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A Vale, operadora do trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), suspendeu ao menos entre quinta-feira (9) e sexta-feira (10) a circulação da composição no trecho que passa pelo Espírito Santo - Estado que enfrenta problemas de segurança por causa do motim da Polícia Militar, que já está em seu sétimo dia. Nesses dois dias, o trem operará apenas entre Belo Horizonte e Governador Valadares, na região leste de Minas Gerais.

A empresa afirmou, por meio de nota, que a suspensão ocorreu "em função do cenário atual". "A empresa tem avaliado diariamente o cenário ao longo da linha férrea visando a garantir o atendimento aos passageiros", informou o texto.

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Passagens

Usuários com passagem comprada para o período poderão remarcar o bilhete ou pedir reembolso, o que pode ser feito nas estações do trem ao longo do trajeto, no prazo de 30 dias. O Vitória-Minas é o único trem de passageiros de longa distância com operação diária em funcionamento no País.

Após mais de dez horas de reunião, terminou sem acordo a negociação entre mulheres de policiais militares e governo do Espírito Santo. Com isso, o motim de PMs irá para o sétimo dia nesta sexta-feira (10). O encontro foi realizado no Palácio Fonte Grande, uma das sedes do governo capixaba, em Vitória, e terminou próximo da 1h30 desta sexta.

No fim do encontro, mulheres representantes dos PMs saíram revoltadas. Elas afirmaram que o governo não sinalizou nenhum tipo de reajuste. O pedido dos policiais é reposição salarial de pelo menos 43%. PMs à paisana do lado de fora do prédio chamaram o governador Paulo Hartung, que está licenciado, de "bandido". Um dos PMs disse que a categoria fará aquartelamento.

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O governo estadual se demonstra irredutível. A alegação é de que o aumento pretendido pela categoria representaria um custo adicional de R$ 500 milhões nos gastos com pessoal, que levaria a um rombo nos cofres do Estado. Segundo o governo, o Executivo já ultrapassou o limite de alerta de despesas com pessoal (44,1% da Receita Corrente Líquida) estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O alegado impacto nos cofres públicos levou o governador licenciado do Estado, Paulo Hartung, afirmar na quarta-feira, 8, que o motim era uma "chantagem" e comparou o ato com um sequestro, dizendo que aceitar as exigências "seria como pagar um resgate".

Os policiais militares estão paralisados desde Sábado passado, dia 4. O motim levou o caos ao Espírito Santo, que desde então registrou pelo menos 113 homicídios e uma onda de saques e roubos. As aulas foram suspensas e o transporte público, quando funciona, opera apenas de forma parcial.

A sede da Rede Gazeta, na Ilha de Monte Belo, em Vitória, foi atingida por quatro tiros durante a madrugada. Eles foram disparados em direção a um auditório que serve como local de reuniões e eventos. Ninguém estava no local no momento dos disparos.

Os tiros atingiram as vidraças que ficam voltadas para uma das ruas do entorno da Rede Gazeta. Seguranças da empresa fizeram uma ronda pelo prédio e encontraram os cartuchos deflagrados. Eles eram de um armamento calibre ".40".

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Em entrevista ao telejornal Bom Dia ES, da própria emissora, o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, afirmou que as balas serão encaminhadas para perícia e poderão ser rastreadas caso tenham sido disparadas por armas que pertencem às forças de segurança do Estado.

A crise na segurança pública chega ao sexto dia nesta quinta-feira. A movimentação de pessoas nas ruas é pequena. Os ônibus urbanos, que chegaram a circular com frota reduzida no início da manhã, foram recolhidos às garagens por volta das 8h30 por determinação do Sindicato dos Rodoviários. Carros particulares e a frota de táxi trafegam normalmente pelas principais vias da cidade.

O governo do Espírito Santo publicou na edição desta quarta-feira (8) do Diário Oficial do Estado decreto que transfere o controle operacional dos órgãos de segurança pública estadual para o general de brigada Adilson Carlos Katibe, responsável pela força-tarefa que atua no Estado desde a última segunda-feira (6).

Segundo o Ministério da Defesa, essa transferência faz parte da burocracia necessária para o envio de tropas federais - desde segunda-feira agentes das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança estão nas cidades capixabas para substituir os policiais militares, que no último final de semana iniciaram um motim.

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Conforme a assessoria de imprensa da pasta da Defesa, procedimento semelhante foi adotado em todas as outras ocasiões em que houve envio de tropas federais - por exemplo, durante a Olimpíada e Paralimpíada no Rio de Janeiro, no ano passado, e no Amazonas e em Roraima, neste ano.

Pelo menos até o dia 16, o comandante das forças públicas de segurança no Estado do Espírito Santo passa a ser Katibe, responsável pelas operações das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem nos municípios capixabas. Essa situação pode ser estendida para além do dia 16.

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