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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (3), que não concorda com as “avaliação negativas” que preveem crescimento do país em menos de 1%. “Vamos ver o que vai acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar a acontecer nos rincões desse país. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, a comprar mais, a vender mais. Vamos perceber que a economia vai dar um salto importante”, disse.

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano é de 0,9%, segundo o boletim Focus de hoje. O Ministério da Fazenda projeta o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em 1,6%.

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Há também as previsões do Banco Central, que é de 1,2%, de acordo com o Relatório de Inflação divulgado semana passada, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê um PIB de 1,4% neste ano.

Lula comandou hoje a terceira reunião ampliada com ministros, desta vez da área produtiva e institucional, no Palácio do Planalto. Ele retomou as agendas públicas após o afastamento para tratar de um pneumonia.

No mês passado, o presidente já reuniu ministros da área de infraestrutura, para discutir o novo plano de investimentos do governo federal, em substituição ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e ministros da área social. O objetivo dessas reuniões é que cada pasta apresente um balanço e a projeção do que será anunciado no marco de 100 dias de governo, na semana que vem, além dos planos para 2023 e os próximos anos.

Para Lula, o Brasil crescerá mais do que “os pessimistas estão prevendo”, desde que o governo também acredite nesse crescimento e faça os investimentos necessários.

“Vai acontecer mais coisa no Brasil do que as pessoas estão esperando e vai depender muito da disposição do governo. Vai depender muito da disposição e do discurso do pessoal da área econômica, da área produtiva, porque se ficarmos apenas lamentando aquilo que a gente acha que não vai acontecer, ninguém vai investir em cavalo que não corre. Se você está em uma corrida de cavalos dizendo que seu cavalo é pangaré, que seu cavalo está com gripe, que está cansado, ninguém vai fazer nenhuma aposta”, argumentou o presidente.

Presentes na reunião, Lula citou os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Fazenda, Fernando Haddad. “Se olhar para a cara do ministro Fávaro que voltou da China com um grupo de empresários vocês vai perceber que ele é 150% de otimismo. Se olhar para cara do Haddad depois do marco regulatório que ele fez, olha a cara dele de felicidade, significa que estamos acreditando que vai passar a nossa tão sonhada nova política tributária nesse país”, exemplificou o presidente sobre o otimismo da equipe com seus projetos.

Para ele, a “obsessão” do governo é fazer investimentos e impulsionar a geração de empregos. “Temos que ter como obsessão fazer esse país voltara crescer. Porque o país crescendo, vai gerar emprego, vai gerar salário, vai gerar aumento de consumo do povo e a aí a roda gigante da economia volta a funcionar e todo mundo vai voltar a ser otimista nesse país”, disse.

100 dias

Na próxima segunda-feira (10), o governo completa 100 dias de governo e, segundo Lula, haverá uma reunião com todos os seus ministros para apresentar o plano de trabalho para os próximos períodos.

Segundo ele, a nova gestão conseguiu recuperar quase todas as políticas sociais que haviam sido “desmontadas” pelo governo anterior. “Parece que falta o Água para Todos ou Luz para Todos, esse programa que é o último programa social que vamos lançar”, disse.

Vários funcionários da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do sistema Covax alertaram nesta segunda-feira (8) contra um excesso de pessimismo em relação à vacina anticovid AstraZeneca, principalmente no que diz respeito a salvar vidas e limitar hospitalizações.

"É muito cedo para rejeitar esta vacina" que é "uma parte importante da resposta global à atual pandemia", disse Richard Hatchett, um dos responsáveis pelo mecanismo Covax para garantir uma distribuição justa da mídia contra o covid-19.

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"É absolutamente crucial usar as ferramentas de que dispomos da forma mais eficaz possível", acrescentou ele em uma entrevista coletiva na sede da OMS em Genebra.

