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O secretário de Reformas Políticas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, deve anunciar nesta quinta-feira (20) um pacote de medidas de crédito,  o novo marco das parcerias público-privadas (PPPs) e concessões para estados e municípios. O novo marco tem potencial para gerar cerca de R $100 bilhões em investimentos.  

Com a proposta que terá garantias do Tesouro Nacional, a perspectiva é de que as obras sejam impulsionadas. Um dos maiores obstáculos para a iniciativa privada investir em projetos em parceria com prefeituras e estados é a garantia das contrapartidas. Em meio à retração na concessão de crédito e maiores taxas de juros, o secretário também deverá anunciar mais de dez medidas que impulsionam o crédito.

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Entre as medidas possíveis, estão a eliminação do teto de juros para os empréstimos entre particulares, com o objetivo de evitar o superendividamento por meio do cheque especial e rotativo do cartão de crédito.  

Atualmente, o juro de empréstimos entre pessoas físicas é a taxa Selic. O tema do crédito rotativo do cartão de crédito ainda está em discussão, segundo interlocutores da Fazenda, e não deverá ser anunciada nenhuma proposta para o tema já nesta quinta-feira. Os juros dessas operações chegam a 417,4% ao ano. Na última segunda-feira (17), após a reunião com representantes de instituições financeiras, o ministro Fernando Haddad disse que os bancos vão entregar um estudo ao governo e ao Banco Central  sobre como reduzir o nível de juros do cartão de crédito rotativo. 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu nesta terça-feira, 28, o primeiro passo na tentativa de cumprir umas de suas principais promessas de campanha e privatizar a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). Tarcísio autorizou a contratação de estudos para avaliar a viabilidade econômico-financeira de desestatização da empresa.

A decisão foi tomada em reunião do Conselho de Desestatização do Estado, vinculado à Secretaria de Parceria em Investimentos, junto a outros 15 projetos de concessão e parcerias público-privadas que, segundo o governador, devem somar R$ 180,17 bilhões. O grupo também acompanha os estudos para a desestatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), que já foram iniciados.

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"É falso o argumento de que a privatização vai aumentar a tarifa. Não vamos fazer a privatização para fazer com que o cidadão pague mais caro pela água. Vamos estudar para ter absoluta certeza de que a água vai chegar onde não chega e a tarifa vai cair", disse Tarcísio.

Segundo o governador, se os estudos não derem a certeza de que a privatização vai aumentar a eficiência e que a tarifa vai baixar, o governo pode recuar da medida. "Tenho uma empresa que trabalha razoavelmente bem. Se você não tiver absoluta convicção, você dá um passo atrás", disse.

Como adiantou o Estadão, no pacote de projetos estão a concessão de 1,8 mil km de rodovias, a transferência da sede do governo estadual do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, para o centro da capital e o trem entre São Paulo e Campinas, que tem leilão previsto para final de novembro.

Também serão iniciados estudos para avaliar a possibilidade de implementação de trens entre a capital e Sorocaba, Santos e São José.

Outro projeto avalia a concessão de serviços de manutenção de 500 escolas do Estado, com a possibilidade de ampliação para todas as unidades de ensino.

Ainda entra no pacote de parcerias a transformação em PPPs das travessias litorâneas do Estado, como a ligação Santos-Guarujá por balsa. A proposta viabilizaria a construção de um túnel entre os municípios, que já foi atrelada por Tarcísio, quando ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro, à privatização do Porto de Santos.

Bandeirantes

Sobre a transferência da sede do governo estadual ao centro da capital, o governador afirmou que o plano é encontrar imóveis para desapropriação no entorno da Praça Princesa Isabel e incorporar habitação ao redor de uma espécie de esplanada de secretarias. "Vai trazer economia de recursos, eficiência, além de ser uma ocupação nobre e icônica do centro. Entendemos que é uma questão que traz legado", disse, pontuando que a proposta é desocupar os 56 prédios atualmente ocupados pela administração pública.

Dois projetos que já tiveram seus encaminhamentos barrados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) voltam à mesa de estudos - a concessão do serviços de loterias e de trechos de rodovia no litoral norte. Segundo Tarcísio, o governo vai rever as fragilidades apontadas pela Corte de Contas e aperfeiçoar o modelo.

Mais cedo, ao falar sobre o contrato com a ViaMobilidade, investigada pelo Ministério Público por falhas no serviço das linhas de trens metropolitanos, Tarcísio disse que "no dia em que você permitir que o Ministério Público governe o Estado para você, vocês está morto".

O Ginásio do Ibirapuera também está na lista de privatizações. Mas, segundo Tarcísio, seguirá "preservando sua função esportiva". Essa é a segunda tentativa de privatização do complexo esportivo. O ex-governador João Doria (PSDB) tentou entregar o local à iniciativa privada, mas o projeto não avançou.

O governador João Doria (PSDB) projeta assinar até 2022 contratos de concessão e de Parcerias Público-Privadas (PPPs) que podem render R$ 18 bilhões em investimentos no Estado a médio e longo prazos. O volume estimado de recursos e de empregos gerados em ano eleitoral, como consequência do plano de recuperação econômica, ainda podem ser engordados com a privatização da Emae, a empresa de água e energia. A Sabesp, por enquanto, está fora dos planos.

O tucano, que tenta viabilizar sua candidatura à Presidência da República ano que vem, corre para, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, colocar de pé projetos bilionários e, ao mesmo tempo polêmicos, como a concessão de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da área onde está o Ginásio do Ibirapuera.

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Em março está marcado o leilão de um dos ativos mais cobiçados pelo mercado: a Linha 9-Esmeralda, que margeia o Rio Pinheiros e ligando a zona sul da capital a Osasco. O pacote inclui a Linha 8-Diamante, que vai do centro a Itapevi, e tem outorga mínima (espécie de licença paga ao governo) avaliada em R$ 303 milhões.

