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O Governo Federal realiza mais um voo em apoio aos conflitos no Oriente Médio. A aeronave KC-390 Millennium (Embraer), da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ), às 15h04 (horário local) deste sábado (09), com destino ao Egito. A previsão de pouso, em Al-Arish, é para a manhã da próxima terça-feira (12).

O Governo Federal envia, para Gaza, 11 toneladas de alimentos para atender populações em situação de emergência pública. A iniciativa é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). 

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Após decolar do Rio de Janeiro, a aeronave fará paradas técnicas na Base Aérea do Recife (BARF); em Cabo Verde; em Lisboa, Portugal; em Atenas, Grécia; e no Cairo, no Egito até chegar ao destino final que é Al-Arish, também no Egito, onde a carga será descarregada.

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*Da FAB 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retoma, nesta segunda-feira (27), suas viagens internacionais ao realizar um giro por três países do Oriente Médio e pela Alemanha.

O mandatário voltará ao exterior pela primeira vez desde a cirurgia no quadril que fez no final de setembro.

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A primeira parada do petista será em Riad, na Arábia Saudita, seguindo na sequência para Doha, no Catar. Lula deverá se encontrar com empresários e autoridades de ambos os países.

Na terça-feira (28), Lula estará presente para participar de uma audiência com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Dois dias depois, o presidente tem um encontro marcado com Tamim bin Hamad al-Thani, emir do Catar.

O principal compromisso da viagem de Lula será sua participação na COP28, em Dubai, onde deverá chegar no dia 1º de dezembro. As pautas de preservação ambiental e transição energética são algumas das grandes preocupações do chefe de Estado.

Na capital dos Emirados Árabes Unidos, Lula provavelmente se encontrará com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.

Por fim, Lula cumprirá agendas com o chanceler da Alemanha, Olaf Schols, entre os dias 3 e 4 de dezembro.

*Da Ansa

O Egito sedia neste sábado (21), na capital Cairo, uma cúpula de paz sobre o conflito no Oriente Médio, evento que reúne líderes de diversos países, mas não conta com a presença de Israel nem de representantes de alto escalão dos Estados Unidos.

A reunião acontece no dia da abertura da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito em Rafah para a entrada das primeiras ajudas humanitárias à população palestina desde o início da guerra, porém enquanto o número de mortos segue crescendo.

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Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 4.385 pessoas já morreram em bombardeios de Israel, sendo 1.756 menores de idade e 976 mulheres, enquanto outras 13.561 ficaram feridas.

O governo israelense, por sua vez, reporta que mais de 1,4 mil indivíduos - em sua maioria civis - foram assassinados durante a incursão sem precedentes deflagrada pelo Hamas em 7 de outubro, ataque que deu início ao atual conflito.

"Além da fronteira, há 2 milhões de pessoas que precisam de ajuda. Sou grato ao Egito pelo papel que teve e lanço um apelo por uma trégua humanitária", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a cúpula do Cairo. "É hora de colocar fim a esse pesadelo que ameaça as crianças, é preciso aplicar o direito internacional e evitar ataques contra civis, escolas e hospitais", acrescentou.

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu (principal órgão político da União Europeia), Charles Michel, cobrou esforços para interromper o conflito e proteger os civis, porém reiterou o "direito de defesa de Israel, que deve ser exercido no quadro do direito internacional". "É nossa responsabilidade trabalhar sem descanso para evitar a disseminação desse conflito", disse.

Já a premiê da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o "terrível ataque do Hamas atingiu civis indefesos com uma brutalidade sem precedentes" e deve ser condenado "sem ambiguidade".

"A impressão que eu tenho é que o objetivo do Hamas fosse obrigar Israel a uma reação contra Gaza para criar um abismo intransponível entre países árabes, Israel e o Ocidente, comprometendo a paz para todos os cidadãos envolvidos, inclusive aqueles que ele diz defender. Os alvos somos todos nós, e cair nessa armadilha seria muito, muito estúpido", acrescentou.

Meloni também pediu a libertação imediata dos 210 reféns mantidos pelo Hamas, incluindo italianos, e defendeu esforços para evitar a escalada da crise e promover a solução dos dois Estados.

Além disso, alertou que um país pode sempre reivindicar o "próprio direito a se defender", mas "não pode jamais ser motivado por sentimentos de vingança". "Um Estado funda sua reação em precisas razões de segurança, e estou confiante de que essa seja a vontade de Israel", ressaltou.

Durante a cúpula, a premiê da Itália se reuniu com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Em seguida, Meloni irá a Israel para se encontrar com o premiê Benjamin Netanyahu e o presidente Isaac Herzog.

O Brasil também foi convidado para a cúpula e enviou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que condenou os "ataques terroristas do Hamas", mas também cobrou de Israel o "respeito ao direito internacional". 

*Da Ansa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, nesta quarta-feira (11), para discutir o conflito entre Israel e Palestina, no Oriente Médio. De acordo com nota emitida pelo Palácio do Planalto, Lula afirmou ao líder árabe que é necessário encontrar uma solução amigável para o conflito entre Israel e Palestina e evitar mortes, especialmente de civis, mulheres e crianças.

A conversa abordou, segundo a assessoria do presidente, uma série de tópicos cruciais para a estabilidade da região e a busca por uma solução pacífica.  Já presidente Mohamed bin Zayed destacou a importância de líderes globais trabalharem em conjunto para conter a crise na região.

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"Os dois líderes reconheceram a importância da ajuda humanitária de ambos os países, e a necessidade de se concentrar em aliviar o sofrimento das comunidades afetadas pelos bombardeios recentes. Em um esforço para evitar uma escalada adicional da situação, concordaram em trabalhar em conjunto para promover a paz e a estabilidade na região", informa a nota do Palácio do Planalto. 

Após intensificar o bombardeio contra a Faixa de Gaza, nos últimos dias, o Ministério da Defesa de Israel informou que pretende ocupar o território por terra. Ontem (10), Lula falou por telefone com o presidente do Chile, Gabriel Boric, ocasião em que também discutiram sobre o conflito entre Israel e Palestina, além de outros tópicos sobre a conjuntura sul-americana. Mais cedo, nesta quarta, Lula fez um apelo ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e à comunidade internacional, em defesa das crianças palestinas e israelenses.

A Embaixada de Israel em Washington informou que o número de mortos nos ataques do Hamas no fim de semana passa de mil. Os mortos são, em sua maioria, civis, baleados em casas, nas ruas e em uma festa ao ar livre, que ocorria a poucos quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza.

