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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Brasil poderia ser consagrado como a quinta economia do mundo, mas que há pessoas no País que "teimam" em fazê-lo retroceder. Ao criticar a privatização da Eletrobras, ele disse estar ainda mais otimista com o crescimento econômico do Brasil.

"Este país já poderia estar consagrado como a quinta economia do mundo há muito tempo, mas há muita gente nesse país que teima em retroceder. O que fizeram com a nossa Petrobras? A privatização da Eletrobras? A privatização da Eletrobras, as pessoas não gostam que se fale, mas foi um escárnio nesse país o que se fez num setor estratégico como o setor de energia", disse o presidente nesta quinta-feira (18), em evento na Bahia.

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Lula iniciou nesta manhã um "giro" pelos Estados do Brasil para melhorar a imagem do governo em um ano de eleição municipal. Segundo o presidente, visitar os entes federados será uma "rotina" sua daqui para frente.

Na Bahia, o chefe do Executivo discursou por mais de 20 minutos com forte tom eleitoral.

Na fala, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro, sem citá-lo nominalmente, e disse que iniciou seu mandato em 2023 com um país "devastado por uma praga de gafanhoto".

O presidente confirmou que se reuniu, na noite de quarta-feira (17), com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Lula, eles conversaram por cerca de duas horas sobre o "futuro econômico do País".

"Sou mais otimista hoje do que eu era durante a campanha [eleitoral]", disse. "Esse país nunca será o país que queremos se não levarmos em consideração que é preciso melhorar a qualidade de vida de cerca de 80% da população", comentou o presidente da Repúblicas, acrescentando que quer construir uma sociedade com "padrão de classe média".

Ele disse que viajará aos Estados como forma para mostrar que "coisas boas acontecem no País". "Às vezes, você fica sentado à frente da televisão e você quase entra em depressão porque acha que nada está acontecendo de bom no País", afirmou.

Dentre os investimentos que fará no Brasil, Lula disse que terá foco na educação. "Esse abuso do crime organizado, posso dizer que tem mil causas, mas a principal é a ausência do estado brasileiro em não cuidar das pessoas no tempo certo", comentou.

Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia

As declarações ocorreram em evento de assinatura do acordo de parceria firmado pelo governo federal, por meio do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, com o Estado da Bahia e o Senai Cimatec para a criação do Parque Tecnológico, que será instalado, futuramente, na Base Aérea de Salvador. A cerimônia ocorreu no período da manhã.

A expectativa é que sejam investidos R$ 650 milhões na construção do parque e um valor equivalente em equipamentos e laboratórios. As ilhas de atuação do parque serão divididas em quatro vertentes: Espaço, Defesa, Mobilidade Aérea Avançada e Aeronáutica Comercial.

De acordo com o superintendente de Novos Negócios do Senai Cimatec, André Oliveira, é esperado que, no primeiro semestre de 2025, já seja possível ter operações no Parque Tecnológico.

A Justiça de São Paulo manteve a prisão de dois manifestantes detidos durante votação da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A sessão ocorreu na quarta-feira, 6, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). As prisões em flagrantes foram convertidas em preventiva em audiência de custódia realizada nesta quinta-feira, 7.

Os presos são o estudante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do Movimento Correnteza, Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva; e o membro do Movimento de Luta de Classes, o professor Lucas Borges Carvente. Eles vão passar por exame de corpo de delito, pois relataram ao juiz terem sofrido violência policial.

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Já a presidente estadual da organização Unidade Popular, Vivian Mendes da Silva, e o membro do Movimento Luta de Classes, o metroviário Ricardo Senese, tiveram concedida a liberdade provisória. Além disso, foi definido o pagamento de fiança no valor de um salário mínimo pelos dois. E eles ainda deverão seguir algumas medidas cautelares: comparecimento mensal ao juízo, justificativa de atividades e atualização de endereço, obrigação de manter endereço atualizado e proibição de se ausentar da comarca em que residem por mais de oito dias sem prévia comunicação.

Votação

Com 62 votos favoráveis e apenas um contrário, os parlamentares da Alesp aprovaram na quarta-feira o Projeto de Lei 1.501/2023, que autoriza o governo estadual a vender o controle da Sabesp. Todos os deputados estaduais de oposição se retiraram do plenário e não participaram do momento da votação. O único voto contrário foi o da deputada bolsonarista Delegada Graciela (PL), que faz parte da base de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A votação chegou a ser suspensa e a galeria do plenário esvaziada por causa de protestos de trabalhadores da companhia e organizações da sociedade civil que são contrários à privatização da estatal.

De acordo com a assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa, a suspensão ocorreu "após uma parte dos manifestantes comprometer a segurança e entrar em confronto com a Polícia Militar". A discussão da proposta foi retomada logo em seguida.

A deputada estadual Delegada Graciela (PL-SP) foi a única a votar contra a privatização da Sabesp na noite desta quarta-feira, 6. Bolsonarista e base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), ela elogiou o serviço prestado pela estatal em Franca (SP), sua base eleitoral.

A parlamentar é cogitada como possível candidata do PL a prefeita em 2024. "O não que proferi na votação é uma forma de me alinhar ao que pensa a maior parte da população de Franca", disse Graciela em nota enviada pela assessoria de imprensa, acrescentando que a cidade tem 100% de água e esgoto tratados e que está entre as melhores cidades do país. "A Sabesp tem muito pouco a avançar em Franca", continuou.

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O projeto de lei foi aprovado por 62 votos a um. A oposição não participou da votação porque deixou o plenário após uma confusão generalizada entre manifestantes contrários à proposta e a Polícia Militar. Os opositores alegaram falta de segurança para continuar com a votação.

Graciela, que permanecerá como base do governo Tarcísio, também mencionou que atuou politicamente junto à Sabesp para destravar a conclusão do sistema de captação de água do rio Sapucaí em 2020. Ela destacou projetos inovadores da empresa, como o que gera biogás a partir do tratamento de esgoto.

