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As gotinhas que entraram para a história da imunização ao eliminarem a poliomielite no Brasil ganharam uma previsão de aposentadoria, e a substituição da vacina oral contra a doença pela aplicação intramuscular significará uma proteção ainda maior para os brasileiros.

No último dia 7 de julho, o Ministério da Saúde anunciou que vai substituir gradualmente a vacina oral poliomielite (VOP) pela versão inativada (VIP) do imunizante a partir de 2024. A decisão foi recomendada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as novas evidências científicas que indicam a maior segurança e eficácia da VIP.

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Apesar da novidade, o Ministério da Saúde fez questão de destacar que o Zé Gotinha, símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, vai continuar na missão de sensibilizar as crianças, os pais e responsáveis, participando das ações de imunização e campanhas do governo.

A poliomielite é uma doença grave e mais conhecida como paralisia infantil, por deixar quadros permanentes de paralisia em pernas e braços, forçando parte dos que se recuperam a usar cadeiras de rodas e outros suportes para locomoção. A enfermidade também pode levar à morte por asfixia, com a paralisia dos músculos torácicos responsáveis pela respiração. Durante os períodos mais agudos em que a doença circulou, crianças e adultos com casos graves chegavam a ser internados nos chamados “pulmões de aço”, respiradores mecânicos da época, dos quais, muitas vezes, não podiam mais ser retirados.

A partir dos 2 meses

A vacinação contra a poliomielite no Brasil é realizada atualmente com três doses da VIP, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e duas doses de reforço da VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

A partir do primeiro semestre de 2024, o governo federal começará a orientar uma mudança nesse esquema, que deixará de incluir duas doses de reforço da vacina oral, substituindo-as por apenas uma dose de reforço da vacina inativada, aos 15 meses de idade. O esquema completo contra a poliomielite passará, então, a incluir quatro doses, aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade.

A facilidade de aplicação e o baixo custo contribuíram para que as gotinhas tivessem sido a ferramenta para o Brasil e outros países vencerem a poliomielite, explica a presidente da Comissão de Certificação da Erradicação da Pólio no Brasil, Luíza Helena Falleiros Arlant. A comissão é uma entidade que existe no Programa Nacional de Imunizações (PNI) junto à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Em 2023, o programa completa 50 anos.

"Em 1988, havia mais de 350 mil casos de pólio no mundo. Crianças e adultos paralisados. Naquela época, o que era preciso fazer? Pegar uma vacina oral que pudesse vacinar milhões de pessoas em um prazo curto para acabar com aquele surto epidêmico. Eram muitos casos no mundo todo, uma tragédia", contextualiza Luíza Helena.

Ciência evoluiu

O sucesso obtido com a vacina oral fez com que a pólio fosse eliminada da maior parte dos continentes, mas pesquisas mais recentes, realizadas a partir dos anos 2000, mostraram que a VOP era menos eficaz e segura que a vacina intramuscular. Em casos considerados extremamente raros, a vacina oral, que contém o poliovírus enfraquecido, pode levar a quadros de pólio vacinal, com sintomas semelhantes aos provocados pelo vírus selvagem.

"Crianças com desnutrição, com verminoses ou doenças intestinais podem ter interferências na resposta à vacina oral. Já a vacina inativada, não. Ela protege muito mais, sua resposta imunogênica é muito mais segura, eficaz e duradoura. Há uma série de vantagens sobre a vacina oral. Tudo isso não foi descoberto em uma semana, foram estudos publicados que se intensificaram a partir de 2000."

Desde então, países de todo o mundo vêm substituindo gradativamente a vacina oral pela inativada, o que já foi feito por ao menos 14 países na América Latina. A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a vacina inativada substitua a oral em todo o mundo até 2030.

A presidente da Comissão de Certificação da Erradicação da Pólio no Brasil acrescenta que a vacina inativada produz menos eventos adversos que a oral, e também traz maior segurança para a pessoa vacinada e para a coletividade.

Para compreender essa diferença, é preciso conhecer melhor o funcionamento dessas duas vacinas. A oral contém o poliovírus atenuado, isto é, ainda "vivo", porém enfraquecido, de modo que não cause mais a doença. Já a vacina inativada recebe esse nome porque o vírus já foi inativado, "morto", e não há mais chances de que possa sofrer mutações ou e se reverter em uma forma virulenta.

Estudos sobre o tema têm se intensificado a partir dos anos 2000, conta Luiza Helena, e constatou-se que o poliovírus atenuado que entra no organismo com a imunização pode sofrer mutações e voltar a uma forma neurovirulenta ao ser excretado no meio ambiente com as fezes. Já se tinha conhecimento dessa possibilidade, pondera a pesquisadora, mas hoje se sabe que ela é mais frequente do que se acreditava.

"Hoje a gente sabe que o vírus mutante eliminado pelo intestino pode acometer quem está do lado, e, se essa pessoa não estiver devidamente vacinada, ela pode ter pólio", afirma ela, que acrescenta que alguns fatores contribuem para elevar esse risco, como as baixas coberturas vacinais contra a poliomielite nos últimos anos e a existência de populações sem saneamento básico, o que pode provocar o contato com esgoto ou água contaminada por fezes que contêm poliovírus selvagens ou mutantes.

Segundo a pesquisadora, é importante ressaltar que, enquanto houver poliomielite no mundo, todas as pessoas estão sob risco de adquirir a doença.

“Os vírus da pólio circulam e podem acometer qualquer pessoa. Se essas pessoas, especialmente crianças, não estiverem devidamente vacinadas com uma vacina eficaz, preferencialmente inativada, não estarão imunes e podem ter a doença. Mesmo que haja um contato com o vírus, vacinados não desenvolvem a doença.”

Baixas coberturas

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

Depois de 2016, a cobertura entrou em uma trajetória de piora que chegou a 71% em 2021. Em 2022, a cobertura subiu para 77%, mas continua longe da meta de 95% das crianças protegidas.

O percentual a que se refere a cobertura vacinal mostra qual parte das crianças nascidas naquele ano foi imunizada. Isso significa que não atingir a meta em sucessivos anos vai criando um contingente cada vez maior de não vacinados. Ou seja, se considerarmos os últimos dois anos, 29% das crianças nascidas em 2021 e 23% das nascidas em 2022 estavam desprotegidas. Como mais de 1,5 milhão de bebês nascem por ano no Brasil, somente nesses dois anos foram mais de 780 mil crianças vulneráveis a mais no país.

As coberturas nacionais também escondem desigualdades regionais e locais. Enquanto o Brasil vacinou 77% dos bebês nascidos em 2022, a cidade de Belém vacinou apenas 52%, e o estado do Rio de Janeiro, somente 58%.

Área livre da pólio

O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989 e, em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, em conjunto com todo o continente americano.

A vitória global sobre a doença com a vacinação fez com que o número de casos em todo o mundo fosse reduzido de 350 mil, em 1988, para 29, em 2018, segundo a OMS. O poliovírus selvagem circula hoje de forma endêmica apenas em áreas restritas da Ásia Central, enquanto, em 1988, havia uma crise sanitária internacional com 125 países endêmicos.

Sequelas

Com a eliminação da doença, é cada vez mais raro conhecer alguém que viva com as sequelas da pólio, mas essa já foi uma realidade muito mais frequente no Brasil. O ator e músico Paulinho Dias, de 46 anos, conta que teve a doença menos de duas semanas após seus primeiros passos, com 11 meses de idade.

"A pólio afetou meus membros inferiores. Da cintura para baixo, afetou ambas pernas, porém, a maior sequela foi na perna direita, em que fiz mais de dez cirurgias, entre elas de tendão, de nervo que foi atrofiando e de alongamento ósseo, porque a perna começou a ficar curta, porque não acompanhou o crescimento da outra. Antes dessa cirurgia, quase não encostava o pé no chão."

Paulinho se lembra de relatos da mãe de que inúmeras crianças no entorno também tiveram pólio. A falta de informação na época, em 1977, fazia com que muitas famílias buscassem benzedeiras na ausência de outros recursos, dando ainda mais tempo para agravamento dos casos e disseminação do vírus.

"Eu sempre fui a favor das vacinas, mas confesso que nunca fui panfletário em relação a elas até a pandemia de covid-19, que a gente viveu. E também, em pleno século 21, com o risco de a pólio voltar e o risco de outras doenças preveníveis por vacinas voltarem por conta da desinformação, movimentos antivacinistas, medos bobos. Sempre que eu posso, falo para as pessoas se vacinarem, porque é um ato de amor. Vacinem seus filhos, poupem de sofrimento."

