alertados para funcionar com velocidade reduzida. Na Holanda, por sua vez, os termômetros registraram a maior temperatura de todos os tempos, com 38,8ºC.

"As mudanças climáticas aumentaram a probabilidade e a gravidade dos episódios de ondas de calor em toda a Europa", disse o serviço nacional de meteorologia britânico.

    Na Bélgica e Alemanha o calor extremo atingiu temperaturas de 40,2ºC e 40,5ºC, respectivamente. As autoridades belgas emitiram alerta vermelho na maior parte do país. Itália - Na Itália, a onda de calor continua com temperaturas atingindo 40º C. O Ministério da Saúde emitiu um alerta vermelho para pelo menos oito cidades italianas.

São elas: Bolonha, Frosinone, Gênova, Pescara, Rieti, Roma, Trieste e Verona. As temperaturas, no entanto, devem diminuir a partir da próxima sexta-feira (26) em toda a Europa. Na Itália, a previsão é de que, a partir de 27 de julho, a passagem de um ciclone do Atlântico baixará as temperaturas em até 15 graus. Diversas regiões serão atingidas por tempestades. A nova onda de mau tempo passará pela região centro-norte do país e se estenderá pelos Alpes. Além disso, chuvas de granizo poderão afetar a Toscana, Florença, Roma, Úmbria e as regiões do Adriático.

Da Ansa

Uma missa fechada ao público será realizada no próximo sábado (15) na catedral de Notre-Dame de Paris, a primeira desde o incêndio que atingiu aquele local há dois meses, informou nesta terça-feira (11) a diocese de Paris.

A missa, oficiada pelo arcebispo de Paris Michel Aupetit, vai ser numa capela, na presença "de um número limitado de pessoas, por razões de segurança evidentes".

Apenas cerca de vinte pessoas, entre elas padres e cônegos da catedral, participarão da missa. Monumento emblemático da capital francesa, Notre-Dame foi parcialmente destruída por um feroz incêndio em 15 de abril.

A data da missa, a primeira desde a tragédia, foi escolhida por ser a festa da Dedicação, que comemora a consagração do altar da catedral e que normalmente acontece em 16 de junho.

Esta missa "será transmitida por um canal de televisão, para que os cristãos possam participar e comungar", acrescentou a diocese.

"Dom Aupetit deseja anunciar aos católicos que a catedral é um lugar de culto", segundo a mesma fonte.

As autoridades sanitárias da França encontraram traços de chumbo no sangue de um menino residente nos arredores da Catedral de Notre-Dame, em Paris, parcialmente destruída por um incêndio em 15 de abril.

Em função disso, a Agência Regional de Saúde da Île-de-France solicitou que crianças com idade inferior a sete anos e mulheres grávidas residentes na Île de la Cité, onde fica Notre-Dame, sejam submetidas a exames para analisar a presença do metal em seu organismo.

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As autoridades sanitárias abriram um inquérito ambiental para determinar possíveis causas da contaminação que não sejam o incêndio. O objetivo é verificar se ainda há risco de exposição ao metal na região da catedral.

Uma das suspeitas é que a criança tenha inalado chumbo por meio da fumaça da tragédia de 15 de abril, que, como já ficou provado, causou contaminação na Île de la Cité. Embora análises não tenham constatado riscos para a qualidade do ar, especialistas detectaram valores anômalos do metal no solo e em escritórios.

Essas zonas foram interditadas e passarão por um processo de descontaminação nos próximos dias.

Da Ansa

A atriz Pamela Anderson abandonou, na terça-feira (23), um jantar beneficente destinado a reunir fundos para jovens carentes, depois que, surpreendemente, um objeto foi leiloado por 100.000 euros, mas para ajudar na reconstrução a Catedral de Notre-Dame.

"Ontem à noite, estávamos no jantar de gala anual do @OM_Officiel para ajudar a arrecadar dinheiro para a juventude com dificuldades em Marselha", tuitou a atriz canadense, que participou junto com seu parceiro, o jogador de futebol Adil Rami, do evento organizado pelo Clube Olímpico de Futebol de Marselha (OM).

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"Foi arrecadada uma quantidade significativa de dinheiro para esta causa. Então, de repente, propõem um 'maravilhoso lote surpresa' para a reconstrução da Notre-Dame", uma guitarra de Bruce Springsteen que, segundo ela, "arrecadou quase duas vezes mais dinheiro do que se havia conseguido" para os jovens.

"Estava tão chateada e decepcionada que pedi a Adil para irmos embora. E fomos", acrescentou, no Twitter.

"Certamente, os garotos de Marselha precisariam mais desses 100.000 euros do que essa catedral que já recebeu mais de 1 bilhão de euros em doações de vários bilionários", concluiu.

Sem responder diretamente à Pamela Anderson, o Olympique de Marseille disse, em nota divulgada hoje, que o total arrecadado na terça à noite foi de 439.760 euros.

A empresa Le Bras Frères, responsável por montar os andaimes no teto da catedral Notre-Dame de Paris, que estava em reforma no momento do incêndio da semana passada, admitiu que alguns operários fumavam na obra, apesar da proibição.