A deputada bolsonarista apresentou uma emenda no projeto na qual propunha conceder 30% de desconto nas contas dos consumidores de cidades que tenham mais de 85% dos domicílios com abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. A emenda foi rejeitada.

Graciela de Lourdes David Ambrósio é bacharel em Direito, funcionária pública e comandou, por 25 anos, a Delegacia da Mulher de Franca. Na cidade, também foi vereadora por três mandatos antes de se tornar deputada. Em 2022 ela foi reeleita para a Alesp com quase 70 mil votos, com uma forte defesa das campanhas de Tarcísio e de Bolsonaro e enfatizando o fato de que seria a única representante do PL em sua região.

Confira a nota na íntegra:

"Votei contra a privatização da Sabesp, pois tenho um compromisso muito forte com Franca, minha cidade. Franca é referência mundial em saneamento básico. Temos 100% de água e esgoto tratados. Estamos entre as melhores cidades do País nesse quesito.

Sem contar a excelência do sistema, a Sabesp desenvolve projetos inovadores como o que, desde 2018, gera biogás a partir do tratamento do esgoto para movimentar a frota de veículos da empresa.

"Aliás, por meio do meu trabalho, as obras do sistema de captação de água do Sapucaí tiveram o seu retorno (2020) e concluídas porque estive a frente para desatar o imbróglio jurídico. Então minha ação com a Sabesp não é de agora.

A Sabesp tem muito pouco a avançar em Franca.

Apresentei uma emenda ao projeto que trata da desestatização da Sabesp propondo que, nos imóveis localizados em municípios com índices superiores a 85% de domicílios com abastecimento e de coleta e tratamento de esgoto, como é o caso de Franca, fosse dado um desconto adicional de 30% nas contas dos consumidores.

A emenda foi rejeitada.

O não que proferi na votação do Projeto de Lei 1501/2023 é uma forma de me alinhar ao que pensa a maior parte da população de Franca.

Sou base do governo e continuarei a ajudá-lo."

A sessão extraordinária da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que discutia a projeto de lei (PL) que prevê a privatização da Sabesp, teve que ser interrompida, nesta tarde, após uma confusão que envolveu a Polícia Militar e manifestantes que acompanhavam a votação do projeto.

Para conter manifestantes, a polícia fez uso de gás de pimenta que, ao ser jogado em local fechado, se espalhou por todo o plenário. "É uma irresponsabilidade generalizada", disse uma deputada que saia às pressas do plenário.

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A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) iniciou nesta terça, 5, o segundo dia de discussões envolvendo o projeto de lei (PL) de privatização da Sabesp. A ideia, nesta terça-feira (5), é concluir o prazo mínimo de discussões que um PL em regime de urgência precisa para ser votado, neste caso, seis horas.

Com duas sessões extraordinárias de duas horas e meia, a expectativa é que a pauta vá até à meia noite. O governo pretende encerrar a sessão com o roteiro de votação do PL definido. A votação, que deve ocorrer nesta quarta-feira (6), teria o seguinte roteiro: projeto, emendas, e subemendas.

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Nesta segunda, 4, as duas sessões extraordinárias foram dominadas, principalmente, pela oposição, que reclamou da falta de clareza em diversos pontos do projeto, como a falta de informações sobre quanto a desestatização da empresa deve arrecadar para os cofres públicos, além da ausência de detalhes sobre como se daria a redução da tarifa prometida pelo governo.

Ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mostrou confiança na aprovação do projeto. "Para mim é ponto pacífico. Vai passar, não tem erro não", disse o dirigente.

O Congresso de Comissões da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou nesta quarta-feira, 22, o relatório do deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) sobre o projeto de lei (PL) que prevê a privatização da Sabesp. O relatório recebeu 27 votos favoráveis e 8 contrários. O tema segue agora para plenário.

No esforço do governo para acelerar a tramitação do projeto, além do regime de urgência, sua passagem pelas comissões na Assembleia ocorreu em um congresso dos colegiados - em vez de passar separadamente em cada um deles. Esse congresso inclui, entre outras, as comissões de Constituição, Justiça e Redação e a de Finanças, Orçamento e Planejamento.

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No plenário, a previsão do governo é votar o projeto ainda nas próximas semanas. Para ser aprovado, o PL precisa de 48 votos do total de 94 deputados. Para a oposição, o quórum é favorável para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Durante todas as discussões iniciais envolvendo a projeto, a oposição defendeu que a privatização da companhia de saneamento deveria tramitar como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que exigiria um quórum um pouco mais desafiador para Tarcísio de 57 deputados estaduais.

Atualmente, o governo de São Paulo detém 50,3% das ações da empresa. A intenção do Estado é ter sua participação reduzida a algo entre 15% e 30%. Até 2033, a Sabesp precisará investir cerca de R$ 56 bilhões para universalizar os serviços de água e esgoto em São Paulo, diz o diretor-presidente da estatal, André Salcedo, em recente entrevista ao Estadão.

Segundo ele, esse aumento de investimentos para universalizar o tratamento de água fará a tarifa subir. A privatização, segundo ele, pode segurar esse avanço, através da melhora de eficiência da empresa.

Neste ano, diz o executivo, foi a primeira vez na história que a companhia investiu, de janeiro a setembro, R$ 3,9 bilhões. "É o maior investimento em nove meses que a companhia já fez na sua história. Conseguimos acelerar o investimento e antecipar a universalização na nossa área de atuação. Conseguimos antecipar esses investimentos por causa dos ganhos de eficiência que capturamos neste ano."

A Sabesp foi fundada em 1973 e hoje é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 375 municípios do Estado de São Paulo. São 28,4 milhões de pessoas abastecidas com água e 25,2 milhões de pessoas com coleta de esgotos.

