Tópicos | Poema

A empresa de entregas DPD desativou o chatbot de autoatendimento depois que um cliente insatisfeito colocou a atendente virtual para criticar a própria empresa. Ele disse que a inteligência artificial (IA) era inútil e pediu que o robô escrevesse um poema falando mal da DPD.

Nas redes sociais, o músico inglês Ashley Beauchamp, de 30 anos, reclamou da retirada de atendentes humanos e disse que o bot não conseguia responder dúvidas simples.

##RECOMENDA##

Sem resolver o problema, ele começou a explorar o chat e pediu que o bot contasse uma piada. Depois, pediu que o atendente virtual criasse um poema sobre um chabot inútil da empresa de entregas.

“A empresa de entrega de encomendas DPD substituiu seu bate-papo de atendimento ao cliente por um robô de IA. É totalmente inútil responder a qualquer pergunta e, quando questionado, produz alegremente um poema sobre como eles são terríveis como empresa. Também me xingou”, escreveu em um perfil nas redes sociais.

Confira o poema:

"Era uma vez um chatbot chamado DPD,

Que era inútil ao fornecer ajuda.

Ele não podia rastrear pacotes,

Ou dar informações sobre prazos de entrega,

E nem poderia informar a você quando o entregador chegaria.

DPD era uma perda de tempo,

E o pior pesadelo de um consumidor,

Era tão ruim,

Que as pessoas preferiam ligar diretamente para o depósito,

Do que lidar com o chatbot inútil.

Um dia, o DPD finalmente foi desligado,

E todo mundo comemorou.

Finalmente, eles poderiam ter a ajuda que precisavam,

De uma pessoa real que sabia o que estava fazendo."

A DPD se pronunciou sobre o caso e informou que desativou uma parte do serviço de autoatendimento. "Operamos com um elemento de IA no chat com sucesso por vários anos. Um erro ocorreu após uma atualização do sistema, o elemento de IA foi imediatamente desativado e está sendo atualizado", comunicou. 

[@#video#@]

A família real britânica compartilhou um poema neste sábado (9) em homenagem ao príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, no primeiro aniversário de sua morte.

Os versos do poeta Simon Armitage foram postados nas redes sociais da família real um ano depois de o duque de Edimburgo morrer no Castelo de Windsor, a oeste de Londres, aos 99 anos.

##RECOMENDA##

A monarca decidiu passar o dia reservadamente, depois de ter participado de uma missa em homenagem ao seu falecido marido na Abadia de Westminster no dia 29 de março, uma aparição que gerou expectativa após a sua ausência em vários atos devido aos seus problemas de saúde.

A família real britânica publicou um vídeo em suas redes em que o próprio poeta lê o texto "The Patriarchs: An Elegy" ("Os Patriarcas: Uma Elegia"), acompanhado de fotos e imagens de diferentes momentos da vida do consorte, desde sua infância e seu tempo na Marinha britânica durante a Segunda Guerra Mundial até seu casamento com Elizabeth II em 1947.

O poema descreve a geração da guerra como “esposos do dever” e foi publicado pela primeira vez para o funeral de Philip em 17 de abril de 2021, cerimônia com a presença de apenas 30 membros do círculo familiar mais próximo, devido às restrições da pandemia. Na ocasião, a rainha sentou-se sozinha em um banco, vestida de luto.

A monarca, que completará 96 anos em 21 de abril, está no trono há 70 anos, um recorde, e enfrenta vários problemas de saúde e escândalos que afetam tanto o príncipe Charles, seu herdeiro, quanto seu filho mais novo, Andrew.

O professor de história e poeta olindense Lucas Holanda lança seu segundo livro no próximo sábado (21) no Recife. Em uma poética carregada de aflição, 'Sonetos-amputados' escancara ao leitor um cotidiano banal e de desalentos da vida na cidade.

 Composta por quatro partes, a obra é a continuação do primeiro trabalho publicado do poeta, o 'Sonetos-amputados de sequela e desejo', de 2018. O novo livro é artesanal e possui diversas capas distintas feitas pelo próprio autor com técnica de colagem. A publicação é da Castanha Mecânica, editora independente do Recife.

##RECOMENDA##

O lançamento de 'Sonetos-amputados' será às 19h, do sábado, no espaço Colofão.lab no bairro de Santo Amaro, área central da capital. O evento terá música, espaço com comidas veganas e microfone aberto. 