Já o Ministério da Saúde de Gaza disse que os ataques aéreos retaliatórios de Israel tiraram a vida de pelo menos 830 pessoas e feriram mais de 4,3 mil até esta terça-feira. A ONU afirmou que mais de 180 mil habitantes de Gaza ficaram desabrigados, muitos deles amontoados nas ruas ou em escolas. Além disso, pelo menos 11 funcionários da organização morreram em Gaza nos últimos dias, em decorrência dos ataques israelenses.

Conferência do Clima

A conversa entra Lula e Mohamed bin Zayed ainda tratou sobre temas das relações bilaterais entre Brasil e Emirados Árabes Unidos, incluindo cooperação econômica, investimentos e parcerias estratégicas em diversos setores.

Durante o telefone, Lula confirmou que irá à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, no fim de novembro. Será a primeira viagem do presidente brasileiro após para restauração das articulações do quadril, ocorrida há quase duas semanas. Lula se recupera do procedimento no Palácio da Alvorada, residência oficial, de onde tem despachado remotamente e realizado diariamente trabalhos de fisioterapia.

A guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas levou a manifestações pró-palestinas no Oriente Médio e a um reforço das medidas de segurança em torno de locais judaicos na França, Alemanha e Reino Unido.

- Reforço da segurança -

França

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, anunciou um reforço da segurança em torno dos locais de culto e das escolas judaicas, embora tenha esclarecido que neste momento “não há ameaças”.

Alemanha

Na Alemanha, o governo reforçou a segurança em torno dos edifícios da comunidade judaica e da representação israelense, informou a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, no jornal Bild.

As autoridades também monitoram "muito de perto possíveis simpatizantes do Hamas na esfera islâmica", afirmou a ministra.

A polícia de Berlim, por sua vez, relatou “pessoas comemorando os ataques contra Israel distribuindo doces na Sonnenallee”, uma avenida localizada em um bairro com uma grande comunidade muçulmana.

Reino Unido

A polícia de Londres aumentou neste domingo a presença das suas patrulhas em alguns bairros, depois de terem ocorrido “incidentes” ligados à guerra entre Israel e o Hamas.

O Ministério do Interior apelou à “tolerância zero” contra “a exaltação do terrorismo”.

O ministro de Estado da Imigração, Robert Jenrick, compartilhou um vídeo no X (antigo Twitter) em que pessoas são vistas agitando bandeiras palestinas nas ruas e buzinando em veículos.

- Manifestações pró-palestinas -

A guerra entre Israel e o Hamas levou a manifestações pró-palestinas neste fim de semana na Turquia, Iraque, Irã, Síria, Líbano e Iêmen.

Irã

Centenas de pessoas protestaram em várias cidades da República Islâmica, incluindo Teerã, com bandeiras palestinas e fogos de artifício, segundo imagens da agência oficial IRNA.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, declarou neste domingo que apoia “a defesa legítima da nação palestina” e disse que Israel deve “ser responsabilizado” pela situação.

Em Teerã, grandes cartazes diziam que “a grande operação de libertação começou”. Bandeiras israelenses também foram queimadas no protesto.

Líbano

No Líbano, o Hezbollah organizou uma manifestação no sul de Beirute para apoiar a ofensiva do Hamas. “Morte a Israel”, gritavam no protesto.

Um alto funcionário do movimento libanês, Hachem Safieddin, prestou homenagem aos “heróis de Gaza” e afirmou que “chegou a hora da vingança”.

Síria

Em Damasco, grupos de jovens distribuíram bolos aos carros em uma praça central em sinal de alegria.

Turquia

Milhares de turcos participaram de um protesto em Istambul em apoio aos palestinos.

“O povo palestino está apenas defendendo a sua pátria, isso não tem nada a ver com terrorismo”, disse à AFP Sahin Ocal, 54 anos, um dos organizadores da manifestação.

Iêmen

Houve também manifestações pró-palestinas em Sanaa, capital do Iêmen, onde foram queimadas bandeiras israelenses e americanas.

As milícias huthis, apoiadas pelo Irã e que controlam a cidade, gritavam “Morte aos Estados Unidos, morte a Israel”.

Iraque

Uma manifestação pró-palestina está planejada na cidade sagrada xiita de Karbala.

No sábado, centenas de manifestantes reuniram-se na capital Bagdá para celebrar a ofensiva do Hamas. Alguns dos participantes pisotearam e queimaram bandeiras israelenses e gritaram “não aos Estados Unidos, não a Israel”.

Iraque, Irã, Arábia Saudita e outros países do Oriente Médio condenaram, nesta quinta-feira (29), a queima de uma cópia do Alcorão por um iraquiano radicado na Suécia e alertaram que isso poderia "inflamar" os muçulmanos em todo o mundo.

Salwan Momika, de 37 anos, que fugiu para a Suécia há alguns anos atrás, pisou em uma cópia do Alcorão na quarta-feira antes de incendiar várias páginas em frente à maior mesquita de Estocolmo.

A polícia concedeu permissão para o protesto, de acordo com as proteções suecas à liberdade de expressão, embora o ato tenha provocado indignação em todo o mundo muçulmano.

O incidente ocorreu enquanto os muçulmanos celebram o festival Eid al Ada.

O governo iraquiano, em um comunicado divulgado na quarta-feira, condenou com veemência "os atos repetidos de queimar cópias do Alcorão sagrado por indivíduos com mentes extremistas e perturbadas".

"Essas ações demonstram um espírito de ódio e agressividade que vai contra os princípios da liberdade de expressão", acrescentou. "Eles não são apenas racistas, também promovem a violência e o ódio".

O Irã se juntou à condenação, chamando a queima de "provocativa, impensada e inaceitável".

O governo talibã do Afeganistão também reagiu furiosamente à queima do Alcorão, chamando-a de "desprezo aberto por esta nobre religião e seus quase 2 bilhões de seguidores".

A Arábia Saudita, que acabou de receber 1,8 milhão de peregrinos para o hajj, concluído na quarta-feira, disse que "esses atos de ódio repetidos não podem ser aceitos com nenhuma justificativa".

Da mesma forma, o Egito, o país mais populoso do mundo árabe, descreveu a queima do Alcorão como um "ato vergonhoso que provoca os sentimentos dos muçulmanos" no momento de celebrações do Eid.

A queima também foi condenada pela Liga Árabe e pelo Conselho de Cooperação do Golfo, além do Marrocos, que convocou seu embaixador em Estocolmo.

O Marrocos também criticou a "complacência" do governo sueco com a queima do Alcorão.