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira, 7, que irá substituir gradualmente a vacina contra poliomielite de via Oral (VOP) pela versão inativada (VIP) nos postos de saúde de todo o Brasil. Segundo a pasta, a VIP, aplicada via injeção e já utilizada nas três primeiras doses do esquema de imunização, estará disponível também para a dose de reforço aplicada aos 15 meses, a partir de 2024. A quinta dose, dada aos 4 anos, deixará de existir.

A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as novas evidências científicas para proteção contra a poliomielite. Segundo o MS, foram analisados critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema.

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"É importante reforçar que essa atualização não representa o fim imediato do imunizante na versão popularmente conhecida como ‘gotinha’ e sim um avanço tecnológico para maior eficácia do esquema vacinal que será feito após um período de transição", afirma a pasta

"O Zé Gotinha, símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, também continuará na missão de sensibilizar as crianças, os pais e responsáveis em todo Brasil participando das ações de imunização e campanhas do Governo Federal", diz o MS.

Entenda

A indicação da CTAI é que o Brasil passe a adotar exclusivamente a vacina inativada na dose reforço, aplicada aos 15 meses de idade. Atualmente, esse reforço é feito com a forma oral do imunizante, enquanto a vacina injetável é aplicada apenas aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação.

A transição começará no primeiro semestre de 2024. As crianças brasileiras que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a VIP aos 15 meses. A dose de reforço aplicada atualmente aos 4 anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses VIP garantirá a proteção contra a pólio.

Ou seja, a partir de 2024, a vacinação contra poliomielite funcionará da seguinte maneira:

Primeira dose: vacina injetável, aos 2 meses de vida;

Segunda dose: vacina injetável, aos 4 meses de vida;

Terceira dose: vacina injetável, aos 6 meses de vida;

Quarta dose: vacina injetável, aos 15 meses de vida.

“As pessoas ficam muito surpresas quando eu digo ‘não foi acidente de carro não, foi paralisia infantil’”, explica a médica Rivia Ferraz, de 51 anos de idade, quando perguntam por que usa uma prótese na perna direita? “Parece que as pessoas esqueceram o que foi a paralisia infantil”, diz ao se referir à doença que tem preocupado as autoridades de saúde, já que a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, está com a cobertura em queda no Brasil.

Os índices de vacinação contra a poliomielite têm apresentado queda desde de 2016, última vez em que o país superou a marca de 90% de cobertura vacinal do público-alvo. A meta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é vacinar entre 90% e 95% das crianças menores de 5 anos de idade.

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Mas a proteção nunca esteve tão baixa. Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72%. No ano anterior, foi menor ainda, pouco menos de 71%, informou o Ministério da Saúde. Os números trazem preocupação porque, apesar de o Brasil ter registrado o último caso da doença em 1989, há 34 anos, outros países ainda não erradicaram a doença, o que pode fazer o vírus voltar a circular por aqui.

A médica disse que nasceu sem nenhuma patologia. “Mas aos 9 meses eu contraí a poliomielite e foi por falta da vacinação”. Ela explica porque não recebeu a vacina contra a pólio. “Isso foi em 1971, já tem algumas décadas, a gente não tinha o SUS [Sistema Único de Saúde]. Sou do Nordeste, de Maceió, cidade linda, mas lá não tinha muitos recursos e naquela época só tinha campanhas, não era como hoje, que em qualquer unidade de saúde você leva seu filho e vacina. Quando houve campanha, eu estava com febre e vomitando, não podia tomar a vacina, aí quando eu estava bem, não tinha a disponibilidade da vacina”.

Nesse intervalo, ela acabou contraindo o vírus da poliomielite. “É um vírus que em algumas crianças pode até não causar sintomas, como acontece hoje com a covid 19, algumas pessoas nem desenvolvem sintomas, com a poliomielite é a mesma forma. Mas crianças desenvolveram a forma grave, que foi o meu caso, que tem o ataque da medula, que acaba trazendo consequências nas células nervosas motoras, que acaba causando uma paralisia flácida”.

Rivia estava justamente na fase de dar os primeiros passos quando a mãe percebeu que ela ficava de pé, mas logo caía. “Ela me levou para uma avaliação médica e foi diagnosticada a paralisia. Passei por 14 cirurgias para conseguir caminhar um pouco, agora estou com esta órtese que é muita boa em me dar segurança para andar, passei por várias fases com e sem órteses, com e sem bengalas, para ter maior estabilidade e mais segurança”.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a grande maioria das infecções não produz sintomas, mas de cinco a dez em cada 100 pessoas infectadas com esse vírus podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. Em um a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. Não há cura. Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações.

Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte. Há 30 anos, a pólio paralisou quase 1.000 crianças por dia em 125 países em todo o mundo, incluindo países das Américas, informou a Opas.

Zé Gotinha

Em 1994, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com os demais países das Américas, como livre da poliomielite. O combate à doença fez surgir um dos personagens mais conhecidos da cultura médica nacional, o Zé Gotinha. O nome se refere à vacina atenuada oral (VOP), aplicada como dose de reforço dos 15 meses aos 4 anos de idade.

Mas o esquema vacinal começa antes. O Programa Nacional de Imunizações recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade e depois o reforço. A vacina está disponível em todos os centros públicos de saúde e pode ser administrada simultaneamente com as demais dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.

Estratégias

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde elaborou as ações a serem realizadas este ano para diminuir o risco de reintrodução da poliomielite e fortalecer a vacinação na maior cidade do país.

A enfermeira e coordenadora do Programa Municipal de Imunizações (PMI), Mariana de Souza Araújo, explica como as ações serão desenvolvidas. “As salas de vacinação têm os horários estendidos, funcionam das 7h às 19h e aos sábados também fazemos a vacinação nas AMA/UBS integradas, para aqueles pais que não conseguem levar a criança durante a semana”.

Outra ação é a Declaração de Vacinação Atualizada (DVA), a ser preenchida e entregue à escola em que o aluno está matriculado, que tem o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre os estudantes. “Todos os pais têm que levar a DVA certificada na escola, assim, as crianças que não devolvem a DVA, fazemos a busca ativa, com os agentes comunitários das UBS, que vão até a casa daquela criança e a vacinam no local”.

Ainda em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o PMI tem realizado ações nas escolas. “Para os pais que não conseguem levar as crianças nas UBS, vacinamos nas escolas. Divulgamos ainda, nas nossas redes sociais, as informações sobre as vacinas, mas se os pais tiverem ainda alguma dúvida, procure qualquer serviço de saúde que os profissionais poderão orientar”.

A coordenadora reforça que a única maneira de impedir que o vírus retorne ao país é mantendo as altas coberturas. “Em São Paulo, estamos com uma cobertura próxima da meta, com 80%, mas precisamos vacinar mais e que todas as crianças tenham o esquema completo para estarem protegidas”.

Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou o risco do Brasil, lembra a coordenadora do PMI. “Temos risco porque o Brasil é um país de portas abertas, recebemos imigrantes e refugiados, então precisamos manter a nossas coberturas vacinais exatamente por isso, porque recebemos pessoas de outros países que têm casos e sabemos que onde tem casos de pólio são os países com baixas coberturas vacinais. Então a nossa cobertura vacinal alta é a única forma de evitar que o vírus se reintroduza no país”.

Outras informações sobre a vacinação estão disponíveis na página Vacina Sampa.

O vírus da poliomielite é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum, a água ou alimentos contaminados, por exemplo, e se multiplica no intestino.

Para quem hesita em vacinar seus filhos, a médica Rivia tem um alerta e um conselho. “Passei por muitas dores e ainda as sinto, tive que vencer barreiras e a acessibilidade, tudo isso por conta de uma não vacinação. Apesar das pessoas hoje desconhecerem a paralisia infantil, é uma doença totalmente prevenível com a vacina que está aí, com toda a facilidade nas unidades de saúde. Vacinem seus filhos, o nosso desejo é que as crianças continuem saudáveis”.

* Colaborou Priscila Kerche, da TV Brasil

A sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI), aberta nesta terça-feira (2), alerta para o risco alto da volta da poliomielite ao Brasil. A doença, erradicada no país desde 1989, pode matar ou provocar sequelas motoras graves.

Em um dos debates do dia, pesquisadores apontaram a baixa cobertura como principal motivo de preocupação com a paralisia infantil, como a doença também é conhecida.

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O evento é promovido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Bio-Manguinhos/Fiocruz, no Rio de Janeiro.