As dúvidas sobre a eficácia do AstraZeneca em pessoas com mais de 65 anos se multiplicaram nas últimas semanas. E, no domingo, a África do Sul suspendeu temporariamente seu uso devido à eficácia "limitada" contra a variante sul-africana do vírus.

Michael Ryan, responsável por questões emergenciais de saúde da OMS, disse por sua vez que “a principal tarefa das vacinas hoje é reduzir o número de hospitalizações e mortes”.

“E, atualmente, me parece que os dados mostram que isso é o que todas as vacinas fazem”, acrescentou Ryan, reconhecendo que será necessária “uma segunda e terceira geração de vacinas para fazer mais”.

A vacina da AstraZeneca, que ainda não obteve a homologação da OMS, representa a maioria das doses que serão distribuídas pelo sistema Covax aos países mais desfavorecidos.

O Instituto de Pesquisa UNINASSAU publicou nesta quarta-feira (17) um levantamento referente à percepção dos recifenses em relação aos impactos econômicos provenientes da Covid-19. No geral, os entrevistados mostraram-se pessimistas ao avaliar os prejuízos financeiros e as competências da gestão pública.

Ao todo, 98% dos entrevistados acreditam que a Covid-19 vai prejudicar a economia do Brasil, sendo que 75% agravaram as consequências e ressaltaram que a doença 'vai atrapalhar muito'. Segundo a Federação das Indústrias de Pernambuco, a balança comercial sofreu uma queda de 55% no mês de maio. 

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Quando questionados sobre o mercado de trabalho, a maioria (53%) afirma que não perdeu o emprego ou teve a atividade profissional afetada, diante dos 43%, que admitem ter sofrido com a pandemia. Enquanto 38% apontam que a profissão foi afetada, 5% lamentam a perda do emprego.

A maior parte dos novos desempregados é de homens com faixa etária entre 25 e 34 anos. A suspensão das atividades econômicas fez com que 44% dos entrevistados afirmassem que houve queda na renda. Outros 49% - a maioria (61%) recebe mais de cinco salários mínimos -, apontam que a renda foi mantida. Para 2%, a pandemia foi benéfica no viés financeiro e aumentou a renda. 

Em relação ao Auxílio Emergencial oferecido pelo Governo Federal, 72% informaram que não receberam os R$ 600. A maior parte (81%) tem idade entre 45 e 59 anos. Ainda assim, 96% mostraram-se favoráveis ao benefício. Enquanto 3% não concordam com o repasse.

A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 14 de junho. Ao todo, 628 moradores do Recife, com idade mínima de 18 anos, foram entrevistados por telefone. O levantamento do Instituto de Pesquisa UNINASSAU tem 95% de confiança, com margem de erro de quatro pontos percentuais.

Natalia Alvarez, mãe de Yoseli e Caroline, e esposa de Eder Uribe, lembra com uma voz saudosa das refeições que incluíam carne. "Um corte que era 50 pesos (R$ 10) dobrou. Só nos restou recorrer ao frango", diz, com pesar.

O costume de assar alguns pedaços no fim de semana ficou difícil com o desemprego do marido. Com o reajuste que atingiu o setor ainda no início do governo de Mauricio Macri, o churrasco ficou inviável.

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A disparada seguiu-se à liberação da compra de dólar, que rompeu o controle imposto em 2011 por Cristina Kirchner. A consequente desvalorização, feita por Macri em seus primeiros dias de mandato, em dezembro, foi seguida de uma elogiada estabilidade da moeda americana na faixa dos 15 pesos, mas também de um salto dos preços, mesmo daqueles não ligados diretamente ao dólar.

A inflação é a principal preocupação do governo e de 22% da população, segundo o instituto M&F. Em junho, o índice foi de 3,1%, enquanto no mês anterior bateu em 4,2%. Nos últimos 12 meses, o acumulado supera os 40%. O governo garante que a tendência agora é de queda porque a pior fase do ajuste já passou, mas espera-se para julho algo entre 2% e 2,5%.