As ações ordinárias da empresa subiram 1,43% no pregão de ontem, com a iminência de aprovação da privatização pelas comissões. No ano, os papéis da estatal já subiram 18,09% e, em novembro, 12,93%.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) protocolou uma ação popular na Fazenda Pública de São Paulo em que pede para que o plano de privatização da Sabesp encampado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja considerado ilegal. Segundo o parlamentar, o projeto viola a Lei de Responsabilidade Fiscal ao propor que parte dos recursos arrecadados com a venda seja utilizada para reduzir a tarifa. O governo afirma que a forma como isso se dará não está definida.

Esta medida está prevista no estudo do International Finance Corporation (IFC), entidade vinculada ao Banco Mundial contratada para arquitetar a privatização da empresa. A irregularidade, segundo o parlamentar, consiste no uso de verbas oriundas da alienação de um bem público para custear despesas correntes.

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"O governador, em uma manobra que beira o populismo econômico, busca criar uma ilusão de sucesso da privatização, oferecendo ao público uma redução temporária de tarifa", diz o deputado no documento.

Tarcísio tem reforçado a promessa de que a privatização da Sabesp terá como resultado a redução da tarifa para o consumidor final. A avaliação do IFC, no entanto, é de que uma queda do preço aos usuários imediatamente após a venda da companhia só pode ser alcançada mediante subsídio do governo.

"Por mais que a gestão privada seja eficiente com os investimentos e custos operacionais a serem realizados, isso somente não garantiria uma redução das atuais tarifas da Sabesp."

A Lei de Responsabilidade fiscal diz que "é vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de Previdência Social, geral e próprio dos servidores públicos".

De acordo com pessoas do entorno do governador, a redução da tarifa pode ser feita com verbas obtidas a partir da distribuição de dividendos. O plano do governo é manter participação na estatal na forma de golden shares, ações com poder de voto mais elevado. Dessa forma, o Estado teria direito a parte dos lucros distribuídos aos acionistas e poderia usá-los para baratear a conta.

Procurada, a Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística afirmou que o governo pretende alocar os recursos obtidos com a venda de suas ações da Sabesp e os lucros que recebe da empresa no Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento Básico. Tais verbas seriam usadas para reduzir as tarifas.

"A forma como esse recurso vai ser usado é tema da Fase 1 do projeto, em andamento, e por isso ainda não foi definida. Toda a legislação vigente será atendida, inclusive a Lei de Responsabilidade Fiscal", garantiu a pasta.

"Como a Sabesp vai investir mais para universalizar o saneamento básico, o uso do recurso da desestatização ajuda a baixar a conta de água da população para levar água e esgoto para quem mais precisa."

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, assina nesta sexta-feira, 27, a retirada do Porto de Santos do Programa Nacional de Desestatização (PND). Com isso, encerra a possibilidade de privatização do terminal portuário.

"A decisão do presidente Lula é pela não privatização do Porto de Santos. Vamos esquecer esse debate para trazer mais previsibilidade para os investimentos", afirmou o ministro durante cerimônia promovida na cidade do litoral paulista.

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A decisão da União permite que a iniciativa privada invista apenas em obras estruturantes no terminal. Como exemplo, Costa Filho citou projetos de mobilidade urbana e dragagem.

Entre as obras de acesso, o político destacou que o túnel Santos-Guarujá deve sair do papel em breve, com a apresentação do projeto inicial ainda em 2023. Já a obra deve começar em 2024, com R$ 13 bilhões em investimentos, divididos entre o governo federal e estadual.

Segundo Costa Filho, a União e o Estado de São Paulo têm dialogado sobre os recursos necessários para custear a obra. "O foco do Lula é ampliar diálogo com Tarcísio para trabalhar em conjunto."

Elogiada nesta terça-feira (3) pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, uma das linhas de transporte público estadual de São Paulo privatizada apresentou falhas e está paralisada. Isso ocorre no mesmo dia em que funcionários das linhas públicas de Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fazem paralisação, protestando contra a privatização.

Segundo a ViaMobilidade, concessionária do serviço, houve uma falha no sistema elétrico, o que provocou paralisação entre as estações Morumbi e Villa-Lobos Jaguaré, e os trens não estão operando em oito das 20 estações que compõem essa linha. O problema ocorre desde as 13h58. A ViaMobilidade informou que a operação é normal entre as estações Mendes-Vila Natal e Morumbi e no trecho entre Villa-Lobos Jaguaré e Osasco.

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Para tentar contornar o problema, ônibus da operação Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foram acionados para atender os passageiros que utilizam esse trecho. Técnicos da ViaMobilidade estão atuando para apurar as causas da falha e normalizar a operação.

Das cinco linhas de metrô de São Paulo, três são públicas e operadas pelo Metrô (Verde, Amarela e Azul) e duas são privatizadas e operadas pela ViaMobilidade Quatro (Amarela) e Via Mobilidade (Lilás). O Metrô também opera o monotrilho, chamado de linha 15-prata.

Já a CPTM opera cinco linhas (Rubi, Turquesa, Coral, Safira e Jade), enquanto as linhas Esmeralda e Diamante foram concedidas à ViaMobilidade.

Greve

Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, os paulistanos enfrentam muitas dificuldades para se locomover pela cidade por causa da greve. As quatro linhas operadas pelo Metrô (incluindo o monotrilho) estão totalmente paralisadas, enquanto na CPTM, as linhas Rubi e Coral funcionam parcialmente, e as linhas Turquesa, Safira e Jade também estão totalmente paralisadas.

Nesta terça-feira cedo, durante uma entrevista coletiva, o governador de São Paulo elogiou as linhas de transporte privatizadas e relativizou o problema constante que ocorre na linha 9-Esmeralda, que já foi alvo do Ministério Público. “As linhas apresentam falhas porque chegaram nas mãos da iniciativa privada extremamente deterioradas. Por que aconteceram os descarrilamentos? Porque nós tínhamos problemas de via permanente”, defendeu o governador.