No Líbano, o poderoso movimento Hezbollah, apoiado pelo Irã, acusou as autoridades suecas de "cumplicidade no crime".

Em janeiro, um extremista de direita sueco-dinamarquês queimou uma cópia do Alcorão perto da embaixada turca em Estocolmo e também gerou indignação nos muçulmanos em todo o mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou na quinta-feira, 9, que Omã, na Ásia, notificou, em 5 de janeiro, um caso de Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês) - conhecida popularmente por "gripe do camelo" -, doença causada por um tipo de coronavírus, assim como o da covid-19 (o Sars-CoV-2). Nenhum caso secundário foi relatado, de acordo com a OMS, mas a agência internacional acredita que casos adicionais da infecção possam ser registrados no "Oriente Médio e/ou outros países onde o Mers-CoV está circulando em dromedários".

Segundo a OMS, o caso é de um homem de 60 anos com comorbidades, residente da província de North Batinah no país do Oriente Médio. Ele desenvolveu sintomas como desconforto no peito, falta de ar e febre, que duraram seis dias. Em 2 de janeiro, procurou um hospital, onde foi internado. Posteriormente, apresentou melhora clínica e recebeu alta em 16 de janeiro.

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A síndrome é uma infecção respiratória viral causada por um coronavírus, o Mers-CoV. Os seres humanos são infectados pelo vírus por meio de contato direto ou indireto com dromedários (hospedeiros do vírus). O vírus demonstrou a capacidade de ser transmitido entre humanos principalmente em ambientes de saúde - fora deles, a transmissão entre humanos é limitada.

O paciente de 60 anos relatou não ter tido qualquer contato físico com animais desse tipo. Uma investigação da exposição aos fatores de risco detectou, porém, um exercício de corrida de dromedários realizados na mesma área da residência dele.

Segundo a OMS, 76 contatos próximos do paciente foram acompanhados por 14 dias a partir da data da última exposição. Sete desenvolveram sintomas respiratórios leves (cinco profissionais de saúde e dois familiares), foram testados e obtiveram resultado negativo para a infecção.

A infecção pelo Mers-CoV pode causar doença grave, com alta mortalidade. Desde 2012, globalmente, o índice de letalidade da doença é de aproximadamente 36% (taxa pode estar superestimada por causa de casos leves que passam despercebidos e não são testados e confirmados), afirma a OMS. Não há nenhuma vacina ou tratamento disponível atualmente.

Casos de Mers são raros em Omã. Desde junho de 2013, um total de 26 casos e sete mortes foram relatados pelo país à OMS. O último registro de confirmação havia sido em maio do ano passado.

Embora nenhum outro caso tenha sido registrado após a confirmação de infecção no paciente de 60 anos, a OMS disse acreditar "que casos adicionais de infecção por Mers-CoV sejam relatados no Oriente Médio e/ou outros países onde o Mers-CoV está circulando em dromedários, e que os casos continuem a ser exportados para outros países por indivíduos que foram expostos ao vírus através do contato com dromedários ou seus produtos, ou em um ambiente de saúde".

Por ora, os conselhos da OMS envolvem vigilância por parte dos estados-membros; prevenção e controle de infecções em ambientes de saúde (a transmissão de humano para humano de Mers-CoV em ambientes de saúde tem sido associada a atrasos no reconhecimento dos primeiros sintomas da infecção); e prevenção na comunidade, com medidas gerais de higiene (como lavagem regular das mãos e evitar consumir produtos crus de camelo). A OMS não aconselha quaisquer restrições de viagem ou comércio.

O papa Francisco criticou neste domingo o aumento da violência no Oriente Médio e pediu às duas partes partes do conflito palestino-israelense que iniciem uma "busca sincera da paz".

"A espiral da morte que aumenta dia a dia não faz mais do que apagar os poucos vislumbres de confiança que existem entre os dois povos", disse o pontífice após sua tradicional oração do Ângelus na Praça de São Pedro.

Ele citou o ataque do exército israelense na quinta-feira contra um campo de refugiados palestinos na Cisjordânia, no qual morreram 10 pessoas, e o atentado executado na sexta-feira por um palestino diante de uma sinagoga em Jerusalém, que deixou sete mortos.

"Desde o início do ano, dezenas de palestinos morreram em confrontos com o exército israelense", acrescentou.

O papa Francisco pediu "aos dois governos e à comunidade internacional que encontrem sem demora outros caminhos, incluindo o diálogo e a busca sincera da paz".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos líderes árabes neste sábado (16) que Washington permanecerá totalmente comprometido com o Oriente Médio e não cederá sua influência para outras potências mundiais.

"Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã", afirmou Biden, durante uma cúpula em Jidá, na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita.

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Última parada da viagem de Biden ao Oriente Médio, a cúpula reúne os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo, assim como Egito, Jordânia e Iraque.

Biden pretendia aproveitá-la para falar da volatilidade dos preços do petróleo e expor sua visão sobre o papel de Washington na região.

Na sexta-feira (16), ele se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, e com o governante saudita "de fato", o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. As agências de Inteligência americanas afirmam que ele "aprovou" a operação de 2018 que matou o jornalista Jamal Khashoggi.

O príncipe herdeiro sempre negou qualquer envolvimento na morte de Khashoggi, assassinado no consulado do reino em Istambul. Seus restos mortais nunca foram encontrados.

Em suas declarações neste sábado, Biden disse aos líderes árabes ali reunidos que "o futuro será conquistado por países que liberarem todo potencial de suas populações (...), onde os cidadãos possam questionar e criticar os líderes sem medo de represálias".

A invasão russa da Ucrânia revelou uma divergência anteriormente impensável entre Washington e seus principais aliados do Oriente Médio - Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos -, gigantes do petróleo cada vez mais independentes no cenário internacional.

- Convite -

Também neste sábado, Biden convidou seu colega dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed bin Zayed Al-Nahyan, para visitar os EUA, em um gesto de reaproximação após meses de tensões pela guerra na Ucrânia e outras questões.

"Ambos entendemos que os desafios que enfrentamos hoje apenas tornam muito mais importante que passemos mais tempo juntos. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos, ao Salão Oval, antes do final do ano", disse Biden em uma reunião bilateral em Jidá, na Arábia Saudita.

Há anos governante "de fato" dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed assumiu o cargo, formalmente, em maio, após a morte de seu meio-irmão, xeque Khalifa.

Este rico estado do Golfo abriga tropas americanas e é um parceiro estratégico de Washington há décadas, mas seus laços econômicos e políticos com a Rússia são cada vez maiores.

O embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef al-Otaiba, admitiu em março que as relações com Washington estavam passando por um "teste de estresse".

Esta declaração foi dada depois que os Emirados se abstiveram em uma votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução pela retirada russa da Ucrânia.

O conselheiro político do xeque Mohammed, Anwar Gargash, disse a jornalistas na sexta-feira que os laços entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos têm "questões a serem resolvidas".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcará nesta quarta-feira (13) em Israel, primeira etapa de uma viagem ao Oriente Médio, onde precisará demonstrar suas habilidades diplomáticas no conflito israelense-palestino, nas tensões com o Irã e nas negociações por petróleo com a Arábia Saudita.

O avião presidencial americano Air Force One devem pousar às 15H30 locais (9H30 de Brasília) no aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, onde Biden será recebido pelo presidente israelense Isaac Herzog e pelo primeiro-ministro Yair Lapid.

Depois de Israel, o presidente americano de 79 anos visitará a Arábia Saudita na sexta-feira, apesar de ter classificado o país como Estado "pária" após o assassinato em 2018 do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, que morava nos Estados Unidos.

O avião presidencial fará um voo direto sem precedentes entre o Estado hebreu e o conservador reino do Golfo, que não reconhece Israel.

Antes, Biden se reunirá com autoridades israelenses para tentar reforçar a cooperação contra o Irã. Também terá um encontro com líderes palestinos, frustrados porque consideram que Washington não impede a agressão israelense.

Irã e Israel eram aliados quando Biden visitou a região pela primeira vez, em 1973 quando era senador, mas agora o Estado hebreu considera Teerã sua principal ameaça.

O primeiro-ministro israelense Yair Lapid, que assumiu o poder há duas semanas, afirmou que as conversas com Biden abordarão "primordialmente o tema Irã".

Depois que chegou ao poder, Biden não reverteu a polêmica decisão de seu antecessor, Donald Trump, de reconhecer esta cidade como a capital do país.

Os palestinos consideram Jerusalém Oriental, anexada por Israel, sua capital e, antes da visita, acusaram Biden de não cumprir a promessa de tornar o governo dos Estados Unidos novamente um mediador imparcial no conflito.

Biden se reunirá na sexta-feira com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, na cidade de Belém, na Cisjordânia ocupada, mas nenhum grande anúncio é esperado para a retomada do processo de paz.

A viagem de Biden à Arábia Saudita é considerada parte do esforço para estabilizar os mercados de petróleo, afetados pela guerra na Ucrânia, com a aproximação de um país que por décadas foi aliado estratégico dos Estados Unidos e grande fornecedor de petróleo.

A JBS anunciou a compra de duas fábricas de alimentos congelados no Oriente Médio, uma na Arábia Saudita e a outra nos Emirados Árabes. Junto com as aquisições, a companhia criou sua própria rede de distribuição com três parceiros locais para levar produtos aos dois países, bem como ao Kuwait.

Além do negócio, cujo valor não foi divulgado, a JBS nomeou Mohamed Mahrous, executivo com mais de 30 anos de experiência e com cargos de comando em empresas de alimentos locais no currículo, como CEO da região. Os anúncios fazem parte da estratégia da companhia de expandir a presença na produção e distribuição de alimentos preparados para se tornar uma referência no mercado islâmico.

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No comunicado, Mahrous diz que o objetivo é ampliar as vendas no Oriente Médio e norte da África nos próximos cinco anos, dentro de uma estratégia de reposicionamento que envolve mudanças nas embalagens dos produtos, maior diversidade nas linhas premium, linhas de produção e novos canais de venda, incluindo o digital.

Segundo Wesley Batista Filho, CEO do grupo líder no mercado de proteínas, a JBS já tem boa presença comercial no Oriente Médio por meio de exportações, mas decidiu fortalecer sua posição na região com uma "robusta" operação local.

Os países árabes do Golfo Pérsico deixaram Jair Bolsonaro mais à vontade. Em ambiente controlado, muito menos hostil do que a Cúpula do Clima (COP 26) na Europa, da qual escapou, o presidente fez seu contraponto durante a segunda passagem pelo Oriente Médio. Nos Emirados Árabes Unidos (EAU), no Bahrein e no Catar, todos de regimes políticos autoritários, Bolsonaro insistiu numa versão fantasiosa de que a Amazônia não queima, posou de estadista para atrair investimentos ao País, com novas promessas, e tentou romper o isolamento internacional.

O giro de seis dias pelo Golfo Pérsico ganhou outra dimensão depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, virtual adversário em 2022 na disputa pelo Palácio do Planalto, desembarcou na Europa. Lula fez críticas ao governo, foi aplaudido no Parlamento Europeu e se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, desafeto de Bolsonaro.

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De volta ao Brasil, Bolsonaro atacou Lula e, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, nesta sexta-feira, 19, chamou de malucos os deputados que bateram palma para o petista. "Tem maluco em tudo quanto é lugar", afirmou ele.

Nos Emirados Árabes Unidos, o presidente saiu nas páginas do jornal Gulf Today ao lado do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, considerado pelo The New York Times como o líder árabe mais poderoso da atualidade. MBZ, como é conhecido, é quem manda no país de fato, por motivos de saúde do presidente, xeque Khalifa bin Zayed Al Nahyan, seu pai.

A foto teve mais destaque do que o texto, acrítico. O jornal não embarcou no enredo de Bolsonaro de que a Amazônia está intacta. Apenas noticiou de forma protocolar que eles discutiram cooperação entre dois países amigos e que o brasileiro teria felicitado o príncipe MBZ pelo fato de os Emirados Árabes Unidos serem a próxima sede da COP 28, daqui a dois anos.

O encontro, num palácio em Abu Dhabi, animou integrantes da comitiva brasileira. Bolsonaro chamou na última hora o ministro da Economia, Paulo Guedes, para mostrar a carteira de projetos e tentar atrair "petrodólares", fixação do chefe da equipe econômica na missão internacional. Guedes cancelou, então, três reuniões que faria em Dubai com o ministro da Economia local, com a DP World, que atua em portos no Brasil, e com o fundo soberano Investment Corporation of Dubai. Relatou, depois, que Bolsonaro foi muito bem tratado e gosta desse tipo de conversa.

"Esses caras são tipo o presidente. O presidente olhou para o cara, gostou do jeitão; o cara olhou para o presidente, gostou do jeitão. A palavra que mais se falou foi confiança", disse Guedes. O ministro afirmou que os fundos emiráticos já investiram U$ 5 bilhões no Brasil nos últimos três anos e prometem mais U$ 10 bilhões para os próximos anos.