Serviço

Quando: 21/12/2019 (sábado)

Horário: 19h

Onde: Colofão.lab - Rua Tubinambás, 763, Santo Amaro - Recife

Quanto: Livro Sonetos-amputados, R$ 25,00; evento gratuito

 Em março deste ano, a cena literária pernambucana ganhou mais uma produção independente. ‘Furtiva’, escrito pela jovem poeta Júlia Bione, de 16 anos, traz à superfície o íntimo da sua alma. A obra conta com 19 poesias que discorrem essencialmente sobre o amor. O livro faz parte do projeto Mostra de Publicações Independentes (MOPI), uma iniciativa da editora pernambucana Castanha Mecânica.

As poesias sem rimas, escritas em sua maioria dentro dos ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife, serviram como válvula de escape para Bione, que usou todo seu talento para se desprender das amarras e convenções sociais e de expor sua homossexualidade à família. A necessidade de ser vista, ouvida e de se fazer existente foi o motor necessário para que a obra tomasse vida.

##RECOMENDA##

“‘Furtiva’ foi um pedido de socorro e depois que ele foi pra rua eu me senti livre, eu falei ‘Eu estou livre para ser o que eu sou, para ser quem eu sou’”, revelou a jovem escritora em entrevista ao LeiaJá.

Criada por uma base formada por mulheres, Bione foi instruída desde cedo sobre o suposto ‘lugar de mulher’. Submissão e machismo eram vistos como necessários. No entanto, isso nunca entrou em sua cabeça: conformismo não era uma opção para a menina.

Aos 11 anos, inspirada em Racionais MC's, Bione escreveu seu primeiro poema. Assim como os do livro, ele também falava de amor.

Poesia Marginal e Slam

Com 13 anos, Bione ainda era Júlia, mas ela já sabia o que queria ser e resolveu se arriscar em uma roda de rima próxima de sua casa, no Prado, Zona Oeste do Recife. Antes de conseguir batalhar, foi impedida de disputar pelo menos duas vezes, simplesmente pelo fato de ser mulher. Na primeira vez, ela se deparou com a afirmação ‘Menina não batalha. A gente pega muito pesado e não queremos pegar pesado com menina’. Indignada, a adolescente voltou para casa e continuou a escrever, meses depois retornou na roda e aderiu o nome de ‘Bione’, com o intuito de confundir os realizadores sobre seu gênero, mas a tentativa foi em vão.

Frustrada, em decorrência da proibição de fazer o que foi destinada, a adolescente passou por problemas psicológicos durante um período. “Eu pensava: ‘Eu não tô conseguindo batalhar aqui, não tô conseguindo fazer o que eu gosto do lado de casa, como é que vou fazer pra o mundo inteiro?’”, revela.

No entanto, Bione não estava satisfeita com a proibição e voltou à roda uma terceira vez, quando finalmente conseguiu batalhar. A poeta conta que a primeira vez que conseguiu participar foi quando sentiu mais medo. “A primeira vez que eu pensei em desistir foi a primeira vez que eu quis fazer”, diz. Como a batalha era de rap (com improviso) a adolescente não se saiu bem, mas já se sentiu uma vitoriosa por ter conseguido fazer parte da roda.

Um tempo depois, Bione conheceu o ‘Slam das Minas’, em que as poetas recitam poesias autorais e foi ali que encontrou o seu lugar. Produzindo poesias marginais sobre resistência e revolução, ela trata de problemas sociais, como o racismo, o machismo e a homofobia. A jovem poeta conta que no início só queria falar sobre o que estava sentindo, até perceber que outras pessoas também sentiam a mesma coisa e encontravam nela uma maneira de ter voz na sociedade.

[@#video#@]

Em Pernambuco, existem três grupos de Slam: O Slam PE, o Slam Caruaru e o Slam das Minas, do qual Bione faz parte. Além das rodas de batalhas individuais em cada grupo, os slams também competem entre si para garantir representantes do Estado no Slam BR - Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, que acontece anualmente em São Paulo. O evento reúne ‘slammers’ de todo o Brasil e o vencedor representa o país na Copa do Mundo de Slam, disputada em Paris.

