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O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, denunciou nesta terça-feira (16), no Fórum Econômico Mundial de Davos, obstáculos comerciais "discriminatórios" e defendeu a determinação de "linhas vermelhas" para o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA).

Li Qiang é a mais importante autoridade chinesa a participar do Fórum Econômico Mundial celebrado todos os anos na Suíça desde 2017, quando o presidente Xi Jinping esteve no evento.

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Em seu discurso, poucos dias após a eleição presidencial em Taiwan, que levanta temores de um ressurgimento das tensões entre China e Estados Unidos, não abordou abertamente as questões diplomáticas, focando na economia.

Li denunciou "medidas discriminatórias para o comércio e o investimento" que ressurgem a cada ano e afirmou que "todos os obstáculos e perturbações podem desacelerar ou bloquear fluxos vitais para a economia global".

O primeiro-ministro não mencionou nenhum país, mas o comércio tem sido uma questão espinhosa entre a China, Estados Unidos e União Europeia (UE) nos últimos anos.

Recentemente, os Estados Unidos voltaram a impor limites às exportações de chips essenciais para o desenvolvimento da tecnologia de Inteligência Artificial e a UE abriu uma investigação sobre os subsídios chineses para veículos elétricos.

- "A corrida já começou" -

Li Qiang também defendeu uma "boa governança" para a tecnologia da IA, que está em alta, assegurando que a China "deseja desenvolver a comunicação e a cooperação com todas as partes para melhorar os mecanismos de governança da Inteligência Artificial".

Os avanços da denominada IA generativa, que impactaram a opinião pública com o programa ChatGPT, centralizaram muitos dos debates em Davos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, advertiu que a UE deve "redobrar seus esforços" para não ficar para trás nesta corrida.

"A corrida já começou. Nossa competitividade futura depende da integração da IA em nossas atividades diárias", informou.

O diretor-executivo da Microsoft, Satya Nadella, defendeu sua parceria com a OpenAI, que criou o chatGPT, cujos investimentos de aproximadamente 13 bilhões de dólares (cerca de 65 bilhões de reais na cotação atual) desde 2019 são alvos de reguladores europeus.

"As parcerias são um caminho para adquirir competitividade", afirmou em um evento organizado pela Bloomberg em paralelo aos encontros de Davos, destacando o "grande risco" assumido pela Microsoft.

A reunião em Davos contará com a presença do presidente argentino, Javier Milei, que apresentará suas ideias libertárias a este fórum que reúne as elites econômicas e políticas do mundo.

Este economista ultraliberal de 53 anos que assumiu o poder há pouco mais de um mês desperta grande interesse.

"Há mais de 60 pedidos de bilaterais", disse Milei antes de viajar. "Não tenho como responder fisicamente a tamanha demanda".

Ao menos 33 pessoas morreram e 18 continuam desaparecidas em consequência das tempestades que atingiram Pequim nos últimos dias, as mais intensas já registradas na capital da China, segundo um balanço atualizado divulgado pelas autoridades da cidade.

O número de mortos, vítimas em sua maioria de inundações e desabamentos de imóveis, é quase o triplo do balanço anterior. As tempestades danificaram infraestruturas e alagaram grandes áreas da cidade.

"Quero expressar minhas profundas condolências aos que morreram durante seu dever e às vítimas", afirmou o vice-prefeito de Pequim, Xia Linmao.

Vários fenômenos meteorológicos extremos foram registrados na China nas últimas semanas, com ondas de calor extremo e fortes chuvas que provocaram inundações no norte do país.

Na sexta-feira, o Ministério de Gestão de Emergências informou que 147 mortes ou desaparecimentos registrados no último mês foram provocadas por desastres naturais.

Na província de Hebei, ao lado de Pequim, 15 pessoas morreram e 22 estão desaparecidas. Na província de Jilin, (nordeste), as autoridades anunciaram no domingo o balanço de 14 mortos e um desaparecido.

Na região norte, na província de Heilongjiang, dezenas de rios atingiram níveis de alerta nos últimos dias.

Nas últimas semanas, milhões de pessoas foram afetadas em todo o planeta por fenômenos meteorológicos extremos e ondas de calor, eventos intensificados pela mudança climática, segundo os cientistas.

O Vaticano anunciou neste sábado (15) que o papa Francisco ratificou a nomeação pela China do novo bispo de Xangai, a maior diocese católica do país, embora tenha lamentado a decisão unilateral contrária a um acordo histórico, que prevê um processo comum.

"O Santo Padre nomeou o bispo de Xangai, na China continental, S.E. Monsenhor Giuseppe Shen Bin, da diocese vizinha de Haimen", informou o Vaticano em um comunicado.

Em outubro de 2022, o Vaticano e o regime comunista de Pequim renovaram por dois anos o acordo histórico assinado em 2018 sobre a delicada questão da nomeação dos bispos na China, em um cenário de tensão a respeito da situação dos católicos no país.

No fim de novembro, no entanto, o Vaticano revelou sua "surpresa e pesar" com a nomeação de um bispo em uma diocese na China não reconhecido pela Santa Sé, por considerar que violava o acordo de 2018, renovado pela primeira vez em 2020.

Em seguida, a China decidiu nomear o Monsenhor Shen Bin em Xangai, sempre sem o acordo do Vaticano.

O acordo Vaticano-China, cujo conteúdo não foi divulgado publicamente, tem o objetivo de reunir os católicos chineses - divididos entre as Igrejas oficial e clandestina - e dar ao Papa a última palavra na nomeação dos bispos.

Em um comunicado separado divulgado neste sábado, o chefe da diplomacia do Vaticano, Pietro Parolin, justificou a decisão do pontífice papa com base em seu desejo de não piorar as relações com Pequim.

"Estas duas nomeações foram decididas sem a participação da Santa Sé. Este forma de procedimento não corresponde ao espírito de diálogo e colaboração estabelecido entre o Vaticano e a China", declarou.