Futebol na roda

Houve até uma "disputa" futebolística para ver quem emplacaria seu clube quando os xeques mostraram interesse em comprar times de futebol no Brasil. Bolsonaro sugeriu o Palmeiras, Guedes propôs o Flamengo e Flávio, o Vasco.

Um diplomata que presenciou o tête-à-tête entre Bolsonaro e o príncipe definiu a conversa como "substantiva", fora dos padrões de encontros assim no mais alto nível político. Mas disse que a concretização de investimentos de fundos soberanos tende a demorar algum tempo, pois os xeques são cautelosos e "o mundo todo corre atrás do dinheiro deles".

"Nossa relação é uma das melhores, muito amistosa", afirmou o parlamentar e empresário Saeed Alaabdi, que representa Ras Al Khaimah, emirado ao Norte da Península Arábica, e trabalha no grupo de amizade entre Brasil e EAU.

Diplomatas da área de promoção do comércio citaram que a confiança entre os países aumentou porque Bolsonaro não limitou exportações de alimentos, como frango e arroz, durante o período mais crítico da pandemia de covid-19, o que garantiu o abastecimento no Golfo Pérsico.

Em Dubai, Bolsonaro seguiu o cerimonial das atividades ao lado das autoridades locais, mas escapou da agenda antes para visitar o Burj Khalifa, edifício mais alto do mundo. Sem que informasse o compromisso, apareceu em jantar de cunho político oferecido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), numa churrascaria rodízio. Também aproveitou para visitar um campeonato de jiu-jitsu em Abu Dhabi, há anos uma modalidade que os árabes importaram do Brasil. E no Catar passeou de moto com um clube local, deslocando-se até o estádio Lusail, que será palco da final da Copa do Mundo em 2022.

O presidente também foi recebido como chefe de Estado em Doha pelo emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, e visitou o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa em Manama, onde inaugurou a primeira embaixada de seu governo.

Bolsonaro não foi incomodado com questionamentos e tampouco incomodou. Em discurso na Expo Dubai, o principal, afirmou apenas que no Brasil a liberdade e a democracia são bens maiores do povo - o governo local é uma monarquia. Em seguida, agradeceu os emiráticos por respeitarem as diferenças e disse que os povos dos dois países são "cada vez mais parecidos". O paralelo mais provável é que a população de expatriados é a maior dos EAU e o Brasil, destino tradicional de imigrantes.

O Estadão presenciou, por duas vezes, hostilidades pontuais ao presidente. Foram gritos de "Fora, Bolsonaro" e "Genocida" de três jovens brasileiras que o encontraram enquanto ele circulava na Expo 2020 Dubai. Os integrantes da comitiva chegaram a rebater o ataque, embora o presidente não tenha esboçado reação.

Quem quebrou o protocolou foi a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanhava no giro árabe. Na Expo Dubai, ela entrou no espelho d’água do pavilhão brasileiro e se deitou numa rede, como se estivesse numa praia.

Também na feira, Bolsonaro preferiu andar a pé em vez de usar carrinhos de golfe, caminhando alguns quilômetros dentro da Expo, um percurso cansativo. Mesmo cercado por seguranças, conseguiu ir ao encontro de seus apoiadores. Foi a forma de garantir as imagens que o mostram como bem recepcionado lá fora.

A bolha bolsonarista na internet era alimentada no Brasil por conteúdo publicado pelo deputado Eduardo Bolsonaro e pelo senador Flávio Bolsonaro, os dois filhos que acompanharam o presidente. Esse também foi o papel de assessores no Palácio do Planalto e de alguns políticos amigos que se integraram à comitiva, como o ex-senador Magno Malta (PL-ES), o vereador em Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PRTB), o advogado Sérgio Sant'Ana, do Instituto Conservador Liberal, e o treinador de jiu-jitsu Renzo Gracie, fã do presidente e celebridade nos Emirados Árabes Unidos.

Todos contestavam o isolamento de Bolsonaro na arena global, fartamente documentado durante a reunião do G-20, na Itália. Para rebater esse fato, publicaram imagens do presidente circulando entre fãs. O 15 de novembro era o Dia do Brasil na Expo Dubai e delegações de empresários do agro e também de industriais, como a turma de Minas Gerais, serviram de claque para o presidente.

A contraofensiva ignorava que a falta de diálogo internacional não será superada com selfies entre turistas brasileiros no exterior, mas, sim, com reuniões bilaterais com líderes globais influentes. Bolsonaro nunca conversou, por exemplo, com o presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, a quem considera "um pouco fechado".

Os Estados Unidos continuam preparados para um deslocamento militar de envergadura no Oriente Médio - disse o secretário americano da Defesa, Lloyd Austin no sábado, rejeitando a ideia de que seu país agora esteja reticente quanto a usar a força na região.

Todas as opções estão sobre a mesa, sobretudo, se a diplomacia fracassar na hora de conter o programa nuclear iraniano, garantiu Austin, no Bahrein.

A declaração foi uma resposta do chefe do Pentágono à pergunta sobre o motivo de os Estados Unidos não terem reagido ao ataque de drones e de artilharia, lançado em outubro, contra uma base usada pela coalizão que enfrenta o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.

"Os Estados Unidos se reservam o direito de se defender e de defender seus interesses, aconteça o que acontecer, na hora e no lugar da nossa escolha", frisou Austin.

"Que nenhum país, nem ninguém, se engane a esse respeito. Estamos comprometidos com nossa defesa, com a defesa dos nossos interesses, e isso inclui também os dos nossos parceiros. E também estamos determinados a não deixar o Irã se equipar com uma arma nuclear", frisou.

O Irã sempre negou que deseje se dotar da bomba atômica.

Austin afirmou ainda que o principal objetivo de Washington é fortalecer suas "imbatíveis" alianças no Oriente Médio, ressaltando que a força militar permanece como opção. Segundo ele, hoje, dezenas de milhares de soldados americanos se encontram estacionados na região.

"O compromisso dos Estados Unidos com a segurança do Oriente Médio é forte e está garantida", insistiu o secretário.

Depois de encerrar, em meados de agosto, uma ocupação militar de 20 anos no Afeganistão, os Estados Unidos se preparam para retirar suas tropas do Iraque antes do final do ano.

Os vizinhos do Irã não escondem sua preocupação diante das concessões que poderão ser feitas à República Islâmica nas negociações de seu programa nuclear. Estas discussões serão retomadas em Viena, no final deste mês.