Vice-governador e secretário de governo, Rodrigo Garcia (DEM) estima que o resultado do leilão faça com que somente essa outorga seja superada, ou seja, alcance um ágio, de cinco a dez vezes o previsto, elevando o rendimento do Estado para ao menos R$ 1,5 bilhão.

A área de transportes é a que detém o maior número de projetos no pacote. Com edital previsto para março, a concessão de 213 quilômetros de pistas da rodovia litorânea SP-55,- entre Bertioga e Peruíbe -, deve resultar, segundo o governo, em R$ 3,1 bilhões em investimentos.

Está prevista a implantação de novos equipamentos, como passarelas e viadutos. Em contrapartida, os usuários passarão a pagar pedágio. Estão planejadas até quatro praças de cobrança em pontos localizados nas cidades de Pedro de Toledo, Itanhaém, Bertioga e Mogi das Cruzes.

Garcia ainda destaca a concessão dos 22 aeroportos regionais de São Paulo - os mais disputados devem ser os de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto - e o projeto do Trem Intercidades, promessa de campanha de Doria e de outros governos tucanos, como o de Geraldo Alckmin (PSDB).

"Nossa expectativa é terminar o ano com o trem, que é o trem que vai de São Paulo a Campinas e Campinas a Americana, em licitação. Daí serão mais R$ 7 bilhões em investimentos. Agora, é preciso entender que os investimentos gerados por concessões e PPPs não ocorrem no mesmo ano. Você contrata o investimento que se realizará nos próximos anos. Essa é a nossa previsão para esses R$ 18 bilhões (sem contar o trem)", afirmou Garcia. Projetos já finalizados pela atual gestão ampliam essa estimativa para R$ 37 bilhões.

'Risco Brasil'

Para o economista Fabio Klein, consultor em finanças públicas da Tendências, o pacote do governo estadual pode se favorecer da baixa nos juros observada no Brasil e em vários países mundo por causa da pandemia. "Há um momento favorável em termos de custo de capital e também de disponibilidade de capital. Existe uma liquidez muito grande, especialmente lá fora, que é de onde vem grande parte desses investimentos", explica.

O que pode atrapalhar esse ambiente favorável para os negócios é o chamado risco Brasil, alerta Klein. "A insegurança jurídica, que muitas vezes permeia as relações entre o público e o privado, pode afugentar os investidores. Intervenções que acabam no Judiciário ou provocam quebras de contratos são um risco." Em São Paulo, de acordo com Klein, a "tradição" das concessões está mais estabelecida.

Estradas

Ao mesmo tempo em que busca recurso privado para ampliar os investimentos no Estado na segunda metade de seu governo - se for concorrer à Presidência, Doria terá de renunciar em abril de 2022 -, o governador também planeja aumentar a fatia de recursos do Tesouro aplicada em melhorias à população. E, para isso, vai usar de um expediente comum aos tucanos: retomar obras em estradas vicinais no interior.

A expectativa é que mais um lote seja anunciado até o fim deste mês. O governo aplicará R$ 1,5 bilhão em duplicações, novos acessos e viadutos em pistas geridas pelo Estado.

O plano econômico previsto por Doria para 2021/2022 tem como base a aposta de que a vacinação contra a Covid-19 vai alavancar novamente o turismo, um dos setores mais represados por causa da pandemia.

Segundo o vice-governador, Rodrigo Garcia, o cenário otimista traçado pelo governo em momento de crise é reflexo da atuação estadual durante a pandemia. "Eu credito isso à quarentena inteligente que desenvolvemos. Ela não foi tão restritiva como falam. Mantivemos os serviços essenciais, a indústria, a construção civil. O resultado é que, segundo índice preliminar da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), nós crescemos 0,3% em 2020, enquanto o Brasil caiu 4,4%." 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participou nesta terça-feira, 6, da instalação da comissão especial que vai analisar um projeto de lei que trata das regras para Parcerias Público-Privadas (PPPs). Segundo Maia, a intenção é dar segurança jurídica para que as empresas invistam no Brasil, elevando a participação do setor privado nos investimentos e na infraestrutura.

A comissão elegeu o deputado João Maia (PL-RN) como presidente. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) foi indicado para a relatoria.

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O ministro da Cidades, Bruno Araújo, disse que o governo estuda a criação de um programa habitacional e de saneamento que, por meio de parcerias público-privadas (PPPs), beneficiará parcelas da população que atualmente não são atendidas pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Em entrevista à Agência Brasil, o ministro reiterou que o Programa Minha Casa, Minha Vida vai continuar "firme e forte", negando que será suspenso.

“[Ainda] Não estamos anunciando um novo programa, mas equipes técnicas estão sendo formadas no ministério para estudar medidas de captação do capital privado em habitações e saneamento. Quando esse desenho de programa estiver pronto e tiver autorização da Presidência da República vamos, em um outro momento, apresentar esse modelo de programa que, apesar de nada ter a ver [diretamente] com o Minha Casa, Minha Vida, poderá funcionar como linha de reforço auxiliar dele, tendo-o como linha mãe”, antecipou à Agência Brasil o ministro.

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Segundo Bruno Araújo, esse reforço para a construção e entrega de mais unidades habitacionais, com perfil diferenciado do programa original, seria feito por meio de PPPs. “A iniciativa privada seria chamada para receber terrenos e construir unidades para a população. E ela [a iniciativa privada] exploraria serviços comerciais vinculados às unidades. Esse é apenas um exemplo de formas para trazer recursos da iniciativa privada a fim de prover mais alternativas de habitação e saneamento para a população”, disse.