O papa, no entanto, "decidiu regularizar a anomalia canônica criada em Xangai para o bem da diocese e o melhor exercício do ministério pastoral do bispo. Isso permitirá ao Monsenhor Shen Bin trabalhar com maior serenidade", acrescentou.

O Vaticano, destacou Parolin, deseja agora que as duas partes trabalhem para "prevenir de modo conjunto as situações de dissensão que criam divergências e mal-entendidos" e se esforcem para respeitar "o princípio fundamental do consenso nas decisões que afetam os bispos".

Desde a assinatura do acordo entre Vaticano e China em 2022, o texto recebe críticas dentro da Igreja: alguns o consideram um controle do governo chinês sobre os quase 10 milhões de católicos do país, onde templos foram destruídos, creches religiosas foram fechadas e a restrição das liberdades religiosas continua sendo um tema crucial.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu nesta segunda-feira (19) com o presidente chinês, Xi Jinping, que afirmou esperar que a visita represente uma "contribuição positiva" para as tensas relações bilaterais entre as duas potências.

O encontro começou às 16H30 locais (5H30 de Brasília), informou a imprensa estatal chinesa, no segundo e último dia da visita, a primeira a Pequim de um chefe da diplomacia dos Estados Unidos desde 2018.

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No início da reunião, Xi declarou a Blinken esperar que a viagem represente uma "contribuição positiva" para as relações entre Pequim e Washington, informou a imprensa estatal chinesa.

"As interações entre Estados devem sempre ser baseadas no respeito mútuo e na sinceridade. Espero que o secretário Blinken, por meio desta visita, possa dar uma contribuição positiva para estabilizar as relações China-Estados Unidos", declarou Xi, de acordo com o canal de televisão estatal CGTN.

Vários temas dividem as duas potências, como o apoio de Washington à ilha autônoma de Taiwan, que Pequim considera parte do país, a rivalidade no setor de tecnologia, as reivindicações territoriais da potência asiática no Mar da China Meridional ou o tratamento dos uigures, uma minoria muçulmana do noroeste da China.

Antes da reunião com Xi, Blinken se encontrou com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que afirmou que a viagem "acontece em um momento crítico nas relações China-Estados Unidos", segundo o canal estatal CCTV.

"É necessário escolher entre o diálogo e o confronto, a cooperação ou o conflito", declarou Wang, que estimulou a retomada de um caminho "saudável" na relação bilateral e o "trabalho conjunto" para que China e Estados Unidos tenham uma boa relação.

- Firmeza sobre Taiwan -

Wang Yi aproveitou a oportunidade para reafirmar a posição de seu país a respeito de Taiwan.

Nos últimos meses, os contatos entre Washington e as autoridades taiwanesas, procedentes de um partido independentista, irritaram Pequim, que respondeu com exercícios militares de grande envergadura ao redor da ilha de governo democrático.

O governo comunista chinês considera Taiwan uma ilha rebelde, que não conseguiu reunificar com o restante de seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.

"A manutenção da unidade nacional permanece no núcleo dos interesses fundamentais da China e, nesta questão, a China não tem margem para transigir ou ceder", enfatizou Wang.

O secretário de Estado americano foi recebido no domingo pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, que na hierarquia do governo chinês está abaixo de Wang Yi.

O encontro durou sete horas e meia, mais do que o tempo inicialmente previsto, e as duas partes concordaram em manter as linhas de comunicação abertas para evitar futuros conflitos.

- Evitar conflitos -

Os dois países informaram que Qin aceitou um convite para visitar Washington em breve.

As conversas de domingo foram "sinceras, substantivas e construtivas", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Blinken destacou "a importância da diplomacia e de manter abertos os canais de comunicação sobre todos os temas para reduzir o risco de percepções e os erros de cálculo", acrescentou Miller.

A portas fechadas, Qin disse a Blinken que as relações entre Estados Unidos e China "estão no ponto mais baixo desde que as relações diplomáticas foram estabelecidas" em 1979, de acordo com a CCTV.

"Isto não está de acordo com os interesses fundamentais dos dois povos, nem atende às expectativas comuns da comunidade internacional", acrescentou Qin.

A visita de Antony Blinken é a primeira de um secretário de Estado americano à China desde a viagem, em outubro de 2018, de seu antecessor Mike Pompeo.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegou à China neste domingo (noite de sábado, 17, no Brasil), na viagem de mais alto nível de um alto funcionário americano em quase cinco anos, em um momento em que as duas potências rivais visam reduzir as tensões.

Nenhuma das partes espera grandes avanços na visita de dois dias de Blinken, enquanto as duas maiores economias do mundo mantêm desavenças em uma série de temas, como comércio, tecnologia e segurança regional.

Mas os dois países têm manifestado de forma crescente o interesse em buscar maior estabilidade e veem uma estreita janela para isto antes das eleições presidenciais no próximo ano nos Estados Unidos e em Taiwan, a democracia autônoma que Pequim não descarta tomar à força.

Em um sinal da fragilidade deste esforço, Blinken tinha previsto fazer esta viagem há quatro meses, como resultado de uma cúpula cordial entre os presidentes americano, Joe Biden, e chinês, Xi Jinping, em novembro, em Bali.

Mas Blinken adiou abruptamente a viagem depois que os Estados Unidos informaram ter detectado um balão espião chinês sobrevoando o território americano, levando a apelos furiosos por uma resposta de parte de uma linha-dura em Washington.

Em discurso na capital americana antes de viajar, Blinken disse que buscaria "gerir responsavelmente nossa relação", encontrando vias para evitar "erros de cálculo" entre os dois países.

"A competição intensa requer uma diplomacia sustentada para assegurar que a concorrência não resulte em confronto ou conflito", disse ele.

- Mantendo os aliados perto -

Blinken falava ao lado da ministra cingapuriana das Relações Exteriores, Vivian Balakrishnan. Segundo ela, para a região é importante que os Estados Unidos se mantenham como uma potência e que também encontrem formas de coexistir com uma China em ascensão.