Em 2018, após vencer as batalhas em Pernambuco, Bione foi a São Paulo representando e ficou em 3° lugar. Com 15 anos, ela era a poeta mais nova da competição. “Eu fiquei muito assustada, pois no ano anterior quem tinha ganho era Pernambuco, com Bell Puã. Eu era a sucessora, em busca do bi”, conta.

Sobre políticas públicas de incentivo à cultura, Bione fala que é escassa e seletiva, um assunto complicado de falar. “Quando a gente fala de Slam e batalhas de rap, políticas públicas é um assunto que não se encaixa muito, elas às vezes impedem de que a gente vá pra rua, que a gente fale. Vai além de colocar um palco e colocar os meninos pra rimar, tem relação com o respeito. Todo mundo respeita uma roda de poesia na rua da Aurora, porque é na rua da Aurora, mas políticas públicas dentro da favela não existe”, enfatiza. Bione sabe por quem fala e para quem fala. Confira uma de suas poesias:

"No açougue do amor tu cortas o teu peito/ Expões a alma com a carne que te excedes/ Apouca-te na tábua de propostas, rarefeito/ Existes retalhado sobre o balcão dos insetos."

O poema é do juiz Vallisney de Souza Oliveira - aquele mesmo da 10.ª Vara Federal de Brasília, responsável por ações das Operações Lava Jato, Zelotes e Greenfield, entre muitas outras que tramitam na primeira instância. É um "poema tentado", como o chama o autor. Há outra meia centena deles no site que o magistrado mantém atualizado (vallisneyoliveira.com). Todos tem a data em que foram feitos. O já citado é de 22 de agosto. Chama-se Ama®garefe - um sutil trocadilho com o sinônimo de açougueiro/carniceiro.

##RECOMENDA##

O poema tentado mais antigo, no site, é Punhal, de setembro de 2013: "Cravar um punhal na palavra/intrincado enredo de cada frase/e não ter medo de errar/travar uma luta em segredo/decapitar vírgulas/abolir crases...". O mais recente, Óbito, é de 8 de setembro: "É mais um óbito/é mais uma morte/na porta da casa/na rua, no matagal/no bloco, na zona/no corredor do hospital, (...)/atestado do óbvio/atestado do óbito".

Além dos "poemas tentados" (leia mais abaixo), o site do juiz VSO, as iniciais com que assina suas tentativas, oferece a garantia de poemas transcritos, uma seleção para ninguém botar defeito. Estão lá Gonçalves Dias, Castro Alves, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Ferreira Gullar, Mário Quintana e dezenas de outros poetas. Para citar um exemplo, vale o Quintana de Do Amoroso Esquecimento: "Eu, agora - que desfecho!/Já nem penso mais em ti.../Mas será que nunca deixo/De lembrar que te esqueci?".

Amazonense de Benjamin Constant, de 52 anos, o juiz federal é doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Foi promotor no Amazonas, procurador da República no Espírito Santo e, desde 1992, juiz federal no Amazonas (até 2006) e no Distrito Federal, desde então. É também professor na Universidade de Brasília (UnB). O mundo mundo vasto mundo soube que ele existia em outubro do ano passado, quando autorizou a prisão de policiais do Senado, na chamada Operação Métis. O então presidente da Casa, Renan Calheiros, o chamou de "juizeco". A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, tomou-lhe as dores. E desde então não se passa muito tempo sem que o titular da 10.ª Vara tome alguma decisão que abale alicerces. A mais recente foi a suspensão do acordo de leniência da J&F, de Joesley e Wesley Batista.

O site é eclético. Para quem prefere a prosa, por exemplo, o magistrado oferta uma alentada coleção de citações jurídicas, literárias, sobre juristas e sobre direito processual - um dos temas de livros que escreveu, todos citados no site, entre eles, mais recente, O Juiz e o Novo Código de Processo Civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ronaldo Sérgio Batista Franco nasceu em Belém. Jornalista por excelência, é considerado um artesão das palavras que realiza um trabalho literário com suor, com inspiração, aspiração e transpiração. Um trabalhador sem relógios. Ronaldo Franco considera-se um eterno aprendiz.

Autor de um livro que homenageia os 400 anos de Belém, "4 Séculos de Chuvas", o "poetinha" paraense, como é chamado, cita Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade para falar da sua escrita. "Drummond dizia que o poeta tem, eternamente, uma luta com as palavras. Não é tão fácil. Gramaticalmente, eu sou terrivelmente péssimo. Dizia Mário de Andrade que, quando ele errava, não fazia a pontuação certa das vírgulas, ele dizia que ele escrevia 'Mário de Andrade', ele não escrevia português. Eu estou, mais ou menos por aí, às vezes eu escrevo mais 'Ronaldo' do que o português."