A presidente da Câmara Técnica de Poliomielite do Ministério da Saúde, Luiza Helena Falleiros, destacou o conjunto de fatores que levaram a esse cenário e disse que existe um risco evidente. “Com o processo de imigração constante, com baixas coberturas vacinais, a continuidade do uso da vacina oral, saneamento inadequado, grupos antivacinas e falta de vigilância ambiental, vamos ter o retorno da pólio. O que é uma tragédia anunciada”, afirmou.

Luiza Helena lembrou que sempre se diz que as vacinas são vítimas do seu próprio sucesso. “Hoje ninguém mais viu um caso de pólio. Não se tem essa noção de risco enorme, mas ele existe. E não tem milagre, nem segredo. Tem que vacinar.”

A pesquisadora citou um estudo do Comitê Regional de Certificação de Erradicação da Polio 2022, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que aponta o Brasil como segundo país das Américas com maior risco de volta da poliomielite, atrás apenas do Haiti.

Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou a vigilância nas fronteiras. Há 30 anos, o continente estava livre de registros da doença.

Cobertura vacinal

Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, a cobertura vacinal para a doença no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir a circulação do vírus.

No simpósio de hoje, foram discutidos os motivos da chamada hesitação vacinal. José Cassio de Morais, assessor temporário da Organização Pan-Americana da Saúde, disse que a cobertura depende principalmente da confiança nas vacinas distribuídas pelo governo, de como administrar o medo da reação vacinal, da dificuldade de acesso aos postos, do nível de renda familiar e da escolaridade da população. Para melhorar o quadro atual, Morais defendeu mais investimento mais em campanhas e na informação de qualidade.

“É importante lembrar que a vacinação, além de uma proteção individual, é uma proteção coletiva. Vimos isso na questão da Covid-19, em que muitas pessoas não quiseram se vacinar. E precisamos atentar para a questão da comunicação social. Temos uma avalanche de fake news a respeito das vacinas e que trazem muito dano para a população. Mas não temos quase notícias positivas a respeito da vacina. Tem tido muito pouca divulgação da campanha de vacinação contra influenza, por exemplo. Temos que melhorar isso, divulgar melhor os fatos positivos em relação à vacina”, afirmou o assessor da Opas.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um pronunciamento em rede nacional no domingo (6) para incentivar a vacinação contra a poliomielite. Ele admitiu que se trata de "assunto que preocupa a todos nós" e que a cobertura vacinal está com uma adesão abaixo da meta deste ano, inferior a 70% do público-alvo, formado por crianças de até 5 anos. A situação tem gerado o temor de um retorno de casos da doença ao País em meio ao enfraquecimento da adesão à vacina.

Em outubro, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, declarou que o Brasil, a República Dominicana, o Haiti e o Peru correm "risco muito alto" de transmissão da pólio, além dos Estados Unidos, que registrou ao menos um caso neste ano.

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Queiroga admitiu que o Brasil corre o risco de "perder essa importante conquista", que é a irradicação da doença. Ele ainda destacou que a pasta lançou na última semana um Plano Nacional de Combate à Poliomielite, porém não explicou porque a ação foi lançada apenas em novembro. "A meta é imunizar 95% das crianças abaixo de 5 anos", destacou.

"Faço um apelo aos pais, avós e responsáveis: vacinem suas crianças contra a poliomielite. Não podemos negar esse direito ao futuro do nosso Brasil. Não podemos aceitar que ninguém, especialmente as nossas crianças, adoeçam e morram de doenças para as quais já existe vacina há tanto tempo", disse. Embora a campanha nacional tenha sido encerrada, a vacina continua disponível nos postos de vacinação.

O vírus pode atacar o sistema nervoso e causar paralisia irreversível - tanto que o nome popular é de paralisia infantil - em membros como as pernas, e também dos músculos respiratórios, levando o paciente à morte. A poliomielite não tem cura, só prevenção, que é feita com a vacina.

A poliomielite, altamente contagiosa, atinge principalmente crianças com menos de 5 anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, em locais onde não há tratamento de água e esgoto adequado.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, prefeituras de vários Estados do Brasil têm adotado estratégias variadas para ampliar a cobertura vacinal, de busca de não vacinados pelo aplicativo WhatsApp, distribuição de ingressos para circo a até sorteios de bicicletas.

Neste sábado (5), a Prefeitura de Guarulhos abrirá todas as 69 UBS (Unidades Básicas de Saúde) do município e o Ambulatório da Criança, localizada na rua Osvaldo Cruz, 151 – Centro, das 8h às16h, para a campanha de multivacinação, com foco na imunização contra a poliomielite. Todas as crianças com idade a partir de dois meses e menores de cinco anos de idade devem receber a vacina.

 As demais faixas etárias precisam ser avaliadas da vacina contra a paralisia. Segundo dados da Secretaria da Saúde, desde o início da campanha, em agosto, até esta quinta-feira (3), 44% das crianças guarulhenses com até um ano de idade já foram vacinadas contra a pólio. Esse número ainda é baixo, de acordo com o órgão, que alertou ainda que a paralisia infantil pode provocar sequelas para o resto da vida e até mesmo a morte. A vacinação é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças.

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Para consultar os endereços das 69 UBS, acesse https://www.guarulhos.sp.gov.br/unidades-basicas-de-saude-ubs

Saiba mais sobre a poliomielite  

Também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença causada por um vírus chamado poliovírus, que invade o sistema nervoso e, nos casos mais graves, pode causar paralisia. A poliomielite é uma doença muito contagiosa, ou seja, ela é transmitida de pessoa para pessoa de forma muito rápida. Ela afeta, principalmente, crianças menores de cinco anos, mas também pode acometer adultos. A vacinação é a única forma de prevenção.  

No primeiro sábado de novembro (5), a Prefeitura de Guarulhos promove o Dia de Multivacinação em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Ambulatório da Criança, das 8h às 16h. O objetivo é atualizar a carteirinha de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade para evitar a reintrodução de doenças já eliminadas no Brasil.

Uma das doenças eliminadas é a poliomielite, que afeta principalmente crianças menores de cinco anos. Também conhecida como Pólio ou Paralisia Infantil, ela é causada por um vírus chamado ‘poliovírus’, que invade o sistema nervoso e, nos casos mais graves, pode causar paralisia. O esquema vacinal é composto por doses aos dois, quatro e aos seis meses de idade, além do reforço aos 15 meses e aos quatro anos. Além deste imunobiológico também estarão disponíveis todos os outros que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação, como as vacinas contra meningite, sarampo, caxumba e rubéola (SCR), febre amarela e hepatite B.  

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Pessoas com uma das doses contra a Covid-19 em atraso também poderão ser vacinadas nesta data. O Ambulatório da Criança se localiza na rua Osvaldo Cruz, 151 – Centro. Já os endereços das UBS podem ser consultados em https://www.guarulhos.sp.gov.br/unidades-basicas-de-saude-ubs.

Até esta sexta-feira (28), Guarulhos estará com a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação para a atualização da caderneta de menores de 15 anos. O encerramento, previsto para a segunda-feira (31), foi antecipado para a sexta-feira (28) devido à mudança do ponto facultativo, que foi transferido desta data para o dia 31.  

Busca de não vacinados pelo aplicativo WhatsApp, distribuição de ingressos para circo e até sorteios de bicicletas estão entre as estratégias de prefeituras de vários Estados do Brasil para ampliar a cobertura vacinal contra a poliomielite. Até esta terça-feira, 25, o índice estava em 70%, quando o ideal é vacinar 95% das crianças com menos de 5 anos. Falta imunizar 3,4 milhões nessa faixa etária em todo o País, segundo o Ministério da Saúde.

O esforço na procura pelos não vacinados se justifica. Em 2020, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) classificou o Brasil como local de risco de reintrodução da doença - também chamada de paralisia infantil -, que havia sido erradicada desde o início da década de 1990. A partir de 2021, a classificação subiu para de "alto risco", colocando o País em alerta máximo.

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De acordo com o Ministério da Saúde, foram vacinadas até ontem 8,1 milhões de crianças, de um total de 11,5 milhões que compõem o público-alvo - menores de 5 anos. O imunizante, informou a pasta, continua disponível nos postos de saúde de todo o País, mesmo com o fim da campanha nacional, em setembro. Algumas cidades mantêm a mobilização.

Os Estados que mais vacinaram até agora foram Amapá (95,88% do público-alvo), Pernambuco (86,15%) e Alagoas (83,53%). Os que têm menos cobertura são Acre (38,65%), Roraima (41,15%) e Rio de Janeiro (45,24%).