Mas neste momento, disse o ministro, o mais importante é que o programa está preservado. “Da minha parte, não há hipótese nenhuma de suspensão do Minha Casa, Minha Vida, a não ser que venha por meio de alguma autorização de instituição superior que encontre fundamentos para isso. Mas não vejo essa possibilidade nem no TCU [Tribunal de Contas da União] nem em nenhum outro órgão. Até porque o programa faz bem à sociedade brasileira, à produção do emprego e à autoestima do cidadão que sonha com sua propriedade”.

Primeiras impressões

Após as primeiras impressões que teve em relação ao ministério, Araújo disse que o desafio será grande. “Encontrei um quadro de colapso das contas públicas e um volume de obras em andamento e prometidas ao Brasil que eram incompatíveis com os recursos e com o poder da sociedade em pagar essas contas”, disse o ministro. “A falta de planejamento impossibilitaria a sociedade de cumprir, no tempo que gostaria, essas obras. Agora vamos ter de apostar no crescimento da economia para ter base de recursos a fim de dar segmento às ações. Enquanto isso, vamos buscar, com gestão, qualidade e redução de custos, ajudar a viabilizar recursos”.

Para compensar a falta de recursos e aperfeiçoar o programa, Araújo pretende melhorar as normas técnicas e “retirar as amarras burocráticas que vão parar no preço do imóvel”. As metas, acrescentou o ministro, só serão apresentadas após a equipe técnica concluir as análises. De acordo com Bruno Araújo, a expectativa é que um diagnóstico seja apresentado até o final do mês ou no início de junho.

“Temos muitas unidades prontas precisando ser ocupadas, inclusive por usuários que já estão pagando as prestações. Vamos levar esse volume e esses dados ao presidente para fazer encaminhamentos o mais rápido possível e permitir que esses brasileiros com imóvel pronto não fiquem do lado de fora contemplando algo que já é seu. Vamos rapidamente buscar uma solução para isso”.

Construção Civil

Na avaliação do ministro, além de diminuir o déficit habitacional do país, o Minha Casa, Minha Vida poderá também ajudar o governo a diminuir o desemprego e a reativar a economia. “Faço uma aposta de que, no caso específico do Minha Casa, Minha Vida, além do forte componente social de entregar unidades habitacionais para o brasileiro que sonha com seu imóvel, será uma forma mais rápida de injetar emprego na economia, de estancar esse processo de aumento do desemprego, e de fornecer acesso ao mercado de trabalho de forma muito rápida”, disse. “Essa é a defesa que farei junto à equipe econômica, para garantir, ao programa, recursos do Orçamento da União, compatibilizados com o FGTS”.

O silêncio do prefeito Geraldo Julio e do governador Paulo Câmara, ambos do PSB, sobre a deflagração da Operação Fair Play, que investiga fraudes nos contratos da Arena Pernambuco, foi criticado, nesta segunda-feira (17), pela vereadora do Recife e ainda socialista, Marília Arraes. Geraldo e Câmara eram, respectivamente, presidente e vice-presidente do Comitê Gestor das Parcerias Público-Privadas (PPPs) na época que os contratos com a Odebrecht para a construção do equipamento foram fechados.

Em publicação na sua página no Facebook, nomeada de “o silêncio da nova política”, a vereadora afirma que o povo “exige uma resposta” dos gestores. “No miolo da sujeirada toda, superfaturamento, irregularidades e fraude. No olho do furacão, dois nomes da tropa de elite desse PSB covarde e retrógrado dos últimos tempos: o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara”, cravou.  “Foram eles que, na condição de presidente e vice do órgão, não apenas trouxeram à tona a proposta de construção do equipamento esportivo como aprovaram a abertura de licitação. O resto virou crônica policial”, acrescentou.  

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Na visão de Arraes, “não é nada bom” para a gestão estadual que a Polícia Federal tenha cumprido mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria de Planejamento e Gestão, já comandada por Geraldo Julio. “Mas há algo ainda mais grave: o silêncio absoluto dos dois homens que detêm os cargos mais importantes do Estado. Nada. Nem uma palavra”, disparou.

Segundo ela, a nota emitida na última sexta-feira (14) pelo Governo do Estado não dá para ser considerada como uma resposta por ter “alegações automáticas e costumeiras à guisa de justificar o injustificável”. “Este ‘mergulho’ faz parte do modus operandi da ‘Nova Política’: silenciar para ver se o assunto esfria”, observa. “Também nada falaram expoentes novos e velhos deste amontoado de raposas que se tornou o PSB”, acrescentou Marília, mencionando que a Odebrecht poderia ter financiado algum político da legenda e aliados.  

Há obstáculos "significativos" no Brasil que continuam a atrapalhar o crescimento das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e o novo programa de infraestrutura do País não deve superá-los, afirma a agência de classificação de risco Moody's em relatório intitulado "Brazil's New Infrastructure Program Unlikely to Stimulate P3 Market" [Novo Programa de Infraestrutura do Brasil não deve estimular mercado de PPPs].

A Moody's cita o Programa de Investimento em Logística (PIL), que inclui US$ 66 bilhões em investimentos para atrair o setor privado para a construção de rodovias com pedágio, ferrovias, portos e aeroportos. Segundo a agência, a iniciativa tem como objetivo reverter o "grande fosso" entre o desenvolvimento de infraestrutura do Brasil em comparação a seus pares.

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"Nós não esperamos que este programa estimule significativamente o mercado de PPPs no Brasil no curto a médio prazos, como iniciativas anteriores de investimento em infraestrutura fizeram pouco para encorajar as PPPs de maneira sustentável", afirmou Alexandre De Almeida Leite, um dos vice-presidentes da Moody's.

A agência cita "vários desafios" para o avanço das PPPs no Brasil, entre eles o escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato e as investigações sobre 29 empreiteiras, o que dificulta a obtenção de financiamento para as companhias, aumentando seus custos para isso. Além disso, a Moody's diz que o setor público brasileiro não conseguiu identificar e estruturar oportunidades em PPPs de maneira adequada e geralmente não tem a expertise necessária para conduzir estudos de viabilidade dessas iniciativas, deixando isso nas mãos do setor privado.