Inimigos declarados do Irã, Estados Unidos e Israel acusam Teerã de usar drones e mísseis para atacar forças americanas e navios ligados a Israel no Golfo, com o objetivo de desestabilizar a região.

Neste sábado, o Irã anunciou a apreensão de um navio estrangeiro, na região do Golfo, por contrabando de diesel.

Desde fevereiro, Irã e Israel estão envolvidos em uma espécie de guerra encoberta, na qual os navios de ambos os países são atacados nas águas da região do Golfo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está voltando ao Brasil, após périplo pelo Oriente Médio. Pouco antes de embarcar de volta ao país, ele reclamou das comparações que surgiram sobre a viagem dele e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cumpre agenda pela Europa. As duas agendas pelo exterior acontecem no mesmo período. 

“Eu vi na Globo News: ‘Bolsonaro decepciona, Lula é um sucesso’. Ah, pelo amor de Deus”, disparou ao falar com jornalistas nesta quinta-feira (18), segundo informações do site Metrópoles.

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Na avaliação do presidente da República, a sua ida ao Oriente Médio mostra o papel de destaque do Brasil para o mundo: “Só o tratamento dispensado para nós [na viagem], e nós a eles, demonstra que vivemos uma boa fase”.

Segundo Jair Bolsonaro, os gastos nos países foram custeados pelas autoridades locais. As agendas do mandatário e sua comitiva foram nos Emirados Árabes Unidos, no Bahrein e no Catar.

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou nesta quarta-feira (17), no Catar, última parada da viagem no Oriente Médio, após passar por Dubai e pelo Bahrein. A comitiva do líder brasileiro é composta por ministros, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos Eduardo e Flávio.

O presidente busca no Oriente Médio atrair investimentos  para o Brasil. A primeira-dama publicou os registros da última parada no Catar. 

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"Hoje chegamos ao Catar, nossa última etapa da viagem. Na Fundação Catar, reuni-me com a Sheikha Moza. Foi uma honra poder conhecer essa mulher que nos inspira com seu trabalho, resiliência e dedicação. Espero que seja o início de uma parceria para alinharmos futuras ações na área de educação para nossos jovens", escreveu.

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Gerações acompanham os tristes capítulos dos conflitos entre os israelenses e os palestinos. A guerra entre as duas nações perdura mais de 70 anos e já destruiu muitas vidas. O conflito, inclusive, vem se intensificando nos últimos dias e volta a estar em destaque na imprensa mundial.

O LeiaJá conversou com os professores de história Arthur Lira, Marlyo Ferreira e Pedro Botelho, que explicaram os acontecimentos históricos que levaram os povos israelenses e palestinos a entrarem em conflito até os dias atuais, e como o assunto pode cair em vestibulares.

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A origem dos conflitos entre as nações

O surgimento dos povos israelenses e palestinos está ligado à história de Abraão, que recebeu, segundo os textos religiosos, a missão de migrar para a “terra prometida”, em Canaã, antiga terra dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde hoje se localiza o Estado de Israel. “Nesta época, a Palestina, que originalmente era chamada de Filistina, era terra dos filisteus e de vários outros povos como, por exemplo, os arameus”, explica o professor Pedro Botelho.

Na Bíblia, Abraão teve dois filhos: Ismael e Isaque. O primeiro nasceu de sua relação com Agar, serva de sua esposa Sara; já o segundo, concebido pela sua própria cônjuge, nasceu com a fama de ser o “filho da promessa”. Em passagens religiosas, Deus prometeu que ambos os filhos iriam prosperar e estariam ligados a grandes nações. “Esse é um ponto importante porque é o nascimento religioso da distinção entre os hebreus e os muçulmanos (árabes), tanto que essa relação de ambos remonta a Abraão”, esclarece Marlyo Ferreira.

As terras palestinas já eram uma região de muita disputada e foram divididas em 12 tribos, as chamadas tribos de Israel, que se encontravam em conflito contra os filisteus. “Isso marca uma disputa pela terra, mesmo quando se cria o Reino de Judá e o Reino de Israel”, diz Botelho. O povo assírio acabou conquistando o Reino de Israel, restando apenas o Reino de Judá, que, segundo o educador Pedro Botelho, por causa desse nome, chamamos os hebreus de judeus até hoje. “Depois vai ter o cativeiro da Babilônia, com Nabucodonosor, que está presente na bíblia também; o domínio grego e o domínio dos romanos”, elenca o educador.

A região da Palestina está localizada no Oriente Médio ao lado da costa oriental do Mediterrâneo. O território, de origem hebraica, foi ocupado por muitos cristãos a partir do Século IV, porém, foi invadida pelos árabes muçulmanos, que dominaram a área até o Século XX. “Essa região vive disputas entre cristãos, muçulmanos e judeus há séculos, pois é considerada sagrada para as três religiões (as três de origem abraâmicas). Os judeus, por exemplo, consideram Jerusalém sagrada porque foi a capital do Reino de Davi. Os cristãos, por conta da trajetória de Cristo naquela região. Já para os muçulmanos, Jerusalém foi o local de peregrinação de Maomé depois de passar por Meca e Medina. A Mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, é o terceiro local mais sagrado do Islã”, ensina o professor Arthur Lira.

O que cada nação reivindica?

As grandes guerras do Século XX foram determinantes para as disputas que acontecem até os dias atuais. O território estava sob domínio do Império Otomano, que foi derrotado na Primeira Guerra Mundial, que aconteceu de 1914 a 1918. A partir da queda do Império, o território foi desmembrado, ocasionando o nascimento de vários países naquela região, sendo o principal deles a Turquia. A partir desse momento, segundo Arthur Lira, o Reino Unido assumiu o controle do território palestino, que, na época, possuía uma minoria judaica e uma maioria muçulmana.

“Com o período entre guerras e a Segunda Guerra Mundial, muitos judeus (inclusive fugindo do Holocausto nazista) migraram para a região, motivados pelo 'sionismo', movimento surgido no Século XIX que defendia o direito à autodeterminação do povo judeu e a criação de um estado judaico independente no território onde, historicamente, existiu o antigo Reino de Israel”, elucida.

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o plano de criação do Estado de Israel, que só foi oficializada no ano seguinte, dividindo assim a Palestina em dois Estados: um árabe e um judeu, e Jerusalém uma cidade internacional, sem o domínio direto de um ou outro.

