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Em uma década, os sindicatos brasileiros perderam 5,275 milhões de trabalhadores filiados. Nos últimos três anos, embora o mercado de trabalho tenha recuperado as vagas fechadas durante a pandemia, 1,325 milhão de trabalhadores deixaram de ser sindicalizados em todo o País.

Em 2022, 9,134 milhões de trabalhadores eram associados a sindicato, apesar de a população ocupada ter subido a um recorde de 99,6 milhões. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Características adicionais do mercado de trabalho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O resultado mostra que, embora tenha havido uma alta de 4,9% no total de pessoas trabalhando no Brasil em 2022 em relação a 2019, no pré-pandemia, foi registrado um tombo de 12,7% no contingente de sindicalizados no mesmo período. Em uma década, o total de trabalhadores sindicalizados encolheu 36,6%, enquanto o número de ocupados cresceu 11%.

A reforma trabalhista de 2017, que acabou com obrigatoriedade da contribuição sindical, é um dos fatores que explicam esse enxugamento no número de sindicalizados a cada ano, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

"A reforma trabalhista, além da queda do imposto sindical, trouxe a flexibilização de contratos dos trabalhadores. Então, por ser mais flexível, dando um caráter maior de vínculos independentes e isolados, contribui para uma menor participação coletiva dos trabalhadores", disse Adriana.

Ela lembra que as convenções e negociações coletivas vinculavam e agregavam os trabalhadores em torno do sindicato. Com o crescimento dessas modalidades e arranjos mais flexíveis de contrato de trabalho, houve enfraquecimento desse tipo de mobilização em grupo pelas pautas de interesse da categoria.

"São fatores que contribuem para essa perda da sindicalização entre os trabalhadores", afirmou. "A gente sabe que com a reforma, por exemplo, nos últimos anos, você tem intensificação desses contratos unitários, unipessoais, como PJ (pessoa jurídica), trabalhadores intermitentes, o próprio avanço de modalidades como o MEI (microempreendedor individual). Então, as pessoas estão se organizando em torno do trabalho cada vez mais individualmente, e não coletivamente. Quanto maior é essa inserção individual, e não coletiva, isso tudo acaba contribuindo para a perda de adesão ao sindicato."

Em queda

A sindicalização somava 9,2% dos ocupados em 2022, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012, quando 16,1% dos ocupados eram sindicalizados. Todas as regiões tiveram redução na taxa de sindicalização na última década. A maior queda em relação a 2012 ocorreu no Sul (9,2 pontos porcentuais). Em 2022, as regiões Norte (7,7%) e Centro-Oeste (7,6%) apresentaram as proporções mais baixas de trabalhadores sindicalizados, enquanto as mais elevadas foram as das regiões Sul (13,1%) e Nordeste (10,8%). No Sudeste, 8,3% dos ocupados eram filiados a sindicatos.

A maior taxa de sindicalização em 2022 foi a dos trabalhadores do setor público (19,9%), seguida por operários do setor privado com carteira assinada (11%). No entanto, as duas categorias estão entre as que mais tiveram perdas na proporção de sindicalizados em uma década (-8,1 pontos porcentuais e -9,9 pontos porcentuais, respectivamente).

A coordenadora do IBGE avalia que o crescimento na adoção de contratos temporários na administração pública, em substituição a outros vínculos formais perenes, explica essa queda na sindicalização entre esses trabalhadores.

Fôlego

Os sindicatos, porém, ganharam um alívio financeiro nesta semana. Na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legal a contribuição assistencial para custear o funcionamento das entidades. O caso trata da possibilidade de cobrança nos casos de trabalhadores não filiados aos sindicatos e de forma obrigatória por meio de acordo e convenção coletiva de trabalho - o que, na prática, acaba transformando a contribuição num novo "imposto sindical".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As mulheres dedicam aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas quase o dobro do tempo gasto pelos homens. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua 2022, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que as mulheres passam, em média, 21,3 horas semanais nessas atividades, enquanto os homens utilizam 11,7 horas.  

A Pnad avaliou a participação de pessoas com 14 anos ou mais de idade em atividades como cuidar da casa, da roupa, fazer comida e compras, por exemplo. Além disso, os agentes do IBGE coletaram informações sobre o cuidado dispensado a crianças, idosos, enfermos e pessoas com deficiência. 

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O levantamento apontou que as 9,6 horas que as mulheres trabalham a mais que os homens representam uma diminuição em relação à pesquisa de 2019, quando a diferença era de 10,6 horas. Por causa da pandemia da covid-19, essa pesquisa não foi feita nos anos 2020 e 2021. 

Em 2022, 148,1 milhões de pessoas se dedicaram a cuidados da casa ou de pessoas. Isso representa 85,4% da população de 14 anos ou mais de idade. A Pnad detalha que enquanto 91,3% das mulheres realizaram alguma atividade relacionada a afazeres domésticos, esse percentual foi de 79,2% entre os homens.  

Entre 2019 e 2022, a proporção de mulheres que exerceram essas atividades caiu 1,1 ponto percentual. “Mas não dá para afirmar que a divisão de tarefas ficou mais equilibrada porque, entre os homens, a taxa ficou estável, passando de 79% para 79,2% no período”, diz a analista da pesquisa, Alessandra Brito. 

Um detalhe identificado é que o homem gasta mais horas (14,3 horas semanais) em cuidados da casa quando ele mora sozinho. Já entre as mulheres, é o inverso. Elas precisam dedicar mais tempo nos afazeres domésticos quando dividem o lar (até 24,1 horas semanais). “Seja por ter uma criança ali para ser cuidada ou por ter mais tarefas domésticas, por ter mais moradores no domicílio”, diz a analista do IBGE. 

Mulheres pretas

Ao detalhar a proporção do trabalho doméstico entre as mulheres, a pesquisa verificou que as pretas têm o maior índice de realização das tarefas (92,7%), superando as pardas (91,9%) e brancas (90,5%).  

O levantamento do IBGE aponta também que quanto maior a escolaridade dos homens, maior a proporção dos que cuidam da casa ou de pessoas. Enquanto o índice entre os sem instrução ou ensino fundamental incompleto é de 74,4%, o dos que têm o ensino superior completo é de 86,2%. 

A pesquisa apresenta diferenças na divisão do trabalho doméstico de acordo com a região do país. Entre as mulheres nordestinas, 89,7% fazem atividades em casa, contra 71,6% entre os homens. Essa diferença de 18,1 pontos percentuais (p.p.) é a maior do país. A menor diferença é no Sul (9,3 p.p.). 

Cuidado de pessoas

Houve uma diminuição no número de pessoas que dedicaram algum cuidado para moradores da casa ou parentes. No ano passado foram 50,8 milhões de pessoas. Isso representa 5,3 milhões a menos que em 2019.  

“Essa redução pode estar relacionada à diminuição da necessidade do cuidado com crianças, devido à menor fecundidade na pandemia. Ou pode estar ligada ao aumento da ocupação no mercado de trabalho em 2022, reduzindo a disponibilidade das pessoas para o cuidado”, analisa Alessandra Brito.  

Mais uma vez, a taxa de realização desses cuidados se diferencia conforme o sexo: 34,9% das mulheres e 23,3% dos homens. 

Trabalho voluntário

O IBGE também se debruçou em cima de informações sobre realização de trabalho voluntário. Em 2022, 7,3 milhões de pessoas (4,2%) exerceram algum voluntariado. Um aumento de 603 mil pessoas em relação a 2019. A taxa de realização é maior entre as mulheres, 4,9% contra 3,5% dos homens.

Com o aumento da escolaridade, aumenta a proporção de realização do trabalho voluntário. Entre os sem instrução ou ensino fundamental incompleto, a taxa é de 2,7%. Entre os com superior completo é 6,9%.

Outro fator que leva ao aumento do voluntariado é a idade. Entre as pessoas de 14 a 24 anos, a taxa é de 2,5%. Entre os que têm 50 anos ou mais, 4,8%. 

Apesar do aumento no número de pessoas que fizeram trabalho voluntário, a média de 6,6 horas semanais ficou estável em relação à pesquisa de 2019.  