"Há ainda considerações de prazo mais longo (leia-se, estruturais) também retardando o mercado de PPPs, como a burocracia legal do país, que retarda os prazos dos projetos e torna as PPPs menos atraentes tanto para o setor público quanto para o privado", acredita a Moody's. Ainda assim, a opção é atraente para governos estaduais e municipais, diz a Moody's, pois não entram no balanço dessas administrações. "Como resultado, os governos regionais e locais podem continuar a investir em setores intensivos em trabalho, como educação e saúde, sem violar os limites de dívida impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal do Brasil", diz De Almeida Leite.

A agência lembra ainda que o Brasil ficou na 65ª posição, em uma lista de 160 países, no índice de desempenho em logística do Banco Mundial. Entre os países do grupo de emergentes Brics, o País é o penúltimo na lista, atrás apenas da Rússia.

O governo divulgou que recebeu 314 propostas de estudo de 49 empresas ou consórcios para a realização de concessões e Parcerias Públicos Privadas (PPPs) de rodovias. Já os aeroportos receberam 92 propostas, que foram apresentadas por 30 empresas.

Segundo nota conjunta dos ministérios do Planejamento, dos Transportes e da Secretaria de Aviação Civil, esse foi o maior número registrado de empresas interessadas em realizar os concursos, chamados tecnicamente de Propostas de Manifestação de Interesse (PMIs).

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Por meio das PMIs, o governo autoriza empresas privadas a fazerem os estudos técnicos e de viabilidade sobre a execução de obras que serão concedidas. Após receberem as autorizações, as empresas vão ter 180 dias para entregar os estudos no caso das rodovias e 90 dias para os aeroportos.

As 11 rodovias devem receber R$ 31,2 bilhões em investimentos. Foram escolhidos trechos que somam 4.371 quilômetros, em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul; na Bahia e em Pernambuco; em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso; e em Rondônia.

Os aeroportos que serão concedidos são os de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Os investimentos, segundo o governo, são da ordem de R$ 8,5 bilhões.

Esse modelo está previsto em lei e já vinha sendo usado pelo governo nos últimos anos para a realização dos estudos que antecedem o edital de uma concessão ou PPP. No entanto, não havia uma regulamentação, o que fazia com que cada ministério usasse uma regra diferente. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o governo criasse uma regra para esse tipo de contratação.

A empresa que apresentar o melhor projeto vence a disputa. Se a concessão for feita, o vencedor do leilão da concessão paga ao autor da PMI o que foi pré-estipulado pelo governo. As PMIs já foram usadas em leilões de rodovias, aeroportos e portos.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, comemorou o grande número de empresas interessadas nas PMIs. "Nosso setor de construção e de engenharia é grande e diversificado, capacitado para atender às demandas de projetos e obras de concessões", afirmou, por meio de nota. "Esse resultado é prova do potencial e do dinamismo da nossa economia, da nossa capacidade de atrair investimentos, bem como da diversificação do nosso setor privado", disse.

Os editais para os concursos de estudos para concessões e PPPs foram publicados no dia 10 de junho.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), informou nesta terça-feira (12), em São Paulo, que lançará até o fim de maio editais para parcerias público-privadas (PPPs) para estradas estaduais. De acordo com Pimentel, serão os anúncios para manifestação de interesse de empresas por 12 mil quilômetros de rodovias. Segundo Pimentel, o uso de PPPs no Estado ainda é um mecanismo incipiente, mas disse que, além das autoestradas, outros setores serão contemplados.

O governador de Minas Gerais, no entanto, falou genericamente de outros campos que podem ser olhados. "Ao longo do segundo semestre, vamos colocar as outras, vai ter presídios, vai ter muita coisa", afirmou. Em apresentação a empresários durante evento na capital paulista Pimentel fez críticas pontuais ao governo anterior, sem citar diretamente o nome do ex-governador, presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves, mas afirmou que o "choque de gestão" foi uma ficção em Minas.

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Ao deixar o evento, Pimentel preferiu minimizar as críticas declarando apenas que "não é que as falhas da gestão anterior atrapalhem", mas precisam ser diagnosticadas e corrigidas. "A gente tinha o compromisso de revelar, dar transparência à situação que a gente encontrou, e é o que fizemos."

A bancada da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentou, nesta quinta-feira (9), um balanço dos 100 primeiros dias da gestão do governador Paulo Câmara (PSB), que se completam nesta sexta-feira (10). Durante a reunião, o líder da bancada, deputado Silvio Costa Filho (PTB), elencou deficiências da administração na economia, educação e segurança pública, além de ressaltar os imbróglios criados pelas Parcerias Público Privadas (PPPs) firmadas pelo governo para construir, por exemplo, a Arena Pernambuco e o presídio de Itaquitinga. 

Um dos itens questionados pelo líder da oposição na questão econômica foi a atual divida do Estado que, segundo ele, é a maior do Nordeste. “Em 2011 a divida era de R$ 5,6 bilhões e em pouco mais de quatro anos dobrou para R$ 10,6 bilhões. O Estado está dentro do limite, mas não tem a capacidade de pagar o endividamento. A gente observa um quadro profundamente preocupante”, afirmou, justificando que por isso a gestão não consegue angariar novos empréstimos para investimentos.  

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No quesito segurança pública, a crise do sistema prisional e a situação do programa Pacto Pela Vida foram o mote da explanação. Para Costa Filho, as rebeliões nos presídios e unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) estão “anestesiadas”, “mas a qualquer momento pode estourar novamente”. Corroborando o líder, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) pontuou a falta de ações do governo para modificar o quadro.