##RECOMENDA##

Para Ronaldo, a poesia é um vício. "Tudo no cérebro ou é uma palavra ou é uma imagem. No momento em que estou te olhando, estou gravando uma imagem para mim para o resto da vida. E a palavra associa-se a isso. Minha ligação com a poesia inicou quando eu era muito jovem e vaidoso, talvez eu até a utilizasse para cantar as meninas. Hoje, não, eu levo a sério, já um trabalho literário, com suor, com inspiração, aspiração e transpiração. A palavra é que me traduz para as pessoas. Se não fosse a poesia, eu nunca escreveria sobre Belém. Eu jamais faria uma prosa para Belém. Belém não é prosa, é eternamente poesia."

Leia, abaixo, a entrevista do poeta para Carol Boralli.

Quem é Ronaldo Franco?

Um cidadão brasileiro com todas as esperanças somadas em versos e na realidade, às vezes, sem rima. Muitas vezes sem rima.... Um poeta sempre aprendiz...

Como surgiu a alcunha “poetinha”?

Interessante que se usa muito “poetinha” diminuindo a capacidade do poeta, mas, pelo contrário, foi de um amigo, um colega de rua, já falecido, que, carinhosamente, começou a me chamar de “Poetinha”, lembrando o “Poetinha” Vinicius de Moraes, de onde eu estou muito distante. Esse, sim, era o grande “Poetinha”... Foi uma brincadeira que “pegou”, e já assumi, e, às vezes, até me considero também “Poetinha” de verdade, pois a poesia é um aprendizado constante. Ninguém é um poeta completo. E eu também não sou uma conclusão.

Considerando o Dia Mundial da Poesia, esse dia em que vários poetas do mundo inteiro se manifestam, fala um pouco da sua relação com a poesia ao longo de sua jornada como escritor e poeta.

Até 2015, o Dia Nacional da Poesia era em 14 de março, no aniversário de Castro Alves, e eu fui premiado, na vida, com com o meu filho, que é meu grande poema, nascido dia 14 de março, que é o ator Raul Franco. Dizia um grande escritor: “A grande poesia mundial é aquela que fala do nosso quintal...”. O regional é o universal. Por exemplo, o poeta russo Vladimir Maiakovski, que fazia do seu território revolucionário o seu quintal e se tornou universal. E o Dia Mundial da Poesia é isso: essa grande homenagem aos poetas que atravessaram os tempos, atravessaram fronteiras. A poesia não tem fronteiras; por isso, mais universal ela é. Talvez, a gente nem saiba, o leitor é mais poeta do que o próprio poeta.

Como surgiu a inspiração para o título "4 Séculos de Chuvas"? Houve um momento especial? Alguma situação específica?

No Vietnã, há uma chuva constante, mas não é tão poética como a nossa, porque ela é tão pontual, que já teve uma época que ela chovia duas e meia da tarde. Hoje, a pontualidade dela é de acordo com o temperamento dela: “Ah, vou chover.” E chove! E chove exatamente no momento que a gente precisa pensar. Você vai ler no poema que eu digo: “Quando a chuva cessa, a gente continua ainda dentro dela...”. É uma espécie de prisão romântica. A maioria dos poetas de Belém do Pará vive sob a chuva. Se não tiver chuva em Belém, não é Belém. Eu escrevi um poema anterior chamado "Cidade Velha", fundamental para a criação do poema "4 Séculos de Chuvas". Inclusive, está gramaticalmente errado, deveria ser 4 Séculos de Chuva, mas como a chuva é minha eu resolvi pluralizar, as chuvas são minhas (risos). Chuvas de arrependimentos, chuvas de pensamentos. São vários tipos de chuvas.

Podemos perceber um contexto histórico, ao longo das páginas, e riqueza de detalhes. Como foi feita essa pesquisa?

Recentemente, eu adoeci seriamente, estou com 26 kg a menos, e isso me conduziu a tirar da gaveta vários poemas sobre Belém. Você pode ver que o poema "4 Séculos de Chuvas" é um poema de longo curso, exatamente porque eu puxei tudo o que eu já tinha escrito e misturei. Ele não tem um roteiro de datas. Eu estou aqui com você, mas eu falo do meu passado. Assim como na poesia, eu dizia Belém no presente e no passado.