"Efetivamente, alguns funcionários violavam esta proibição de vez em quando e lamentamos", afirmou à AFP o porta-voz da empresa, Marc Eskenazi. "Informamos a polícia", completou.

O porta-voz respondeu desta maneira a um texto da revista satírica Le Canard enchaîné, publicado nesta quarta-feira (24), que afirma que a polícia encontrou sete guimbas de cigarro perto dos andaimes.

Eskenazi, no entanto, descartou a possibilidade de uma guimba mal apagada ter provocado o incêndio que destruiu na segunda-feira da semana passada parte do teto da catedral gótica e derrubou seu emblemático pináculo (conhecido como flecha).

"Qualquer pessoa que já tentou alguma vez acender o fogo em uma chaminé (sabe que) não acontece muita coisa quando você lança uma guimba sobre um tronco de carvalho", disse, em referência aos 1.200 troncos que sustentavam o teto da catedral.

"Era proibido fumar nos andaimes. Mas era um pouco complicado descer porque levava tempo", declarou Eskenazi.

Questionado sobre a possibilidade do fogo ter começado nos motores elétricos dos elevadores instalados para montar os andaimes, Eskenazi disse que "não se identificou nenhum problema" nestes.

"De todas as maneiras ficam longe da flecha. E pelo que foi estabelecido, o incêndio começou dentro do edifício", afirmou.

"Sob nenhuma circunstância são responsáveis pelo incêndio", declarou.

Os primeiros indícios apontam que o fogo começou por acidente, provavelmente por um curto-circuito, mas os especialistas ainda precisam examinar minuciosamente todos os vestígios em busca de provas para determinar as causas exatas.

A catedral de Notre-Dame é o monumento histórico mais visitado da Europa, com entre 12 e 14 milhões de turistas por ano.

As obras de cobertura para proteger da chuva a catedral de Notre-Dame de Paris começaram nesta terça-feira, oito dias depois do devastador incêndio que destruiu parcialmente o monumento gótico.

"As obras de cobertura começaram", disse à AFP assessor de imprensa da Notre-Dame, André Finot. "Começaremos com a abóboda e depois passaremos para a nave", acrescentou.

Está prevista chuva na quarta-feira em Paris e a infiltração de água poderia danificar o edifício e as obras de arte que ainda estão dentro da catedral, que já recebeu quantidades significativas de água durante a operação dos bombeiros para apagar o fogo em 15 de abril.

Nas próximas semanas, um imenso "guarda-chuva" será implantado para proteger a catedral.

O presidente Emmanuel Macron estabeleceu uma meta de 5 anos para a reconstrução da catedral, um prazo que divide os especialistas.

Segundo vários arquitetos, a fase que precederá as obras de reconstrução será a mais longa e complexa: limpeza e saneamento do monumento, investigação sobre as causas do acidente, consolidação das partes mais frágeis, licitações...

A isso se somará o concurso internacional lançado para reconstruir a emblemática torre em forma de agulha de 93 metros que desabou nos primeiros 90 minutos do incêndio.

Depois, a tecnologia permitirá um rápido progresso na reconstrução.

Os primeiros indícios sugerem que o incêndio se originou acidentalmente, provavelmente por um curto-circuito, mas os especialistas terão que estudar minuciosamente todos os restos calcinados em busca de provas para determinar exatamente as causas.

A Catedral de Notre-Dame é o monumento histórico mais visitado da Europa, com 12 a 14 milhões de turistas anuais.

O incêndio que teve início segunda-feira passada (15) na Catedral de Notre-Dame, em Paris, completa uma semana hoje (22). O fogo destruiu uma torre de 90 metros de altura e a maior parte do telhado da igreja. O ministro da Cultura da França, Frank Riester, disse que o risco de a catedral cair é mínimo.

A Missa de Páscoa, que seria celebrada nesse domingo (21) na catedral, foi realizada em uma igreja das proximidades. Imagens filmadas da cerimônia foram transmitidas ao vivo para todo o país. O governo francês disse que planeja reconstruir a Catedral de Notre-Dame dentro de cinco anos. Antes de iniciar, no entanto, um esforço total de restauração da estrutura, quer fazer uma investigação detalhada dos danos.

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*Com informações da NHK (emissora pública de televisão do Japão)

Os católicos franceses celebraram um Domingo de Páscoa em Paris marcado pelo incêndio da catedral de Notre-Dame, há seis dias, e orando por uma renovação, um renascer, tanto para o templo emblemático, como para a Igreja Católica em geral.

Na segunda-feira passada, o incêndio destruiu a famosa torre da catedral e dois terços de seu teto. O monumento vai passar anos fechado para reformas.

Sem acesso à Notre-Dame, os paroquianos da catedral celebraram a Missa do Domingo de Páscoa um pouco mais à frente, na margem direita do Sena, na igreja de Santo Eustáquio. A esperança em um novo começo deu o tom do ofício religioso, coincidindo com a comemoração da ressurreição de Cristo, segundo a tradição cristã, neste domingo.