“Estamos vivendo o tempo que a retórica tem que se confrontar com os fatos. O sistema prisional hoje é um fato. O administrador do Estado que aí está não consegue dar conta da crise e o nosso sistema prisional é motivo de vergonha nacional”, disparou o psolista. Tanto Silva, quanto Costa Filho pontuaram que o maior anseio da população para destravar o sistema prisional é a dissolução dos problemas criados em torno da PPP para a construção do presídio de Itaquitinga.

Na área de educação, o reajuste salarial para os professores passou pelo crivo dos deputados da bancada de oposição. Posicionando-se contra a matéria aprovada na última semana pela Casa, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) observou a falta de diálogo da gestão com os servidores e mencionou “engodos e falhas” da proposta. 

“Temos 14 estados com o piso implementado na forma da lei. O que veio para esta Casa foi o reajuste de salário de determinados cargos e não para todos os professores. O governo tenta enganar a população em relação a isso. Detectamos todas as falhas e engodos que ele tem”, disse a petista.  “A sinalização de aumento é zero no governo. A gestão não se preparou para a valorização dos servidores nos próximos anos... Atingiu o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e isso impossibilita novos contratos e o reajuste dos servidores”, completou Silvio Costa Filho.

Além de analisar os 100 primeiros dias do governo Câmara, a Nova Oposição, como eles mesmos se intitulam, também apresentou um balanço da atuação da bancada. De acordo com o líder, foram feitos 14 pedidos de informação; audiências públicas, entre elas a de esclarecimento da situação financeira do estado; o grande expediente para debater o sistema prisional; fiscalização em obras paralisadas; conversa com servidores públicos e sindicatos; cobranças sobre um novo Pacto Pela Vida e o pedido para a liberação da senha do E-fisco.

Análise da postura política

Na questão da condução política da gestão estadual comandada pelo governador Paulo Câmara, o líder da bancada de oposição observou que existe um “déficit de liderança e falta de diálogo nacional”. “É um governo que não tem falado do futuro do estado. Temos visto que não é mais do mesmo e sim menos do mesmo. Esta existindo em Pernambuco um déficit de lideranças e falta de diálogo nacional”, disse.

“Pernambuco estava transformando-se no verdadeiro Leão do Norte, tínhamos uma economia pujante, era o centro de excelência dos investimentos e do pioneirismo, mas hoje somos o terceiro estado mais endividado do Brasil e com uma queda imensa na capacidade dos investimentos públicos”, acrescentou o deputado.

Sob a ótica da deputada Teresa Leitão, a gestão socialista deveria ter mais criatividade. Segundo ela, como o PSB desembarcou da base de governo do PT em 2013 colocando a culpa na crise internacional, deveria ter se articulado para não deixar que ela atingisse como tem feito com Pernambuco.

“Tudo o que acontece de ruim em Pernambuco, a culpa é do governo federal. Se chove a culpa é do governo federal; se tem seca, a culpa é do governo federal... Um governo de continuidade deveria ter um pouco mais de criatividade”, frisou. “O que é que está falhando nesse contexto? A condução política do governo que é equivocada. Estamos diante de 100 dias, não de um governo, mas de uma administração. Ele foi lançado como alguém que tinha todas as condições para dar continuidade ao governo de Campos e Lyra, mas não tem feito isso”, concluiu a petista.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, exaltou nesta quinta-feira, 12, o potencial das Parcerias Público Privadas (PPPs) na atração de investimentos "de alto nível" para o País. O ministro falou rapidamente ao chegar no ministério, depois da entrega das obras de expansão e modernização dos terminais privados de Libra, Multi-Rio e Multi-Car, projeto conhecido como Porto do Futuro, no Rio de Janeiro, cerimônia que teve participação da presidente Dilma Rousseff.

"É o maior cais contínuo de contêineres da América Latina. Os portais são os mais modernos, que têm uma taxa de operação melhor do que até o porto de Hamburgo (na Alemanha). É mais um investimento com participação do setor privado, o que mostra que concessões por PPP funcionam", disse.

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O ministro ressaltou que o investimento foi possível graças ao novo marco regulatório representado pela MP dos Portos, aprovada em 2013 pelo Congresso, após tenso embate com o Palácio do Planalto. "Acho que é um bom exemplo de como a gente pode ter investimento em infraestrutura realmente de alto nível de eficiência", disse.

Ao ser questionado se a inauguração dos terminais representava uma retomada na confiança de investidores no País, Levy afirmou que era uma "sinalização". "Claramente é uma sinalização do que a gente consegue de investimento quando tem um marco bem definido, quando tem obviamente empresários interessados", observou.

A presidente Dilma disse hoje pela manhã, ao inaugurar os terminais, que espera do Tribunal de Contas da União (TCU) a liberação de novos arrendamentos em outros portos. O TCU questiona pontos da MP dos Portos que estão travando esses investimento.

Apesar da dificuldade indicada por Dilma, o ministro Levy diz que é possível "fazer muita coisa com o setor privado". "Ali (terminais do Rio) é um porto que tem taxas de operação e eficiência tão boas quanto os melhores portos da Europa. Ali são dois terminais de investimento privado, que teve a extensão da concessão, com investimento, o que mostra que com um bom marco dá para fazer muita coisa com o setor privado", considerou.

Vista como muito positiva a iniciativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) em solicitar a planilha detalhada dos gastos com a construção da Arena da Copa, o líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Silvio Costa Filho (PTB), está empolgado com a possibilidade de criação de uma comissão especial para discutir a situação das Parcerias Público-Privadas (PPPs), implantadas pelo Governo do Estado, e em especial, as do estádio da Copa em São Lourenço da Mata e o presídio de Itaquitinga.

De acordo com o petebista, a bancada de oposição já colheu as assinaturas suficientes para a criação da comissão, e na próxima semana a proposta será votada em plenário. A partir daí, uma série de reuniões e audiências públicas deverão realizadas.