Por causa da greve, tanto o governo de São Paulo quanto a prefeitura paulistana decretaram ponto facultativo, o que fez diminuir um pouco a quantidade de pessoas que teriam que transitar pela cidade. A medida, no entanto, não aliviou o problema. Desde muito cedo muitas pessoas se aglomeravam em ônibus, estações e até no trânsito, com congestionamento muito acima do normal, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Por volta das 17h, por exemplo, havia 282 quilômetros de congestionamento na cidade.

Prefeitura

Para tentar contornar a volta para casa, a Prefeitura de São Paulo informou ter adotado uma operação especial de transporte. Desde as 16h, a SPTrans, que administra o sistema de ônibus municipal, informou que mantém 100% da frota em circulação, com o reforço de mais 200 veículos para o pico da tarde.

Segundo a prefeitura, o passageiro que está no centro e tem como destino a zona leste poderá usar a linha 4310/10, que serve todo o eixo da linha 3-Vermelha. Outras 16 linhas serão prolongadas, iniciando suas viagens nas estações Tatuapé e Carrão, para oferecer mais opções aos passageiros nessas regiões.

A semana do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), começou uma maratona de reuniões com 26 prefeitos da região metropolitana da capital, do Alto Tietê e do entorno de Bragança Paulista, para intensificar a discussão sobre a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Foram três encontros nesta segunda-feira, 4: às 8h30, 10h30 e, por último,15h30. As agendas tomaram conta de quase todos os compromissos do governador nesta segunda.

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De acordo com uma nota divulgada pelo governo, os encontros tiveram como pauta "discussões sobre a ampliação da universalização do saneamento no Estado de São Paulo e os benefícios para a população a partir do processo de privatização da Sabesp".

Apoio dos prefeitos

A decisão de privatizar a Sabesp passará pelo crivo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que pode aprovar ou arquivar o projeto de lei que Tarcísio deve apresentar, no mais tardar, até o começo do ano que vem. No entanto, as prefeituras têm papel decisivo na questão.

A companhia tem contratos diretos com os entes municipais e muitos desses documentos têm cláusulas antiprivatização, que precisam ser derrubadas caso a proposta de privatização da Sabesp - uma das maiores bandeiras da campanha de Tarcísio - seja aprovada. Como mostrou o Estadão, os municípios podem decidir não renovar esses contratos, e a discussão pode ter impacto com a campanha eleitoral de 2024.

Além disso, as cidades paulistas recebem repasses sobre os lucros da companhia. O manejo dessa verba é outra moeda de troca que pode ser usada por Tarcísio nas negociações em busca de apoio ao seu projeto desestatização.

O presidente da Alesp, deputado estadual André do Prado (PL), esteve na primeira reunião desta segunda. Nas redes sociais, divulgou imagens do encontro e disse que a pauta foi "o saneamento básico, um tema fundamental para a saúde, o meio ambiente e o desenvolvimento econômico das cidades".

A reportagem procurou o presidente do Legislativo estadual, mas ele disse que não quer comentar sobre a privatização da empresa neste momento.

Maratona de encontros

Os prefeitos que estiveram na reunião desta segunda são de partidos que compõem a base de Tarcísio. A maioria dos gestores (sete) pertence ao PSD de Gilberto Kassab, que é secretário de Governo. O segundo partido com mais representantes foi o PSDB, ao qual seis prefeitos são filiados. Depois, o PL de Jair Bolsonaro (quatro), Podemos (três), PDT (dois) e MDB, PP, DEM e PSB, todos com um representante.

Essa não é a primeira maratona de reuniões encabeçada pelo governador. No dia 22 de agosto, ele esteve reunido com prefeitos de Osasco, Guarulhos e das cidades do ABC Paulista. Dias depois, nessa mesma semana, Tarcísio encontrou os gestores de Embu das Artes, Diadema, Praia Grande, Botucatu, Franca e Carapicuíba.

Tanto no dia 24 de agosto quanto nesta segunda o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), compareceu. Na saída, ele conversou com jornalistas, que o questionaram se a sua gestão já tem uma posição firmada sobre a privatização da Sabesp. O prefeito não respondeu diretamente, mas defendeu os repasses que a cidade pode receber.

"A gente já tem algumas questões contratuais. Como, por exemplo, os 13% que a Sabesp tem que investir na região, mais os 7,5% que ela deve depositar para o Fundo Municipal de Saneamento", respondeu Nunes.

Na coletiva, o prefeito falou que durante a reunião foi dito pelo governador que "a ideia é que se dobre o número de investimentos e que se antecipe as questões da universalização do saneamento". Nunes disse que Tarcísio pretende antecipar investimentos - o que engorda os repasses que chegam a São Paulo.

Nunes é pré-candidato à reeleição em 2024. Ele rivaliza com Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal e hoje líder nas pesquisas, com 32% das intenções de voto. O atual gestor da capital fica oito pontos atrás, com 24%. Há um receio de que, se o deputado ganhar as próximas eleições, a privatização da Sabesp seja prejudicada.

A experiência negativa da privatização do metrô de Minas Gerais vem impulsionando a luta dos metroviários do Recife contra o controle da iniciativa privada. Última capital a ter o serviço privatizado, Belo Horizonte viu o preço da tarifa subir e os trabalhadores atravessarem um movimento de desligamentos e perda de direitos, com as mulheres sendo as mais afetadas. 

Nesta quinta (24), a greve no Recife chegou a 19 dias e se tornou a mais longa da história dos trabalhadores na cidade. Apesar do apoio unânime da categoria, há o receio que a paralisação não surta a pressão esperada e a mobilização termine como em Minas Gerais, onde o transporte foi privatizado mesmo após 34 dias de greve. 

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Alda Santos se pronuncia em assembleia do Sindmetro-MG.  Reprodução/Redes Sociais

A principal queixa dos mineiros se deve à retirada de direitos, sendo mais contundente contra as mulheres que operam o modal. A presidente do Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-MG) Alda Santos criticou o que enxerga como insensibilidade com as pautas das mulheres. 