As chamas que devastaram a catedral foram um "sinal", disse Marie Fliedel, uma católica praticante de 59 anos, que acrescentou que agora sentia uma "renovação, uma comunhão e um impulso".

"Espero que os cristãos reajam e tomem nota de tudo o que está acontecendo neste triste período e que isso nos reconcilie", disse ela. "Isso vai recriar uma unidade entre os católicos e, no infortúnio, o fogo nos dará forças para nos encontrarmos novamente e defender nossa religião", disse François Toriello, de 70 anos.

Em todo o mundo, a Igreja Católica foi abalada por vários escândalos de abuso sexual, inclusive na França, cujo cardeal Philippe Barbarin foi condenado a seis meses de prisão condicional por não denunciar os ataques sexuais contra crianças de um prelado.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, assistiu à missa celebrada em Santo Eustáquio, oficiada pelo arcebispo de Paris, Michel Aupetit. Ele agradeceu aos bombeiros por seu trabalho para salvar a catedral de um destino muito pior.

"Quando, por um momento, pensamos que as torres também poderiam cair, aquelas torres tão conhecidas em todo o mundo, a bravura e a perícia se combinaram às orações de todos os fiéis", disse ele à plateia, em meio à qual estavam alguns dos que combateram o fogo.

O ministro da Cultura da França, Franck Riester, afirmou que há três pontos da Catedral de Notre-Dame que estão "frágeis", embora a estrutura esteja fora de perigo. Na quinta-feira, 18, trabalhadores colocaram escoras em pontos da fachada.

Enquanto isso, católicos e turistas impossibilitados de visitar o monumento serão recebidos em uma "catedral provisória", que será erguida na praça em frente à Notre-Dame. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As 200.000 abelhas das colmeias de Notre-Dame sobreviveram ao incêndio que devastou o telhado da catedral na segunda-feira.

"As abelhas estão vivas. Até esta manhã não tinha notícias", disse à AFP o apicultor Nicolas Géant que se ocupa das colmeias de Notre-Dame localizadas na sacristia, ao lado do templo.

"No começo eu pensei que as três colmeias haviam queimado, não tinha nenhuma informação. Mas então eu vi pelas imagens de satélite que elas não tinham sido atingidas e o porta-voz da catedral confirmou que as abelhas estavam entrando e saindo de suas colmeias normalmente", acrescentou.

Géant recebeu mensagens e ligações de todo o mundo de pessoas perguntando se as abelhas haviam morrido no incêndio.

"Foi inesperado. Recebi telefonemas da Europa, claro, mas também da África do Sul, Japão, Estados Unidos e América do Sul", disse ele.

Em caso de incêndio e nos primeiros sinais de fumaça, as abelhas tomam muito mel e protegem a rainha.

"Esta espécie (abelha europeia) não abandona a sua colmeia. (...) O CO2 (dióxido de carbono) as entorpece", explicou Géant, que espera voltar a ver as abelhas "na próxima semana".

Cada colmeia produz, em média, 25 quilos de mel a cada ano que são vendidos ao pessoal de Notre-Dame.

Tornou-se comum a instalação de colmeias na capital francesa em diversos e inesperados lugares, como na Ópera de Paris.

A esperança de reconstruir a Catedral de Notre-Dame foi o sentimento mais presente em toda a França nesta semana. Mas uma acuradíssima cópia virtual em 3D da igreja deverá facilitar o trabalho e as obras. A cópia foi feita em 2015, graças a um scanner a laser que mapeou e gravou milimetricamente toda a estrutura da Norte-Dame, localizada em Paris.

O conteúdo está salvo em um arquivo digital e, na época, foi usado por historiadores em arquitetura gótica de grandes catedrais que produziram uma reportagem para o canal National Geographic.

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A gravação das imagens internas da Notre-Dame foi conduzida pelo especialista Andrew Tallon, do Vassar College, dos Estados Unidos. O trabalho também revelou segredos envolvendo a construção da igreja, processo que ocorreu entre os anos 1163 e 1345.

Na última segunda-feira (15), um incêndio destruiu parcialmente a Catedral de Notre-Dame, que é um dos pontos turísticos mais visitados da França e da Europa. O fogo provocou o desabamento da torre mais alta, conhecida como "flecha", e de parte do teto da catedral. De acordo com o ministro da Cultura da França, Franck Riester, há três pontos principais de fragilidade na estrutura da Notre-Dame, como a fachada da parte superior e duas estátuas de anjos que deverão passar por trabalhos especializados de restauração.

Vaticano - O presidente da França, Emmanuel Macron, convidou o papa Francisco a visitar Paris, durante a conversa telefônica com o líder católico na última terça-feira (16).

A informação foi confirmada pelo próprio mandatário, em um discurso a 300 homens do Corpo de Bombeiros que foram recebidos hoje (18) no Palácio do Eliseu para receber uma homenagem pela atuação no combate ao incêndio na Notre-Dame.

Da Ansa

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