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O secretário-geral da ONU pediu garantias à continuidade das operações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), depois que uma polêmica vinculada aos ataques do Hamas em 7 de outubro provocou a suspensão do financiamento por vários países.

Doze funcionários da UNRWA foram acusados de participação nos ataques de 7 de outubro contra o território de Israel que provocaram a guerra na Faixa de Gaza.

O governo dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira a suspensão temporária do financiamento à agência, uma decisão que também foi adotada por Austrália, Canadá, Itália, Reino Unido, Finlândia, Países Baixos e Alemanha.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um apelo no sábado aos "governos que suspenderam as contribuições para que, ao menos, assegurem a continuidade das operações da UNRWA".

"Dois milhões de civis de Gaza dependem da ajuda crítica da UNRWA para sua sobrevivência diária, mas o financiamento atual da UNRWA não permitirá cobrir todas as suas necessidades em fevereiro", insistiu.

Ao mesmo tempo, o Exército israelense informou neste domingo que os "combates intensos" prosseguiam no território palestino e que eliminou "terroristas", além de ter apreendido "grandes quantidades de armas"

- "Atos abjetos" -

A guerra começou quando o grupo islamista atacou o sul de Israel em 7 de outubro, matou quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestrou quase 250, segundo um balanço da AFP baseado nos dados divulgados palas autoridades israelenses. Entre os mortos estavam mais de 300 militares.

Em resposta, Israel efetua uma ofensiva aérea e terrestre em Gaza que deixou até o momento 26.422 mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Guterres confirmou que as "acusações extremamente graves" sobre 12 funcionários da UNRWA estão sendo investigadas internamente pela ONU. A agência demitiu nove deles, um foi "confirmado morto" e as identidades de outros dois estavam sendo "determinadas", acrescentou o secretário-geral.

"Os supostos atos abjetos destes funcionários devem ter consequências, mas não devem penalizar dezenas de milhares de homens e mulheres que trabalham para a agência", destacou.

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, acusou Guterres de ignorar "as evidências" do envolvimento da UNRWA na "incitação e terrorismo".

O Hamas denunciou as "ameaças" israelenses contra a UNRWA e fez um apelo à ONU e outras organizações internacionais para que "não cedam às ameaças e à chantagem".

- "Condições de desespero" -

As relações tensas entre Israel e a UNRWA pioraram depois que a agência denunciou um ataque na quarta-feira (24) contra um abrigo de deslocado em Khan Yunis, principal cidade do sul de Gaza e epicentro da guerra.

Os hospitais Nasser e Al Amal de Khan Yunis estão quase sem condições de atender pacientes sob ataques intensos.

Segundo o Crescente Vermelho palestino, as cirurgias foram suspensas no hospital Al Amal por falta de oxigênio.

O Exército israelense acusa o Hamas de operar a partir de túneis construídos debaixo dos hospitais de Gaza, o que o grupo nega.

Os combates obrigam os palestinos a fugir para o sul, na direção de Rafah, perto da fronteira com o Egito, onde, segundo a ONU, estão concentrados 1,3 dos 1,7 milhão de deslocados em "condições de desespero".

As ruas por onde passa o esgoto estão lotadas com centenas de milhares de barracas, abrigos inúteis contra as chuvas torrenciais que caíram nos últimos dias, segundo correspondentes da AFP.

"Não encontrei refúgio, não encontrei uma tenda, não encontrei nada", lamentou Umm Imad, de 70 anos, deslocado do leste de Khan Yunis e que seguiu para Rafah.

- Cessar-fogo -

Os combates prosseguem, assim como os esforços diplomáticos para tentar obter uma trégua.

O chefe do serviço de inteligência dos Estados Unidos, William Burns, se reunirá nos próximos dias em Paris com os homólogos de Israel e do Egito, assim como com o primeiro-ministro do Catar, para negociar um possível cessar-fogo, informou uma fonte do setor de Defesa à AFP.

O jornal New York Times informou no sábado que os negociadores se aproximaram de um acordo para que Israel suspenda a guerra em Gaza por dois meses em troca da libertação de mais de 100 reféns.

Com base em fontes do governo americano não identificadas, o jornal afirmou que um rascunho do acordo será discutido em Paris.

Segundo as autoridades israelenses, 132 sequestrados permanecem retidos no território palestino e o governo acredita que 28 estão mortos.

No sábado, Tel Aviv foi cenário de uma nova manifestação para exigir o retorno dos reféns.

Porém, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou sua posição: "Se não eliminarmos os terroristas do Hamas (...) o próximo massacre será questão de tempo".

O governo de Israel deseja que a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) interrompa as atividades em Gaza ao final da guerra, afirmou neste sábado o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.

Katz fez a declaração depois que alguns funcionários da agência foram acusados de envolvimento no ataque de 7 de outubro do Hamas em território israelense.

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O governo pretende garantir que "a UNRWA não será parte" da solução no território palestino após a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino, afirmou o ministro em um comunicado, no qual expressa o desejo de "interromper" todas as atividades da agência.

O grupo islamista palestino Hamas denunciou as "ameaças" israelenses contra a UNRWA e fez um apelo para que a ONU e outras organizações internacionais que "não cedam às ameaças e à chantagem".

A UNRWA anunciou na sexta-feira que demitiu "vários" funcionários acusados por Israel de participação no violento ataque do Hamas de 7 de outubro.

O governo dos Estados Unidos suspendeu "temporariamente o financiamento adicional" à agência, medida que foi adotada por outros países neste sábado. Doze funcionários "poderiam estar envolvidos" no ataque do Hamas, afirmou o Departamento de Estado americano.

O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, se comprometeu a responsabilizar, "inclusive por meio de ações legais", qualquer funcionário da UNRWA que tenha envolvimento com "atos de terrorismo"

A guerra começou quando os combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro, mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250, segundo um balanço da AFP elaborado com base em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre que deixou pelo menos 26.257 mortos em Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o pequeno território palestino.

O turismo mundial vai recuperar este ano seu nível anterior à pandemia da Covid-19, depois de um bom 2023 para o setor em praticamente todas as regiões, incluindo o continente americano, anunciou a agência da ONU especializada nesse setor.

Cerca de 1,3 bilhão de turistas viajaram para o exterior no ano passado, em comparação com 900 milhões em 2022, e 450 milhões, em 2021, afirmou a Organização Mundial do Turismo (OMT), com sede em Madri, em um comunicado.

O número do ano passado equivale a 88% do nível de 2019, antes da pandemia, ano em que 1,46 bilhão de turistas viajaram pelo mundo, o que foi um recorde.

