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O Carnaval de 2020 terminou deixando lembranças nada agradáveis para alguns músicos pernambucanos. A intervenção policial em alguns shows, que ocorreram em polos oficiais da folia recifense, causou estranhamento em artistas e no público, uma vez que não há registro de ações semelhantes na história recente do Carnaval.  

As bandas Devotos e Janete Saiu para Beber relataram que PMs em serviço durante seus shows tentaram encerrar as apresentações quando músicas de Chico Science foram tocadas no palco, sobretudo Banditismo por uma Questão de Classe. Segundo integrantes da Janete, um dos militares chegou a dizer: "Não pode tocar Chico Science. Chico é som de briga". Já o cantor China quase viu uma invasão policial, no palco da Lagoa do Araçá, para que o show fosse encerrado com a justificativa de que o tempo de apresentação havia se excedido. 

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Agora, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito civil para investigar as denúncias. Segundo o MPPE, o caso pode configurar violação dos direitos humanos à cultura e à liberdade de expressão e artística dos músicos. Fato é que as ocorrências assustaram, não só os artistas, mas também o público, e a palavra censura voltou a figurar nas redes sociais. 

Pernambuco é conhecido por ser um celeiro de bons músicos e bandas com uma produção que sempre teve um pé bem fixado na resistência, com músicas e projetos que questionam a sociedade e os temas que lhe são relevantes. Para ilustrar isso, o LeiaJá preparou uma playlist que traz alguns nomes que usam sua arte para 'botar o dedo nas feridas'. Ouça.

Banditismo por uma questão de classe - Chico Science

A música que teria ocasionado as ‘confusões’ nos palcos recifenses foi gravada em 1994, no disco de estreia de Chico Science & Nação Zumbi, Da Lama ao Caos. A letra da canção aponta abusos policiais, como no verso: “em cada morro uma história diferente que a polícia mata gente inocente”.

Arquitetura de Vertigem - China

Outro artista envolvido nas denúncias também tem músicas que tocam em pontos delicados da sociedade. Em Arquitetura de Vertigem, China fala sobre especulação imobiliária e verticalização das cidades, inspirado pela movimento Ocupe Estelita, movimento criado pela sociedade civil em defesa do Cais José Estelita, localizado no Recife.  O clipe da música, inclusive, foi feito com imagens de participantes do movimento no local. 

Lêju II - Zaca de Chagas

Aqui, o rapper Zaca de Chagas sinaliza como a cor da pele pode ser significativa na hora de uma abordagem policial. A música também mostra a preocupação de uma mãe quando o filho negro vai para a rua: “Antes de sair, minha mãe sempre me dá um beijo/Ainda diz: ‘Meu filho, cuidado com o baculejo’”

Futuro Inseguro - Devotos

A Devotos, ‘nascida e criada’ no Alto José do Pinho, periferia do Recife, costuma imprimir em suas letras a realidade vivenciada nessa região da cidade, que sofre com pobreza e violência. Em Futuro Inseguro, a banda fala sobre a importância de defender as crianças que, muitas vezes, desde cedo, já são expostas a uma vida bem difícil. 

Atiça - Eddie

Em meio a seus ritmos animados e festivos, a Eddie também aponta problemas sociais. Em Atiça, a banda fala sobre como a violência está próxima e como ela choca ao ser denunciada através do desenho de uma criança. 

Bela, recatada e do lar - Lady Laay

As gerações mais jovens de artistas pernambucanos também demonstram a mesma sede de falar sobre assuntos relevantes. A rapper Lady Laay é uma das vozes que está sempre questionando sobre protagonismo feminino, respeito e equidade de gênero. 

Manifesto - Plugins

A Plugins é outro exemplo de banda que sobe ao palco para tocar em assuntos delicados e, muitas vezes necessários. Em Manifesto, o grupo questiona sobre autoridade e fala sobre a necessidade e importância de reagir ante às dificuldades.  