"Havia vários direitos para que a mulher pudesse trabalhar, pudesse ter seus filhos e pudesse ter uma vida tranquila. A empresa já retirou vários direitos como a nossa licença-maternidade de seis meses para 120 dias; até a criança fazer 18 meses, ela tinha 2h de amamentação e isso foi cortado; os pais que têm filhos autistas ou com necessidades especiais tinham o horário flexível e isso também foi cortado; tá cortando também a estabilidade da gestante e, quando ela tinha uma atividade que pode trazer risco a sua gravidez, ela geralmente trocava de área ou ia para o administrativo", elencou a líder sindical. 

Demissões antes do primeiro semestre

A categoria caracteriza a relação com os novos patrões pela falta de diálogo, seja para firmar novos acordos ou manter os antigos. "Mudou todo o nosso contrato de trabalho. Ela tá fazendo tudo que ela quer", reclamou Alda. 

Ao longo dos seus 38 anos, o metrô de Belo Horizonte chegou a ser tocado por 1.800 colaboradores, mas foi sendo desidratado e, hoje, 900 pessoas participam da operação, estima o sindicato. Em sua chegada, a empresa garantiu que nenhum funcionário seria cortado no primeiro ano de gerência. Contudo, sem a estabilidade pelo serviço federal, mais de 600 funcionários foram desligados em cinco meses de privatização. 

Funcionários do metrô de BH protestam contra privatização.  Reprodução/Redes Sociais

 A maioria dos cortes foi feito no Plano de Demissão Voluntário (PDV), que abriu cerca de 1.400 vagas de uma só vez. "Se todos os empregados quisessem sair, todo mundo sairia na mesma data", apontou Alda.  

Outros 200 trabalhadores foram demitidos por justa-causa ou já não enxergavam perspectiva e aceitaram a rescisão consensual. "Tudo aquilo que ela puder economizar e ir cortando dos trabalhadores é o que ela vai fazer", acrescentou. 

Privatização garante melhorias

A frustração dos passageiros com a privatização em Belo Horizonte é exposta nos comentários do novo perfil oficial nas redes sociais. “Não está correto esperar 20 minutos entre uma viagem a outra não em pleno meio de semana, não. Aumenta a passagem e diminui a viagem. O trabalhador só se ferra (sic)”, escreveu um seguidor. 

“Quero ver melhorias, que andei de metrô esses dias e não ver nenhuma melhoria. Nem parece que foi privatizado”, emendou outro passageiro. “Por que na Estação Central só funciona um caixa para comprar passagens ou recarregar?”, questiona um usuário. 

“Onde tem que trabalhar dois só tem um [...] a estação como Eldorado, que é uma estação grande, você vê trabalhando uma pessoa no bloqueio e duas na bilheteria. Vilarinho que é uma estação enorme tá do mesmo jeito", mencionou a presidente do Sindmetro-MG. 

Luiz Soares debate continuidade da greve no Recife com metroviários.  Reprodução/Redes Sociais

A realidade em Pernambuco é de um sistema inseguro, que se sustenta entre as falhas recorrentes e o canibalismo dos próprios equipamentos para driblar a falta de recursos. "Só sendo um super-herói", chegou a comparar Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE. 

"Aqui a gente tem maquinistas que operam uma linha totalmente deficitária. Se não for esse maquinista, qualquer outro maquinista de outro estado não consegue operar", descreveu. 

Busca por outros meios de deslocamento

Diante de um sistema que tenta sobreviver com a falta de investimento, o arquiteto urbanista e mestre em Transporte e Infraestrutura Urbana, Fábio Oliveira, traçou um paralelo entre a péssima qualidade do serviço e a debandada de passageiros.  

“A gente vêm percebendo a diminuição das pessoas que usam transporte público. As pessoas estão migrando mais para o carro porque o Recife tem um serviço cada vez pior de transporte público e o metrô em um processo de sucateamento com quebras praticamente diárias”, avaliou. 

Movimentação na bilheteria da Estação Recife.  Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

Encarecimento do serviço

A primeira mudança das privatizações certamente é o aumento das tarifas. Em Belo Horizonte, o bilhete saltou subitamente de R$ 4,50 para R$ 5,30. "Como o metrô vai competir com o BRT? O trem tá batendo lata. É a primeira vez em 30 anos que o metrô custa mais que o ônibus em BH", afirmou Alda Santos. 

Em uma leitura dos efeitos da privatização em outros estados, Fábio Oliveira discorda da relação exata entre privatização e melhorias: “o serviço ser privatizado não é garantia de que ele vai funcionar bem”. 

"O que a gente tem visto é que em outras capitais do Brasil, a privatização não atendeu de maneira satisfatório o principal, que é a qualidade do serviço ofertado ao cidadão [...] diante do que o metrô representa e do que ele é capaz de entregar, a gente viu que não foram bons resultados com a privatização”, resumiu o arquiteto. 

Interesse do setor privado

Um questionamento é feito pela multidão de trabalhadores que discute a greve nas assembleias realizadas na Estação Recife: se a iniciativa privada tem tanto interesse nesse mercado, por que não investe em um local que ainda não tem metrô?  

Estruturar um sistema metroviário do zero é uma fortuna, sem falar na burocracia por autorizações, e todo esse esforço já foi feito pelo governo federal. Sem a finalidade de gerar lucros, o metrô representa uma pauta essencialmente social. 

Trilhos, composições, estações e catracas custaram bilhões de reais em impostos e continuam sendo mantidos pelos passageiros. Por outro lado, as empresas concessionárias que assumem o controle do metrô têm o subsídio bilionário da União garantido para manter a projeção de margem de lucro.  

Composto por 19 estações e apenas uma linha, o sistema metroviário mineiro atende a 85 mil pessoas diariamente. No fim de março, a gestão saiu das mãos do governo federal e foi cedida pelos próximos 40 anos à única empresa que se interessou no leilão.  

Governador Romeu Zema comemora leilão do metrô com empresários. Reprodução/Cauê Diniz/B3

O transporte foi negociado às pressas, em um lance único de R$ 25,75 milhões, valor considerado aquém em relação à estrutura montada com recursos públicos. 