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O parlamentar também comemorou a decisão do TCE em “identificar obscuridades nos gastos com a Arena da Copa” e justifica a iniciativa da bancada da oposição. “O próprio tribunal reconhece que as informações sobre os recursos públicos empregados na Arena são genéricas. A instalação de uma comissão especial vai permitir que os parlamentares, tanto da oposição quanto do governo, se debrucem sobre o tema e, ao final, apresentem à sociedade pernambucana como foram gastos os recursos públicos e qual o padrão de relação entre o Estado e as empresas envolvidas nas PPPs. Até agora, não sabemos quanto Pernambuco gastou com a Arena”, reforça.

Segundo os deputados de oposição o governo já destinou R$ 93,8 milhões para custear o funcionamento da Arena apenas neste ano e em 2014 foram R$ 87 milhões. “É importante identificarmos o real custo da Arena para Pernambuco, tanto o que já foi gasto quanto o que vai ser empregado nos próximos 28 anos”, destacou Sílvio Costa.

*Com informações da assessoria

 

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresenta, nesta segunda-feira (2), um requerimento propondo a criação de uma comissão especial para discutir a situação das Parcerias Público-Privadas (PPPs) implantadas pelo governo do Estado. O maior foco dos parlamentares são as PPPs firmadas para a construção da Arena Pernambuco e do presídio de Itaquitinga.

Para o líder da oposição na Assembleia, deputado Silvio Costa Filho (PTB), é preciso haver mais transparência na discussão dessas parcerias e que o governo de fato apresente as possíveis soluções para o que Pernambuco está assistindo. “Precisamos ampliar a discussão dessas parcerias que envolvem, além de grandes volumes de recursos públicos, a possibilidade de geração de emprego e renda", disse. 

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"Nós já iniciamos o debate sobre a PPP do presídio de Itaquitinga, que é uma obra inacabada. Agora, precisamos aprofundar a discussão sobre a Arena Pernambuco, cujo custo total de construção, inclusive, ainda não é do conhecimento público e saber o que deve ser feito nos próximos 28 anos, que é o prazo de operação da PPP”, avaliou acrescentando. 

O modelo utilizado para a construção da Arena Pernambuco tem preocupado os deputados de oposição, sobretudo por causa dos gastos crescentes do governo com a manutenção do equipamento. O governo já destinou R$ 93,8 milhões para custear o funcionamento da Arena apenas neste ano. Em 2014, foram R$ 87 milhões. Pela concepção da PPP, neste caso, o governo é obrigado a bancar a operação do estádio sempre que suas receitas com atividades privadas foram menores do que as despesas de custeio previstas no contrato.

“Essa discussão é urgente. O próprio governo criou um comitê gestor para discutir esses imbróglios e a Assembleia Legislativa não pode se omitir nesse debate tão importante para Pernambuco”, acrescenta Teresa Leitão, vice-líder da oposição. Nesta segunda-feira, a bancada irá colher as assinatura para que esta comissão possa ser instalada de imediato.

A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), afirmou que uma das questões fundamentais para o próximo governo é simplificar a concessão de obras e defendeu o uso de parcerias público-privadas, principalmente no setor de saneamento. "Em vários casos a PPP é fundamental. Já vi várias dando certo na área de saneamento", afirmou. Segundo Dilma, uma das principais vantagens do modelo é que as regras de administração nesses casos são características do setor privado. "Tem menos burocracia, menos problemas e, em alguns casos, mais agilidade", afirmou, em entrevista gravada com jornalistas do Grupo RBS no Palácio da Alvorada, e transmitida nesta segunda-feira pela Rádio Gaúcha.

Questionada sobre a importância da parceria para a ampliação de aeroportos regionais, Dilma afirmou que o governo está disposto a realizar concessões e parcerias, mas ponderou que será mais fácil atrair investidores para aeroportos de cidades médias do que de cidades pequenas. "Em cidades médias com demanda significativa podemos fazer com que a administração seja por concessão, mas em cidades menores não vai ter interessado", afirmou.

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Segundo Dilma, é preciso avaliar caso a caso para decidir se a expansão dos aeroportos será feita por concessão ou por de obra pública. "Acredito na administração quando é viável que seja feita por PPP", afirmou, citando como bons exemplos os aeroportos de Brasília e de Guarulhos, em São Paulo. Questionada sobre atrasos na ampliação do aeroporto de Florianópolis, Dilma afirmou que há casos em que o problema é de responsabilidade das empresas. "Tem alguns casos em que a empresa inclusive encerra as obras e somos obrigadas a licitar de novo."

Questionada sobre a construção de presídios por meio de PPPs, Dilma afirmou que o mecanismo também pode ser usado neste caso e ponderou que essa é uma decisão que cabe aos governos estaduais. "Pode (fazer PPP em presídio), mas isso não é uma função do governo federal decidir", disse. A presidente voltou a dizer que as PPPs podem ajudar a acelerar as obras necessárias no País, mas disse que isso não significa ser menos responsável com o meio ambiente nem com as comunidades indígenas, por exemplo. "Temos que respeitar a existência dessas populações tradicionais", afirmou. Segundo Dilma, essas questões devem ser resolvidas sempre "no diálogo".

O presidente nacional do PSB e pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos, fez uma vasta análise nesta terça-feira (15), sobre a economia brasileira e questões ligadas à infraestrutura do país, caso governo o Brasil. A conversa que girou sobre déficits, investimentos e contratos ocorreu logo após abertura da 30ª Conferência Mundial de Parques Científicos e Tecnológicos da IASP e do 23° Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, no Paço Alfândega, no bairro do Recife.

A pergunta dirigida ao socialista foi como ele pretendia resolver os problemas ligados a falta de investimentos em alguns setores como portuários e de aeroportos, por exemplo. “Na verdade você tem um déficit de infraestrutura hoje no Brasil que veio de um período que houve baixo investimento do orçamento fiscal, do cofre público, pela crise vivida de baixo crescimento de duas décadas e não havia no Brasil instrumentos para chamar a iniciativa privada a participar deste esforço de construção”, contextualizou.