A viagem de Blinken "é essencial, mas não suficiente", disse Balakrishnan.

"Há diferenças fundamentais de perspectiva, de valores. E é preciso tempo para um respeito mútuo e para construir uma confiança estratégica", acrescentou.

Como parte da abordagem do governo Biden de manter os aliados perto, Blinken falou por telefone com seus contrapartes do Japão e da coreia do Sul durante as 20 horas de sua viagem transpacífica.

O conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, viajou separadamente a Tóquio para três dias de reuniões envolvendo Japão, Coreia do Sul e Filipinas.

Nos últimos meses, os Estados Unidos alcançaram acordos sobre a mobilização de tropas para o sul do Japão e o norte das Filipinas, ambos estrategicamente próximos de Taiwan.

Em agosto passado, Pequim realizou os maiores exercícios militares no entorno de Taiwan, considerados um treino para uma invasão, depois que a então presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, visitou a ilha.

Em abril, a China iniciou três dias de jogos de guerra depois que a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, visitou os Estados Unidos e se reuniu com o atual presidente da Câmara, o republicano Kevin McCarthy.

- 'Preocupações centrais' da China -

Antes da visita de Blinken, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse que os Estados Unidos precisam "respeitar as preocupações centrais da China" e trabalhar juntamente com Pequim.

"Os Estados Unidos precisam desistir da ilusão de lidar com a China 'a partir de uma posição de força'. A China e os Estados Unidos precisam desenvolver relações com base no respeito mútuo e na igualdade, respeitando suas diferenças históricas, culturais, de sistema social e trajetória de desenvolvimento", afirmou, em menção às críticas frequentes dos Estados Unidos ao histórico de direitos humanos na China.

Blinken é o primeiro alto diplomata americano a visitar o gigante asiático desde uma breve escala, em 2018, de seu antecessor, Mike Pompeo, que depois defendeu um confronto total com a China nos últimos anos da Presidência de Donald Trump.

Na prática, o governo Biden manteve a linha-dura adotada por Trump e foi além em algumas áreas, inclusive trabalhando para banir as exportações para a China de semicondutores de ponta com usos militares.

Mas ao contrário de seu antecessor, que é novamente candidato à Presidência, o governo Biden tem dito que deseja trabalhar com a China em áreas delimitadas de cooperação, como o clima, enquanto Pequim sofre com temperaturas recorde para meados de junho.

Danny Russel, que foi o mais alto diplomata para o Extremo Oriente durante o segundo mandato de Barack Obama, disse que cada lado tem suas prioridades. A China, de um lado, busca evitar restrições adicionais dos Estados Unidos à tecnologia e seu apoio a Taiwan, enquanto os Estados Unidos desejam evitar um incidente que possa levar a um confronto militar.

"A breve visita de Blinken não traz solução para nenhuma das grandes questões nas relações entre EUA e China ou até mesmo as pequenas. Nenhum dos dois países irá deter o outro de continuar com suas agendas competitivas", disse Russel, agora vice-presidente do Asia Society Policy Institute, uma organização global sem fins lucrativos.

"Mas sua visita pode reiniciar o necessário diálogo cara a cara e enviar um sinal de que os dois países estão se movendo de uma retórica furiosa à imprensa para discussões sóbrias a portas fechadas", acrescentou.

Washington e Pequim, afastados desde o incidente do balão chinês em fevereiro, renovaram seus contatos diplomáticos de mais alto nível, anunciou nesta quinta-feira (11) a Casa Branca.

O conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, reuniu-se esta semana em Viena com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse o Executivo americano, em um contexto ainda extremamente tenso entre as duas grandes potências, imersas em uma disputa diplomática e militar e uma rivalidade econômica e tecnológica.

Os dois altos funcionários tiveram oito horas de reuniões entre quarta-feira e quinta-feira na capital austríaca, encerrando uma pausa não oficial nos contatos de alto nível desde que os Estados Unidos derrubaram um balão de vigilância chinês que percorreu todo o país em janeiro e fevereiro.

As duas partes descreveram os diálogos como "francos, substanciais e construtivos", afirmou a Casa Branca.

Eles discutiram tanto sobre a "guerra da Rússia contra a Ucrânia" quanto sobre questões relacionadas ao Estreito de Taiwan, ou seja, os dois temas mais sensíveis na relação bilateral.

O governo de Biden tem repetidamente advertido a China contra qualquer ajuda militar à Rússia. Os EUA também estão preocupados com Taiwan, território reivindicado pela China.

Wang "expôs amplamente a posição solene da China" sobre Taiwan, reportou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, e acrescentou que os dois diplomatas "concordaram em continuar fazendo bom uso deste canal estratégico para a comunicação".

- EUA busca cooperação antidrogas -

Em uma reunião com jornalistas, um alto funcionário da administração norte-americana enfatizou que apenas ter a reunião entre Sullivan e Wang já era um passo à frente.

A ideia era "tentar encontrar algumas questões onde há interesses sobrepostos", explicou o funcionário.

"Não é segredo que vemos a manutenção dos canais de comunicação como algo particularmente importante em tempos de tensão, sendo importante gerenciar a competição", disse ele, acrescentando que as partes estão de acordo com isso.

Sullivan e Wang discutiram questões de segurança regional na Ásia-Pacífico, e o principal assessor de Biden pressionou Wang por uma melhor cooperação no combate ao tráfico de drogas, indicou o funcionário.

Washington afirma que empresas chinesas fornecem os produtos químicos utilizados pelos cartéis de drogas mexicanos para fabricar fentanil, droga responsável por um grande aumento nas mortes por overdose nos Estados Unidos.

Sobre Taiwan, o funcionário disse que os Estados Unidos enfatizaram que ambas as partes têm lidado com o problema "por mais de 40 anos sem conflito" e que Washington não quer ver nenhuma mudança unilateral na situação.

Em fevereiro, as tensões entre China e Estados Unidos se intensificaram com o sobrevoo de balões chineses sobre o território americano, uma operação de espionagem segundo Washington, o que a China nega categoricamente.