Com o contrato, a nova administradora espera receber R$ 3,2 bilhões em recursos públicos nos próximos 30 anos. Cerca de R$ 2,8 bilhões pagos pela União e R$ 440 milhões repassados pelo Governo de Minas Gerais, oriundos do acordo com a Vale para reparar os danos da tragédia de Brumadinho.  

A negociação do metrô de Minas Gerais se envolveu em denúncias de vazamento do edital do leilão e acesso privilegiado a determinados empresários por parte do governo de Romeu Zema (Novo). Após o negócio fechado, a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, enviou um pedido à Justiça Federal para tentar suspender a venda, mas a provocação não teve êxito. 

Geraldo Alckmin discursa em reunião na FIEPE. Rachel Andrade/LeiaJá Imagens/Arquivo

Em Recife, diretores da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) se encontraram com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e externaram o desejo do empresariado em adquirir a concessão do metrô, sendo uma das demandas prioritárias da entidade. 

Em contrapartida, os contratos de privatização também exigem a modernização do transporte. Em Belo Horizonte, a única linha espera ser requalificada, bem como a construção de sete estações para a criação da segunda linha.

A prazo para a entrega da primeira estação é nos quatro anos e a conclusão de todo o projeto até o fim do 6º ano de concessão. O Sindimetro-MG relata que corre a informação de que a intenção da administradora é construir a nova linha em formato singelo, com apenas uma via para as viagens. 

Passageiros do metrô do Recife.  Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

A garantia constitucional ao transporte e ao direito de ir e vir dependem de uma boa mobilidade urbana, seja ela a pé, de bicicleta, de carro ou transportes público. Fábio aponta que entre 70% e 80% da população se desloca no transporte público e o metrô se mostra ainda mais fundamental por suas características como um transporte de massa.  

Com a capacidade de levar mais pessoas em menor tempo, o modal consegue tirar 20 ônibus das ruas, sem poluir como os veículos à combustão, e não sofre a influência dos congestionamentos por percorrer em via segregada.  

Com um sistema metroviário mais complexo, 1.547 metroviários operam 36 estações e 3 linhas - entre elas a do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) - no Recife, onde 180 mil pessoas são transportadas diariamente.  

Metroviários se unem em protesto em frente ao Palácio do Planalto. Reprodução/Redes Sociais

Na cobrança por investimentos para requalificar o transporte nas principais capitais do país e retirar o setor do Plano Nacional de Desestatização (PND), os metroviários de Pernambuco protestaram em frente ao Palácio do Planalto, no Distrito Federal, com as bases de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – outro estado com forte ameaça de privatização. 

. "Estamos nos mobilizando, continuaremos lutando. Durante a época de campanha, o presidente se comprometeu com essa categoria, para a retirada da CBTU do PND e por mais investimentos no Metrô do Recife. Mas, infelizmente, Lula segue a ideia do governo Bolsonaro e avança com essa ideia de entregar a CBTU nas mãos dos empresários", criticou Soares.  

O sindicato movimentou o Poder Público

Deputados e senadores conhecem instalações do metrô do Recife. Reprodução/Redes Sociais

A manifestação repercutiu na visita técnica de deputados e senadores nas instalações de Pernambuco. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também indicou que o metrô do Recife vai integrar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo federal.

O modal foi classificado na categoria transporte eficiente e sustentável como “estudo”, dentro do eixo que trata sobre mobilidade urbana sustentável. Conforme o PAC, serão destinados R$ 11,2 bilhões nos próximos anos para tocar a situação do transporte público em todo o país. 

Na manhã desta quinta (17), o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) se reuniu com bases sindicais de outros estados em um protesto em frente ao Palácio do Planalto, no Distrito Federal, para cobrar a permanência da administração federal do metrô.  

Em seu 15º dia de greve, mais de 100 trabalhadores participaram da caravana a Brasília para reivindicar a retirada do metrô do Recife do Plano Nacional de Desestatização (PND). Outra demanda da categoria é a aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2023-2025, com reajuste de 7% no salário. 

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"Estamos nos mobilizando, continuaremos lutando. Durante a época de campanha, o presidente Lula se comprometeu com essa categoria, para a retirada da CBTU do Plano de Desestatização e por mais investimentos no Metrô do Recife. Mas, infelizmente, Lula segue a ideia do governo Bolsonaro e avança com essa ideia de entregar a CBTU nas mãos dos empresários. Não iremos deixar", informou o presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares.  

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Luiz ainda salientou que o Governo Lula foi eleito pelos trabalhadores e não pela classe empresarial. "Queremos um metrô público, estatal federal e de qualidade para as pessoas. Precisamos de investimentos no Metrô e só Governo Federal tem o aporte necessário para entregar as melhorias necessárias no sistema", avaliou. 

O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) condenou, nesta quarta-feira (16), o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) a pagar multa diária de R$ 60 mil pelo descumprimento de determinação de manter 100% da frota de trens durante os horários de pico, entre 5h30 e 8h30 e 17h às 20h. O sindicato havia entrado com recurso para manter a greve integral, alegando que boa parte da categoria está em caravana a caminho de Brasília. 

Por meio de nota, o tribunal afirmou que recebeu uma denúncia da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), estatal responsável pelo equipamento, de que a liminar concedida na última segunda-feira (14) não estava sendo cumprida pela categoria. “A penalidade será devida a partir da terça-feira (15/8), até o dia em que a determinação judicial efetivamente vier a ser cumprida”, afirma o órgão. 

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Em greve desde o dia 2 de agosto, o metrô está com 100% da frota parada. O Sindmetro-PE está a caminho de Brasília, onde deverá se reunir com o presidente Lula e outras autoridades do governo, para discutir o acordo coletivo trabalhista e a retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND), plano de privatização de estatais. 