Na capital fluminense, a aplicação de doses mais que dobrou depois que a prefeitura deu início à busca ativa de crianças não vacinadas, usando inclusive os grupos de WhatsApp dos profissionais de saúde. Conforme o secretário de Saúde, Daniel Soranz, a média diária subiu de 750 para 1.600 doses aplicadas. "Ainda temos 130 mil crianças desprotegidas. Além das doses previstas no esquema regular, estamos aplicando mais uma dose de reforço em crianças de 1 a 4 anos. Pedimos aos pais que levem essas crianças ao posto", disse.

Enquanto o Estado do Rio tinha menos da metade do público-alvo vacinado até terça, a capital estava com 55,20% das crianças vacinadas, segundo a prefeitura. Foram aplicadas 174 mil doses, mas a meta é atingir 300 mil crianças (95% do público alvo). Além de usar as redes sociais, equipes das clínicas da família e centros municipais de saúde estão indo às casas do morador. As unidades de atenção básica estão funcionando também aos sábados, das 8 às 12 horas.

Na capital paulista, a campanha foi prorrogada por prazo indeterminado, informou nesta terça-feira, 25, a Secretaria Municipal de Saúde. Além da vacina da pólio, para crianças de 1 a 4 anos e 11 meses, serão aplicadas doses contra outras doenças que fazem parte da campanha de multivacinação para crianças e adolescentes de 0 a 15 anos. Desde o início da campanha, em 8 de agosto, foram aplicadas 1,4 milhão de doses, sendo 352 mil contra a poliomielite e 1,1 milhão de outros 15 imunizantes.

No caso da pólio, a cobertura está em 79,2%, abaixo da meta de 95%. "A prorrogação é mais uma oportunidade àqueles que ainda não receberam a dose de reforço contra a poliomielite. Vamos prosseguir também com os esforços para a atualização das carteirinhas com os demais imunizantes do calendário nacional", disse o coordenador de Vigilância em Saúde da capital, Luiz Artur Caldeira.

No Estado de São Paulo, com cobertura de 64,70%, as prefeituras vêm intensificando as ações para atrair os não vacinados. A Secretaria Estadual de Saúde informou que, independentemente de campanhas, a vacina contra a pólio está disponível nos postos de forma permanente, conforme o calendário nacional de vacinação definido pelo ministério.

Sorteios

Em Araçatuba, no interior de São Paulo, foi usado um carro-volante para busca ativa de não vacinados nos bairros mais distantes. Além disso, a prefeitura fez parceria com um circo para distribuir ingressos aos menores de cinco anos que tomaram a vacina. Na cidade, 7.752 crianças foram imunizadas, índice de 88%.

Em Presidente Prudente (SP), as crianças levadas para tomar a vacina ganharam cupons para concorrer a sorteios de bicicleta. "Estamos todos preocupados, pois temos mais de 10 mil crianças no público-alvo e ainda faltam muitas para serem vacinadas", disse a supervisora da Vigilância Epidemiológica, Elaine Bertacco.

O sorteio de bicicletas também foi o recurso adotado em Paranavaí, interior do Paraná, em Aparecida do Taboado (MS) e em Diamantino (MT). "A campanha Dose Premiada é uma forma de estimular os pais a procurarem a unidade de saúde, onde são alertados sobre os riscos da pólio e de outras doenças que podem ser evitadas com a vacinação", disse a secretária de Saúde da cidade mato-grossense, Marineze Meira.

Em Goiânia, Hellena Rebeka Santos Barbosa, de 5 anos, ganhou uma "recompensa" após tomar as gotinhas no último dia 8 de outubro. A prefeitura da capital goiana, em parceria com o Serviço Social da Indústria, distribuiu entradas para o parque mantido pelo Sesi no Dia da Crianças. "Ela aproveitou o dia de sol na piscina e pôde participar de jogos e brincadeiras, além de receber alimentação. Foi a primeira vez que ela foi a um clube e ela amou", diz a mãe de Hellena, Kenya Rodrigues Barbosa.

Para tentar atrair as famílias, algumas cidades adotaram horários alternativos. Em Chapecó, no Corujão da Vacinação, as doses são aplicadas no período das 18 às 21h30. Conforme o secretário de Saúde, Jader Danielli, o objetivo é atender os pais que trabalham e não conseguem levar os filhos para vacinar durante o dia. Em Santa Catarina, que tem 82,26% de cobertura vacinal, uma lei estadual obriga a apresentação do certificado de vacinação completa para a matrícula de crianças em escolas das redes pública e privada.

"Ofertamos (vacina) aos fins de semana e período noturno e a ação foi bem divulgada, então não há justificativa para a falta de procura", disse a coordenadora do programa de imunização do Acre, Renata Quiles.

Força-tarefa monitora esgoto

Em Campinas (SP), onde só pouco mais da metade do público-alvo recebeu as doses, agentes comunitários de saúde da prefeitura estão indo às casas para saber por que as crianças não foram se vacinar, na ação chamada de Adote uma Carteirinha. Famílias em situação de rua também estão sendo abordadas. Na cidade, a cobertura considerada ideal, de 95%, foi atingida pela última vez em 2018.

De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben, existe preocupação com a reintrodução do vírus da poliomielite porque Campinas tem um fluxo de pessoas de diversas regiões do mundo, por meio do Aeroporto Internacional de Viracopos. Além disso, a região metropolitana de Campinas é considerada polo comercial, industrial, universitário e de pesquisa.

Esses fatores, aliados à queda da cobertura nos últimos anos, aumentam o risco de reintrodução da paralisia infantil, segundo ela. Em 2015, índice era de 101,7%, caindo para 82,8% em 2021. "A cada ano aumenta o número de crianças sem a vacina. Nossos números, que já não vinham bem, pioraram muito na pandemia", afirmou. O município intensificou a vigilância no aeroporto, incluindo a busca por refugiados não vacinados, o reforço no esquema de notificação de suspeitas e, até, o monitoramento ambiental do esgoto para identificar eventual presença do vírus.

A paralisia infantil é uma doença contagiosa causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por contato direto com as fezes ou pelas secreções bucais de pessoas infectadas. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares em que os membros inferiores são os mais atingidos. O último caso no Brasil foi registrado em 1989. Em 1994, foi certificada a erradicação da doença nas Américas.

Conforme o pesquisador Akira Homma, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a queda drástica na imunização, sobretudo nos dois últimos anos, deixa o País com baixa proteção contra eventual volta da doença. "Há quase 30 anos o Brasil não tem um único caso de poliomielite. Na década de 1980, com a participação de toda a sociedade, conseguimos alta cobertura vacinal. Em dois dias nacionais de vacinação, em que chegamos a vacinar 18 milhões de crianças em um só dia, eliminamos essa terrível virose do País. Esta queda na cobertura vem deixando um número enorme de crianças desprotegidas", disse.

O que diz o Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informou que o Brasil é uma das referências mundiais em imunização e possui um dos maiores programas de vacinação do mundo, que aplica em média 100 milhões de doses por ano. "A atualização da situação vacinal aumenta a proteção contra as doenças imunopreveníveis, evitando a ocorrência de surtos e hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos", disse, em nota.

Conforme a pasta, o Brasil já eliminou cinco doenças com a imunização - paralisia infantil, síndrome da rubéola congênita, rubéola, tétano materno e neonatal e varíola -, mas a ocorrência de baixas coberturas pode causar a reintrodução dessas doenças no País, voltando a ser um problema de saúde pública. (Colaborou Andréia Bahia, especial para o Estadão)

Para estimular a imunização de crianças, adolescentes e a população em geral, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou nesta quarta-feira (12) de um ato de vacinação na cidade de Aparecida (SP), cidade que está lotada de fiéis e devotos que participam de festa dedicada a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. 

Em uma unidade básica de saúde (UBS), no centro da cidade, o ministro aplicou a vacina contra a poliomielite em uma criança e reforçou a importância da vacinação. “Alguém já viu um caso de poliomielite? Felizmente poucos viram. Eu convivi, no meu colégio, quando criança, com colegas que tinham poliomielite. Não queremos a poliomielite de volta. E sabemos o que temos que fazer para não tê-la entre nós. Precisamos vacinar nossas crianças. É um dever nosso e um direito das nossas crianças”, disse, durante o evento. 

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Segundo o ministério, a vacinação contra a poliomielite ainda está abaixo do esperado no estado de São Paulo. A meta é vacinar 95% do público-alvo, mas, até este momento, apenas 59,2% das crianças menores de 4 anos já foram vacinadas. Em todo o Brasil, informou o ministério, 62,5% das crianças foram vacinadas. Atingir a meta é importante para evitar que a doença, também conhecida como paralisia infantil, que já estava erradicada, volte a circular no país. 