Segundo o professor Pedro Botelho, esse fatou gerou um grande problema, pois a ONU criou uma nação em cima de outra. “Os árabes, maioria na Palestina, não aceitaram o projeto da ONU, iniciando uma série de disputas políticas. Em 1948, com os inúmeros impasses sobre a divisão, os ingleses saíram da região e foi fundado o Estado de Israel. O Estado da Palestina não foi criado. E a oposição Árabe fez culminar uma série de conflitos que se estende até os dias de hoje. Em 1987, foi criado o Hamas, um braço político e militar do movimento islamista palestino, visto ora como uma resistência às arbitrariedades ao Estado de Israel, ora como uma movimento radical”, explica Arthur Lira.

Após inúmeros impasses, a Palestina foi reconhecida oficialmente pela ONU como Estado da Palestina e se tornou um estado de jure - expressão em latim que significa pela lei ou pelo direito -, reivindicando soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e designando Jerusalém Oriental como sua capital. “Há décadas, os israelenses têm ocupado áreas habitadas por palestinos por meio de assentamentos, tanto em Jerusalém Oriental quanto na Cisjordânia, territórios dos palestinos. A recente ocupação do Estado de Israel em locais reivindicados pelos palestinos fez renascer esses conflitos, que, na verdade, nunca deixaram de existir. A questão 'Palestina-Israel' sempre foi uma ferida aberta no Oriente Médio”, diz o educador Arthur.

Acordos e tratados históricos entre as nações

Os conflitos entre Israel e Palestina são complexos e extremamente delicados devido ao valor político, econômico e simbólico do território para ambos. Em sua história, já houve tentativas de acordo entre as duas nações, como também planos de paz e tréguas, mas, no final, os dois países acabam voltando a guerrear.

“Em 1978 tivemos uma tentativa de paz que vai ser muito simbólica, que são os acordos de Camp David, que aconteceram nos Estados Unidos. Vamos ter, por exemplo, o presidente Jimmy Carter tentando intermediar essa relação, que não vai dar tão certo. Temos também o Egito minimizando a discussão e sua pressão contra os judeus, especialmente tentando reaver o território do Sinai, que acaba voltando ao país que se compromete a não tomar tanto partido em disputas contra Israel. Também acontecem vários conflitos entre Israel e outros territórios”, conta o professor de história Marlyo Ferreira.

Dentre as tentativas de negociação, a mais significativa foi o Acordo de Oslo, em 1993. De acordo com o educador Arthur Lira, esse tratado de paz, mediado na época pelo presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, teve a participação do então líder da autoridade palestina, Yasser Arafat, e o então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin. “No acordo, as lideranças políticas de Israel e Palestina se comprometiam em unir esforços para a realização da paz entre os povos. Estabeleceram diálogos sobre o término dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel do sul do Líbano e conversações sobre a questão de Jerusalém. O acordo fez Yasser Arafat e Yitzhak Rabin levarem o Nobel da paz, em 1994, além do ministro israelense de relações exteriores, Shimon Peres. Porém, em 1995 Rabin foi assassinato por extremistas israelenses contrários ao acordo de Oslo. Os sucessores de Rabin não estabeleceram tratativas efetivas sobre a questão”, detalhou.

Como essas questões podem aparecer nas provas?

Os conflitos entre Palestina e Israel costumam, segundo o professor Arthur, aparecer no Sistema Seriado de Avaliação (SSA) 3, da Universidade de Pernambuco (UPE), e nos principais vestibulares do país, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O tema é a cara do Enem por sua transdisciplinaridade, que aborda questões históricas, sociais, culturais e da geografia política do Oriente Médio”, comenta.

De acordo com o educador, o Enem gosta de abordar questões que falam sobre o presente desse conflito, mas aconselha os estudantes ficarem de olho nas disputas históricas dessas nações pelo território. “Passando por acontecimentos como o surgimento das religiões monoteístas no mundo antigo, a expansão islâmica na idade média, as grandes guerras do Século XX e os conflitos da contemporaneidade, como esses que estamos vendo nos jornais”, elenca.

Para exemplificar como os acontecimentos históricos desse conflito entre Israel e Palestina podem aparecer nas provas, o professor de história Arthur Lira, em entrevista ao LeiaJá, listou algumas questões.

Veja: 1 - (SSA 3 – UPE 2013)

Com a fundação do Estado de Israel, em 1948, instaura-se um novo ator nos conflitos vivenciados no Oriente Médio. Dentre os conflitos a seguir, qual deles não tem uma relação direta com o Estado de Israel?

A) Guerra dos Seis Dias

B) Guerra do Yom Kippur

C) Guerra do Suez

D) Guerra do Golfo

E) Guerra de Atrito

Resposta: “A única questão que não corresponde ao tema trabalhado é a Guerra do Golfo, conflito militar travado entre o Iraque e forças da Coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos e patrocinada pela ONU em 1991. Gabarito letra D”.

2 - (Enem 2017)

Palestinos se agruparam em frente a aparelhos de televisão e telas montadas ao ar livre em Ramalah, na Cisjordânia, para acompanhar o voto da resolução que pedia o reconhecimento da chamada Palestina como um Estado observador não membro da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo era esperar pelo nascimento, ao menos formal, de um Estado palestino. Depois da aprovação da resolução, centenas de pessoas foram à praça da cidade com bandeiras palestinas, soltaram fogos de artifício, fizeram buzinaços e dançaram pelas ruas. Aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia-Geral, a resolução eleva o status do Estado palestino perante a organização. Palestinos comemoram elevação de status na ONU com bandeiras e fogos. Disponível em: http://folha.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado). A mencionada resolução da ONU referendou o(a)

A) delimitação institucional das fronteiras territoriais.

B) aumento da qualidade de vida da população local.

C) implementação do tratado de paz com os israelenses.

D) apoio da comunidade internacional à demanda nacional.

E) equiparação da condição política com a dos demais países.

Resposta: “A ONU não tem poder de definir o território, estabelecer regras, alterar ou definir acordos, mas correspondendo ao apoio da comunidade internacional à demanda nacional palestina, do reconhecimento enquanto Estado da Palestina. O Estado da Palestina é reconhecido por 138 dos 193 membros da ONU, entre eles o Brasil. Gabarito letra D”.

O papa Francisco fez apelos pela paz em Mianmar e no Oriente Médio neste domingo (16), alertando especialmente contra a "espiral de morte e destruição" no conflito israelense-palestino.

Em uma missa especial por Mianmar, celebrada pela manhã na Basílica de São Pedro, o papa reiterou seus apelos para que cesse a violência no quarto mês de repressão sangrenta da junta militar contra a população civil.

Esta missa foi celebrada após vários apelos pela paz lançados nos últimos meses por Francisco, que visitou Mianmar em novembro de 2017, na primeira visita papal a uma nação predominantemente budista.