A recuperação do ano passado se deveu a um forte impulso no Oriente Médio, onde as chegadas de turistas ultrapassaram o nível de 2019 em 22%, mas também no continente americano, onde atingiram 90% do nível de 2019.

Embora a OMT não tenha apresentado números específicos, observou que as sub-regiões da América Central e Caribe também ultrapassaram, em 2023, os níveis anteriores à emergência sanitária.

Na Europa, principal destino turístico do mundo, a atividade atingiu 94% de seu nível pré-pandemia.

"Os dados mais recentes da OMT destacam a resiliência e a rápida recuperação do turismo", celebrou o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, no comunicado.

"Essa recuperação já está tendo um forte impacto nas economias, no emprego, no crescimento e nas oportunidades para as comunidades em todo o mundo", observou.

- Otimismo matizado -

Uma estimativa preliminar divulgada pela OMT indica que as receitas geradas pelo turismo internacional atingiram US$ 1,4 bilhão (R$ 6,8 bilhões) no ano passado. A contribuição econômica do turismo, incluindo o tráfego aéreo, chegou a 3% do PIB global.

Essa tão aguardada recuperação deve continuar nos próximos meses. Segundo a agência da ONU, este ano, as chegadas de turistas devem superar o nível de 2019 em 2%, marcando um novo recorde.

De acordo com a OMT, a atividade se beneficiará do aumento do turismo na China, graças à flexibilidade do regime de vistos para muitos países, incluindo França, Alemanha e Itália, e às viagens de cidadãos chineses para outras partes do mundo.

A recuperação do turismo chinês deve beneficiar a Espanha, o segundo destino mundial no ano passado com 84 milhões de turistas recebidos, um número inédito, conforme o governo.

"Estamos no caminho certo para que continuemos assim em 2024", afirmou o ministro espanhol do Turismo, Jordi Hereu, em entrevista coletiva.

A previsão poderá ser afetada, no entanto, pelas "turbulências econômicas e geopolíticas", especialmente no Oriente Médio, onde o turismo deverá ser afetado pelas consequências do conflito entre Israel e o Hamas, afirmou a OMT.

"A inflação persistente, as taxas de juro elevadas, os preços voláteis do petróleo e as perturbações no comércio poderão continuar impactando nos custos de transporte e alojamento em 2024", advertiu.

Nesse contexto, os turistas poderão preferir visitar "destinos mais próximos", acrescentou a OMT.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu às autoridades do Brasil que descubram e punam todos os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, incluindo aqueles que os financiaram e os planejaram.

A mensagem da entidade foi divulgada pela sua porta-voz, Liz Throssell, na última segunda-feira (8), quando os ataques e vandalização aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, completaram um ano. No texto, ela afirma que a sociedade brasileira precisa “saber toda a verdade” sobre o ocorrido.

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“Os ataques do ano passado, resultado de desinformação sobre as eleições democráticas e incitamento à violência por lideres políticos, sociais e econômicos, foram uma ameaça extremamente séria à democracia. As pessoas no Brasil precisam saber toda a verdade e não deve haver impunidade, nem para os que praticaram os ataques, nem para quem ordenou, financiou ou os facilitou”, disse.

“Apelamos às autoridades para conduzirem investigações imparciais, eficazes e transparentes em tempo hábil para levar os responsáveis a responderem, em conformidade com os padrões dos Direitos Humanos Internacionais”, acrescentou.

O escritório da ONU também saudou os esforços do atual governo em retomar os esforços para fortalecer o espaço democrático e “ampliar a confiança, participação e inclusão na sociedade através de programas e políticas dedicadas.”

Sem perdão

Em seu discurso, no evento Democracia Inabalada, também na segunda-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma punição exemplar a todos que tiveram qualquer participação nos atos golpistas. Lula ainda afirmou que o perdão “soaria como impunidade.”

Já o ministro do Supremos Tribunal Federal Alexandre de Moraes, um dos principais alvos dos vândalos na invasão ao prédio da Corte, garantiu que todos os envolvidos serão responsabilizados. “Todos, absolutamente todos aqueles que pactuaram covardemente com a quebra da democracia e a tentativa de instalação de um Estado de exceção serão devidamente investigados, processados e responsabilizados na medida de suas culpabilidades”.

Israel bombardeou novamente o sul da Faixa de Gaza neste sábado (6), depois de quase três meses de uma guerra com o Hamas que transformou o território palestino sitiado em um "lugar de morte" que é simplesmente "inabitável", segundo a ONU.

O conflito desencadeado pelo ataque sangrento do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos em Israel, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses, também ameaça se espalhar pela região.

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Neste sábado, o Hezbollah libanês lançou a sua "resposta inicial" ao assassinato do número dois do Hamas, na terça-feira, em Beirute. Um responsável da defesa americano atribuiu o ataque a Israel, disparando dezenas de foguetes contra uma base militar em Meron, no norte do território israelense.

O Exército israelense confirmou que houve cerca de quarenta tiros disparados do Líbano e indicou que respondeu atacando uma "célula que participou dos lançamentos".

"2024 será um ano de combates", alertou o seu porta-voz Daniel Hagari na sexta-feira, relatando "um nível muito alto de preparação" das tropas na fronteira com o Líbano.

Em Gaza, jornalistas da AFP relataram ataques israelenses na manhã deste sábado em Rafah, uma cidade no extremo sul do território onde centenas de milhares de palestinos tentam se refugiar dos combates.

Lá, Abu Mohamed, um palestino de 60 anos que fugiu do campo de refugiados de Bureij (centro), disse à AFP que, à medida que a guerra entra no seu quarto mês, o futuro de Gaza parece "sombrio, obscuro e muito difícil".

- "Lugar de morte e desesperança" -

A Faixa de Gaza tornou-se "simplesmente um lugar inabitável", "um lugar de morte e desesperança", e os seus habitantes "enfrentam ameaças diárias diante dos olhos do mundo", denunciou na sexta-feira o chefe das operações humanitárias da ONU, Martin Griffiths.

A ofensiva de Israel, que prometeu "destruir" o movimento islamista palestino, deixou pelo menos 22.722 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, no poder em Gaza.

Segundo Israel, cerca de 132 reféns dos 250 sequestrados em 7 de outubro pelo Hamas, grupo classificado pela União Europeia e pelos Estados Unidos como "terrorista", permanecem cativos no território palestino.

A Unicef alertou que os combates, a desnutrição e a situação sanitária criaram um "ciclo de morte que ameaça mais de 1,1 milhão de crianças" naquele território.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que a maioria dos 36 hospitais do território estavam fora de serviço devido aos combates e aqueles que continuam a funcionar enfrentam escassez.