“A cobertura vacinal tem caído, em parte, porque as pessoas pensam que se livraram desse inimigo. Mas temos que ter cuidado com esses inimigos, que as vezes estão escondidos ou presos e, quando menos esperamos, eles voltam. As pessoas achavam que estavam livres da poliomielite e deixaram de procurar as salas de vacinação”, disse o ministro. “A cobertura vacinal está baixa e precisamos fazer com que ela seja recobrada”, acrescentou, dizendo que a meta do ministério é vacinar 95% das crianças abaixo dos cinco anos, público estimado em 15 milhões de pessoas no país. 

“Temos que entender que, bem antes da pandemia, antes de se falar em vacinação contra a covid-19 já vínhamos apresentando queda em nossas metas de vacinação. E precisamos fazer com que as pessoas tomem consciência de que vacinar é fazer com que as nossas crianças estejam protegidas de doenças que estavam erradicadas e que podem retornar”, reforçou o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn. 

Imunização

Durante a ação de imunização promovida pelo ministério, a população menor de 15 anos poderá atualizar sua carteira de vacinação, tendo acesso às vacinas de hepatite A e B; penta (DTP/Hib/Hep B); pneumocócica 10 valente; VIP (vacina inativada poliomielite); VRH (vacina rotavírus humano); meningocócica C (conjugada); VOP (vacina oral poliomielite); febre amarela; tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola); tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola, varicela); DTP (tríplice bacteriana); varicela; HPV quadrivalente (papilomavírus humano); dupla adulto (difteria e tétano); e covid-19. O ministério alerta que todos esses imunizantes são seguros, integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Campanha 

O ministério informa que o grupo-alvo para a vacinação contra a poliomielite são as crianças menores de cinco anos de idade, sendo que crianças menores de um ano deverão ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada para o esquema primário (vacina inativada contra poliomielite - VIP). 

No Brasil, todos os bebês devem receber a vacina inativada contra a poliomielite (VIP) aos 2 meses, 4 meses e 6 meses de idade. A vacina é aplicada, de forma injetável, desde 2012, e seu uso trouxe mais segurança à imunização contra a pólio, porque o conteúdo da vacina é o vírus "morto", inativado, o que afasta qualquer risco de replicação viral após a vacinação. Já imunizadas com essas três doses, as crianças devem receber as famosas gotinhas da vacina oral contra a poliomielite (VOP), aos 15 meses e aos 4 anos de idade, como um reforço na imunização. 

Já a multivacinação é uma estratégia onde são oferecidas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação para a população-alvo. O objetivo é facilitar a ida dos pais ou responsáveis ao serviço de saúde para atualização das vacinas de crianças e adolescentes. 

Atualizar a carteira de vacinação é importante porque protege as crianças e adolescentes contra doenças imunopreveníveis, evitando a ocorrência de surtos e hospitalizações, sequelas, mortes ou tratamentos para doenças que podem ser evitadas por meio de vacinas. “Não podemos ver tragédias que vimos no passado, como as sequelas de paralisia infantil ou de morte de crianças. Podemos proteger as crianças com duas gotinhas [de vacina]”, reforçou Gorinchteyn.

A Prefeitura de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, divulgou nesta terça-feira (11) que a cidade atingiu 84% da vacinação contra a Poliomielite na cidade, o que representa 16.289 de doses aplicadas em crianças de cinco anos.

Para ampliar ainda mais a cobertura vacinal, no próximo sábado (15) será realizado o Dia D da Criança Vacinada, das 9h às 16h, no Quiosque da Orla, em Bairro Novo, e no Espaço Caenga, localizado em Aguazinha.

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A secretária de Saúde, Luciana Lopes, afirma que em 30 dias de campanha, o município saiu de 30% para 84% de imunização. “O trabalho não pode parar. Continuamos intensificando as ações cotidianas e por isso estamos mais perto de atingir a meta que é de 95%”, afirmou a secretária. A Campanha Nacional de Imunização completou, até o momento, 60% do público alvo. 

A prefeitura destaca que o resultado faz parte do "esforço dos agentes de saúde e da população que reativou a consciência da importância da vacinação, um ato simples, mas que através dela previne doenças graves como a paralisia infantil". 

O Executivo municipal assevera ainda que os técnicos da atenção básica foram capacitados para estimular a vacinação das crianças, além da busca ativa que vai de porta em porta nas comunidades que são cobertas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Brasil

Depois de décadas acreditando ter erradicado a Poliomielite no Brasil, na última quinta-feira (6), o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Pará (CIEVS/PA) confirmou a detecção do vírus em uma criança de três anos. O País vem registrando uma baixa procura de vacina após os discursos antivacina do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta de menores de 15 anos foi prorrogada até o dia 31 de outubro em Guarulhos, devido à baixa adesão do público-alvo. Crianças menores de cinco anos devem tomar a vacina contra a poliomielite; crianças e adolescentes menores de 15 anos devem atualizar a caderneta.

Para se vacinar, basta ir a uma das 69 UBSs ou ao Ambulatório da Criança de Guarulhos, levando um documento com foto e a caderneta de vacinação. Consulte os endereços no site: www.guarulhos.sp.gov.br/unidades-basicas-de-saude-ubs.

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Na última quinta (6), foi confirmado um caso de poliomelite no Pará. O Brasil recebeu o certificado de erradicação da doença em 1994. A baixa cobertura vacinal recente é preocupante. Por isso, é importante que a população seja imunizada para evitar o retorno do vírus ao país.

Estatísticas

A campanha teve início em 8 de agosto, foi estendida até 30 de setembro e agora está na segunda prorrogação. De acordo com a Secretaria da Saúde, até o dia 29 de setembro, cerca de 81.845 crianças com até cinco anos de idade foram vacinadas contra a poliomielite, o que corresponde à cobertura vacinal de 42,6% dessa população. Já entre os menores de 15 anos de idade, 85,6% com até um ano de idade ainda não haviam sido imunizados contra a poliomielite e 61,2% entre cinco e 14 anos de idade estavam com uma das vacinas do calendário nacional atrasadas.

Serviço:

 Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta

Quando: Até 31 de outubro

Quem: Menores de cinco anos (poliomielite) e menores de 15 anos (atualizar caderneta)

Onde: Ambulatório da Criança. Endereço: Rua Osvaldo Cruz, número 151 - Centro de Guarulhos.

UBSs:  http://www.guarulhos.sp.gov.br/unidades-basicas-de-saude-ubs 

 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou em entrevista à CNN Brasil que o caso suspeito de poliomielite do Pará é, na verdade, um efeito adverso raro à vacina. A criança de 3 anos da cidade de Santo Antônio do Tauá estava com dificuldade motora, espasmos e paralisia facial. 

De acordo com Queiroga, o esquema vacinal primário da criança estava incompleto. “Muito provavelmente houve um evento adverso à vacina oral. Este caso do Pará, pelo que eu sei, já foi descartado. Não é polio”, detalhou. No entanto, destacou que, se houve a suspeita, há a real possibilidade da doença voltar ao Brasil, que não registra casos da doença desde 1989. 

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Neste ano, apenas 62,5% das crianças brasileiras de até 5 anos não foram imunizadas contra a doença, segundo o SUS. A meta estipulada e segura é de 95% das crianças até esta idade vacinadas. 

 

O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Pará (CIEVS/PA) confirmou, nesta quinta-feira (6), a detecção do vírus da poliomielite em uma criança de três anos. O Brasil considera ter errado a paralisia infantil há 33 anos, em 1989. O País vem registrando uma baixa procura de vacina após os discursos antivacina do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia feito um pronunciamento na quarta-feira (5), para alertar sobre o risco da reintrodução da doença no País. Atualmente, a cobertura vacinal está em torno de 60%. A meta é atingir 95% de cobertura vacinal contra o vírus em crianças menores de 5 anos, ou seja, faltam 14,3 mil crianças serem vacinadas.  

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Campanha

A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite iniciou no dia 8 de agosto e foi encerrada na última sexta-feira (30), após ser prorrogada por conta da baixa adesão. A orientação é que crianças de 1 a 4 anos recebam uma dose da vacina oral desde que já tenham recebido as três doses da vacina inativada poliomielite previstas no esquema básico.

Especialistas alertam para o risco de casos de poliomielite voltarem a ser registrados no Brasil, depois de mais de 30 anos, preocupação já levantada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante de monitoramento de casos que estão surgindo no mundo e do cenário atual do País, a entidade colocou o Brasil entre os países com alto risco para reintrodução da doença.

"Além da cobertura vacinal, a vigilância do vírus no meio ambiente, que não é feita adequadamente, e a investigação dos casos de paralisia aguda em crianças flácidas influenciaram na decisão", afirma o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.