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Seguindo a explanação, Eduardo Campos, justificou que o tempo anterior não era propício para decisões ligadas a privatizações. “Em outro tempo não era um momento favorável para que os investidores tomassem essa decisão de investir. Acho que a gente demorou para chamar a iniciativa privada seja para Parcerias Público-Privada  (PPP’s), seja para as concessões, e neste momento é importante que a gente veja este desafio da infraestrutura como um desafio importantíssimo para aumentar a produtividade da economia, bem como a qualidade devida nas cidades”, alfinetou Campos.

O governador também falou sobre o mix de investimentos e de orçamento fiscal, avaliando as possibilidades de PPP’s e concessões. “Para que isso aconteça é preciso ter regras muito claras de quem vai colocar recursos de terceiro para um investimento que terá retorno em 25 anos. Então, é fundamental que os agentes econômicos que vão fazer esta movimentação de recursos, disputem taxa de retorno, perceba que há um rumo estratégico no país, com 25 anos. Porque se ele pensar que o Brasil estar sendo discutido apenas por causa das eleições, ele bota dois pés atrás antes de colocar um recurso”, argumentou.

Costurando o discurso político com o econômico, Eduardo Campos, comparou os recursos investidos em algumas áreas através das PPP’s com sua união com a ex-senadora Marina Silva. “(...) Por isso que eu acho que os recursos que nós estamos colocando junto com a Rede, de discutir o Brasil num olhar estratégico, ele ajuda o Brasil, ajuda inclusive o governo brasileiro”, enalteceu.

Já quando questionado de como se comportaria com os contratos já existentes, caso seja o presidente em 2014, ele disse respeitar os acordos feitos. “Contratos tem que ser honrados. Acho que a gente precisa preservar este valor na vida brasileira. O Brasil conseguiu dar passos importantes nas últimas décadas. Construímos democracia, construímos estabilidade econômica, compromisso com a responsabilidade fiscal, compromissos de se honrar contratos. Eu acho que a gente não pode sair destruindo esses ativos que foram trazidos com a vida pública com tantos esforços de tantas pessoas, de tantos partidos”, pontuou.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aproveitou sua visita a Paris para apresentar o portfólio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do Estado para 15 grandes empresas francesas. Durante um café da manhã, que aconteceu na Embaixada Brasileira, Alckmin expôs projetos que alcançam o valor de R$ 50 bilhões nas principais áreas de infraestrutura. Segundo o governador, a reunião foi muito positiva. "Há uma gama grande de interesse e a Europa, como está tendo crescimento menor, está muito interessada em novos investimentos", disse, segundo nota divulgada nesta terça-feira pelo governo estadual. Alckmin está na França para participar da apresentação oficial da candidatura de São Paulo para sede da Expo Mundial 2020.

Os principais temas levantados durante a reunião foram projetos nas áreas de transporte sobre trilhos, saneamento, hospitais e sistema prisional, além de educação e tecnologia. "Os projetos são muitos bons e diversificados, envolvendo principalmente mobilidade urbana", afirmou.

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Alckmin reforçou que o governo está empenhado em ampliar o transporte coletivo. "Nós estamos chegando a 8 milhões de passageiros por dia em metrô e trem em São Paulo. Então é preciso ampliar a rede rapidamente e é por isso que nós estamos aqui", disse.

De acordo com o governador, muitas empresas francesas têm interesse nesses investimentos e algumas já participam de processos de licitação consorciadas a grupos brasileiros, como o da Linha 6 do Metrô.

A concessão de financiamentos para a construção da linha 13 da CPTM foi outro assunto abordado no encontro com empresários franceses. O possível crédito para o projeto viria da agência francesa AFD (Agence Française de Développement) e do Banco Europeu. O assunto deve ser tratado nesta quarta-feira, 12, quando o governador será recebido pelo primeiro-ministro Jean Marc-Ayrault e pela diretora-geral da AFD, Anne Paugam.

 

Brasília - O Senado aprovou nesta quarta-feira (28), com alterações, a Medida Provisória (MP) 575 que regulamenta os contratos de parcerias público-privadas (PPPs) e autoriza os governos a fazer o pagamento, antes do término das obras, às empresas com as quais mantém parcerias. A MP também trata de temas ligados à área tributária, tais como isenções e mudanças em programas como o Garantia-Safra.

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O texto aprovado prevê a concessão de recursos públicos para os parceiros da iniciativa privada sem a necessidade de aprovação de lei a fim de autorizar a destinação dos recursos para os contratos celebrados após o dia 8 de agosto deste ano. A MP também simplifica as exigências dos estudos de engenharia para a definição dos preços de referência para a licitação da obra a ser feita em PPP.

Os senadores votaram separadamente do texto base enviado pela Câmara dos Deputados o trecho que tratava de rádios comunitárias. Pelo projeto aprovado pelos deputados, as rádios comunitárias com potência até 100 watts não necessitariam de autorização para funcionamento. Os senadores, em especial os de oposição, consideraram que isso poderia dificultar a fiscalização e suprimiram essa parte do texto. Com isso, o projeto de lei de conversão referente à MP 575 irá retornar à Câmara dos Deputados, onde precisa ser votado até o dia 5 de dezembro sob risco de a medida perder eficácia por decurso de prazo.

Quando a matéria estava na comissão especial mista, deputados e senadores incluíram dispositivos no texto original do governo. Entre eles, estão a prorrogação até 31 de dezembro de 2013 da isenção de PIS/Cofins para a farinha de trigo, trigo e pré-misturas próprias para a fabricação de pão; a diminuição das duas contribuições para operadoras de planos de saúde sobre despesas médicas com funcionários; e a volta do regime cumulativo das contribuições sociais sobre a comercialização de alguns produtos para a construção civil. Todos esses pontos foram mantidos no texto aprovado pelo Senado.