Como a meta fixada no início de 2016, de 25% no ano, foi usada como base para negociar em março o reajuste com os sindicatos, as categorias voltaram a reivindicar correções. Algumas já tinham imposto gatilhos, caso a previsão não se confirmasse, mas há várias com paralisações previstas para este mês.

A sequência de manifestações torna o período decisivo para medir a resistência do governo. A Casa Rosada tenta conter uma onda de greves e aumentos que atiçariam novamente a inflação.

Para complementar a renda familiar que hoje vem do seguro-desemprego do marido, Natalia revende sapatos pedidos por conhecidos por WhatsApp, enquanto amamenta Caroline. Lucra 100 pesos (R$ 20) em um par. Em um bom mês, consegue 2 mil pesos (R$ 426).

Praticamente tudo é gasto em comida. Carne moída, ossobuco e dobradinha também entraram no cardápio por serem mais baratos. "Roupa quase não compro, mesmo os sapatos que vendo são caros demais pra mim. As crianças usam quase sempre as mesmas, vamos lavando todo o tempo", explica.

O gás de cozinha, comprado em botijão, custa 180 pesos (R$ 38) e dura três semanas. Isso quando não há corte de energia elétrica no loteamento Atalaya. A família, então, improvisa um aquecedor a gás para impedir que as crianças adoeçam "na hora errada". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando recebe queixas sobre inflação, desemprego, recessão e tarifaço, o presidente Mauricio Macri se coloca no lugar de um piloto que evitou que o avião Argentina caísse, mas que segue voando sem instrumentos. Entre o grupo crescente de passageiros angustiados com as manobras e em dúvida sobre um pouso seguro está a família do pedreiro Eder Uribe.

Aos 33 anos, esse morador de uma das enlameadas ruas de um loteamento na área rural de Moreno, cidade de 150 mil habitantes na Grande Buenos Aires, enfrenta sua maior turbulência. São oito meses sem emprego e uma filha de quatro meses para criar. "Fiquei em pânico quando me colocaram na rua, porque a Caroline estava para nascer", lembra, enquanto mostra a casa que parou de erguer em um terreno de 10 por 35 metros comprado "sem papéis, mas de alguém de confiança".

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Uribe é um dos 62 mil operários do setor de construção atingidos pelo congelamento de obras públicas em razão da troca de governo. Desde janeiro, a atividade no setor só cai. Houve um recuo acumulado de 12,4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2015.

Mariano Lamothe, gerente de análise econômica da consultoria Abeceb, explica que todas as licitações ficaram paradas até maio, quando só as existentes e auditadas foram liberadas. "As novas só foram autorizadas em julho, o que explica os números ruins", avalia Lamothe.

Macri é criticado pela demora na retomada dos investimentos em infraestrutura, um dos fatores para a recessão (a previsão é de que o PIB recue de 0,8% a 1,5% neste ano). Sua equipe argumenta que é preciso revisar contratos de obras, bem como a distribuição de empregos públicos com finalidade política.

Os indícios mais claros de corrupção envolvem concessões a empreiteiros, que teriam retribuído alugando quartos em hotéis da família da ex-presidente Cristina Kirchner que nunca foram ocupados. Outro caso emblemático foi o do flagrante em junho a um do chefes do setor, o kirchnerista José López, tentando esconder US$ 9 milhões em um convento. A justificativa de buscar lisura no setor não convence Eder Uribe.

"Só sei que no governo anterior nunca faltou emprego", reclama o pedreiro, que ajudava a erguer um hospital quando foi despedido, com todos os funcionários da empresa na qual esteve durante quatro anos. Desde então, ele faz raros bicos assentando azulejos ou levantando paredes em casas. Terminou de fechar o primeiro piso da própria residência, onde uma TV de plasma destoa das paredes e do piso sem acabamento.