A frequência do trabalho voluntário se alterou. A maior parte das pessoas (42,3%) faz essas atividades quatro ou mais vezes por mês. Eram 46% em 2019. Já os que fazem eventualmente ou pelo menos uma vez por mês eram 39,4% em 2022, contra 37,5% em 2019. 

Dos 49 milhões de brasileiros na faixa dos 15 aos 29 anos em todo o País, 20% não estudam nem trabalham - porcentual um pouco menor do que o de 2019, que era 22,4%, mas, ainda assim, considerado muito alto. Essa é a chamada geração nem-nem: nem estuda nem trabalha. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) - Educação, 2022, divulgada na terça-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda nesta faixa etária (15 aos 29 anos), 15,7% dos jovens estavam ocupados e estudando, 25,2% estudavam, mas não trabalhavam e 39,1% estavam ocupados e não estudavam.

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Quando questionados sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado a escola, esses jovens apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário (40,2%), ainda que nem sempre consigam emprego. A gravidez (22,4%) e a necessidade de realizar tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas (10,3%) foram razões que também apareceram com frequência entre as mulheres.

A PNAD - Educação também traz informações atualizadas sobre os níveis de educação no País em todas as faixas etárias a partir dos cinco anos de idade. A despeito de a situação na área ainda estar longe de ser a ideal, os números mostram que, de forma geral, ela vem melhorando ano a ano.

No Brasil, em 2022, havia 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,6% - redução de 0,5 ponto porcentual ante 2019, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 490 mil analfabetos em 2022. O analfabetismo está diretamente associado à idade no País. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos.

ANALFABETISMO

Em 2022, eram 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 16% para esse grupo etário. Ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo: para 9,8% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,8% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,6% entre a população de 15 anos ou mais.

Esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças.

Pela primeira vez, mais da metade da população de 25 anos ou mais (53,2%) tem ensino médio completo. O levantamento destaca também o aumento da taxa de quem tem o ensino superior completo, que foi de 17,5% em 2019 para 19,2% em 2022.

"Esse número é importante porque revela gradativo aumento da escolaridade da população brasileira, como parte da explicação da queda do analfabetismo. Porém, vale ressalvar que, a despeito desse crescimento de ter ao menos o básico obrigatório, a média de anos de estudo no País é de 9,9 anos, ainda abaixo de 12 anos (nove anos de ensino fundamental e três de médio)", diz a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. "Ou seja, temos avanço importante no ensino básico, mas ainda parcela importante da população que não conseguiu terminar o básico."

ESCOLARIZAÇÃO

A taxa de escolarização de pessoas de 6 a 14 anos em 2022 alcançou 99,4% - o equivalente a 26,2 milhões de estudantes - patamar elevado que vem se mantendo alto desde 2016, muito próximo da meta de universalização do ensino do Programa Nacional de Educação. A taxa de escolarização entre os jovens de 14 a 17 anos aumentou 2,2 pontos porcentuais de 2019 a 2022, alcançando 92,2%.

As pessoas de 18 a 24 anos são aquelas que, idealmente, estariam frequentando o ensino superior se tiverem completado a educação básica na idade adequada, segundo o IBGE. No entanto, essa nem sempre é a realidade brasileira. O estudo mostra que, nesta faixa etária, 30,4% estavam sendo escolarizadas em 2022 (número parecido ao registrado em 2019).

Deste total, porém, só 20,8% frequentavam cursos de educação superior. Os outros 10,3% estavam atrasados, cursando

Cerca de 578 mil pernambucanos procuraram por emprego entre abril e junho deste ano, de acordo com a nova PNAD Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (12). A taxa de desemprego no estado caiu, em relação ao primeiro trimestre, mas Pernambuco ainda tem o segundo maior índice do país, com 13,6%. 

No primeiro trimestre do ano (janeiro-março), o índice de desocupação foi de 17%. O novo número representa uma queda de 3,4 pontos percentuais. Em relação à média nacional, que é de 9,3%, o estado tem 4,3 pontos a mais. Esta também foi a menor taxa de desocupação desde o início da pandemia, acompanhando a tendência nacional. A pesquisa considera a população com 14 anos ou mais. 

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Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em Pernambuco subiu de três milhões e 531 mil pessoas no primeiro trimestre deste ano para três milhões e 686 mil trabalhadores no segundo trimestre, o que equivale a um aumento de 4,4%, ou 155 mil pessoas a mais. Com relação ao mesmo período de 2021, o avanço na população ocupada, seja formalmente ou informalmente, foi de 13,1%.  

Por posição na ocupação, houve um aumento de 4,2% entre a população empregada no acumulado de abril, maio e junho, e um avanço ainda maior, de 7%, entre a população que trabalha por conta própria. No total, 32,2% dos pernambucanos ocupados, ou seja, quase um terço deles, trabalha por conta própria, seja de maneira formalizada ou não. Por outro lado, houve uma queda de 17,4% nos trabalhadores familiares auxiliares, que trabalham sem remuneração ajudando na atividade econômica de membro do domicílio ou parente. 

Trabalho informal 

A taxa de informalidade em Pernambuco aumentou apenas 0,1% no 2º trimestre de 2022 em comparação ao trimestre anterior, o que, na prática, deixa o estado em situação de estabilidade neste indicador. No estado, 52,9% dos trabalhadores ocupados são informais, o equivalente a 1 milhão e 949 mil pessoas, número que deixa o estado em sexto lugar no ranking nacional. No Brasil, a taxa de informalidade é de 40% da população ocupada.  

O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos dos pernambucanos no 2º trimestre de 2022 foi de R$ 1.740, valor estável em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o segundo semestre de 2021, houve uma perda de 12,8%, agravada pela inflação do período. 

A pesquisa também mostra que o número de pessoas desalentadas chegou a 268 mil pessoas no 3º trimestre de 2021, 15,8% a menos do que no período anterior. Essa parcela que havia desistido de procurar emprego voltou a fazê-lo. A população desalentada é definida como aquela que está fora da força de trabalho, que não havia realizado busca efetiva por trabalho pelas seguintes razões: não conseguir trabalho, ou não ter experiência, ou ser muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho em sua localidade e que, se tivesse encontrado trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.  

O segundo ano da pandemia foi marcado por um empobrecimento recorde dos brasileiros, após as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela Covid-19 darem um alívio em 2020. Com o enxugamento do Auxílio Emergencial e uma recuperação do mercado de trabalho marcada pela geração de empregos precários, a metade mais pobre da população sobreviveu com apenas R$ 415 mensais por pessoa em 2021, pior resultado histórico, um tombo de 15,1% em relação aos R$ 489 recebidos em 2020, em valores já atualizados pela inflação.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021 - Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Com o rendimento médio de R$ 415 por mês para a metade mais pobre, são 106,35 milhões subsistindo com apenas R$ 13,83 por dia por pessoa. O empobrecimento é histórico mesmo quando se compara com quase dez anos atrás: em 2012, a metade mais pobre da população ganhava R$ 448 por mês por pessoa. O valor de 2021 é 7,4% menor do que o registrado em 2012.

Com a diminuição do Auxílio Emergencial - tanto no valor quanto no número de pessoas beneficiadas -, as perdas foram mais dramáticas nas regiões Norte e Nordeste, onde a transferência de renda desempenha um papel fundamental para a subsistência de grande parte da população na pandemia.

Os 50% mais pobres do Nordeste sobreviviam com R$ 251 mensais, ou R$ 8,37 diários por pessoa da família no ano passado, um recuo de 23% ante 2020. No Norte, a renda média da metade mais vulnerável foi de R$ 281 mensais em 2021, R$ 9,37 diários, 19,9% a menos que no ano anterior.

O quadro é ainda mais drástico entre os mais pobres de todos. Em 2021, o País tinha 10,635 milhões de pessoas sobrevivendo com apenas R$ 39 mensais por pessoa, ou seja, os 5% mais miseráveis da população tinham, em média, somente R$ 1,30 por pessoa por dia, considerando todas as fontes de renda disponíveis. A renda desses miseráveis despencou 33,9% em relação a 2020. Na comparação com 2012, o tombo no poder aquisitivo desses brasileiros foi de 48%.

"Teve menos gente ganhando (o Auxílio Emergencial), e quem ganhava teve menos parcelas, com valor menor", lembrou Alessandra Brito, analista do IBGE. "O auxílio foi um colchão para a renda não cair tanto em 2020. Com a melhora da pandemia e o retorno do mercado de trabalho, as regras do auxílio foram alteradas."

O tombo na renda dos mais pobres em 2021 aumentou a desigualdade, embora todas as faixas tenham registrado perdas. Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 15.940, queda de 6,4% ante 2020. Em relação ao primeiro ano da série, 2012, a perda foi de 6,9%.

"Todo mundo perdeu (renda). Não é só o auxílio, porque não afetou só os mais pobres", apontou a analista do IBGE.

Como o rendimento dos mais pobres caiu em ritmo mais acelerado, o índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração - aumentou de 0,524 em 2020 para 0,544 em 2021. Na passagem de 2020 para 2021, o índice de Gini cresceu em todas as regiões brasileiras, o que mostra um aumento na desigualdade disseminado pelo País.

Considerando a renda auferida por toda a população, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.353 em 2021. Assim como no caso da metade mais pobre da população, é o valor mais baixo já visto na pesquisa iniciada em 2012, 6,9% menor que os R$ 1.454 estimados em 2020. Houve redução em todas as regiões, sendo os valores mais baixos os auferidos no Norte (R$ 871) e Nordeste (R$ 843). A Região Sul registrou o maior rendimento domiciliar per capita médio, R$ 1.656.

A taxa de desemprego no Brasil ficou 11,1% no 1° trimestre de 2022, o que significa estabilidade na comparação com o 4º trimestre de 2021, quando registrou o mesmo percentual. Representa ainda queda de 3,8 pontos percentuais na comparação com o mesmo trimestre de 2021, quando atingiu 14,9%. Os dados estão incluídos no resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação ficou estável em 26 unidades da Federação. De acordo com o IBGE, o único recuo foi no Amapá (3,3 pontos percentuais). Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a queda, contudo, não se deve ao aumento no número de pessoas ocupadas, mas a menor pressão das pessoas sem trabalho buscando ocupação no estado.

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“Houve uma queda de 7,3% no número de pessoas na força de trabalho e um aumento de 10,4% no contingente fora da força”, explicou.

Os estados da Bahia (17,6%), Pernambuco (17%) e Rio de Janeiro (14,9%) apresentaram as maiores taxas de desocupação. Já as menores foram em Santa Catarina (4,5%), no Mato Grosso (5,3%) e no Mato Grosso do Sul (6,5%).

No 1° trimestre, a taxa de desocupação por sexo ficou em 9,1% para os homens e 13,7% para as mulheres. Em cor ou raça, o desemprego entre os brancos alcançou 8,9%, ficando abaixo da média nacional, mas para os pretos (13,3%) e pardos (12,9%) ficou acima.

Por faixas de idade, a taxa também ficou estável no período, se comparado ao trimestre anterior. O IBGE destacou que mesmo entre os jovens de 18 a 24 anos de idade (22,8%), que tradicionalmente têm elevadas taxas de desocupação, não houve crescimento, acompanhando o panorama nacional.

“São jovens ainda em processo de formação, que não têm uma inserção muito efetiva no mercado de trabalho, ocupando, muitas vezes, trabalhos temporários. Eles entram e saem do mercado com mais frequência. Muito em função de, às vezes, terem que compatibilizar estudos com trabalho. Há ainda outros aspectos estruturais, como pouca experiência e qualificação. Por isso, estão rotineiramente pressionando do mercado”, disse a coordenadora.

Escolaridade

A desocupação entre as pessoas com ensino médio incompleto atingiu 18,3%, percentual maior do que os das taxas dos demais níveis de instrução. No grupo de pessoas com nível superior incompleto, a taxa ficou em 11,9%. É mais que o dobro da registrada para o nível superior completo, que chegou a 5,6%.

Rendimento

O rendimento médio real mensal habitual foi calculado em R$ 2.548. O valor representa elevação de 1,5% em relação ao 4º trimestre de 2021, quando atingiu R$ 2.510. É também um recuo de 8,7% ante o 1º trimestre de 2021. Já tinha alcançado R$ 2.789. Ainda em relação ao 4º trimestre de 2021, somente as regiões Norte (R$ 1.985) e Sudeste (R$ 2.875) apresentaram expansão relevante. Já na comparação com o 1º trimestre de 2021, a Região Norte ficou estável e as demais regiões apresentaram queda do rendimento médio.

“Na comparação com o quarto trimestre de 2021, somente as regiões Norte (R$ 1.985) e Sudeste (R$ 2.875) tiveram expansão significativa no rendimento médio. Já entre as unidades da federação, embora tenha havido uma tendência de leve aumento em boa parte delas, o único estado que realmente teve aumento estatisticamente significativo foi São Paulo (R$ 3.107)”, disse Adriana Beringuy.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho, que é o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada, ficou em 23,2% no 1° trimestre de 2022. O maior percentual, 43,9%, foi registrado no Piauí, seguido por Sergipe e Alagoas, os dois com 38,6%. Santa Catarina (8,3%), Mato Grosso (11,3%) e Paraná (14%) apresentaram as menores taxas.

Desalento

Ainda no 1° trimestre de 2022, o número de desalentados somou 4,6 milhões de pessoas. A maior quantidade foi na Bahia com 648 mil desalentados, ou 14,1% do contingente nacional. O percentual de desalentados, na comparação com a população na força de trabalho ou desalentada chegou a 4,1% nos primeiros três meses de 2022. Os maiores percentuais foram no Maranhão (15,8%) e em Alagoas (15,4%), Já Santa Catarina (0,6%), Mato Grosso (1,2%) e Distrito Federal (1,4%) foram os menores.

Carteira assinada

O percentual de empregados com carteira assinada atingiu 74,1% no setor privado, sendo os maiores percentuais em Santa Catarina (88,2%), São Paulo (82,4%), Rio Grande do Sul (81,1%). Maranhão (47,3%), Pará (51,3%) e Piauí (51,4%) registraram os menores.

Conta própria

A parcela da população ocupada do país trabalhando por conta própria ficou em 26,5%. Os maiores percentuais foram do Amapá (35,9%), Amazonas (35,7%) e Pará (34,6%) e os menores, do Distrito Federal (19,4%), Mato Grosso do Sul (22,3%) e São Paulo (23,6%).

Informalidade

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 40,1% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (62,9%), Maranhão (59,7%) e Amazonas (58,1%) e as menores, com Santa Catarina (27,7%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,5%).

Após acumular picos de desemprego durante o ano de 2021, em comparação à média nacional, o estado de Pernambuco fechou o ano passado com o maior índice de desocupação em todo o país, de acordo com a nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa foi de 19,9% para a população em idade de trabalhar. 

Este foi o maior percentual já atingido pelo Estado desde o início do levantamento, em 2012. Em 2020, a taxa de desocupação em Pernambuco havia sido de 17,2%. Por outro lado, o desemprego no Brasil caiu de 13,8% em 2020 para 13,2% no ano passado. Assim, o estado se vê 6,7% acima da média do país. Os estados no pódio da lista de desemprego são todos da região Nordeste: Bahia, Sergipe e Alagoas surgem após Pernambuco, respectivamente. 

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Em números absolutos, a população desocupada, ou seja, que procurou emprego e não encontrou, foi de 831 mil pessoas em 2021, 25,5% a mais do que no ano anterior. O avanço da vacinação contra a Covid-19 e a flexibilização do distanciamento social ocasionado pela pandemia foram alguns dos motivos pelos quais mais pessoas voltaram a procurar trabalho no ano passado após ficarem inativas em 2020. 

A gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, também elenca mais hipóteses para o aumento da taxa de desocupação em 2021.

“Ao longo de 2020, uma parcela significativa da população recebeu o Auxílio Emergencial, que foi reduzido tanto em valores quanto em número de beneficiados no ano passado. Outro fator que pode ter contribuído foi o fechamento de escolas e a evasão escolar de jovens durante a pandemia. Sem acesso a estudo e com dificuldades financeiras, parte deles passou a buscar ocupação para auxiliar nas despesas domésticas”, declarou Estelita.

A pesquisa mostra ainda que a taxa de informalidade – trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – subiu de 48% em 2020 para 51,1% em 2021, o oitavo maior percentual do país, empatado com a Paraíba.

No total, um milhão e 737 mil pernambucanos trabalharam na informalidade em algum momento de 2021. O resultado pode ser explicado pela volta de vários dos trabalhadores informais aos postos que haviam deixado de ocupar em 2020 por conta da pandemia. 

Taxa de desocupação caiu no fim de 2021 

O IBGE também divulgou os resultados da PNAD Contínua para o quarto trimestre de 2021 e a taxa de desocupação recuou para 17,1% da população em idade de trabalhar em Pernambuco. A queda no desemprego foi de 2,2 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando a taxa chegou a 19,3%. Mesmo assim, o estado teve a terceira maior taxa de desocupação do país, atrás apenas do Amapá (17,5%) e da Bahia (17,3%). 

Em números absolutos, 723 mil pernambucanos procuraram emprego entre outubro, novembro e dezembro e não encontraram. Foram 83 mil pessoas desocupadas a menos em relação ao trimestre anterior. O número também é menor em comparação ao quarto trimestre de 2020, quando 775 mil pessoas, ou 19,4% da população em idade de trabalhar, procuraram trabalho, mas não encontraram. 

Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em Pernambuco subiu de três milhões e 374 mil pessoas no 3º trimestre deste ano para três milhões e 494 mil trabalhadores no 4º trimestre, o que equivale a um aumento de 3,6%, ou 120 mil pessoas a mais. 

--> LeiaJá também: O que levou Pernambuco a liderar o índice de desemprego? 

Às vésperas da pandemia do novo coronavírus, quase quatro em cada dez brasileiros tinham alguma dificuldade de acesso à água, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano de 2019, aproximadamente 38% da população do País tinham alguma vulnerabilidade de acesso à água, quase 80 milhões de pessoas, "o que poderia dificultar a higienização das mãos e de objetos", apontou o órgão.

Em todo o Brasil, 22,4% dos habitantes moravam em lares sem abastecimento diário ou sem estrutura de armazenamento de água, enquanto que 11,9% eram abastecidos por outra forma que não a rede geral de distribuição de água.

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Outros 3,4% moravam em domicílios sem ligação à rede geral de água nem ao menos canalização, apontam os dados dos Indicadores Sociais de Moradia no Contexto Pré-Pandemia de Covid-19, baseados em informações coletadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Apenas 62,2% da população brasileira consumiam água oriunda de rede geral de distribuição, com abastecimento diário e estrutura de armazenamento, como caixa d'água, por exemplo. Esse porcentual subia a 81,4% na região Sudeste, mas descia a somente 29,6% no Norte e 41,1% no Nordeste.

"No contexto atual, no qual autoridades de saúde apontam a importância do distanciamento social e da lavagem das mãos com água e sabão para o combate à pandemia, o IBGE considera fundamental disponibilizar informações que auxiliem a superação da crise e a proteção da população frente ao grave quadro de saúde pública global", defendeu Bruno Mandelli Perez, analista do IBGE responsável pelo estudo, em nota oficial.

Em 2019, 2,6% da população moravam em domicílios sem banheiro, ou seja, cerca de 5,4 milhões de brasileiros nessa situação. Na região Norte, 11,0% dos moradores não tinham banheiro em casa para higiene pessoal.

O IBGE também divulgou informações sobre o número de pessoas por domicílio, o chamado adensamento domiciliar, que influencia a possibilidade de isolamento em casa quando há infecção de algum morador por Covid-19.

Em 2019, apenas 27,0% da população viviam em domicílios com três pessoas, enquanto 9,8% dos brasileiros moravam em casas com seis ou mais pessoas. "A proporção de pretos e pardos que viviam nessa situação era quase o dobro da população branca", ressaltou o IBGE.

Com o pior índice – 21,3% – desde 2012, Pernambuco lidera o ranking nacional de desempregos divulgado nesta quinta-feira (27), para o último trimestre. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um estado brasileiro nunca registrou taxa tão alta de desocupação desde a criação da PNAD, há nove anos. Os resultados destoam do restante do Brasil, com média de 14,7%, e, do Nordeste, de 18,6%. Somente a Bahia divide a posição, com a mesma taxa.

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No quarto trimestre de 2020, Pernambuco havia registrado uma taxa de 19%, a quinta mais elevada no período. São 868 mil pernambucanos, aptos ao trabalho, desempregados, um aumento de 15,8% em relação ao último trimestre do ano passado, quando 749 mil pessoas procuraram trabalho e não encontraram. É também uma diferença de 118 mil trabalhadores a mais. Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em Pernambuco se estabilizou em aproximadamente 3,2 milhões.

De acordo com a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, o crescimento da taxa de desocupação em Pernambuco mostra a deterioração do mercado de trabalho nesse início de ano. “Isso reflete também as restrições ao funcionamento de atividades econômicas ao longo de fevereiro, particularmente no agreste e sertão, e de março em todo o estado. Vale lembrar que o setor de serviços, principal demandante de mão-de-obra, registrou queda de 8,5% no acumulado dos três primeiros meses de 2021”.

O efeito da pandemia de Covid-19 sobre o mercado de trabalho entre 2020 e 2021 foi especialmente sentido no estado. No primeiro trimestre do ano passado, a taxa de desocupação havia sido de 14,5%, 6,8 pontos percentuais a menos do que no início deste ano. Isso significa também que, no acumulado entre janeiro, fevereiro e março de 2020, 593 mil pessoas procuraram trabalho e não encontraram, número que aumentou 46,4% nos três primeiros meses de 2021.

Além do aumento do desemprego, Pernambuco também observou um pequeno avanço na taxa de informalidade, que foi de 51,3% da população ocupada no 1º trimestre de 2021. O percentual equivale a 1,64 milhão de pessoas, deixando o estado em nono lugar nacional. No 4º trimestre de 2020, a taxa foi ligeiramente menor, de 50,4%. O Brasil, por sua vez, tem uma taxa de informalidade mais de dez pontos percentuais mais baixa: 39,6%.

Diminuição do valor do auxílio emergencial pressiona mercado de trabalho

Ainda segundo Fernanda, a alta expressiva na desocupação entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período do ano passado ocorreu porque as primeiras medidas de distanciamento social relacionadas à pandemia foram tomadas em meados de março de 2020. “Além disso, nos primeiros meses de 2021, o auxílio emergencial num valor mais baixo, que atende a uma parcela menor da população, contribuiu para o retorno de uma parcela significativa de pessoas na busca por empregos e por uma fonte de renda”.

Uma das consequências da diminuição do valor do auxílio foi a redução de 11,8% no número de desalentados, passando de 368 mil no final de 2020 para 325 mil pessoas no primeiro trimestre de 2021. Essa parcela da população que havia desistido de procurar emprego voltou a fazê-lo, pressionando ainda mais o mercado de trabalho local. A população desalentada é definida pelo IBGE como aquela que está fora da força de trabalho e não havia realizado busca efetiva por trabalho pelas seguintes razões: não conseguir trabalho, ou não ter experiência, ou ser muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho em sua localidade e que, se tivesse encontrado trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. 

Outra variável da PNAD Contínua que mostra o agravamento da crise financeira pela pandemia ao longo do ano passado é o nível da ocupação, indicador que mede o percentual da população ocupada em relação às pessoas em idade de trabalhar. No primeiro trimestre de 2020, 44,4% dos pernambucanos de 14 anos ou mais tinham alguma ocupação. No acumulado de janeiro, fevereiro e março de 2021, a porcentagem caiu para 41%.

Apesar do acesso à internet aumentar gradativamente em Pernambuco, 25,2% dos pernambucanos ainda não possuem conexão em suas casas, assim como podem também não fazer uso de eletrônicos comuns, como a televisão e o aparelho celular.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNAD), que investigou, no último trimestre de 2019, o acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) por pessoas de 10 anos ou mais, com ênfase no acesso à internet e à televisão, e na posse de telefone celular para uso pessoal. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo IBGE.

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 Esse um quarto de população sem internet, no período, equivalia a 833 mil lares do estado. É o oitavo pior resultado, em termos proporcionais, de todo o país.

Em termos populacionais, 2,4 milhões de pessoas, ou 29% da população, não usaram a rede nem nos três meses anteriores à data da entrevista. Em 2016, primeiro ano da pesquisa, 43% dos lares não tinham acesso à internet, contra 36,3% em 2017 e 28,6% em 2018.

Porque?

Os motivos mais frequentes alegados pelas pessoas que não tinham acesso à internet em 2019 foram não saber utilizar a internet (48,2%), a falta de interesse em acessar a ferramenta (24,2%), o serviço de acesso ou equipamento eletrônico necessário era caro (22,8%), o serviço não estava disponível nos locais que costumavam frequentar (2,7%) e outros motivos (2,1%).

Fixa ou móvel?

A banda larga fixa está mais presente do que a móvel nos domicílios nordestinos e Pernambuco segue a mesma tendência da região. No estado, 86,2% das residências têm banda larga fixa, o terceiro maior percentual do país, atrás apenas do Ceará e de Santa Catarina.

A banda larga móvel (3G ou 4G), por sua vez, está presente em 67,9% dos lares, a sexta pior cobertura do país, indo na contramão das tendências de conexão. As duas conexões podem ser encontradas simultaneamente em 54,2% dos lares pernambucanos.

Onde os pernambucanos acessam a web

Onde há domicílios com acesso à internet, o principal meio adotado é o telefone celular, sendo utilizado por 99,4% dos lares pernambucanos em 2019. Os computadores são o segundo equipamento mais utilizado, mas o percentual de domicílios caiu de 41,7% em 2018 para 36,5% em 2019; assim como também os que utilizam o tablet, cujo percentual oscilou de 10,7% para 8,6% das residências. Por outro lado, o uso de TVs para esse fim cresceu aceleradamente em apenas um ano, de 23,2% para 35,4%.

Nem mesmo telefone

Apenas três em cada dez lares pernambucanos (30,3%) possuem computador ou tablet. O levantamento aponta ainda que não havia nenhum tipo de telefone – fixo ou móvel - em 8,8% dos domicílios pernambucanos em 2019.  Houve uma queda de 11,1% para 8,4% dos domicílios com telefone fixo entre 2018 e 2019 e a proporção de lares que tinham celular não mudou de um ano para o outro, estabilizando-se em 90,7%.

 Segundo a PNAD Contínua TIC 2019, 90,7% dos domicílios tinham ao menos um telefone celular e três quartos da população pernambucana (75,5%) possuíam celular para uso pessoal, o que equivale a 6,2 milhões de habitantes a partir de 10 anos. Enquanto 77,5% das mulheres têm o aparelho, o percentual entre os homens é menor: 73,3%. No entanto, em 14,7% dos domicílios do estado, não há sinal para telefonia ou acesso à internet.

Quem usa?

Em termos etários, o perfil de quem possui celular para uso pessoal não é tão jovem quanto os que acessam a internet. Os grupos de idade de maior utilização concentraram-se na faixa etária de 20 a 39 anos. Na faixa etária de 25 a 29 anos, o percentual é de 88,1% e, de 30 a 39 anos, o índice é de 88%. Entre 20 e 24 anos, por sua vez, a proporção é de 87%. As menores proporções estão entre os dois extremos: 40,3% dos pré-adolescentes de 10 a 13 anos e 58,7% dos idosos de 60 anos ou mais têm ao menos um aparelho celular, abaixo da média geral.

Mulheres ainda representam a maior parte de usuários e os idosos são o grupo com maior aumento recente no uso da internet entre todas as faixas etárias.

72,2% das mulheres acessaram a rede em 2019, contra 69,8% dos homens. Além disso, entre os estudantes em geral, 16,6% não utilizaram a internet nesse intervalo. Mesmo entre os estudantes que tinham celular para uso próprio, 12,1% deles não tinham acesso à rede.

Por idade, 88,7% dos jovens de 20 a 24 anos acessam a rede – é a faixa etária mais conectada. Em seguida, estão os adultos de 25 a 29 anos (87,5%) e os adolescentes de 14 a 19 anos (86,8%). Já os pré-adolescentes de 10 a 13 anos foram o único grupo de idade cujo acesso diminuiu entre 2018 (71,7%) e 2019 (69,9%). Cerca de um terço dos idosos (33,6%) de 60 anos ou mais utilizaram a ferramenta em 2019, mas essa faixa etária tem o maior crescimento desde 2016, quando o percentual era de apenas 16,4%.

O rendimento médio per capita dos domicílios que utilizavam a internet foi de R$ 1.048 em 2019, quase o dobro da parcela que não utilizava a rede (R$ 540). A renda das famílias impacta também o meio de acesso, pois, entre os lares que utilizam tablet e computadores para acessar à internet, os ganhos foram, respectivamente, de R$ 2.412 e de R$ 1.845. Naqueles lares que usaram TV e celular os rendimentos médios foram, respectivamente, de R$ 1.673 e R$ 1.048.

De acordo com a PNAD Covid, a taxa de desocupação em novembro em Pernambuco foi de 17,9%, contra 17,1% em outubro. É a sexta maior porcentagem do país, atrás do Maranhão, Amapá, Bahia, Sergipe e Amazonas. Isso significa também que 712 mil pessoas estavam desocupadas e buscaram ativamente um emprego no estado, mas não encontraram. Entre outubro e novembro, houve uma variação de 6,9% no número de pessoas desocupadas em Pernambuco, o que equivale a 46 mil pessoas a mais sem emprego.

O número de pessoas ocupadas, por sua vez, ficou estável entre outubro e novembro, com 3 milhões e 258 mil pessoas. Além disso, pelo quarto mês seguido, houve uma redução da população fora da força de trabalho (que não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho) em Pernambuco que gostariam de trabalhar, mas não conseguiram procurar emprego por causa da pandemia de Covid-19 ou por falta de oportunidade na região em que vivem. Em novembro, eram 814 mil pessoas; no mês anterior, eram 885 mil pessoas.

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Já a quantidade de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho que tinham devido ao distanciamento social não para de cair. Em outubro, eram 101 mil; em novembro, não passavam de 92 mil, uma queda de 8,9% entre um mês e outro. Os números também caíram sensivelmente em relação a maio, passando de 28,8% para 2,8% da população ocupada. Ainda segundo a pesquisa, 7,2% da população pernambucana ocupada e não afastada do trabalho tinha trabalhado de forma remota em novembro, frente a 7,6% no mês de outubro.

Entre as pessoas ocupadas e afastadas do trabalho que tinham, seja ou não por conta da pandemia, 44 mil pessoas (23,1%) deixaram de receber remuneração em novembro. Em maio, quando medidas de distanciamento social mais rígidas estavam em vigor, eram 620 mil. Entre os trabalhadores ocupados que ainda estavam recebendo vencimentos, 19,6% do total tiveram rendimentos menores do que o habitual em novembro, contra 20,5% em outubro.

A PNAD Covid detectou também uma pequena queda no número de domicílios pernambucanos em que ao menos um dos moradores recebeu o auxílio emergencial: foram 54,5% em novembro, frente a 55,4% em outubro. Isso significa que, em números absolutos, 1 milhão e 675 mil lares em Pernambuco receberam o benefício. Já no Brasil houve uma leve queda, de 42,2% para 41%. O valor médio do rendimento do auxílio em Pernambuco também apresentou diminuição, de R$ 636 em outubro para R$ 491 em novembro.

A pesquisa mostra ainda que a taxa de informalidade em Pernambuco chegou a 1 milhão e 411 mil trabalhadores em outubro. Os informais são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

*Do IBGE.

Em novembro, 50 mil pessoas (0,5% da população) tiveram sintomas conjugados de Covid-19 no estado. Em outubro, eram 23 mil (0,2% da população), ou seja, o percentual mais que dobrou em apenas um mês. Os sintomas conjugados considerados pelo IBGE são três: perda de cheiro ou sabor; febre, tosse e dificuldade de respirar; febre, tosse e dor no peito. Os dados são da PNAD Covid, pesquisa do IBGE que retratou as mudanças na saúde dos brasileiros e no mercado de trabalho durante a pandemia. O levantamento começou no dia 4 de maio e foi encerrado em 11 de dezembro.

Dessa parte da população local que teve sintomas conjugados, 42,8% procuraram estabelecimentos de saúde em novembro, enquanto, em outubro, foram 40,9%. O levantamento também constatou que a proporção de pernambucanos com plano de saúde no mês passado (18,4%) ficou praticamente estável com relação ao mês anterior. Em maio, mês inicial da PNAD Covid, pouco mais de 2 milhões de pernambucanos tinham acesso à saúde suplementar; em novembro, era 1,76 milhão.

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Também em novembro, 317 mil pessoas (3,3% da população) apresentaram algum sintoma relacionado à síndrome gripal em Pernambuco, um aumento de 27,8% frente a outubro. Os sintomas gripais considerados nesta parte da pesquisa foram febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de cheiro ou de sabor, e dor muscular. Os sintomas foram informados pelo morador e não se pressupõe a existência de um diagnóstico médico.

De acordo com a pesquisa, a proporção de domicílios com ao menos um morador idoso que vive com uma ou mais pessoas com sintomas conjugados de Covid-19 diminuiu de 28,4%, em outubro, para 17,6% em novembro. Entre as pessoas que afirmaram ter alguma doença crônica, 45 mil, ou 2,7% do total, testaram positivo para Covid no mês passado. Em outubro, eram 2,2%.

Pernambuco sai da última posição entre estados que testam para Covid

Em Pernambuco, 892 mil pessoas, ou 9,3% da população, fizeram algum teste para detectar Covid-19 do início da pandemia até o mês de outubro, sendo o segundo estado que menos testou no país, atrás apenas do Acre. Esta foi a primeira vez que Pernambuco saiu do último lugar nacional na realização de testes desde o mês de julho, quando o levantamento começou a incluir esses dados. No Brasil, 13,5% das pessoas fizeram teste para detectar o vírus até o mês de novembro, contra 12,1% até o mês de outubro. No Nordeste, a proporção foi de 12,5%.

A PNAD Covid detectou que, em novembro, 139 mil pessoas a mais disseram ter realizado algum tipo de testagem relacionada ao novo coronavírus em comparação a outubro, quando o percentual de população testada no estado foi de 7,9%. A quantidade de pessoas testadas tem crescido desde julho.

O aumento no número de testes também se refletiu em uma elevação nos resultados positivos: aproximadamente 1,9% da população do estado disse ter testado positivo para o novo coronavírus em novembro, em comparação a 1,6% em outubro. No Brasil, o índice de positivados foi de 3,1% da população do país em novembro, frente a 2,7% no mês anterior.

Das 892 mil pessoas testadas, 374 mil realizaram o swab, ou seja, com cotonete na boca e no nariz, e 89 mil (23,8%) tiveram resultado positivo; 389 mil fizeram o teste rápido com coleta de sangue através de furo do dedo e 59 mil (15,2%) testaram positivo, percentual inferior ao do mês de outubro, quando a proporção foi de 16,5%; enquanto 248 mil fizeram o teste de sangue com Covid por meio de veia no braço, sendo 66 mil (26,5%) com Covid confirmada. Uma pessoa pode ter feito mais de um tipo de teste.

Assim como ocorreu desde que a PNAD Covid passou a incluir perguntas sobre testagem no questionário, em julho, as pessoas do sexo feminino foram mais testadas em novembro: 472 mil mulheres contra 420 mil homens. No entanto, a proporção de mulheres testadas cujo exame deu positivo aumentou, passando de 56,3% para 57,6%.

No recorte por cor ou raça, das pessoas que afirmaram ter feito o teste, 57,1%, ou seja, 533 mil pessoas, se identifica como preta ou parda. Eles também são quase seis em cada dez dos infectados, totalizando 105 mil pessoas. Os brancos, por sua vez, totalizam 346 mil testados e 76 mil com resultado positivo para Covid.

Na distribuição por idade, a maior quantidade de pernambucanos testados está em idade de trabalhar - 499 mil pessoas de 30 a 59 anos, seguidas por 149 mil habitantes do estado na faixa etária de 20 a 29 anos. Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 128 mil também fizeram testes para detectar o coronavírus, e 19 mil tiveram resultado positivo.

500 mil pessoas a mais reduziram o contato social, mas continuaram saindo de casa entre outubro e novembro

De acordo com a PNAD Covid, houve uma queda no número de pernambucanos que não adotaram qualquer medida de restrição do contato social no mês passado. Em novembro, eram 432 mil pessoas (4,5% da população), contra 557 mil em outubro (5,8% da população). No entanto, a quantidade de pessoas que reduziram o contato social, mas continuaram saindo de casa aumentou, passando de 3,8 milhões (40,3% do total da população) em outubro para 4,3 milhões (45,1%) em novembro, ou seja, 500 mil pessoas a mais.

Com isso, caiu ainda mais o número de pessoas que ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas, de 3,6 milhões (38,5% da população) para 3,5 milhões (37,1%).

O mesmo ocorreu com quem ficou rigorosamente isolado: eram 1,4 milhão (14,9%) em outubro e, em novembro, o número diminuiu para 1,2 milhão (12,9%), uma diferença de 200 mil pessoas. De julho, quando os dados sobre comportamento da população começaram a ser investigados pela PNAD Covid, até novembro, 1,2 milhão de pernambucanos deixaram o isolamento rígido.

Entre os que não adotaram nenhuma medida de restrição, os homens ainda são maioria, com 4,6%, mas as mulheres estão em uma porcentagem próxima, com 4,4%. Com quem realiza o isolamento rígido, a proporção também não difere muito entre os sexos, com 12,5% dos homens e 13,3% das mulheres que adotaram medidas mais restritas de convívio por conta da pandemia.

A faixa etária que tem maior percentual de pessoas que não fizeram nenhuma restrição na convivência com outras pessoas em novembro foi a de jovens de 14 a 29 anos: 5,4% se encaixam nesse perfil. Entre os idosos, com 60 anos ou mais, o percentual diminuiu de 3,4% em outubro para 2,4% em novembro.

Entre os pouco mais de 3 milhões de domicílios em Pernambuco, em 19 mil (6,1%) algum morador solicitou empréstimo no mês de novembro, sendo que em 175 mil (5,7% do total) a solicitação foi atendida e, em 20 mil (0,6%), o empréstimo não foi concedido. Em outubro, 6% da população havia pedido dinheiro emprestado e destes, 5,4% conseguiram.

Domicílios onde a renda domiciliar per capita está entre meio salário mínimo e um salário mínimo foram responsáveis pela maioria dos empréstimos concedidos, com 32,3% do total. Na maior parte dos lares pernambucanos que receberam dinheiro emprestado, 81,5% deles conseguiram os valores com bancos ou financeiras e 17% com parentes ou amigos.

*Do IBGE.

O pagamento do auxílio emergencial alcançou menos domicílios em outubro. O benefício chegou a 29,0 milhões de domicílios em outubro, ante 29,9 milhões em setembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proporção de domicílios que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia diminuiu de 43,6% em setembro para 42,2% em outubro. O valor médio do benefício recebido foi de R$ 688 por domicílio em outubro, ante R$ 902 em setembro.

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O auxílio pago pelo governo desceu de R$ 600 em agosto para R$ 300 em setembro. Na pesquisa, os auxílios pesquisados incluem não apenas o auxílio emergencial, mas também a complementação do governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, o que ajudava a explicar a incidência de recebimento de benefício entre domicílios com renda mais elevada.

Na Região Norte, 58,4% dos domicílios recebiam algum tipo de auxílio, enquanto essa fatia era de 56,9% no Nordeste.

A taxa de desemprego aumentou de 14,0% em setembro para 14,1% em outubro, maior resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, iniciada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em outubro, a população ocupada totalizou 84,134 milhões de pessoas, um aumento de 1,4% em relação aos 82,934 milhões em setembro, 1,2 milhão de vagas a mais. No entanto, o total de ocupados ainda não retomou o patamar de maio, quando somava 84,404 milhões de pessoas.

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Já a população desocupada cresceu de 13,486 milhões de pessoas em setembro para 13,763 milhões em outubro, um aumento de 2,1%, cerca de 277 mil pessoas a mais. Em relação a maio, quando teve início a pesquisa, a população desempregada saltou 35,9%, 3,634 milhões de pessoas a mais nessa condição.

O contingente de inativos diminuiu de 74,110 milhões em setembro para 72,704 milhões em outubro, uma redução de 1,9%. Entre os inativos, 24,8 milhões gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, sendo que 14,5 milhões deles argumentaram que não procuraram uma vaga devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade.

O nível de ocupação subiu de 48,6% em setembro para 49,3% em outubro.

A taxa de desemprego no Brasil atingiu a marca de 14,6% no último semestre, fechado em setembro. É o maio índice desde 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).

Em números absolutos, cerca de 14,1 milhões de pessoas estavam fora do mercado de trabalho durante esse período. Segundo o IBGE, esse grupo aumentou 10,2% frente ao segundo trimestre do ano, quando havia 12,8 milhões de desempregados, e 12,6% em comparação ao terceiro trimestre de 2019, com 12,5 milhões.

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A população empregada chegou ao menor patamar da série histórica, com 82,5 milhões de brasileiros atuando no mercado de trabalho. Houve queda de 1,1% (menos 880 mil) frente ao trimestre anterior e 12,1% (menos 11,3 milhões) comparado ao mesmo trimestre de 2019.

 

O Nordeste foi a região brasileira que apresentou a maior taxa de desocupação no terceiro trimestre deste ano, atingindo o recorde de 17,9% em relação ao período anterior. A menor taxa foi registrada no Sul: 9,4%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, entre julho e setembro, a taxa de subutilização chegou a 43,5% na Região Nordeste.

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Para a analista da pesquisa Adriana Beringuy, isso mostra não apenas a região com a maior taxa. Mostra também que, do primeiro para o segundo trimestre, o Nordeste e o Sudeste, somados, foram as regiões que mais aceleraram a subutilização. Segundo Adriana, o Nordeste sempre apresenta taxas maiores de subutilização, mas agora, com o processo da pandemia, o Sudeste foi a região mais afetada. “Portanto, trazendo parte da força de trabalho para a subutilização.”

De acordo com a economista, quando se analisa a retração da população ocupada, verifica-se que, em maio, a queda decorreu da informalidade, que puxou muito a ocupação para baixo. “Esse processo da subutilização está intimamente ligado à informalidade", disse Adriana.

O Nordeste tem as maiores taxas de informalidade. O trabalhador informal, que foi o mais atingido no auge da pandemia, acaba tendo um aspecto geográfico, porque, proporcionalmente, em relação à população ocupada, está nas regiões Norte e Nordeste”, completou.

A construção e a agricultura foram as únicas atividades em que houve crescimento da população ocupada no terceiro trimestre de 2020. Na construção, a alta ficou em 7,5%, ou 399 mil pessoas a mais trabalhando no setor. A agricultura, com expansão de 3,8%, agregou mais 304 mil trabalhadores. No caso da construção, a explicação é que, como pedreiros e outros trabalhadores do setor afastaram-se, por conta própria, do mercado por causa do distanciamento social, retornaram nesse período, com a reabertura das atividades. Além disso, aumentou a demanda por pequenas obras, como reforma de imóveis.

Para Adriana Beringuy, o aumento na taxa de ocupação na agricultura pode estar relacionado à sazonalidade do cultivo. Ela explicou que a atividade, de um modo geral, tem ritmo diferente das demais. Somado a isso, o setor sofreu menos os efeitos da pandemia, porque, ao se desenvolver no campo, o impacto do distanciamento social foi menor, na comparação com o que ocorreu na cidade. “A construção e a agricultura são atividades que já mostram efetivamente crescimento na sua ocupação”, disse Adriana.

Força de trabalho

A população inserida na força de trabalho no Brasil chegou a 96,5 milhões de pessoas entre julho e setembro e, na comparação com o trimestre anterior, manteve-se estável. No entanto, em relação ao mesmo período de 2019, registrou queda de 9,2%, ou seja, menos 9,8 milhões de pessoas.

Já a população fora da força de trabalho atingiu 78,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, o maior nível da série histórica, com altas de 1,0%, mais 785 mil pessoas, frente ao trimestre anterior e de 21,2%, mais 13,7 milhões de pessoas, ante o mesmo período de 2019.

Outro recorde da série histórica foi o nível da população desalentada, com 5,9 milhões. Isso significa crescimento de 3,2% ou mais 183 mil pessoas, se comparado ao trimestre anterior, e de 24,7%, sendo mais 1,2 milhão de pessoas, em relação a julho a setembro de 2019. O percentual de 5,7% de desalentados na população indica estabilidade frente aos três meses anteriores e alta de 1,5 ponto percentual. contra o mesmo trimestre de 2019.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, não incluídos os trabalhadores domésticos, foi estimado em 29,4 milhões, o que representa queda de 2,6%, ou menos 788 mil pessoas, ante o trimestre anterior e de 11,2%, menos 3,7 milhões de pessoas, se comparado ao período de  julho a setembro de 2019.

Já o número de empregados sem carteira assinada no setor privado foi de 9 milhões, com alta de 4,3%, ou mais 374 mil pessoas em relação ao segundo trimestre, e de  23,9%, sendo menos 2,8 milhões, na comparação ao mesmo período de 2019.

O número de trabalhadores por conta própria atingiu 21,8 milhões, em uma variação de 0,6 ou mais 119 mil contra o trimestre anterior. Frente ao mesmo período de 2019, houve recuo de 10,8%, ou menos 2,6 milhões de pessoas.

“Parte da ocupação que cresce no terceiro trimestre é a que vem do trabalho informal, ou seja, não se observa ainda uma reação de emprego com carteira, por exemplo. Por outro lado, o trabalho sem carteira assinada já mostra, sim, um processo de recuperação. O que se pode perceber é que, no terceiro trimestre, há um cenário menos desfavorável do que aquele cenário ruim visto no segundo trimestre”, disse.

A economista ressaltou que, ante esse resultado do terceiro trimestre, é preciso aguardar os próximos meses e ver se outras atividades que já começam a ter perdas reduzidas, começam, efetivamente, a apresentar mais contratação e mais absorção de trabalhadores. “Isso ainda não é realidade para grande parte das atividades econômicas, muito pelo contrário. Muitas ainda, apesar de terem menos perdas no terceiro trimestre, mostram ainda redução da sua ocupação.”

Perdas menores

Adriana Beringuy destacou que, embora tenha ocorrido menor queda da população ocupada no terceiro trimestre, representando 3% do que ocorreu no segundo trimestre, isso não pode ser entendido ainda como um processo de recuperação do mercado de trabalho. Pode-se observar, no entanto, que as perdas são menores do que as que vinham ocorrendo.

Na população desocupada, as maiores taxas ocorreram entre as mulheres, os jovens e pessoas pretas. De acordo com a pesquisa, enquanto entre os homens a taxa foi estimada em 12,8%, entre as mulheres, chegou a 16,8%. Entre os que se declararam brancos (11,8%), ficou abaixo da média nacional (14,6%), mas entre os pretos (19,1%) e os pardos (16,5%), ficou acima.

A taxa de desocupação nas pessoas com ensino médio incompleto era de 24,3% e, portanto, superior à dos demais níveis de instrução. No grupo com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 17,1%. O percentual é mais que o dobro do verificado para aqueles com nível superior completo, que ficou em 7,0%.

A taxa de desocupação dos jovens de 14 a 17 alcançou 44,2%, mais elevada do que a daqueles na faixa entre 18 e 24 anos, que ficou em 31,4%. Os percentuais estão acima do patamar da taxa média total de 14,6%.

O número de trabalhadores domésticos caiu 2,2% e somou 4,6 milhões, o que significa menos 102 mil pessoas, na comparação com o trimestre anterior, e 26,5 %, ou menos 1,7 milhão de pessoas, ante os mesmos três meses de 2019, frente ao mesmo trimestre de 2019.

Rendimento

De acordo com os dados da Pnad Contínua, o rendimento médio real habitual chegou a R$ 2.554 no período de julho a setembro deste ano, sendo estatisticamente estável na comparação com o período anterior, quando estava em R$ 2.519. Já contra o mesmo trimestre de 2019, houve alta de 8,3% – o rendimento era de R$ 2.359.

A massa de rendimento real habitual alcançou R$ 205,3 bilhões, mantendo-se estável em relação aos três meses anteriores, e com queda de 4,9%, ou menos R$ 10,6 bilhões, na comparação com o mesmo trimestre de 2019.

 

Na quarta semana de setembro, o País tinha cerca de 46,1 milhões de estudantes que frequentavam escolas ou universidades, mas 6,4 milhões deles (13,9% do total) não tiveram atividades escolares. Na semana anterior, 6,3 milhões de estudantes não tiveram atividades educacionais.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) semanal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Entre os 39,2 milhões de estudantes que tiveram atividades escolares na quarta semana de setembro, 26,1 milhões (66,7% deles) tiveram atividades em cinco dias da semana.

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Isolamento

A população brasileira diminuiu a adesão às medidas de isolamento social na quarta semana de setembro, segundo os dados da Pnad Covid-19 semanal. A parcela da população que ficou rigorosamente isolada somou 31,6 milhões na quarta semana, 2,2 milhões de pessoas a menos em isolamento social em apenas uma semana.

Outros 7,4 milhões disseram que não adotaram qualquer tipo de restrição de contato em função da pandemia do novo coronavírus na quarta semana de setembro, 900 mil pessoas a mais nessa condição que na semana anterior.

Aproximadamente 84,7 milhões de pessoas ficaram em casa e só saíram por necessidade básica na quarta semana de setembro, o equivalente a 40,0% da população. O resultado representa cerca de 200 mil pessoas a mais em distanciamento social em uma semana.

Uma fatia de 86,7 milhões de pessoas declarou ter reduzido o contato social, mas continuaram saindo de casa ou recebendo visitas, 41% da população brasileira nessa condição, um milhão a mais de pessoas que na semana anterior.

Na semana de 20 a 26 de setembro, 8,3 milhões de pessoas, o equivalente a 3,9% da população brasileira, apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal investigados pela pesquisa: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular.

Em meio à pandemia de Covid-19, dois quintos da população brasileira, ou 84,4 milhões de pessoas, ficaram em casa e só saíram por necessidade básica na semana de 13 a 19 de setembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o instituto, a baixa em relação à semana anterior (85,6 milhões ou 40,5% da população) é considerada uma estabilidade, pois a variação não é significativa. A parcela da população que ficou "rigorosamente isolada" (16% ou 33,8 milhões) caiu em relação à semana anterior (16,7% ou 35,3 milhões).

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Já o número de pessoas que "reduziram contato mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas" (85,7 milhões ou 40,5%) aumentou frente à semana anterior (83,3 milhões ou 39,4%). Enquanto isso, 6,5 milhões, ou 3,1% da população, "não fizeram restrição" alguma ao seu comportamento em meio à pandemia, contingente que ficou estável frente à semana anterior (2,9% ou 6,1 milhões).

Aulas

A Pnad Covid também identificou a retomada das aulas. Dos 46,3 milhões de estudantes que frequentavam escolas ou universidades na semana 13 a 19 de setembro, 13,7% (ou 6,3 milhões) não tiveram "atividades escolares". Esse contingente ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior (6,8 milhões ou 14,7% dos estudantes). Dos 39,5 milhões que tiveram "atividades escolares", 26,2 milhões (ou 66,3%) tiveram atividades em cinco dias da semana, mantendo estabilidade frente à semana anterior (25,5 milhões, ou 65,4%).

A Pnad Covid ainda estimou que 9,1 milhões de pessoas (ou 4,3% da população do País) apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular) na semana de 13 a 19 de setembro. O contingente ficou estável frente à semana anterior (9,7 milhões de pessoas ou 4,6% da população do País), mas ficou abaixo do verificado na primeira semana de maio (26,8 milhões ou 12,7%), primeiro período de referência da nova pesquisa do IBGE.

Além disso, cerca de 2,2 milhões de pessoas (ou 24% daqueles com algum sintoma) procuraram estabelecimento de saúde em busca de atendimento, segundo a Pnad Covid. Esse contingente ficou estável frente à semana anterior (2,3 milhões ou 23,6%).

A taxa de desemprego no Brasil saiu de 13,7% na primeira semana de setembro para 14,1% na segunda semana do mês, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto avalia que o cenário foi de estabilidade na maioria dos indicadores do mercado de trabalho entre os dias 6 e 12 de setembro.

"A população ocupada permaneceu estável, em 82,6 milhões de pessoas, após ter apresentado variações positivas nas últimas três semanas. A população desocupada também ficou estável", diz Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O IBGE estimou a população desempregada em 13,5 milhões de pessoas na segunda semana de setembro, cerca de 500 mil a mais que o registrado na semana anterior, quando essa população totalizava 13 milhões.

O total de ocupados é de 82,6 milhões na segunda semana de setembro, 300 mil a mais que o patamar da semana anterior, quando havia 82,3 milhões de pessoas ocupadas no País.

O contingente de pessoas afastadas do trabalho devido às medidas de distanciamento social caiu perante a semana anterior, para aproximadamente 3 milhões de trabalhadores, o correspondente a 3,7% da população ocupada. Na primeira semana de setembro esse porcentual era de 4,2%, um total de 3,4 milhões de pessoas.

Já a população ocupada e não afastada do trabalho foi estimada em 77,2 milhões de pessoas, ante um contingente de 76,8 milhões de trabalhadores registrado na semana anterior.

Trabalho remoto

Além disso, na segunda semana de setembro 8,2 milhões de pessoas trabalharam remotamente, ou 10,7% da população ocupada e não afastada do trabalho. O número ficou praticamente estável em relação à primeira semana do mês (8,3 milhões de pessoas).

"O porcentual da população que vinha trabalhando remotamente permanece estável, na casa dos 10,7% nessas últimas três semanas", diz a pesquisadora.

A população fora da força de trabalho - que não estava trabalhando nem procurava por trabalho - somou 74,6 milhões na segunda semana de setembro, cerca de 400 mil a menos que os 75 milhões registrados na semana anterior.

Entre os inativos, cerca de 26 milhões de pessoas, ou 34,9% da população fora da força de trabalho, disseram que gostariam de trabalhar. No entanto, 16,3 milhões alegaram que não procuraram trabalho por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam.

O nível de ocupação foi de 48,4% na segunda semana de setembro ante 48,3% na semana anterior. A proxy da taxa de informalidade ficou em 34,3% na segunda semana de setembro ante 34,6% na semana anterior.

A população brasileira diminuiu a adesão às medidas de isolamento social na primeira semana de setembro, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) semanal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25). Aproximadamente 86,4 milhões de pessoas ficaram em casa e só saíram por necessidade básica na primeira semana de setembro, o equivalente a 40,9% da população. O resultado representa cerca de 2,2 milhões de pessoas a menos em distanciamento social em apenas uma semana.

A parcela da população que ficou rigorosamente isolada somou 37,3 milhões na primeira semana de setembro, 1,6 milhão de pessoas a menos em isolamento social em apenas uma semana.

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Outros 5,9 milhões disseram que não adotaram qualquer tipo de restrição de contato em função da pandemia do novo coronavírus na primeira semana de setembro, 900 mil pessoas a mais nessa condição que na semana anterior.

Uma fatia de 80,7 milhões de pessoas declarou ter reduzido o contato social, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas, 3,6 milhões a mais que na semana anterior.

Na semana de 30 de agosto a 5 de setembro, 9,9 milhões de pessoas, o equivalente a 4,7% da população brasileira, apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal investigados pela pesquisa: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular.

Cerca de 2,4 milhões de pessoas procuraram estabelecimento de saúde em busca de atendimento. Entre os que procuraram atendimento em hospital, 127 mil (18,9%) foram internados.

Estudantes na escola

Na primeira semana de setembro, o Brasil tinha cerca de 46 milhões de estudantes que frequentavam escolas ou universidades, mas 7,3 milhões deles (15,8% do total) não tiveram atividades escolares. O resultado representa uma ligeira piora em relação à semana anterior, quando 7,2 milhões de estudantes não tiveram atividades educacionais, diz a Pnad Covid do IBGE. Entre os 38 milhões de estudantes que tiveram atividades escolares na primeira semana de setembro, 25 milhões (65,6% deles) tiveram atividades em cinco dias da semana.

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