 

Por Ana Carolina Santos

Cumprindo agenda de campanha, na tarde desta quarta-feira (19), Roberto Numeriano (PCB) argumentou os esclarecimentos do socialista, Geraldo Julio sobre as PPPs (Parcerias públicas e privadas). “É um projeto antigo que, na prática, privatiza a compesa. E o povo que paga por isso”, retrucou.

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Numeriano criticou a importância da limpeza circustancial da cidade do Recife, em contraponto aos argumentos do oponente que, se eleito, pretende deixar a cidade pronta para a Copa das Confederações. “A questão é manter a cidade limpa, não só em época de evento. Isso é maquiagem, demagogia”, ressaltou.

O postulante seguiu com os compromissos de agenda, fotografando para o guia eleitoral, conversou com jornalistas e se dirigiu para os demais pontos do bairro de São José realizando panfletagem.

As companhias aéreas esperam que o pacote de investimentos em aeroportos que será anunciado pelo governo seja feito por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs), e não concessões. Elas acreditam que, assim, as tarifas aeroportuárias podem ser menores. Na PPP, a participação do governo no projeto é maior.

"Isso provavelmente faria com que as tarifas aeroportuárias cobradas fossem mais baixas do que nos aeroportos repassados ao setor privado por meio de concessão", afirmou à Agência Estado o presidente de uma companhia aérea, que preferiu não se identificar. "O setor torce para que o governo escolha o modelo de PPPs."

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No anúncio de ferrovias e rodovias feito nesta semana, o governo definiu que os projetos rodoviários seguirão o modelo de concessão e o vencedor será o concorrente que se dispor a cobrar o menor pedágio. Para garantir o cumprimento dos investimentos estipulados, só permitirá o início da cobrança da tarifa após a aplicação de pelo menos 10% dos recursos.

No setor ferroviário, porém, a escolha foi pelas PPPs. O setor privado construirá cerca de 10 mil quilômetros de ferrovias e fará sua manutenção. Para que o investidor não corra riscos de demanda, o governo, por meio da Valec, comprará toda a capacidade dessa malha e a revenderá a usuários interessados.

O grande ágio pago nos leilões em fevereiro, que chegou a 673% no caso do aeroporto de Campinas, em São Paulo, faz as companhias aéreas temerem que, ao longo das concessões, que variam entre 20 e 30 anos, os vencedores, com dificuldade de obter os retornos esperados, acabem pressionando o governo a reajustar fortemente as tarifas. Na opinião desse executivo, a Parceria Público-Privada também seria mais interessante para o governo, pois poderia deixar a Infraero com a maioria da participação acionária nos aeroportos.

A primeira PPP do País foi feita em 2005, entre o governo do Estado de São Paulo e o Grupo CCR, para a operação e manutenção da Linha 4 Amarela na capital paulista. Ao longo de 30 anos de operação, a empresa investirá mais de R$ 2 bilhões na linha em equipamentos, trens e sistemas. "Esse seria um bom modelo para os aeroportos", diz o executivo.

Modelo alternativo

A presidente Dilma Rousseff solicitou à Secretaria de Aviação Civil (SAC) um modelo alternativo com regras mais rígidas para as novas concessões de aeroportos, como de Confins, em Belo Horizonte, e Galeão, no Rio de Janeiro. O novo modelo em discussão torna majoritária a participação da Infraero e estimula as PPPs. Ele ainda não foi aprovado pela presidente porque persistem as dúvidas quanto ao papel da estatal na nova rodada de concessões.

"O problema é que temos mais dúvidas do que certezas", admitiu um assessor. Nos aeroportos já licitados - Guarulhos, Viracopos e Brasília - a participação da estatal foi de 49%, com o compromisso de que não interferiria no processo, sendo apenas uma parceira.

Dilma não desistiu de fazer as novas concessões, mas quer garantias para a realização dos investimentos. Quando as regras forem aprovadas, o que deve ocorrer até o fim do mês, também será anunciado o Plano de Aviação Regional para aumentar o trânsito aéreo da população e de cargas entre Estados vizinhos. É também mais uma frente de investimentos para desobstruir a infraestrutura do País e revitalizar as operadoras regionais. A ideia é utilizar os recursos do Fundo de Aviação Civil para dinamizar as obras.

As críticas da presidente às regras dos leilões já realizados são conhecidas. Ela teme pela administração desses aeroportos e tem dúvidas quanto à experiência dos consórcios vencedores, que se associaram a empresas da África do Sul, Argentina e França. Dilma pediu à SAC que fizesse alguns ajustes para deixar de fora operadoras de aeroportos pequenos. Os ajustes foram feitos. Um deles prevê elevar o piso do número de passageiros que transitam por ano. No modelo anterior, esse corte se deu em 5 milhões de passageiros por ano. A proposta "ficou de lado" e Dilma pediu o modelo alternativo.

A alternativa é o fortalecimento da Infraero. A estatal seria majoritária no projeto, e foi essa ideia que gerou insegurança e muitas dúvidas. Como se definir o aporte dos recursos privados? Será que as empresas têm interesse em formar parceria com a Infraero sendo majoritária no comando dos aeroportos? Na defesa do novo modelo entram argumentos como o de que, além de considerar a expertise da estatal, os investimentos seriam acelerados. A administração seria feita a quatro mãos com empresas privadas, por meio de PPPs.

Os técnicos defendem o modelo que deu início ao repasse da operação e administração dos aeroportos para o setor privado, em fevereiro. Eles têm acompanhado as operações dos consórcios vencedores e garantem que estão ocorrendo avanços, não só na esfera administrativa como na descrição das obras necessárias à modernização e na eficiência dos aeroportos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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