Como fica com a família a maior parte do dia esperando que o sindicato ligue com uma oferta, ele participa das atividades domésticas. Uma de suas obsessões é evitar que alguém adoeça. Já são mais de cem dias sem que a temperatura supere 20ºC e, nos descampados de Moreno, a 50 km de Buenos Aires, a umidade acentua a sensação de frio. É a razão pela qual não usa sua moto para levar a filha mais velha, Yoseli, de 5 anos, à pré-escola na cidade.

Ainda é noite quando os dois saem para 15 minutos a pé e outros 20 minutos de ônibus. "Não é hora de ficar doente.

Aqui em casa já deixamos de jantar e tomamos só um chazinho. Precisamos saber até onde vai o dinheiro", afirma.

Como operário contratado com carteira assinada, Uribe ganhava 3.800 pesos (R$ 810) por mês, em 9 horas diárias. O seguro desemprego lhe garantirá 1.600 pesos (R$ 341) até dezembro. Se continuar sem algo fixo, precisará recorrer ao programa social que garante benefícios aos que mantêm filhos na escola. "Muita gente prefere não trabalhar para se beneficiar disso, e não acho correto. Mas não vou ter alternativa", lamenta.

Uribe está cético. Durante o primeiro semestre, ouviu do governo que na segunda metade do ano a economia melhoraria. Em 1º de julho, a inflação interanual superava 40% - ante uma meta inicial de 25% para 2016 - e não havia perspectiva para retomada no crescimento. Até a imprensa favorável ao governo ironizou o fracasso da previsão.

A despeito do otimismo externo e das demonstrações de apoio de líderes mundiais à abertura econômica promovida por Macri, internamente, pessimistas como Uribe estão em crescimento. Pesquisa da Management & Fit, instituto rigoroso com o kirchnerismo, mostra que 46% dos argentinos imaginam um cenário econômico pior nos próximos meses. Eram 42% há um mês.

Protestos que começaram o ano dominados pela militância kirchnerista, contra a redução do funcionalismo, ganharam a adesão de eleitores de Macri. Isso ocorreu principalmente quando contas de luz, gás e energia começaram a chegar com aumentos de mais de dez vezes - sem melhora no serviço - e o efeito cascata sobre a inflação levou carnívoros a abolir hábitos como o churrasco, algo que a mulher de Uribe não perdoa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Levantamento feito pelo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que nove em cada dez empresários não pretendem contratar funcionários para reforçar o quadro das empresas para as festividades de final de ano. O estudo, realizado em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), foi divulgado nesta quinta-feira (1º).

Segundo a pesquisa, quase metade dos empresários que não pretendem contratar disse que sua atual equipe de trabalho será suficiente para atender o público consumidor. Já 11% dos empresários se mostraram inseguros, graças ao histórico de vendas retraídas em 2015, até mesmo nas datas comemorativas.

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Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a crise econômica é o principal fator que está deixando as empresas pessimistas. “Em sua maioria, os empresários brasileiros dos setores de comércio varejista e serviços estão pessimistas com relação à economia do país e isso produz impactos diretos na expectativa deles para o final do ano. O empresariado imagina que os resultados do Natal, a principal data comemorativa em número de vendas e faturamento, serão ruins, o que os impede de investir em infraestrutura e, principalmente, desestimula a contratação de mão de obra”, declara Pinheiro, conforme informações da assessoria de comunicação.

O pessimismo dos empresários continua diante dos 45% dos gestores que acreditam que os resultados das vendas em 2015 serão piores do que em 2014. Baixa expectativa, mudança na política e o atual cenário econômico são as principais causas da incredibilidade. 

Ainda segundo a pesquisa, somente 27% dos entrevistados devem investir apenas no período natalino, enquanto 71% não arcarão com investimentos. De acordo com o levantamento do SPC Brasil e da CNDL, um total de 24.427 vagas temporárias deve ser criado no final deste ano. 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expuseram, durante as reuniões do G-20, na capital da Turquia, que continua o ajuste macroeconômico do Brasil, com efeitos nítidos em três frentes: monetário, externo e fiscal. Porém, há um descasamento temporal entre a aferição de custos e benefícios do ajuste, o que tem gerado "um pessimismo exagerado", que surgiu da extrapolação para o futuro dos custos presentes das mudanças, sem levar em consideração os fatores positivos que serão mantidos no longo prazo.