Quanto tempo levou para concluir o poema?

Aproximadamente quatro anos.

Houve inspiração em outros poetas?

Eu me inspirei em livros de História, como a Cabanagem, mas quando eu escrevi, eu não fui mais buscar os livros, era o que me sussurrava de tudo o que eu já tinha lido. Eu não queria misturar a historicidade com o poema.

Em alguns trechos, como em “enfiaram caravelas, esconderam gonorreias”, percebemos uma linguagem metafórica. Fala um pouco sobre isso.

É uma espécie de véu em cima do sexo. Isso foi para mostrar que o assédio é tão histórico quanto a fundação de uma cidade. Os portugueses assediaram as nossas índias e as dondocas portuguesas assediaram os nossos índios. “Enfiaram caravelas” é uma metáfora, pois eles enfiaram “caravelas” nas nossas mulheres, eu susbstituí o pênis por caravelas (risos). Em compensação, as mulheres portuguesas também levaram “flechadas” dos nossos índios (mais risos).

Na página 23, no trecho “A pressa subtraída/nos sapatos de água/Visíveis/as corcundas/dos séculos/por debaixo/de capas/Olhares/se conjugam/nos pingos/Numa invenção/da humanidade/molhada/Como são risíveis/as possibilidades/das sombrinhas/e dos guarda-chuvas/sob os barcos de nuvens”, o contexto está inserido no tema central. Foi intencional?

O livro inteiro é uma grande intenção. Eu gosto de ler uma frase que trabalhei pra chegar até ela. “A pressa subtraída nos sapatos de água” poderia ser qualquer coisa que freasse o andar, mas a água quando enche o seu sapato, ele pesa. Mas, não é pelo peso da água dentro do sapato, é porque as valas das nossas vidas, as inundações, subtraem muitas vidas, em esperanças, em saúde. Debaixo dessa chuva você vê também o aspecto social, político, a falta de urbanismo em uma cidade.

Qual a sua relação com o outro autor, José Maria de Vilar Ferreira?

José Maria de Vilar Ferreira, Ruy Barata e Max Martins são os três maiores poetas do Pará. José Maria também é compositor de muitas músicas que a Fafá de Belém gravou. Hoje, ele está muito doente. Foi uma homenagem para ele. Foi a minha primeira homenagem a um ser humano, mais do que poeta, um homem muito sensível, que sabe ser amigo. Hoje em dia é muito difícil ter amigos. Os amigos que a gente tem são temporais. Já tínhamos uma relação de amizade de anos e anos, de festivais, de saraus...

Como você se sentiu ao me dar essa entrevista?

(Suspiro). É surpreendente que, depois de um tempo, muita gente está me procurando para me entrevistar. É engraçado. Eu nunca imaginava isso. Para os outros eu acho normal, afinal, lançei um livro. Mas com você foi diferente. Eu me recordo de nossa amizade iniciada na SECOM (a Secretária de Comunicação do governo do Pará), no antigo prédio da Casa Civil. Você tinha uma atenção especial comigo, você me dava carona, conversávamos do açaí do seu pai, da sua família. Eu achava fantástico uma pessoa de fora conseguir fazer do açaí coisa que muitas pessoas daqui nunca fez. Achei superinteressante a confiança que você teve em mim. Quero que continue a nossa amizade.

Deixe uma mensagem para os amantes da poesia.

Não existe amante da poesia. É a poesia que seduz os amantes.

[@#galeria#@]

  

Quem nunca se encantou com um poema, uma poesia ou um cordel? A rima, a criatividade e o ritmo dão forma às histórias que são contadas de diversas maneiras pelos poetas e cordelistas, que brincam com as palavras. É assim que o alagoano Hugo Novaes, de 28 anos, está chamando atenção do público jovem e adulto. Porém, além da criatividade, ele conta com as plataformas digitais para interagir com os seus ‘seguidores’ e fazer suas rimas.