Confira a nota do TRT-6 na íntegra abaixo: 

“O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região informa que tem acompanhado de perto a greve dos metroviários e atuado de maneira célere para a resolução do problema. Diante da liminar concedida na última segunda-feira (14/8), determinando a volta de 100% da frota de trens nos horários de pico (entre 5h30 e 8h30 e 17h às 20h) e da denúncia de descumprimento apresentada pela CBTU nesta quarta-feira (16/8), o Tribunal acaba de proferir decisão condenando o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro) ao pagamento de multa diária de R$ 60 mil. A penalidade será devida a partir da terça-feira (15/8), até o dia em que a determinação judicial efetivamente vier a ser cumprida. O TRT-6 reitera o seu compromisso com a sociedade e com as categorias, mantendo o espaço para o diálogo sempre aberto.” 

Após o apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal, na manhã desta terça-feira (15), internautas se manifestaram nas redes sociais compartilhando a situação. Em viagem ao Paraguai acompanhando o presidente Lula (PT), sua esposa, Janja, comentou sua insatisfação na internet, mencionando a privatização da empresa de Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras). “A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só isso o tweet”, compartilhou a primeira-dama. 

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O comentário passou na frente do Palácio do Planalto e do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, que não se pronunciaram sobre o ocorrido durante algumas horas. O Ministério de Minas e Energia ficou encarregado de repassar informes técnicos no decorrer do dia. Um pronunciamento oficial será transmitido ainda na tarde desta terça, onde o ministro da pasta, Alexandre Silveira, deverá explicar o que aconteceu.

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O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso, também se manifestou, relacionando a privatização da Eletrobras com a precarização do serviço de prestação de energia no país. “No Brasil, vimos hoje o infeliz resultado da venda da Eletrobras a preço de banana no governo Bolsonaro, que comprometeu a segurança energética do nosso país!” 

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Uma caravana do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) sai do Recife nesta segunda (14) e vai a Brasília, no Distrito Federal, para cobrar a retirada da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Plano Nacional de Desestatização (PND). Em greve desde o dia 2, a categoria também reivindica o reajuste salarial.

Com saída marcada às 18h, a caravana parte da Estação Recife, na área Central da capital, com previsão de chegada a Brasília na noite da quarta (16). Os metroviários devem realizar uma mobilização no entorno da sede do governo federal e se encontrar com congressistas para debater as pautas até a manhã da sexta (18), quando o grupo inicia a viagem de volta. A chegada ao Recife é esperada para a manhã do domingo (20). 

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Em evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), nesta sexta-feira (11), um documento foi entregue nas mãos do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) contendo propostas de crescimento para o setor no Brasil e em Pernambuco. Uma das propostas aborda o MetroRec, com uma ideia de implementação de melhorias no sistema de transporte ferroviário, como a modernização e expansão do metrô.

Operado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o sistema de transporte ferroviário no Recife é de ordem pública. No entanto, ainda em 2019, a CBTU foi inserida no Programa Nacional de Desestatização (PND), com o intuito de repassar o sistema para a iniciativa privada. Contrários à proposta, os metroviários, abarcados pelo Sindicato dos Trabalhadores Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), realizam, desde então, uma campanha para que o atual governo retire a companhia do plano. 

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Para o presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, que esteve na frente da Fiepe junto com a categoria para se manifestar contra a privatização da CBTU, a solução ideal seria requalificar o transporte e investir na redução da tarifa única, dos atuais R$ 4,25 para R$ 2,00. “A partir do momento que você requalifica o sistema, o intervalo de tempo diminui de 15 para dois ou cinco minutos, e a tarifa cai de R$ 4,25 para R$ 2,00, você vai ter um percentual de pessoas que vai superar o que é a expectativa de hoje. Hoje a gente tá botando 180 mil [passageiros], vamos transportar 450 mil a 500 mil pessoas com ele, por dia”, afirmou Soares ao LeiaJá. 

Com o investimento na mão de obra atual, que já trabalha com o maquinário defasado, Soares acredita que o desenvolvimento do sistema ferroviário seria bem maior. “Temos maquinista que opera o sistema, uma linha totalmente deficitária, isso é que é o grande nó. E aí se não for esse maquinista, qualquer maquinista de outro estado não consegue operar como eles conseguem operar. Então, a partir do momento que você privatiza, aí você vai aumentar a passagem, você vai fechar estações, vai demitir pessoal, o sistema vai ficar mais deficitário, que é o que está acontecendo em Belo Horizonte”, declarou o presidente do Sindmetro-PE. A menção à capital mineira é um exemplo que a categoria utiliza para argumentar que a privatização pode dar errado em outros locais. Em dezembro de 2022, o sistema ferroviário mineiro foi entregue para a iniciativa privada pelos próximos 30 anos, por meio de um leilão. 

Investimento em outros estados 

Maquinista do Recife, Valquíria Nascimento também esteve na manifestação para fortalecer o movimento contrário à privatização. Ela argumenta que a iniciativa privada poderia investir nos estados que não possuem metrô ainda, para construir uma malha ferroviária.  

“A construção do metrô é algo muito caro, então se a empresa privada quisesse entrar nesse mercado, o que mais tem é estado que não tem metrô, a gente tem muito pouco estado com metrô. ‘Ah ele quer entrar’, então por que não vai começar a produzir [uma malha ferroviária]? O governo gasta fortuna para manter a estrutura, criar a estrutura, qualificar. Quando aquilo está criado, aí passa para o privado, isso não é justo com o dinheiro da população. Porque a parte mais cara, que é construir, organizar, manter, qualificar os funcionários, tudo isso já foi feito, foi feito com o dinheiro do povo, o povo agora vai ter que pagar mais caro para que os empresários lucrem”, compartilhou a maquinista. 

Sindmetro-PE em Brasília 

Retomada a greve dos metroviários desde a última quinta-feira (10), após a categoria recusar a proposta de 3,45% de reajuste feito pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), Luiz Soares afirmou que o Sindmetro-PE vai se reunir em uma nova assembleia na próxima segunda-feira (14), às 18h, na Estação Central, no Recife. Em seguida, seguirá em caravana até Brasília, onde deverá conversar com o presidente Lula ou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. 