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Para incentivar a vacinação, no início do mês, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022 foi prorrogada até a próxima sexta-feira, 30. Até o momento, 50% das crianças na faixa etária de 1 a menores de 5 anos de idade convocadas para uma dose extra ou para completar o esquema vacinal ainda não compareceram na campanha contra a pólio.

"O Brasil está sendo considerado como um país de alto risco de retorno de uma doença totalmente evitável por vacina. Um dos fatores importantes que nos coloca em risco é exatamente a baixa cobertura vacinal", afirma Juarez Cunha, pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Embora o Brasil tenha recebido o certificado de eliminação da doença em 1994, a baixa adesão faz o Programa Nacional de Imunizações (PNI) alertar sobre a importância e o benefício da vacinação, para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no País. Atualmente, menos de 70% das crianças até um ano estão com a vacinação de rotina em dia.

"A criança não precisa ser vacinada contra a poliomielite no mês da campanha, mas aos dois, quatro e seis meses. E os reforços aos 15 meses e 4 anos. Essa é a vacinação de rotina que estamos com 69,9%, menos de 70%, das crianças vacinadas até um ano de idade", afirma Kfouri.

Conforme o Ministério da Saúde, mais de 14,3 milhões de crianças menores de 5 anos de idade devem receber a vacina contra a doença, sendo que as menores de 1 ano devem ser imunizadas de acordo com a situação vacinal para o esquema primário. Já as crianças de 1 a 4 anos devem tomar uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. O objetivo é alcançar uma cobertura vacinal igual ou maior que 95%.

"Ter pouco menos de 70% de cobertura na rotina e em uma campanha contra a poliomielite - que é para recuperar o atraso - aparecem somente 50% das crianças são dados que mostram que o País não está bem", disse Kfouri.

Como incentivar os pais sobre a importância da vacina?

Segundo Juarez Cunha, é preciso alertar a população sobre a importância da vacinação em dia para combater uma doença já eliminada no Brasil. "Tivemos o último caso em 1989, mas a doença pode voltar, assim como acontece em outros países do mundo. A forma de se evitar isso é por meio da vacinação", afirma Cunha.

Para o presidente da SBIm, uma das formas de se incentivar a população é trazendo de volta os riscos da doença.

"As pessoas têm uma falsa sensação de segurança de que não precisam mais vacinar contra a poliomielite, já que não temos casos da doença no Brasil há mais de 30 anos, mas o vírus pode voltar. Temos que ressaltar essa parte de riscos, assim como a segurança e eficácia da vacina que controlou e eliminou a doença em nosso País. Não podemos deixar a doença voltar", acrescenta ele.

Clarissa Morais Busatto Gerhardt, membro de Departamento Científico de Imunizações da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), também defende que seja iniciada uma abordagem com familiares das crianças.

"Perguntando aos pais se receberam todas as vacinas na infância e o quanto seus parentes foram cuidadosos com eles, prevenindo-os de pegar doenças fatais e chegando até a fase adulta, é um bom início de conscientização. Muitos deixam de perceber a importância da vacina porque não observarmos mais algumas doenças circulando em nosso meio", avalia ela.

A vacina é segura?

O Ministério da Saúde reforça que todos os imunizantes que integram o PNI são seguros e estão aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As crianças devem tomar quantas doses da vacina contra a poliomielite?

As primeiras três doses como injeções (vacina inativada) - dois meses, quatro meses e seis meses de idade. E duas doses de reforço com gotinhas - uma aos 15 meses (1 ano e três meses) e outra aos 4 anos de idade.

Durante a campanha, estão sendo administradas doses em crianças com vacinas em atraso. Cunha alerta, no entanto, que não podem receber gotinhas as crianças que não estão com as três doses da vacina inativada (injetável) em dia.

As crianças que não tomaram as injeções entre dois e seis meses devem ir e atualizar todo o esquema vacinal contra a doença?

"As crianças em atraso devem atualizar o esquema vacinal. Mesmo que tenham passado da idade de receberem as três doses inativadas, devem colocar em dia o esquema de vacinação das injeções, antes de receberem as doses de gotinha", explica o presidente da SBIm.

As crianças que tomam vacinas somente na rede particular também devem participar da campanha do governo como um reforço?

A campanha ocorre independentemente da situação vacinal. Ou seja, pais e responsáveis devem ser estimulados a levar a criança independentemente da vacina estar em dia ou não.

"A vacinação é indiscriminada. É para todos. Recuperar quem está com dose em atraso e dar dose extra para quem está em dia, reforçando a proteção", afirma Kfouri.

E no caso dos imunodeprimidos?

"Vale lembrar que no caso de imunodeprimidos ou pessoas que convivem com imunodeprimidos a vacina recomendada é a injetável (inativada) para todas as doses e também é encontrada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIES)", lembra Clarissa.

Desde quando o Brasil tem registrado queda na cobertura vacinal?

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a poliomielite - as que são administradas em bebês com menos de 1 ano de idade - atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29%.

Desde 2016, o País não ultrapassa a linha de 90% de crianças vacinadas. Em 2019, caiu para 84,19%. Em 2020, muito em razão da pandemia de covid-19, o índice chegou a 76,15% dos bebês imunizados. Em 2021, o porcentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%. Ou seja, a cada 10 crianças, três não estão plenamente protegidas contra o poliovírus.

Quais os riscos da doença?

A poliomielite é uma doença altamente contagiosa, que atinge principalmente crianças com menos de 5 anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, em locais onde não há tratamento de água e esgoto adequado. O poliovírus é transmitido de pessoa para pessoa por via fecal-oral ou por água ou alimentos contaminados, e também de forma oral-oral, por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

O vírus ataca o intestino, mas pode chegar ao sistema nervoso e provocar paralisia irreversível - daí o nome paralisia infantil - em membros como as pernas, e também dos músculos respiratórios, levando o paciente à morte. A poliomielite não tem cura, apenas prevenção, que é feita com a vacina.

Como está a situação no mundo?

Embora os casos de infectados tenham sofrido uma queda de 99% nas últimas décadas (caiu de 350 mil casos estimados, em 1988, para 29 contaminações notificadas em 2018), a Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da OMS, alerta que, se a doença não for completamente eliminada no planeta, 200 mil novas infecções podem acontecer a cada ano dentro de uma década.

Em julho deste ano, os Estados Unidos detectaram uma contaminação por poliomielite depois de 29 anos. O caso foi identificado no Condado de Rockland, em Nova York. Também em 2022, Moçambique (em maio) e Malauí (em fevereiro) registraram pacientes diagnosticados com pólio.

Multivacinação

 

Em paralelo à campanha contra a poliomielite, ocorre a campanha de multivacinação para atualizar outras imunizações.

As imunizações disponíveis são:

- Hepatite A e B

- Penta (DTP/Hib/Hep B)

- Pneumocócica 10 valente

- Vacina Inativada Poliomielite (VIP)

- Vacina Rotavírus Humano (VRH)

- Meningocócica C (conjugada)

- Vacina Oral Poliomielite (VOP)

- Febre amarela

- Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba)

- Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela)

- DTP (tríplice bacteriana)

- Varicela

- Papilomavírus Humano (HPV quadrivalente)

Também estão disponíveis para os adolescentes:

- Vacinas HPV

- Dupla adulto (dT)

- Febre amarela

- Tríplice viral

- Hepatite B

- dTpa

- Meningocócica ACWY (conjugada)

Em caso de necessidade de também atualizar o esquema da vacinação contra o coronavírus, o Ministério da Saúde afirma que as vacinas contra covid-19 podem ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo com as demais vacinas do calendário nacional a partir dos três anos de idade.

Quando soube semanas atrás que nos Estados Unidos havia sido registrado o primeiro caso de poliomielite em quase dez anos, um jovem nova-iorquino que ficou paralítico, Brittany Strickland tremeu de "medo".

"É aterrador. Não pensávamos que aconteceria aqui", disse a mulher de 33 anos, entrevistada pela AFP em Pomona, localidade do condado nova-iorquino de Rockland, 50 quilômetros ao norte de Manhattan.

"Minha mãe era contra as vacinas e me dei conta que, quando menina, não fui vacinada contra a poliomielite", confessa esta desenhista que acaba de receber a primeira dose contra um vírus que estava praticamente desaparecido.

Em meados de agosto, as autoridades sanitárias de Nova York advertiram que a doença altamente contagiosa - que se transmite através das fezes, secreções do nariz e da garganta ou por beber água contaminada - havia sido detetada em águas residuais.

Uma descoberta "preocupante, mas não surpreendente", segundo as autoridades, que acreditam que "o vírus provavelmente esteja circulando localmente" e que os nova-iorquinos que ainda não se vacinaram devem fazê-lo o quanto antes.