Eles destacaram que a forte desvalorização do câmbio elevou a competitividade das exportações do Brasil. Neste ano, as vendas de produtos para o exterior, descontadas as importações, dará a primeira contribuição positiva para o PIB desde 2005. O fluxo de recursos prossegue em ritmo intenso e o déficit de transações correntes cairá mais de 20% neste ano ante 2014.

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Quanto à política monetária, apesar do intenso reajuste de preços relativos, as ações nessa área do governo foram capazes de ancorar as expectativas de inflação entre 2017 e 2019, considerados como médio e longo prazos. Embora a inflação esperada para este ano seja alta, nos primeiros meses de 2016 o IPCA deverá exibir acentuada queda, no acumulado de 12 meses. Esse movimento, junto com o desempenho mais benigno da inflação, tende a ajudar na ancoragem de expectativas para dezembro de 2016.

Para os ministros brasileiros, a política fiscal já produziu resultados na diminuição das despesas públicas e o governo continuará perseguindo o superávit primário de 0,7% do PIB em 2016. Essa é uma discussão que tende a se tornar mais profunda agora, com a tramitação no Congresso do Orçamento de 2016.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), reconheceu nesta quarta-feira (1º) a necessidade da presidente Dilma Rousseff (PT) liderar um movimento de virada do pessimismo que atinge a maioria dos brasileiros. Segundo o petista, a postura iria auxiliar na retomada do crescimento do país e o otimismo.

“Esse clima construído artificialmente por parte da mídia, pela oposição e pelas elites só será desfeito se a presidenta Dilma assumir a liderança, como animadora do desenvolvimento do país. Ela deve fazer isso em nome dos milhões de brasileiros que acreditam no projeto do PT e do Brasil, mesmo que estejam insatisfeitos momentaneamente”, pediu o petista em sessão no Senado.

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Para o senador, está na hora da área social voltar a ser a protagonista das políticas do Governo Federal e da área econômica retornar ao trabalho, fundamental, nos bastidores. “Presidenta Dilma, sei que as coisas não mudam por decreto e por palavra, mas proíba os ministros de falar sobre ajuste fiscal. Nós temos que sair dessa pauta defensiva que só interessa a quem torce contra o Brasil. Vamos mostrar a perspectivas de futuro que estamos apontando”, sugeriu.

Reforçando o pedido, o parlamentar disse que a inclusão social promovida na última década, já superou todas as adversidades sob a liderança de uma pessoa. “Faço esse apelo, agora, para que Dilma assuma essa função de ser a grande animadora do crescimento da nação”, pediu, citando em seguida trechos proferidos pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama sobre a potência mundial que é o Brasil. "Enquanto ele diz isso lá, nós estamos aqui com esse pessimismo. Temos vigor e musculatura para crescer. O Brasil é grande, em que pese muitos quererem diminuí-lo", observou. 

Humberto também conclamou o PT, os aliados e a militância a ajudarem a virar a pauta. “É importante que todos nós reajamos a essa onda negativa, que passemos a pautar o país e a opinião pública com uma postura proativa, de trabalho, para levar o Brasil a crescer e a avançar nessa agenda de desenvolvimento inclusivo em que ele se inseriu e da qual jamais deve se separar”, acredita. 

Ajustes – O líder do PT acredita ainda que, passado o período de ajuste, um novo ciclo de crescimento sustentável está por vir. Prova disso, segundo ele, é o lançamento, apenas nos últimos 30 dias, de quatro gigantescos planos de amplo alcance para toda a sociedade brasileira que somam quase R$ 500 bilhões em investimentos.