Diante disso, o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, cancelou imediatamente uma viagem à China quase no momento do embarque.

A reunião em Viena reacende especulações sobre um próximo encontro entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping. Questionado sobre o assunto na quarta-feira, o presidente americano respondeu: "Há progressos".

Doze pessoas foram detidas após o incêndio em um hospital de Pequim que deixou pelo menos 29 mortos, anunciaram as autoridades nesta quarta-feira (19), um dia após o acidente com o maior número de mortes na capital da China desde 2002.

O incêndio no hospital de Changfeng, no distrito de Fengtai, começou pouco antes das 13H00 (2H00 de Brasília) de terça-feira.

A tragédia provocou 29 vítimas fatais, de acordo com o balanço atualizado divulgado pela vice-prefeita de Fengtai, Li Zongrong.

Entre os 12 detidos estão o diretor do hospital e representantes de uma empresa que trabalhava na reforma do centro médico, informou Sun Haitao, alto funcionário do Departamento de Segurança Pública de Pequim.

Muitos policiais foram enviados ao local e curiosos tentavam filmar o hospital com seus smartphones nesta quarta-feira.

Imagens do centro médico publicadas pelo jornal econômico Caixin mostram leitos completamente destruídos.

As chamas foram controladas 30 minutos após o início do incêndio e as equipes de emergência retiraram 71 pacientes nas duas horas seguintes, informou ou jornal oficial Diário de Pequim.

Muitas imagens foram compartilhadas nas redes sociais de pessoas que tentavam evitar as chamas e sentaram nas unidades externas dos sistemas de ar condicionado ou utilizaram lençóis para pular pelas janelas do hospital.

As autoridades não divulgaram o número de feridos no incêndio nem informações sobre o estado de saúde destas pessoas.

"A prioridade é curar os feridos", declarou Yin Li, secretário do Partido Comunista em Pequim, que visitou o local da tragédia.

Ele recomendou "a formação de uma equipe de trabalho municipal", entre outras medidas, para "identificar rapidamente a causa do acidente e responsabilizar os responsáveis, de acordo com a lei".

Não está claro se todos os pacientes do hospital foram encontrados e retirados durante o incêndio, que atingiu o prédio leste do departamento de internação do hospital privado.

As mortes foram confirmadas depois que as vítimas foram levadas para outro hospital não identificado, segundo o Diário de Pequim.

Parentes dos pacientes afirmaram que perderam contato com os internados, em particular os idosos com mais dificuldades de locomoção, informou o também oficial Diário da Juventude.

O hospital Changfeng fica na zona oeste da capital, a 25 minutos de carro da Praça Tiananmen (Paz Celestial).

Os incêndios com vítimas fatais são relativamente comuns na China devido aos padrões de segurança pouco rigorosos.

Dez pessoas morreram em novembro em um incêndio em um prédio residencial na província de Xinjiang (noroeste), o que gerou muitos protestos contra os confinamentos adotados para conter os focos de covid-19.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira (14), em reunião fechada com o presidente da China, Xi Jinping, que "ninguém vai proibir que o Brasil aprimore suas relações" com a China.

Lula afirmou que a visita a gigante chinesa de tecnologia Huawei, na quinta-feira em Xangai, foi uma demonstração de que o Brasil "quer dizer ao mundo que não tem preconceito" nas suas relações comerciais.

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A Huawei foi taxada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump de fazer espionagem e o governo americano pressionou Brasília para não adotar a tecnologia 5G da empresa chinesa.

Ainda de acordo com falas de Lula, o presidente brasileiro defendeu que as relações entre os dois países precisam ir além da questão comercial e avancem para campos como ciência e tecnologia, educação e cultura.

"Queremos que a relação Brasil China transcenda a questão comercial", disse o presidente da República do Brasil.

Preservação ambiental e acordo com a Amazônia

Lula afirmou que conta com a China "na luta para preservar a terra". Nesse contexto, falou da transição energética e da meta do Brasil de chegar em 2030 a desmatamento zero na Amazônia.

Entre os acordos assinados nesta sexta entre os dois países está a construção de um satélite para monitoramento da Amazônia. "O Brasil pode praticamente dobrar sua produção agrícola recuperando as terras degradadas, sem precisar derrubar nenhuma árvore", disse na reunião bilateral.

Papel para a paz

Durante a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Pequim, nesta sexta-feira (14), o presidente Xi Jinping afirmou que os dois países têm interesses comuns e que esse relacionamento vai desempenhar "papel positivo importante para a paz, o desenvolvimento e a prosperidade das regiões e do mundo".

As declarações foram reproduzidas pelo canal oficial da Secretaria de Comunicação Social do governo brasileiro no Twitter.

O líder chinês afirmou que Brasil e China são os maiores expoentes em relação aos países em expansão no mundo. "A China trata como estratégica e de longo alcance as relações entre China e Brasil, e dá lugar de destaque a nossas relações exteriores", afirmou. "China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes dos dois hemisférios. Temos interesses em comum", concluiu.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama Janja Lula da Silva chegaram, nesta sexta-feira (14), ao Grande Palácio do Povo em Pequim para receberem as boas-vindas do presidente chinês Xi Jinping. A recepção aconteceu a céu aberto, na praça em frente ao palácio, ao lado da Praça da Paz Celestial no período da tarde desta sexta na China, ainda no período da madrugada no Brasil.

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No final da tarde de sexta-feira, haverá uma cerimônia de troca de presentes entre os dois presidentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial, oferecido pelo governo da China.

Lula promete falar com a imprensa logo após este jantar na Embaixada do Brasil em Pequim.

A delegação brasileira, que chegou em Xangai na noite da quarta-feira, 12, é a primeira a visitar a China após a escolha da nova composição dos principais cargos do governo chinês, ocorrida nas sessões gêmeas da Assembleia Nacional Popular e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, no começo de março.