Cerca de Prédio - Karina Buhr

Karina Buhr também reserva momentos para botar o dedo na ferida. Em cerca de Prédio, ela questiona a verticalização da cidade e a mudança de cenário mediante ao crescimento desenfreado do concreto. 

Eletrochoque de gestão - Mundo Livre S.A.

A Mundo Livre S.A., uma das precursoras do movimento Manguebeat, também usa sua arte para apontar e denunciar. O próprio Manifesto Mangue, escrito pelo líder da banda, Fred Zero Quatro, já demonstrava essa característica com afirmações como a de que a cidade do Recife estaria com as artérias da cultura “bloqueadas”, sendo assim, estaria “morrendo” econômica e culturalmente. 

Margot - Parem de nos matar

Outra representante da nova geração, Margot versa e rima como gente grande. Ela também é uma das vozes que engrossa pelo fim da violência contra a mulher e pelo protagonismo feminino. 

 

O próximo sábado vai ser de música e debate na Torre Malakoff. O evento Arte Transforma reúne nomes da cena do rock pernambucano, como as bandas Devotos, Plugins, Saga HC, o Cão e Dani Carmesim. Além dos shows, o público vai poder participar de um debate sobre Protagonismo Musical Feminino e Gordofobia, com Aline Sales, do projeto Bonita de Corpo. As atividades começam às 16h. 

Abrindo a programação do Arte Transforma, o debate sobre protagonismo feminino na música e gordofobia vai contar com os coordenadores do Bonita de Corpo, Aline Sales e Júlio César. Também participam da conversa a musicista Joaninha Xeba e a Dj Bia Preta. Em seguida, o Bonita de Corpo realiza seu primeiro desfile.

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A parte musical do evento fica por conta das bandas Devotos, Plugins, Saga HC e o Cão, além da cantora Dani Carmesim. Para participar, basta levar 2kg de alimentos não perecíveis que serão doados para as ongs Comunidade Assumindo Suas Crianças e Cores do Amanhã.

Serviço

Arte Transforma

Sábado (14) - 16h

Torre Malakoff (Praça do Arsenal - Bairro do Recife)

2kgs de alimentos não-perecíveis

 

Na próxima sexta (10) e sábado (21), 10 bandas autorais de Pernambuco se apresentam na seletiva Let's Play. Dessa seleção sairão dois nomes que vão integrar a programação do festival Rec'n'Play. Entre os classificados, estão nomes como Triinca, Saga HC, Avoada, Plugins e Lady Laay. Os shows acontecem no Apolo 17. 

Ao todo, o Let's Play recebeu 106 inscrições de artistas e bandas, número superior à edição 2018. Desses, foram escolhidos 10 que se apresentam, nesse fim de semana, em duas noites. São eles: Avoada, Cabide, Buffalo Lecter, Lady Laay, Triinca, Saga HC, Matheus de Bezerra e os Astronautas, Plugins, Lucas Sang e Semente de Vulcão. Os objetivos do concurso são dar visibilidade à cena musical local além de contribuir para a renovação da música pernambucana. 

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As duas bandas vencedoras dessa seletiva vão fazer parte da programação musical do Rec'n'Play, que acontece entre os dias dois e cinco de outubro, no bairro do Recife. Elas ficarão responsáveis por abrir os shows no palco principal do evento que em 2019 promove sua terceira edição. 

Programação

Sexta (20)

Semente de Vulcão

Avoada

Lady Laay

Cabide

Plugins

Sábado (21)

Matheus

Lucas Sang

Triinca

Bufallo Lecter

Saga HC

Serviço

Let's Play

Sexta (20) e sábado (21) - 20h

Apolo 17 (Bairro do Recife)

Gratuito

 

Muitos sites, sejam blogs ou veículos de notícias, têm em suas plataformas um plugin que permite “curtir” diretamente a postagem com uma conta do Facebook. Na briga por manter os dados de usuários e instituições protegidas a Suprema Corte da União Europeia decidiu, na última segunda-feira (29), que as empresas que usarem estes plugins ligados à rede social, serão corresponsáveis pela transferência dos dados dos visitantes.

Isso quer dizer que, em breve, quem transmitir dados sobre cidadãos europeus de volta ao Facebook ou outras redes sociais, utilizando plugins de curtida ou outros, deverão - primeiro - ter a permissão do usuário para isso. A permissão para compartilhamento deve ser explícita, de acordo com o estabelecido pelo GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa, na tradução livre).

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A medida aparece para fortalecer as leis de privacidade do continente, que entraram em vigor no ano passado. A corte europeia estava analisando o caso da varejista alemã Fashion ID, que tinha o plugin do botão "curtir" instalado em seu website.  Dessa forma, os dados dos visitantes eram transferidos para o Facebook sem o conhecimento ou a permissão deles, inclusive sem que os usuários tivessem clicado no botão ou ainda, não fizessem parte da rede social.

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O próximo domingo (30) marca a última edição do ano do projeto Jardim Sonante. Realizado na Torre Malakoff, o evento tem como objetivo abrir espaço para bandas e artistas autorais da cena independente. Os shows começam às 15h.

Produzido por Cannibal, das bandas Devotos e Café Preto; e Fabrício Nunes, da Plugins, o Jardim Sonante foi palco, durante todo o ano de 2018, para artistas iniciantes, com trabalho autoral, e que fazem parte do circuito independente da música pernambucana. Para a última edição, no próximo domingo (30), foram escalados Albino baru, Thamyres Leite, Colt Brothers e Scream. Quem abre a festa é o Sound System, comandado pelo DJ leon Selector.

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Bandas interessadas em se apresentar no Jardim Sonante podem encaminhar seu material, com release, duas fotos e duas músicas, para o e-mail jardimsonante1@gmail.com.

Serviço

Jardim Sonante

Domingo (30) | 15h

Torre Malakoff (Praça do Arsenal, s/n - Bairro do Recife)

Levar 1 kg de alimento não perecível

Se pudessem falar, as ruas de bairros como Jardim São Paulo, Totó e Tejipió, na Zona Oeste do Recife, contariam muitas histórias sobre o intenso movimento musical que levou jovens de todas as partes da cidade para lá e, também, fez surgir muitas novas bandas. Como não falam, quem conta sobre o período, os idos do início dos anos 2000, são os músicos Zaca de Chagas e os integrantes da Plugins, ‘crias’ daquela região e também portadores das muitas 'Vozes da Periferia', que você conhece nesta série especial de reportagens do LeiaJá.

Era na casa de Sérgio Sombra, guitarrista da Plugins, que a ‘galera’ se encontrava para curtir os sons que vinham de fora. Lá funcionava um bar onde tocava Ratos de Porão, DFC, Mukeka de Rato, Sheik Tosado e Pavilhão Nove, entre outras bandas. Depois, os eventos começaram a pipocar - o primeiro foi promovido por Dona Silvana, mãe de Sombra: Festival Raízes, Caverna do Sombra, Galpão do Rock, Jardim Sonoro. “Na época não tinha internet pra registrar. Mas era uma efervescência muito grande aqui na Zona Oeste, os últimos bairros do Recife”, relembra Sombra.

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Zaca tinha apenas 11 anos então, e foi estimulado pelos mais velhos a entrar na cena musical do bairro: “Era muito intenso o lance do rock'n roll, igual ao Alto Zé do Pinho. Eu acho massa isso, eu muito novo no meio da galera, conhecendo muita coisa. Tenho muitos amigos aqui que eram de banda”, relembra o rapper.

O movimento que reunia centenas de jovens foi essencial para o desenvolvimento artístico dos músicos, como diz Fabrício Felipe, vocalista da Plugins: “No começo foi mais uma questão de saber o caminho a seguir, na quebrada existem várias vertentes musicais, aqui a gente escuta todo dia o brega, o pagode, os MCs que moram aqui por perto, existe essa linguagem gigantesca, e vai de você escolher o seu direcionamento”.

Hoje em dia, a cena underground já não tem tamanha força na Zona Oeste:  “Hoje, a maioria (dos jovens) curte o brega, ficam na internet, cada um com seu som”, diz Sombra. Fabrício complementa o amigo citando o movimento de outra periferia, o Alto José do Pinho: “O Alto iniciou uma coisa da comunidade e ele permanece forte na comunidade. Aqui, a gente lutou até onde pôde para que as coisas continuassem. Hoje em dia a gente não tem mais o pico pra se encontrar como antes”.

‘Totólândia’

Todos concordam com a predominância da cultura do brega dentro da comunidade e fora dela, tendo se tornado, também, o estilo comercial da ‘quebrada’. Eles apontam que o modo de trabalhar dos artistas desta cena é diferente do deles, que atuam de forma independente: “Eles têm pessoas por trás, tem empresários que facilitam as coisas. Tem gente ‘da gente’ que não aceita essa parada. Isso também favorece muito para que a galera esteja na mídia, ter alguém de apoio por trás fazendo e indicando, fazendo a assessoria”, diz Zaca.

As temáticas abordadas nas letras e a forma de se apresentar também são diferenciais significativos, como aponta Fabrício: “Se você for num brega aqui a casa tá lotada, mas pra um show de rock e rap, com protesto como a gente faz, você colocar gente pagando dez conto, é complicado”. Sombra complementa: “O MC do brega saiu quebrando várias vertentes, do brega mesmo, aquele brega de banda, o clássico. Uma banda de brega é muito difícil gerar hoje. Levar um MC pra São Paulo é mais fácil que levar uma banda”.

Eles acreditam que parte do apelo desses artistas vem do pouco investimento que demandam em função de um retorno financeiro rápido que podem trazer. "Lógica de capitalismo”.

Resistência e referência

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“Existe muito esse foco de que a periferia é brega, a galera generaliza a quebrada. Quem quer entrar no brega, vai seguir nele, não tenho nada contra”, diz Fabrício sobre a predominância que o estilo tomou auxiliado pela grande mídia. Mas os tempos áureos de eventos e movimentos underground da Zona Oeste não deixaram só lembranças, eles continuam motivando artistas como Zaca de Chagas e a Plugins a se manterem na ativa, cantando suas periferias e servindo de influência para as novas gerações, como garante Fabrício: “Acontece até hoje porque a gente é resistência, a gente é chato e o cabelo ainda ajuda. Tem que gostar do que faz”.

 Um dos maiores festivais de música independente do Brasil, o Abril Pro Rock celebra, em 2018, 25 anos de existência. O evento, que será nesta sexta (27) e sábado (28) no Baile Perfumado, localizado na Zona Oeste do Recife, conta com atrações regionais, nacionais e internacionais.

Nos dois dias de evento, passarão pelo palco do festival nomes como Supersuckers (EUA), Moonspell (POR), 70mg (PE), Asomvel (ING), Plugins (PE), Richie Ramone (EUA), Decomposed God (PE)  e Immolation (EUA).

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Para esquentar, o LeiaJá apresenta alguns artistas e bandas que passarão pela 26ª edição do Abril Pro Rock. Confira a lista:

Supersuckers - Born With a Tail

A banda norte-americana sobe ao palco do Abril Pro Rock no sábado (28). O grupo, formado em 1988, mistura Rock, Punk e acordes Country.

Plugins - Manifesto

O grupo recifense, composto por Fabrício Felipe, Sombra, Daniel e Topeira, mistura elementos do Hip Hop e Hard Core. O primeiro disco, Resistência, foi lançado em 2009. A banda se apresenta no primeiro dia do evento.

Richie Ramone - Entitled

 O músico norte-americano foi baterista da banda Ramones, após a saída de Marky Ramone, e assumiu o posto até 1987. Em 2012, veio ao Brasil para divulgar o primeiro álbum 'Entitled'.

Immolation - A Glorious Epoch Scion A/V

 A banda de Death Metal, dos Estados Unidos, foi criada em 1986, sob o nome Rigor Mortis. Com uma discografia composta por dez álbuns, o grupo integra a programação do segundo dia do festival, que é dedicado ao metal.

70mg - Eu vejo medo na sua cabeça

A banda caruaruense tem influências do rock psicodélico dos anos 60 e 70, da mpb e da música nordestina. 70mg faz show no dia 27 de abril.

Decomposed god - Ecce Hommo

  Representando o Death Metal nordestino, a pernambucana Decomposed god foi fundada em 1991, mas o primeiro álbum, The Last Prayer, só foi lançado em 2000. O grupo se apresenta no segundo do dia do festival.

Moonspell - In Tremor Dei

 Representante do Heavy Metal português tem formação em 1992 e dez discos gravados. Em 2017, lançaram o álbum mais recente, batizado de 1755. O grupo sobe ao palco do Abril Pro Rock no segundo dia do evento.

Os ingressos, à venda nas lojas Passa Disco e pela internet, custam entre R$ 60 (meia) e R$ 120 (inteira).

O Cabo de Santo Agosto vai comemorar o seu Dia Municipal do Rock, no próximo 27 de março, com uma grande representante nacional do gênero, a banda Raimundos. O show será na Praça 9 de Julho, na PE-60, às 19h.

A data foi criada em 2017, pela Prefeitura do Cabo, com o objetivo de fortalecer, apoiar e incentivar produções artísticas locais. A escolha do dia é uma homenagem ao nascimento do cantor Renato Russo, que foi líder da emblemática banda Legião Urbana, de Brasília. Além dos Raimundos, a festa contará com bandas locais, como a Vapor Maligno. Além disso, sobem ao palco Na Reserva, Conto de Fraldas, Vurmos, Plugins e Aldercran França.

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Serviço

DIa Municipal do Rock no Cabo

27 de março | 19h

Praça 9 de julho

Gratuito

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"Punkrock, hardcore, sabe onde é que faz? Lá no Alto Zé do Pinho!". Os versos são da Devotos, banda pernambucana que se diferencia não só pelo peso de seu som, mas por ter conquistado uma carreira sólida - de 28 anos - com a mesma formação de origem e sem sair de sua comunidade, cantada na música que abre esta matéria e em tantas outras de seu repertório. A Devotos mostra a força do seu som em um show, nesta sexta (15), no Estelita. A Plugins também sobe ao palco para completar a noite. 

Apesar de ter sido incluída no rol de bandas 'mangue' de Pernambuco, a Devotos surgiu bem antes do Manguebeat, quando em 1988, Cannibal (vocalista e baixista), Celo (baterista) e Neílton (guitarrista), se juntaram no Alto José do Pinho - comunidade periférica do Recife onde moravam e moram ainda, ou mantém suas raízes - pela vontade de se comunicar através da música. "O Devotos foi uma banda feita para falar sobre seu cotidiano e até hoje é assim. A gente não faz por obrigação", diz o vocalista Cannibal. Influenciados pelo movimento punk de São Paulo, eles fundaram um grupo musical que, anos mais tarde, viria a ser referência na cena underground pernambucana e, sobretudo, na sua própria comunidade.

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Oriundos de um lugar inundado de cultura popular - o Alto é casa de agremiações de maracatu de baque virado, caboclinho e afoxés, entre outros - os caras souberam se colocar neste meio e extrair dele elementos que somaram na sua música e imagem. Para o jornalista Wilfred Gadêlha, especialista nas cenas do metal e punk pernambucanos, este é um dos trunfos da Devotos: "Eles conseguiram uma interação com outras cenas que não só a do punk, souberam interagir muito inteligentemente com o Mangue e foi aí que eles cresceram, conseguindo agregar mais público por conta desse ecletismo".

Outro diferencial da banda é não ter deixado seu Estado de origem para tentar a carreira nos grandes eixos, como é comum de se ver no meio musical local. A Devotos preferiu ficar em casa e fazer disso uma verdadeira bandeira. Eles construíram um caminho de parceria com sua comunidade e o trabalho social fluiu naturalmente. A Rádio comunitária Alto Falante - idealizada por eles e outros músicos da localidade - deu voz à comunidade e às bandas que não param de nascer na periferia. Este movimento mudou a imagem do Alto e acabou por levar pessoas de diferentes lugares e classes até lá. "O devotos consegue provar q você consegue ser da periferia e nao ser taxado de marginal, pra molecada que cresce lá isso é essencial. Eles são um exemplo para a comunidade", afirma Wilfred.

Se não abandonaram as raízes, os Devotos por outro lado expandiram seu horizonte, e o de diversas bandas que se espelharam neles nestas quase três décadas de um som rápido, pesado e contundente. Já foram várias as turnês pelo Brasil e por diversos outros países, onde a banda tem público cativo.


Novo disco

Após um hiato de quatro anos sem lançar discos, a Devotos se prepara para a chegada de um novo trabalho com previsão de lançamento para setembro de 2016. Ainda em estúdio, o CD está sendo composto à medida que as gravações avançam: "É um disco meio caldo de cana", brinca o baterista Celo. O álbum é de inéditas e será lançado nos formatos de CD e vinil, no Brasil e na Europa. No show desta sexta(15), a banda antecipa o que vem por aí e manda duas músicas do novo disco para saciar a curiosidade dos fãs. Assista ao vídeo da entrevista com trio que forma a Devotos. 

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Confira este e outros eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Devotos

Sexta (15) | 22h

Estelita  (Av. Saturnino de Brito, 385 - Cabanga)

R$ 15

A cidade de Tracunhaém recebe, pelo 16º ano, o Tipoia Festival, que promove o encontro de artistas e admiradores da cultura local, seja ela de aspecto popular ou da cena independente. Até o próximo domingo (29), várias atividades de grupos e coletivos pernambucanos aportam na Zona da Mata Norte promovendo atrações de música, audiovisual, artesanato e literatura. 

Nesta edição, o festival homenageia o mestre Manoel do Boi, criador do primeiro maracatu da zona urbana de Tracunhaém. O Tipóia conta, também, com Mostra de Música Alternativa e Mostra de Música Regional, além do 5º Encontro de Bateristas daZona da Mata pernambucana, encontro de Ogans, exposição de fotografias, batalha de Hip Hop, exposição de pinturas, desfiles de bloco carnavalescos e os tradicionais shows musicais. 

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O Centro de Tracunhaém receberá atrações como Tiger, Afoxé Alafin Oyo, Matalanamão, Plugins, N'zambi, Gustavo Pontual, SId Sacrifício e Fé e a ex- The Voice, Bella Schneider, entre outros. Os shows começam nesta sexta (27) e seguem até o próximo domingo (29). A programação completa do Tipoia pode ser vista na página do festival.  

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

16º Tipóia Festival 

Até domingo (29)

Centro de Tracunhaém

Gratuito

Um festival que agrega amantes do rock e outras expressões artísticas, realizado de forma independente, na Mata Norte de Pernambuco, há 15 anos. Este é o Tipoia Festival, que desde 1999 leva para Tracunhaém, distante 60 km do Recife, uma programação repleta de shows, atividades culturais e de formação cidadã. Este ano, o evento acontece entre os dias 17 e 23 de novembro.