O primeiro caso comprovado de poliomielite no condado de Rockland foi registrado em meados de julho, o primeiro nos Estados Unidos desde 2013.

- 60% de crianças vacinadas -

Na cidade de Nova York, 86% das crianças de seis meses a cinco anos receberam três doses da vacina, o que significa que os 14% restantes não estão completamente protegidos.

No condado de Rockland, apenas 60% das crianças de dois anos estão vacinadas, em comparação com 79% no estado de Nova York em geral e 92% em todo o país, segundo funcionários da saúde.

Os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) se disseram "preocupados" e enviaram especialistas ao estado de Nova York para melhorar a detecção e a vacinação, pois se trata de uma enfermidade que pode ter "consequências devastadoras e irreversíveis".

A poliomielite, que afeta principalmente os mais jovens e provoca paralisia, está praticamente erradicada no mundo, a exceção de países como Paquistão e Afeganistão.

Nos Estados Unidos, o número de diagnósticos caiu no fim da década de 1950, graças à primeira vacina.

- Os perigos da vacina oral -

A última infecção natural nos EUA data de 1979. Mas as autoridades de saúde sabem que, em casos raros, as pessoas não vacinadas podem ser contaminadas por outras que receberam a vacina por via oral.

Em junho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que uma variante do vírus da pólio derivada de vacinas orais foi encontrada em águas residuais de Londres.

A análise do caso de Rockland também indica que a infecção do jovem nova-iorquino viria de uma pessoa que havia recebido o imunizante por via oral.

Na vacina oral, uma variante do vírus se replica no intestino e pode ser transmitida através de águas residuais que contém matéria fecal.

Apesar de ser menos virulenta que o vírus natural, a variante ainda pode causar sintomas graves, como paralisia das extremidades.

E dado que o paciente de Rockland não havia viajado para fora do país, os funcionários do estado de Nova York acreditam que a doença foi transmitida localmente, dentro do condado.

- Judeus ortodoxos -

Segundo a imprensa local, o paciente de Rockland é um americano judeu ortodoxo de cerca de 20 anos.

Como reconhece a comunicadora Shoshana Bernstein, sua comunidade é tradicionalmente relutante às vacinas, como "qualquer grupo isolado e fechado".

Em uma carta pública difundida na semana passada, diversos rabinos instaram os judeus a se vacinar, uma mensagem que Bernstein compartilha e busca replicar.

Para isso, ela pretende se apoiar "nos judeus mais veteranos", que se lembram da poliomielite da década de 1950 e podem convencer os jovens reticentes.

Mais pessimista, o virologista da Universidade de Nova York, John Dennehy, que pensava que a poliomielite estava "à beira da extinção", teme agora que o caso de Rockland seja "a ponta do iceberg".

A menos de duas semanas do fim da campanha nacional contra a poliomielite, mais de 11,1 milhões de crianças ainda não receberam a vacina contra a doença. Conforme o Ministério da Saúde, já houve cerca de 3,174 milhões de aplicações até esta segunda-feira (29) - só 22,1% do público-alvo. Médicos alertam para os riscos de volta da paralisia infantil diante do registro de novos casos no exterior, incluindo países como Estados Unidos e Israel.

Lançada pelo governo federal em 8 de agosto, a mobilização vai até 9 de setembro e pretende atingir cobertura igual ou maior que 95% do público. Cerca de 14,3 milhões de crianças devem ser vacinadas, segundo informe técnico da campanha feito pelo ministério. No Estado de São Paulo, a cobertura contra pólio segue a tendência nacional (21%), segundo o último balanço do governo paulista, de sexta-feira (26).

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Segundo especialistas, entre os motivos para a baixa procura estão a pandemia, dificuldades dos pais que trabalham de levar os filhos aos postos de saúde, baixa percepção de risco diante do longo período sem casos da doença e a falta de campanhas mais intensas do governo federal. Fake news (informações falsas) sobre insegurança ou ineficácia dos imunizantes também atrapalham.

A pólio, ou paralisia infantil, é altamente contagiosa. Atinge principalmente crianças com menos de cinco anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, sobretudo onde não há tratamento de água e esgoto adequado. O poliovírus (vírus causador da doença) é transmitido de pessoa para pessoa por via fecal-oral ou por água ou alimentos contaminados, e também de forma oral-oral, por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

O vírus ataca o intestino, mas pode chegar ao sistema nervoso e provocar paralisia irreversível nas pernas e demais membros, e também dos músculos respiratórios, o que pode levar à morte. A poliomielite não tem cura, apenas prevenção, que é feita com a vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O esquema vacinal contra a poliomielite consiste na administração de três doses iniciais, distribuídas para os bebês aos 2, 4 e 6 meses de vida com a vacina injetável (VIP) e de vírus inativado. Depois, como reforço, são administradas duas doses adicionais de vacina oral (VOP): uma quando a crianças está com 15 meses e outra entre 4 e 5 anos. Há também vacina injetável indicada para pessoas de até 19 anos ou para situações especiais, como indivíduos imunocomprometidos. A força-tarefa de vacinação vai até 9 de setembro, mas é possível vacinar nos postos de saúde depois dessa data.

Baixa procura

A baixa procura pela vacina não é novidade se comparada com os anos anteriores. Conforme números do DataSUS, o Brasil não ultrapassa a linha de 90% de crianças protegidas com a vacina inativada - administradas de forma injetável em bebês com menos de 1 ano completo - desde 2015. Ou seja, há sete anos que o País não consegue cumprir com o objetivo de imunizar 95% ou mais do público-alvo da doença.

Segundo especialistas, a pandemia da covid-19 e a quarentena imposta para frear a transmissão do vírus derrubaram ainda mais as taxas de imunização infantil. Em 2021, por exemplo, o índice de bebês vacinados ficou abaixo dos 70%.

Risco de retorno

O problema fez a Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), colocar o Brasil no grupo de países da América Latina que correm o risco de voltar a apresentar casos se a vacinação não voltar a crescer.

O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1989. A OMS reconheceu, em 1994, que o País conseguiu eliminar o vírus em todo o território nacional. Mesmo sem identificar infecção há mais de 30 anos, especialistas alertam que a vacinação é necessária porque novas infecções têm sido identificadas nos últimos meses.

Em julho deste ano, os Estados Unidos detectaram uma contaminação por poliomielite depois de 29 anos. O caso foi identificado no Condado de Rockland, em Nova York, e conforme o Departamento de Saúde do Estado, a infecção pode ter acontecido fora do país.

Também em 2022, Moçambique (em maio) e Malauí (em fevereiro) foram outros dois países que registraram pacientes diagnosticados, bem como Israel, que voltou a ter pacientes contaminados pelo poliovírus depois de três décadas.

Paquistão e Afeganistão, duas das únicas nações endêmicas no mundo e que não conseguiram eliminar o vírus até hoje, documentaram 15 diagnósticos de pólio este ano, de acordo com a OMS.

Razões para a queda

São várias as razões que explicam a queda na taxa de cobertura vacinal, segundo os especialistas ouvidos pelo Estadão.

Para a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os baixos números estão associados a uma menor preocupação das pessoas em relação à doença - uma vez que ela está eliminada no Brasil há quase 30 anos. Também pesa, diz ela, a falta de prioridade por parte dos gestores públicos e, em alguns casos, dificuldades dos pais em conseguir levar os filhos para um posto de saúde.

"A gente vê o esquecimento. Imagino que nenhum pai de criança menor de cinco anos, hoje, tenha medo que o filho ou a filha pegue poliomielite, porque é passado", afirma. Além disso, destaca, nem sempre os pais têm disponibilidade para levar os pequenos ao posto de saúde para receber as doses necessárias.

"O Brasil tem 38 mil salas de vacinação. Mas o que é falta de acesso? É uma mãe sair de casa com seis filhos, sendo que um só tem de tomar a vacina. Ela chega ao posto e o local está fechado porque na parte da manhã os profissionais da sala de aplicação estão colhendo sangue. E aí? essa mãe volta?", exemplifica a médica.

Ela entende, porém, que não foram só as famílias que deixaram de dar prioridade à doença e que uma comunicação "muito enfática" por parte do Ministério da Saúde faria a diferença para despertar novamente o interesse das pessoas pela vacinação. "Falta priorização da parte dos políticos e dos gestores."

Em resposta, o Ministério da Saúde diz que "reforça a importância da vacinação contra a poliomielite para manter o País protegido de uma doença já erradicada’'. Afirma ainda que campanha tem sido "veiculada nos principais meios de comunicação e em locais de grande circulação de pessoas". E acrescentou que trabalha em articulação com Estados e municípios para reforçar ações de incentivo à vacinação.