Entre as iniciativas criadas recentemente ele citou o Programa de Investimento em Logística, com previsão de R$ 200 bilhões para resolver os gargalos de infraestrutura; o Plano Nacional de Exportações 2015-2018, que aperfeiçoa mecanismos de financiamentos às exportações; e o Plano Safra 2015-2016, com R$ 187 bilhões para expandir nossas fronteiras agrícolas. 

Outra ação prevista para ser lançada em breve, segundo o senador é o Plano Nacional de Reforma Agrária, por apresentar suas metas para assentar 11 mil famílias até dezembro, 120 mil até o fim do mandato da presidenta Dilma, em 2018.

Os executivos brasileiros continuam os mais pessimistas do mundo em relação ao desempenho da economia. Segundo a pesquisa Panorama Global de Negócios, o índice de otimismo dos diretores financeiros (CFOs, na sigla em inglês) das empresas brasileiras está, numa escala de zero a cem, em 46,9 pontos - o menor da série histórica e o mais baixo entre as economias. É a sexta queda trimestral consecutiva do indicador, apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Duke University e CFO Magazine.

Entre as principais preocupações dos empresários estão incerteza econômica, inflação e políticas governamentais. Tradicionalmente, as queixas eram mais relacionadas a taxas de impostos, demanda e pressão dos competidores e condições de crédito. A mudança, aponta o estudo, reitera o aumento do pessimismo e a incerteza em relação ao rumo da política econômica para amenizar o quadro.

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"O pessimismo se deve a essa perspectiva muito baixa de crescimento. Já antecipávamos isso no ano passado, e os indicadores confirmaram essa tendência", diz Antonio Gledson de Carvalho, professor de finanças da FGV e codiretor da pesquisa. O estudo também teve participação do professor de economia da FGV Klenio Barbosa.

A apatia do empresariado, aponta Carvalho, vem de um cenário pouco animador para um eventual reaquecimento da economia. No segundo trimestre, o PIB recuou 0,6%. A perspectiva de crescimento para o ano também é baixa: segundo a última pesquisa Focus, do Banco Central, o mercado prevê uma alta de apenas 0,48% para a economia. "Acredito estarmos em um momento em que pensamos se chegamos ao fundo do poço ou se temos perspectivas de melhoria no próximo trimestre - e essa melhoria pode não chegar", diz o professor.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira (1°) que há pessimismo no País decorrente da insegurança causada pela falta de clareza da presidente Dilma Rousseff em relação ao futuro. "O pessimismo não é algo patológico, como quer fazer crer o governo. O cenário de pessimismo é consequência de una construção desse governo que gera insegurança em todos os agentes econômicos e na sociedade. O governo mascara números, faz avaliações sempre confrontadas com a realidade e o ministro Mantega talvez seja o melhor exemplo disso", disse o tucano, depois de participar de gravações para o programa de TV.

Candidata à reeleição, Dilma repete com frequência que é preciso combater o discurso "pessimista" propagado por setores que, segundo ela, tentam influenciar os rumos da eleição. A exemplo da presidente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na quinta-feira, que há um "pessimismo artificial " e negou que o governo planeje um "tarifaço" em 2015, para compensar reajustes represados este ano.

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Aécio cobrou posição clara da presidente Dilma Rousseff sobre o setor elétrico, relações internacionais, política de desonerações e papel do BNDES, entre outros temas. Acompanhado da filha mais velha, Gabriela, o candidato gravou no estúdio montado em um hotel da zona sul do Rio. Aécio disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estará em seu programa "na hora que quiser".

Segundo Aécio, os primeiros dias na TV serão dedicados a mostrar a biografia, a família, a trajetória política e os principais pontos do programa de governo. Com o tempo, quando se tornar mais conhecido, as propostas ganharão mais espaço. O tucano pretende repetir a fórmula de programas do PSDB em que ele procurava falar mais espontaneamente, sem auxílio da tela com o texto pronto (teleprompter). O formato batizado de "vamos conversar" foi criado pelo antropólogo e publicitário Renato Pereira, que trabalhou com Aécio até dezembro passado, quando o tucano e o marqueteiro romperam, por "diferenças de visões".

O publicitário Paulo Vasconcelos, que já fez várias campanhas para Aécio, assumiu o marketing da campanha presidencial tucana. "As pessoas têm que saber quem eu sou, minha família, minha vida pública. Saber o que fizemos e o que pretendemos fazer. Esse tripé virá já na largada, com pesos diferentes ao longo da campanha. Setenta por cento dos meus textos não têm teleprompter, eu vou falando e eles (equipe de TV) depois vão cortando. O tom será muito coloquial", afirmou Aécio.

O Banco Central está mais pessimista com o crescimento em 2013. Para o BC, o Brasil fechará o terceiro ano do governo Dilma Rousseff com alta de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o acumulado em quatro trimestres até o terceiro trimestre de 2014, o BC prevê uma alta do PIB de também 2,3%. A projeção do BC há três meses era de um crescimento de 2,5% ao longo deste ano. Em junho, o BC esperava um alta do PIB de 2,7%. A nova previsão aparece no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado nesta sexta-feira, 20. No relatório de março, o BC esperava alta de 3,1% do PIB.

A estimativa do BC é menor do que a do Ministério da Fazenda, que projetou, no relatório de despesas e receitas do Orçamento de 2013 um crescimento de 2,5% do PIB. No primeiro ano do seu governo, a presidente conseguiu um crescimento de 2,7% e, no segundo, de apenas 0,9%. Para a presidente Dilma Rousseff, o crescimento do PIB deste ano deve ficar "entre 2% e 2% e pouco". A pesquisa Focus, que coleta previsões dos analistas do mercado financeiro, projeta um crescimento de 2,30% neste ano e de 2,01% em 2014.

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Inflação

O governo Dilma Rousseff vai entregar ao final de 2013 uma inflação sem melhora em relação ao ano passado, prevê o Banco Central. A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se manteve em 5,8% para final de 2013, no cenário de referência, revela o RTI. Em 2012, o IPCA fechou em 5,84% e em 6,50% em 2011.

Ao longo de 2013, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeram em várias ocasiões uma inflação menor em 2013 do que em 2012. A queda da inflação este ano também foi uma promessa da presidente Dilma.

A estimativa do IPCA ao final deste ano está ainda muito distante do centro da meta de inflação estabelecida pelo próprio governo, de 4,5%. Pelas novas projeções do BC, o IPCA no último ano do governo da presidente Dilma permanecerá ainda em patamares elevados, devendo ficar em 5,6%, ligeiramente abaixo da estimativa anterior, de 5,7%. Para o IPCA acumulado em 12 meses no primeiro ano do próximo governo, em 2015, o BC projeta uma inflação de 5,4%.

2014

A inflação vai desacelerar no início do primeiro trimestre de 2014. A projeção de inflação (IPCA) para o primeiro trimestre do próximo ano caiu para 5,5% no cenário de referência. A previsão anterior era de 5,8%. Pelas projeções do BC, a inflação parte de 5,8% no quarto trimestre de 2013 e recua para 5,5% no primeiro e segundo trimestres de 2014. Segundo o BC, a inflação desloca-se para 5,7% no terceiro e para 5,6% ao final do ano que vem.

Para o primeiro trimestre de 2015, a projeção se encontra em 5,7% e depois recua para 5,4% ao final do primeiro ano do próximo governo. Nesse cenário, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2014 passou de 31% para 28%. Para 2015, essa probabilidade é de 30%.