 

Vídeos que mostram uma possível “chuva de vermes” em Pequim, na China, viralizaram nas redes sociais nos últimos dias. Nas imagens, é possível ver quase todas as ruas e veículos cobertos da cidade cobertos de vermes. 

Segundo o jornal “El Herald”, os moradores de Pequim foram orientados a sair de casa com guarda-chuvas para se proteger dos vermes que caíram do céu sem motivo aparente. As autoridades chinesas ainda não se pronunciaram oficialmente. 

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Uma das possibilidades levantadas pelos internautas é de que a “chuva” seria uma consequência de um fenômeno chamado “Lua Cheia de Verme”, que deveria ocorrer nesta terça-feira (7), dia da última lua cheia de inverno do hemisfério norte. 

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O evento tem esse nome pois, em alguns países do hemisfério norte, é o período em que o solo começa a descongelar e os vermes começam a surgir. 

Uma outra suposição é de que os vermes, na verdade, sejam flores de choupo, que têm o formato semelhante a uma lagarta e são comuns na região. As folhas podem ter caído das árvores e ter ficado grudadas nos carros por conta das chuvas, fazendo com que os vermes ficassem em evidência. 

Alguns religiosos chegaram a se referir ao episódio como o início do “apocalipse”, pois a bíblia fala em vários desastres naturais atrelados ao fim dos tempos. 

O governo de Pequim criticou, nesta terça-feira (3), a imposição de testes de Covid-19 em vários países a viajantes provenientes da China, que enfrenta uma onda de casos sem precedentes.

"Alguns países estabeleceram restrições de entrada visando apenas viajantes chineses. Isso não tem base científica e algumas práticas são inaceitáveis", denunciou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

Neste contexto, a China poderia "adotar contramedidas, de acordo com o princípio da reciprocidade", alertou.

Em 7 de dezembro, as autoridades chinesas levantaram as rígidas restrições sanitárias de sua estratégia de "covid zero", decisão que provocou uma avalanche de doentes nos hospitais e vítimas da covid nos crematórios.

A partir de domingo, Pequim não vai mais impor quarentena às pessoas que chegam do exterior, mas continuará exigindo um teste de PCR negativo para os viajantes.

O país não emite visto de turismo há quase três anos.

Uma dezena de países impôs testes de covid a passageiros da China nos últimos dias, diante da preocupação com a falta de transparência sobre os números de infectados e por medo do aparecimento de novas variantes.

Em Xangai, dois terços dos residentes podem ter contraído covid nas últimas semanas, segundo um funcionário de um dos principais hospitais da cidade.

"Atualmente, o surto em Xangai é muito grande e pode ter afetado 70% da população, o que é entre 20 e 30 vezes mais" do que o surto anterior no início de 2022, declarou nesta terça-feira Chen Erzhen, vice-presidente do hospital Ruijin, a um blog publicado pelo Diário do Povo.

A cidade de 25 milhões de habitantes, capital econômica da China, foi colocada sob estrito confinamento por dois meses a partir de abril. Muitos habitantes foram transferidos para centros de quarentena.

Agora, a variante ômicron se espalha muito rapidamente.

- 100 ambulâncias -

Em outras grandes cidades chinesas, como Pequim, Tianjin (norte), Chongqing (sudoeste) e Guangzhou (sul), as autoridades sanitárias acreditam que o pico já passou.

Chen, que também é membro do Conselho de Especialistas em Covid de Xangai, informou que seu hospital recebe 1.600 admissões de emergência por dia - o dobro do número antes do levantamento das restrições - 80% das quais são pacientes com covid.

"Todos os dias chegam mais de 100 ambulâncias ao hospital", explica, apontando que metade dos doentes tem mais de 65 anos e, por isso, são mais vulneráveis.

Repórteres da AFP no hospital Tongren de Xangai observaram nesta terça-feira pacientes recebendo tratamento de emergência do lado de fora do prédio, sobrecarregado com o fluxo de pacientes.

Os corredores estavam cheios de idosos deitados em leitos recebendo soro. Alguns usavam máscaras de oxigênio.

Em outro hospital de Xangai, a AFP testemunhou uma discussão. "Cheguei primeiro", gritou um paciente a outro paciente.

A onda de casos de covid nas grandes cidades deve chegar em breve às zonas rurais na China, para onde milhões de pessoas devem retornar para celebrar o Ano Novo Lunar a partir de 21 de janeiro.

Nessas áreas, os serviços de saúde estão em piores condições do que nas cidades.

Jiao Yahui, funcionário da Comissão Nacional de Saúde (CNS), reconheceu na segunda-feira em entrevista à televisão estatal CCTV que a previsão para o interior representa um "enorme desafio".

Funcionários de crematórios em Pequim disseram nesta sexta-feira (16) que seus estabelecimentos estão sobrecarregados com a onda sem precedentes de casos de Covid-19 na China que, segundo as autoridades, em breve atingirá as áreas rurais do país.

A epidemia se propaga rapidamente por todo o país, uma semana após a suspensão da maioria das restrições de saúde em vigor há quase três anos.

As autoridades admitem que agora é "impossível" contar o número de casos.

"Nós cremamos 20 corpos por dia, principalmente de idosos. Muitas pessoas adoeceram recentemente", contou à AFP um funcionário do crematório. "Dos 60 que trabalham aqui, mais de 10 testaram positivo para covid, mas não temos escolha porque há muito trabalho," acrescentou.

Trabalhadores de outras duas funerárias de Pequim, entrevistados pela AFP, disseram que seus estabelecimentos estão funcionando 24 horas por dia, oferecendo serviços de cremação no mesmo dia para atender à forte demanda. Outro estabelecimento desse tipo indicou que sua lista de espera é de uma semana.

Apesar disso, os números oficiais não registram nenhuma morte relacionada à covid-19 desde 4 de dezembro.

A organização de luta contra a covid-19 pediu aos governos locais que aumentem a vigilância e os cuidados médicos para as pessoas que retornam para suas casas nas áreas rurais antes do feriado do Ano Novo Chinês em janeiro.