“A gente já tem uma reunião marcada com a Sest na quarta-feira, às 14h30, queremos também ter uma audiência com o ministro do Trabalho [Luiz Marinho], e também com o ministro Rui Costa ou com Lula, para que a gente possa avançar não só na questão do nosso acordo coletivo, mas também na retirada do PND, a CBTU e a Transurb, porque não está indo só a gente de Recife. Tá indo o pessoal de Porto Alegre, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte”, informou Soares. 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou nesta segunda, 31, que o modelo de follow on, oferta subsequente de ações, foi o escolhido para a privatização da Sabesp. A informação tinha sido antecipada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Além da alternativa selecionada, outros três modelos foram analisados para a desestatização da companhia, segundo Tarcísio. O primeiro deles, seria parecido com o da Eletrobras, com regras mais rígidas e maior pulverização de capital. Na lista apareceram ainda a possibilidade de venda parcial ou total da companhia.

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"Vamos seguir modelo de follow on, buscando investimentos de longo prazo", afirmou em coletiva de imprensa realizada na noite desta segunda-feira, 31.

Tarcísio considera que esse é o modelo mais adaptável para Sabesp por ser mais flexível. "O objetivo é oferecer uma maior concentração de capital para atrair investidores de referência", complementou.

A expectativa é que esse modelo garanta investimento para todos os municípios do Estado, mesmo os que não apresentam vantagem econômica. A redução da tarifa é outro benefício citado pelo governador.

'Estado continua acionista da empresa'

O Governo do Estado de São Paulo seguirá acionista da Sabesp mesmo após a privatização da companhia, segundo o governador. No entanto, a definição da participação, que hoje é de 50,3%, ainda será decidida.

"O Estado não vai sair completamente da empresa, apenas do controle. Seguirá com participação minoritária, acompanhando o crescimento da empresa", afirmou Tarcísio durante coletiva de imprensa promovida na noite desta segunda-feira, 31.

A possibilidade do Estado receber golden shares, ações com poder de veto para decisões de caráter estratégico, está sendo estudada, segundo a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende.

Uma possível trava na participação privada também está sendo analisada pelo governo, de acordo com o secretário de Parceria em Investimentos, Rafael Benini.

O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) se reúne com representantes da Secretaria Geral da Presidência da República nesta segunda (31). A retirada do metrô do plano de privatização e o reajuste da categoria serão discutidos no encontro virtual marcado às 14h. 

O estado já atravessa a greve dos rodoviários, que entrou no sexto dia sem um acordo entre o sindicato e os empresários. Na semana passada, os serviços de ônibus e o metrô chegaram a ficar paralisados por dois dias, em uma mobilização conjunta por aumento salarial e melhores condições de trabalho.

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Uma Assembleia Geral convocada pelo Sindmetro-PE para esta terça (1º) votaria a deflagração de greve junto aos metroviários. No entanto, com a readequação da agenda, a reunião foi adiada para a quarta (2), na Estação Recife, na área central da capital.

Os trabalhadores do metrô reestabeleceram o serviço na manhã desta sexta (28). Conforme anunciado, foi cumprida a paralisação de 48 horas, com o fechamento de todas as estações do sistema na quarta (26) e quinta-feira (27). 

O retorno do transporte pode ser temporário. Apesar do fim do prazo de suspensão, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) convocou uma nova Assembleia Geral para a próxima terça (1º), às 18h, na Estação Central do Recife, para discutir a viabilidade de anunciar uma greve por tempo indeterminado.  

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A categoria e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não entraram em acordo em relação ao reajuste salarial e os profissionais também exigem a retirada do metrô do Plano Nacional de Desestatização (PND), que objetiva privatizar o serviço ainda mantido pelo governo federal. 

O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) se reuniu em assembleia nesta terça-feira (25) e decidiu, em votação, por paralisar as atividades por 48 horas a partir desta quarta-feira (26). Uma nova assembleia ficou agendada para a próxima terça-feira (1) para decidirem se será deflagrada greve por tempo indeterminado.

Maquinistas e demais colaboradores representados pelo Sindmetro estiveram presentes para assinar a ata e votar. A adesão se junta à paralisação do sindicato dos rodoviários, que deflagrou greve por tempo indeterminado por falta de acordo entre o grupo e o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Pernambuco (Urbana-PE).

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“Ação conjunta”

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, esteve presente no palanque da assembleia, para fortalecer as pautas levantadas, e defender a união das reivindicações das categorias. “A luta do metroviário é a luta do rodoviário, do professor, do gari, de todas as categorias”, declarou Lima em sua fala. “Não conseguimos avançar nas negociações. Tivemos de ir para uma greve porque [os empresários do transporte de Pernambuco] não sabem negociar”, afirmou.

Categoria é contra a privatização

A principal demanda do Sindmetro-PE, além do reajuste salarial junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), é que a administração do metrô do Recife seja retirada do Plano Nacional de Desestatizaçao (PND), para que o serviço não seja privatizado. De acordo com o Sindmetro-PE, a empresa aprovou a pauta da categoria em uma reunião no dia 19, mas pediu para reiniciar as negociações.

"Nós não aguentamos mais a situação e precisamos fazer com que a empresa honre seus compromissos", afirmou o presidente Luiz Soares. Representantes defendem pautas “Para que seja uma grande mobilização em conjunto, para mostrar aos empresários nossa moral”, declarou Presidente da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas.

“Não resolveu na França, não resolveu na Inglaterra, não resolveu em São Paulo, não vai resolver aqui”, afirmou Helmilton Bezerra, representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Pernambuco (CTB-PE). O presidente do Sindmetro, Luiz Soares, informou as tentativas foram feitas de diálogo para que a privatização não aconteça. Caso não haja consenso na próxima assembleia, marcada para a terça-feira (1), o indicativo de greve por tempo indeterminado foi levantado.

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