A presidente Dilma Rousseff chamou seus adversários de "mercadores do pessimismo" e fez duras críticas à oposição ao falar sobre economia, na convenção deste sábado do PMDB. Dilma afirmou que "crises menores" que a atual levaram, no passado, o Brasil às portas do Fundo Monetário Internacional (FMI), necessitando de recursos. Para ela, as medidas adotadas pelo governo, nos últimos dois anos, vão garantir crescimento econômico.

"Mais uma vez, meus queridos amigos, os mercadores do pessimismo vão perder, como perderam quando previram o racionamento de energia. Mais uma vez, os que apostam todas as fichas no fracasso do País vão se equivocar", atacou a presidente.

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A convenção do PMDB ocorreu um dia após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o pífio resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado. Em 2012, o PIB avançou apenas 0,9%. Nos primeiros dois anos do governo Dilma, a média de crescimento da economia só foi superior ao início do governo Fernando Collor (1990-92).

"Torcer contra é o único recurso daqueles que não sabem agir a favor do Brasil", afirmou Dilma. "É normal que tenhamos enfrentado interesses divergentes que estavam acostumados ao passado."

Aécio

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável adversário do PT na eleição de 2014, criticou as declarações da presidente. "É curiosa a obsessão que a presidente da República tem pela oposição", ironizou Aécio. "No momento em que o Brasil ainda assimila com enorme preocupação mais um pífio resultado da economia, seria prudente que a presidente descesse do palanque e enfrentasse com competência e coragem os reais desafios do Brasil. Nesse momento, o Brasil precisa muito mais de uma presidente do que de uma candidata", disse o senador tucano, por meio de nota. (Eduardo Bresciani, Rafael Moraes Moura, Débora Bergamasco e João Villaverde)

Os investidores estrangeiros ainda estão pessimistas em relação ao Brasil em meio às recentes medidas anunciadas pelo governo que, embora beneficiem a economia local, prejudicam as empresas, na avaliação de Guilherme da Nóbrega, economista do Itaú BBA. O economista acaba de retornar de uma rodada de conversas com investidores europeus. Nóbrega citou as mudanças nos preços do setor de energia, a preocupação em relação ao setor de infraestrutura com possíveis alterações nos pedágios, que impactam as concessionárias de rodovias, as punições para empresas de telefonia, além da pressão sobre os bancos para ofertarem mais crédito a um juro menor como os fatores que estariam pesando.

"Ninguém vai fazer uma grande aposta no Brasil agora. Há muitas incertezas em relação aos setores-chave da bolsa. Quando o País voltar a crescer e os efeitos das medidas permanecerem, o cenário deve se normalizar", analisou ele, durante workshop para jornalistas, organizado pelo Centro de Estudos em Finanças (GVCef) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), em parceria com a BBDTVM - área de fundos do Banco do Brasil.

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Segundo Nóbrega, o ponto positivo do cenário atual é o esforço do governo em contribuir para a competitividade e produtividade da economia brasileira, com uma agenda mais voltada para as empresas. No entanto, Nóbrega lembrou que protecionismo é ruim. "O Brasil deveria estar mais focado em inflação baixa. É bom mudar, mas protecionismo é ruim. As mudanças ainda estão confusas e acontecendo aos trancos e barrancos", observou o especialista.

Sobre o setor bancário, ele explicou que a agenda do governo com este segmento é "muito melhor do que parece",apesar da pressão para os bancos baixarem juros e os spreads e ofertarem mais crédito. Para 2013, Nóbrega vê uma atuação menor dos bancos públicos com a retomada da economia brasileira. Este ano, segundo ele, a oferta de crédito via bancos públicos, sem o BNDES, está crescendo no patamar de 30% neste ano enquanto via instituições privadas a expansão está em torno de 10%.

"Os bancos públicos estão sendo usados como engrenagem de política econômica. Com a economia crescendo em um ritmo mais forte, os bancos públicos poderão tirar o pé do acelerador", avaliou Nóbrega. De acordo com ele, isso vai ocorrer não por um possível aumento da inadimplência, mas pela atividade mais forte da economia brasileira.

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