Uma equipe da ONU entregou suprimentos médicos às autoridades de Gaza em Khan Yunis na sexta-feira. Foi "a primeira vez que conseguimos fazer esta entrega em cerca de 10 dias", disse Sean Casey, coordenador da OMS.

O Exército israelense declarou neste sábado que as suas forças "mataram vários terroristas (...) e destruíram algumas entradas de túneis" em Khan Yunis nas últimas 24 horas e que encontraram coletes militares "escondidos (...) em uma clínica médica" na cidade de Gaza.

Israel acusa o Hamas de utilizar infraestruturas civis, como escolas e hospitais, para esconder uma rede subterrânea.

- Pressão diplomática -

Na Síria e no Iraque, os ataques a bases militares dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, dispararam nas últimas semanas.

No Iêmen, os rebeldes houthis apoiados pelo Irã – assim como o Hezbollah – multiplicaram os seus ataques a navios no mar Vermelho em "apoio" aos palestinos em Gaza.

Neste contexto, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, esteve no sábado na Turquia para conversar com o presidente Recep Tayyip Erdogan sobre a guerra de Gaza.

Blinken também visitará vários Estados árabes antes de seguir para Israel e para a Cisjordânia ocupada na próxima semana.

O seu homólogo europeu, Josep Borrell, se reunirá com autoridades libanesas neste fim de semana, também na esperança de evitar uma conflagração regional.

Os diplomatas provavelmente abordarão outra questão: o futuro a longo prazo de Gaza. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, apresentou publicamente na quinta-feira propostas para o território palestino do pós-guerra, que defendem uma administração sem o Hamas, mas sem a presença civil israelense.

O plano ainda não conta com o aval do governo israelense, que está dividido nesta questão.

Para dois ministros israelenses de extrema direita – Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich – o futuro de Gaza é a saída dos palestinos e o retorno dos colonos judeus.

"Não cabe a Israel determinar o futuro de Gaza, que é terra palestina", disse a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, à CNN na sexta-feira.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o número de assentamentos e de novas rotas para os colonos registrou um aumento "sem precedentes" na Cisjordânia ocupada, segundo um estudo da ONG Peace Now.

A Rússia pediu neste sábado (30) que o Conselho de Segurança da ONU se reúna, depois que ataques da Ucrânia deixaram pelo menos 14 mortos na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Maria Zakharova, disse que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos são culpados de encorajar Kiev a realizar o que ela descreveu como um "ataque terrorista". Ela também culpou os países da União Europeia que forneceram armas à Ucrânia.

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"O silêncio em resposta à barbárie desenfreada dos ucranianos e dos seus e cúmplices das 'democracias civilizadas' será semelhante à cumplicidade nos seus atos sangrentos", afirmou o ministério em um comunicado.

Em relação ao ataque em Belgorod, o governador da região Vyacheslav Gladkov descreveu neste sábado, nas redes sociais, que a situação atual como a pior que a cidade enfrentou desde que Moscou iniciou a invasão em grande escala na Ucrânia, há quase dois anos. Fonte:

A disparidade na distribuição de renda é um desafio histórico no desenvolvimento de diversas nações, especialmente aquelas classificadas como de médio e baixo desenvolvimento. Países da África e da América do Sul e Central, em especial, têm enfrentado de forma mais acentuada este desafio, conforme apontam dados do Índice de Gini, um coeficiente que mede a concentração de renda.

A medida estatística varia de 0 a 100. Quanto mais alto o número, maior é a desigualdade. Portanto, se a renda fosse distribuída com perfeita igualdade o índice seria zero. O cálculo é feito por meio de uma fórmula matemática que analisa a distribuição acumulada da renda em relação à distribuição acumulada da população que recebe essa renda.

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De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em maio deste ano, que disponibiliza coeficientes de Gini calculados com os dados mais recentes de cada país entre 2010 e 2021, a África do Sul desponta como a nação de maior desigualdade social. O índice alto se repete em outras nações da África: entre os 15 países mais desiguais, 10 estão no continente.

Países da América Central e do Sul também escancaram a divisão irregular de renda, de acordo com o relatório do PNUD. A Colômbia é o país mais socialmente desigual fora da África, com coeficiente de Gini 54,2.

Segundo os dados do relatório da ONU, o Brasil figura em 14º lugar, dividindo a posição com o Congo, que também tem índice 48,9. De acordo com dados do IBGE de maio de 2022, a parcela de 1% dos brasileiros mais ricos ganha uma renda média mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população do País. Em 2022, segundo o IBGE, o País teve o menor resultado no coeficiente de Gini desde 2012.

Ranking completo de países mais desiguais segundo o coeficiente de Gini:

01. África do Sul (63)

02. Namíbia (59,1)

03. Zâmbia - (57,1)

04. República Centro Africana (56,2)

05. Essuatíni - (54,6)

06. Colômbia (54,2)

07.Moçambique (54)

08. Botsuana (53,3)

09. Angola (51,3)

10. Santa Lúcia - (51,2)

11. Zimbabué (50,3)

12. Panamá (49,8)

13. Costa Rica (49,3)

14. Brasil e Congo (48,9)

15. Guatemala (48,3)

O Conselho de Segurança da ONU deve votar nesta sexta-feira (22) uma resolução para aumentar o envio de ajuda à Faixa de Gaza, após as advertências de que a guerra entre Israel e Hamas arrasta a população palestina para um cenário de fome.

Também prosseguem os esforços diplomáticos para alcançar uma trégua no conflito, provocado por um ataque sem precedentes do movimento palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro.

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Com a deterioração das condições de vida em Gaza, o Conselho de Segurança está em negociações sobre uma resolução para aumentar a entrega de ajuda.

A versão mais recente do rascunho do texto, a qual a AFP teve acesso e que deve ser votada nesta sexta-feira, pede "medidas urgentes para permitir imediatamente o acesso seguro e sem obstáculos da ajuda humanitária, e também para criar as condições para um cessar duradouro das hostilidades".

Mas não pede o fim imediato dos combates.

Com o respaldo dos Estados Unidos, Israel rejeita o termo "cessar-fogo". O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou na quarta-feira que não acontecerá um cessar-fogo em Gaza até a "eliminação" do Hamas.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora americana na ONU, indicou que o país apoiará a resolução se fora "apresentada em sua versão atual".

A guerra começou em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o território israelense e mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades israelenses.

Os milicianos do Hamas também sequestraram quase 250 pessoas.

Israel prometeu "aniquilar" o grupo islamista e iniciou uma campanha de bombardeios incessantes contra Gaza, além de uma ofensiva terrestre, com um balanço de mais de 20.000 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Hamas, que governa o território.

Toda a população do enclave enfrentará riscos elevados de insegurança alimentar nas próximas seis semanas, alertou um relatório da ONU.

"Durante semanas alertamos que, com esta escassez e destruição, cada dia que passa trará mais fome, doenças e desespero ao povo de Gaza", escreveu o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, na rede social X.

- "Basta" -

A ONU calcula que 1,9 milhão de habitantes de Gaza foram deslocados, de uma população total de 2,4 milhões.

Muitas pessoas estão em refúgios superlotados, onde enfrentam dificuldades para obter alimentos, água, combustível e medicamentos.

"Minha mensagem é que acabem com esta humilhação", implorou Fuad Ibrahim Wadi, que está em uma estufa em Rafah. "Esta guerra não faz nada além de destruir. Basta".

Após muita pressão, Israel aceitou a abertura temporária nesta sexta-feira da passagem de fronteira de Kerem Shalom para o envio de ajuda à Faixa de Gaza, sem a necessidade de seguir até o posto de Rafah, na fronteira com o Egito.

Porém, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, afirmou que a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) "não pode receber caminhões" de ajuda em Kerem Shalom após um "ataque de drones". Também disse que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) suspendeu as operações.

O presidente israelense, Isaac Herzog, havia anunciado que o país permitira a entrada de até "400 caminhões por dia" com ajuda.

Diplomatas apelam por mais ajuda para o território.

O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, declarou no Egito: "Tudo que pode ser feito deve ser feito para que a ajuda entre em Gaza".

O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou na quinta-feira na Jordânia com o rei Abdullah II sobre medidas para acelerar a entrega de assistência humanitária.

- Pressão -

Israel acusa o Hamas de usar escolas, mesquitas, hospitais e uma extensa rede de túneis como bases militares, o que o grupo islamista nega.

O porta-voz militar Daniel Hagari declarou na quinta-feira que as forças israelenses mataram mais de 2.000 combatentes palestinos desde o fim da trégua de uma semana, em 1º de dezembro.

Um balanço divulgado no site do Exército israelense informa que 139 soldados desde o início da ofensiva terrestre em Gaza, em 27 de outubro.

Um bombardeio israelense contra uma casa em Rafah matou cinco pessoas nesta sexta-feira, informou o Ministério da Saúde do Hamas.

Israel enfrenta uma pressão cada vez maior dos aliados para proteger os civis.

Segundo juristas consultados pela AFP, as duas partes do conflito podem ser acusadas de crimes de guerra.

- Distantes -

O Catar, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, atuou como mediador no acordo de trégua de novembro que permitiu a libertação de 105 reféns, 80 deles israelenses, em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Esta semana aumentou a esperança de que Israel e o Hamas estariam mais próximos de uma nova trégua para libertar os restantes 129 reféns, depois que o líder do movimento islamista visitou o Egito e representantes do governo israelense participaram em negociações na Europa.

As posições públicas de Israel e do Hamas, no entanto, permanecem distantes.

O braço militar do Hamas afirmou na quinta-feira que o objetivo israelense de eliminar o movimento está "condenado ao fracasso" e que novas libertações de reféns dependem do "fim das hostilidades".

A guerra também afeta outras regiões do Oriente Médio, com incidentes frequentes na fronteira de Israel com o Líbano e lançamentos de mísseis dos rebeldes huthis no Iêmen contra navios de carga no Mar Vermelho.

burs-qan/cwl/mas/es/fp

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou nesta sexta-feira (15) que os direitos humanos "estão sendo atacados em todo o mundo" e elogiou aqueles que os defendem, durante cerimônia para comemorar o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"Os direitos humanos estão sendo atacados em todo o mundo", afirmou Guterres na Assembleia Geral, que lembrou a declaração aprovada em 10 de dezembro de 1948.

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"Os conflitos se multiplicam, com consequências terríveis para os civis", particularmente em Gaza. "As desigualdades se ampliam, a fome e a pobreza aumentam, os direitos das mulheres ficam estagnados ou até retrocedem em alguns casos. O espaço público e a liberdade dos meios de comunicação retrocedem", lamentou o secretário.

"Ódios seculares ressurgem com força: racismo, xenofobia, intolerância religiosa. Pessoas são tomadas como alvos apenas por sua religião, etnia ou por causa de quem amam. Mas, em todo o mundo, os defensores dos direitos humanos são luzes nas trevas."

'Mudam vidas", arriscando as próprias, destacou Guterres, lembrando que cerca de 450 defensores dos direitos humanos, jornalistas e sindicalistas foram assassinados no ano passado, "40% a mais do que no ano anterior". O secretário pediu a todos os países que "fortaleçam seu compromisso para tornar realidade os direitos humanos".

Anna Eleanor Roosevelt, neta da ex-primeira-dama americana que presidiu a redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estimou que sua avó hoje "não ficaria encantada" com o estado em que se encontra "esse documento de grande força moral".

"Ela se dirigiu a esta instituição acreditando que o mundo queria a paz e recebeu uma grande ovação. Receberia a mesma ovação hoje?", questionou Anna, diante das delegações dos Estados membros da ONU.

A ONU informou, nesta terça-feira (12), que sua agência de análise por satélite determinou que 18% das infraestruturas da Faixa de Gaza foram danificadas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque do movimento islamista em 7 de outubro.

Isso representa um aumento de 49% no número total de estruturas afetadas em comparação com uma avaliação feita em 7 de novembro, segundo o Centro de Satélites das Nações Unidas (Unosat), que se baseou em uma imagem capturada pelo satélite de alta resolução WorldView-3.

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Esses números "destacam a necessidade urgente de um cessar-fogo imediato e de apoio para lidar com a crescente crise humanitária na Faixa de Gaza. O impacto nas infraestruturas civis é evidente, com milhares de residências e instalações essenciais danificadas", enfatizou o Unosat.

Até 26 de novembro, foram identificadas “10.049 estruturas destruídas, 8.243 estruturas gravemente danificadas e 19.087 estruturas moderadamente danificadas, totalizando 37.379 estruturas afetadas. Isso corresponde aproximadamente a 18% do total de estruturas na Faixa de Gaza", afirmou a agência em um comunicado.

O violento ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro resultou em cerca de 1.200 mortes, de acordo com as autoridades. Outras 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva terrestre e aérea no território palestino, onde mais de 18.400 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, morreram, segundo o ministério da Saúde do Hamas.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta segunda-feira (11) que os países alcancem um acordo na reunião de cúpula do clima COP28 para eliminar progressivamente os uso de todos os combustíveis fósseis, com um apelo aos negociadores para que demonstrem "máxima flexibilidade" e "boa-fé".

Guterres, que retornou a Dubai para o fim da conferência, disse que é "essencial" que o texto final, que tem a aprovação prevista para terça-feira (12), "reconheça a necessidade de abandonar todas as energias fósseis em um calendário coerente com o limite de 1,5ºC" de aquecimento global.

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"Isto não significa que todos os países devem abandonar as energias fósseis ao mesmo tempo", acrescentou, em um comentário sobre os pedidos de alguns países em desenvolvimento para que tenham um prazo maior que as nações ricas.

A questão dos combustíveis fósseis e do financiamento para os países mais desfavorecidos é fundamental para a COP28, que entrou na fase final das negociações antes da conclusão do evento, prevista para terça-feira.

"Estamos em uma corrida contra o tempo para encontrar um consenso", destacou Guterres.

As negociações enfrentam a oposição de alguns países exportadores de hidrocarbonetos, liderados pela Arábia Saudita, que dificultam a adoção de um texto que aborde abertamente as energias fósseis.

O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, também fez um apelo aos representantes dos países reunidos em Dubai.

"Em primeiro lugar, retirem os bloqueios tácticos desnecessários", disse Stiell, que citou a prioridade de reduzir as emissões de gases do efeito de estufa e de criação de "meios" para apoiar a transição dos países menos desenvolvidos.

Ele considera que é necessário alcançar um compromisso sobre a saída ou pelo menos uma redução do uso de energias fósseis, além de assegurar o financiamento dos países pobres.

"Os níveis de ambição mais elevados são possíveis para os dois temas", insistiu.

"Cada passo para trás nos objetivos mais ambiciosos custará milhões de vidas", alertou, antes de reiterar que é contrário à política de pequenas medidas.

"Não temos um minuto a perder", declarou, na véspera do encerramento oficial da COP28, apesar das muitas questões cruciais ainda pendentes.

O presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, CEO da empresa de petróleo nacional dos Emirados Árabes Unidos, prometeu um acordo "histórico".

A Organização para a Alimentação e a Agricultura da ONU (FAO) celebrou, neste sábado (9), a criação do "Dia Internacional da Batata", que permitirá "sensibilizar" o público sobre o papel-chave deste tubérculo cultivável na luta contra a desnutrição.

As Nações Unidas adotaram, na sexta-feira, uma resolução para declarar o 30 de maio Dia Internacional da Batata, uma "comemoração" que permitirá, segundo a FAO, "difundir a importância da batata na agricultura mundial, no desenvolvimento econômico, na segurança alimentar e na nutrição".

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Esta comemoração anual foi promovida pelo Peru, "que apresentou uma proposta para sua adoção na Assembleia Geral das Nações Unidas com base em uma resolução da Conferência da FAO em 7 de julho de 2023", destacou esta última em um comunicado, lembrando que a ONU declarou 2008 o ano internacional da batata.

Além do combate à fome, este dia internacional "fomentará o desenvolvimento agrícola, a segurança alimentar, a preservação da biodiversidade e as funções dos ecossistemas", declarou Víctor García Toma, representante permanente do Peru na Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Peru, onde existem milhares de variedades deste tubérculo e abriga um Centro Internacional da Batata (CIP, na sigla em espanhol), é um dos berços do cultivo.

Este alimento milenar, originário da região dos Andes, chegou à Europa no século XVI e depois se espalhou pelo resto do mundo.

Atualmente, contribui para "melhorar os meios de subsistência nas zonas rurais e em outras regiões onde os recursos naturais, em particular as terras cultiváveis e a água, são limitados e os insumos, caros", ressaltou a FAO.

A batata "também é um cultivo respeitoso com o clima porque gera baixos níveis de emissões de gases de efeito estufa em comparação com outras culturas", afirmou a agência da ONU.

No entanto, a produção de batatas "enfrenta várias ameaças e desafios, especialmente pragas e doenças" como a requeima (Phytophthora infestans), além de várias doenças bacterianas ou o escaravelho-da-batata, entre outras, lembrou a FAO, que pretende "ajudar seus membros a construir cadeias de valor resilientes e adaptadas ao contexto da batata".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse nesta sexta-feira (1º) que o Brasil deve se tornar “uma potência global em economia verde e transição energética”. Ele participa da comitiva oficial do país à conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU). A COP 28 acontece em Dubai, nos Emirados Árabes.

"O mais importante é a presença do Brasil nesta conferência do clima para discutir os aspectos ambientais, a contenção do aquecimento global e a transição energética. A presença múltipla do Brasil — de vários segmentos e, em especial, do governo — é algo que devemos comemorar e celebrar. No pavilhão do Brasil, estão reunidos todos os segmentos com esse mesmo propósito. Por vezes, com pensamentos diferentes sobre o caminho a ser perseguido. Mas todo mundo tem o propósito de preservação do meio ambiente para o crescimento econômico sustentável", disse. 

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Pacheco integra a comitiva brasileira encabeçada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do Senado disse que os Poderes Executivo e Legislativo “estão unidos no propósito da preservação ambiental”.

 "É um palco de muitas ideias e inciativas. É muito bom que, a partir disso, a gente consiga implementar nossa política, para o Brasil sair na frente e se constituir como uma potência global de economia verde, transição energética e evolução sustentável", afirmou. 

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também está em Dubai. Ele lembrou que, daqui a dois anos, a cidade de Belém (PA) vai sediar a 30ª edição da conferência do clima. 

"Esta é a penúltima conferência antes de sediarmos a COP 30, que será a primeira da Amazônia. O que está na agenda do debate ambiental global é vanguarda no sistema de transição energética. Temos todas as condições criadas para, em decorrência das mudanças climáticas, nos tornarmos uma potência global. Dois terços da energia gerada no Brasil é de matriz limpa. Temos muito a dizer, a presentar e, sobretudo, a exigir", disse Randolfe. 

"Primeiro passo"

O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), que também integra a comitiva, classificou como “um primeiro passo” a decisão tomada pela cúpula do clima de destinar US$ 420 milhões para apoiar países afetados pelo aquecimento global. Mas disse que o chamado Fundo de Perdas e Danos “ainda é limitado”. 

"É um primeiro passo, mas o valor é pequeno. Fala-se mais da questão das catástrofes, mas não se fala da preservação. Entendo que os países mais pobres economicamente, mas que continuam preservando as florestas, sobretudo as tropicais, têm que ter reconhecimento da comunidade internacional. O carbono que é capturado faz bem ao planeta como um todo, e não apenas ao país que preserva. O fundo é limitado no valor e no foco, mas, de qualquer forma, vamos caminhar", afirmou. 

Descarbonização

A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, disse nesta sexta-feira em Dubai que o uso de energias limpas pode agregar valor a produtos produzidos e exportados pelo Brasil. "É uma grande vantagem comparativa, que precisa ser transformada em vantagem distributiva. Não só suprir o mundo com energia limpa, mas usar essa energia limpa para agregar valor aos nossos produtos, para exportarmos produtos que não sejam carbono-intensivos. O Brasil está aqui para trazer seu compromisso e sua prática com a descarbonização das economias", disse Marina Silva. 

Ao lado de Marina Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou matérias sugeridas pelo Poder Executivo para atenuar o impacto do consumo de combustíveis fósseis no Brasil. Ele citou como exemplos projetos de lei sobre regulação do mercado de hidrogênio, combustível do futuro, crédito de carbono e produção de energias eólica e solar em plataformas marítimas. 

"O problema do consumo de combustível fóssil persiste. É verdade, o problema existe e ninguém está negando. Mas é preciso pressa para aprovar esses marcos regulatórios que vão ser muito importantes. Há quase uma dúzia de (projetos de) leis de iniciativa do atual governo. Sabemos que estamos correndo contra o relógio e que o Brasil ficou parado muito tempo. Penso que devemos jogar luz sobre as soluções que estão sendo apresentadas", disse Haddad.

*Da Agência Senado

O ano de 2023 não caminha apenas para ser o mais quente já registrado, como também para bater recordes em índice de concentração de gases de efeito estufa e nível do recuo do gelo na Antártida, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) no início da Conferência do Clima, a COP28 , em Dubai, nos Emirados Árabes.

A agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou um relatório provisório sobre o estado do clima e chamou a atenção para "fenômenos extremos que deixaram um rastro de devastação e desespero".

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A OMM disse que considera "seguro" afirmar, mesmo sem considerar os dados dos últimos dois meses, que 2023 será o ano mais quente dos últimos 174 anos - todo o período em que há medição.

De acordo com a organização, até outubro, a temperatura média estava 1,4ºC acima do período pré-industrial (1850-1900), ou seja, já próximo de 1,5ºC, patamar estabelecido como limite no Acordo de Paris.

Esses 1,4ºC também estão bem acima dos excessos de temperatura registrados nos dois anos mais quentes até momento, 2016 (quando ultrapassou 1,29ºC) e 2020 (1,27ºC). "A diferença é tão importante que, com toda a probabilidade, os valores que serão registrados nos últimos dois meses do ano não terão impacto na classificação", concluiu a OMM, depois de comparar cinco bancos de dados meteorológicos globais.

O relatório prevê, também, que 2024 será ainda mais quente que 2023. Isso porque o El Niño, fenômeno normalmente associado ao aumento da temperaturas, começou a influenciar o clima global este ano e tende a provocar ainda mais calor no ano seguinte ao seu início.

Emissões de gases

A agência da ONU também indica, em seu relatório, que 2023 baterá recorde histórico sobre as concentrações de gases de efeito estufa. O registro deste ano, segundo a organização, deve ser superior ao de 2022, quando a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera já era 150% superior à da era pré-industrial.

A concentração de metano (CH4), que em 2022 foi 266% superior à do período 1850-1900, e de óxido nitroso (N2O), 124% superior no ano passado, também já são evidentemente maiores este ano. As medições são feitas em estações meteorológicas estratégicas, como as de Mauna Loa (Havaí) ou Tasmânia (Austrália).

Descongelamento das geleiras

Outros registros preocupantes confirmados pela ONU foram feitos nos polos globais: a Antártida atingiu mínima histórica de área de extensão de gelo marinho, com apenas 1,79 milhões de quilômetros em fevereiro, valor mais baixo desde que começaram as medições de satélite, em 1979.

Dados igualmente perturbadores foram registrados no Ártico, onde o valor mínimo de extensão no ano (4,23 milhões de quilômetros quadrados em setembro) foi o sexto menor já registrado. E também nos Alpes Europeus, onde as medições na Suíça mostram que, em apenas dois anos, seus glaciares perderam 10% do seu volume. Com agências internacionais.

As cidades de Santos, no litoral paulista, e Rio de Janeiro poderão ter, respectivamente, 7,57% e 7,35% de seus territórios cobertos pelas águas do mar até 2100, se o planeta aumentar as emissões de gases de efeito estufa.

A estimativa foi publicada nesta terça-feira (28) em um estudo desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com a agência Climate Impact Lab. O documento alerta que o avanço das águas sobre a terra, e que deverá atingir outros locais do mundo, é uma consequência do aquecimento global.

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Para fazer as projeções, o estudo utilizou imagens de satélite, mareógrafos e modelos do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). E, para estimar o impacto do aumento do nível do mar, simulou três cenários diferentes com base na concentração de emissão de gases de efeito estufa: baixa emissão (a temperatura da Terra até 2100 não aumentaria mais que 2ºC); emissão intermediária (aumentaria a temperatura até 2100 em 2,7ºC); e emissão muito alta (aumentaria a temperatura em 4,4ºC até 2100).

Dentro desses três cenários, segundo os dados de projeção, o Brasil sofreria uma elevação média do nível do mar de 20,9 cm a 24,27 cm até meados do século (entre 2040-2059), e de 40,5 cm a 65,6 cm até o ano de 2100, a depender do nível de emissão e do aumento de temperatura da Terra.

No cenário atual, no qual a emissão de gases é considerada de nível intermediário, a previsão é de que o País sofra com o aumento de 21,65 cm do nível do mar até metade do século, e 49,98 cm até 2100 - os dois números estão acima da média global, 18,15 cm e 40,73 cm, respectivamente.

No pior dos cenários, isto é, se as emissões aumentarem para níveis mais altos, de acordo com os dados, a cidade de Santos poderia sentir o nível do mar crescer 27,74 cm até o meio do século e até 72,85 cm em 2100. Na capital fluminense, os números são mais modestos, mas não menos preocupantes: 23,84 cm até o meio do século e 65,67 cm até 2100.

Já com relação aos impactos da inundação terrestre, as projeções estimam que, se as emissões de poluentes continuarem iguais, o Brasil poderá ficar com uma área submersa total de 913,2 km² até meados do século, e 2.270,3 km² até 2100. No caso de emissões elevadas, esse número poderá chegar a 4.612 km² de áreas brasileiras tomadas pelas águas no final deste século 21.

Com base nesses dados, o PNUD e o Climate Impact Lab alertam que algumas cidades, altamente povoadas, poderão ter 5% ou mais de seus territórios abaixo do mar se a quantidade de emissões de poluentes crescer. Além de Santos e Rio de Janeiro, no Brasil, a lista inclui: Guayaquil (Equador), Barranquilla (Colômbia), Kingston (Jamaica), Cotonou (Benin), Calcutá (Índia), Perth (Austrália), Newcastle (Austrália) e Sydney (Austrália).

"Os efeitos da subida do nível do mar colocarão em risco décadas de progresso do desenvolvimento humano em zonas costeiras densamente povoadas, onde vivem uma em cada sete pessoas no mundo", afirmou Pedro Conceição, Diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD.

Em nota, as entidades afirmam que "muitas regiões baixas ao longo das costas da América Latina, África e Sudeste Asiático podem enfrentar uma grave ameaça de inundação permanente", e as projeções indicam uma "tendência alarmante com potencial para desencadear uma reversão no desenvolvimento humano nas comunidades costeiras em todo o mundo".

Problema pode afetar áreas povoadas por até 73 milhões de pessoas

 

Se as emissões não cessarem e permanecerem como estão, os impactos das inundações poderão, até 2100, atingir áreas costeiras povoadas por até 73 milhões de pessoas em todo o mundo. O estudo informa ainda que, até o final do século 21, "alterações climáticas podem provocar a submersão de uma parcela significativa de terra" em territórios como Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caimã e Maldivas.

"Centenas de cidades altamente povoadas enfrentarão um risco acrescido de inundações até meados do século, relativamente a um futuro sem alterações climáticas", afirmam as entidades. "Isto inclui terras que abrigam cerca de 5% da população de cidades costeiras como Santos, no Brasil, Cotonou, no Benin, e Calcutá, na Índia. Prevê-se que a exposição ao risco de inundações duplique para 10% da população até ao final do século", alertam.

De acordo com o estudo, nos níveis mais elevados de aquecimento global, "aproximadamente 160 mil km² de terras costeiras (uma área maior que o território da Grécia ou do Bangladesh) seriam inundadas até 2100?, e atingindo vastas áreas de cidades costeiras localizadas em países como Equador, Índia e Arábia Saudita.

Se o planeta conseguir diminuir as emissões para níveis que não aumentem a temperatura da Terra em até 2ºC, a projeção é que é 70 mil km² desse total de áreas em risco poderão permanecer acima do nível do mar.

"Essas projeções não são conclusões precipitadas; em vez disso, podem ser um catalisador para a ação", disse Hannah Hess, diretora associada do Climate Impact Lab. "Ações rápidas e sustentadas para reduzir as emissões afetarão a rapidez e o grau de impacto das comunidades costeiras. A redução das emissões não só mitiga os riscos, mas também nos dá mais tempo para responder proativamente e nos prepararmos para a subida dos mares."

Pedro Conceição, do PNUD, lembra que a divulgação desses dados deve servir de alerta para as autoridades que comparecerem à Cúpula do Clima, a COP-28, que começa na próxima quinta feira, 30, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "A nossa nova investigação do PNUD e do Climate Impact Lab é mais um lembrete aos decisores que vão para a COP-28 de que o momento de agir é agora."

O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem a primeira resolução desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há mais de 40 dias, em que pede pausas humanitárias e libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza. A aprovação aconteceu no mesmo dia que Israel atraiu novas críticas internacionais ao conduzir uma operação militar terrestre dentro do Hospital Al-Shifa, o maior do território.

A resolução acompanhou as críticas de governos árabes e ocidentais à ação de Israel, que alegou ter invadido o hospital para desmantelar postos de comando do grupo terrorista Hamas. Os soldados renderam e interrogaram todos os homens acima dos 16 anos no local e disseram ter encontrado armas que seriam utilizadas pelos terroristas. O Hamas negou que houvesse armamento no local.

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Segundo os profissionais de saúde do hospital, a operação deixou uma atmosfera de confusão, tensão e medo, com explosões e tiros em meio a milhares de feridos e desabrigados.

Aprovado por 12 votos (incluindo Brasil) a 0, com 3 abstenções (EUA, Reino Unido e Rússia), o documento da ONU exige que todas as partes do conflito respeitem o direito internacional, com a garantia da proteção de civis, especialmente crianças, e libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas. "Pedimos por pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias para permitir, de acordo com a lei humanitária internacional, o acesso humanitário das agências das Nações Unidas e seus parceiros de forma completa, rápida e segura", diz o texto, apresentado pela diplomacia de Malta.

Israel reagiu com críticas à resolução, que não condenou as ações do Hamas contra os judeus no dia 7 de outubro. O embaixador do país na ONU, Gilad Erdan, classificou-a de "desligada da realidade". "Este conselho ainda não conseguiu condenar o massacre do Hamas em 7 de outubro. A resolução centra apenas na situação humanitária em Gaza e não faz qualquer menção ao que levou este momento", declarou.

MUDANÇA

A resolução foi aprovada na 5ª tentativa de consenso do Conselho de Segurança. Os EUA, maior aliado de Israel e membro permanente do órgão, vetaram propostas anteriores que não incluíam a condenação ao Hamas, mas desta vez, com o agravamento das condições humanitárias em Gaza, decidiram se abster.

Mais cedo, o país tratou de se distanciar da decisão israelense de invadir o Hospital Al-Shifa. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança americano, John Kirby, a inteligência do país compartilhou informações com Israel de que o Hamas estaria utilizando a unidade para operações militares, mas não participou da decisão de fazer a operação. "Não demos autorização às suas operações militares em torno do hospital. Não esperamos que os israelenses nos informem", disse.

OPERAÇÃO

A operação no Hospital Al-Shifa foi a última ação de Israel a gerar indignação internacional na guerra atual. Ao menos 200 homens foram presos após serem interrogados pelos soldados e dezenas de mulheres e crianças foram revistadas. Tanques israelenses entraram na área do hospital e ficaram estacionados em diversos pontos, incluindo o pronto-socorro. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, ao menos nove bebês prematuros morreram depois que foram retirados de suas incubadoras. Vinte e sete pacientes que estavam na UTI morreram porque não tinham um respirador operacional. Agências internacionais de notícias dizem que não tinham como confirmar as informações do Hamas.

Horas depois da invasão, Israel afirmou que as tropas se retiraram do hospital e estabeleceram uma base ao seu redor. Uma das coordenadoras da organização Médico Sem Fronteiras, Natalie Thurtle, disse que as ações impedem a retirada de pacientes. "Em sua maioria, não podem se deslocar, e levando-se em consideração a situação de segurança nos arredores", disse.

CRÍTICAS

Antes da resolução ser aprovada, Israel foi criticado mais uma vez pelo modo que conduz o conflito. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu que líderes de Israel sejam julgados por crimes de guerra. Governos ocidentais, como o Canadá e a França, também condenaram as ações.

A ONU e as agências humanitárias expressaram preocupação com a operação das tropas de Israel. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece vocal sobre o conflito no Oriente Médio e voltou a criticar as táticas israelenses de represália aos ataques do grupo fundamentalista e terrorista Hamas. Desde o ataque do dia 7 de outubro, as forças de Israel têm orquestrado ataques e invasões à Faixa de Gaza e Cisjordânia, em um plano de ação que já matou mais de 10 mil palestinos. 

Na primeira entrevista após a recepção dos 32 repatriados de Gaza, nessa segunda-feira (13), Lula reafirmou, nesta terça (14), o papel do Brasil na busca pela paz e condenou o veto dos Estados Unidos à proposta brasileira de uma solução de dois Estados - um israelense e outro palestino. "É inadmissível que a gente não tenha uma solução para isso", disse o líder brasileiro. 

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"Produzimos uma nota que teve o apoio de 12 países e apenas um país teve o direito de vetar, e vetou, que foi os Estados Unidos. Isso é incompreensível, a ONU precisa mudar. A ONU de 1945 não vale mais nada em 2023. Por isso a gente quer mudar a quantidade de pessoas e o funcionamento, e acabar com o direito de veto", acrescentou.

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Durante o "Conversa com o Presidente" desta terça-feira (14), o mandatário disse que as ações de Israel são de teor terrorista e que há um claro interesse em esvaziar Gaza para uma nova ocupação. Esse conceito é conhecido na literatura como "limpeza étnica". 

“Essa guerra, do jeito que vai, não tem fim. Eu estou percebendo que Israel quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo. Nós temos que garantir a criação do Estado Palestino para que eles possam viver em paz com o povo judeu”, disse Lula. 

O presidente evidenciou, mais uma vez, que é preciso reconhecer o ataque terrorista do Hamas em outubro, mas insiste que a resposta contra civis palestinos é desproporcional.   

“É por isso que eu disse ontem que a atitude de Israel com relação às crianças e com relação às mulheres é uma atitude igual terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que tá cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro, eu não posso matar as crianças porque eu quero matar o monstro. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças”, enfatizou Lula. 

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O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza foi bombardeado, disse o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Achim Steiner. Segundo a autoridade, há relatos de que o ataque deixou mortos e feridos.

"Isso é errado sob todos os aspectos. Os civis, a infraestrutura civil e a inviolabilidade das instalações da ONU devem ser sempre protegidos", escreveu Steiner em publicação no X, antigo Twitter, na madrugada deste domingo, 12.

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O mês passado foi o outubro mais quente já registrado no planeta, chegando a uma série de cinco recordes mensais consecutivos, anunciou ontem o observatório europeu Copernicus, o que permite prever que 2023 será o ano mais quente já registrado em toda a história. Além disso, cientistas já preveem que as condições se mantenham em 2024 - e o El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do oceano, prossiga até o mês de abril.

Esses novos dados gerais reforçam os alertas dos cientistas antes da reunião de cúpula do clima, a COP-28 de Dubai, que começa no dia 30. "O sentimento de necessidade urgente de adotar medidas climáticas ambiciosas nunca foi tão forte", afirmou Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudança climática do observatório Copernicus.

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No mês passado, com média de 15,38ºC na superfície do planeta, o resultado superou em 0,4ºC o recorde anterior de outubro de 2019, segundo o Copernicus. A anomalia é "excepcional" para as temperaturas mundiais. Outubro de 2023 foi "1,7°C mais quente do que a média para o mês de outubro no período 1850-1900, antes da percepção dos efeitos das emissões de gases do efeito de estufa provocados pela atividade humana", acrescenta o observatório.

EL NIÑO

Outro relatório, divulgado ontem pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), aponta que o fenômeno El Niño, relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano nos oceanos, deve perdurar até abril de 2024. Com isso, é muito provável que os termômetros disparem ainda mais neste final de ano e no ano que vem. A OMM afirma que o El Niño se desenvolveu rapidamente durante julho e agosto deste ano e atingiu força "moderada" em setembro - mês em que os termômetros chegaram a marcar 38ºC em São Paulo.

O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é de que ele ainda não tenha atingido o auge.

"Provavelmente, atingirá o pico, como um evento forte, até janeiro. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno no sul do Hemisfério Norte (verão no Brasil e demais países do Hemisfério Sul)", afirma a OMM.

O El Niño ocorre em média a cada sete anos e normalmente dura de nove a 12 meses. É um padrão climático natural associado ao aquecimento da superfície do oceano Pacífico tropical central e oriental. No entanto, este ano, "ocorre no contexto de um clima que está sendo alterado pelas atividades humanas", diz a OMM.

Uma prova dessa alteração no ciclo comum é que os impactos do fenômeno na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento - neste caso, deveriam acontecer somente em 2024 -, mas, desde junho, o ano de 2023 tem caminhado para ser o mais quente já registrado.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial de Meteorologia (OMM), órgão das Nações Unidas (ONU), apontou que o El Niño deve durar até, pelo menos, abril de 2024. Na sua atualização, a entidade alertou que os efeitos do fenômeno climático devem impulsionar o aumento das temperaturas, o que tende a agravar eventos extremos, como ondas de calor, inundações e secas.

Além disso, a OMM disse que 2023 se encaminha para ser o ano mais quente já registrado, e que 2024 pode ter temperaturas ainda mais altas.

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"Os efeitos do El Niño nas temperaturas globais normalmente se manifestam no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso em 2024. Mas, em virtude das temperaturas da superfície terrestre e marítima extremamente altas desde junho, 2023 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado, e o próximo ano pode ser ainda mais quente. Isso se deve clara e inequivocamente à contribuição das crescentes concentrações de gases de efeito estufa, resultantes das atividades humanas", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Anteriormente, 2016 foi o ano mais quente já registrado, por causa de uma "combinação perfeita" de um El Niño excepcionalmente forte e as mudanças climáticas, observou a Organização.

O El Niño se desenvolveu rapidamente durante julho e agosto e atingiu força moderada em setembro de 2023, provavelmente podendo atingir seu pico como um evento forte de novembro a janeiro de 2024, disse a OMM. "Há uma probabilidade de 90% de que ele persista durante o próximo inverno do Hemisfério Norte/verão do Hemisfério Sul", explicou.

Com base em padrões históricos e previsões de longo prazo atuais, espera-se que o fenômeno climático diminua gradualmente durante a próxima primavera no Hemisfério Norte, de acordo com a organização.

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