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Folheando o cardápio forrado de couro em um clássico restaurante carioca, o Armazém São Thiago, com piso de ladrilho e móveis de madeira, Paula Cardoso ousa dizer algo que é pecado neste lugar: "Eu prefiro o QR code".

Os QR codes (sigla em inglês para Código de Resposta Rápida) se popularizaram na pandemia da Covid-19 para que os clientes temerosos de contato pudessem ler o menu em seus telefones celulares.

Mas, no Armazém São Thiago, fundado em 1919 e controlado pela mesma família por três gerações, esses hieróglifos modernos não são bem-vistos.

Conhecido como "Bar do Gomes", este bar e restaurante localizado em Santa Teresa se orgulha de seu cardápio impresso, gentilmente entregue aos clientes por garçons de camisa branca impecavelmente passadas.

"É a apresentação da casa", diz o gerente Carlos Fionda, de 59 anos.

“A experiência começa já pela apresentação ao cliente do cardápio da casa (...) Você tem uma conversa com o cliente, não é uma coisa tão fria”, explica.

Fionda não está sozinho na defesa do tradicional cardápio físico.

Na semana passada, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, promulgou o projeto de lei aprovado pela Alerj, que obriga bares e restaurantes a oferecerem cardápios impressos para clientes que não possuem celular, não entendem de tecnologia, ou simplesmente querem se concentrar em seus companheiros de mesa — e não em uma tela — durante a refeição.

Outros estados estão avaliando a adoção de medidas similares.

Mas a disputa pelo QR code vai além do Brasil.

No ano passado, a Superintendência de Indústria e Comércio da Colômbia enviou uma "comunicação" nesse sentido para bares e restaurantes, e a cidade de Miami, nos Estados Unidos, trabalha em uma medida nessa linha. Já na província de Mendoza, a terra do vinho na Argentina, os legisladores vão na direção contrária, promovendo um projeto de lei que tornaria obrigatória a oferta de um cardápio digital.

A predominância dos dispositivos digitais, inclusive na hora de sair para comer fora, tornou-se um assunto delicado.

Depois de deixar para trás o medo do contágio por superfícies adquirido durante a pandemia, muitos comensais estão frustrados com o fato de os menus digitais continuarem onipresentes, com todos os seus inconvenientes: dificuldade de navegar em uma tela pequena, problemas de conexão, ou de bateria, e falta de contato humano.

"Os menus de QR code são a morte da civilização", declarou um colunista do jornal americano The Washington Post no ano passado.

Em maio, o influenciador brasileiro Felipe Neto viralizou com uma pergunta no Twitter: "Será que já podemos falar que cardápio digital (QR code) é uma gigantesca bosta?".

- Eles "estão aqui para ficar" -

Parem a hostilidade, pedem os defensores do cardápio digital.

"Eu acho que é muito mais prático", afirmou Paula Cardoso, a jovem gerente de marketing, enquanto curtia uma tarde "vintage" no Armazém São Thiago.

"Você consegue acessar pelo celular. Normalmente, tem mais fotos, e o cardápio acaba ficando muito antigo. E as fotos às vezes nem existem. Então prefiro QR code, porque você consegue explorar melhor o cardápio", disse à AFP.

Muitos donos de restaurante amam a tecnologia e esperam, timidamente, que os clientes aprendam a amá-la também. Facilita a inovação e a adaptação às estações do ano, alegam.

"Aqui no restaurante, por exemplo, eu adicionei agora ao cardápio comida japonesa. Se eu tivesse 50 cardápios físicos, eu teria que adequar 50 cardápios físicos. No digital, você vai ali, sempre em alguns minutinhos, faz toda a mudança, sem qualquer impacto no meio ambiente", defende André Delfino, de 50 anos, gerente do elegante restaurante Casa Nossa.

A tecnologia "veio para ficar", prevê.

Francisco Dantas, sócio-proprietário do Café do Alto, localizado em um prédio histórico próximo à linha do bonde de Santa Teresa, considera-se um tradicionalista, no que diz respeito à experiência que gosta de proporcionar aos seus clientes.

Mas ele adora o menu digital, quando se trata de sua seleção de cervejas artesanais em constante mudança.

"É superfluido, é uma questão de minutos. Eu faço no meu celular em qualquer segundo, vai lá, só apaga, control V, control C, coloca a nova", diz Dantas, de 43 anos.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes quer que o governo deixe a decisão para os proprietários.

"É uma questão de mercado", diz seu porta-voz, José Eduardo Camargo.

"As duas formas têm vantagens e público", acrescenta.

Segundo levantamento recente da associação, 38% dos restaurantes brasileiros adotaram cardápios digitais, e outros 25% planejam fazê-lo.

Essa presença cada vez mais disseminada preocupa o deputado estadual Rodrigo Amorim (PL-RJ), que apresentou o projeto de lei.

“Um dia, talvez, não haverá mais cardápio impresso. Mas essa mudança tem que ser respeitosa e inclusiva”, ressalta.

"Não há nada mais romântico do que chegar no restaurante, pegar um cardápio físico e escolher ali no papel, nas mãos, o que vai consumir", completou, na entrevista à AFP.

Depois do Rio de Janeiro, o livro “Nós, Sobreviventes do Ódio”, de Cristina Serra vai ser lançado em São Paulo no próximo dia 20, na Livraria da Vila, na Vila Madalena, zona oeste da capital. A obra reúne 224 crônicas da autora, publicadas no jornal “Folha de S. Paulo” entre 2020 e 2023.

O livro discorre sobre a ascensão da extrema direita ao poder no Brasil, com Bolsonaro, medidas ultra liberalizantes de Paulo Guedes e a pandemia global do coronavírus.

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Publicado pela Editora Máquina de Livros, a obra conta com apresentação do jornalista Janio de Freitas e o texto da contracapa é assinado por Juca Kfouri. As versões impressas e digitais chegam às prateleiras das principais livrarias e sites do país em março.

Serviço

LANÇAMENTO EM SÃO PAULO DO LIVRO "NÓS, SOBREVIVENTES DO ÓDIO"

Data: 20 de março de 2023 (segunda)

Horário: a partir das 19h

Local: Livraria da Vila da Vila Madalena

Endereço: Rua Fradique Coutinho, 915

 FICHA TÉCNICA

Título: Nós, sobreviventes do ódio – Crônicas de um país devastado

Autores: Cristina Serra

Editora: Máquina de Livros

Preços: R$ 59 (impresso) e R$ 40 (e-book)

Páginas: 248

 

 

No ano passado, mais de 74 mil denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio pela internet foram encaminhadas para a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet, organização de defesa dos direitos humanos em ambiente virtual. Esse foi o maior número de denúncias de crimes de discurso de ódio em ambiente virtual já recebidos pela organização desde 2017 e representou aumento de 67,7% em relação a 2021. O levantamento foi divulgado hoje (7) pela Safernet.

Entre os crimes de discurso de ódio, o que mais cresceu foi a xenofobia, que é o preconceito, a intolerância ou violência contra estrangeiros ou determinado povo. A xenofobia teve aumento de 874% entre 2021 e 2022, com 10.686 denúncias relatadas. Em 2021, foram 1.097 denúncias de xenofobia na internet.

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A intolerância religiosa aparece na segunda posição, com crescimento de 456% no período, seguida pela misoginia ou opressão às mulheres, que teve um aumento de 251% entre 2021 e 2022.

Além da xenofobia, da intolerância religiosa e da misoginia, todos os demais crimes relacionados a discurso de ódio na internet (que incluem ainda apologia e incitação a crimes contra a vida, LGBTFobia e racismo) também cresceram. A única exceção foi o neonazismo, que caiu 81,6% em 2022 em relação ao ano anterior. Essa queda, no entanto, não significa que o crime venha caindo no país. “A redução significa que boa parte da atividade das células neonazistas no Brasil migrou da web aberta para ambientes mais fechados, como aplicativos de troca de mensagens e fóruns na deep web", explicou Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet, em nota.

No levantamento, a organização observa que as denúncias de crimes de ódio na internet tendem a apresentar maior crescimento em anos de eleição no Brasil. Nos anos seguintes às eleições, eles tendem a apresentar ligeira melhora, mas voltam a crescer em anos eleitorais. Em 2020, por exemplo, quando houve eleições municipais, foram encaminhadas quase 53 mil denúncias de crimes de discurso de ódio na internet, o que representou aumento de 105% em relação a 2019. Já em 2021, ano sem eleições no país, o número caiu para 44 mil denúncias, voltando a crescer em 2022, quando foi atingida a marca de 74 mil denúncias. O cenário vem sendo observado de forma constante desde 2017.

A Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos recebe denúncias de discurso de ódio e também de maus-tratos contra animais, tráfico de pessoas e de abuso e exploração sexual infantil. As denúncias recebidas são analisadas, checadas e então encaminhadas para as autoridades competentes para que seja iniciada investigação policial.

Denúncias 

No ano passado, as denúncias relacionadas ao armazenamento, à divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil ultrapassaram a marca de 100 mil pelo segundo ano consecutivo, o que não ocorria desde 2011. Só em 2022, foram encaminhadas 111.929 denúncias relacionadas a esse tipo de crime, um crescimento de 9,9% em relação a 2021. O recorde histórico recebido pela Central Nacional de Denúncias da Safernet relacionada a abuso e exploração sexual infantil na internet ocorreu em 2008, quando foram feitas 289.707 denúncias.

De 2021 a 2022, a Safernet também registrou aumento de 266% em denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas. Em 2022 foram relatadas 1.194 denúncias desse crime, contra 326 em 2021. Também houve aumento de 37% em denúncias de crimes relacionados a maus-tratos a animais.

Canal de Ajuda

Além da Central de Denúncias, a Safernet mantém um Canal de Ajuda para auxiliar e tirar dúvidas dos usuários da internet. Segundo levantamento feito pela organização e também divulgado hoje (7), a maior parte das dúvidas encaminhadas pelos internautas à Central de Ajuda em 2022 foi relacionadas a problemas envolvendo dados pessoais. Nesse caso, foram feitos 264 atendimentos.

Em seguida apareceram dúvidas relacionadas à exposição de imagens íntimas (com 255 atendimentos), fraudes e golpes (168 atendimentos). Completaram a lista o cyberbullying (139) e a saúde mental nas redes (122).

O Ministério Público Federal na Paraíba entrou com uma ação penal contra o apresentador de TV Sikêra Jr. De acordo com a denúncia, o comunicador fez declarações racistas contra uma mulher negra que havia sido detida. O episódio aconteceu durante o programa Cidade em Ação, em junho de 2018, transmitido pelo canal TV Arapuã. Por conta das falas racistas e misógenas, o MPF pede a prisão do pernambucano e também o pagamento de uma multa.

Na época, Sikêra disparou: "Isso [a mulher] deve cheirar [cocaína] que é uma beleza. [Deveria] Botar ela para cheirar na cadeia era água sanitária, com um rodo bom para ela lavar as salas, aprender a lavar e ser dona de casa. E outra, ela não pinta as unhas".

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O documento do Ministério Público ressaltou que a "conduta de Sikêra Jr. extrapola os limites da liberdade de expressão, pois incita, inflama e propaga dolosamente discurso de ódio com atos de discriminação por gênero, preconceito, exclusão e estigmatização da coletividade feminina, violentando acima de tudo a dignidade da pessoa humana".

Após o assunto ganhar repercussão, nesta quinta-feira (2), Sikêra usou a sua conta do Instagram para compartilhar reportagens sobre o caso. O comunicador replicou matérias no feed e também nos stories da plataforma.

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Histórico de discurso de ódio

Não será a primeira vez que o apresentador da Rede TV terá problemas com a Justiça. Sikêra Jr. já foi condenado a indenizar Xuxa Meneghel e também tem longa ficha de discursos homofóbicos. Com as atitudes, perdeu patrocinadores, foi denunciado pelo Ministério Público e chegou a ter sua conta do Instagram bloqueada. Na CPI da Covid, foi revelado que o apresentador recebeu R$ 150 mil do Governo Bolsonaro, a quem defendia com unhas e dentes.

Um etíope cujo pai foi assassinado durante a guerra em seu país se uniu a uma ação movida no Quênia contra a companhia Meta. A empresa matriz do Facebook é acusada de fomentar a violência e o discurso de ódio.

A ação apresentada no Supremo Tribunal afirma que a Meta não respondeu adequadamente aos conteúdos que incitavam o ódio em sua plataforma, especialmente em relação com a guerra na região etíope do Tigré, iniciada há dois anos.

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Um dos demandantes disse que seu pai, um acadêmico etíope, foi alvo de mensagens racistas antes de seu assassinato em novembro de 2021. Segundo ele, o Facebook não removeu essas publicações, apesar das queixas.

"Se o Facebook tivesse impedido a propagação de ódio e moderado adequadamente as postagens, meu pai estaria vivo", disse Abraham Meareg, um acadêmico assim como o pai.

"Vou levar o Facebook ao tribunal para que ninguém volte a sofrer o que minha família sofreu. Busco justiça para milhões de compatriotas africanos prejudicados pela especulação do Facebook e uma desculpa pelo assassinato de meu pai", acrescenta Meareg.

Os demandantes pedem ao tribunal que um fundo de indenização de 200 bilhões de xelins quenianos (US$ 1,6 bilhão) seja criado para as vítimas de violência e ódio expressos no Facebook.

O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (26) que reza para que o povo do Brasil fique livre do ódio, da intolerância e da violência.

A declaração chega duas semanas depois de militantes bolsonaristas terem causado tumulto no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais.

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"Rezo para que Nossa Senhora Aparecida proteja e cuide do povo brasileiro, para que o libere do ódio, da intolerância e da violência", afirmou Francisco durante sua audiência geral na Praça São Pedro, Vaticano.

O Papa também mencionou a recente beatificação de Benigna Cardoso da Silva, jovem católica assassinada em 24 de outubro de 1941, aos 13 anos de idade, durante uma tentativa de estupro.

"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em especial os que vieram de São Salvador da Bahia, Anicuns, Taubaté e São Paulo. Queridos irmãos e irmãs, anteontem, em Crato, no estado brasileiro do Ceará, foi beatificada Benigna Cardoso da Silva, uma jovem mártir que, seguindo a palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade", disse o líder da Igreja Católica.

"Que o seu exemplo nos ajude a ser generosos discípulos de Cristo. Um aplauso à nova beata", acrescentou. 

Da Ansa

A adaptação de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder trouxe para uma parte dos fãs de J.R.R Tolkien grande alegria, porém, atraiu também diversos ataques por conta de outros. Nesta quinta-feira (06) os showrunners da série foram a público rebater uma onda de ódio que a produção recebeu nos últimos dias. Após ficaram em silêncio nos últimos dias, Patrick McKay e J.D Payne não mediram palavras ao rebater críticas odiosas que foram feitas em relação a série.

As principais mensagens de ódio são motivadas pela escalação de atores negros como elfos e anãos, além de Galadriel (Morfydd Clark) ser retratada como uma guerreira e não como uma sábia. Respondendo às mensagens, os produtores afirmaram que não há nada que honre mais a obra original do que trazer pessoas diferentes e de etnias diferentes.

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Em comunicado, disseram: “O espírito de Tolkien é sobre pessoas díspares que não confiam umas nas outras e parecem diferentes umas das outras, encontrando um terreno comum na amizade e realizando grandes coisas. Esse é o espírito que tentamos inculcar em cada vírgula e ponto final da série. Para nós, é muito difícil entender que essa aspiração possa ser ofensiva para as pessoas e as enfureça. O que eles estão ‘protegendo’? Não vejo como as pessoas que estão dizendo essas coisas pensam que estão lutando pelo bem. Há um momento no episódio sete em que Galadriel diz que toda guerra é travada de fora e de dentro. Mesmo se você estiver lutando por algo que você acha que é bom, se você fizer algo pior nessa luta, então você se tornará mau. Não vejo como as pessoas que estão dizendo essas coisas pensam que estão lutando pelo bem. É evidentemente mau.”

Outra crítica que parece ter incomodado profundamente os produtores é a acusação de que a série foi feita unicamente para lucrar em cima da obra original, ponto sobre o qual a dupla se posicionou da seguinte forma: “Algumas das que têm sido mais difíceis de ouvir é o ponto de vista cínico que isso é um caça-níquel. Tipo, meu Deus, é o oposto! Esta é a produção mais cuidadosa. Este não é um trabalho só para pagar as contas para ninguém. Este é um trabalho de amor.”

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder conta com Robert Aramayo, Ismael Cruz Córdova e grande elenco. Os episódios inéditos chegam todas as sextas no Amazon Prime Video. 

Os sistemas do Facebook "promoveram a violência contra os rohingyas", e a Meta "deve indenizações" às vítimas por ter permitido em sua plataforma a propagação de mensagens de ódio contra essa minoria étnica, destaca a Anistia Internacional (AI) em um relatório divulgado nesta quinta-feira (29).

“Os algoritmos perigosos da Meta, dona do Facebook, bem como a busca desenfreada por lucro, contribuíram significativamente para as atrocidades cometidas pelo Exército birmanês contra o povo rohingya em 2017”, denuncia a Anistia.

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A organização de defesa dos direitos humanos estima que "a Meta sabia, ou deveria saber, que os sistemas de algoritmos do Facebook amplificam a propagação de conteúdo anti-rohingya nocivo em Mianmar", mas "a empresa se absteve de agir".

Em 2017, centenas de milhares de muçulmanos rohingyas fugiram de uma repressão sangrenta do Exército e de milícias budistas em Mianmar. Cerca de 850.000 membros dessa minoria muçulmana vivem atualmente em acampamentos improvisados em Bangladesh. Outros 600.000 se encontram no estado de Rakhine.

“Nos meses e anos que antecederam essas atrocidades, os algoritmos do Facebook intensificaram a onda de ódio contra os rohingyas, contribuindo para o surgimento da violência na vida real”, estimou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia.

Três ações judiciais foram movidas no Reino Unido e nos Estados Unidos por representantes dos rohingyas e estão sendo examinadas. Organizações de jovens refugiados rohingyas também abriram um processo contra a Meta junto à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para a AI, é "absolutamente essencial" que a Meta realize uma "ampla reforma do seu sistema de algoritmos, pois, caso contrário, o drama que vincula a empresa aos rohingyas pode se reproduzir em outras partes do mundo, principalmente onde há violência étnica".

A ex-secretária especial de Cultura, Regina Duarte, gravou um vídeo para pedir que Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito. Com direito a trilha sonora comovente e cenário verde e amarelo, a atriz interpretou um texto sobre ignorância e disse que o presidente é vítima de ódio promovido pela imprensa. 

No começo, Regina relata histórias sobre crimes e homicídios que teriam sido cometidos no Egito e traz a temática para a realidade brasileira. Em sua comparação, a ex-integrante do governo coloca Bolsonaro como vítima e conclui que o presidente é perseguido. 

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"O ódio nunca se espalha com conhecimento, se espalha através da ignorância. Em certa medida, muita parte da rejeição ao presidente Bolsonaro se deve a uma completa ignorância. A ignorância que é fruto de uma propaganda massiva, diária, sem tréguas, que vem massacrando os brasileiros há mais de três anos e meio contra seu presidente eleito democraticamente. Isso acaba por convencer as pessoas, [e] uma parte do eleitorado, que nada no governo Bolsonaro é positivo", afirmou a atriz.

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A emblemática Praça de Maio, em Buenos Aires, ficou lotada de manifestantes nesta sexta-feira (2) para repudiar o atentado contra a vice-presidente Cristina Kirchner, que saiu ilesa, ao considerá-lo um fato limite na vida democrática argentina.

Dezenas de integrantes de sindicatos e organizações políticas marcharam no centro de Buenos Aires e em outras cidades. Além disso, trabalhadores da classe média sem filiação, profissionais e estudantes se somaram à convocação do governo, que declarou feriado nacional para facilitar a participação.

Entre as centenas de bandeiras argentinas e de grupos sociais e sindicais, havia muitos cartazes com a frase "Basta de odio" (Chega de ódio).

"Esta mobilização demonstra que estamos em desacordo com o que está acontecendo, que o ódio e os ataques têm que parar", disse Mónica Sucoti, psicopedagoga e professora de 71 anos, agarrada a uma bandeira argentina.

"Nós, que vivemos golpes de Estado na Argentina, não podemos tolerá-lo. É um ato contra a democracia, é isso que está em risco pelo ódio contra nós, que pensamos diferente", acrescentou.

Sucoti considerou que "é a falta de tolerância e empatia com relação ao outro a causa de que os desacordos políticos tenham solapado a sociedade até abrir o chamado 'abismo' que confronta peronistas e antiperonistas e se sintetiza na figura de Cristina".

Para Laura Itchat, professora universitária de 47 anos que participou com seu bebê de cinco meses, o ataque à vice-presidente deveria ser um ponto de inflexão para acabar com "o abismo".

"Estamos diante de um fato gravíssimo, que nenhum setor pode deixar de repudiar para defender a democracia porque nos coloca em um limite que é imprescindível não pisar", afirmou.

Aos 17 anos, Juan Ignacio Saíz se disse farto dos enfrentamentos políticos e considerou o atentado o resultado de "anos de discursos de ódio e abismo".

"A política se tornou uma briga de torcida", resumiu.

- 'Milagre' -

Em meio ao som ensurdecedor dos tambores, as fileiras de manifestantes avançaram até transformar a histórica Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede da Presidência, em uma maré humana colorida.

"Se tocarem em Cristina, que confusão vai se armar", foi um dos cânticos que a multidão repetia.

Sobre um palanque em frente à sede do governo, ministros, líderes políticos e sindicais, assim como representantes da Associação Mães e Avós da Praça de Maio, participaram de um ato no qual foi lido um documento que fez um apelo à convivência.

"Esta marcha poderia ter sido de outra maneira, ninguém capta toda a dimensão do ocorrido", refletiu Gustavo Capra, de 66 anos, que compareceu, acompanhado de esposa e filha, interpelado por "uma obrigação moral".

Em relação ao agressor, um homem de 35 anos detido no momento do atentado, Capra considerou que se trata "de um rapaz influenciado por todos os meios de comunicação e por uma oposição cega, que usa o peronismo e o kirchnerismo como saco de boxe para agredir e se aproximar mais de sua gente. Isso tem que acabar, que façam política como se deve", disse.

Para Sergio Wischñevsky, historiador e professor universitário, Cristina Kirchner está viva pelo "milagre" de uma bala que não saiu.

"Se o tiro tivesse saído e matado Cristina, estaríamos entrando em uma espiral de violência que nos levaria ao sétimo círculo do inferno", frisou.

Em mais um discurso enfático contra a desinformação, o ministro Alexandre de Moraes, que vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral nas eleições 2022, detalhou nessa segunda-feira (11) como se dão ofensivas contra o Judiciário e seus integrantes em meio aos 'ataques à democracia' capitaneados pelas chamadas milícias digitais. O magistrado relatou que ameaças às instituições e a pessoas que as integram 'não acontecem duas ou três vezes', mas 'dez vezes por dia', 'diuturnamente', e condenou o 'discurso do ódio', que vai 'elevando a temperatura, gerando violência e conturbando a relação com o Poder Judiciário'.

As ponderações se deram durante palestra ministrada na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo - maior colégio eleitoral do País -, no encerramento do 6º Curso de Pós-Graduação em Direito Eleitoral e Processual Eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista (EJEP). A indicação sobre o 'discurso de ódio' ocorreu em meio à exposição que o ministro fez sobre o funcionamento das milícias digitais e o papel da Justiça Eleitoral em combatê-las, com 'firmeza e serenidade', de modo a garantir ao eleitor a 'liberdade do voto'.

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"Não só combater atividades ilícitas, crimes praticados pelas milícias digitais, garantindo a liberdade do eleitor em escolher seu candidato, qualquer seja, para que ele possa escolher com liberdade. Só se escolhe com liberdade aquele que tem informações corretas, não sofre coações, não é bombardeado por mentiras, discurso de ódio, notícias fraudulentas, preparadas para fraudar determinado objetivo, a veracidade das eleições, atentar contra a democracia", frisou.

O pronunciamento focado em desinformação se deu em meio a uma sucessão de violências no cenário político - ataques com 'bombas' de estrumes até o assassinato a tiros do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu. Durante a palestra no TRE-SP, Alexandre não fez citação direta a nenhum episódio, mas dissertou sobre o cenário de uma 'máquina de informações fraudulentas', milícias digitais, discurso de ódio e de violência, e de incentivo a atentados contra a democracia.

Antes da palestra, em meio à repercussão sobre a morte do guarda municipal Marcelo Arruda por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o ministro escreveu, neste domingo, 10, que a 'intolerância, a violência e o ódio são inimigos da Democracia e do desenvolvimento do Brasil'. "O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos 3 Poderes", afirmou.

Ao explicar sobre os ataques das milícias digitais aos pilares da democracia, entre eles o poder Judiciário independente e autônomo, Alexandre apontou a tentativa dos grupos de deslegitimar e tentar fazer curvar os integrantes de tal poder usando a desinformação. Como exemplo, relatou ter exibido às autoridades que participaram do evento nesta segunda - como os presidentes do Tribunal Regional Eleitoral e do Tribunal de Justiça de São Paulo - vídeo em que um homem se identifica como 'pastor' e diz que 'Deus mandasse um vírus para comer a coluna dos ministros do STF para que rastejassem'.

"Discurso de ódio", definiu. "Tem pessoas que vão até aquele local querendo um apoio e acabam sendo induzidas para isso, são contaminadas. É assim que funciona o discurso de ódio, pegando pessoas que acabam tendo uma dependência emocional com quem está falando. E isso vai elevando a temperatura, gerando violência, conturbando a relação com o poder Judiciário", completou.

Ainda com relação à tentativa de deslegitimar o Judiciário, Alexandre explica que há uma estratégia de personalização por trás dos ataques. "Não adianta atacar o Judiciário, o Supremo. Tem que atacar pessoalmente alguém, mostrar o inimigo a ser destruído. Não é só algo abstrato, o Judiciário. É o juiz a, o juiz b, o juiz c. Eles representam tudo o que tem de ruim. Aí você consegue a história. Por meio das milícias digitais e das fake news, levar o ódio das pessoas a outras pessoas" ressalta.

Dissecando a lógica dos ataques, Alexandre diz as pessoas 'não odeiam instituições'. "Ninguém fala 'ah vamos apedrejar o TRE'. 'Não, vamos apedrejar o juiz tal, cpf, decisões, opiniões", indica.

Segundo o ministro, a Justiça Eleitoral sempre atuou no combate a certos tipos de desinformação, mas tal atuação ganha outras proporções no pleito que se avizinha - "é algo diferente e muito mais importante do que foi em outras eleições", relatou. Hoje há no cenário uma 'máquina de informações fraudulentas', milícias digitais, discurso de ódio, de violência e de incentivo a atentados contra a democracia, diz Alexandre. O magistrado pondera que há uma tentativa de se colocar em risco a democracia - 'algo que se pretende e não se conseguirá', segundo ele.

Ainda de acordo com o ministro, um outro pilar da democracia atacado pelas milícias digitais é o sistema eleitoral. Alexandre ponderou que a ofensiva contra as urnas eletrônicas se dá por que tal mecanismo é o usado no País. "Nos EUA, foi o voto por correio. Em outros países foi o voto por escrito. O ataque das milícias digitais é a democracia, não é a uma forma ou outra de escolha dos representantes, é a própria existência da escolha dos representantes pelo povo", indicou.

Ao reforçar que o combate à desinformação nas eleições 2022 será 'firme', Alexandre lembrou de decisões do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal. A mais recente delas, proferida pela 2ª Turma da Corte máxima que manteve a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR) por espalhar notícias falsas. Segundo Alexandre, a 2ª Turma reafirmou o entendimento da corte eleitoral - e se não fosse por meio de tal colegiado, 'seria pelo plenário (do Supremo) para garantir que o eleitor tinha a liberdade de escolher seu voto'.

Faltando menos de 3 meses para as eleições presidenciais, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que irá enviar uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por proferir discursos de ódio e incitar a violência.

"As instituições, candidatos e partidos comprometidos com a democracia têm a obrigação de reagir ao avançar da barbárie bolsonarista. Ainda esta semana iremos propor representação ao TSE para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência", escreveu em sua rede social.

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A declaração de Rodrigues foi feita após o guarda municipal Marcelo Arruda, que também era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), ser assassinado durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos no clube da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi) na noite do último sábado, 9. Conforme o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ele foi morto a tiros por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penal federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Arruda, segundo o registro policial, revidou e disparou contra o agressor, que está internado em estado grave.

No domingo, 10, presidenciáveis e autoridades dos três Poderes manifestaram preocupação com uma possível escalada da tensão nas eleições deste ano e condenaram a violência durante a pré-campanha, que terá início oficialmente em agosto. A repercussão do episódio movimentou grande parte do mundo político em um contexto de disputa polarizada e de acirrada tensão entre petistas e bolsonaristas. Lula declarou solidariedade aos familiares e amigos de Arruda e disse que Guaranho foi influenciado pelo "discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável".

Ao se manifestar sobre o crime em Foz do Iguaçu, Bolsonaro pediu "que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis". O presidente reproduziu mensagens de 2018, nas quais diz dispensar apoio de quem usa da violência contra os opositores, mas acusa a esquerda de historicamente recorrer a essa prática - na campanha daquele ano, Bolsonaro foi alvo de uma facada. Ele ainda cobrou providência "contra caluniadores que agem como urubus para tentar" prejudicá-lo "24 hora por dia".

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse que o ódio político precisa "ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas".

Simone Tebet, pré-candidata à Presidência pelo MDB, mostrou preocupação com o acirramento da polarização política no País. "Esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade."

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, tomou o episódio como exemplo para condenar "a intolerância, a violência e o ódio" por motivação eleitoral. "São inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos três Poderes".

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que o assassinato em Foz do Iguaçu é a "materialização da intolerância".

A delegada responsável por investigar a morte do petista Marcelo Arruda na festa de aniversário após ser alvejado pelo bolsonarista Jorge José Guaranho deve deixar o caso. O comando do inquérito foi criticado após Iane Cardoso dizer que o atirador era vítima e por publicações nas redes sociais contra Lula e o PT.

Embora tenha apagado publicações contra o PT, alguns conteúdos ainda ficaram expostos nas redes sociais da delegada. Em um dos compartilhamentos, Lula é chamado de psicopata. "Petista quanto não está mentindo, está roubando", pontua outra publicação.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que o partido deve entrar com um pedido de federalização do caso. “Não foi um crime qualquer. Precisa ser tratado com toda atenção e cuidado. Não é um episódio isolado”, acrescentou o coordenador jurídico Marco Aurelio Carvalho.

Quem deve assumir o inquérito é a delegada do departamento de Homicídios Camila Cesconetto, segundo a CNN. A secretaria de Segurança Pública do Paraná explicou que “a divisional de homicídios tem mais recursos e experiência para essa situação”.

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Tempos difíceis! Em entrevista ao jornal O Globo, Luísa Sonza comentou sobre o hate que enfrentou na época da morte do filho recém-nascido de Whindersson Nunes, seu ex-marido, com Maria Lina Deggan, em maio de 2021. A cantora foi bombardeada por críticas que apontavam que ela teria desejado a morte do bebê.

- Tenho aprendido a conviver com esses ataques. Ninguém gosta de ser odiado, é óbvio. Mas preciso também focar nos meus objetivos e pensar em coisas boas e críticas construtivas. Há meses, isso me deixava muito mal, mas tenho tentado não absorver ou absorver o menos possível. Há pessoas que querem me atingir a todo custo, achando que vão me parar, mas elas definitivamente não vão.

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Luísa acredita que muito do ódio direcionado a ela acontece pelo fato de ser mulher.

- Sem dúvidas, a gente vive numa sociedade extremamente machista, em que quase todos os âmbitos têm dominação de homens. Então, ver uma mulher crescendo, empoderando outras mulheres, e fazendo o que bem entende, incomoda e muito. E tem sido assim desde o dia que resolvi utilizar minha arte como forma de empoderar mulheres. Uso minha música como forma de reflexão. E não irei parar tão cedo.

Recentemente, a artista lançou a música Café da Manhã com a Ludmilla, que veio acompanhada de um videoclipe com cenas quentes entre ela e a funkeira.

- Lud é uma grande amiga e me senti super à vontade, afinal é um trabalho como os outros, a única diferença é que é com uma amiga muito incrível.

A gaúcha, de 23 anos de idade, também fez o lançamento do remix Sentadona, sucesso no Spotify.

- Costumo dizer que compor não é difícil, ajuda a curar as dores. A arte, na verdade, é transformadora. Música vai além do entretenimento. Choramos, sorrimos juntos, criamos uma ligação. Tudo fica mais bonito com a arte.

Dedicado às redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) não gostou dos comentários na foto do pai hospitalizado e criticou a falta de sensibilidade com o estado de saúde do presidente. Socorrido com dores no abdomên na madrugada desta segunda-feira (3), Jair Bolsonaro (PL) está internado em um hospital particular de São Paulo sem previsão de alta.

Alguns usuários comentaram declarações polêmicas ditas pelo próprio Bolsonaro, como quando afirmou que não era coveiro após ser questionado sobre a gravidade da pandemia no Brasil ou quando sugeriu fazer cocô dia sim, dia não para reduzir a poluição.

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O posicionamento de parte dos opositores irritou Carlos, que reclamou da 'invasão' na postagem.

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Na publicação, o chefe do Executivo informou que precisou interromper as férias e foi internado por conta de uma nova obstrução abdominal, que seria relacionada à facada sofrida em 2018. Ainda de acordo com Bolsonaro, uma nova cirurgia será necessária.

Ele espera a chegada do médico-cirurgião Antonio Luiz Macedo, responsável pela operação após o atentado e, caso seja confirmada a necessidade da nova intervenção, será a quinta relacionada ao ataque.

A União Europeia (UE) afirmou, nesta quinta-feira (7), que Facebook e YouTube eliminam menos discursos de ódio registrados em 2021 do que em 2020, enquanto aumenta a pressão para uma regulamentação mais rígida das redes sociais.

A revisão anual das plataformas sociais feita pela UE contra os discursos de ódio e realizada de acordo com as redes signatárias, nas quais se incluem, além das mencionadas, o Twitter, Instagram e TikTok, afirmou que a média de eliminação diminuiu.

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As plataformas eliminaram uma média de 62,5% de conteúdo denunciado por 35 grupos anti-discriminação em 22 Estados-membros entre março e abril.

Esse número é menor que 71% de eliminações realizadas no mesmo período de seis semanas em 2019 e 2020.

A análise mostrou que a eliminação de discursos de ódio diminuiu no Facebook e YouTube e aumentou no Twitter e Instagram.

O TikTok, que foi avaliado pela primeira vez, removeu 80% do conteúdo reportado.

Discursos de ódio sobre orientação sexual e xenofobia são os reportados com mais frequência, afirmou a UE.

No total, foram feitas 4.500 denúncias às plataformas durante o período analisado este ano.

O acordo, ao qual o LinkedIn se uniu em junho, se baseia na participação voluntária das plataformas. Mas a UE prepara uma regulamentação mais ampla que reforçará os poderes do bloco.

Quando for aprovada, as redes sociais poderão ser multadas se não agirem contra os conteúdos ilegais, e obrigará uma maior transparência sobre os critérios para mostrar as publicações aos usuários.

A iniciativa é discutida no Parlamento europeu e no Conselho Europeu dos 27 membros da UE.

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Desde os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus, em 2020, e nos 14 meses da pandemia de covid-19 que aflige o mundo, ainda fazendo vítimas todos os dias, cientistas, pesquisadores, universidades e empresas correm contra o tempo para a produção de vacina capaz de frear a contaminação em massa da população e salvar vidas.

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No inicio de 2021 começaram as aplicações das primeiras doses dos imunizantes, autorizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Com isso, governantes de Estados e munícipios brasileiros, seguindo o padrão mundial, criaram calendários para grupos prioritários mais sujeitos a ter o quadro de saúde agravado, caso infectados pelo coronavírus.

Entre os grupos vacinados estão as pessoas que têm doenças pré-existentes, as chamadas comorbidades. Segundo Joyce Freitas, enfermeira e doutora em Doenças Tropicais, “significa que um indivíduo possui duas ou mais doenças ocorrendo de forma simultânea".

Por exemplo, informa Joyce, paciente obeso que tem diabetes e hipertensão está na lista de prioridades pela comorbidade. “Quando temos uma associação de doenças, o organismo por si só já está debilitado. E se há associação com a covid-19, o risco de agravamento aumenta substancialmente e, consequentemente, o número de óbitos também”, alerta a especialista, para reforçar a relevância de vacinar esses grupos.

Em meio às alegrias e emoções de estar entre os vacinados, é comum o registro fotográfico ou de vídeos para postagem nas redes sociais. Porém, isso nem sempre é bem visto por seguidores e internautas, que por vezes desconhecem os motivos da vacinação, principalmente quando se trata de uma pessoa pública ou famosa, e deflagram um bombardeio de maldades nos ambientes digitais.

A jornalista Syanne Neno, uma das primeiras mulheres a trabalhar na crônica esportiva paraense, foi vacinada por ter deficiência visual permanente, chamada de ceratocone, um problema na curvatura da córnea. “Tenho nos dois olhos, mas no lado direito avançou tanto que nem o transplante poderia ser feito. Tenho visão monocular (só enxergo, com lente de contato, com o olho esquerdo) e, mesmo assim, não é 100%”, relata.

Imunizada, Syanne conta que viveu um turbilhão de sentimentos: tristeza pelos que se foram sem a chance da vacina, alegria pela chance inesperada da vacinação. Ela comemorou até seu estado febril e calafrios de efeitos colaterais. No entanto, sofreu ataque nas redes sociais. “Li e ouvi muitas perguntas impertinentes sobre minha condição. Uma das pessoas escreveu assim: ‘Tão bonita e cega?’. Também soube que rolaram fotos minhas, durante a vacinação, em grupos de Whatsapp, fazendo chacota e dando a entender que eu estaria sendo beneficiada indevidamente”, revela.

Para a jornalista Ivana Oliveira, professora e doutora em Comunicação Social, a leitura crítica do universo das redes explica essas condutas. Segundo ela, as mídias sociais digitais produziram novos modelos de convivência e alteraram nossos comportamentos, hábitos e costumes. “Com as redes sociais, a gente tem muito mais produção de conteúdo disponível, a gente expressa muito mais as nossas emoções, a gente dá visibilidade a elas e a gente forma opinião muito mais rápido”, afirma.

Segundo a professora, com o digital mudamos a lógica da comunicação de massa, que deixa de ser de um para muitos e passa a ser de muitos para muitos. Ivana fala da importância das redes sociais pela capacidade de mobilização, mas destaca que pode surgir o discurso do ódio nos ambientes digitais. “Principalmente pela intolerância, que é a manifestação contra ideias que são diferentes das minhas, ideias que vão incitar a manifestação social, religiosa, racial e isso quase sempre está ligado às minorias sociais”, observa.

A professora Ivana destaca, ainda, como preocupante a violência verbal a que recorrem os "haters" (termo que indica os agressores e semeadores dos discursos de ódio nas redes) pela não aceitação do outro. Segundo a professora, as pessoas que praticam ataques na internet imaginam estar no anonimato por trás de um perfil falso e tentam justificar sua atitude como liberdade de expressão. Para Ivana, tais condutas devem ser denunciadas e punidas conforme determina a lei. 

Por Dinei Souza.

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A cantora Karol Conká sofreu com os problemas do ‘cancelamento’ durante e após a sua participação no BBB 21. Mesmo admitindo os erros, ela segue sendo alvo de ‘haters’ nas redes sociais, pelas atitudes que teve dentro do reality show. Em entrevista à Folha de São Paulo, a rapper apelou para as pessoas direcionem esse ódio para o presidente Jair Bolsonaro.

Após ser eliminada com 99,17% dos votos, Karol Conká ganhou até documentário - “A vida depois do Tombo” – na Globoplay para tentar limpar sua imagem. À Folha, a cantora pediu para que o ódio do Brasil não devia ser direcionado a ela.

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“Isso merece o gasto de energia para ir às redes ou às ruas e protestar. Nossa raiva tinha que ser canalizada para isso. Então, estou de mão dada aí com todo mundo que é fora morte, fora Bolsonaro. Estou na torcida para que o milagre aconteça”, disse ela ao jornal.

A cantora Luísa Sonza usou o Twitter no fim da noite desse domingo (9) para desabafar sobre a situação do Brasil em relação a pandemia, criticando a postura do governo e lamentando a morte do humorista Paulo Gustavo.

Em uma série de publicações, chegou a dizer que odeia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e “que mortes podiam ser evitadas se tivéssemos um governo minimamente decente”.

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Luísa lembrou que a compra da vacina podia se ter evitado uma grande quantidade de mortes para a Covid-19 caso tivesse sido feita anteriormente e disse estar sentindo muita tristeza e até ódio.

“Eu tô na merd*. Tô com raiva, Tô cansada. Como seguir vivendo vendo tanta gente morrendo nesse país por causa do descaso de um governo genocida?”, desabafou a cantora.

Ela aproveitou para pedir para os fãs e brasileiros que não façam o mesmo que ela, em sentir ódio, pois não resolve nada.

“Por favor não sigam meu exemplo nesse momento. Só tô desabafando. Mas ódio nunca resolve por** nenhuma. Nunca. Não odeie. Ódio é o mal do mundo. Quanto menos a gente sentir, melhor, mas nesse momento eu tô com muito ódio dessa por** desse governo, vai se fod**. [..] Nesse momento eu preciso desabafar sobre uma coisa que é: Bolsonaro, eu te odeio”, finalizou.

Veja:

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O presidente Jair Bolsonaro defendeu o "filho 02", o vereador Carlos Bolsonaro, e os assessores presidenciais Tercio Arnaud Tomaz e José Matheus Salles Gomes, que comandam ataques a opositores do governo e ficaram conhecidos como integrantes do "gabinete do ódio". "São pessoas perseguidas o tempo todo, como se tivessem inventado um gabinete do ódio", afirmou. "É o gabinete da liberdade, da seriedade."

Ainda sobre o filho Carlos Bolsonaro, o presidente disse que ele foi o marqueteiro de sua campanha e que não ganhou "milhões" no exterior, como outros publicitários que atuam nas eleições. Ele admitiu que as redes sociais tiveram papel excepcional em sua eleição e afirmou que elas são a forma de garantir a entrega de "informações de verdade" para a população.

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Bolsonaro disse que o governo está na iminência de regulamentar o Marco Civil da Internet e publicar um decreto para garantir a liberdade de expressão nas redes sociais. "A minha rede social talvez seja aquela que mais interage em todo o mundo. Somos cerceados, como muitos que me apoiam são cerceados", afirmou. "Daremos liberdade e punições para quem porventura não respeite isso", emendou.

Bolsonaro ainda disse: "Faremos isso (publicação do decreto) para que nosso Brasil possa ser livre e para que a população possa ter informações de verdade na ponta da linha". "Vejam os senhores como era difícil fazer campanha quando não tínhamos telefone na mão", completou.

Sem citar exemplos que confirmem sua afirmação e ignorando a beligerância com que trata os jornalistas, Bolsonaro também disse ser o presidente que "mais prega e age pela liberdade de imprensa". "Estamos dando exemplo de como defender nossa liberdade de imprensa, por mais que possa ser opositora ao governo", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que deve se encontrar, ainda nesta quarta (5), no Rio de Janeiro, com Robson Nascimento de Oliveira, ex-motorista do jogador Fernando que foi preso na Rússia. Ele foi detido ao desembarcar com medicamentos considerados ilegais no país, mas que são de uso controlado no Brasil.

"Conversamos com governo russo, tive conferência com o presidente Vladimir Putin e agradeço por seu ato de grandiosidade de conceder o indulto", afirmou. Bolsonaro aproveitou para defender o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, que, no último fim de semana, um mês após ser demitido, disse que o governo "perdeu a alma e o ideal". "Esse bom relacionamento começou com Ernesto Araújo e continuou com ministro Carlos Alberto Franco França."

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