O evento causa o maior deslocamento populacional do mundo todos os anos. Espera-se que seja ainda maior este ano, uma vez que as restrições de viagem entre as províncias foram suspensas.

A imprensa estatal chinesa e os especialistas em saúde minimizam o perigo da variante ômicron, e o especialista em doenças respiratórias Zhong Nanshan propôs renomear a covid-19 como "resfriado do vírus".

No entanto, milhões de idosos não foram vacinados e os testes de antígenos e medicamentos para febre são escassos.

Um estudo recente de pesquisadores da Universidade de Hong Kong afirmou que a covid pode matar um milhão de pessoas na China neste inverno, se uma quarta dose de vacina ou novas restrições não forem impostas.

Oficialmente, apenas nove mortes foram atribuídas à epidemia desde meados de novembro. O país registra mais de 10.000 casos diários desde então.

Nas redes sociais viralizaram diversos vídeos de pacientes com covid, sentados em bancos do lado de fora de hospitais lotados e recebendo infusões de solução salina.

A AFP conseguiu geolocalizar um deles, filmado em frente a um hospital na cidade de Hanchuan, na província de Hubei (centro). Um funcionário do hospital confirmou que as imagens datam de terça-feira.

"Os pacientes se ofereceram para se sentar ao sol porque havia muitas pessoas lá dentro", limitou-se a dizer à AFP.

As autoridades chinesas anunciaram uma nova flexibilização das restrições contra a covid-19 neste sábado, com grandes cidades como Shenzhen e Pequim não exigindo mais testes negativos para usar o transporte público.

Uma fábrica de produtos de tecnologia no sul de Shenzhen disse neste sábado que os viajantes não precisam mais apresentar um resultado negativo no teste de covid-19 para usar o transporte público ou entrar em farmácias, parques ou atrações turísticas.

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Já as autoridades de Pequim disseram na sexta-feira que os testes não serão mais necessários para o transporte público a partir de 5 de dezembro. No entanto, um resultado negativo obtido nas últimas 48 horas ainda será necessário para entrar em locais como shoppings, que reabriram gradualmente.

A medida se dá em um cenário em que as infecções diárias por covid-19 atingem níveis quase recordes e após protestos em todo o país por pessoas frustradas com as rígidas medidas restritivas, que agora estão indo para seu quarto ano, enquanto o resto do mundo as suspendeu. (Fonte: Associated Press)

Algumas importantes empresas de tecnologia chinesa como Tencent, Alibaba e a ByteDance, proprietária do Tiktok, entregaram detalhes de algoritmos usados em seus produtos a um regulador estadual. O gesto inédito faz parte da tentativa de Pequim de controlar o setor, anunciou o regulador.

De acordo com uma lei aprovada em março, as empresas devem garantir ao regulador chinês que seus algoritmos se enquadrem dentro do marco regulatório.

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"No momento as autoridades não pediram explicitamente para que as empresas modifiquem seus algoritmos", Angela Zhang, especialista em direito chinês na Universidade de Hong Kong, explica à AFP.

"Os reguladores, no momento, estão coletando informações", acrescenta Zhang.

Por outro lado, a Admnistração do Ciberespaço da China publicou pela primeira vez na sexta-feira (12) detalhes do uso de seus algoritmos pelas empresas de tecnologia.

O líder do comércio online Alibaba recomenda, por exemplo, novos produtos com base no histórico de pesquisa e navegação dos usuários.

A Douyin, versão do aplicativo do TikTok para o mercado chinês, faz recomendações a partir do tempo que as pessoas gastam em cada conteúdo.

Com essas ferramentas é possível analisar grandes quantidades de dados sobre um usuário e automatizar recomendações de acordo com suas práticas ou hábitos.

Os algoritmos, base da economia digital, servem de motor para grande parte dos aplicativos e serviços da internet, razão pela qual as empresas tendem a mantê-los em segredo.

Diante dessa opacidade de informações, as autoridades buscam redefinir a legislação de algoritmos.

Há dois anos, as autoridades chinesas têm sido particularmente intransigentes com o setor de empresas de tecnologia, que monitoram por meio de práticas até então amplas.

Várias grandes empresas foram multadas por abusos em termos de proteção de dados pessoais, concorrência e direito dos usuários.

No mês passado, a empresa Didi, líder em veículos com motoristas (VTC), foi multada em 1,215 bilhão de dólares por violar as regras de proteção de dados.

A maioria das crianças de Pequim não poderá voltar à escola na próxima semana, como estava previsto, devido a uma nova onda de coronavírus, anunciaram as autoridades chinesas neste sábado (11).

Muitos alunos dos ensinos fundamental e médio "continuarão com aulas remotas" na segunda-feira, informou o porta-voz do governo local, Xu Hejian, neste sábado.

As autoridades haviam anunciado um plano de retorno às aulas por etapas a partir da próxima semana.

A China é o último país que aplica a estratégia "covid zero", que consiste em erradicar os casos com testes em larga escala e confinamentos. Mas os números da pandemia nos últimos meses provocaram o questionamento da política.

A cidade de Xangai, centro econômico do país, foi obrigada a adotar um confinamento de vários meses. Na capital Pequim impera o ensino à distância e o teletrabalho.

As autoridades de Pequim flexibilizaram várias restrições no início da semana, mas a detecção de novos casos provocou a retomada de várias medidas.

A cidade registra um surto de 115 casos relacionados com um bar. disse Liu Xiaofeng, secretário de Saúde do município.

Em Xangai, quase 20 milhões de pessoas começaram a ser submetidas a testes neste sábado, menos de duas semanas depois do confinamento rígido que irritou os moradores.

Neste sábado, a China registrou 138 novos casos de covid, quase metade deles em Pequim, segundo os números oficiais.

Pequim anunciou neste domingo (5) o levantamento de várias restrições contra a covid-19 após um surto epidêmico que começou há um mês e gerou temores de um novo confinamento para seus 22 milhões de habitantes.