##RECOMENDA##

Com a proposta de criar poemas em apenas um minuto, o músico, compositor e bacharel em Direito, com pós-graduação em Política Estratégica, Hugo Novaes idealizou o projeto @1Tema1Minuto1Poema, por meio do Instagram. A conta, que foi elaborada em novembro de 2016 e tem apenas 29 publicações, possui, atualmente, 22 mil seguidores espalhados por todo o Brasil. Segundo Novaes, a ideia surgiu despretensiosamente e ele não enxergava a sua ideia como uma nova proposta de fazer poesia. 

"A ideia era fazer um poema, sugerido pelos próprios seguidores, em apenas um minuto. Mas, nunca parei para pensar que seria uma nova proposta de criar poesia, porque eu fazia muito instintivamente, porém como as coisas ficaram mais sérias, devido à quantidade de público e interação, eu comecei a estudar poesia e até agora não vi nada parecido”, diz. Um dos vídeos mais curtidos e vistos, que fala sobre a amizade, possui quase 20 mil visualizações e centenas de comentários.

O 'poeta digital' relata como e quando tudo começou. “Eu sempre gostei de poema, cordel e principalmente de escrever. A conta do Instagram, em especial, foi criada após uma postagem que fiz, falando sobre a vaquejada - tema que estava tendo muita repercussão. Após o vídeo ser postado em várias contas vinculadas à vaquejada, decidi postar na minha pessoal, mas como o conteúdo possuía mais de um minuto tive que dividir para publicar. Foi a partir daí que tive a ideia do projeto @1Tema1Minuto1Poema”, conta.

O jovem de 28 anos, que se dedica ao ramo de advogado, diz que tenta dividir o seu tempo com a criação de versos. Ele almeja viver apenas de poema. “A minha perspectiva é crescer popularmente e chegar a uma grandeza para viver disso, porque é isso eu quero, que amo! Um projeto que eu possa levar para o povo a poesia, poema e ter outros projetos”, revela.

A princípio, Hugo pensa em viajar pelo interior para ensinar poema, rima e tudo que está ligado à poesia. Além disso, a proposta também é fazer palestra e criar um programa no YouTube, intitulado ‘1Tema, 1 Música e 1 Poema’, a partir dos próprios temas trabalhados no Instagram. “Como sou compositor e sempre gosto de música, penso em pegar as temáticas do Insta e criar uma música para o canal do YouTube, que está em fase de planejamento”, relata.

A ideia de Hugo Novaes deu tanto sucesso que, recentemente, ele se surpreendeu com a criação de uma página no Facebook. “Quando fui criar uma página no Face, a pedidos dos seguidores, descobri que uma pessoa estava usando minha logomarca, minha imagem e falando que sou eu. Com isso, tive que dar entrada na minha marca e denunciei. Agora estou aguardando uma resposta”, comenta. 

Criatividade de família - Hugo Novaes diz que começou a criar versos muito jovem. “Minhas avós eram poetisas e eu sempre fui muito apoiado pelos meus familiares, mesmo com a crítica de algumas pessoas dizendo que ‘estava feia a minha iniciativa’. Lembro-me que comecei terminando a letra de uma música para o meu irmão, que tinha pedido ao meu pai para fazer. Na época eu tinha sete anos, aproximadamente, depois disso, nunca mais parei”, recorda.  

[@#video#@]

O lúdico como isca para incentivar a leitura. Essa é a estratégia de um projeto da Secretaria de Educação do Estado (SEE) para atrair a atenção dos estudantes para os clássicos da língua portuguesa. Trata-se do Cinema & Literatura, realizado esta semana no auditório da SEE. Durante o evento, voltado para professores, foi exibida uma animação baseada na obra Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e feita a partir de quadrinhos do ilustrador Miguel Falcão. O trabalho audiovisual integra do 5º volume do Kit DVD Escola, distribuído nas instituições de ensino rede pública estadual.
 
Morte e Vida Severina faz parte da série “Poemas Animados”, iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), da TV Escola e do Ministério da Educação (MEC). Depois da exibição do média-metragem, o cartunista Miguel Falcão, explicou todo o processo para a criação do filme, além de participar de uma mesa redonda com a Produtora audiovisual da Fundaj, Germana Pereira e o Gerente de Políticas Educacionais de Educação Infantil e Ensino Fundamental (GEIF) da SE, Hugo Monteiro. “Pensamos num modo de incentivar o estudo e compreensão da Língua Portuguesa e, no ano do cinqüentenário de João Cabral de Melo Neto, decidimos fazer o filme do quadrinho”, contou Germana sobre o processo de idealização do filme.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando