Tópicos | Prejuízo para PE

A proposta do Ministério da Saúde de transferir parte da produção da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) de Goiana, em Pernambuco, para Maringá, no Paraná, será tema de um encontro entre o ministro Ricardo Barros (PP-PR) e a bancada estadual da Câmara Federal. Durante o encontro, Barros deve tentar conter os ânimos dos parlamentares que defendem sem titubear a manutenção do desenvolvimento da empresa no Estado e classificam como política a decisão da pasta. 

O Ministério da Saúde estuda firmar um consórcio para que a produção do Fator VIII Recombinante, principal renda da fábrica pernambucana, seja levada para Maringá o que esvaziaria a Hemobrás em Goiana. Uma das justificativas da pasta é de que já foi gasto R$ 1 bilhão para a obra da empresa na Mata Norte de Pernambuco, mas até agora ela não foi concluída e para isso seriam necessários mais R$ 600 milhões. Além disso, outro ponto mencionado é o encerramento da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) celebrada entre a Hemobrás e a irlandesa Shire em 2012. O contrato encerra em outubro, mas a empresa já se colocou à disposição para reestabeler a parceria.

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Na reunião, Ricardo Barros deve encontrar uma bancada áspera com a proposta. O assunto, inclusive, já foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Na ocasião, os senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) refutaram a transferência da produção

“Por que ela [a empresa] não faz a planta de recombinantes em Pernambuco? Por que ela só pode ser feita no Paraná? Esta proposta vai exigir uma decisão de caráter político e estratégico. Não permitiremos o esvaziamento do polo farmacoquímico. Se a Hemobrás não agregar a produção do fator recombinante ele terá a sua economia prejudicada”, argumentou Armando. 

Já sob a ótica do petista, esta discussão está sendo “mal conduzida” pelo ministro Ricardo Barros. “Para terminar esta fábrica são R$ 600 milhões, mas o tanto de recursos que estão indo para outros campos. E nós também podemos apresentar emendas que cheguem a este valor. A não ser que [a instalação no Paraná] seja por um pensamento político mesquinho”, bradou na ocasião.

O possível esvaziamento da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) instalada em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi questionado, nesta segunda-feira (7), pelos senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB), durante uma audiência pública para discutir o assunto na Assembleia Legislativa (Alepe). 

Após ouvir os argumentos do Ministério da Saúde, representado pelo coordenador de Hemoderivados da pasta Flávio Vormitag, de que a situação financeira da empresa no estado, a falta de conclusão das obras e uma possível redução no fracionamento da produção do fator recombinante VIII seriam os principais motivos para a instalação de um novo braço da Hemobrás em Maringá, no Paraná, os parlamentares apontaram que a decisão do ministro da Saúde, Ricardo Barros, era política e não pensava no desenvolvimento das atividades do país em relação aos produtos do sangue. A transferência da tecnologia para a fábrica do Paraná seria feita pela empresa Baxter Internacional, parceira da Shire. 

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“Como o Ministério da Saúde é o único comprador e tem um peso extraordinário nesta decisão é fundamental que este processo tenha transparência e você defina, antes de vincular empresas na proposta, o modelo, ou seja, que propósitos devem ser atendidos e como a empresa eventualmente interessada pode orientar a proposta dela”, pontuou Armando, lembrando que a instalação de uma nova unidade no Paraná prejudica o principal meio de produção da fábrica pernambucana, que é o recombinante VIII.

“Vamos explicitar essas condições de forma clara e aí aparecerão as propostas. Porque ela [a empresa] não faz a planta de recombinantes em Pernambuco? Porque ela só pode ser feita no Paraná? Esta proposta vai exigir uma decisão de caráter político e estratégico. Não permitiremos o esvaziamento do polo farmacoquímico. Se a Hemobrás não agregar a produção do fator recombinante ele terá a sua economia prejudicada”, acrescentou.

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O senador Humberto Costa, que era ministro da Saúde quando a empresa veio para Pernambuco, disse que é preciso verificar a legislação para averiguar se haverá a necessidade de judicializar o processo. “É preciso saber se pela lei do sangue é permitido que uma empresa multinacional seja gestora de uma empresa que produz produtos do sangue por tecnologia. Pois se há algum problema nos PDP's [ Parceria de Desenvolvimento Produtivo] que foram feitos é necessário que possamos fazer uma revisão sobre eles e não simplesmente ignorá-los. E porque isso exige que a fábrica saia daqui? Até uma nova PDP poderia ser feita aqui em Pernambuco”, frisou.

Sob a ótica do petista, esta discussão está sendo “mal conduzida” pelo ministro Ricardo Barros. “Para terminar esta fábrica são R$ 600 milhões, mas o tanto de recursos que estão indo para outros campos. E nós também podemos apresentar emendas que cheguem a este valor. A não ser que [a instalação no Paraná] seja por um pensamento político mesquinho”, bradou.

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