No fim de abril, a capital chinesa registrou um ressurgimento do vírus, com mais de 1.900 casos positivos, um número alto para a China, que aplica uma política severa de covid zero.

Para frear os contágios, escolas, comércios não essenciais e lugares públicos fecharam suas portas no início de maio.

Os restaurantes continuaram funcionando, mas somente com serviço de entrega ou para viagem, e os moradores, submetidos quase cotidianamente a testes de covid, foram solicitados a trabalhar de maneira remota.

Após uma pequena flexibilização das restrições nos últimos dias, a prefeitura anunciou o retorno progressivo ao trabalho presencial e a reabertura normal dos restaurantes a partir de segunda-feira. As escolas, por sua vez, voltarão a abrir em 13 de junho.

Os transportes públicos funcionarão com normalidade a partir de amanhã, mas os usuários deverão apresentar um teste de covid negativo de menos de 72 horas.

Dois distritos da capital manterão as restrições, assinalou a prefeitura, que registrou no domingo 19 casos positivos.

A China aplica uma estratégia de covid zero, que consiste em impor quarentenas ou confinamentos após o surgimento de poucos casos.

Essa política evitou mortes, mas representa um baque econômico para as empresas do país.

Crianças brincam em um canal, jogadores de mahjong ignoram o distanciamento e jovens se esgueiram para tomar uma cerveja. Com as restrições sanitárias pela Covid-19, os habitantes de Pequim encontram formas de relaxar.

A capital chinesa enfrenta desde o início de maio um surto de coronavírus que superou 1.600 infecções, um número alto para a China, que aplica uma política estrita de covid zero.

O surto não deixou oficialmente nenhuma morte na cidade de 22 milhões de pessoas, mas escolas, restaurantes, comércios não essenciais e vários parques estão fechados.

Os moradores, testados diariamente ou quase diariamente, são solicitados a trabalhar de casa. Aqueles que moram em áreas onde foram registrados casos de contágio devem permanecer confinados.

Mas muitos brincam de gato e rato com as autoridades, desafiando as instruções do Partido Comunista, que fez de sua política anticovid uma marca de sua legitimidade.

"Tudo está fechado: cinemas, museus, até campos de futebol", reclama Eric Ma, um jovem cientista da computação que foi tomar umas cervejas com amigos às margens de um canal no centro da cidade depois de um dia de trabalho em casa.

"Estou ficando claustrofóbico. É preciso imaginação para encontrar uma maneira de se divertir", diz.

- "Paciência" -

As barreiras metálicas impedem que as pessoas se deitem na grama ao lado do canal, local de grandes piqueniques nas últimas semanas.

O acesso aos bancos é permitido, mas controlado e há guardas para evitar aglomerações.

"Tenham paciência: vocês aproveitarão o sol quando a pandemia passar", dizem os grandes letreiros azuis instalados ao longo do canal.

Mas as instruções não impedem que dezenas lotem o cais ou que alguns deem um mergulho.

Na água, um homem de meia-idade canta uma música tradicional de ópera.

Outros transeuntes trazem cadeiras e mesas dobráveis, e até um aquecedor a gás, para piquenique.

"Às vezes os guardas vêm e nos mandam embora", diz Reiner Zhang, estilista que estende sua toalha de mesa perto do canal Liangmahe, em um bairro repleto de embaixadas.

"As pessoas estão cansadas de demissões e cortes de salários e precisam se unir para desabafar", explica.

Perto dali, algumas mães desfrutam de uma melancia enquanto seus pequenos se divertem.

"Isso os faz se movimentar um pouco", diz Niu Honglin, cujo filho de sete anos toma banho no canal.

"Como os parques estão fechados, eles não têm onde brincar. As crianças fazem birra quando ficam o dia todo em casa com aulas a distância", lamenta a mãe de família.

Nas ruas do bairro histórico, puxadores de riquixás estão desempregados porque os turistas não podem entrar em certas áreas.

Perto dali, ao redor do Lago Houhai, as docas cheias de bares e cafés estão agora escondidas atrás de uma barreira.

"É para evitar que as pessoas se aglomerem, porque a situação epidêmica é grave", explica um trabalhador.

Durante o dia, porém, aposentados locais se reúnem para jogar cartas, damas, xadrez ou mahjong sem se preocupar com as regras de distanciamento.

"A gente vem aqui todos os dias depois do almoço e joga até o pôr do sol", diz um aposentado que se identifica como Zao. "Fazemos isso há anos, a pandemia não vai nos parar."

Milhares de moradores de Pequim foram colocados à força em quarentena na manhã de sábado, após a detecção de 26 casos de Covid-19 em seu complexo residencial, segundo imagens e um comunicado oficial compartilhado nas redes sociais.

Mais de 13 mil moradores do conjunto habitacional de Nanxinyuan, no sudeste da capital, foram levados à noite para hotéis de isolamento, apesar de terem testado negativo para Covid-19.

"Os especialistas decidiram que todos os moradores de Nanxinyuan devem ser submetidos a uma quarentena a partir da meia-noite de 21 de maio, por sete dias", dizia um anúncio das autoridades de saúde do distrito de Chaoyang.

"Por favor, cooperem, caso contrário, terão de assumir as consequências legais", acrescentou.

Em algumas fotos compartilhadas nas redes sociais, viam-se centenas de pessoas fazendo fila com suas bagagens, no meio da escuridão, para embarcar em ônibus em frente à residência.

“Alguns de nós estão presos há 28 dias desde 23 de abril, e todos demos negativo desde então”, reclamou um morador na rede social Weibo.

"Muitos dos meus vizinhos são idosos, ou têm filhos jovens", acrescentou.

Pequim enfrenta sua maior explosão de casos de covid-19 desde o início da pandemia. A variante ômicron infectou mais de 1.300 pessoas desde o fim de abril, causando o fechamento por tempo indeterminado de restaurantes, escolas e lugares turísticos.

A China aplica uma contundente política de "covid zero" que implica o fechamento de fronteiras, testes em massa, confinamentos de cidades inteiras e quarentenas obrigatórias para quem teve contato com pessoas infectadas.