Na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro foi criticado por fazer declarações que colocavam em xeque a segurança e a eficácia da vacina contra a covid-19, embora ela tenha sido recomendada por entidades médicas e científicas internacionais. No debate entre os candidatos à Presidência no domingo, 28, Bolsonaro foi agressiva com a jornalista Vera Magalhães, que perguntou se a desinformação sobre vacinas, difundida inclusive pelo próprio presidente, não teria contribuído para que a população desacreditasse dos imunizantes, de forma geral.

Uma solução, segundo a médica Ester Sabino, é fazer um trabalho de comunicação em massa que aumente a divulgação sobre a importância da vacina. "À medida em que as pessoas não veem a doença, esquecem", comenta a professora associada do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Assim como Isabella Ballalai, Ester acredita que as autoridades públicas não realizam campanha sólida de incentivo à imunização e vê "descaso" nos últimos anos. "Eu me lembro de ver várias propagandas durante um ano inteiro para as crianças se vacinarem. Fica difícil, ainda mais quando se fala um monte de bobagem (sobre a vacinação). Não é só falar mal, mas não está se falando bem também", acrescenta.

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por sua vez, reforçou o convite para que os pais e responsáveis se dirijam aos postos de vacinação para levar os filhos menores de 5 anos para se imunizar contra a pólio.

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo afirmou que a cidade vem divulgando a campanha de vacinação de forma constante e por diversos meios, e que os imunizantes estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de segunda a sexta-feira. Além disso, afirma a capital paulista, é feita busca ativa por aqueles que ainda não se vacinaram em parceria com a Secretaria de Educação.

"O retorno da polio", afirma Isabella Ballalai, "além de ser um retrocesso, significa também alto risco para nós, e principalmente para as crianças. Mas, lembrando que, apesar da doença ser mais comum nas crianças, o risco também é grande nos adultos", alerta.

Na segunda-feira, 22 de agosto, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que tem Isabella como vice-presidente, lançou a campanha "Paralisia infantil - a ameaça está de volta" com o objetivo de estimular a procura pelo imunizante por parte do público-alvo tanto por meio da campanha do Ministério da Saúde, como também pela vacinação de rotina, que está disponível de forma gratuita pelo SUS.

Multivacinação

Junto com a campanha de vacinação contra a pólio, o Ministério da Saúde promove campanha de multivacinação, que também começou no último dia 8 de agosto e se encerra em 9 de setembro. A mobilização oferta 18 imunizantes que integram o Calendário Nacional de Vacinação para crianças e adolescentes e que são aplicados em postos de saúde municipais.

Veja a lista abaixo:

Hepatite A e B

Penta (previne contra difteria, tétano, coqueluche, meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b, e hepatite B)

Pneumocócica 10 valente

Vacina Inativada Poliomielite (VIP)

Vacina Rotavírus Humano (VHR)

Meningocócica C (conjugada)

Vacina Oral Poliomielite (VOP)

Febre amarela

Tríplice viral (previne o sarampo, rubéola, caxumba)

Tetraviral (previne o sarampo, rubéola, caxumba e varicela)

Tríplice Bacteriana ou DTP (previne difteria, tétano e coqueluche)

Varicela

HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano)

A prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, por meio da Secretaria de Saúde, realizará – neste sábado (20) – o Dia "D" das campanhas de imunização contra Poliomielite e Multivacinação, para atualização do esquema vacinal de crianças e adolescentes. A ação será ofertada em todas as unidades de saúde do município. 

 Na área urbana, a ação será das 8h até às 16h,  já nas áreas rurais será até às 15h. Entre as vacinas recomendadas para a faixa etária estão, Hepatite B, Tríplice Viral, HPV, Febre Amarela, dentre outras.   

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O público alvo contra a Poliomielite são crianças de até 4 anos 11 meses e 29 dias, cujas devem receber uma dose extra da vacina pólio oral (gotinha), desde que já tenham recebido 3 doses da vacina inativada contra pólio (VIP). A meta é vacinar pelo menos 95% dessa população. 

Já para a multivacinação, o público-alvo são crianças e adolescentes até 14 anos, 11 meses e 29 dias. A estratégia é atualizar a caderneta de vacinação, conforme situação vacinal encontrada e de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação.

*Da assessoria 

Pernambuco receberá a Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de menores de 15 anos de idade, marcado como "Dia D", neste sábado (20). Ao todo, a campanha acontecerá de maneira espontânea até o próximo dia 9 de setembro, em 2,4 mil salas espalhadas pelos municípios pernambucanos.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), o ideal é que as coberturas vacinais no estado tenham no minímo 90%, pois, se for abaixo, elevam o risco de reintrodução de doenças, como a poliomielite, em nosso território e possibilita o surgimento de bolsões de crianças e adolescentes desprotegidas contra as doenças consideradas imunopreviníveis. Nesse cenário, atualmente Pernambuco não ultrapassa 70%.

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Por fim, a superintendente de Imunizações do Estado, Ana Catarina de Melo, explicou sobre o objetivo do "Dia D". “A campanha de multivacinação é para contemplar e atualizar a caderneta de vacinação, tanto das crianças quanto dos adolescentes até 15 anos. Então, para este público que estiver com a carteira desatualizada às mães, pais e responsáveis deverão levá-los aos postos de saúde mais próximos de sua residência. Estamos inteiramente mobilizados também para campanha de prevenção a poliomielite, que para as crianças de 1 a 4 anos ocorre independente do esquema vacinal", disse.

"A poliomielite é uma doença grave, podendo levar a paralisia dos membros inferiores, como até causar o óbito. Essa doença tem em seu histórico o acometimento de muitas crianças nas décadas de 70 e 80 e após o grande uso da vacinação, nós reduzimos e não tivemos mais nenhum caso há mais de 30 anos no Brasil”, destacou.

 A campanha Nacional de vacinação contra a Poliomielite se estenderá até o dia 9 de setembro. Com isso, senadores da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) pediram que as famílias levem as crianças para serem vacinadas contra a Poliomielite. 

Segundo o Ministério da Saúde em 2021 apenas 67% do público alvo tomou as três doses iniciais da vacina, que está disponível no Brasil há dez anos. Dessa forma, ela deve ser administrada aos dois, quatro e seis meses de idade. Em relação a dose de reforço, apenas 52% das crianças foram imunizadas. 

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O senador Wellington Fagundes (PL), pediu que as famílias levem suas crianças para se vacinarem. “Brasil é um país tradicional, né? Na campanha de vacinação quem não se lembra do Zé Gotinha? Então para tranquilidade da população e até para também informar a todos os pais devem procurar os postos de saúde pra vacinar os seus filhos, né? A poliomielite é uma doença muito grave e que pode matar, pode deixar sequelas eh imagináveis, então é muito importante a vacinação”. 

Já o senador Jean Paul Prates (PT), lamentou a desinformação ao redor do tema. “Zé Gotinha essa altura é o Zé Gotinha de choro porque a situação de criação de fake news e de anti-informação sobre vacinas no Brasil está no ponto mais alto de sua história. Temos que repelir todos nós. Qualquer informação equivocada e principalmente informações maldosas teorias de conspiração malucas. A gente já viu aí falando que implanta chipe falando que contamina agora até a 5G”. 

 Por fim, o ministério orienta que em caso de perca da comprovante vacinal, deve-se procurar o posto de saúde onde as vacinas foram aplicadas para resgatar o histórico e fazer a segunda via.   

Começou nesta segunda-feira (08) e prossegue até o dia 9 de setembro, em Guarulhos, a Campanha Nacional de Vacinação Contra Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente. A Secretaria Municipal da Saúde realizará no dia 20 de agosto (sábado), o chamado “Dia D”, com a abertura de todas as UBS e do Ambulatório da Criança. O público-alvo da vacina oral contra a pólio são as crianças de um ano e menores de cinco anos de idade.  

Já a multivacinação é uma estratégia que tem a finalidade de atualizar a situação vacinal das crianças e adolescentes menores de 15 anos, de acordo com o Calendário Estadual de Vacinação. A campanha nacional contra a pólio tem o objetivo de alcançar crianças menores de cinco anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que são aplicadas aos dois, quatro e seis meses de vida por via injeção intramuscular) ou que ainda não tomaram as doses de reforço.  

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O reforço, previsto pelo Calendário Nacional de Vacinação, é aplicado aos 15 meses e aos quatro anos de idade. Essas vacinas são aplicadas por via oral. A doença, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos (em torno de 50%) preocupa. A meta agora é atingir 95% do público-alvo. 

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