Em sua homilia, o pontífice argentino, de 84 anos, evitou denunciar abertamente o regime militar birmanês, que derrubou o governo eleito de Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro, e pediu aos fiéis que sejam "firmes na verdade". Pedindo para não perder a esperança.

“Queridos irmãos e irmãs, enquanto Mianmar, seu querido país, é marcado pela violência, pelo conflito e pela repressão, nos perguntamos: de que devemos cuidar? Em primeiro lugar, cuidar da fé”, declarou. Francisco apelou à unidade, chamando a divisão entre comunidades e povos de uma "doença mortal".

"Sei que algumas situações políticas e sociais são maiores do que vocês, mas o compromisso com a paz e a fraternidade nasce sempre da base. Cada um pode fazer a sua parte", disse.

"O ódio e a vingança"

"E onde há guerra, violência e ódio, ser fiel ao Evangelho e construtor da paz significa comprometer-se, também através das decisões sociais e políticas, arriscando a vida", continuou.

Após a tradicional oração do Angelus ao meio-dia, Francisco também alertou contra a "espiral de morte e destruição" nos confrontos no Oriente Médio, considerando a perda de vidas inocentes neste conflito como algo "terrível e inaceitável".

É preciso encontrar uma solução, “com a ajuda da comunidade internacional”, acrescentando: “o ódio e a violência crescentes (...) são uma grave ferida à fraternidade e à convivência pacífica entre os cidadãos, difícil de curar senão imediatamente aberto ao diálogo."

"Muitas pessoas ficaram feridas e muitos inocentes morreram. Entre eles também há crianças, e isso é terrível e inaceitável", disse o papa.

“Eu me pergunto: para onde vão o ódio e a vingança? Será que realmente pensamos em construir a paz destruindo o outro?”, continuou, pedindo calma aos responsáveis para “fazer cessar o rugido das armas e percorrer os caminhos da paz, também com a ajuda da comunidade internacional”.

O Unicef pediu nesta segunda-feira (7) 2,5 bilhões de dólares para cobrir as necessidades humanitárias de 39 milhões de crianças no Oriente Médio e norte da África, afetadas também pela pandemia de covid-19.

"Este apelo busca proporcionar ajuda humanitária vital para as crianças e reagir diante das necessidades geradas pela pandemia" de covid-19, declarou em um comunicado o diretor do escritório regional do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ted Chaiban.

"Por culpa dos conflitos armados, da pobreza e da paralisação da economia, a região reúne o maior número de crianças necessitadas do mundo", explicou Chaiban, que mencionou três países específicos: Iêmen, Síria e Sudão.

Segundo o comunicado divulgado nesta segunda-feira, tanto o Iêmen, onde a guerra levou à "pior crise humanitária do mundo", quanto a Síria, destruída por uma década de guerra civil, e o Sudão, mergulhado em uma profunda crise econômica, seriam "os primeiros países a se beneficiar desta ajuda".

No Iêmen, cerca de 12 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária após cinco anos de conflito, segundo a Unicef. A guerra civil na Síria que causou mais de 380.000 mortos, deixou também milhões de deslocados e destruiu sua economia, com 4,8 milhões de crianças em situação de necessidade.

"O mundo não pode fechar os olhos para as necessidades de crianças que vivem dois dos conflitos mais horríveis da história recente", afirmou Chaiban, falando sobre a Síria e o Iêmen.

A crise econômica, a transição política da ditadura para a democracia e inundações sem precedentes deixaram 5,3 milhões de crianças em situação de necessidade no Sudão. No Líbano, 1,9 milhão de crianças dependem atualmente das ajudas, em um país que vive há mais de um ano em uma profunda crise econômica e política.

O dinheiro pedido pela Unicef será investido principalmente em educação, saneamento de água, saúde, nutrição e ajuda em saúde mental.

Os palestinos anunciaram ontem uma "contraproposta" ao plano americano para o Oriente Médio e pediram aos europeus que pressionem Israel para evitar uma anexação de partes da Cisjordânia ocupada. A partir de 1º de julho, a coalizão liderada pelo primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, e pelo ministro da Defesa, Benny Gantz, deve apresentar sua estratégia para implementar o plano de Donald Trump, apontado pelos israelenses como uma "oportunidade histórica".

Anunciada em janeiro, a proposta dos EUA prevê a anexação por Israel de colônias israelenses e de partes do vale do Jordão na Cisjordânia, ocupada desde 1967. O acordo também prevê a criação de um Estado palestino em um território reduzido e sem Jerusalém Oriental como capital, ao contrário do que os palestinos exigem.

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Ontem, o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh, disse que, se a anexação ocorrer, a Autoridade Palestina vai declarar sua soberania sobre a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, de maneira unilateral, aguardando o reconhecimento de países aliados. Shtayyeh também disse que qualquer troca compensatória de territórios será feita "de igual para igual" em termos de "tamanho e valor".

Durante a última década, a população das colônias israelenses na Cisjordânia aumentou em 50%, ultrapassando os 450 mil habitantes. Mais de 2,7 milhões de palestinos também vivem no território.

O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat, afirmou ontem que se reuniu com representantes de Rússia, União Europeia e ONU para discutir a anexação - não havia representantes dos EUA. Os palestinos romperam relações com os americanos desde que Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel, em 2017.

Erakat disse ter entregado uma carta do presidente palestino Mahmoud Abbas "que exige a formação de uma coalizão internacional contra a anexação e uma reunião de todos os países que se opõem a ela". Embora a UE seja contra a anexação, o bloco ainda não anunciou nenhuma medida contra o plano. "Queremos que Israel sinta a pressão internacional", afirmou Shtayyeh. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Sony Playstation informou ao portal ResetEra que “The Last of Us Part 2” não será lançado em diversos países do Oriente Médio, devido a conteúdos LGBT e cenas de nudez, que são proibidos pela religião islâmica.

O único país do Oriente Médio em que o jogo vai ser lançado será em Israel, que não segue a cultura islâmica.

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Não é a primeira vez que empresas de jogos enfrentam problemas para lançar seus produtos no Oriente Médio. A Ubisoft precisou censurar cenas de nudez em "Assassins Creed Origins" (2017), na versão que foi disponibilizada na região. O mesmo aconteceu com "Assassins Creed Odyssey" (2018). 

Porém o mesmo não pode ser feito com “The Last of Us Part 2”, pois o LGBT é um dos principais temas da história. “The Last of Us Part 2” tem o lançamento previsto para 19 de junho no Playstation 4.

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