No Weibo, seus usuários expressaram preocupação, neste sábado, de que o governo esteja adotando o mesmo tipo de medida que imposta em Xangai no mês passado, quando milhares de pessoas foram internadas à força em centros de quarentena improvisados.

"É exatamente como foi em Xangai. O primeiro passo é cortar água e luz, depois, exigir as chaves... Depois, desinfetar as casas. Os eletrodomésticos, os móveis de madeira, as roupas, a comida... Tudo estragado", observou um comentário que recebeu mais de 300 "curtidas".

Milhares de moradores de Pequim foram colocados à força em quarentena na manhã de sábado (21), após a detecção de 26 casos de Covid-19 em seu complexo residencial, segundo imagens e um comunicado oficial compartilhado nas redes sociais.

Mais de 13 mil moradores do conjunto habitacional de Nanxinyuan, no sudeste da capital, foram levados à noite para hotéis de isolamento, apesar de terem testado negativo para Covid-19.

"Os especialistas decidiram que todos os moradores de Nanxinyuan devem ser submetidos a uma quarentena a partir da meia-noite de 21 de maio, por sete dias", dizia um anúncio das autoridades de saúde do distrito de Chaoyang.

"Por favor, cooperem, caso contrário, terão de assumir as consequências legais", acrescentou.

Em algumas fotos compartilhadas nas redes sociais, viam-se centenas de pessoas fazendo fila com suas bagagens, no meio da escuridão, para embarcar em ônibus em frente à residência.

“Alguns de nós estão presos há 28 dias desde 23 de abril, e todos demos negativo desde então”, reclamou um morador na rede social Weibo.

"Muitos dos meus vizinhos são idosos, ou têm filhos jovens", acrescentou.

Pequim enfrenta sua maior explosão de casos de covid-19 desde o início da pandemia. A variante ômicron infectou mais de 1.300 pessoas desde o fim de abril, causando o fechamento por tempo indeterminado de restaurantes, escolas e lugares turísticos.

A China aplica uma contundente política de "covid zero" que implica o fechamento de fronteiras, testes em massa, confinamentos de cidades inteiras e quarentenas obrigatórias para quem teve contato com pessoas infectadas.

No Weibo, seus usuários expressaram preocupação, neste sábado, de que o governo esteja adotando o mesmo tipo de medida que imposta em Xangai no mês passado, quando milhares de pessoas foram internadas à força em centros de quarentena improvisados.

"É exatamente como foi em Xangai. O primeiro passo é cortar água e luz, depois, exigir as chaves... Depois, desinfetar as casas. Os eletrodomésticos, os móveis de madeira, as roupas, a comida... Tudo estragado", observou um comentário que recebeu mais de 300 "curtidas".

Milhões de moradores de Pequim voltaram a trabalhar de casa a partir desta segunda-feira (9), depois que as autoridades reforçaram as medidas anticovid, o que transformou a capital da China, de 22 milhões de pessoas, em uma cidade fantasma.

A China enfrenta há dois meses o surto epidêmico mais grave desde o início de 2020.

Embora os números de contágios sejam mínimos em comparação com o nível mundial, as autoridades mantêm o rigor na aplicação da política "covid zero" e impõem confinamentos em cidades inteiras quando alguns casos são detectados.

Depois de Xangai, a cidade de maior população do país e que está em confinamento desde o início de abril, Pequim está há uma semana sob restrições de deslocamentos e muitos locais públicos (restaurantes, cafés, academias, entre outros) estão fechados.

Nesta segunda-feira, as autoridades limitaram de maneira severa os acessos aos serviços não essenciais no distrito de Chaoyang, o mais dinâmico e de maior população da capital.

O movimentado bairro comercial de Sanlitun, na zona leste de Pequim, estava deserto nesta segunda-feira. A loja da marca americana Apple, por exemplo, recebeu ordem de fechar as portas minutos depois de iniciar as atividades.

"Não me sinto confortável com poucas pessoas ao meu redor", disse à AFP Wang, uma funcionária de limpeza, enquanto esperava para entrar no restaurante em que trabalha.

"Sou responsável pela desinfecção, não posso trabalhar de casa", acrescentou.

- Mudança para hotéis -

Alguns trabalhadores do setor de finanças se mudaram para hotéis perto de seus escritórios comerciais.

"Nossa empresa disse que deveríamos tentar não voltar para casa porque acredita que há riscos nos deslocamentos", afirmou um gestor de investimentos de Pequim que seguiu para um hotel próximo ao local de trabalho.

"Alguns amigos foram aconselhados a não usar transporte público para seguir até o trabalho, para seguir de carro ou bicicleta", acrescentou.

Pequim anunciou nesta segunda-feira 49 novos casos de covid nas últimas 24 horas.

Em Xangai, o número de contágios nesta segunda-feira ficou abaixo de 4.000, depois de superar 25.000 em 24 horas no fim de abril.

O atual surto epidêmico provocou mais de 500 mortes em Xangai, de acordo com números oficiais. A China registrou oficialmente pouco mais de 5.000 óbitos provocados pela Covid-19 desde o início da pandemia.

Depois de quase 40 dias de confinamento e alguns problemas de fornecimento de alimentos, os moradores de Xangai começam a mostrar sua irritação.

No bairro de Zhuanqiao, várias pessoas enfrentaram no fim de semana funcionários do governo que usavam o traje de proteção integral anticovid, de acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais.

"A polícia agiu rapidamente para dispersar os curiosos e retomar a calma", afirmaram as autoridades locais.

As mesmas fontes anunciaram que "de acordo com uma investigação, os agitadores tinham comida suficiente em casa".

O confinamento na capital econômica da China, porto de entrada e saída de mercadorias, tem um grande impacto na economia do gigante asiático.

No mês passado, as exportações da China registraram o menor ritmo de avanço em quase dois anos (+3,9%). Este foi o pior resultado das exportações chinesas desde junho de 2020 (+0,5%).

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