Além das três noites de show do festival (21, 22 e 23 de novembro), que nesta edição recebe Tiger, Plugins, Banda Caetano, Tronco da Jurema e Usinaria, entre outros - destacam-se o 1º Encontro de Ogans, 4º Encontro de Bateristas e as oficinas de bateria e eprcussão, oficina de desenho Caçadores de Rascunho, Oficina CartoneraOficina de Elaboração de Projeto Culturais, Oficina de B.boys, oficina de meio ambiente, palestras, workshops e uma caminhada em favor da volta do trem para a Mata Norte.

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O Tipoia Festival é gratuito mas para participar das oficinas deve-se fazer inscrição através do site oficial do evento, até esta sexta (14), pelo email tipoiafestival15anos@gmail.com. O homenageado deste ano é o ceramista Tiago Amorim, considerado um dos grandes ceramistas do estado.

Confira a programação de shows

Sexta (21)

Orquestra Carrapateira - Ferreiros - 20h

Rubro e Turvos - 20h40

DaNorte - 21h20

Tiger - 22h

Lambaero Punk - 22h40

AMP - 23h20

Coco Canavial - 0h20

CTRLBEAT - 0h40

Sábado (22)

Usinaria - 20H

Banda Caetano - 20h40

Plugins - 21h20

Tito Lívio - 22h

Coco de Derval - 22h40

Sid3 Sacrifício e Fé - 23h20

Caravana do Reggae - 0h20

Domingo (23)

Rosembac - 20h

Terreirada - 20h40

Adelmo Arcovrde e a Vile do Cordel - 21h20

Tronco da Jurema - 22h

Banda Alegria da Noite com Zé Borba - 22h40

Serviço

15ª Edição do Tipoia Festival

De 17 a 23 de novembro de 2014

Centro (Tracunhaém - Mata Norte de Pernambuco)

Gratuito

O Troféu Sonar PE anuncia os vencedores da 3ª edição do projeto, no próximo sábado (19). Em 2012, a premiação conta com oito categorias, incluindo melhor canção autoral e melhor disco/ep/vinil/cd. Os vencedores são escolhidos pelo público e pela curadoria formada por dez pessoas entre jornalistas, produtores e outras também ligadas ao mercado musical. Entre as bandas que aparecem como favoritas estão a olindense Eddie, na categoria de melhor disco, Feiticeiro Julião e Plugins, em melhor categoria audiovisual, Fiddy, melhor projeto gráfico e Mamelungos em melhor letra e canção autoral.

O Troféu Sonar PE acontece desde 2010 e escolhe, todos os anos, um homenageado para o evento. Na edição deste ano o evento homenageia o compositor, jornalista, escritor e músico Marco Polo, ex-vocalista da banda pernambucana Ave Sangria. As categorias do prêmio em 2012 são: melhor letra, melhor canção autoral, melhor áudio visual, melhor apresentação ao vivo, melhor disco, melhor projeto gráfico, melhor instrumentista e melhor destaque coletivo.

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Serviço
Troféu Sonar PE 2012
Sábado (19), às 17h
Livraria Cultura (Paço Alfândega, Recife Antigo)
Informações: (81) 2102-4033

A banda de rock Plugins é a atração desta terça-feira (15), no projeto Terça Autoral do UK Pub. Além do rock, o grupo recifense tem como influências o hard core e o hip hop. A programação conta também com a música eletrônica do DJ Salvador, residente da boate, que fica na zona sul do Recife.

A Plugins tem mais de cinco anos de carreira e gravou, em 2009, o álbum Resistência, que contou com as participações de Cannibal (Devotos), Tiger (ex-Faces do Subúrbio) e Daniel Batuk (Alfolia). Fabrício assume o vocal, acompanhado pelo guitarrista Sombra, por Dindo na bateria e pelo baixista Topera. A banda já participou de eventos como o Arraial da Tomazina e o Rock Potiguar em Natal, no Rio Grande do Norte.

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Serviço
Terça Autoral do UK Pub, com Plugins + DJ Salvador
UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165 Boa Viagem)
R$ 12 (mulheres entram de graça até às 22h)
Informações: 81 3465-1088

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